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O CAPITAL DE MARX

DINHEIRO
(NOS 3 LIVROS DE O CAPITAL)

A INSANIDADE DO MMT
DINHEIRO EM MARX
“No fundo, no fundo, a discussão acerca das aporias
das teorias, uma vez realmente levadas estas a serio,
revela que as aporias são no fundo aporias reais.”
Antônio José Lopes Alves

“o capital portador de juros, em geral, a matriz de todas


as formas insanas de capital, o que explica, por
exemplo, que as dívidas possam aparecer como
mercadorias”
Karl Marx
CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS
1) NÃO EXISTE TEORIA MONETÁRIA MARXISTA

2) O PERCURSO GERAL DE TODA CRÍTICA DA


ECONOMIA POLÍTICA DE MARX É QUE TODA FORMA
DE ADMINISTRAR O CAPITAL, NO MÉDIO PRAZO,
FRACASSA.

3) NÃO EXISTE MARXISMO BASEADO NO DEVER-SER

4) SE REMEDIA LIBERALISMO COM KEYNESIANISMO E


KEYNESIANISMO COM LIBERALISMO.

5) O MMT É O QUE HÁ DE PIOR NO KEYNESIANISMO


LENDAS SOBRE MARX E O DINHEIRO
1) O CAPITAL DE MARX PRESSUPÕEM UMA MOEDA
LASTREADA EM OURO

2) MARX NÃO CONHECEU A ECONOMIA CAPITALISTA


MODERNA BASEADA EM AÇÕES, TÍTULOS DA DÍVIDA
PÚBLICA, PAPEL MOEDA, CAPITAL FICTÍCIO ETC...

3) O OURO É O COROAMENTO ÚLTIMO DO DINHEIRO


EM O CAPITAL DE MARX
DINHEIRO E SUAS DETERMINAÇÕES
Livro I Livro III
Capítulo 1: Formas de Valor M – D ou D – M Seção V (Capital Portador de Juros) D – D’

Formas de Valor: Forma relativa = Forma equivalente 
1) Capital portador de juros
Capítulo 3: Dinheiro OU Circulação de Mercadorias M – D – M ... 
2) Dinheiro de Crédito

Dinheiro como medida do valor 
3) Sistema creditício

Dinheiro como meio circulante (Moeda) 
4) Capital bancário ou Sistema bancário

Dinheiro como dinheiro 
5) Capital fictício (Títulos da dívida pública e ações)
Dinheiro como Tesouro 
6) Capital Monetário e Capital Real
Dinheiro como meio de pagamento 
7) Formas antediluvianas do capital
Dinheiro Mundial (Ouro)

Livro II
Seção 1 (Circuitos do Capital) D – M (FT+MP) – P – M’ - D’

Capítulo 1 (Capital Monetário)

Capítulo 3 (Capital Mercadoria)
Seção 2 (Rotação do Capital)

Capital adiantado (capital monetário latente)

Capital Fixo
LIVRO I: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Capítulo 1: Formas de Valor M – D ou D – M
Forma Simples do Valor
Forma relativa = Forma equivalente

Importante: O dinheiro “empresta” seu valor de uso


para expressar o valor das demais mercadorias. Na troca
não temos uma identidade entre valor da mercadoria 1
= valor da mercadoria 2. Daí que o dinheiro não precisa
ser necessariamente lastreado em ouro e qualquer
outra coisa. Pode muito bem ser um dígito contábil no
computador, papel moeda etc...
LIVRO I: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Capítulo 3: Dinheiro OU Circulação de Mercadorias
M – D – M ...

Dinheiro como medida do valor

Dinheiro como meio circulante (Moeda)

Dinheiro como dinheiro
Dinheiro como Tesouro
Dinheiro como meio de pagamento
Dinheiro Mundial (Ouro)

1) Funções do dinheiro: Só aqui temos 5 funções


realizadas simultaneamente pelo dinheiro na
sociedade capitalista. Várias teorias “modernas”
autonomizam uma dessas funções subordinando
conceitualmente todas demais a ela.
LIVRO I: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Capítulo 3: Dinheiro OU Circulação de Mercadorias
M – D – M ...

Dinheiro como medida do valor

Dinheiro como meio circulante (Moeda)

Dinheiro como dinheiro
Dinheiro como Tesouro
Dinheiro como meio de pagamento
Dinheiro Mundial (Ouro)

2) Fetiche do Dinheiro: O fetiche do dinheiro é a crença


de que o dinheiro representa todo poder sobre o
conjunto das relações sociais. É a redução das relações
sociais a figura suprema do dinheiro. Não é o desejo
por dinheiro.
LIVRO I: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Capítulo 3: Dinheiro OU Circulação de Mercadorias
M – D – M ...

Dinheiro como medida do valor

Dinheiro como meio circulante (Moeda)

Dinheiro como dinheiro
Dinheiro como Tesouro
Dinheiro como meio de pagamento
Dinheiro Mundial (Ouro)

3) Dinheiro lastreado em ouro: Dinheiro mundial não


tem absolutamente nada que ver com papel moeda
lastreada em ouro.
EXEMPLO DO FETICHISMO DO DINHEIRO
Roma antiga domina cidades da Ásia Menor. Estes
pagam impostos aos romanos. Essas mercadorias são
mais caras devido aos impostos comprado pelos
romanos. Os romanos saem no prejuízo cobrando
impostos da colônia?

NÃO. Eles apenas transferem as mercadorias


gratuitamente para Roma com a mediação do dinheiro.
“os conquistados permaneciam sendo os verdadeiros
ludibriados. Suas mercadorias eram pagas com seu
próprio dinheiro, e esse não é o método correto para
enriquecer ou criar mais-valor” (C I, p. 238). Para
entender a Mais-valia é preciso recorrer ao nexos
internos das próprias relações sociais em que as
transações monetárias são um mero momento.
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção I (Circuitos do Capital)
D – M (FT+MP) – P – M’ - D’

Capítulo 1 (Capital Monetário)


Capítulo 2 (Capital Produtivo)
Capítulo 3 (Capital Mercadoria)

1) Primeira observação: No Livro I, primeira seção, Marx parte


da mercadoria e termina no dinheiro. Agora, no Livro II, parte
do capital monetário e termina no capital mercadoria. Isto
ocorre porque a verdadeira substância do capital monetário
são as mercadorias, apesar do fetiche do capital monetário
como primeiro motor da economia. O capital monetário não
controla o processo, apesar de ser o vínculo necessário para
operá-lo.
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção I (Circuitos do Capital)
2) Segunda observação. O único ciclo do capital que
começa com o valor valorizado é o ciclo do capital
mercadoria
1) D – M ... P ... M’ - D’
2) P ... M’ - D’ – M – P
3) M’ - D’ M ... P ... M’

Nessa seção temos o retorno dos valores de uso. O ciclo indica


que a valorização do capital expresso em dinheiro não é, de
modo algum, condição suficiente para elevar a produção. Aí
retorna todo um conjunto de atributos uteis (das mercadorias,
dos indivíduos, dos meios de produção) que jogam um papel
central em toda relação.
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção I (Circuitos do Capital)
2) Segunda observação. O único ciclo do capital que
começa com o valor valorizado é o ciclo do capital
mercadoria
1) D – M ... P ... M’ - D’
2) P ... M’ - D’ – M – P
3) M’ - D’ M ... P ... M’

“Nas formas I e II, o movimento inteiro se apresenta como


movimento do valor de capital adiantado. Na forma III, o
capital valorizado, na forma do produto-mercadoria total,
constitui o ponto de partida e possui a forma do capital que
move a si mesmo, isto é, do capital-mercadoria.”
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção I (Circuitos do Capital)
3) Terceira observação: Essa seção põem fim na
autonomia absoluta do capital monetário como regendo
todo processo de produção capitalista. Por isso,
1) Unilateralidade 1: Inicia com o modo aparente:
capital monetário iniciando e fundando todo
processo de acumulação de capital.
2) Unilateralidade 2: Coloca a o capital produtivo no
começo: mostrando em que sentido a produção
funda, também todo processo.
3) Unilateralidade 3: Coloca a mercadoria no começo:
em que sentido a mercadoria funda todo processo.
4) Faz a síntese, agora não unilateral, de todo o ciclo.
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção I (Circuitos do Capital)
1) “D...D’ aponta apenas para o aspecto do valor, a
valorização do valor de capital adiantado como escopo do
processo inteiro;
2) P...P (P’) aponta para o processo de produção do capital
como processo de re- produção, no qual a grandeza do
capital produtivo ou permanece igual ou aumenta
(acumulação);
3) M’ ...M’, que já em seu extremo inicial se revela como
forma da produção capitalista de mercadorias, abarca
desde o início o consumo produtivo e o individual.”
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção I (Circuitos do Capital)
4) Quarta observação: Nova função do dinheiro: capital
monetário latente; base do capital adiantado.

“Latente porque, enquanto imobilizado sob a forma-


dinheiro, não pode atuar como capital. Assim, o
entesouramento aparece aqui como um momento
implícito no processo capitalista de acumulação, um
momento que lhe é inerente mas, ao mesmo tempo,
dele essencialmente distinto.”
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 2 (Rotação do Capital)
Capital adiantado: parte do capital monetário latente
1) Investimento causam lucros privados?
Lucros privados causam investimentos?
Oferta causa demanda ou demanda causa oferta?
Poupança gera investimento. Ou investimento gera renda?
Antes de analisar a realidade e produzir teorias que a
expresse; MMT analisa realidade pela teoria e, como os
liberais, dá a sua receita pronta.

Marx mostra que ambas afirmações são falsas e


verdadeiras ao mesmo tempo: existe dupla determinação,
determinação recíproca, não causal.
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 2 (Rotação do Capital)
2) Capital Fixo constitui um dos elementos fundamentais
do suporte de valor de todo capital monetário circulante.

“As diferenças assim provocadas na rotação constituem


um dos fundamentos materiais dos diversos prazos de
crédito” (Livro II)

Não adianta ter dinheiro para investir se não se possui o


capital fixo necessário, máquinas, equipamentos e a
tecnologia necessária para construí-los.
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 2 (Rotação do Capital)
3) Lastro em ouro? Por que Marx sempre pressupõe a circulação
metálica como forma última do dinheiro nesse capítulo?

“Desse modo, fica resolvida a absurda questão de se a produção


capitalista, em seu volume atual, seria possível sem o sistema
de crédito (mesmo considerado unicamente desse ponto de
vista), isto é, se ela seria possível somente com a circulação
metálica. Evidentemente, a resposta é negativa. Ela
encontraria, antes, barreiras no volume da produção de metais
preciosos. Por outro lado, não há porque forjar representações
místicas sobre a força produtiva do sistema de crédito, na
medida em que este disponibiliza ou movimenta capital
monetário. Mas não cabe aqui uma análise mais adequada
dessa questão.”
LIVRO II: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 2 (Rotação do Capital)
3) Lastro em ouro? “ele[Marx] afirma que é a [forma ouro] forma
mais simples do dinheiro porque, ao contrário do dinheiro de
crédito, não pressupõe o sistema bancário. Assim, as razões
metodológicas de Marx para começar com o dinheiro na forma de
metal é por ser sua forma mais simples. Em segundo lugar, Marx
coloca sua teoria em termos de dinheiro metálico porque expressa
a objetividade do valor. Isso não tem nada que ver com o dinheiro
sendo um produto ou contando horas de trabalho. No lugar de se
concentrar na produção, Marx sempre enfatiza a interconexão
especificamente capitalista entre produção e circulação. [...] Por
último, as funções normais do dinheiro não dependem da forma
de dinheiro, mas devem ser realizadas com dinheiro em qualquer
forma. Assim, os princípios que Marx estabelece no Volume Dois
aplicam-se igualmente ao crédito, embora modificado pela
socialização do entesouramento no sistema de crédito.”
(CAMPBELL, 1998, p. 136)
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital portador de Juros)

1) Capital portador de juros


2) Dinheiro de Crédito
3) Sistema creditício
4) Capital bancário ou Sistema bancário
5) Capital fictício
6) Capital Monetário e Capital Real
7) Formas antediluvianas do capital
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital portador de Juros)
Capital portador de juros: forma fundamental na qual se
origina TODAS as outras. D-D’ (dinheiro que produz mais
dinheiro)
1) o capital portador de juros é o fetiche perfeito (TMV III,
p. 1495)
2) o fetiche mais completo é o capital portador de juros
(TMV II, p. 1495)
3) “produz-se em toda sua pureza esse fetiche automático
do valor que se valoriza a si mesmo, do dinheiro que gera
dinheiro, mas que, ao assumir essa forma, não traz mais
nenhuma cicatriz de seu nascimento. A relação social é
consumada como relação de uma coisa, o dinheiro, consigo
mesma” Livro III, seção V.
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Dinheiro de crédito)
Dinheiro de crédito: funcionar como dinheiro ou como
capital.
1) primeiro, quando o crédito medeia à metamorfose da
mercadoria, ou seja, M – D, o dinheiro de crédito
simplesmente funciona como dinheiro enquanto meio
de pagamento, facilitando a transação entre o
comerciante e o consumidor final;
2) segundo, quando o crédito medeia a compra de meio de
produção, D – M, o dinheiro de crédito funciona como
capital, transformando dinheiro em mercadoria para os
capitalistas no processo de produção.
(O crédito comercial e a origem do dinheiro de crédito em
Marx - Ricardo Pereira de Melo)
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Dinheiro de crédito)
Dinheiro de crédito: funcionar como dinheiro ou como
capital.
A garantia do pagamento desses títulos é a
transformação do capital-mercadoria em dinheiro para
o endosso dos títulos. Assim, as operações de crédito se
espalham dominando toda a circulação.

Todas essas promessas de pagamento entre capitalistas


são reunidas por Marx na categoria geral letras de câmbio.
Essas letras circulam como meios de circulação, pois são
utilizadas como mecanismo de compra e venda de
mercadorias, mediante ao endosso desses títulos. Todo
processo foi mediado pelo crédito, sem que o dinheiro
real (papel-moeda e ouro) surgisse na circulação.
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Dinheiro de crédito)
Dinheiro de crédito: na MMT
Para os adeptos da MMT moeda é dívida e não
primariamente um meio de troca.

É um típico e característico fetichismo: fetichismo do


capital portador de juros. Seguem o movimento aparencial
do dinheiro: sua origem como deficit público. E aí
subordinam, no melhor dos casos, todo movimento do
dinheiro ao seu curso empírico. Não estudam as
determinações sociais, específicas do capitalismo, que
tornam não apenas o dinheiro: mas o dinheiro de crédito
necessário. Ao contrário, seguem o curso empírico da
“criação” do dinheiro e, por meio dele, como riqueza
fetichizada, determinam todo resto.
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Sistema creditício)
1) Com o sistema de crédito, primeiro, tanto o empréstimo
quanto a fonte de dinheiro se tornam internos à economia
capitalista.
2) o sistema de crédito libera a expansão do capital
reduzindo a quantidade e os custos do capital em forma de
dinheiro: “o fundo de reserva da comunidade empresarial é
reduzido a um mínimo necessário”.
3) a socialização do capital através dos mercados de valores
mobiliários e do sistema bancário libera o impulso inerente
do capital de se expandir dos limites do capital
anteriormente acumulado.
4) unifica todos os capitais individuais em um capital social
total. É, portanto, o meio de equalizar a taxa de lucro em
diferentes capitais.
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Sistema creditício)
como o sistema de crédito supera barreiras impostas à
socialização do capital, aumenta as interconexões entre os
capitais individuais, o que aumenta a complexidade da
economia capitalista. A socialização também reduz a
reserva total, o que aumenta a fragilidade do sistema.
Essas duas características do sistema de crédito em
conjunto significam que, quando as barreiras postergadas
afirmam sua existência, o resultado é uma crise
generalizada para todas os capitais.

A turma do MMT acredita mesmo que fortalecem a teoria


deles com a assunção de que moeda é dívida pura e
simplesmente?
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capita fictício e Capital bancário)
“A maior parte do capital bancário é, pois, puramente
fictícia e consiste em
1.títulos de dívidas (letras de câmbio),
2.títulos da dívida pública (que representam capital
pretérito) e
3.ações (direitos sobre rendimentos futuros).”

“valor monetário do capital representado por esses papéis


nos cofres do banqueiro é, ele mesmo, fictício, na medida em
que tais papéis consistem em direitos sobre rendimentos
seguros (como no caso dos títulos da dívida pública) ou títulos
de propriedade de capital real (como no caso das ações) e que
esse valor é regulado diferentemente do valor do capital real,
que, ao menos em parte, esses papéis representam;”
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital Bancário)
“Devemos agora considerar a força de trabalho em
contraste com o capital da dívida pública, no qual uma
quantidade negativa aparece como capital – sendo o
capital portador de juros, em geral, a matriz de todas
as FORMAS INSANAS DE CAPITAL, o que explica, por
exemplo, que as dívidas possam aparecer como
mercadorias na concepção do banqueiro.”

“O valor de mercado desses papéis é, em parte,


especulativo, pois não depende somente dos ganhos
reais, mas também dos ganhos esperados, calculados
por antecipação.”
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital Monetário e Capital Real)
“A acumulação do capital da dívida pública revelou-se
como sendo apenas um aumento na classe de credores do
Estado, que detêm o privilégio de retirar antecipadamente
para si certas somas sobre a massa dos impostos públicos.
Por meio desses fatos, nos quais até uma acumulação de
dívidas pode aparecer como acumulação de capital, é
revelado a que EXTREMO DE DISTORÇÃO chega o sistema
de crédito. Esses títulos de dívida, que são emitidos sobre
o capital originalmente emprestado e gasto há muito
tempo, essas duplicatas de papel de um capital já
consumido, servem para seus possuidores como capital na
medida em que são mercadorias que podem ser vendidas
e, com isso, reconvertidas em capital.”
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital Monetário e Capital Real)
“a fonte de acumulação desses capitalistas monetários,
não é senão uma dedução do mais-valor extraído pelos
capitalistas reprodutivos (ao mesmo tempo que é a
apropriação de uma parte dos juros obtidos sobre as
poupanças de outrem).”

“O capital de empréstimo se acumula às expensas


tanto dos capitalistas industriais como dos capitalistas
comerciais.”
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital Monetário e Capital Real)
“o lucro obtido pelos possuidores dos capitais monetários e
que volta a converter-se em capital eles transformam, antes
de mais nada, em capital monetário emprestável. A
acumulação deste último, sendo distinta da verdadeira
acumulação, ainda que fruto dela, segue seu curso, portanto –
quando consideramos apenas os próprios capitalistas
monetários, banqueiros etc. –, como acumulação dessa classe
especial de capitalistas e tem necessariamente de crescer à
medida que se expande o sistema de crédito, da mesma
maneira que acompanha a ampliação real do processo de
reprodução.”
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital Monetário e Capital Real)
“Pode-se dizer que toda renda, destinada seja ao
consumo, seja à acumulação, desde que exista numa
forma monetária qualquer, é uma parcela de valor do
capital-mercadoria transformada em dinheiro e, por isso,
é expressão e resultado da acumulação real, mas não do
próprio capital produtivo.”

“o dinheiro se transforma em capital monetário


emprestável, representa acumulação deste último,
atua por igual sobre o mercado monetário e a taxa de
juros, ainda que às vezes favoreça o processo real de
acumulação e outras vezes o iniba.”
LIVRO III: DETERMINAÇÕES DO DINHEIRO
Seção 5 (Capital Monetário e Capital Real)
“a massa do lucro destinada a reconverter-se em capital
dependerá da massa do lucro obtido e, portanto, da
expansão do próprio processo de reprodução. […] se essa
nova acumulação enfrenta dificuldades para ser aplicada,
por não se encontrarem lugares de investimento; se,
portanto, os ramos de produção estão saturados e há
excesso de oferta de capital de empréstimo, essa
abundância de capital monetário emprestável é uma
simples demonstração dos limites da produção capitalista.
[…] não existe obstáculo positivo à aplicação desse capital
excedente. Ela revela, no entanto, um obstáculo imposto
pelas leis que regem sua valorização”

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