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O CAPITAL DE MARX

MAIS-VALIA
RELATIVA
LIVRO I – CAPÍTULOS 10 a 16
SEÇÕES
SEÇÃO I —­MERCADORIA E DINHEIRO

SEÇÃO II ­ — A TRANSFORMAÇÃO DO DINHEIRO EM CAPITAL

SEÇÃO III ­— A PRODUÇÃO DA MAIS-­VALIA ABSOLUTA

SEÇÃO IV —­A PRODUÇÃO DA MAIS­-VALIA RELATIVA

SEÇÃO V — A PRODUÇÃO DA MAIS­-VALIA ABSOLUTA E RELATIVA

SEÇÃO VI — O SALÁRIO

SEÇÃO VII — O PROCESSO DE ACUMULAÇÃO DO CAPITAL


Seção III ­A PRODUÇÃO DA MAIS­-VALIA ABSOLUTA
Capitulo X -­Conceito de Mais-­Valia Relativa

Capitulo XI -­Cooperação

Capitulo XII - ­Divisão do Trabalho e Manufatura

Capitulo XIII -­Maquinaria e Grande Indústria

Capitulo XIV -­Mais-­valia Absoluta e Relativa

Capitulo XV -­Variação de Grandeza do Preço da Força de Trabalho e da


Mais-­Valia

Capitulo XVI -­Diferentes Fórmulas para a Taxa de Mais­-valia


Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
SUBORDINAÇÃO FORMAL E REAL DO TRABALHO
AO CAPITAL

Se a forma capitalista de exploração se limitasse à


luta em torno da jornada de trabalho ou da
extração de mais-valia absoluta, se diferenciaria
de todas as outras formas de exploração do
passado pela subordinação formal do trabalho ao
capital, isto é:

não mais a subordinação direta dos indivíduos
entre si por meio da coerção e da dominação,
mas indivíduos que livremente trocam sua
mercadoria no mercado.
O modo de produção capitalista seria medíocre
historicamente.
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
SUBORDINAÇÃO FORMAL E REAL DO TRABALHO
AO CAPITAL

Se subordinasse apenas formalmente o trabalho,


mudando a forma social e mantendo o mesmo
conteúdo:
O capital se chocaria com limites absolutos à sua
valorização, como a duração de 24 horas de um
dia e o atendimento das necessidades básicas
para renovação da força de trabalho, tais como a
alimentação, o descanso, o sono e assim por
diante.

SÓ QUE NÃO
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
NÍVEL DE ABSTRAÇÃO: MAIS-VALIA ABSOLUTA

no nível DE ABSTRAÇÃO da mais-valia absoluta,


“a diferença entre a produção do capital e a
produção de estágios anteriores é ainda
simplesmente formal”.
No entanto, é importante esclarecer que essa
diferença “meramente formal” não é em
nenhuma hipótese pequena, afinal, o rapto “de
seres humanos, a escravidão, o tráfico de
escravos e trabalho forçado dos escravos [...]
aqui tudo isto é posto diretamente pela
violência; no caso do capital, é mediado pela
troca” (G, p. 644).
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
MAIS-VALIA RELATIVA

Outra forma de encurtar o tempo de trabalho


necessário fazendo prevalecer, cada vez mais, o
tempo de trabalho excedente e ampliando,
assim, a taxa de mais-valia consiste em
aumentar a produtividade do trabalho.

Mas produtividade do trabalho não é algo tão


simples e direto de ser entendido.
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
TODA ELEVAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO
TRABALHO ELEVA A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO?

RESPOSTA: não
O desenvolvimento das forças produtivas do
trabalho eleva a produtividade do trabalho
concreto, contudo, nada altera em termos de
trabalho abstrato. Isto é assim porque este último
não se mede pelo volume de artigos produzidos,
mas pelo tempo de trabalho socialmente
necessário.

Vejamos um exemplo
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
QUAL SITUAÇÃO SE PRODUZ MAIOR
QUANTIDADE DE VALOR?
SITUAÇÃO TÉCNICA 1
Usando a tecnologia corrente, socialmente média,
5.000 trabalhadores em uma montadora de
automóveis produzem 5.000 carros por mês
trabalhando em uma jornada normal.

SITUAÇÃO TÉCNICA 2
Um desenvolvimento geral das forças produtivas do
trabalho, de modo que 5.000 trabalhadores em
uma montadora de automóveis produzem 10.000
carros por mês em uma jornada normal.
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
QUAL SITUAÇÃO SE PRODUZ MAIOR
QUANTIDADE DE VALOR?
SITUAÇÃO TÉCNICA 1 = SITUAÇÃO TÉCNICA 2
→ Ambas situações produzem a mesma quantidade
de valor, pois foi realizada a mesma quantidade de
trabalho: 5.000 trabalhadores trabalhando um mês
em uma jornada padronizada.

→ Em termos monetários, se abstrairmos uma


valorização ou desvalorização da moeda, o que
ocorreria na situação 2 é que os preços dos
automóveis cairiam pela metade o mercado
tenderia a se ampliar.
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
QUAL SITUAÇÃO SE PRODUZ MAIOR
QUANTIDADE DE VALOR?
VALORES PRODUZIDOS NAS DUAS SITUAÇÕES
Trabalhadores Carros Preço Unid. Receita
Situação 1 5.000 5.000 R$ 20.000 R$ 100.000.000
Situação 2 5.000 10.000 R$ 10.000 R$ 100.000.000

EXPLORAÇÃO SE ELEVA SE O SALÁRIO CAI


Sal. Médio Massa Sal. Taxa de exploração
Salário 1 R$ 4.000 R$ 20.000.000 400%
Salário 2 R$ 2.000 R$ 10.000.000 900%
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
PRODUTIVIDADE E EXPLORAÇÃO
→ Para produzir mais-valia relativa, o progresso
das forças produtivas deve incidir naqueles
artigos que são meios de consumo da classe
trabalhadora, reduzindo o valor de sua força de
trabalho e, consequentemente, elevando a taxa
de mais-valia.

→ Assim, produtividade diz respeito ao trabalho


concreto (unidades do produto produzidas por
tempo de trabalho) e não ao trabalho abstrato
(tempo de trabalho socialmente médio).
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA

Produtividade Física por montadoras (veículos por trabalhador)


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Média
TOYOTA 26,69 25,34 31,00 30,96 30,91 29,30 29,28 28,72 29,03
VOLKSWAGEN 18,38 16,98 16,83 16,37 16,70 16,18 16,16 16,37 16,75
HYUNDAI 71,90 76,72 72,61 68,93 72,98 71,28 66,68 61,01 70,26
G.M. 41,96 43,63 43,59 43,97 44,49 34,81 34,64 38,09 40,65
FORD 30,41 33,64 32,72 33,58 31,92 32,13 31,99 31,62 32,25
NISSAN 26,25 29,86 31,07 30,84 35,67 34,61 36,45 42,03 33,35
HONDA 20,60 16,25 21,97 22,58 22,73 22,19 23,99 24,71 21,88
FCA 17,49 11,86 9,90 20,75 20,96 20,43 19,96 19,50 17,61
RENAULT 22,16 22,02 21,06 22,20 23,53 25,24 27,02 22,90 23,27
PSA 18,19 17,14 14,25 14,39 15,37 16,37 18,53 21,11 16,92
SUZUKI 56,17 51,69 53,11 50,80 52,24 52,85 47,81 52,42 52,14
B.M.W. 15,52 17,33 19,51 18,18 18,62 18,65 18,92 19,29 18,25
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
VALOR E FORÇA PRODUTIVA
→ “a grandeza de valor de uma mercadoria varia na
razão direta da quantidade de trabalho que nela é
realizado e na razão inversa da força produtiva desse
trabalho” Cap 1

→ “Já o mais-valor relativo, ao contrário, é


diretamente proporcional à força produtiva do
trabalho.”

→ “Vê-se, assim, o impulso imanente e a tendência


constante do capital a aumentar a força produtiva do
trabalho para baratear a mercadoria e, com ela, o
próprio trabalhador.” (C I, p. 390)
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
FORÇA PRODUTIVA DO TRABALHO E
FORÇAS PRODUTIVAS GERAIS, SOCIAIS
FORÇA PRODUTIVA DO TRABALHO: diz respeito
unicamente à produtividade do trabalho, ou seja, à
quantidade de produtos elaborados em um dado
tempo por um certo número de trabalhadores.

→ uma força produtiva do trabalho crescente significa


“que se requer menos trabalho imediato para criar um
produto maior” (G, p.705).

→ “impulso infinito ao enriquecimento, o capital tende,


consequentemente,ao aumento infinito das forças
produtivas do trabalho, e as engendra” (G, p. 270).
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
FORÇA PRODUTIVA DO TRABALHO E
FORÇAS PRODUTIVAS GERAIS, SOCIAIS
FORÇA PRODUTIVA GERAIS, SOCIAIS, HUMANAS:
remete, portanto, ao conteúdo da riqueza social,
abstraindo exatamente sua forma histórica específica.

→ “o aumento das forças produtivas atua somente sobre


o conteúdo da riqueza, não sobre sua forma” (G, p. 421).

→ “só no modo de produção fundado sobre o capital que


o pauperismo aparece como resultado do próprio
trabalho, do desenvolvimento da força produtiva do
trabalho” (G, p. 503).
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
FORÇA PRODUTIVA GERAIS, SOCIAIS
TUDO É, SOB CERTA PERSPECTIVA, UMA FORÇA
PRODUTIVA E, SOBRE OUTRA, UMA RELAÇÃO DE
PRODUÇÃO.

FORÇA PRODUTIVA ↔ FORMA SOCIAL


Produto ↔ Mercadoria
Valor de uso ↔ Valor
Máquina ↔ Capital fixo
Insumos ↔ Capital Circulante
Indivíduos ↔ Trabalhadores e Capitalistas

HOMENS-NATUREZA ↔ HOMENS ENTRE SI


Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
FORÇA PRODUTIVA DO TRABALHO E
FORÇAS PRODUTIVAS GERAIS, SOCIAIS
DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS DO
TRABALHO e das FORÇAS PRODUTIVAS GERAIS
podem não coincidir. Isto é, a produtividade do
trabalho pode se elevar sem que as forças produtivas
gerais da sociedade se desenvolvam. Como isto é
possível?

ESTE É O TEMA INTEIRO DE O CAPITAL


Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
FORÇAS PRODUTIVAS GERAIS PODEM CAIR
POR VÁRIOS MOTIVOS:
→ Elevação do exercito industrial de reserva
(desemprego e subemprego). Isto é, produtividade
maior, mas poucos participam dela.

→ Salários dos trabalhadores ativos podem cair


absoluta e relativamente.

→ Produção e consumo podem não coincidir.


Desproporção intersetorial.

→ Taxa de lucro pode reduzir.


Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
MAIS-VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
→ “O mais-valor obtido pelo prolongamento
da jornada de trabalho chamo de mais-valor
absoluto”.

→ Já “o mais-valor que, ao contrário, deriva da


redução do tempo de trabalho necessário e da
correspondente alteração na proporção entre
as duas partes da jornada de trabalho chamo
de mais valor relativo” (C I, p. 390).
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
MAIS-VALIA RELATIVA: EFEITOS
1) QUALITATIVAMENTE: Pode elevar a taxa de
exploração (ou não)
2) QUANTITATIVAMENTE: Ao reduzir o valor
dos produtos, ampliar o círculo de consumo.
Elevar a produção.

AMPLIAÇÃO DO CÍRCULO DE CONSUMO


1. Ampliação quantitativa do consumo no
círculo já existente.
2. Criação de novas necessidades criação de
novos valores de uso ainda inexistentes.
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS
PRODUTIVAS
→ "exploração da Natureza inteira, para descobrir
novas propriedades úteis das coisas; intercâmbio
universal dos produtos de todos os climas e países
estrangeiros, novas elaborações (artificiais) dos objetos
naturais para dar ­lhes valor de uso novo" (Grundrisse)

→ “é constantemente revolucionário, derruba todas as


barreiras que obstaculizam o desenvolvimento das
forças produtivas, a ampliação das necessidades, a
diversidade da produção e a exploração e intercâmbio
das forças naturais e espirituais" (Grundrisse)
Capitulo 10 -­CONCEITO DE MAIS-­VALIA RELATIVA
MAIS-VALIA RELATIVA
→ a mais-valia relativa nos remete
diretamente à produtividade do trabalho
advinda de sua forma cooperativa.

→ Faz-se necessário, portanto, analisar o


processo de trabalho do ponto de vista da
cooperação entre os indivíduos que
trabalham.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO SIMPLES
→ “Ao cooperar com outros de modo planejado, o
trabalhador supera suas limitações individuais e
desenvolve sua capacidade genérica”, isto é, sua
capacidade enquanto espécie. “A razão disso está em
que o homem é, por natureza, se não um animal
político, como diz Aristóteles, em todo caso um animal
social” (C I, p. 405)

ESPÉCIE HUMANA ATUA SEMPRE E EM QUALQUER


FORMA DE SOCIEDADE DE MODO COOPERATIVO.

A questão então é estudar as formas de cooperação


Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO E MAIS-VALIA RELATIVA
→MAIS-VALIA: é a forma social capitalista por
meio do qual o trabalho excedente é apropriado.
Toda forma de sociedade tem trabalho
excedente. A forma social de apropriação do
trabalho excedente é a mais-valia.

→MAIS-VALIA RELATIVA: Toda forma de


sociedade o trabalho é cooperativo. Mas, a
forma capitalista tem seus mecanismos próprios
de cooperação.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO NAS PRIMEIRAS
COMUNIDADES HUMANAS
“baseia-se, por um lado, na propriedade comum
das condições de produção e, por outro, no fato de
que o indivíduo isolado desvencilhou-se tão pouco
do cordão umbilical da tribo ou da comunidade
quanto uma abelha da colmeia” (C I, p. 409).
→ Apropriação coletiva da natureza.
→ O indivíduo é inseparável da comunidade.
→ Os membros da comunidade sequer se
reconhecem como indivíduo. Não é uma pessoa
jurídica.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO NA ESCRAVIDÃO E NA
SERVIDÃO
“a aplicação esporádica da cooperação em grande
escala no mundo antigo, na Idade Média e nas
colônias modernas repousa sobre relações
imediatas de domínio e servidão, principalmente
sobre a escravidão” (C I, p. 409).
→ Cooperação em larga escala é a exceção em
formas não capitalistas de trabalho.
→ Quando acontece, se dá por relações de
dominação pessoal direta: escravo e senhor, servo
e nobre, faraó e camponeses. Uma pessoa domina
a outra diretamente.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO NO CAPITALISMO
“A sociedade feudal, onde a terra pertence ao
senhor, e o trabalho e os meios de produção,
usualmente bastante primitivos, pertencem ao
servo. Aqui, uma relação social de subordinação e
dominação entre o servo e o senhor precede, e
torna possível, a combinação de todos elementos
de produção.” (Rubin)

No capitalismo é o contrário: a dominação não


aparece de antemão (a priori). O que garante o
vínculo entre os produtores e a autonomia dos
proprietários privados. Dominação é a posteriori.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO NO CAPITALISMO
→ “pressupõe desde o início o trabalhador
assalariado, livre, que vende sua força de trabalho ao
capital. Historicamente, porém, ela se desenvolve em
oposição à economia camponesa e à produção
artesanal independente” (C I, p. 409).

→ Na sociedade capitalista não existem essas relações


permanentes, diretas, entre determinadas pessoas
que são possuidoras dos diferentes elementos de
produção. Os capitalistas só usam a autoridade de
dirigentes da produção “como personificação das
condições de trabalho [...] e não, como nas formas
anteriores de produção, enquanto titulares do poder
político ou teocrático” (C., III, p.813). (Rubin. Cap 2)
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO NO CAPITALISMO
MUUUIIITO IMPORTANTE!

A dominação e subordinação de uma classe


sobre a outra no capitalismo, diferente de
todas formas sociais anteriores, é resultado da
sua prática social efetiva. Não é dada de
antemão, a priori. Os indivíduos são a priori
livres, iguais e autônomos. A posteriori são
dominados, explorados e as engrenagens de
um sistema!
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO e FORMA SOCIAL
→ a cooperação capitalista aparece não como uma
forma histórica específica da cooperação, “mas, ao
contrário, é a própria cooperação que aparece
como uma forma histórica peculiar do modo de
produção capitalista, como algo que o distingue
especificamente” (C I, p. 410).

→ Os diversos tipos de cooperação não fundam


formas diversas de sociedade, ao contrário, são as
formas específicas de sociedade que fundam modos
distintos de cooperação.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO e FORMA SOCIAL
→ Formas de cooperação: divisão técnica do trabalho
→ Forma social : divisão social do trabalho

Divisão técnica do trabalho: organização do trabalho


DENTRO de uma empresa (entre pessoas).
Divisão social do trabalho: divisão do trabalho ENTRE
produtores privados isolados (incluindo empresas).

As relações de produção entre as pessoas dentro da


empresa têm um caráter exclusivamente técnico. Os
dois aspectos (técnico e social) ajustam-se um ao
outro, mas cada um tem um caráter diverso.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO e FORMA SOCIAL
→ Formas de cooperação ou divisão técnica do
trabalho: taylorismo, fordismo, neofordismo,
toyotismo, SHP associadas as máquinas
(tecnologias)

→ Formas social ou divisão social do trabalho: o


produtor de mercadorias está vinculado apenas a
um mercado indeterminado, no qual ele entra
através de uma sequência discreta [finita] de
transações individuais que o ligam
temporariamente a determinados produtores de
mercadorias. (Rubin, cap 2)
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO e DIREÇÃO
→ Todo trabalho cooperativo e coletivo exige uma
direção: “embora todo trabalho imediatamente
social ou coletivo em grande escala requer em maior
ou menor medida, uma direção que estabeleça a
harmonia entre as atividades individuais ...” Direção
tem um aspecto que decorre do caráter útil e
necessário do processo de trabalho.
→ na forma tipicamente capitalista a direção é, ao
mesmo tempo, “despótica em sua forma” (C I, p.
407). A direção capitalista expressa não apenas este
caráter útil intrínseco ao processo cooperativo, mas
o caráter duplo do trabalho que este dirige.
Capitulo 11 -­COOPERAÇÃO
COOPERAÇÃO SIMPLES
→ mais abstrata, encontrada em TODOS modos de
produção, de maneira mais ou menos desenvolvida.

→ pode produzir mais-­valia relativa pela economia


de meios de produção

→ Nesta simplicidade abstrata a força produtiva do


trabalho combinado aparece de modo claro e
transparente como força produtiva do próprio
trabalho social.
Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
MANUFATURA
Se configura de forma dupla:
→ PRIMEIRO: “ela parte da combinação de ofícios
autônomos e diversos, que são privados de sua
autonomia e unilateralizados até o ponto em que
passam a constituir meras operações parciais e
mutuamente complementares no processo de
produção de uma única mercadoria”.
→ SEGUNDO: “decompõe o mesmo ofício individual
em suas diversas operações particulares, isolando-as
e autonomizando-as até que cada uma delas se
torne uma função exclusiva de um trabalhador
específico” (C I, p. 413).
Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
MANUFATURA
→ Por um lado, retalha e divide os ofícios, por
outro, os combina e associa.
→ TRABALHADOR FRAGMENTO: Produz o
trabalhador detalhista, parcial e especializado;
separado não somente dos meios de produção, mas
de si mesmo, isto é, do domínio e reconhecimento
total de sua própria atividade.
→ Temos aqui uma divisão técnica do trabalho que tem
por meta organizar os distintos trabalhadores
individuais numa forma que potencialize sua própria
força de trabalho individual,transformando uma força
de trabalho isolada e independente em uma grande
força coletiva.
Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
Divisão técnica do trabalho e Divisão social do trabalho:
“Enquanto a divisão manufatureira do trabalho
pressupõe a concentração dos meios de produção nas
mãos de um capitalista, a divisão social do trabalho
pressupõe a fragmentação dos meios de produção entre
muitos produtores de mercadorias independentes entre
si.” (C I, p. 429)

Contradição entre divisão manufatureira e divisão social


do trabalho
→ Na instância interior da produção o capitalista
individual representa o polo científico, consciente e
racional.
→ Na instância exterior do mercado nenhuma força
racional e consciente se impõe.
Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
MANUFATURA: DIVISÃO TÉCNICA SOCIAL
DO TRABALHO
→ o desenvolvimento da divisão social do trabalho
não implica necessariamente no regime
manufatureiro.
→ SOCIEDADES PRÉ-CAPITALISTAS: “as formas sociais
anteriores ... apresentam, por um lado, o quadro de
uma organização do trabalho social submetida a um
planejamento e a uma autoridade”; todavia, de outra
parte, “excluem inteiramente a divisão do trabalho na
oficina, ou só a desenvolvem numa escala ínfima, ou
ainda apenas de forma esporádica, acidental” (C I, p.
430).
Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
MANUFATURA: DIVISÃO TÉCNICA SOCIAL
DO TRABALHO
“É possível ... estabelecer uma regra geral, segundo a
qual quanto menor é a autoridade da divisão do
trabalho no interior da sociedade,mais ela se
desenvolve no interior da oficina, e mais será
submetida à autoridade de um só indivíduo. Assim, a
autoridade na oficina e a autoridade na sociedade
estão, com relação à divisão do trabalho, em razão
inversa uma para a outra.” Miséria da filosofia apud (C
I, p. 431).

Marx exemplifica com a ÍNDIA


Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
MANUFATURA
“a divisão manufatureira do trabalho é uma criação
absolutamente específica do modo de produção
capitalista” (C I, p. 433)
→ Não é a mera concentração de trabalhadores em
um lugar.
→ Não é a proliferação de atividades sociais
produtivas (divisão social do trabalho).
→ É a hierarquização e compartimentação das
atividades produtivas dentre de uma empresa.
→ Manufatura não criou nem fomentou o
capitalismo, ela foi o produto do desenvolvimento
capitalista, ela foi fomentada pelo capitalismo.
Capitulo 12 -­DIVISÃO DO TRABALHO E MANUFATURA
CONSEQUÊNCIAS PARA O TRABALHADOR
→ “não só submete ao comando e à disciplina do
capital o trabalhador antes independente como
também cria uma estrutura hierárquica entre os
próprios trabalhadores” (C I, p. 434).
→ “aleija o trabalhador, converte-o numa aberração,
promovendo artificialmente sua habilidade detalhista
por meio da repressão de um mundo de impulsos e
capacidades produtivas” (C I, p. 434).
→ Na manufatura, o TRABALHADOR CONTINUA A
SER O MOTOR DO PROCESSO. Trata-se de uma
transformação na forma cooperativa.
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
MÁQUINA
→ o modo de produção capitalista revoluciona não
apenas a organização da força de trabalho com a
cooperação manufatureira, mas também dos meios de
trabalho, convertendo as ferramentas em máquinas.

→FERRAMENTA é regulada e controlada pelo


trabalhador. O trabalhador é o princípio subjetivo.
→MÁQUINA contém em si seu princípio motor e de
movimento, a que o trabalhador se liga como mero
apêndice.
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
COOPERAÇÃO SIMPLES E MAQUINARIA
→ “Na fábrica, isto é, na oficina baseada na utilização
da máquina –, a cooperação simples reaparece, antes
de mais nada (abstraímos aqui o trabalhador), sob a
forma da conglomeração espacial de máquinas de
trabalho do mesmo tipo e que operam
simultaneamente em conjunto” (C I, p. 452-453).

→ Como a cooperação manufatureira propriamente


dita converte-se em um atributo dos meios de
produção, entre a massa de trabalhadores “ocorre
apenas cooperação simples” (C I, p. 492).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
MANUFATURA E GRANDE INDÚSTRIA
→ Na maquinaria, como na manufatura, temos a
combinação ou articulação de diversas funções parciais
do processo de produção. Só que:

→ “manufatura, a articulação do processo social de


trabalho é puramente subjetiva, combinação de
trabalhadores parciais”
→ “no sistema de máquinas, a grande indústria é
dotada de um organismo de produção inteiramente
objetivo, que o trabalhador encontra já dado como
condição material da produção” (C I, p. 459).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
MANUFATURA E GRANDE INDÚSTRIA
→ “No lugar da hierarquia de trabalhadores
especializados que distingue a manufatura, surge na
fábrica automática a tendência à equiparação ou
nivelamento dos trabalhos que os auxiliares da
maquinaria devem executar” (C I, p. 491-492).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
MAQUINARIA E TRABALHO ABSTRATO
→ “Em geral, o método de produção do mais-valor
relativo consiste em fazer com que o trabalhador, por
meio do aumento da força produtiva do trabalho, seja
capaz de produzir mais COM O MESMO DISPÊNDIO DE
TRABALHO NO MESMO TEMPO. O mesmo tempo de
trabalho agrega ao produto total o mesmo valor de
antes, embora esse valor de troca inalterado se
incorpore agora em mais valores de uso, provocando,
assim, uma queda no valor da mercadoria
individual.” (C I, p. 482)

→ A mais­-valia relativa é conseguida pressupondo uma


intensidade do trabalho estável. Muda-se o caráter da
mais-valia.
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
TRANSFERÊNCIA DE VALOR DA MAQUINARIA
AO PRODUTO
→ A maquinaria atua na produção de mercadorias sob
dois distintos aspectos:
1) formadora do produto onde entra por inteira no
processo de trabalho e como formadora do valor onde
entra apenas em parte na medida em que se destaca.
2) Como valor a maquinaria não desaparece com sua
utilização, mas se transfere em gotas ao valor do
produto (depreciação), na medida em que ela se
deprecia pelo valor do trabalho seu valor é
proporcionalmente transferido ao valor do produto.
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
CONTRADIÇÃO ABSOLUTA DA MAQUINARIA
→ “Considerada exclusivamente como meio de
barateamento do produto, o limite para o uso da
maquinaria está dado na condição de que sua própria
produção custe menos trabalho do que o trabalho que
sua aplicação substitui.”

“Na aplicação da maquinaria à produção de mais-valor


reside, portanto, uma contradição imanente, já que
dos dois fatores que compõem o mais-valor fornecido
por um capital de dada grandeza, um deles, a taxa de
mais-valor, aumenta somente na medida em que reduz
o outro fator, o número de trabalhadores.” (C I, p. 480).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
PROLONGAMENTO DA JORNADA DE TRABALHO

→ “a máquina é o meio mais eficaz para o


prolongamento da jornada de trabalho. Justificavam
ocasionalmente a escravidão de uns como meio para o
pleno desenvolvimento humano de outros. Mas pregar
a escravidão das massas como meio para transformar
alguns arrivistas toscos ou semicultos em [fiandeiros
proeminentes], [grandes fabricantes de embutidos] e
[influentes comerciantes graxas de sapato], para isso
lhes faltava o órgão especificamente cristão.” (C I, p.
480-1)

→ Diferença entre intensidade do trabalho e


produtividade do trabalho
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
ALTERAÇÕES (TÉCNICAS) COM A GRANDE
INDÚSTRIA
→ “supera-se a base técnica sobre a qual repousa a
divisão do trabalho na manufatura” (C I, p. 491).
→ “capacidade de rendimento da ferramenta é
emancipada das limitações pessoais da força humana
de trabalho” (C I, p. 491).
→ ao lado dos operários “figura um pessoal
numericamente insignificante, … uma classe superior
de trabalhadores, com formação científica ou
artesanal, situada à margem do círculo dos operários
fabris e somente agregada a eles’’ (C I, p. 492).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
PRIMEIRA CONCLUSÃO
→ Cooperação simples, manufatureira são momentos
internos do processo de cooperação industrial:

cooperação manufatureira se transmuta de um
princípio subjetivo por meio da combinação de
trabalhadores parciais em um princípio objetivo
enquanto atributo da máquina.

a atividade dos trabalhadores entre si se
transmuta em mera cooperação simples enquanto
apêndice da máquina.
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
SEGUNDA CONCLUSÃO
→ Não se trata, aqui, da história do processo de
produção, ainda que, nesse caso, o processo histórico
pareça coincidir com a ordem de exposição. Vai-se dos
elementos simples aos mais concretos da produção.
✔ Exposição não se principia pelas formas pretéritas de
cooperação, mas pela cooperação simples: a forma de
cooperação geral,abstrata e comum a todas formas
históricas.
✔ a análise da manufatura não se inicia por sua
emergência a partir da destruição das corporações de
ofício, mas pelos aspectos que a especificam e a
determinam enquanto um momento da produção
capitalista.
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
TERCEIRA CONCLUSÃO
→ A revolução industrial NÃO criou o capitalismo, ao
contrário, o capital é que fomentou a grande indústria
por se mostrar o sistema mais adequado para elevar o
grau de exploração da força de trabalho: meta absoluta
da produção capitalista. Trata-se aqui de
transformações técnicas fomentadas pela forma social
capitalista já existente:

✔ “Essa divisão de trabalho é puramente técnica”(C I, p. 492).


✔ “supera-se a base técnica sobre a qual repousa a
divisão do trabalho na manufatura” (C I, p. 491).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
CONSEQUÊNCIAS PARA OS TRABALHADORES
→ “Na manufatura, os trabalhadores constituem
membros de um mecanismo vivo. Na fábrica, tem-se
um mecanismo morto, independente deles e ao qual
são incorporados como apêndices vivos” (C I, p. 494).
→ “Da especialidade vitalícia em manusear uma
ferramenta parcial surge a especialidade vitalícia em
servir a uma máquina parcial”.
→ “a facilitação do trabalho se torna meio de tortura,
pois a máquina não livra o trabalhador do trabalho,
mas seu trabalho de conteúdo” (C I, p. 494-495).
Capitulo 13 -­MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA
ASPECTO NEGATIVO: grande indústria “suprime toda
tranquilidade, solidez e segurança na condição de vida
do trabalhador” “Esse é o aspecto negativo”(C I,p. 557).

ASPECTO POSITIVO: tal quadro “transforma numa


questão de vida ou morte a substituição dessa
realidade monstruosa ...; a substituição do indivíduo
parcial, mero portador de uma função social de
detalhe, pelo indivíduo plenamente desenvolvido, para
o qual as diversas funções sociais são modos
alternantes de atividade”(C I, p. 558).

O “desenvolvimento das contradições de uma forma


histórica de produção constitui, todavia, o único
caminho histórico de sua dissolução e reconfiguração”
(C I, p. 558).
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
SEÇÃO V
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
PROCESSO DE TRABALHO
→ Uma vez determinados a mais-valia absoluta e
relativa, o processo de trabalho é completamente
ressignificado em relação a abstração inicial com que foi
considerado no capítulo 5.
→ “consideramos o processo de trabalho de modo
abstrato, independente de suas formas históricas”. Essa
“determinação do trabalho produtivo ... não é de modo
nenhum suficiente para ser aplicada ao processo
capitalista de produção” (C I, p. 577).
→ Com a dimensão cooperativa do trabalho, o conceito
abstrato de trabalho produtivo “continua válido para o
trabalhador coletivo [..., mas] já não é válido para cada
um de seus membros, tomados isoladamente”(C I,p.
577).
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
TRABALHO PRODUTIVO
→ “Assim, o conceito de trabalhador produtivo não
implica de modo nenhum apenas uma relação entre
atividade e efeito útil, entre trabalhador e produto do
trabalho, mas também uma relação de produção
especificamente social, surgida historicamente e que
cola no trabalhador o rótulo de meio direto de
valorização do capital”. Ser produtivo não é apenas
produzir valores de uso, mas, também, valorizar o
capital.

“Ser trabalhador produtivo não é, portanto,


sorte,mas um azar” (C I, p. 578).
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
TRABALHO PRODUTIVO: PRIMEIRO ASPECTO
→ Assim, no capítulo 5, o trabalho era produtivo
quando produz valores de uso. Era assim em todas
sociedades pré-capitalistas Agora, além disso, para ser
produtivo, tem que valorizar o capital.

✔ O trabalho de um camponês autossuficiente não é


produtivo (para o capital).
✔ Para ser produtivo, não basta produzir um produto,
tem que produzir mercadorias e, mercadorias, na
forma de capital-mercadoria.
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
TRABALHO PRODUTIVO: SEGUNDO ASPECTO
→ “a AMPLIAÇÃO do caráter cooperativo do próprio
processo de trabalho é necessariamente acompanhada
da ampliação do conceito de trabalho produtivo e de
seu portador, o trabalhador produtivo. Para trabalhar
produtivamente, já não é mais necessário fazê-lo com
suas próprias mãos; basta, agora, ser um órgão do
trabalhador coletivo, executar qualquer uma de suas
subfunções” (C I, p. 577).

✔ Em formas não capitalista, toda riqueza era


produzida unicamente por quem produz valores de
uso. Agora o trabalho intelectual pode se vincular
como parte desse órgão produtivo.
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
TRABALHO PRODUTIVO: TERCEIRO ASPECTO
→ “Por outro lado, o conceito de trabalho produtivo se
ESTREITA. A produção capitalista não é apenas
produção de mercadoria, mas essencialmente
produção de mais-valor. O trabalhador produz não
para si, mas para o capital. Não basta, por isso, que ele
produza em geral. Ele tem de produzir mais-valor” (C I,
p. 577).

✔ É produtivo, portanto, os trabalhadores que se ligam


a um órgão coletivo produtor de valores de uso na
forma capital-mercadoria (mercadoria prenhe de mais-
valia).
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
PRESSUPOSTO HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE
MAIS-VALIA
SEÇÃO I → PRESSUPÕEM um avançado grau na divisão
social do trabalho
SEÇÃO II → PRESSUPÕE a emergência de uma massa de
indivíduos proprietários apenas de sua força de
trabalho.
SEÇÃO III e IV → PRESSUPÕEM um processo histórico
que elevou significativamente o grau de produtividade
do trabalho.
“sem esse tempo excedente, não haverá mais-trabalho
e, por conseguinte, nenhum capitalista, tampouco
senhor de escravos, barão feudal, numa palavra,
nenhuma classe de grandes proprietários” (C I, p. 580)..
Capitulo 14 -­MAIS-­VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
PRESSUPOSTO HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE
MAIS-VALIA
“Somente depois e a humanidade ter superado pelo
trabalho suas primitivas condições de animalidade,
depois, portanto, de seu próprio trabalho já estar
socializado num certo grau, é que surgem as condições
para que o mais-trabalho de um transforme-se em
condição de existência do outro” (C I, p. 580).

a relação capital “nasce num terreno econômico que é


o produto de um longo processo de desenvolvimento.
A produtividade preexistente do trabalho, que lhe
serve de fundamento,não é uma dádiva da Natureza,
mas o resultado de uma história que compreende
milhares de séculos” (C I, p. 580-81).
Capitulo 15 -­VARIAÇÃO DE GRANDEZA DO PREÇO DA FORÇA DE TRABALHO E DA MAIS-­VALIA
A valor da força de trabalho média em determinada
época e sociedade está determinada por três fatores:
1) Pelo valor dos meios de subsistência
habitualmente necessários ao trabalhador
médio.
2) Por seus custos de desenvolvimento que se
modificam com o modo de produção.
3) Por suas diferenças entre os indivíduos: gênero,
idade etc.
Marx supõe ainda:
I. As mercadorias são vendidas pelo seu valor
II. Que o valor da força de trabalho suba
ocasionalmente acima de seu valor
Somente então ele analisa três circunstâncias
possíveis:
Capitulo 15 -­VARIAÇÃO DE GRANDEZA DO PREÇO DA FORÇA DE TRABALHO E DA MAIS-­VALIA
Circunstância 1 → Grandeza e intensidade da jornada
de trabalho constantes com força produtiva do
trabalho constantes.

Dessa situação decorre três leis:


1)LEI 1:Massa total de valor produzido nesta jornada de
trabalho mais produtiva não variará, apesar variação
nas forças produtivas, para mais ou para menos
2)LEI 2:O valor da força de trabalho e da mais-­valia
variam em sentido oposto.
3)LEI 3:O aumento ou a diminuição da mais-­valia é
sempre consequência e jamais causa. Decorre do fato
de que a mais-­valia não possui um valor, ela é um
excedente variável, valor possui unicamente.
Capitulo 15 -­VARIAÇÃO DE GRANDEZA DO PREÇO DA FORÇA DE TRABALHO E DA MAIS-­VALIA
Circunstância 2 → Jornada de trabalho e força
produtiva do trabalho constantes com intensidade do
trabalho variável

Dessa situação decorre:


A vida do trabalhador é consumida mais rapidamente
acelerando o ritmo de trabalho sem mudar a variação
extensiva da jornada de trabalho.
Capitulo 15 -­VARIAÇÃO DE GRANDEZA DO PREÇO DA FORÇA DE TRABALHO E DA MAIS-­VALIA
Circunstância 3 → Força produtiva e intensidade do
trabalho constantes com jornada do trabalho variável

Dessa situação decorre:


→ sua vida se esvai mais rapidamente conservando o
mesmo ritmo de trabalho, porém dilatando o trabalho
durante uma jornada diária mais extensa
→ "na sociedade capitalista, tempo livre é produzido
para uma classe mediante a transformação de todo o
tempo de vida das massas em tempo de trabalho".
Capitulo 16 -­DIFERENTES FÓRMULAS PARA A TAXA DE MAIS­-VALIA

→ As duas primeiras fórmulas apresentam como


relação de valores o que a terceira apresenta como
relação entre os tempos nos quais esses valores são
produzidos. Essas fórmulas, substituíveis entre si, são
conceitualmente rigorosas.
Capitulo 16 -­DIFERENTES FÓRMULAS PARA A TAXA DE MAIS­-VALIA
“O capital, portanto, não é apenas o comando sobre o
trabalho, como diz A. Smith. Ele é, em sua essência, o
comando sobre o trabalho não pago. Todo mais-valor,
qualquer que seja a forma particular em que mais tarde
se cristalize, como o lucro, a renda etc., é, com relação
à sua substância, a materialização de tempo de
trabalho não pago. O segredo da autovalorização do
capital se resolve no fato de que este pode dispor de
uma determinada quantidade de trabalho alheio não
pago.”

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