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MERLEAU-PONTY

E O CORPO
Monitoria de Psicologia Existencial e Humanista
Maurice Merleau-Ponty
Filósofo francês, frequentemente associado ao
existencialismo, mas ele não se propunha às mesmas
explicações extremas sobre a morte, a liberdade, a
responsabilidade angustiada e as relações
conflitantes com outros.

Sartre e Merleau-Ponty figuram como os principais


representantes da fenomenologia francesa. Mas, em
1945, há um rompimento irreconciliável entre eles, em
que Merleau-Ponty apresenta críticas às principais
teses do existencialismo de Sartre.
FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO
O método fenomenológico de Husserl defendeu a intencionalidade da
consciência, em que a redução fenomenológica (époche) possibilitaria a volta às
coisas mesmas.

Merleau-Ponty propõe que essa intencionalidade, que em Husserl apenas existe de


um ponto de vista mental, também existirá de um forma corporal. Portanto, o
corpo também representa uma intencionalidade, apresentando os 5 sentidos que
se comunicam com a mente e, dessa forma, dão sentido ao mundo.
Senciente: consciência dos sentidos (Apresenta ideia de um corpo
fenomenológico).

Seu trabalho está fortemente baseado em descrições da percepção, e tende a


enfatizar um envolvimento corporificado com o mundo que é mais fundamental do
que nossas capacidades reflexivas.
CORPO - SUJEITO
Não há nenhum aspecto da fenomenologia de Merleau-Ponty que não
implique corpo, frequentemente designado como corpo-sujeito na literatura.

A concepção de corpo sempre foi muito menosprezada ao longo da história


da filosofia. Por exemplo, para Platão, o corpo era fonte de erro e ignorância.

Dessa forma, Merleau - Ponty aponta as problemáticas referentes às


dicotomias presentes na filosofia tradicional, especialmente o dualismo entre
mente e corpo.
Ele procurou refutar o empirismo e o intelectualismo (racionalismo e
idealismo).
A partir do séc. XX, ele traz outro status à corporeidade, rompendo
radicalmente com a ideia de corpo presente na filosofia.
INFLUÊNCIA DE MARCEL
Seguindo o pensamento de Gabriel Marcel, Merleau-
Ponty fala que nós somos nossos corpos. Dessa forma,
acabam negando a separação entre sujeito e objeto,
mente e corpo, que o racionalismo e empirismo
propagam.

Gabriel Marcel traz assuntos relacionados à


corporeidade, superando essas dicotomias presentes
no pensamento racionalista. E, por sua vez, acaba
influenciando a filosofia de Merleau-Ponty.
CORPOREIDADE
O corpo é fonte de conhecimento e apresenta intencionalidade, o qual se
articula com a mente e produz significado ao mundo.

O corpo está sempre aí e sua ausência é inconcebível. Portanto, não é


possível tratar esse corpo como um objeto que faz parte ou não do nosso
mundo, já que ele é algo que não podemos abrir mão.

Nosso corpo deveria ser concebido como nosso meio de comunicação


com o mundo e não meramente como um objeto bruto no mundo, que
nossa mente ordena que execute funções variadas.
CORPOREIDADE
Seguindo a ideia de que os sentidos são
fonte de conhecimento, Merleau-Ponty traz
um texto sobre o pintor Cézanne em sua
obra "O olho e o espírito".

Cézanne refletia sobre sua atitude do pintar, percebendo que não se


pinta apenas com a mente, mas também com o corpo, em que a obra é
estabelecida no ato da pintura.

Portanto, essa é a conexão existente entre mente e corpo, havendo uma


sistema corporal em que todos os sentidos trocam sua percepção do
mundo entre si e, consequentemente, fornecem significado a esse mundo.
Referências:
REYNOLDS, Jack. Existencialismo. Edição digital. Petrópolis, RJ: Vozes,
2013.
Contato:

Thamires Melo thamiresmelo89@gmail.com

Graduanda em Psicologia (81) 99600-0175

@psi.thamiresmelo

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