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A animação Steven Universo quebra muitos padrões heteronormativos e seus ideais de

masculinidade. Deve-se analisar, primeiramente, as características corporais de Steven que se


afasta da padronização que se espera de um herói, gordo, baixo e ainda na infância. A
proposta de um herói alternativo, que não se encontra somente ligado a forma, mas rompe
com o que se é esperado, entregando em vez de um personagem corajoso e forte, um grande
poder de empatia que só fere o inimigo em caso extremo. Infelizmente na contemporaneidade
a empatia ainda é considerado uma característica feminina, entretanto a falta dela afeta
muitas pessoas do sexo masculino que pelo pressuposto errôneo acha que serão menos
homens se a usarem. Quando colocamos gênero em alguma qualidade negamos ao sexo
oposto a habilidade de usá-la. Por exemplo se alguém falar que a força é uma qualidade
masculina negará a todas as pessoas do sexo feminino o direito de usá-la e vice-versa.

Essa animação também traz representatividade quando traz o casamento de Ruby e Safira, que
juntas formam uma fusão chamada Garnet. Esses personagens são gens, alienígenas que são
não binários. A aparência física pode confundir quando vemos uma gem, pois nos prendemos
ao binarismo que que vai fazer pensar que essas personagens pertencem ao sexo feminino. A
Garnet é uma personagem pró amor, o que é implico diversas vezes na série, e a narrativa
propõem algo muito além da tela. O ativismo em defesa do amor passa o universo de Steven e
vêm para o nosso, vira uma causa e uma revolução.

Star

O desenho Star VS as Forças do Mal causou polêmica ao exibir uma cena de 5 segundos de um
beijo de um casal gay. Em diversas vezes na narrativa vemos Star combatendo qualquer tipo
de preconceito as minorias, mas essa pequena cena fez pessoas tomarem partido. Enquanto
indivíduos com discursos retrógados e exclusivos preferem ficar ao lado das forças do mal,
como o pastor Silas Malafaia que defende um boicote a Disney usando como argumento que
cristões como maioria não devem permitir nada que vá contra sua cultura. Outras defendem
uma democracia como uma comunidade que todos estão dentro, como o youtuber Felipe
Neto que toma partido e fica do lado da Star e apoia e promove o consumo de produtos que
vão contra as padronizações sociais e sua exclusão, abraçando uma diversidade.

Hora de Aventura

Hora de Aventura traz muitos personagens, entre eles temos o Ferb, um ser de constituído de
grama que por tentar ser o Finn (personagem principal) por quase toda sua existência nunca se
sentiu aceito, nem pelos outros e muito menos por si próprio. A inadequação de tentar vivem
uma vida que não é você, infelizmente, só causou infelicidade para o Ferb. Quando finalmente
ocorre a aceitação de sua diversidade e encontra a felicidade em ser o seu eu de verdade o
personagem se transforma.

Os meios de comunicação em massas são de extrema importância para divulgação da própria


empatia, contudo parcelas sociais conservadoras se recusam a abrir espaço para esses
conteúdos. Majoritariamente pautado em um discurso de padronização, o qual, como maioria
não devem permitir nada que vá contra sua busca por uma hegemonia cultural. Em uma
defesa da democracia como uma comunidade onde todos estão dentro se torna necessário
para quebra a ideia que alguns temas só podem ser discutidos com adultos, mostrar a
heteronormatividade, a falta de representação de protagonistas com problemas físicos ou
mentais e o padrão de beleza idealizados para crianças é tão comum quanto respirar em meio
a indústria cultural. Já quando tratamos de outros padrões isso não é válido, se esperarmos
para dizer aos jovens com alguma deficiência, queers, gordos, negros, entre outros, que se
importa, que eles são gente vai ser tarde demais. A diversidade é uma das coisas mais belas
que existe no mundo, infelizmente a indústria cultural em sua maioria não relata isso, meninas
são relatadas como amantes do rosa, de bonecas e de tudo que é imposto nessa caixinha de
gênero atribuída desde o nascimento, enquanto meninos são representados numa outra caixa,
durões, fortes, que brincam com carinhos e amam o azul. Tudo que está “na caixinha errada” e
fora dela não existe e não deve ganhar pauta segundo os pensamentos retrógrados.

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