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TÓPICOS

ESPECIAIS DE
EMPRESA
UM POUQUINHO SOBRE MIM...
MESTRADO EM
MATEMÁTICA POLÍTICAS SOCIAIS E
CIDADANIA

ADVOGADA -
CONSULTORA
DIREITO
EMPRESARIAL E
TRABALHISTA
DIREITO E
PROCESSO DO MÃE
TRABALHO MULHER
FOTÓGRAFA
DIREITO FELIZ DA VIDA
EMPRESARIAL
15/07/2023
SUGESTÕES DE LIVROS PARA ESTUDOS

FÁBIO ANDRÉ LUIS


ARNALDO RICARDO
ULHOA SANTA CRUS
RIZZARDO NEGRÃO
COELHO RAMOS

WALDO
GLADSTON JOÃO PABLO
FAZZIO
MAMEDE GLICÉRIO STOLZE
JUNIOR
NOÇÕES DO DIREITO DOS CONTRATOS –
uma análise INTEREMPRESARIAL
 RESUMO DO DIREITO DOS CONTRATOS
Negócio Jurídico

Requisitos de validade do negócio jurídico – art. 104 CC


agentes capazes
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
Forma prescrita ou não defesa em lei
Ausência de vício de consentimento - existência de vontade consciente
 Liberdade – não é absoluta – direito de contratar quanto o direito de resilir

 Contrato – Pacta sunt servanda

 Obs: Contrato de Adesão


Cláusula Leonina – cláusula excessivamente vantajosa para um e desvantajosa para
outro
Boa-fé contratual
Isonomia entre os contratantes

 Características e Classificações dos contratos


Típicos ou Atípicos
Bilaterais ou Unilaterais
 Ônus da prova (?) – Art. 373 CPC
Ao autor – quanto ao fato constitutivo de seu direito
Ao réu – quanto ao fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor

CLASSIFICAÇÕES
 CONTRATOS TÍPICOS X ATÍPICOS
 CONTRATOS ONEROSOS X GRATUITOS
 CONTRATOS COMUTATIVOS X ALEATÓRIOS

 CARACTERÍSTICAS:
 BILATERAIS
 SINALAGMÁTICOS – As partes têm direitos e obrigações recíprocas.
CONCEITOS IMPORTANTES

 EMPRESÁRIO

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade


econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. (+
art. 104 CC)
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

15/07/2023
 Empresa
Atividade; ramo do negócio escolhido pelo Empresário; objeto.

 Estabelecimento
Conjunto de bens móveis, imóveis, materiais, imateriais, corpóreos e/ou incorpóreos.

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para


exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

15/07/2023
TIPOS DE EMPRESÁRIOS

 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL (COM CONFUSÃO PATRIMONIAL)

 EIRELI (Art. 980-A CC) – FOI EXTINTA PELA LEI Nº14.195/2021. QUEM ERA
CONSTITUIDO NA FORMA DE EIRELI PASSOU A TER O TRATAMENTO JURÍDICO DE
SLU (SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL) – ART.1052, §§1º E 2º CC.

 SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

15/07/2023
As sociedades SNC,
 TIPOS DE SOCIEDADES SCS E SLTDA podem
se constituir como
sociedades simples
impuras.
o Sociedade em Comum – SEC: Do art. 986 ao 990 CC
o Sociedade em Conta de Participação – CP ou SCP: Do art. 991 ao 996 CC
(Essas 2 sociedades são não personificadas).
o Sociedade Simples – SS : Do art. 997 ao 1.038 CC – Soc. Personificada
não empresária
o Sociedade em Nome Coletivo - NC ou SNC: Do art. 1.039 ao 1.044 CC
o Sociedade em Comandita Simples – CS ou SCS. : Do art. 1.045 ao 1.051
CC
o Sociedade Limitada – Ltda : Do art. 1.052 ao1.087CC
o Sociedade em Comandita por Ações – CA ou SCA: Do art. 1.090 ao
1.092CC
o Sociedade Anônima ou Companhia – SA : Do art. 1.087 e 1.088 CC –
Sociedades empresárias
CONTRATOS EM
ESPÉCIE
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO
1. INTRODUÇÃO

2. CONCEITO
O contrato de colaboração é aquele em que um dos contratantes – colaborador – se
obriga a empreender esforços no sentido de criar ou consolidar mercado para os
produtos do outro – o fornecedor (GENJURÍDICO)
3. SUJEITOS
3.1 COLABORADO = FORNECEDOR, FABRICANTE (É O CONTRATANTE QUE TERÁ
SEUS MERCADOS AMPLIADOS)
3.2. COLABORADOR = QUEM REALIZARÁ UMA SÉRIE DE ESTRATÉGIAS PARA
AMPLIAR OS MERCADOS DO COLABORADO E EXPANDIR A COMERCIALIZAÇÃO DE SEUS
PRODUTOS/SERVIÇOS (DO COLABORADO)
 Considera-se contrato de colaboração um negócio jurídico entre
empresários (e por vezes entre uma pessoa jurídica/empresário
e pessoa física – não empregada), em que, serão estabelecidas
vantagens recíprocas, tendo como principal objetivo ampliar os
mercados do fornecedor/fabricante (colaborado), através do
esforços conjuntos do colaborador, seja porque este
(colaborador) comprou produtos do colaborado para revender,
seja porque visitou clientes apresentando produtos do
colaborado afim de que, diante do interesse do cliente, essa
compra possa ser finalizada com o fornecedor.
PRINCIPAIS CLÁUSULAS CONTRATUAIS
 CLÁUSULA DE EXCLUSIVIDADE DE ZONA – Favorece o
Colaborador

 CLÁUSULA DE EXCLUSIVIDADE DE PRODUTO – Favorece o


colaborado

 O contrato pode constar expressamente essas cláusulas de


exclusividade;
 Na omissão do contrato de Colaboração, elas são presumidas;
 Se o contrato expressamente indicar que não existe
exclusividade (de zona ou de produto ou dos dois), essa cláusula
será válida, em face da pacta sunt servanda.
MERCADO CINZA

Mercado cinza é a comercialização de produtos do distribuído na


zona de exclusividade do distribuidor por concorrente que os
adquire de revendedores situados fora dessa zona. É uma forma de
concorrência desleal parasitária.
O mercado cinza também se evidencia diante da violação da
exclusividade de produtos.
ESPÉCIES DE CONTRATOS DE
COLABORAÇÃO

1. Colaboração por intermediação (o colaborador ocupa um dos elos da


cadeia de circulação, comprando os produtos do fornecedor para revendê-lo):
distribuição-intermediação e concessão mercantil.

Obs: Franquia*

2. Colaboração por aproximação (o colaborador procura outros empresários


potencialmente interessados em negociar com o fornecedor): mandato;
comissão mercantil; distribuição-aproximação e representação comercial
autônoma – agência.
A. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO:
1. DISTRIBUIÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO
2. CONCESSÃO MERCANTIL

B. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO POR APROXIMAÇÃO:


3. MANDATO MERCANTIL
4. COMISSÃO MERCANTIL
5. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA
6. DISTRIBUIÇÃO POR APROXIMAÇÃO
SUJEITOS DOS CONTRATOS DE
COLABORAÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO

NA INTERMEDIAÇÃO, O COLABORADOR (R) COMPRA PRODUTOS DO COLABORADO (O) PARA REVENDER

DISTRIBUIÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO CONCESSÃO MERCANTIL

COLABORADO (O)- DISTRIBUIDO COLABORADO (O)- CONCEDENTE

COLABORADOR (R) - DISTRIBUIDOR COLABORADOR (R) - CONCESSIONÁRIO


SUJEITOS DOS CONTRATOS DE
COLABORAÇÃO POR APROXIMAÇÃO
NA APROXIMAÇÃO, O COLABORADOR (R) CAPTA CLIENTES E OS APROXIMA DO COLABORADO(O).
* O CLIENTE COMPRARÁ OS PRODUTOS DO COLABORADO (E NÃO DO COLABORADOR)

MANDATO COMISSÃO MERCANTIL DISTRIBUIÇÃO POR REPRESENTAÇÃO


MERCANTIL APROXIMAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA

O - MANDANTE O - COMITENTE O – DISTRIBUIDO POR O - REPRESENTADO


APROXIMAÇÃO

R -MANDATÁRIO R - COMISSÁRIO R - DISTRIBUIDOR POR R - REPRESENTANTE


APROXIMAÇÃO
EXERCÍCIOS – V OU F ?

1. O comitente é um sujeito que realiza um contrato de colaboração por


intermediação. FALSA
2. O mandatário é colaborador de um contrato por aproximação.
VERDADEIRA
3. O representante compra produtos do representado para revender a
seus clientes. FALSA – O representante capta clientes e os aproxima
do representado, que realiza a venda diretamente para o cliente-
comprador.
4. O concessionário compra produtos do comitente CONCEDENTE para
revender a seus clientes. FALSA
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO POR
INTERMEDIAÇÃO
 Nos contratos de colaboração por intermediação o colaborador
firma contrato com colaborado, comprando produto deste
(colaborado), com condições vantajosas, para, posteriormente,
revender aos clientes (lojistas ou consumidores). Portanto,
nestas duas relações jurídicas o colaborador estará presente: 1)
COL (R-O); 2) CONTRATO DE COMPRA E VENDA (R – C).

COLABORADO
1

Cliente
COLABORADOR
2
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO POR
APROXIMAÇÃO
Nos contratos de colaboração por aproximação, o colaborador firma este contrato
com o colaborado, afim de que o colaborador capte clientes interessados nos
respectivos produtos, apresentando-lhes amostras e catálogos e as devidas
especificações do produto. Os clientes interessados adquirirão esses produtos
comprando-os diretamente do colaborado. Concretizando a venda, o colaborador
recebe a comissão.

IMPORTANTE: Os contratos de colaboração por intermediação e os por


aproximação são contratos bilaterais, consensuais, onerosos, sinalagmáticos,
comutativos e atípicos, com exceção da concessão mercantil automobilística
que é um contrato típico (previsto na Lei nº 6.729/1979 – Lei Ferrari) e a
representação comercial autônoma (Lei 4886/1965).
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO POR
INTERMEDIAÇÃO

1. DISTRIBUIÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO

 Colaborado: Distribuído por intermediação


 Colaborador: Distribuidor por intermediação

2. CONCESSÃO MERCANTIL Regra: contratos atípicos


Exceção: Concessão Mercantil
 Colaborado: Concedente
Automobilística – Lei nº
 Colaborador: Concessionário 6729/1979 – Lei Ferrari.
DISTRIBUIÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO
Um dos contratantes (distribuidor) tem obrigação de comercializar os produtos do outro
(distribuído). É contrato atípico, regido pelas cláusulas livremente pactuadas pelas partes. Nesse
contrato, o distribuidor não sofre ingerência do distribuído, ou quando sofre, sofre uma mínima
ingerência.

Cláusulas que comumente existem nesse contrato:

 Exclusividade de distribuição = Exclusividade de zona ou de territorialidade

 Exclusividade de produto

 Quota de fornecimento e aquisição.

 Concessão de crédito e garantias

 Aparelhamento da empresa do distribuidor e resolução.


CONCESSÃO MERCANTIL

Um empresário (concessionário) se obriga a comercializar os produtos


fabricados por outro (concedente). É comum, nesse contrato, que o
concessionário preste serviços de assistência técnica aos consumidores
ou adquirentes. Em geral, é contrato atípico. A concessão para a
comercialização de veículos automotores terrestres, contudo, é típica e
encontra-se regida pela chamada “Lei Ferrari” (lei nº 6729/79).

 Subordinação EMPRESARIAL do concessionário ao concedente.

 Alto grau de ingerência do concedente.


DISTRIBUIÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO #
CONCESSÃO MERCANTIL
 A DIFERENÇA ENTRE OS CONTRATOS POR INTERMEDIAÇÃO DEPENDE DO
GRAU DE INGERÊNCIA DO COLABORADO SOBRE O COLABORADOR.

 Na distribuição por intermediação, o grau de ingerência do O para R é mínimo,


desprezível, irrelevante. Isso significa que o DISTRIBUIDOR terá MAIOR
autonomia para gerir os seus negócios e se valer das estratégias que julgar
mais eficientes para escoar a mercadoria e ampliar os negócios do distribuído.
 Já na concessão, o grau de ingerência do concedente sobre o concessionário é
elevado, máximo, visível. Isso significa que o concessionário terá MENOS
autonomia para gerir os seus negócios, já que o CONCEDENTE intervirá
significativamente na administração dos negócios do concessionário.
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO POR
APROXIMAÇÃO
OBS.: O COLABORADOR CAPTA CLIENTES PARA O COLABORADO. A COMPRA E VENDA É REALIZADA

ENTRE COLABORADO E CLIENTE. O COLABORADOR GANHA COMISSÃO EM FACE DESTA CAPTAÇÃO

QUE RESULTOU NA VENDA DOS PRODUTOS

COLABORADO
ESPÉCIES:
1 2
1. DISTRIBUIÇÃO POR APROXIMAÇÃO

2. MANDATO MERCANTIL COLABORADOR CLIENTE

3. COMISSÃO MERCANTIL

4. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA


DISTRIBUIÇÃO POR APROXIMAÇÃO

 SUJEITOS:

COLABORADO: DISTRIBUIDO POR APROXIMAÇÃO (FORNECEDOR)

COLABORADOR: DISTRIBUIDOR POR APROXIMAÇÃO (AMPLIAR OS MERCADOS)

CARACTERÍSTICA PECULIAR: O DISTRIBUIDOR ENTREGA A MERCADORIA PARA O


CLIENTE
O distribuidor capta clientes através da divulgação de produtos e/ou
serviços e aproxima esses clientes do distribuído
(fornecedor/fabricante), oportunidade em que haverá a
concretização da venda. Em regra, o distribuído não se vincula a
proposta ou ao pedido preenchido pelo distribuidor. Este contrato
obriga que o distribuidor entregue as mercadorias ao cliente (o
distribuído enviará os produtos ao distribuidor e este se encarrega da
distribuição ao cliente).
MANDATO MERCANTIL
#
COMISSÃO MERCANTIL
MANDATO COMISSÃO
COLABORADO: MANDANTE COLABORADO: COMITENTE
COLABORADOR: MANDATÁRIO COLABORADOR: COMISSÁRIO

O MANDATÁRIO AGE EM NOME E POR COMISSÁRIO AGE EM NOME PRÓPRIO E


CONTA DO MANDANTE. POR CONTA DO COMITENTE.

RESPONSABILIDADE CIVIL EM FACE DE RESPONSABILIDADE CIVIL EM FACE DE


DANOS CAUSADOS AOS CLIENTES DANOS CAUSADOS AOS CLIENTES
ASSUMIDA PELO MANDANTE ASSUMIDA PELO COMISSÁRIO

RESP. CIVIL DO COLABORADO RESP. CIVIL DO COLABORADOR


DO MANDATO - CÓDIGO CIVIL
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu
nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento
particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.

§ 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a


qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a
designação e a extensão dos poderes conferidos.

§ 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.

Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante
instrumento particular.
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.

Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser
praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.

Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição,
exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou
profissão lucrativa.

Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista


em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou,
na falta destes, por arbitramento.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de
execução.

Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente,


ou geral a todos os do mandante.

Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.

§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que


exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais
e expressos.

§ 2o O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.


Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são
ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.

Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à data do ato.

Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome do mandante, será este o
único responsável; ficará, porém, o mandatário pessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda
que o negócio seja de conta do mandante.

Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste
para pagamento de tudo que lhe for devido em conseqüência do mandato.

Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será considerado
mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.

Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o
mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações
contraídas por menores.
OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
 Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do
mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem
substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.

 § 1o Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do


mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto,
embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que
não tivesse havido substabelecimento.

 § 2o Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao mandatário os danos causados


pelo substabelecido, se tiver agido com culpa na escolha deste ou nas instruções dadas a ele.

 § 3o Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos praticados pelo


substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do
ato.

 § 4o Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador será responsável se


o substabelecido proceder culposamente.
 Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe
as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja.

 Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos
que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.

 Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para despesa, mas
empregou em proveito seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abusou.

 Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante, comprar, em nome próprio,
algo que devera comprar para o mandante, por ter sido expressamente designado no
mandato, terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa comprada.
 Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo
instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não
forem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designados
para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários
forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência
de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato.

 Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com


ele celebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra o
mandatário, salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou se
responsabilizou pessoalmente.

 Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do


mandante, deve o mandatário concluir o negócio já começado, se houver
perigo na demora.
OBRIGAÇÕES DO MANDANTE
 Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo
mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas
necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.

 Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as


despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efeito, salvo
tendo o mandatário culpa.

 Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato, vencem juros
desde a data do desembolso.

 Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este
sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de
poderes.
COMISSÃO
 Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo
comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.

 Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar,
sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário
ceder seus direitos a qualquer das partes.

 Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do


comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos
em casos semelhantes.

 Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se deles houver resultado
vantagem para o comitente, e ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do
negócio, o comissário agiu de acordo com os usos.
 Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com
cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe
proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio.

 Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força maior, por qualquer
prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao comitente.

 Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto
em caso de culpa e no do artigo seguinte.

 Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, responderá o


comissário solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente,
caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais
elevada, para compensar o ônus assumido.
 Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do prazo para
pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar o negócio, se não
houver instruções diversas do comitente.

 Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de prazos para


pagamento, ou se esta não for conforme os usos locais, poderá o comitente exigir que
o comissário pague incontinenti ou responda pelas conseqüências da dilação
concedida, procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência ao comitente
dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiário.

 Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela arbitrada
segundo os usos correntes no lugar.
 Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não
exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles
com quem o seu procurador contratou; mas terá contra este ação pelas perdas
e danos resultantes da inobservância das instruções.

 Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para
negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário
por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo,
pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes.

 Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do
mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do
encargo despendeu.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

 PODE SER:

1. SUBORDINADA = Gera vínculo empregatício


O representado é empregador
O representante é empregado
Esse contrato é estudado pelo Direito do Trabalho.

2. AUTÔNOMA = Não gera vínculo empregatício


O representado é o fornecedor – colaborado
O representante é o colaborador
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA
= AGÊNCIA

Lei nº 4886/65 (alterada pela lei nº 8420/92) – é o contrato em que uma das
partes (representante) obriga-se a obter pedidos de compra de produtos
fabricados ou comercializados pela outra parte (representado). É contrato típico.

 Contrato interempresarial OU que pode envolver pessoa física (Representante). O


Representado sempre será Pessoa Jurídica.

 Contrato por escrito – solene.

 Contrato típico, bilateral, consensual, comutativo, sinalagmático, oneroso.


  Art . 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa
física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de
uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando
propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos
relacionados com a execução dos negócios.
Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato
mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da legislação
comercial.

Art . 2º É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial autônoma nos
Conselhos Regionais criados pelo art. 6º desta Lei.
Parágrafo único. As pessoas que, na data da publicação da presente Lei, estiverem no
exercício da atividade, deverão registrar-se nos Conselhos Regionais, no prazo de 90 dias
a contar da data em que estes forem instalados.
Art . 3º O candidato a registro, como representante comercial, deverá apresentar:
        a) prova de identidade;
        b) prova de quitação com o serviço militar, quando a ele obrigado;
        c) prova de estar em dia com as exigências da legislação eleitoral;
        d) folha-corrida de antecedentes, expedida pelos cartórios criminais das
comarcas em que o registrado houver sido domiciliado nos últimos dez (10) anos;
        e) quitação com o imposto sindical.
        § 1º O estrangeiro é desobrigado da apresentação dos documentos
constantes das alíneas b e c deste artigo.
        § 2 Nos casos de transferência ou de exercício simultâneo da profissão, em
mais de uma região, serão feitas as devidas anotações na carteira profissional do
interessado, pelos respectivos Conselhos Regionais.
        § 3º As pessoas jurídicas deverão fazer prova de sua existência legal.
   Art . 4º Não pode ser representante comercial:
        a) o que não pode ser comerciante; Leia-se empresário
        b) o falido não reabilitado;
        c) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais como
falsidade, estelionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, furto, lenocínio ou
crimes também punidos com a perda de cargo público;
        d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como penalidade.
        Art . 5º Somente será devida remuneração, como mediador de negócios comerciais, a
representante comercial devidamente registrado.
        Art . 6º São criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais dos Representantes
Comerciais, aos quais incumbirá a fiscalização do exercício da profissão, na forma desta
Lei.
        Parágrafo único. É vedado, aos Conselhos Federal e Regionais dos Representantes
Comerciais, desenvolverem quaisquer atividades não compreendidas em suas finalidades
previstas nesta Lei, inclusive as de caráter político e partidárias.
As cláusulas de um contrato
podem ser:
 Cláusulas: 1. Cogentes – legais;
2. Dispositivas – ou resultantes da
 Condições e requisitos gerais da representação vontade das partes.

 Indicação dos produtos objeto da representação, admitindo-se tanto uma


menção genérica quanto uma lista específica;

 prazo determinado ou indeterminado;

 Indicação da zona de exercício da representação, feita através de


indicação de territorialidade ou de qualquer outro critério;

 Existência ou não de zona de exclusividade;

 Existência ou não de exclusividade de representação;

 O valor, as condições e o prazo de pagamento da remuneração do


representante.
  Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e
outros a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente:             

a) condições e requisitos gerais da representação;


b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação;
c) prazo certo ou indeterminado da representação
d) indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação;
e) garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de zona ou
setor de zona;  
f) retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente da
efetiva realização dos negócios, e recebimento, ou não, pelo representado, dos
valores respectivos;
g) os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade;
h) obrigações e responsabilidades das partes contratantes;
i) exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado;
j) indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos
casos previstos no art. 35, cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um
doze avos) do total da retribuição auferida durante o tempo em que exerceu
a representação.  

§ 1° Na hipótese de contrato a prazo certo, a indenização corresponderá à


importância equivalente à média mensal da retribuição auferida até a data da
rescisão, multiplicada pela metade dos meses resultantes do prazo
contratual.      
   
§ 2° O contrato com prazo determinado, uma vez prorrogado o prazo inicial,
tácita ou expressamente, torna-se a prazo indeterminado.         

§ 3° Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro


de seis meses, a outro contrato, com ou sem determinação de prazo.     
  Art . 28. O representante comercial fica obrigado a fornecer ao
representado, segundo as disposições do contrato ou, sendo este
omisso, quando lhe for solicitado, informações detalhadas sobre o
andamento dos negócios a seu cargo, devendo dedicar-se à
representação, de modo a expandir os negócios do representado e
promover os seus produtos.

Art . 29. Salvo autorização expressa, não poderá o representante


conceder abatimentos, descontos ou dilações, nem agir em desacordo
com as instruções do representado.
.
 Art . 30. Para que o representante possa exercer a representação em Juízo, em
nome do representado, requer-se mandato expresso. Incumbir-lhe-á porém, tomar
conhecimento das reclamações atinentes aos negócios, transmitindo-as ao
representado e sugerindo as providências acauteladoras do interesse deste.
 Parágrafo único. O representante, quanto aos atos que praticar, responde segundo
as normas do contrato e, sendo este omisso, na conformidade do direito comum.

Art. 31. Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou


quando este for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí
realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por intermédio de
terceiros.  
Parágrafo único. A exclusividade de representação não se presume na ausência de
ajustes expressos
  Art. 32. O representante comercial adquire o direito às comissões quando do
pagamento dos pedidos ou propostas.          
§ 1° O pagamento das comissões deverá ser efetuado até o dia 15 do mês
subseqüente ao da liquidação da fatura, acompanhada das respectivas cópias
das notas fiscais.          
§ 2° As comissões pagas fora do prazo previsto no parágrafo anterior deverão
ser corrigidas monetariamente.         
§ 3° É facultado ao representante comercial emitir títulos de créditos para
cobrança de comissões.       
§ 4° As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias.
§ 5° Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a
eventual retribuição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de
execução e recebimento, terá vencimento na data da rescisão.       
§ 6° (Vetado).      
§ 7° São vedadas na representação comercial alterações que impliquem, direta
ou indiretamente, a diminuição da média dos resultados auferidos pelo
representante nos últimos seis meses de vigência.          
Art . 33. Não sendo previstos, no contrato de representação, os prazos para recusa das
propostas ou pedidos, que hajam sido entregues pelo representante, acompanhados dos
requisitos exigíveis, ficará o representado obrigado a creditar-lhe a respectiva comissão, se não
manifestar a recusa, por escrito, nos prazos de 15, 30, 60 ou 120 dias, conforme se trate de
comprador domiciliado, respectivamente, na mesma praça, em outra do mesmo Estado, em
outro Estado ou no estrangeiro.
§ 1º Nenhuma retribuição será devida ao representante comercial, se a falta de pagamento resultar de
insolvência do comprador, bem como se o negócio vier a ser por ele desfeito ou for sustada a entrega
de mercadorias devido à situação comercial do comprador, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a
liquidação.
§ 2º Salvo ajuste em contrário, as comissões devidas serão pagas mensalmente, expedindo o
representado a conta respectiva, conforme cópias das faturas remetidas aos compradores, no
respectivo período.
§ 3° Os valores das comissões para efeito tanto do pré-aviso como da indenização, prevista nesta lei,
deverão ser corrigidos monetariamente.
Art . 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação,
ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denunciante,
salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta
dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo
representante, nos três meses anteriores.
 Observação: a exclusividade de zona é implícita. ATENÇÃO:
1. PRIMEIRO VERIFIQUE O
CONTRATO: NA VERDADE, O
CONTRATO PODE
 Recusa do pedido pelo representado: se o contrato não ESTABELECER PRAZO
estabelecer prazo, serão adotados os seguintes, variáveis ESPECÍFICO PARA QUE O
REPRESENTADO POSSA
de acordo com o acordo com os domicílios do interessado RECUSAR PEDIDOS OU
na compra e do representante: PROPOSTAS. NESSE, CASO
VALERÁ O PRAZO
 15 dias, se domiciliados na mesma praça (município); ESTABELECIDO
CONTRATUALMENTE (PACTA
 30 dias, se em praças diferentes, mas no mesmo Estado; SUNT SERVANDA).
2. NA OMISSÃO DO
 60 dias, se em Estados diferentes; CONTRATO...APLICAM-SE OS
PRAZOS PREVISTOS EM LEI.
 120 dias, quando o domicílio do interessado for no
estrangeiro.
RESCISÃO CONTRATUAL SEM JUSTA
CAUSA
INDENIZAÇÃO DO REPRESENTANTE

Art. 27, j da Lei 4886/1965: resolução do contrato sem justa causa – o


montante não poderá ser inferior a 1/12 do total da retribuição auferida
durante o tempo em que exerceu a representação.

Perda da Indenização: hipóteses previstas no art. 35.


RESCISÃO CONTRATUAL(pelo representado)
POR JUSTA CAUSA DO REPRESENTANTE

Art . 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de


representação comercial, pelo representado:
a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do
contrato;
b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado;
c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de
representação comercial;
d) a condenação definitiva por crime considerado infamante;
e) força maior. Atenção: não para o caso fortuito!
Obs: O representante não receberá a indenização prevista no art. 27, j.
RESCISÃO CONTRATUAL (pelo representante)
POR JUSTA CAUSA DO REPRESENTADO

  Art . 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de


representação comercial, pelo representante:
a) redução de esfera de atividade do representante em desacordo com
as cláusulas do contrato;
b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no
contrato;
c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com
o exclusivo escopo de impossibilitar-lhe ação regular;
d) o não-pagamento de sua retribuição na época devida;
e) força maior.
      
Art . 37. Somente ocorrendo motivo justo para a rescisão do
contrato, poderá o representado reter comissões devidas ao
representante, com o fim de ressarcir-se de danos por este
causados e, bem assim, nas hipóteses previstas no art. 35, a título
de compensação.
PROIBIÇÃO DE CLÁUSULA DEL CREDERE

Na verdade, pela referida cláusula o representante comercial tornar-se-ia co-


responsável ou devedor solidário pela transação, e acabaria por assumir o risco
da atividade, transformando-se assim em avalista ou garantidor de um negócio
que independe dele.
Não pode a Representada obrigar o representante a responsabilizar-se por
cliente ou pela venda. De fato, pela simples comissão que o representante
recebe, não pode pretender a representada que tal valor garanta “todo” o
montante da venda.
Essa cláusula representa ou fiança ou uma espécie de seguro exigida pela
representante.
  Art. 43. É vedada no contrato de representação comercial a inclusão de
cláusulas del credere.     
CONTRATOS
DE
FRANQUIA
CONCEITO: Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao
franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição
exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços.
Eventualmente, também pode compreender o direito de uso de tecnologia de
implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos
pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique
caracterizado vínculo empregatício.
SUJEITOS
1. Franqueador: aquele que detém a marca, tecnologia, patente e conhecimentos
específicos de negócios, e que os disponibiliza, parcial ou totalmente, mediante sistema
de franquia, para o franqueado.
2. Franqueado: aquele que aceita utilizar, mediante remuneração ao franqueador, a
oferta específica do franqueador para utilizá-lo em seu negócio próprio. 
LEI ANTERIOR: LEI Nº 8955/1994.
A Lei 8.955/1994 fixava as condições para o relacionamento entre as partes relativas
ao contrato de franquia empresarial, conhecido como franchising.

 
LEI ATUALMENTE EM VIGOR:
 Lei 13.966/2019, cujos efeitos prevaleceram a partir de 26.03.2020.

A LEI 13.966 REVOGOU A LEI N. 8955/1994.


LEI Nº 13.966 DE 26 DE DEZEMBRO DE
2019
Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador
autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de
propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição
exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos
e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido
ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar
relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus
empregados, ainda que durante o período de treinamento.
§ 1º Para os fins da autorização referida no caput, o franqueador deve ser titular ou
requerente de direitos sobre as marcas e outros objetos de propriedade intelectual
negociados no âmbito do contrato de franquia, ou estar expressamente autorizado pelo
titular.
§ 2º A franquia pode ser adotada por empresa privada, empresa estatal ou entidade sem
fins lucrativos, independentemente do segmento em que desenvolva as atividades.
Art.  2º Para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao
interessado Circular de Oferta de Franquia, escrita em língua portuguesa, de
forma objetiva e acessível, contendo obrigatoriamente:
I - histórico resumido do negócio franqueado;
II - qualificação completa do franqueador e das empresas a que esteja ligado,
identificando-as com os respectivos números de inscrição no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ);
III - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora, relativos aos
2 (dois) últimos exercícios;
IV - indicação das ações judiciais relativas à franquia que questionem o sistema ou
que possam comprometer a operação da franquia no País, nas quais sejam parte
o franqueador, as empresas controladoras, o subfranqueador e os titulares de
marcas e demais direitos de propriedade intelectual;
V - descrição detalhada da franquia e descrição geral do negócio e das atividades
que serão desempenhadas pelo franqueado;
VI - perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, escolaridade e outras
características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente;
VII - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio;
VIII - especificações quanto ao:
a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, à implantação e à entrada em operação
da franquia;
b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia;
c) valor estimado das instalações, dos equipamentos e do estoque inicial e suas condições de
pagamento;
IX - informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao
franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que elas
remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte:
a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca, de outros objetos de propriedade intelectual do
franqueador ou sobre os quais este detém direitos ou, ainda, pelos serviços prestados pelo franqueador
ao franqueado;
b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial;
c) taxa de publicidade ou semelhante;
d) seguro mínimo;
X - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados ou subfranqueadores da
rede e, também, dos que se desligaram nos últimos 24 (vinte quatro) meses, com os
respectivos nomes, endereços e telefones;
XI - informações relativas à política de atuação territorial, devendo ser especificado:
a) se é garantida ao franqueado a exclusividade ou a preferência sobre determinado
território de atuação e, neste caso, sob que condições;
b) se há possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu
território ou realizar exportações;
c) se há e quais são as regras de concorrência territorial entre unidades próprias e
franqueadas;
XII - informações claras e detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir
quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à implantação, operação ou
administração de sua franquia apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo
franqueador, incluindo relação completa desses fornecedores;
XIII - indicação do que é oferecido ao franqueado pelo franqueador e em quais
condições, no que se refere a:
a) suporte;
b) supervisão de rede;
c) serviços;
d) incorporação de inovações tecnológicas às franquias;
e) treinamento do franqueado e de seus funcionários, especificando duração, conteúdo e
custos;
f) manuais de franquia;
g) auxílio na análise e na escolha do ponto onde será instalada a franquia; e
h) leiaute e padrões arquitetônicos das instalações do franqueado, incluindo arranjo físico
de equipamentos e instrumentos, memorial descritivo, composição e croqui;
XIV - informações sobre a situação da marca franqueada e outros direitos de propriedade intelectual
relacionados à franquia, cujo uso será autorizado em contrato pelo franqueador, incluindo a
caracterização completa, com o número do registro ou do pedido protocolizado, com a classe e
subclasse, nos órgãos competentes, e, no caso de cultivares, informações sobre a situação perante o
Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC);
XV - situação do franqueado, após a expiração do contrato de franquia, em relação a:
a) know-how da tecnologia de produto, de processo ou de gestão, informações confidenciais e
segredos de indústria, comércio, finanças e negócios a que venha a ter acesso em função da
franquia;
b) implantação de atividade concorrente à da franquia;
XVI - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também do pré-contrato-padrão de franquia
adotado pelo franqueador, com texto completo, inclusive dos respectivos anexos, condições e prazos
de validade;
XVII - indicação da existência ou não de regras de transferência ou sucessão e, caso positivo, quais
são elas;
XVIII - indicação das situações em que são aplicadas penalidades, multas ou indenizações e dos
respectivos valores, estabelecidos no contrato de franquia;
XIX - informações sobre a existência de cotas mínimas de compra pelo franqueado junto ao
franqueador, ou a terceiros por este designados, e sobre a possibilidade e as condições para a
recusa dos produtos ou serviços exigidos pelo franqueador;
XX - indicação de existência de conselho ou associação de franqueados, com as atribuições, os
poderes e os mecanismos de representação perante o franqueador, e detalhamento das competências
para gestão e fiscalização da aplicação dos recursos de fundos existentes;
XXI - indicação das regras de limitação à concorrência entre o franqueador e os franqueados, e entre
os franqueados, durante a vigência do contrato de franquia, e detalhamento da abrangência territorial,
do prazo de vigência da restrição e das penalidades em caso de descumprimento;
XXII - especificação precisa do prazo contratual e das condições de renovação, se houver;
XXIII - local, dia e hora para recebimento da documentação proposta, bem como para início da
abertura dos envelopes, quando se tratar de órgão ou entidade pública.
§ 1º  A Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado, no mínimo, 10
(dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou, ainda, do pagamento de
qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou a pessoa ligada a este, salvo
no caso de licitação ou pré-qualificação promovida por órgão ou entidade pública, caso em que a
Circular de Oferta de Franquia será divulgada logo no início do processo de seleção.
§ 2º  Na hipótese de não cumprimento do disposto no § 1º, o franqueado poderá arguir anulabilidade
ou nulidade, conforme o caso, e exigir a devolução de todas e quaisquer quantias já pagas ao
franqueador, ou a terceiros por este indicados, a título de filiação ou de royalties, corrigidas
monetariamente.
Art. 3º  Nos casos em que o franqueador subloque ao franqueado o ponto comercial onde se
acha instalada a franquia, qualquer uma das partes terá legitimidade para propor a renovação
do contrato de locação do imóvel (art. 51 da Lei 8245/1991), vedada a exclusão de qualquer
uma delas do contrato de locação e de sublocação por ocasião da sua renovação ou
prorrogação, salvo nos casos de inadimplência dos respectivos contratos ou do contrato de
franquia.
Parágrafo único. O valor do aluguel a ser pago pelo franqueado ao franqueador, nas
sublocações de que trata o caput, poderá ser superior ao valor que o franqueador paga ao
proprietário do imóvel na locação originária do ponto comercial, desde que:
I - essa possibilidade esteja expressa e clara na Circular de Oferta de Franquia e no contrato; e
II - o valor pago a maior ao franqueador na sublocação não implique excessiva onerosidade ao
franqueado, garantida a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da sublocação na
vigência do contrato de franquia.
Art. 4º  Aplica-se ao franqueador que omitir informações exigidas por lei ou veicular
informações falsas na Circular de Oferta de Franquia a sanção prevista no § 2º do art. 2º desta
Lei, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 5º Para os fins desta Lei, as disposições referentes ao franqueador ou ao franqueado
aplicam-se, no que couber, ao subfranqueador e ao subfranqueado, respectivamente.
Art. 6º (VETADO).
Art. 7º  Os contratos de franquia obedecerão às seguintes condições: LEI DE
ARBITRAGEM:
I - os que produzirem efeitos exclusivamente no território nacional serão escritos em língua LEI Nº 9307/96
portuguesa e regidos pela legislação brasileira;
II - os contratos de franquia internacional serão escritos originalmente em língua portuguesa
ou terão tradução certificada para a língua portuguesa custeada pelo franqueador, e os
contratantes poderão optar, no contrato, pelo foro de um de seus países de domicílio.
§ 1º  As partes poderão eleger juízo arbitral para solução de controvérsias relacionadas ao
contrato de franquia.
§ 2º  Para os fins desta Lei, entende-se como contrato internacional de franquia aquele que,
pelos atos concernentes à sua conclusão ou execução, à situação das partes quanto a
nacionalidade ou domicílio, ou à localização de seu objeto, tem liames com mais de um
sistema jurídico.
§ 3º  Caso expresso o foro de opção no contrato internacional de franquia, as partes deverão
constituir e manter representante legal ou procurador devidamente qualificado e domiciliado
no país do foro definido, com poderes para representá-las administrativa e judicialmente,
inclusive para receber citações.
Art. 8º A aplicação desta Lei observará o disposto na legislação de propriedade
intelectual vigente no País.
Art. 9º  Revoga-se a Lei nº 8.955, de 15 de dezembro de 1994 (Lei de Franquia).
Art. 10.  Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação
oficial. 
Brasília, 26 de dezembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.  
LEASING – ARRENDAMENTO MERCANTIL
1. Introdução

Trata-se de um contrato atípico.

Observação: a Lei nº 6.099/1974 não regulamenta o contrato de arrendamento mercantil, mas


trata tão somente dos efeitos tributários deste contratos.

Resolução nº 2309/1996 do Banco Central – Respaldo administrativo para regulamentar os


contratos de arrendamento mercantil no Brasil.

2. Sujeitos: arrendador (arrendante) e arrendatário

ARRENDADO É O BEM!
 3.Conceito: É um contrato especial de locação que assegura ao
locatário a prerrogativa de adquirir o bem alugado ao final do período
previamente estabelecido, pagando, neste caso, uma diferença chamada
valor residual.

 LEASING = LOCAÇÃO + OPÇÃO UNILATERAL DO ARRENDATÁRIO


(PARA RESCINDIR O CONTRATO OU PARA RENOVAR OU PARA
ADQUIRIR O BEM – MEDIANTE PAGAMENTO DO VRG)
4. Opções ao final do Contrato: renovar a locação; encerrar o contrato,
não mais renovando a locação; comprar o bem alugado, pagando-se o
valor residual.

5. Requisito do arrendador: o arrendador deve ser sempre uma pessoa


jurídica, que tem como objeto principal de sua atividade a prática de
operações de arrendamento mercantil: ser um banco múltiplo com carteira
de arrendamento mercantil ou ser uma instituição financeira autorizada a
contratar operações de arrendamento com o próprio vendedor do bem ou
com pessoas jurídicas a ele coligadas ou interdependentes.

6. Objeto do leasing: bens móveis ou imóveis.


7. VALOR RESIDUAL DE GARANTIA (VRG)

É POSSÍVEL DILUIR O VRG NAS PRESTAÇÕES ESTABELECIDAS NO CONTRATO DE LEASING?

HISTÓRICO:
Sum. 263 do STJ. A cobrança antecipada do valor residual (VRG) descaracteriza o
contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a prestação.
Julgando os REsp n. 443.143-GO e 470.632-SP, na sessão de 27.08.2003, a Segunda
Seção deliberou pelo CANCELAMENTO da Sumula n. 263.
DJ 24.09.2003, p. 216

Sum. 293 do STJ


O STJ MUDOU SEU ENTENDIMENTO ACERCA DO TEMA,
CANCELANDO A SUM. 263 DO STJ E EDITANDO A SÚM. 293, COM A
SEGUINTE REDAÇÃO:

Sum. 293 do STJ. A cobrança antecipada do valor residual


garantido (VRG) NÃO descaracteriza o contrato de
arrendamento mercantil.
Corte Especial, em 05.05.2004
DJ 13.05.2004, p. 183
JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA 293/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A antecipação do VRG


não desnatura o contrato de arrendamento mercantil. Súmula 293/STJ. 2. A
decisão ora agravada foi proferida de acordo com os fundamentos e o pedido
contidos no recurso especial, dando-lhe provimento para afastar do acórdão
recorrido o entendimento de que a inclusão do valor residual de garantia nas
prestações mensais descaracteriza o leasing, reduzindo-o à compra e venda a
prestação. Suprimida essa fundamentação do acórdão, os autos devem retornar
ao Tribunal a quo para que prossiga no julgamento da apelação, com o exame
das questões remanescentes. 3. Agravo regimental não provido.
EXEMPLO DE CONTRATO COM VRG
DILUIDO: LEASING DE VEÍCULO
 VEÍCULO:
 VALOR DO BEM FINANCIADO: 50.000,00
 VALOR TOTAL COM JUROS: 85.800,00
 Nº PRESTAÇÕES: 78 MENSALIDADES
 VALOR DA MENSALIDADE PRINCIPAL: 1.100,00
 VALOR DO VRG: 7.800,00
 VRG DILUIDO: PARCELA MENSAL R$ 100,00

 PARCELA FINAL DO CONTRATO DE LEASING: R$ 1.200,00

 O CONTRATO DE LEASING DEVE SEMPRE CONSTAR AS OPÇÕES DE ESCOLHA PARA O


ARRENDATÁRIO
OBSERVAÇÕES:

DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO DE LEASING,

A PROPRIEDADE DO BEM É DO ARRENDADOR

A POSSE DO BEM É DO ARRENDATÁRIO.

CASO O ARRENDATÁRIO OPTE POR ADQUIRIR O BEM, DEVERÁ SER


DILIGENCIADA A TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE, DO ARRENDADOR PARA O
ARRENDATÁRIO.
LEASING X ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA

CARACTÉRISTICAS LEASING ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA


DO CONTRATO
SUJEITOS ARRENDADOR – INSTITUIÇÃO MUTUANTE-FIDUCIÁRIO = BANCO (QUEM
FINANCEIRA DÁ OU ACREDITA/ADMITE A CONFIANÇA).
ARRENDATÁRIO O banco terá o direito de penhorar o
bem objeto da garantia em caso de
inadimplência do mutuário.
MUTUÁRIO-FIDUCIANTE = CLIENTE (QUE
SE COMPROMETE EM FACE DA
CONFIANÇA). O FIDUCIANTE OFERECE EM
GARANTIA O BEM OBJETO DO
CONTRATO.
Neste contrato, haverá o gravame.
PROPRIEDADE ARRENDADOR/ARRENDANTE MUTUÁRIO-FIDUCIANTE

POSSE ARRENDATÁRIO MUTUÁRIO-FIDUCIANTE


6. Modalidades:

6.1 Leasing Operacional: caracteriza-se pelo fato de o bem arrendado já ser da


arrendadora, que então apenas aluga ao arrendatário, sem ter o custo inicial de
aquisição do bem, comprometendo-se também a prestar assistência técnica. A
soma das prestações do aluguel não pode ultrapassar 75% do valor do bem. Por
isso, geralmente, o VRG é alto.
CASOS CONCRETOS

1. MAQUINÁRIO NO VALOR DE R$ 500.000,00


 SE FOR FEITO UM LEASING DE 60 PARCELAS DE R$ 6.250,00
 COM VRG DE R$125.000,00
 NÃO HÁ QUALQUER VANTAGEM PARA O ARRENDADOR.

2. MAQUINÁRIO NO VALOR DE R$ 500.000,00


 SE FOR FEITO UM LEASING DE 60 PARCELAS DE R$ 7.250,00
 COM VRG DE R$190.000,00
 HÁ VANTAGEM PARA O ARRENDADOR.
6.2 Leasing Financeiro: é a modalidade típica de arrendamento
mercantil, em que o bem arrendado não pertence à arrendadora, mas é
indicado pelo arrendatário. Ela então deverá adquirir o bem indicado,
para depois alugá-lo ao arrendatário. Nesta espécie de leasing, como a
arrendadora tem um alto custo inicial em razão da necessidade de
adquirir o bem indicado pelo arrendatário, as prestações referentes ao
aluguel devem ser suficientes para a recuperação desse custo. Por
isso, caso seja feita a opção final de compra pelo arrendatário, o VRG
será menor.
 

6.3. Leasing Back: O bem arrendado era de propriedade do arrendatário,


que o vende à arrendadora, para depois arrendá-lo, podendo, obviamente,
readquirir o bem ao final do contrato, caso se utilize da opção de compra,
pagando o VRG.

7. Antecipação do VRG: Divergências doutrinárias. Enunciado 263 STJ


(cancelado). Enunciado 293 – STJ (vigente).
8. Prazos: O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos para
bens com vida útil de até cinco anos e de três anos para os demais
– Leasing Financeiro.

Por exemplo: para veículos, o prazo mínimo é de 24 meses e para


outros equipamentos e imóveis, o prazo mínimo é de 36 meses
(bens com vida útil superior a cinco anos).

Existe, também, modalidade de operação, denominada leasing


operacional, em que o prazo mínimo é de 90 dias.
PARA O LEASING FINANCEIRO...

VIDA ÚTIL DO BEM (VUB) PRAZO MÍNIMO PARA O CONTRATO DE


LEASING

SE A VUB FOR DE ATÉ 5 ANOS 2 ANOS

SE A VUB FOR SUPERIOR A 5 ANOS 3 ANOS

PARA O LEASING OPERACIONAL, O PRAZO MÍNIMO É DE 90 DIAS.


RESOLUÇÃO Nº 2309/1996

Disciplina e consolida as normas relativas às operações de arrendamento


mercantil.
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei nº. 4.595, de
31.12.64, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão
realizada em 28.08.96, com base no disposto na Lei nº. 6.099, de 12.09.74, com
as alterações introduzidas pela Lei nº. 7.132, de 26.10.83, R E S O L V E U:
Art. 1º Aprovar o Regulamento anexo, que disciplina a modalidade de
arrendamento mercantil operacional, autoriza a prática de operações de
arrendamento mercantil com pessoas físicas em geral e consolida normas a
respeito de arrendamento mercantil financeiro.
Art. 2º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a adotar as medidas e baixar as
normas julgadas necessárias à execução do disposto nesta Resolução.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Ficam revogadas as Resoluções nºs 980, de 13.12.84,


1.452, de 15.01.88, 1.474, de 29.03.88, 1.681, de 31.01.90, 1.686,
de 21.02.90, e 1.769, de 28.11.90, o art. 2º da Resolução nº. 2.276,
de 30.04.96, as Circulares nºs 903, de 14.12.84, 2.064, de
17.10.91, e o art. 2º da Circular nº. 2.706, de 18.07.96.
Brasília, 28 de agosto de 1996.
Gustavo Jorge Laboissière Loyola Presidente
ANEXO
CAPÍTULO I
Da Prática de Arrendamento Mercantil
Art. 1º As operações de arrendamento mercantil com o tratamento tributário
previsto na Lei nº. 6.099, de 12.09.74, alterada pela Lei nº. 7.132, de
26.10.83, somente podem ser realizadas por pessoas jurídicas que
tenham como objeto principal de sua atividade a prática de operações
de arrendamento mercantil, pelos bancos múltiplos com carteira de
arrendamento mercantil e pelas instituições financeiras que, nos termos
do art. 13 deste Regulamento, estejam autorizadas a contratar operações de
arrendamento com o próprio vendedor do bem ou com pessoas jurídicas a ele
coligadas ou interdependentes.
Parágrafo único. As operações previstas neste artigo podem ser dos tipos
financeiro e operacional.
Art. 2º Para a realização das operações previstas neste Regulamento, as
sociedades de arrendamento mercantil e as instituições financeiras
citadas no artigo anterior devem manter departamento técnico
devidamente estruturado e supervisionado diretamente por um de seus
diretores.
Parágrafo único. As sociedades e instituições devem comunicar à
Delegacia Regional do Banco Central do Brasil a que estiverem
jurisdicionadas o nome do diretor responsável pela área de arrendamento
mercantil.
CAPÍTULO II
Da Constituição e do Funcionamento das Sociedades de Arrendamento Mercantil
Art. 3º A constituição e o funcionamento das pessoas jurídicas que tenham como
objeto principal de sua atividade a prática de operações de arrendamento
mercantil, denominadas sociedades de arrendamento mercantil, dependem de
autorização do Banco Central do Brasil.
Art. 4º As sociedades de arrendamento mercantil devem adotar a forma jurídica
de sociedades anônimas e a elas se aplicam, no que couber, as mesmas
condições estabelecidas para o funcionamento de instituições financeiras na Lei
nº. 4.595, de 31.12.64, e legislação posterior relativa ao Sistema Financeiro
Nacional, devendo constar obrigatoriamente de sua denominação social a
expressão "Arrendamento Mercantil".
Parágrafo único. A expressão "Arrendamento Mercantil" na denominação ou
razão social é privativa das sociedades de que trata este artigo.
CAPÍTULO III
Das Modalidades de Arrendamento Mercantil
Art. 5º Considera-se arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que:
I - as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela
arrendatária, sejam normalmente suficientes para que a arrendadora recupere o
custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente,
obtenha um retorno sobre os recursos investidos;
II - as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da arrendatária;
III - o preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado,
podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado.
Art. 6º Considera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade em que:
I - as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplem o custo de
arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à disposição da
arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar 90%
(noventa por cento) do "custo do bem;"
II - o prazo contratual seja inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do prazo de
vida útil econômica do bem;
III - o preço para o exercício da opção de compra seja o valor de mercado do
bem arrendado;
IV - não haja previsão de pagamento de valor residual garantido.
Parágrafo 1º As operações de que trata este artigo são privativas dos bancos
múltiplos com carteira de arrendamento mercantil e das sociedades de
arrendamento mercantil.
Parágrafo 2º No cálculo do valor presente dos pagamentos deverá ser
utilizada taxa equivalente aos encargos financeiros constantes do
contrato.

Parágrafo 3º A manutenção, a assistência técnica e os serviços


correlatos à operacionalidade do bem arrendado podem ser de
responsabilidade da arrendadora ou da arrendatária. (Redação dada
ao Art. 6º pela Resolução 2465, de 19/02/1998).
DICA

Sobre a manutenção, a assistência técnica e os serviços correlatos...


Responsabilidade de quem?

No leasing Financeiro No Leasing Operacional

Resp. da ARRENDATÁRIO Resp. da ARRENDADORA ou da


ARRENDATÁRIA
CAPÍTULO IV Dos Contratos de Arrendamento
Art. 7º Os contratos de arrendamento mercantil devem ser formalizados por instrumento
público ou particular, devendo conter, no mínimo, as especificações abaixo
relacionadas:
I - a descrição dos bens que constituem o objeto do contrato, com todas as
características que permitam sua perfeita identificação;
II - o prazo de arrendamento;
III - o valor das contraprestações ou a fórmula de cálculo das contraprestações, bem
como o critério para seu reajuste;
IV - a forma de pagamento das contraprestações por períodos determinados, não
superiores a 1 (um) semestre, salvo no caso de operações que beneficiem atividades
rurais, quando o pagamento pode ser fixado por períodos não superiores a 1 (um) ano;
V - as condições para o exercício por parte da arrendatária do direito de optar pela
renovação do contrato, pela devolução dos bens ou pela aquisição dos bens
arrendados;
VI - a concessão à arrendatária de opção de compra dos bens arrendados, devendo ser
estabelecido o preço para seu exercício ou critério utilizável na sua fixação.
O COMÉRCIO
ELETRÔNICO
1. Histórico

 Internet – precursor: ARPANet – Advance Research Projects – Rede que, em 1969


interligou o Departamento de Defesa Norte-americano a universidades e organismos
militares.

 Origem: 1970 – quando o Interneting Project padronizou o sistema de transmissão


de dados, os protocolos de internet (IP).

 Em 1993 – World Wide Web (WWW) – universalização do acesso à rede.

 1990 – Popularização da rede, ultrapassando os circuitos universitários.


 
2. Conceito – O comércio Eletrônico é a venda de serviços realizadas em estabelecimento
virtual.

3. Oferta e Contrato
 
3.1. Momento da Oferta – A oferta e o contrato são feitos por transmissão e repecção
eletrônica de dados. Considera-se feita a oferta no momento em que os dados
disponibilizados pelo empresário em seu website ingressam no computador do
consumidor ou adquirente.
 
3.2.Aceitação: Existe promessa de contratar no ambiente virtual?

A aceitação verifica-se quando os dados transmitidos por estes ingressam nas


máquinas do empresário.
4. O Estabelecimento Virtual
O estabelecimento empresarial é o conjunto de bens reunidos pelo empresário
para a exploração da atividade econômica.
 
4.1. Antes do Aparecimento do Comércio Eletrônico – estabelecimento era
sempre físico.

4.2. Depois do Comércio Eletrônico – surge o estabelecimento fisicamente


inacessível: o adquirente deve manifestar a aceitação por meio de
transmissão eletrônica de dados.
Obs: Nome de Domínio – Cumpre duas funções: a de endereço
eletrônico e a de título de estabelecimento. É registrado no NIC.BR:
Núcleo de informação e coordenação do ponto Br.

Deve observar o protocolo DNS (Domais Name System).

Endereço = Núcleo – com função de individualizar o website, seguido


de dois TLDs (Top Level Domaisn: domínio de primeiro nível); o
primeiro referente à natureza do titular (ex: .com) e o segundo ao país
de origem (ex: .br).

NIC.br – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.


5. O Contrato Eletrônico – Celebrado por meio de transmissão de dados.

OBS: Princípio da Equivalência Funcional: Contrato-p (contrato papel) e Contrato-e


(contrato eletrônico).

Contrato-e ~ Contrato-p

Eficácia do Contrato-e.

6. O Contrato Eletrônico e as Relações de Consumo.


7. Requisitos Jurídicos do Website

7.1. Se as informações transmitidas pelo website são incompletas, incongruentes,


contraditórias ou obscuras. CDC, art. 37 e 40.

7.2. Se as informações veiculadas no estabelecimento eletrônico não forem verdadeiras


– Vício do fornecimento.
7.3. Disparidade entre a realidade do produto ou serviço e as indicações constantes da
mensagem publicitária - Vício de qualidade – arts. 18 e 20 CDC.

7.4. Se o website tem layout que dificulte o acesso a certas informações – Art. 46 CDC.

7.5. Se o website se omite em relação às informações sobre os riscos à saúde ou à


segurança do consumidor, não sendo estes normais e previsíveis em vista da natureza e
fruição do serviço ou produto (CDC, art. 8º).
8. Publicidade nos Estabelecimentos Virtuais.

O titular do estabelecimento virtual não responde pela veracidade e regularidade da


publicidade de terceiros, porque, neste caso, ele é apenas veículo. Responde,
contudo, na hipótese de apresentar no website anúncio enganoso ou abusivo
sobre os seus próprios produtos ou serviços.

9. Direito de Arrependimento.

A compra de produtos ou serviços através da internet realiza-se “dentro” do


estabelecimento (virtual) do fornecedor. Por isso, o comprador (não consumidor)
internetenáutico não tem direito de arrependimento, a menos que o empresário
fornecedor tenha utilizado em seu website alguma técnica agressiva de marketing,
isto é, tenha-se valido de expediente que garanta a possibilidade de devolução do
produto em caso de não adaptação ou desinteresse.
O art. 49 CDC só se aplica para os contratos consumeristas, não incidindo,
pois, como garantia automática dos contratos virtuais entre empresários.
10. O Comércio eletrônico e as Relações Interempresariais.

O comércio-e entre empresários não está sujeito ao Código de Defesa do


Consumidor. O website destinado à venda de insumos (produtos ou serviços)
pode disponibilizar apenas informações genéricas, mas suficientes para o
desencadeamento das negociações, e ainda assim não sofrerá os regramentos
do CDC. O empresário fornecedor (titular do website) pode, no entanto, ser
responsabilizado se o conteúdo da informação veiculada violar garantias gerais
tuteladas pelo Direito dos Contratos, bem como desrespeitar princípios ou
regras consubstanciadas pelo Direito das Obrigações (vide CC/2002).
Marcela Matos de Oliveira, SLU, estava navegando pela internet quando encontrou um
site especializado em contratos de leasing. Marcela ficou interessada em um imóvel
ofertado pelo site, pois estava procurando um estabelecimento físico para instalar o seu
negócio. Ela escolheu o imóvel no site, preencheu a ficha cadastro, teve a análise de
crédito aprovada e se dirigiu a Sucesso Leasing SA (instituição financeira) para
concretizar o negócio. Depois de todo o procedimento contratual concluído, Marcela
recebe as chaves do imóvel e vai conhecer pela primeira vez sua aquisição. Chegando lá,
percebeu que as fotos apresentadas no site eram completamente diferentes da realidade: o
imóvel estava super deteriorado e não valia o preço pelo qual fora ajustado.
 Marcela, passados dois dias do recebimento das chaves, procura você, advogado,
querendo saber se é possível desistir do negócio em sete dias.
Responda a Marcela, de forma fundamentada.
CONTRATOS BANCÁRIOS
Por Bruna Campos
NOÇÕES Iniciais – a atividade típica do banco é a intermediação de
recursos monetários.

Lei nº 4595/1964 – art. 17: Consideram-se instituições financeiras as


pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade
principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Os contratos bancários podem ou não estar sujeitos ao
Código de Defesa do Consumidor.

As operações desenvolvidas pelos bancos podem ser


típicas (atividades de intermediação de recursos
financeiros exclusivos de bancos) ou atípicas (prestação
de serviços ligados ao cumprimento de obrigações
pecuniárias). As operações típicas são ativas ou passivas.
DEPÓSITO BANCÁRIO: É o contrato mais importante das
operações passivas. Através dele, o banco recebe para
guarda e conservação o dinheiro do cliente e obriga-se a
restituí-lo, ou entregá-lo a terceiros, assim que solicitado
ou no prazo contratado.
 Modalidades do Depósito Bancário:
A) à vista: em que, solicitada pelo depositante a
restituição, total ou parcial, dos recursos
depositados, deve o banco providenciá-lo de
imediato.
B) a pré-aviso: em que, feita a solicitação da
restituição, deve o banco providenciá-la no prazo
fixado entre as partes;

C) a prazo fixo: em que o depositante pode solicitar a


restituição dos recursos somente após uma
determinada data. Ex: cadernetas de poupança.
 MÚTUO BANCÁRIO: É o mais importante contrato
relacionado às atividades ativas.

CONCEITO: O mútuo bancário é o contrato pelo qual o


banco empresta certa quantia de dinheiro ao cliente, que
se obriga a pagá-la, com os acréscimos remuneratórios, no
prazo contratado.
 A diferença entre o mútuo civil e o bancário diz respeito aos juros. No
civil, adota-se a regra do art. 406 CC – os juros não podem ser
superiores à taxa SELIC para negociação dos títulos da dívida ativa
federal. No mútuo bancário, não existem limites legais. Contudo, não
significa dizer que os juros não possam ser considerados exorbitantes.
Essa análise ficará a cargo do Poder Judiciário.
 Obs: Cheque especial: conta garantida.

SÚMULA 01/2016: “São complexas as ações em que se discute


revisão de juros remuneratórios e moratórios nos contratos de
cartão de crédito e cheque especial, em face da necessidade de
cálculos específicos”. (Aprovado por maioria em 29.01.2016 –
Turmas Recursais Reunidas TJBA).

APLICAÇÃO FINANCEIRA: OS FUNDOS

É o contrato pelo qual o depositante autoriza o banco a


empregar, no todo ou em parte, o dinheiro mantido em conta
de depósito num investimento (ações, títulos da dívida
pública, etc.) – alternativas de investimento.
O regimento do fundo fixa os limites e condições a partir dos
quais o banco administra os recursos aplicados pelos
clientes, procurando ampliar o máximo a rentabilidade da
carteira, com decisões oportunas de compra e venda das
ações, títulos ou posições que a compõem.
DESCONTO BANCÁRIO: É o contrato pelo qual o
descontador (banco ou instituição financeira) recebe em
cessão o crédito que o cliente descontário (empresário ou
pessoa física) titulariza perante terceiro (consumidor ou
adquirente) e antecipa-lhe o valor descontado de juros e
encargos. O desconto bancário é contrato real, que se
aperfeiçoa com a transferência do crédito ao banco
descontador.
 CRÉDITO DOCUMENTÁRIO: É o contrato bancário em razão do
qual o banco (emissor) assume, perante o seu cliente
(ordenante), a obrigação de proceder a pagamento em favor de
terceiro (beneficiário), contra a apresentação de documentos
relacionados a negócio realizado pelos dois últimos. Larga
utilização no comércio exterior.
 VENDOR: É o contrato por meio do qual o banco paga
ao distribuído o preço à vista das mercadorias vendidas
ao distribuidor e cobra deste a prazo. Trata-se de opção
mais barata de financiamento para o distribuidor, porque
é menor a taxa de risco embutida nos juros, em razão
do fato de serem as garantias (aval ou fiança)
garantidos pelo distribuidor.

Sendo o crédito aprovado pelo banco (financiador), o valor


é creditado diretamente em favor do DISTRIBUIDO,
permanecendo o DISTRIBUIDOR na condição de devedor
do banco contratado mediante o Vendor, até que a dívida
seja integralmente quitada (pelo distribuidor).
 FACTORING: O fomento mercantil é o contrato pelo
qual um empresário (faturizador) presta a outro
(faturizado) serviços de administração do crédito
concedido e garante o pagamento das faturas emitidas
(maturity factoring). É comum também o contrato
abranger a antecipação do crédito, numa operação de
financiamento (conventional factoring).
Obs: Enquanto o contrato de fomento mercantil não for
considerado contrato bancário pelo BACEN, a faturizadora
não pode cobrar, a título de juros, taxa superior à legal. Os
preços de seu serviço de assessoramento na administração
do crédito concedido, no entanto, não são limitados e,
devidamente destacados dos juros, podem ser cobrados da
faturizada, nos termos do contrato.
 ARRENDAMENTO MERCANTIL – LEASING: Locação
com opção de compra.

Exploração do leasing: Resolução nº 2309/1996, do


Conselho Monetário Nacional.

Espécies de leasing: Operacional e Financeiro. A principal


diferença diz respeito ao valor do resíduo a ser pago pelo
arrendatário ao término do contrato, caso opte pela
aquisição do bem: expressivo no operacional e
inexpressivo no financeiro.
O leasing financeiro deve ser contratado por no mínimo 2
(se a vida útil do bem arrendado é de até 5 anos) ou 3
anos (se maior a vida útil do bem arrendado).

O leasing operacional não pode ter prazo de duração


inferior a 90 dias. Se o arrendador manifestar a opção de
compra antes desses prazos, o contrato terá o tratamento
tributário de compra e venda.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA: É o contrato
pelo qual uma das partes (fiduciante) aliena um bem para
a outra (fiduciário) sob a condição de ele ser restituído à
sua propriedade quando verificado determinado fato. Trata-
se de contrato-meio.

A alienação fiduciária em garantia é a alienação fiduciária


que instrumentaliza o mútuo, sendo o mutuário o fiduciante
e o mutuante, o fiduciário.
CONTRATO DE SEGURO

 1. Conceito.

 2. Função – socializar riscos entre os segurados. A companhia


seguradora recebe de cada um o prêmio, calculado de acordo
com a probabilidade de ocorrência do evento danoso. Em
contrapartida, obriga-se a pagar certa prestação pecuniária,
em geral de caráter indenizatório, ao segurado, ou a terceiros
beneficiários, na hipótese de verificação do sinistro.
 Espécies de Seguros Empresariais:

a) Seguro Agrícola
b) Seguro de Crédito
c) Seguro de Transporte
d) Seguro de Responsabilidade Civil
TRATAMENTO JURÍDICO
DOS CARTÕES DE CRÉDITO
1.Introdução

Importância dos Cartões de Crédito nas relações comerciais.

2. Breve histórico
1888

1914 (Continente Europeu) - cartões de credenciamento ou bom


pagador, utilizados por empresas hoteleiras, na França, Inglaterra
e Alemanha, para uso exclusivo de seus clientes, que recebiam
uma credencial, permitindo debitar os gastos de hospedagem e
alimentação, para pagamento posterior a data da despesas
realizadas.
 1920 (Estados Unidos) – A Esso e a Texaco,
distribuidoras de gasolina, forneciam aos seus clientes
um cartão de identificação, denominados cartões de
identificação de bons pagadores, com a finalidade de
prender esses clientes às mesmas, facilitando um
pagamento posterior das compras feitas em
determinado período.
 1949 – Grande expansão
 1951 – Primeiro cartão de Crédito Bancário - Franklin
National Banck
 Diner’s Club e American Express.
3. Conceito:
 operações de crédito aberto pelos estabelecimentos
emissores a favor do usuário;
 Documento que atesta a existência de um crédito em
favor de seu portador.
“O cartão de crédito é um negócio jurídico com várias
facetas. Integrado por vários contratos que se desdobram
entre os componentes do negócio, unifica-se pela
finalidade proposta: permitir que o consumidor adquira de
imediato, em determinados estabelecimentos comerciais
ou de serviços, os bens e serviços de que necessita”
(Bulgareli, 2005)
4. Contrato de cartão de Crédito
 Titular - usuário
 Fornecedor – Empresa filiada ao sistema.
 Órgão Emissor - Administradora

4.1 Contrato entre Órgão Emissor e Titular


4.2 Contrato entre Órgão Emissor e Fornecedor
Fran Martins elenca três modalidades básicas de Cartões
de Crédito, a saber:
a) Cartões de credenciamento ou bilaterais: emitidos por
empresas comerciais para uso restrito dos seus clientes.
Exemplos destes cartões na atualidade: Cartão Big
Supermercados, Bourbom, Carrefour, C&A, Lojas Renner,
etc.
b) Cartões não-bancários ou trilaterais: emitidos por
empresas intermediárias entre os compradores e
vendedores, chamados de cartões de crédito “próprios”.
Exemplos: Diner’s Club, etc.
c) Cartões bancários ou plurilaterais: editados por bancos, ou grupos de
bancos, que possibilitam ao usuário a utilização de crédito bancário.
Exemplos: Cartões Visa, Mastercard, Credicard, American Express, etc.

5. Conceitos Importantes:

Anuidade que é a taxa que a administradora cobra do portador para se


associar ao sistema de cartão de crédito.

Comissão que é paga pelo estabelecimento à instituição que o afiliou


pela utilização do cartão por parte do usuário. Esta comissão varia de
acordo com algumas variáveis, tais como: total movimentado via cartão;
valor de venda média por operação; risco do negócio; tradição no ramo
e tempo de mercado.
Remuneração de garantia que trata-se de uma receita
que a administradora cobra do portador do cartão quando
as compras são financiadas.

Taxa de administração é que toda vez que há um


financiamento por parte do portador algumas
administradoras cobram também uma taxa mensal.
A administradora de cartão de crédito é quem controla
economicamente todo o sistema, pois compete a ela
selecionar seus titulares, credenciar fornecedores e
estabelecer as regras contratuais entre as partes.

Emissão do Cartão de Crédito pelo próprio Banco –


Autorização do Conselho Monetário Nacional – fiscalização
pelo Banco Central do Brasil, na forma do artigo 10, inciso
IX e X, da Lei 4.595, de 31/12/64.

Associação dos bancos às administradoras de cartão de


crédito – não necessita de autorização para funcionamento
e nem será fiscalizado pelo Banco Central do Brasil.
Gerson Luiz Carlos Branco enfatiza que o Contrato entre
Emissor e Fornecedor:

Constitui também um contrato atípico, misto, no qual se


estabelece que o fornecedor aceitará como meio de
pagamento de bens e serviços a apresentação dos cartões
sem aumento das despesas, dando quitação, e pagará
taxa à administradora (normalmente de 5% a 10%), que
por outro lado, será encarregada de encaminhar fregueses
(prestação de serviços) e pagar as notas apresentadas
(sub-roga-se nos direitos do fornecedor), assumindo os
riscos da cobrança contra o titular, desde que dentro dos
limites permitidos.
“Na realidade, o fornecedor satisfaz no ato as exigências
do comprador, como se o cartão moeda fosse, com a
diferença de que, com sua aceitação, o vendedor constitui
a administradora automaticamente em devedora.”
6. Sistema Jurídico dos Cartões de Crédito

Para Fausto Pereira de Lacerda Filho:


[...] sustentamos que o instituto do cartão de crédito deverá
ser entendido como um negócio jurídico complexo,
conformado em uma unidade de relações jurídicas
originalmente diversas entre os seus intervenientes, onde
cada qual possui uma regulamentação e uma natureza
jurídica própria, independente e autônoma, mas que, por
via de complementação que é própria e característica do
sistema, demonstram a ineficácia de cada uma delas se
não forem integradas reciprocamente.
Observação: Contrato de Cessão de Crédito.

Características do Contrato de Cartão de Crédito:


 Bilateral – titular do cartão de crédito e o emissor
 Oneroso
 Comutativo
 Sinalagmático
 Negócio jurídico Complexo
 Plurilateral – quando o titular do cartão de crédito utiliza o plástico para realizar
contratos diversos (compra e venda ou prestação de serviços)
 Atípico
 De crédito
 De adesão
 De Consumo.
FACTORING OU FOMENTO MERCANTIL
Conceito
“Factoring (fomento mercantil) é uma atividade comercial caracterizada pela
aquisição de direitos creditórios, por um valor à vista e mediante taxas de juros e de
serviços, de contas a receber a prazo. Ela possibilita liquidez financeira imediata para
micro e pequenas empresas, e não deve ser confundida com a operação praticada
pelos bancos” (Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/entenda-o-que-
e-factoring,22e655434096d610VgnVCM1000004c00210aRCRD).

Sujeitos
FATURIZADOR

FATURIZADO
Objetivos do Factoring
• O factoring surgiu com o objetivo de:
• Congregar todas as pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de fomento mercantil.
• Difundir e valorizar o fomento mercantil como atividade geradora de riqueza.
• Representar e defender os interesses do fomento mercantil, atuando, para esse fim, junto
dos poderes públicos – federais, estaduais e municipais e entidades do setor privado.
• Estimular o desenvolvimento e o aprimoramento tecnológico do fomento mercantil,
buscando difundi-lo no segmento das pequenas e médias empresas, por meio de cursos e
seminários.
• Celebrar acordos e convênios de colaboração técnica ou de prestação de serviços com
entidades públicas ou privadas.
• Firmar alianças e parcerias de interesse.
• Defender os interesses das empresas associadas.
• Orientar e preservar o segmento do fomento mercantil na legalidade.
Vantagens da Parceria com uma Factoring

 - A empresa recebe à vista suas vendas feitas à prazo,


melhorando o fluxo de caixa para movimentar os negócios;
- Assessoria administrativa;
- Cobrança de títulos ou direitos de créditos;
- Agilidade e rapidez nas decisões;
- Intermediação entre a empresa e seu fornecedor. O Factoring
possibilita a compra de matéria-prima à vista, gerando
vantagens e competitividade;
- Análise de risco e assessoria na concessão de créditos a
clientes.
Fonte: https://sinfacrj.com.br/oque_e_factoring.php
3.COMO FUNCIONA

O processo de Factoring inicia-se com a assinatura de um Contrato de


Fomento Mercantil (contrato – mãe) entre a empresa e a Factoring onde
são estabelecidos os critérios da negociação e o fator de compra.
São 4 as etapas básicas do processo:
- A empresa vende seu bem, crédito ou serviço à prazo, gerando um
crédito (exemplo: Duplicata Mercantil), no valor correspondente;
- A empresa negocia este crédito com a Factoring;
- De posse desse crédito, a Factoring informa o sacado sobre o fato e a
forma de cobrança (carteira ou banco);
- Findo o prazo negociado inicialmente, a empresa sacada pagará o valor
deste crédito à Factoring, encerrando a operação.
Fonte: https://sinfacrj.com.br/oque_e_factoring.php
4. Espécies de Factoring
 No mercado brasileiro o Factoring é mais atuante na modalidade convencional. Segue abaixo
um pequeno resumo das principais modalidades:
 Convencional – É a compra dos direitos de créditos das empresas fomentadas, através de um
contrato de fomento mercantil;
 Maturity – A Factoring passa a administrar as contas a receber da empresa fomentada,
eliminando as preocupações com cobrança;
 Trustee – Além da cobrança e da compra de títulos, a Factoring presta assessoria
administrativa e financeira às empresas fomentadas;
 Exportação – Nessa modalidade, a exportação é intermediada por duas empresas de Factoring
(uma de cada país envolvido), que garantem a operacionalidade e liquidação do negócio;
 Factoring Matéria-Prima – A Factoring nesse caso transforma-se em intermediário entre a
empresa fomentada e seu fornecedor de matéria-prima. A Factoring compra à vista o direito
futuro deste fornecedor e a empresa paga à Factoring com o faturamento gerado pela
transformação desta matéria-prima. Fonte:https://sinfacrj.com.br/oque_e_factoring.php

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