A Teoria Alternativa da Moeda é a outra face da (Teoria da) Moeda.
Uma contra-Teoria Quantitativa da Moeda pode ser construída a
partir da possível inversão lógica de seus postulados, sempre realizada pelos seus críticos, ao longo dos últimos 250 anos.
Contra esta ortodoxa Teoria Monetária dos Preços se ergue uma
Teoria da Fixação Oligopolista dos Preços. Esta explica o valor da moeda. Este não é explicado pela quantidade da própria moeda.
O nível geral dos preços estabelece o poder de compra da moeda,
independentemente de sua quantidade em circulação. Esta sanciona esse determinado nível. A quantidade de moeda em circulação é estabelecida de maneira endógena pelas forças do mercado, não sendo possível o total controle exógeno pela Autoridade Monetária. A moeda importa nas decisões de gastos, mas não é crucial nas decisões de fixação de preços.
Em síntese, este é o esboço dos postulados fundamentais de uma
Teoria Alternativa da Moeda (TAM). Eu os organizei a partir de todas as críticas à Teoria Quantitativa da Moeda (TQM), formuladas desde seus primórdios na virada do século XVIII para o XIX. Defendi a TAM como minha tese no concurso para Livre-Docência, realizado em 1994, no IE-UNICAMP.
Depois a resumi no capítulo inicial do livro didático “Economia
Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista”, publicado em 1999. Foi finalista do Prêmio Jabuti, mas o vencedor na Categoria foi um livro do Celso Furtado.
Embalado pela revisão do livro escrito no ano seguinte, Fernando
Nogueira da Costa – Economia em 10 Lições – 2a. Edição 2020 , resolvi também fazer uma segunda edição eletrônica revisada desse, cujo teor é mais original e ainda o consulto periodicamente. Teoria Pura da Moeda, Teoria Aplicada e a Arte da Política Monetária são conhecimentos imprescindíveis para a análise do mundo econômico. Para atualizar o livro, incluí um resumo da Teoria Moderna da Moeda (MMT), recentemente muito discutida. Suas raízes estão em antigas Teorias da Moeda, aliás, assim como a Teoria Alternativa da Moeda. São complementares.
Também revi mais profundamente o capítulo 14 sobre “Bancos no
Brasil”. Depois de sua publicação, escrevi sobre a história bancária brasileira nos livros “Brasil dos Bancos” (EDUSP, 2012) e Fernando Nogueira da Costa – Bancos Públicos – FNAE-FPA 2016 (FENAE- FPA, 2016), além do último capítulo do livro Fernando Nogueira da Costa – Complexidade Brasileira (IE-UNICAMP, 2018), denominado “Capitalismo: Sistema Financeiro Complexo“. Isto sem falar no primeiro capítulo Fernando Nogueira da Costa – Variedades de Capitalismo e Bancos Públicos 25.07.17 do livro organizado pelo Emir Sader, “Se é Público, é Para Todos: Defender as Empresas Públicas é Defender o Brasil” (LPP-UERJ, 2018).
Sendo assim, optei em sua revisão colocar anotações de aulas dadas
por mim sobre Administração dos Riscos Bancários. Conheci a importância do assunto depois da minha experiência na alta administração de um banco público (CAIXA: 2003-2007). Acrescentei também o escrito recentemente sobre Fintechs e Bancos Digitais versus os Big Five Bancos Brasileiros. Evitei a ideia de o livro ser datado. A maior mudança desde 1999 talvez tenha ocorrido no meu estilo de escrever com maior fluência: frases curtas sem o “queísmo”. Conteúdos: CAPÍTULO I - Conceitos monetários e financeiros fundamentais; Nomes e nomes é o que não falta em Economia Monetária; Consolidação de balancetes; A moeda e a autoridade monetária. CAPÍTULO II - Aspectos fundamentais da História Econômico-Financeira Brasileira: É fácil ver pelos padrões monetários (Quadro 2.1) que o Brasil não é um país para principiantes; Os diferentes padrões monetários estão associados aos preços (Quadro 2.2); Um conto de réis é muito dinheiro e é necessário saber quanto vale um milhão de diferentes unidades monetárias (Quadro 2.3); As diversas medidas do bem-estar e do PIB brasileiro indicam a pobreza do país (Quadro 2.4, 2.5, 2.6, 2.7, e 2.8); O sistema financeiro brasileiro é sofisticado, mas empresta pouco e mal (Quadros 2.9 e 2.14); Indicadores de liquidez são cruciais para a política monetária (Quadros 2.11, 2.12, 2.13 e 2.14); Está cada vez mais difícil saber como está a liquidez (Quadros 2.11 e 2.12); Base monetária, base monetária ampliada, meios de pagamentos e preços (Quadros 2.15, 2.16, 2.17 e 2.18); Os juros devem ser vistos com muito cuidado na análise da liquidez, já que, tendo sido relevantes no passado, não mais o são hoje; Somente neófitos ou ingênuos utilizam séries históricas sem conhecer história econômica (Quadro 2.19); Balanço de pagamentos e ouro (Quadros 2.20 e 2.21); Lamúrias de um pesquisador de economia monetária. CAPÍTULO III - As teorias monetárias pré-clássica, clássica e neoclássica: Abordagem inicial da teoria monetária pré- clássica: a moeda estimula a atividade econômica; A teoria quantitativa da moeda dos economistas pré-clássicos; A teoria monetária clássica; A teoria monetárias neoclássica é essencialmente a teoria quantitativa da moeda; A teoria quantitativa neoclássica de Wickesell; A influência de Wickesell no Brasil. CAPÍTULO IV - As características quase que únicas do sistema financeiro Brasileiro: Desenvolvimento do sistema financeiro após a Segunda Guerra Mundial; Os marcos legais; As financeiras; Os bancos de investimento; A triste história do sistema financeiro habitacional; Bancos de desenvolvimento. CAPÍTULO V - O Banco do Brasil como Banco Central e como Banco Comercial da nação: O nascimento do BB; Quando, realmente, o Banco do Brasil foi criado? O Banco do Brasil, no pós-guerra, como banco central e agente do governo (até a criação do Banco Central do Brasil, em 1965); O BB de 2005. CAPÍTULO VI - Nascimento, crescimento e morte do Monetarismo: Nascimento; A formulação original do monetarismo em Friedman (1956); Proposições analíticas da teoria quantitativa da moeda; O monetarismo é baseado em longa tradição no pensamento econômico; A morte do monetarismo; O legado de Friedman. CAPÍTULO VII - Conceitos operacionais de moeda: Definição clássica de moeda; A qualidade dos dados e a longevidade das séries de meios de pagamento na Grã-Betanha e nos EUA; As peripécias dos conceitos, a periodicidade e a qualidade dos meios de pagamento no Brasil; O relatório Radcliffe muda a ênfase das definições da moeda; Critérios de definição de agregados monetários; Moeda como reserva de valor; Quase-moeda; A história do M3, M3, M4 E M5 no Brasil; Qual é o melhor M?; Os percalços da definição americana dos M. CAPÍTULO VIII - Oferta monetária e os bancos centrais: A mecânica da oferta monetária; Casos especiais da oferta monetária; Os instrumentos de controle monetário e o multiplicador da base; Exercício resolvido. CAPÍTULO IX - Os instrumentos de controle monetário dos bancos centrais: Redesconto; Compulsório; a)Aspectos básicos b)Deturpações do uso do compulsório; 'Open' (Operações do Mercado Aberto); Persuasão moral; Operações cambiais; Variação de depósitos oficiais entre bancos oficiais e privados. CAPÍTULO X - A demanda de moeda: Definições; A hipótese do ciclo da vida; A demanda de moeda individual de Baumol-Tobin; A demanda de moeda das empresas e dos indivíduos; O equilíbrio monetário dos indivíduos, das empresas e do governo. CAPÍTULO XI - A economia política dos bancos centrais no mundo e no Brasil: A política é tudo nos bancos centrais; A instabilidade política brasileira é assustadora; A democracia é ainda uma quimera no Brasil; A correção da falta de representatividade do Congresso não é etnicamente difícil; A independência de bancos centrais que deu certo; A independência do Banco Central Brasileiro foi um desastre; A instabilidade brasileira exige que o presidente do Banco Central possa ser demitido facilmente. CAPÍTULO XII - Regimes cambiais, câmbio fixo e flutuante, equilíbrio do mercado monetário e cambial e especulação cambial: Regimes cambiais; O padrão-ouro foi utilizado por pouco tempo no mundo; A teoria do padrão-ouro; Regras do jogo do padrão-ouro; O mundo globalizado do padrão- ouro; Funcionamento do padrão-ouro; a) Economistas industriais e credibilidade são importantes para o mundo moderno. Equilíbrio dos mercados monetário e cambial; Mercado a termo, arbitragem e especulação pura. CAPÍTULO XIII - Programação monetária no Brasil: A experiência do orçamento monetário (1964-1985); Objetivos do orçamento monetário; Resultados do orçamento monetário; Preparação do orçamento; Consequências do orçamento monetário; Crítica aos objetivos do orçamento monetário; A matemática do orçamento monetário; Formulação teórica do orçamento monetário. CAPÍTULO XIV - Balanço e pagamentos: Características; Regras básicas de escrituração do balanço de pagamentos; Evolução do formato do BP; Principais contas do balanço de pagamentos; Reservas internacionais ajustadas: a) Reavaliação de reservas internacionais; b) Ouro - caso atípico; c) Direitos especiais de saque; d) Posição de reserva no FMI; e) Reservas cambiais; f) Financiamento oficial às exportações. Transições de financiamento excepcional: a) Atrasados (arrears); b) Cancelamentos (cancelation) de atrasados; c) Juros moratórios (penalty interest); d) Perdão de dívida (debt forgiveness); e) Redução da dívida (debt reduction); f) Reescalonamento (rescheduling); g) Reestruturação (restructuring) da dívida; h) A escrituração dos atrasados; i) A escrituração do financiamento oficial para o balanço de pagamentos; Transferência líquida de recursos para o exterior (TRE); Critérios e exemplos de escrituração do BP.
Gestão Fiscal: cálculo do imposto por dentro ou "Gross Up" e a não-cumulatividade nas apropriações de créditos fiscais do ICMS, IPI, PIS/PASEP e da CONFINS