Você está na página 1de 1

2.

Objeto e método

"A vida a partir da consciência não é originaria e nem a única realidade" essa era a motivação de
Merleau-Ponty; dessa forma as analises especificas sobre o nosso corpo ficam nas reflexões sobre a
vida subjetiva. "É possível uma relação entre a consciência e a natureza? Se for possível, como pode
acontecer?", era entorno desse pensamento, que o seu trabalho filosófico era baseado, podemos
encontrar provas disso em um de seus livros "A estrutura do comportamento", que trata de
compreender e explicar as relações entre a consciência e a natureza orgânica, psicológica ou social.
Também é possível encontrar relatos em seu outro livro, chamado de "Fenomenologia da
percepção", onde ele fortifica o que foi dito anteriormente em seu outro trabalho, e adiciona
falando que se trata de uma temática clássica (caso resumida, significa perguntar, pelo sentido e
pelo sem sentido). Em uma outra obra (O visível e o invisível), Merleau-Ponty tenta estabelecer uma
negação, onde usa a causalidade como símbolo, manifestado na relação homem-natureza. E no fim
percebemos em todos esses livros, que as afirmações tratam de uma só questão: o problema da
relação do mundo exterior com o mundo interior, da psiquê com a soma e da alma com o corpo.
Toda sua ideologia, impôs a o autor em vista da renovação e da reestruturação do significado da
existência humana. Com isso ele tentava evitar todas amarras conceituais de uma racionalidade
caracterizada como "Pensamento de sobrevoo, um tipo de pensamento caracterizado pela forma
que procura dominar e controlar totalmente a si mesmo e estender a dominação e o controle para
realidade exterior". Merleau-Ponty diz que a fenomenologia se resume em definir essências, sendo
uma filosofia que repõe as essências na existência, e nega que o homem e o mundo possam se
compreender de outra maneira a não ser a partir da sua facticidade. O autor rejeita sua postura
intelectual e empirista para se apoiar na fenomenologia e se impôs em um caminho com toda sua
vontade para elaborações teóricas. Na natureza é onde acontecem todas experiencias do ser e do
mundo, porém, consiste em uma relação mutua de presença para evitar imposições. A ciência de
descrever a realidade é chamada de fenomenologia, ela não a explica, entretanto se mantem a
distância de seu ser sem fazer da existência um objeto para a consciência. Para Merleau-Ponty e
Edmund Husserl, o ser e o seu aparecer são só uma realidade, assim evitando armadilhas do
fenomenismo. O pensamento merleaupontyano fez com que oposição a atitude estritamente
reflexiva e o dogmatismo do objetivismo e do subjetivismo conduziram o filosofo a problemática da
consciência e do pertencimento ao mundo, onde ele permaneceu neutro e crítico de qualquer
fixidez de posição, e ficando conhecido como filosofo da ambiguidade, que se define em um modo
próprio de exercitar a interrogação filosófica.

Você também pode gostar