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CONTRATO DE MERCHANDISING
por
Porto, 2023
ÍNDICE
1
RESUMO
2
ABSTRACT
In the present work we shall analyze the concept of merchandising in its legal sense
pointing out the elements that can be extracted from the notion presented.
Considering the criterion of the nature of the good in its primary use, we will also
see what are the different modalities of merchandising and point out the character
merchandising, personality merchandising, corporate merchandising and residual
merchandising, passing through the demonstration of the protection conferred by the Code
of Industrial Property to the goods exploited by merchandising in its different types.
From there we move on to the study of the contract itself, naming the parties,
delimiting the object, analysing the common practices of the negotiation phase, the
obligations arising for each of the parties and the forms of termination of the contract. We
will raise, albeit briefly, the issue of the legal nature of the merchandising agreement.
After analysing the issues involved, we conclude that to the merchandising contract
should be applied the regime of the lease contract and of the license contract, whenever it
seems necessary, an application which will be made by analogy.
3
PALAVRAS-CHAVE
4
LISTA DE ABREVIATURAS
Ac. – Acórdão.
Art. – Artigo.
Arts. – Artigos.
CC – Código Civil.
Cfr. – Conforme.
Ed. – Edição.
N.º. – Número
Pág. – Página.
Págs. – Páginas.
SS. – Seguintes.
Vol. – Volume.
5
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
1
Cfr. GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág.
236.
6
O CONCEITO DE MERCHANDISING
1. Noção e elementos
O merchandising pode ser entendido, por um lado, pela sua vertente económica, ou
por outro pela sua vertente jurídica, sendo esta aquela que mais nos importará,
considerando o âmbito do nosso estudo.
Daqui se retira que o bem em causa será aproveitado através de uma segunda
atividade, substancialmente distinta daquela a que originalmente a sua utilização se
destinava.4
2
Cfr. GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág.
231 a 232.
3
Cfr. OLAVO, Carlos, Propriedade Industrial, 2ª ed., vol. I, Coimbra, Almedina, 2005, pág. 151.
4
É de fácil compreensão a exigência da utilização do bem numa “atividade substancialmente
distinta daquela a que originalmente a sua utilização se destinava”, ora vejamos, se a Coca-Cola efetivasse
um contrato de merchandising com uma empresa fabricante de refrigerantes de fruta a perceção que o
consumidor teria seria a de que aqueles sumos seriam fabricados pela Coca-Cola e não por outra empresa
exploradora de nada mais, do que a capacidade atrativa da marca Coca-Cola.
7
produtos ou serviços, ou como um elemento decorativo em produtos de áreas
relacionadas.5
2. Modalidades
5
Cfr. GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág.
233.
6
Como nos explica CARLOS OLAVO, o character merchandising pode, na sua iminência prática,
confundir-se com o sponsorship. A diferença entre estes dois institutos prende-se com o carácter das
atividades em causa. O que se quer dizer é que no primeiro aproveitam-se as características do bem numa
atividade alheia àquela que lhe é habitual, diferentemente, no segundo o objetivo é o financiamento de
determinada atividade com a finalidade de promover a sua própria.
7
Cfr. GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág.
233 a 236.
8
Respetivamente e exemplificando, a personagens da franquia Star Wars, como o Yoda, o Cristiano
Ronaldo, a Ferrari e as equipas de desporto universitárias norte-americanas.
9
Nomeadamente, AUTERI e NADIA ZORZI, vide CARVALHO, Maria Miguel Rocha Morais de,
Merchandising de Marcas (A comercialização do valor sugestivo das marcas), Coimbra, Almedina, 2003,
pág. 28.
8
Nas modalidades de corporate merchandising e no residual merchandising a
proteção a que nos referimos surge mais claramente quando comparada com a proteção
que se observa nas outras duas modalidades, uma vez que, o CPI protege a marca e os seus
elementos (nome, insígnia, logotipo).10
Nos arts. 70.º, e 72.º a 79.º do Código Civil português estão previstos os direitos de
personalidade no qual se inserem os direitos ao nome e à imagem, direitos estes que têm
maior relevância no personality merchandising, já que nesta modalidade aquilo que se
explora é a capacidade atrativa de celebridades reais.
10
Cfr. GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág.
237.
11
Cfr. GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág.
238.
12
Para aprofundar a questão, vide LLari, Amat, El derecho a la própria imagen y su valor
publicitário, 1992.
13
Art. 81.º: “1. Toda a limitação voluntária ao exercício dos direitos de personalidade é nula, se for
contrária aos princípios da ordem pública. 2. A limitação voluntária, quando legal, é sempre revogável, ainda
que com obrigação de indemnizar os prejuízos causados às legítimas expectativas da outra parte.”
9
4. Utilização secundária do bem
Na sua alínea b), do n.º 2, o CPI dispõe que constitui fundamento de recusa “a
infração de direitos de autor”, protegendo os direitos que são explorados no character
merchandising.
10
O residual merchandising, como vimos anteriormente, comporta as situações em
que o merchandising é utilizado para situações que não se inserem em nenhuma das
modalidades anteriores e que não são utilizados com tanta frequência, como o é o exemplo
das associações desportivas, neste caso, o art. 232.º, n.º 2, a) protegerá a denominação da
associação desportiva, também prevalecerá a recusa da utilização do emblema da
associação se se reconhecer “que o requerente pretende fazer concorrência desleal ou de
que esta é possível independentemente da sua intenção”17
17
Art. 232.º, n.º 1, al. h).
11
CAPÍTULO II
O CONTRATO DE MERCHANDISING
1. Concretização jurídica
2. As partes
18
GONÇALVES, Luís Couto, Manual de Direito Industrial, 5ª edição Coimbra, Almedina, 2014,
pág. 206.
19
Ac. do STJ, de 15/12/2011, proc. n.º 5622/06.3TVLSB.L1.S1, consultado em www.dgsi.pt.
20
OLAVO, Carlos, Propriedade Industrial, 2ª edição, Vol. 1, Almedina, Coimbra, 2005, pág. 151.
12
3. As negociações
13
pecuniária em troca de ter a oportunidade exclusiva de negociar o contrato em questão por
período de tempo estipulado.
À guisa de concluir a fase negocial, poderá ainda ser efetivado um terceiro acordo
denominado pela doutrina anglo-saxónica letter of intent, aqui as partes vinculam-se
“durante um período limitado de tempo, a determinadas condições para celebrar o
negócio”24, não estando verificadas as condições predispostas no acordo, este caduca.
Estamos perante um instrumento que revela alguma importância por promover a celeridade
da negociação do contrato.
a) Obrigações do licenciante
Do estudado até aqui é fácil retirar que a principal obrigação do licenciante será o
fornecimento da autorização do uso do bem em determinados produtos distintos daqueles a
que o bem corresponde na sua utilização originária. No entanto, emergem na esfera do
licenciante outras obrigações, nomeadamente “a obrigação de proporcionar ao licenciado o
uso da marca e de mantê-lo no gozo pacífico da mesma”, “a obrigação de controlar a
qualidade dos produtos e/ou serviços licenciados” e “as obrigações derivadas da
exclusividade concedida ao licenciado.”25
24
CARVALHO, Maria Miguel Rocha Morais de, Merchandising de Marcas (A
comercialização do valor sugestivo das marcas), Coimbra, Almedina, 2003, pág. 265.
25
CARVALHO, Maria Miguel Rocha Morais de, Merchandising de Marcas (A comercialização do
valor sugestivo das marcas), Coimbra, Almedina, 2003, págs. 266 a 269.
14
5. Cessação do Contrato
CAPÍTULO III
15
Atualmente, sendo este um contrato atípico, brotam na doutrina distintas conceções
acerca da natureza jurídica do contrato de merchandising. Alguns autores consideram que
o contrato de merchandising se insere no tipo do contrato de licença.26
FORMA
Regime jurídico próximo: os contratos de licença de merca, art. 32º e art. 264º do
CPI).
SPONSORSHIP
CONCLUSÃO
26
A título de exemplo, “Para obviar aos inconvenientes daí decorrentes, a prática tem originado a criação de
uma nova espécie de contrato de licença” Carlos Olavo, Propriedade Industrial, 2ª ed., vol. I, Coimbra,
Almedina, 2005, pág. 152.
16
17
BIBLIOGRAFIA
GONÇALVES, Luís M. Couto, Função Distintiva da Marca, Coimbra, Almedina, 1999, pág. 231 a 232.
GONÇALVES, Luís Couto, Manual de Direito Industrial, 5ª edição Coimbra, Almedina, 2014,
pág. 206.
Pedro Sousa e Silva, Direito Industrial – Noções fundamentais, Coimbra, Coimbra Editora,
2011, pág 141
Carlos Olavo, Propriedade Industrial, 2ª ed., vol.I, Coimbra, Almedina, 2005, pág. 152
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JURISPRUDÊNCIA
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