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EM ESPANHOL
Roberta Spessato
Estratégias de coesão e coerência no texto
escrito
APRESENTAÇÃO
A coesão é uma propriedade do discurso em que tanto as regras morfossintáticas de uma língua
quanto às relações semânticas estabelecidas entre as diferentes sentenças, as quais constituem
um texto, intervêm no sentido geral do contexto. Seu objetivo é assegurar a progressão temática,
unindo as diferentes orações que compõem um discurso. Já a coerência é responsável pelo
sentido do texto, ou seja, é baseando-se nela que você é capaz de compreender se um texto é
coerente ou incoerente. Por mais que existam duas abordagens diferentes, a relação delas com o
texto é complementar. Isso quer dizer que não existe um texto bem escrito sem a unidade e a
relação da coesão com a coerência.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Um bom texto deve ser a construído de forma compreensível aos olhos do leitor. A coerência
textual é o instrumento que o autor usa, juntamente com a coesão, para conseguir costurar o
texto com o objetivo de dar um sentido completo a ele. Afinal, um texto incoerente não é
eficiente, pois não consegue transmitir sua mensagem ao receptor.
No infográfico a seguir, veja o que é necessário para haver coerência textual.
CONTEÚDO DO LIVRO
A coesão é uma propriedade discursiva que se refere ao modo como palavras, frases e suas
partes combinam-se para garantir um desenvolvimento proposicional, formando uma unidade
conceitual, que é o texto escrito. A coerência é responsável pelo sentido do texto, ou seja, é
baseando-se nela que o ser humano é capaz de compreender se um texto é coerente ou
incoerente.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
A coesão é uma propriedade do discurso em que tanto as regras mor-
fossintáticas de uma língua como as relações semânticas estabelecidas
entre as diferentes sentenças, as quais constituem um texto, intervêm no
sentido geral do contexto. Seu objetivo é assegurar a progressão temática,
unindo as diferentes orações que compõem um discurso.
A coerência é responsável pelo sentido do texto, ou seja, é com base
nela que somos capazes de compreender se um texto é coerente ou
incoerente. Por mais que tratemos de duas abordagens diferentes, a
relação delas com o texto é complementar. Não existe um texto bem
escrito sem a unidade e a relação da coesão com a coerência.
Neste capítulo, você aprenderá quais são as características da coesão
e da coerência no texto escrito e compreenderá a sua importância para
a concepção de unidade sequencial.
Referência
Qualquer atividade discursiva verbal — seja escrita, ou falada — pressupõe
em seu desenrolar que façamos constantemente referência a algo ou a alguém.
Esse tipo de estratégia, segundo Koch e Elias (2017), constitui os objetos do
discurso, nos quais esses referentes podem ser retomados mais adiante, ou
servirem como base para a introdução de novos referentes. Esse processo é
denomina progressão referencial.
A referência é um processo coesivo que se baseia em manter o referente em
um discurso, principalmente por meio de categorias que trabalham com valor
dêitico: pronomes pessoais, demonstrativos e comparativos. Em todos esses
casos, o mesmo antecedente é repetido por meio de elementos da natureza
gramatical. Portanto, é a relação existente entre um elemento do texto com
outro (ou outros) que está presente no contexto situacional. Para Koch e Elias
(2017, p. 134-135), esse aspecto coesivo fundamenta-se na construção e na
reconstrução de objetos de discurso, inclusive, as autoras propõem substituir
a noção de referência pela noção de referenciação, pois trata-se de uma ati-
vidade discursiva.
Koch (2013, p. 31) apresenta a coesão referencial como aquela em que
um objeto da superfície textual remete a outros elementos presentes ou
inferíveis a partir do universo textual. Aos elementos explícitos atribui-se
a nomenclatura forma referencial ou remissiva; e aos objetos implícitos,
elemento de referência ou referente textual. Assim, o referente é algo que
se (re)constrói textualmente.
A identificação dos referentes é um tópico linguístico extremamente rele-
vante na compreensão e na produção textual, pois influencia o processamento
das informações. Segundo Koch e Elias (2017), podem ocorrer dois tipos de
introdução de referentes textuais: ativação ancorada e ativação não ancorada.
A primeira ocorre quando o emissor introduz no texto um objeto de discurso
completamente novo, a qual é também conhecida como referência situacional
ou referência exofórica. A segunda sucede quando o emissor introduz no texto
um novo objeto discursivo, baseado no contexto, também conhecida como
referência textual ou referência endofórica.
A referência exofórica realiza-se quando um elemento do texto alude a
elementos da realidade ou a fatores extralinguísticos que não estão no texto,
mas no contexto situacional. Koch e Elias (2017, p. 135) exemplificam esse
tipo de referência com as anáforas indiretas, considerando que não existe um
contexto que as antecede de forma explícita, ou seja, sucede quando o referente
4 Estratégias de coesão e coerência no texto escrito
está fora do texto. Koch (2013) também nomeia a referência exofórica como
referência situacional. Veja um exemplo:
Nosotros pode ser tanto os professores como os alunos que estão em aula ou
os alunos que estão fora da sala de aula. É abrangente e depende de indivíduos
que estão fora do discurso linguístico.
A referência endofórica ocorre quando a relação é estabelecida com uma
referência presente no mesmo texto. A referência endofórica pode ter caráter
anafórico, ou seja, retoma algo que já foi explicitado no contexto; ou caráter
catafórico, referente a algo que ainda será explicitado contextualmente.
A referência endofórica anafórica acontece no momento em que uma
referência retrospectiva é estabelecida no texto, isto é, quando um termo faz
alusão a outro mencionado anteriormente, conforme exemplo a seguir.
O pronome relativo que faz uma referência anafórica, pois se refere a el libro.
Já a referência endofórica catafórica ocorre quando uma referência
prospectiva é estabelecida em um texto, quando o significado de um termo
depende de outro que aparece depois, por exemplo:
¿Qué pasa?
Dêixis
A dêixis, por ser um instrumento linguístico responsável pela coesão de
forma referencial, é uma forma mais geral de abordar a referência coesiva,
é a interpretação da referenciação. Segundo Lyons (1977, p. 636), o termo
“dêixis” é usado em linguística para referir a função dos pronomes pessoais
e demonstrativos, dos tempos e de uma variedade de formas gramaticais e
léxicas que relacionam enunciados com as coordenadas entre o tempo e o
espaço do ato de enunciar.
Os dêiticos possuem o papel linguístico não apenas de instrumentos re-
ferenciais, mas funcionam também no sentido de enriquecer o sentido do
Estratégias de coesão e coerência no texto escrito 5
Substituição
Existem diferentes recursos linguísticos capazes de predicar o mesmo objeto
já utilizado no discurso sem utilizar, necessariamente, as mesmas palavras. A
substituição de um elemento lexical por outro (ou por uma expressão) equiva-
lente é um mecanismo que indica o estabelecimento de uma relação semântica
entre o termo substituído e o substituto no texto.
O mecanismo da substituição busca evitar a repetição do mesmo ele-
mento. Esse recurso coesivo é uma relação de tipo anafórico e, segundo
Antunes (2005, p. 86), subdivide-se em substituição lexical e substituição
gramatical.
A substituição gramatical ocorre quando uma palavra ou sentença é
substituída por um elemento linguístico cuja função é servir como substituto
desse elemento lexical. É neste mecanismo de coesão que o referente e o
substituto são referenciais, conforme demonstrado a seguir.
Fui de viaje con mis amigas. Ellas estaban muy felices. (proforma pronominal).
María estudió para la prueba. Sus compañeros de clase hicieron lo mismo.
(proforma verbal)
apenas um mecanismo para evitar a repetição, pois ela implica um ato de inter-
pretação, ao qual se pode, inclusive, agregar informações sobre um referente
já introduzido anteriormente.
Pablo Neruda fue uno de los poetas más fecundos de la literatura chi-
lena, latinoamericana y mundial del siglo XX. La influencia de su vida
y obra trasciende el ámbito literario, permeando todos los campos de
la cultura popular y académica, irradiando la historia política y social
del país y alzándose como un referente indiscutido para la creación
artística contemporánea. A la par de estas circunstancias sociales,
la introducción de la política en su poesía y vida fue impulsada por
su temprana carrera diplomática iniciada en 1927, año en que fue
nombrado como Cónsul chileno en Birmania, lo que inauguró sus
contactos con el mundo y sus afanes por la justicia social. En 1927
publicó en España un libro escrito en sus viajes por oriente y Europa,
y que se convirtió a ojos de la crítica como unas de sus obras cumbres:
Residencia en la Tierra.
En 1934 el cónsul regresó a España cultivando una rica amistad
con la generación literaria española de 1927, cuyo máximo repre-
sentante fue Federico García Lorca. Estremecido enormemente por
las nefastas consecuencias de la Guerra Civil Española estallada
en 1936, y que terminó con la vida de su amigo el poeta Federico
García Lorca, el poeta escribió su sobrecogedora obra "España en
el Corazón" en 1937.
Elipse
A elipse é um mecanismo que se manifesta com a supressão de uma informação
já compreendida; isto é, o receptor é capaz de inferir a informação implícita sem
qualquer problema. É possível dizer que a elipse é uma maneira de substituir
um referente por um elemento zero (Ø); por isso, Halliday e Hasan classificam
a elipse como uma forma particular de substituição, em que a nomeiam como
substituição por zero.
De modo geral, na visão de Antunes (2005), a elipse é o resultado da omissão
de um termo que pode ser facilmente identificado pelo contexto. Cabe ressaltar
que ela serve como um mecanismo de economia e de estilo. Veja o exemplo:
Procedimentos textuais
A continuidade de um texto escrito não se dá apenas na superfície tex-
tual, há uma questão de sentido necessária, pois para um texto ser bem
escrito não basta ser coeso, deve também ser coerente, ou seja, deve fazer
sentido. Antunes (2005, p. 50) afi rma que as relações semânticas textuais
se expressam por relações de reiteração, associação e conexão. Essas
relações acontecem via alguns procedimentos coesivos, com base em
recursos distintos.
As relações de reiteração aceitam como procedimentos a repetição e a
substituição. Na relação de associação, ocorre a seleção lexical; e, na relação
de conexão, ocorre o estabelecimento de relações sintático-semânticas entre
termos, orações, períodos e parágrafos.
1. Reiteração Repetição
Substituição
de tirar e por palavras, pois toda interação verbal é o resultado de uma rede
de conhecimentos.
Os recursos da repetição se resumem em três: paráfrase, paralelismo e
repetição. Os recursos da substituição são substituição gramatical, substi-
tuição lexical e elipse. A paráfrase ocorre sempre quando o emissor repete,
com outras palavras, o que já foi enunciado anteriormente. Os fragmentos
parafrásticos, segundo Antunes (2005, p. 62), são inseridos com: en otras
palabras (em outras palavras), en resumen (em resumo), esto es (isto é), es
decir (quer dizer), etc. Portanto, é importante lembrar que a paráfrase constitui
um recurso reiterativo relevante, pelo fato de reformular algo já dito com o
propósito de esclarecer o discurso. O paralelismo é um recurso diretamente
ligado à coordenação de elementos sintáticos idênticos, já que unidades se-
mânticas similares devem corresponder a estruturas sintáticas de igual valor.
O paralelismo sintático ocorre quando há similaridade estrutural entre duas
ou mais sequências em prosa ou verso, de modo que há uma correspondência
quase exata entre seus constituintes sintáticos.
Los Nadies
Sueñan las pulgas con comprarse un perro y sueñan los nadies con salir de
pobres,
que algún mágico día llueva de pronto la buena suerte, que llueva a cánta-
ros la buena suerte;
(...)
Los nadies: los hijos de nadie, los dueños de nada.
(...)
Que no tienen nombre, sino número.
Que no figuran en la historia universal, sino en la crónica roja de la prensa local.
Los nadies, que cuestan menos que la bala que los mata.
12 Estratégias de coesão e coerência no texto escrito
Me vio y me saludó.
No tengo perros ni gatos.
ADVERSATIVAS (oposição entre os dois elementos unidos): pero, mas, sino, sin embargo,
no obstante.
EXPLICATIVAS (uma frase esclarece o significado da anterior): es decir, esto es, o sea,
a saber.
CAUSAIS (expressam causa, motivo, razão que torna possível a realização da oração
principal): porque, a causa de que, ya que, puesto que, dado que, pues.
FINAIS (expressam finalidade): para que, a fin de, con el objeto de.
CONDICIONAIS (condição ou hipótese): si, con tal de que, siempre que, a no ser que.
CONCESSIVAS (concessão, trazem uma dificuldade, mas não impedem que a ação
seja realizada): aunque, si bien que, por más que, a pesar de, aun cuando, por mucho que.
ILATIVAS (consequência): de modo que, así que, conque, por tanto, por consiguiente, luego.
ANTUNES, I. Lutar com as palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.
HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in English. Londres: Longman, 1976.
KERBRAT-ORECCHIONI, C. L’enonciation de la subjectivité dans le langage. Paris: Armand
Colin, 1980.
KOCK, I.G.V. A coesão textual. 22. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
KOCK, I.G.V. O texto e as construções dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2018.
KOCH,I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São
Paulo: Contexto, 2017.
LYONS, J. Deixis, Space and Time. In: LYONS, J. Semantics. Cambridge: Cambridge
University Press, 1977. v. 2.
MARCUSCHI, L. A. Linguística textual: o que é e como se faz. São Paulo: Parábola, 2012.
Leituras recomendadas
HUERTA, S. Coherencia y cohesión. 2010. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/
servlet/articulo?codigo=3401183>. Acesso em: 09 ago. 2018.
MEMORIA CHILENA. Mi alma es un carrusel vacío en el crepúsculo: Pablo Neruda (1904-
1973). 2018. Disponível em: <http://www.memoriachilena.cl/602/w3-article-3638.
html>. Acesso em: 09 ago. 2018.
DICA DO PROFESSOR
Sabe-se que a conexão se caracteriza como um recurso coesivo que costura o texto por meio de
marcadores discursivos, promovendo, assim, a compreensão textual como um todo. A costura
textual feita pela conexão resume-se ao uso dos conectores com os seus significados semânticos.
Contudo, é importante analisar o contexto em que eles estão inseridos, pois, não
necessariamente, os conectores carregam apenas um significado.
Com essa Dica do Professor, você poderá compreender diferentes abordagens e significados das
conjunções adversativas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Assista ao vídeo que apresenta de forma resumida todo o conteúdo da unidade sobre coesão e
coerência na língua espanhola.
Artigo que relata problemas de coerência e coesão textual encontrados em resumos acadêmicos
de estudantes de duas universidades finlandesas.
Artigo que relata problemas que dificultam a produção de textos por professores de português
como língua estrangeira.
Conteúdo:
OFICINA DE TEXTO
EM ESPANHOL
Aline Azeredo
Bizello
A gramática da língua espanhola e a
construção textual
APRESENTAÇÃO
Textos claros e coerentes são resultado de ideias organizadas e bem articuladas. Mas será que
existe uma fórmula que garanta essa organização? Na realidade, o uso adequado de alguns
aspectos gramaticais da língua não só contribui para a escrita clara e precisa como também
determina, muitas vezes, o estilo do texto e os significados que se deseja transmitir.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a relação da morfologia com a produção
textual a partir dos verbos em espanhol, as noções da sintaxe espanhola que influem na
produção de textos e a importância da ortografia na produção textual em espanhol.
Bons estudos.
• Discutir a relação da morfologia com a produção textual a partir dos verbos em espanhol.
• Analisar noções da sintaxe espanhola que influem na produção de textos.
• Justificar a importância da ortografia na produção textual em espanhol.
INFOGRÁFICO
Um texto é resultado das escolhas de seu produtor. O desejo de enfatizar uma informação ou de
provocar uma surpresa ao leitor pode ser conquistado com a simples escolha da ordem dos
termos no enunciado. A sintaxe trabalha a posição dos termos na oração e influencia
diretamente a escrita.
Neste Infográfico, você vai ver como isso funciona num texto jornalístico.
CONTEÚDO DO LIVRO
Transmitir pensamentos por escrito pode ser um grande desafio para muitas pessoas. Quando
essa produção escrita tem de ser feita em uma língua estrangeira, é normal que a sensação de
desafio aumente.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Textos claros e coerentes são resultado de ideias organizadas e bem arti-
culadas, mas será que existe uma fórmula que garanta essa organização?
Na realidade, o uso adequado de alguns aspectos gramaticais da língua
não só contribui para a escrita clara e precisa, mas também determina,
muitas vezes, o estilo do texto e os significados que se deseja transmitir.
Neste capítulo, você estudará a relação da morfologia com a produção
textual (a partir dos verbos em espanhol), as noções da sintaxe espanhola
que têm influência na produção de textos e a importância da ortografia
na produção textual em espanhol.
ainda mais exigida. Afinal, os únicos recursos aos quais o escritor e o leitor
têm acesso são os da linguagem verbal.
ESCREV E U
ESCRIB I Ó
Eu faço fiz
Tu fazes fizeste
PORTUGUÊS ESPANHOL
Eu digo Yo digo
Tu dizes Tú dices
PORTUGUÊS ESPANHOL
Eu penso Yo pienso
Tu pensas Tú piensas
Yo he traído el libro.
Cabe destacar também que, quando o brasileiro usa “tu”, costuma conjugar
o verbo na terceira pessoa. Embora esse uso seja típico de situações informais,
é comum que essas formas apareçam na escrita. Em espanhol, essa construção
não é comum. Logo, o aprendiz brasileiro deve estar atento aos momentos em
que produz seus textos, afinal, os verbos são fundamentais para comunicar fatos.
O texto narrativo, especialmente, é constituído por muitos verbos que anun-
ciam os fatos e os transformam. As narrativas são formadas por elementos que
se associam aos verbos: os personagens agem (os verbos revelam essa ação);
os fatos ocorrem em um tempo (as desinências verbais de tempo mostram
esses momentos) e os acontecimentos têm como núcleo um verbo. A história
narrada ocorre em uma progressão temporal, ou seja, o texto se desenvolve
no tempo. Isso significa que um fato sucede outro fato, como sequências
temporais. Leia um trecho do conto La gallina degollada, de Horacio Quiroga
(1917[2018], documento on-line):
A gramática da língua espanhola e a construção textual 5
Note que o uso do pretérito imperfeito expressa que a ação está em curso,
ao passo que o pretérito perfeito exprime um fato concluso. Observe como os
tempos verbais situam o leitor: sabe-se que são fatos passados e que ocorriam
com frequência.
Nos textos argumentativos, a escolha dos verbos também faz diferença para
o sucesso da comunicação. A escolha adequada é por verbos que estejam no
modo indicativo, pois eles denotam certeza, uma vez que argumentos devem
ser construídos a partir de fatos e certezas. Além disso, ao contrário dos
textos narrativos, é mais comum o uso do tempo presente, pois a defesa de
um ponto de vista costuma estar vinculada a um fato atual. Contudo, a rede
argumentativa é formada por verbos conjugados no pretérito, no presente e
no futuro. Leia fragmentos do texto “La inmadurez de la defensa europea”
(VILLAVERDE, 2018).
Você já ouviu falar em metáfora temporal? Ela ocorre quando se usa verbos no tempo
do mundo narrado, isto é, no pretérito. Veja um trecho de um texto de opinião do
jornal El País (2018):
“Existe un amplio consenso público en que urge una regulación para los Vehículos de
Transporte con Conductor (VTC) para evitar un trato diferente respecto al transporte
privado convencional, es decir, el taxi. La ausencia de esta regulación legal es una de
las causas del conflicto violento que se ha vivido en Barcelona. Los taxistas atacaron
y destrozaron vehículos de Cabify con ocupantes en el interior; incluso una furgoneta
recibió perdigonazos porque los agresores la confundieron con un VTC.”
Existem 10 competidores.
10 personas están compitiendo.
Em suma, para que o leitor possa interpretar um texto, ele terá de relacionar
as pistas que encontra com o seu conhecimento de mundo. Assim, a seleção
dos verbos é fundamental para que as finalidades textuais sejam atingidas.
Note que a maior parte das orações está escrita na ordem linear e direta
da oração. Esse é o caso de: Diversas preguntas aún sin respuesta planean
sobre la muerte de un hombre de entre 50 y 60 años. Há o sujeito (Diversas
preguntas aún sin respuesta), o verbo (planean) e o complemento verbal (sobre
la muerte de un hombre de entre 50 y 60 años).
Quando o texto quer destacar alguma palavra ou enfatizar uma ideia, essa
linearidade costuma ser rompida. Geralmente, o elemento eleito como o mais
importante surge primeiramente na oração. Assim, a ordem dos elementos está
associada à intenção comunicativa. Para alcançar esses objetivos, o escritor
utiliza palavras funcionais, como preposições, artigos e conjunções, que ajudam
a informar a função das palavras que acompanham. Observe a seguinte oração:
— ¿Encontraste la muñeca?
— *Encontré.
A sus 63 años, se diría que Donatella está más en paz consigo misma
que nunca. Muy lejos quedaron sus adicciones —les puso fin en 2004 al
subirse al avión privado de Elton John rumbo a una clínica de rehabilitación
en Arizona—, y los tiempos en los que la supervivencia de la firma Versace
parecía pender de un hilo.
“Hay niños que no están solos en casa, pero están aislados. Su mundo se
vive en una habitación”
Los expertos han detectado un nuevo modelo de menores de la llave que
son aquellos que se quedan a diario en pisos compartidos de forma forzosa
y en espacios hiperreducidos
BARROSO, F. Los diez enigmas del hombre muerto en el ascensor de La Paz. 2018. Disponível
em: <https://elpais.com/ccaa/2018/07/19/madrid/1532003337_227495.html> Acesso
em: 10 ago. 2018.
CONTRERAS, M. Donatella Versace: “Soy activista. No me asusta dar mi opinión”. 2018.
Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2018/07/13/estilo/1531490929_487916.html>.
Acesso em: 10 ago. 2018.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Ortografía de la lengua española. Barcelona: Espasa, 2010b.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Nueva gramática de la lengua española. Barcelona: Espasa,
2010a.
QUIROGA, H. La gallina degollada. 1917[2018]. Disponível em: <https://ciudadseva.com/
texto/la-gallina-degollada/>. Acesso em: 10 ago. 2018.
Leituras recomendadas
ALBERTOS, J. Los perdedores de la globalización. 2018. Disponível em: <https://elpais.
com/elpais/2018/07/12/opinion/1531419407_541039.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.
CORDELLATE, A. “Hay niños que no están solos en casa, pero están aislados. Su mundo se
vive en una habitación”. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2018/07/09/
mamas_papas/1531136729_524755.html> Acesso em: 10 ago. 2018.
EL PAÍS. Violencia en el transporte. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/el-
pais/2018/07/26/opinion/1532622062_796186.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.
RAMÍREZ, P. Las puertas que abre ser alguien de trato fácil. 20 ago. 2015. Disponível em: <https://
elpais.com/elpais/2015/08/20/eps/1440090968_118776.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.
VILLAVERDE, J. A. N. La inmadurez de la defensa europea. 2018. Disponível em: <https://
elpais.com/elpais/2018/07/17/opinion/1531845474_448585.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.
DICA DO PROFESSOR
Você está estudando as relações da gramática da língua espanhola com a construção de textos.
Portanto, conhecer os recursos gramaticais, como o uso adequado de conjunções, é fundamental
para que você elabore textos claros e precisos.
Veja, na Dica do Professor, um vídeo sobre fórmulas de texto, ou seja, como montar parágrafos
a partir das relações entre as orações em espanhol.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Leia o artigo de Viviana Cárdenas, que analisa questões de clareza dos textos por causa dos
problemas sintáticos.
Leia este artigo para aprofundar seus estudos sobre a relação entre verbos e a construção de
textos, de José Azeredo.
Assista a este vídeo que mostra dicas interessantes sobre a escrita de algumas palavras em
espanhol.
Roberta Spessato
Recursos de produção do texto escrito
(espanhol)
APRESENTAÇÃO
Aprender uma língua estrangeira representa mergulhar em uma nova cultura, desenvolver o
senso crítico e ter a possibilidade de adquirir novos conhecimentos a partir de uma nova
ferramenta: a segunda língua. Refletir sobre as estratégias na elaboração textual é fundamental
para a linguagem, pois, quando são analisadas as etapas de um texto escrito, compreende-se de
forma mais sistemática o funcionamento da língua escrita.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá uma discussão sobre as estratégias para a produção
textual, que ajudará a identificar as etapas desse processo e compreender como as relações
sinonímicas podem auxiliar na produção de um texto escrito. Isso é essencial, uma vez que o
discurso é de extrema importância para a formação identitária de qualquer indivíduo e que a
produção textual auxilia esse processo.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Um discurso carrega ideias de outros discursos, seja escrito ou oral. Portanto, a intertextualidade
faz parte de qualquer processo de escrita em qualquer âmbito discursivo. Pode-se escrever
referenciando outros autores, mostrando que sua ideia é baseada em argumentos já existentes.
Mas nem sempre essa intertextualidade é visível.
CONTEÚDO DO LIVRO
O indivíduo é formado por discursos, ou seja, ele é ideológico. Na escrita não seria diferente. Ao
escrever, o indivíduo expõe, além de seus conhecimentos, suas crenças de mundo. Sua língua e
sua cultura estão sempre presentes na sua forma de pensar e de se expressar. Dessa forma,
refletir sobre as estratégias na elaboração textual é fundamental para a linguagem, pois, quando
analisadas as etapas de um texto escrito, compreende-se de forma mais sistemática o
funcionamento da língua escrita.
No capítulo Recursos de produção do texto escrito, da obra Oficina de texto em espanhol, você
conhecerá estratégias para a produção textual, permitindo uma discussão sobre elas, além de
identificar as etapas desse processo e compreender como as relações sinonímicas podem auxiliar
na produção de um texto escrito.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Aprender uma língua estrangeira representa mergulhar em uma nova
cultura, desenvolver o senso crítico e ter a possibilidade de adquirir novos
conhecimentos a partir de uma nova ferramenta: a segunda língua.
Refletir sobre as estratégias na elaboração textual é fundamental
para a linguagem, pois, quando se analisa as etapas de um texto escrito,
compreende-se de forma mais sistemática o funcionamento da língua
escrita.
Sabendo que o discurso é de grande importância para a formação
identitária de qualquer indivíduo e que a produção textual (PT) auxilia
nesse processo, neste capítulo, você estudará suas estratégias, suas eta-
pas e como as relações sinonímicas podem auxiliar na produção de um
texto escrito.
Complexidade estratégica
Atualmente, a escrita é uma necessidade básica de qualquer comunidade
linguística letrada. Cassany (1995) afirma que a vida moderna exige um
completo domínio da escrita, pois esta está tomando, pouco a pouco, a maior
parte da atividade humana. Hoje em dia, a comunicação a distância diária não
2 Recursos de produção do texto escrito (espanhol)
APRENDIZES ESPECIALISTAS
https://goo.gl/dJZ8mD
Recursos de produção do texto escrito (espanhol) 9
A revisão é muito mais que uma técnica ou uma supervisão final da escrita,
porque implica certa atitude de escrita. Não importa se o aluno possui ou
não um conhecimento de escrita aprofundado, pois o professor deve explicar
que o processo de revisão faz parte do de escrita e, a partir dela, pode-se não
somente corrigir inadequações linguísticas, mas também desenvolver mais a
identidade do texto e todas as informações que ele contém.
Siempre que voy a una tienda de ropa necesito probar todas las faldas
y todos los pantalones. Ni siempre yo los compro, pero siempre los quiero
probar. Mi padre me dijo que no tengo más espacio en mi ropero para que
ponga más ropas, pero cuando sé que él no esté en casa llevo todas mis
faldas nuevas para casa.
(Sempre que vou a uma loja de roupa preciso experimentar todas as
saias e todas as calças. Nem sempre eu as compro, no entanto, sempre
quero experimentá-las. Meu pai me disse que não tenho mais espaço
no meu roupeiro para colocar mais roupas, mas quando sei que ele não
está em casa, levo todas minhas saias novas para casa).
Paráfrase simples: um item lexical pode ser substituído por outro sem
perda ou ganho de especificidade e sem mudança observável de significado
— corresponde ao que Hasan (1989) chama de sinonímia. Por exemplo:
Los felinos son animales amables, por eso me encantan los gatos.
(Os felinos são animais muito amados, por isso adoro os gatos).
Recursos de produção do texto escrito (espanhol) 13
Não são somente os sinônimos que compõem o mesmo campo geral de significado.
Em 1989, Hasan (p. 80) propôs cinco tipos de mecanismos coesivos lexicais que servem
para determinar com maior precisão a noção de mesmo sentido.
Sinonímia: a relação em que o significado experiencial (de uso) dos dois itens
lexicais é idêntico, sem que haja uma total sobreposição de significados, eles
possuem significação e sentido iguais. Veja os seguintes exemplos: lograr/conseguir
(conseguir); chico/niño (menino); flaco/muchacho (rapaz); delgado/flaco (magro);
entre tanto/mientras/en tanto (enquanto); todavía/ aún (ainda).
Antonímia: relação de oposição do significado experiencial. Veja alguns exemplos:
gordo/delgado (gordo/magro); bonito/feo (bonito/feio); aburrido/majo (chato/legal).
Hiponímia: relação de hierarquia entre a classe geral e suas subclasses. O termo
que se refere à classe geral chama-se superordenado, já aqueles que se referem
às subclasses chamam-se hipônimos. Veja os seguintes exemplos: animal é um
superordenado dos seus hipônimos: gato, perro, oso, etc.
Meronímia: relação entre o todo (o termo superordenado) e suas partes (comerô-
nimos entre si). Veja alguns exemplos: árbol (árvore), rama (galho) e raíz (raiz). Nesse
contexto, rama (galho) e raíz (raiz) são comerônimos (partes) do superordenado
árbol (árvore).
Repetição: ocorrência repetida de um item ou uma unidade lexical. Para Hasan,
ela é um tipo de padronização lexical que contribui para a textura, apesar de não
ser reconhecida como um tipo de relação de sentido. Por exemplo: Veía mujeres
por toda parte. Había mujeres en las calles, mujeres en las ventanas, mujeres por todo.
14 Recursos de produção do texto escrito (espanhol)
O processo de escrita é fundamental não somente para o ensino da língua espanhola, mas
também para qualquer outro âmbito social. Sabe-se que o objetivo do professor de leitura e
produção textual, seja ele em língua materna ou segunda língua, não se deve basear apenas no
estabelecimento de um tema; é preciso desenvolver, junto aos alunos, maneiras funcionais e
linguísticas necessárias para o processo da escrita, que vai desde o planejamento até a revisão.
De acordo com Koch e Elias (2017), o processo de escrita se divide em quatro fases: a criação
de ideias, a distribuição de ideias, o processo de escrita e a verificação do texto feito.
Com essa Dica do Professor, você saberá como abordar cada fase desde a abordagem do tema
até a revisão textual.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Artigo que explica o processo da escrita no âmbito tecnológico. Jorge Vaca Uribe usa como
base a redação feita em um computador por um estudante de licenciatura.
Visite o site EcuRed e leia um breve resumo sobre as etapas da produção textual.
Com o vídeo do link abaixo, você compreenderá os subprocessos de escrita necessários para o
desenvolvimento da competência da produção textual.
Conteúdo:
OFICINA DE TEXTO
EM ESPANHOL
Camila Felipe
Produção: narrar, descrever e
argumentar
APRESENTAÇÃO
Todo texto é formado tanto por características linguísticas quanto por características
relacionadas ao seu formato. Compreender os traços linguísticos que compõem certos gêneros
textuais é de grande ajuda na hora de construir textos mais adequados aos propósitos
comunicativos. Para aprender determinada língua, como um todo, necessita-se explorar a
proficiência do comunicador também em textos escritos. Assim, por meio de produções textuais,
é possível ampliar os conhecimentos acerca de minúcias gramaticais necessárias para um avanço
comunicativo. Além disso, a produção textual promove a ampliação do vocabulário, a
adequação dos tempos verbais aos propósitos comunicativos e a construção de textos mais
coerentes e coesos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os tipos textuais conhecidos como narração,
descrição e argumentação. Por agirem diretamente na escrita e na leitura do usuário, você irá
analisar os traços linguísticos que constroem um texto narrativo, observar as principais
categorias gramaticais que compõem um texto descritivo e explorar as partes que estruturam um
texto argumentativo.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Os tipos textuais são características nas quais os gêneros se apoiam, isto é, eles estruturam, por
meio de enunciados, os objetivos delimitados em determinada produção textual. Por exemplo, o
gênero conto é estruturado pelo tipo textual narrativo. Assim, diferentemente dos gêneros, os
tipos textuais são limitados e classificados como injuntivo, argumentativo, narrativo, descritivo
e expositivo. Dessa forma, ao estudar as características de cada um, você estará compreendendo
como as propriedades dos tipos textuais funcionam em diversos gêneros.
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Todo texto é constituído por sequências e esquemas linguísticos que
se configuram por meio de gêneros textuais. Rotulamos gêneros como
horóscopo, tirinha e bilhete, por exemplo, para que, em nossas práticas
comunicativas, possamos seguir um modelo esperado e produzir textos
adequados ao propósito comunicativo. Isso significa que, ao produzirmos
um horóscopo, sabemos, por meio do gênero, quais conteúdos são
esperados, quais recursos linguísticos usar, qual estilo devemos seguir
para produzi-lo, etc.
Em outras palavras, comunicamo-nos por meio dos gêneros textuais
e, ao longo da nossa vida, acrescentamos o conhecimento acerca deles,
de suas funções e de suas características. Portanto, ao produtor, cabe
escolher qual sequência disponível utilizar na sua produção textual, que
é chamada, dentro da linguística do texto, de tipo textual. Esses tipos
são reconhecidos pelas nomenclaturas: descritivo, narrativo, injuntivo,
explicativo, argumentativo e dialogal.
Neste capítulo, você estudará os tipos textuais conhecidos como
narração, descrição e argumentação. Para isso, compreenderá os traços
linguísticos que constroem um texto narrativo; as principais categorias
gramaticais que compõem um texto descritivo; e as partes que estrutu-
ram um texto argumentativo.
2 Produção: narrar, descrever e argumentar
A forma como o narrador relata sua história é feita por meio do uso do discurso
direto ou indireto. Chamamos de discurso direto, aquilo que se reproduz de forma
literal, ou seja, a reprodução textual da fala dos personagens. No plano formal,
em espanhol, o discurso direto é manifestado pelo uso de verbos como decir,
afirmar, pedir, preguntar, contestar. Já no plano expressivo, o discurso direto
atua como uma forma de atualizar as informações em uma história, tornando-a
mais real para o leitor. Analise, agora, um exemplo de fragmento narrativo.
deícticas del hablante” (REAL..., 2010, p. 833). Desse modo, para apropriar-se
do discurso de outrem, o falante escolhe determinadas funções linguísticas,
como trocas de tempo verbais e palavras que correspondam à fala do outro.
Utiliza-se, da mesma forma, os verbos decir, afirmar, preguntar, etc. Essas
trocas são feitas nas formas pronominais e nas palavras que indicam tempo
e lugar, conforme apresentado no Quadro 1.
―El sujeto se acercó vacilante a ella y le dijo que siempre la había querido
y que jamás la había dejado. Agregó que, sin embargo, no podía dejar a su
familia y que, por lo tanto, debían separarse para siempre (ALLENDE, 2000).
―Se acercó a ella, lleno de incertidumbre. Sabía que la amaba y que jamás
la había dejado. Pero su corazón también se desgarraba por su esposa, por sus
hijos. Su decisión era inquebrantable: tenía que abandonarla para siempre.
―Miss Rosse podría imaginarlo perfectamente. Sabía quién era el respon-
sable de ese tremendo descalabro: aquel tipo de aspecto fúnebre que llevó
unos bultos a la casa meses atrás, el empleado de Jeremy. No sabía su nombre,
pero iba a averiguarlo. No se lo dijo a su hermano, sin embargo, porque creyó
que aún estaba a tiempo de rescatar a la muchacha de las trampas del amor
contrariado. (ALLENDE, 2000)
El grillo maestro
Allá en tiempos muy remotos, un día de los más calurosos del invierno, el Director
de la Escuela entró sorpresivamente al aula en que el Grillo daba a los Grillitos su clase
sobre el arte de cantar, precisamente en el momento de la exposición en que les explicaba
que la voz del Grillo era la mejor y la más bella entre todas las voces, pues se producía
mediante el adecuado frotamiento de las alas contra los costados, en tanto que los pájaros
cantaban tan mal porque se empeñaban en hacerlo con la garganta, evidentemente el
órgano del cuerpo humano menos indicado para emitir sonidos dulces y armoniosos.
Al escuchar aquello, el Director, que era un Grillo muy viejo y muy sabio, asintió varias
veces con la cabeza y se retiró, satisfecho de que en la Escuela todo siguiera como en sus
tiempos (NARRATIVA BREVE, 2018, documento on-line).
Em espanhol, você pode utilizar dois tipos de pretéritos para representar ações ocorridas
e terminadas no passado: o pretérito indefinido e o pretérito pefecto compuesto,
que equivalem ao pretérito perfeito do português, mas se distinguem em seu uso.
O pretérito indefinido é utilizado nos países hispanohablantes da América para
designar ações no passado.
Exemplo: Mi abuela murió hace 20 años.
O pretérito perfecto compuesto é mais utilizado na Espanha, e designa ações
ocorridas no passado; na América Latina, usa-se esse tempo com a ideia que a ação
ainda tem interferência no presente.
Exemplo: Mi abuela ha muerto hace 20 años. Nesse caso, ao utilizar esse tempo,
indicamos que o enunciador ainda sente a morte de sua avó.
Para demais ações sem comprometimento no presente, utiliza-se o pretérito
indefinido.
Para traduções ao português, usamos o pretérito perfeito. Veja os exemplos:
Mi abuela murió hace 20 años (pretérito indefinido).
Mi abuela ha muerto hace 20 años (pretérito perfecto compuesto).
Minha avó morreu há 20 anos (pretérito perfeito).
Adjetivo
Os adjetivos estão sempre atrelados aos substantivos com a função de acres-
centar sentido. Segundo o dicionário, adjetivo (2018, documento on-line) é:
“1. Palavra que qualifica, caracteriza ou classifica, um substantivo, quando
localizada ao lado deste. 2. Que é capaz de modificar o sentido de um subs-
tantivo; diz-se da palavra, pronome, oração ou locução”.
Veja um exemplo de texto descritivo a seguir e observemos os adjetivos
destacados:
Español Português
Ancho Largo
Angosto Estreito
Aburrido Chato
Agotado Cansado
Cerca Próximo
Chistoso Engraçado
Corto Curto
Celoso Ciumento
Delgado Magro
Enojado Irritado
Exquisito Saboroso
Largo Longo
Lejos Longe
Pelado Careca
Viejo Velho
Determinantes
O conjunto de palavras classificadas como determinantes correspondem àquelas
que costumam acompanhar substantivos, como você pode ver nos exemplos.
La mesa es alta y redonda. Tiene tres patas. Está hecha de una madera
buena y pesada. Su color es oscuro brillante y está adornada en la parte
central, con un jarrón de flores de llamativos colores.
Produção: narrar, descrever e argumentar 11
No link a seguir, você pode conferir os 100 adjetivos mais utilizados em língua espanhola.
https://goo.gl/ikqKPH
Introdução
A introdução é responsável por contextualizar o assunto a ser abordado. Além
de trazer o tema, nesse espaço, o autor deve expor o seu ponto de vista. A tese
é definida por ser a parte em que o autor expõe o seu posicionamento e, por
12 Produção: narrar, descrever e argumentar
Desenvolvimento
O desenvolvimento é o espaço em que o autor utiliza as chamadas estratégias
argumentativas e desenvolve o seu ponto de vista. Dentro de um texto argu-
mentativo, são os parágrafos de desenvolvimento que contêm as razões que
sustentam a tese do autor. Segundo Vilela e Koch (2001, p. 547), a estrutura de
um texto argumentativo possui elementos específicos de coesão e coerência,
que ordenam os argumentos (p. ex., en primer lugar, por último, etc.) ou a
ligação entre os argumentos (p. ex., ya que, puesto que, etc.). Além disso, está
relacionada diretamente à estratégia argumentativa, ou seja, os argumentos
devem ser de fácil entendimento; e interagir por conectores, como o sea, es
decir, pues que, e, por conectores ilativos, como conque, luego.
Conclusão
A conclusão em um texto argumentativo tem a função de encerrar e reforçar
o posicionamento. Esse espaço pode elencar um comentário geral acerca do
tema discutido ou uma reflexão que reforce o posicionamento do autor.
Observe o Quadro 3 a seguir.
(Continua)
Produção: narrar, descrever e argumentar 13
(Continuação)
DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento
En primer lugar hay que decir que la televisión puede deve ser composto
verse como algo positivo porque, entre otras cosas, por exemplos que
te permite estar informado en todo momento a reforcem a opinião
través de los informativos. Otro aspecto a favor de do autor
la televisión es que te permite aprender sobre temas
que desconocías gracias a concursos como Saber y
ganar. También destaca la televisión por el hecho
de ser un medio de entretenimiento como cuando
tenemos la oportunidad de ver una película, nuestra
serie favorita o alguna retransmisión deportiva
relacionada con el fútbol o el baloncesto, por
citar algún ejemplo. Pero no todo lo que rodea el
mundo de la televisión es positivo. Por desgracia hay
programas como los de cotilleo que aportan muy
poco valor al espectador. Otro aspecto negativo
es el hecho de que hay gente que se pasa muchas
horas frente al televisor y eso crea adicción, o
también está el inconveniente por el cual por culpa
de la televisión los miembros de una familia hablan
muy poco cuando están reunidas en el salón o en
la cocina porque están pendientes de lo que pasa
en la pantalla de su televisor. En mi caso debo
deciros que suelo ver la televisión casi todos los días,
pero normalmente es para ver algún informativo
y estar al día de lo que pasa en el mundo y algún
que otro partido o acontecimiento deportivo.
(Continua)
14 Produção: narrar, descrever e argumentar
(Continuação)
CONCLUSÃO O parágrafo de
En resumen, cuando nos referimos a la televisión conclusão deve
vemos como hay argumentos a favor y en contra. iniciar com um
Pero creo que lo más importante al respecto de la nexo ou expressão
televisión es que cada uno debe ser capaz de hacer conclusiva
un uso responsable de un aparato que nos guste o
no forma parte de nuestras vidas. Si conseguimos
que las personas se eduquen mirando la televisión,
probablemente los beneficios que se obtengan
serán mucho mayores que los inconvenientes.”
https://goo.gl/XekTZU
Leituras recomendadas
ABAURRE, M. L. M.; ABAURRE, M. B. M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São
Paulo: Moderna, 2010. v. 1.
BAHKTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
EJENPLO DE. Ejemplo de textos descriptivos. 2018. Disponível em: <https://www.ejem-
plode.com/41-literatura/3138-ejemplo_de_textos_descriptivos.html>. Acesso em:
08 ago. 2018.
FERNANDES, M. A. M. A coesão de tempos verbais em textos de alunos ingressantes no
ensino superior. Inter Letras, v. 1, n. 1, 2004. Disponível em: <http://www.interletras.com.
br/ed_anteriores/n1/inter_estudos/coesao.html>. Acesso em: 08 ago. 2018.GOETHE,
J. W. Werther. Madrid: EDAF, 2009.
GOUVÊA, L. H. M. Função dos tempos verbais. In: CONGRESSO NACIONAL DE LINGÜÍS-
TICA E FILOLOGIA, 8., 2004, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: Instituto
de Letras da Universidade do Estado do Rio De Janeiro, 2004. Disponível em: <http://
www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno14-09.html>. Acesso em: 08 ago. 2018.
GUEDES, P. C. Da redação à produção textual: o ensino da escrita. São Paulo: Parábola,
2009.
GUIA PRÁTICO DE ESPANHOL. O tempo passado em espanhol I: pretérito imperfecto.
2010. Disponível em: <http://www.guiapraticodeespanhol.com.br/2010/05/o-tempo-
-passado-em-espanhol-i-preterito.html>. Acesso em: 09 ago. 2018.
KOCH, I. G. V. Principais mecanismos de coesão textual em português. Cadernos de
Estudos Linguísticos, v. 15, p. 73-80, nov. 2012. Disponível em: <https://periodicos.sbu.
unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636762/4483>. Acesso em: 09 ago. 2018.
KOCH, I. G. V.; FÁVERO L. L. Contribuição a uma tipologia textual. Letras & Letras, v. 3, n.
1, p. 3-10, jun. 1987.
Produção: narrar, descrever e argumentar 19
O estudo da linguística textual contempla, além dos gêneros, os tipos textuais. Para aprofundar
tal conhecimento, é necessário entender as diferenças entre gênero textual e tipo textual e suas
respectivas características.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Veja uma coletênea com alguns dos principais contos do autor Augusto Monterroso.
Veja uma coletênea com alguns dos principais contos do autor Jorge Luis Borges.
Aline Grippe de
Mello Fontes
Gêneros textuais
APRESENTAÇÃO
Os gêneros textuais são recursos que trazem a autenticidade da língua da vida cotidiana para a
sala de aula. A partir deles, é possível compreender a comunicação dentro de contextos
específicos, usando vocabulário e formas de tratamento adequados à situação em questão, além
de trazer situações comunicativas que realmente acontecem fora da sala de aula.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a importância de utilizar os gêneros textuais
no ensino de língua espanhola como uma tendência inovadora para atrair os alunos para um
aprendizado em um ambiente "mais real" de situações comunicativas, fugindo das aulas
tradicionais que tenham um enfoque somente em gramática e em regras linguísticas e listas de
exercícios infindáveis. Para isso, aprenderá, também, sobre o conceito de intertextualidade e
sobre a relação entre os conceitos de gênero e tipo textual.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Diferenciar gêneros e tipos textuais pode ser confuso, por isso é importante levar em
consideração alguns aspectos que definirão e facilitarão nossos estudos.
Neste Infográfico, que também faz parte da lista de gêneros textuais existentes, você verá uma
síntese que o ajudará a diferenciar o que é um tipo de texto e o que é um gênero textual.
CONTEÚDO DO LIVRO
Propõe-se que: “nas aulas de Língua Estrangeira Moderna, o professor aborde os vários gêneros
textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição,
a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, a intertextualidade, os recursos
coesivos, a coerência e, somente depois de tudo isso, a gramática em si” (BRASIL, 2008, p. 63).
No capítulo Gêneros textuais, do livro Oficina de texto em espanhol, você verá como pode fazer
uso deste recurso para inovar o ensino de língua estrangeira e deixar a aula mais atraente e
próxima à realidade linguística do seu aluno.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Os gêneros textuais são um recurso que traz a autenticidade da língua
da vida real para a sala de aula. A partir deles, é possível aprender a
comunicação dentro de contextos específicos, usando vocabulário e
formas de tratamento adequados à situação em questão, além de trazer
situações comunicativas que realmente acontecem fora das salas de aula.
Neste capítulo, você estudará a importância de utilizar os gêneros
textuais no ensino de língua espanhola como uma tendência inovadora
para atrair os alunos a um ambiente mais real de situações comunicativas,
fugindo das aulas tradicionais e com enfoque somente em gramática e
regras linguísticas. Para isso, aprenderá, também, sobre o conceito de inter-
textualidade e sobre a relação entre os conceitos de gênero e tipo textual.
Além disso, o uso de gêneros textuais nas aulas de língua estrangeira ajuda
a não mais seguir métodos arcaizantes que privilegiam a gramática como
única habilidade a ser desenvolvida de maneira descontextualizada. Esse
pensamento é confirmado por Pinto (2007, p. 47), que afirma que “[...] fala e
língua como formas de manifestação da linguagem só se desenvolvem a partir
de suas próprias realizações e do uso contínuo em situações significativas”.
Nas aulas de idiomas, imagine como pode ser produtivo apresentar aos
alunos uma receita típica, um jornal na língua estrangeira, uma propaganda
produzida em um país estrangeiro sobre um produto específico de lá ou um
catálogo em outro idioma? Com esses materiais é possível ajudá-los a identificar
os gêneros textuais presentes e suas características centrais, baseando-se no
conteúdo, na linguagem, no layout, no estilo e nos propósitos desses textos.
Com certeza, haverá resultados muito promissores. Veja nas Figuras 1 a 3
exemplos de materiais autênticos em língua espanhola, a partir dos quais
podem surgir atividades muito interessantes.
Figura 1. Infográfico.
Fonte: El apasionante mundo de la empresa (2018, documento on-line).
4 Gêneros textuais
Figura 3. Cardápio.
Fonte: Rasgado (2018, documento on-line).
Gêneros textuais 5
É importante notar que o gênero textual está conectado a uma prática real e autêntica
da rotina do ser humano. Isso é essencial para o aprendizado, não apenas da língua
nativa, mas principalmente de uma língua estrangeira, porque fornece um ensino
contextualizado, em que os conteúdos aparecem articulados com elementos que
façam parte do cotidiano e da realidade dos alunos.
Figura 5. Calvin.
Fonte: Grund (2009, documento on-line).
O amor é o fogo que arde sem se ver\É ferida que dói e não se sente\É
um contentamento descontente\É dor que desatina sem doer\Ainda que
8 Gêneros textuais
Como você pode notar, marcado logo após cada trecho da música, o com-
positor usou trechos de textos muito conhecidos para escrever uma música
sobre o amor. Para o exemplo em espanhol, vamos ver um dos tipos de in-
tertextualidade que, em geral, envolve muito humor em sua composição, a
paródia. Segundo Sant’anna (2000, p. 23), a paródia:
Para saber mais sobre a intertextualidade entre música e poesia, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/GRQYQu
Figura 8. The Simpsons: referência ao álbum Abbey Road, dos Beatles, de 1969.
Fonte: Oliveira e Dias (2010, documento on-line); The Beatles (1969m, documento on-line).
Para Travaglia (1991), o tipo de texto pode ser identificado e caracterizado por instaurar
um modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas que
podem variar constituindo critérios para o estabelecimento de tipologias diferentes. Já
o gênero de texto se caracteriza por exercer uma função sociocomunicativa específica.
Gêneros textuais 11
Para o teórico Marcuschi (2005, p. 03), o tipo textual é como “[...] uma
espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua com-
posição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas)”, ao
passo que o gênero textual é definido como “uma noção propositalmente vaga
para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e
que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos,
propriedades funcionais, estilo e composição característica”.
Para Marcuschi, a diferença consiste no fato de que os tipos de texto são
classes ou categorias de uma gramática de texto — “uma construção teórica”
— que busca classificar os textos com base em suas características linguísticas
e gramaticais. Na realidade, os tipos de texto mais conhecidos — descrição,
narração, dissertação/argumentação, exposição e injunção — são ensinados
e solicitados pela escola há muito tempo, o que faz deles também gêneros
escolares para ensinar como escrever bem.
É importante salientar que nem todo texto é constituído por apenas uma tipologia
textual, ou seja, você encontrará textos que podem apresentar mais de um tipo em
sua composição. Para observar melhor essas ocorrências, é interessante, da próxima
vez que ler alguma obra literária, por exemplo, atentar-se para qual tipo de texto o
autor escolheu para cada momento registrado.
12 Gêneros textuais
Si no puedes hablar
Sin tener que oír tu voz
Utilizando el corazón
explicativos que vienen con uma opção correta para seu gênero
electrodomésticos, juegos textual.
electrónicos, rótulos, entre otros.
III. Género que presenta una Allá voy, allá voy, piedras, esperen!
narrativa informal conectada a
la vida cotidiana, con una dosis Alguna vez o voz o tiempo
de lirismo y es muy breve. podemos estar juntos o ser juntos,
a) Receta, manual de vivir, morir en ese gran silencio
instrucciones, billete. de la dureza, madre del fulgor.
b) Carta del lector, manual de
instrucciones, crónica. Alguna vez corriendo
c) Carta del lector, reseña crítica, por fuego de volcán o uva del río
manual de instrucciones. o propaganda fiel de la frescura
d) Carta del editor, manual de o caminata inmóvil en la nieve
instrucciones, receta. o polvo derribado en las provincias
e) Carta del editor, romance, billete. de los desiertos, polvareda
4. Nos estudos de língua portuguesa de metales,
ou estrangeira há vários pontos a o aún más lejos, polar, patria de piedra,
serem estudados, como vocabulário, zafiro helado,
gramática e produção de texto. antártica,
Especificamente em produção de en este punto o puerto o parto o
texto, temos a narração, a descrição muerte
e a dissertação, que consistem piedra seremos, noche sin banderas,
em conceitos de textos incluídas amor inmóvil, fulgor infinito,
em qual dos seguintes temas? luz de la eternidad, fuego enterrado,
a) Figuras de linguagem. orgullo condenado a su energía,
b) Intertextualidade. única estrella que nos pertenece.
c) Gêneros textuais.
d) Estilística. a) Carta al lector.
e) Tipologia textual. b) Poema.
5. Leia o texto a seguir, do premiado c) Cuento.
escritor chileno Pablo Neruda. d) Fábula.
Depois de fazer a leitura, escolha e) Reseña.
14 Gêneros textuais
SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Os gêneros escolares: das práticas da linguagem aos objetos
de ensino. Revista Brasileira de Educação, n. 11, p. 5-16, maio/ago. 1999. Disponível em:
<http://www.anped.org.br/sites/default/files/rbe/files/rbe_11.pdf>. Acesso em: 01
ago. 2018.
TRAVAGLIA, L. C. Um estudo textual-discursivo do verbo no português do Brasil. 1991. 264
f. Tese (Doutorado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 1991. Disponível em: <http://www.ileel.ufu.br/trava-
glia/sistema/uploads/arquivos/tese-travaglia.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2018.
Leituras recomendadas
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BRASIL ESCOLA. Intertextualidade. 2018. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.
br/redacao/intertextualidade-.htm>. Acesso em: 01 ago. 2018.
COSTA, I. B. Gênero, estilo e intertextualidade: a individualização do autor no artigo de
opinião. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DE GÊNEROS TEXTUAIS, 4., Caxias
do Sul, 2009, Anais... Caxias do Sul: UCS, 2009. Disponível em: <https://www.ucs.br/ucs/
extensao/agenda/eventos/vsiget/portugues/anais/arquivos/genero_estilo_e_%20
intertextualidade_a_individualizacao_do_autor_no_artigo_de_opiniao.pdf. >. Acesso
em: 01 ago. 2018.
CRISTOVÃO, V. L. L. Gêneros textuais e práticas de formação de professores. In: EN-
CONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO: ENDIPE, 13., Recife, 2006,
Anais... Recife: ENDIPE, 2006.
DUARTE, V. M. N. Intertextualidade entre a música e a poesia. 2018. Disponível em: <ht-
tps://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/intertextualidade-entre-musica-poesia.
htm>. Acesso em: 01 ago. 2018.
DURAÑONA, M. A. et al. Textos que dialogam: la intertextualidad como recurso didác-
tico. Madrid: Comunidad de Madrid, 2006. Disponível em: <http://www.madrid.org/
bvirtual/BVCM001596.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2018.
NORMA CULTA. Intertextualidade: o que é? Quais os tipos de intertextualidade? 2018.
Disponível em: <https://www.normaculta.com.br/intertextualidade-o-que-e-quais-
-os-tipos-de-intertextualidade/>. Acesso em: 01 ago. 2018.
NORMA CULTA. Tipologia textual: os diferentes tipos textuais. 2018. Disponível em:
<https://www.normaculta.com.br/tipos-de-texto/>. Acesso em: 01 ago. 2018.
TRAVAGLIA, L. C. Tipelementos e a construção de uma teoria tipológica geral de textos.
In: FÁVERO, L. L.; BASTOS, N. M. O. B.; MARQUESI, S. C. (Org.). Língua Portuguesa pesquisa
e ensino. São Paulo: EDUC, 2007.
DICA DO PROFESSOR
No texto injuntivo ou instrucional, o leitor recebe instruções precisas no sentido de realizar uma
ação. Esse tipo de texto é marcado, na maioria das vezes, pela presença do modo verbal
imperativo, uma vez que sua função é expor ordens a serem seguidas. Diferencia-se de uma
sequência narrativa pela falta de um personagem responsável pela realização de uma história,
assim como diferencia-se de uma sequência descritiva por não conter tantos adjetivos e
apresentações de características de um ser ou objeto.
Esta Dica do Professor trata de um tipo de texto menos conhecido: o texto injuntivo.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Música e intertextualidad
Neste texto, você conhecerá mais sobre música e intertextualidade na língua espanhola para
ampliar seus conhecimentos. Você pode fazer o download do artigo utilizando a sua conta
Google ou pelo Facebook.
Intertextualidad
Neste vídeo, você encontrará uma explicação, em espanhol, sobre os tipos de intertextualidade
existentes.
Neste artigo, você encontrará uma publicação, em espanhol, sobre como trabalhar os gêneros
textuais nas aulas de espanhol.
Conteúdo:
OFICINA DE TEXTO
EM ESPANHOL
Roberta Spessato
A gramática comunicativa do espanhol
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
A competência comunicativa é a capacidade que o indivíduo possui para
circular na língua-alvo, de modo adequado, de acordo com os diversos
contextos de comunicação humana. Esse conceito integra o significado
referencial e social da linguagem, não se refere apenas à gramaticalidade
das sentenças, mas também ao fato de serem, ou não, apropriadas no
contexto.
Neste capítulo, você estudará a competência comunicativa, o que a
diferencia da competência linguística e como os mecanismos gramaticais,
sobretudo os marcadores discursivos, são importantes para que se possa
elaborar bem um enunciado. Por fim, você conhecerá elementos funda-
mentais para a comunicação: a informação, o enunciador e a referência
extralinguística.
2 A gramática comunicativa do espanhol
Competência comunicativa
A competência linguística não corresponde exatamente à competência co-
municativa. O primeiro conceito refere-se ao conhecimento de determinadas
regras, já o segundo agrega a estas a habilidade ou capacidade de usar esse
conhecimento. Essa capacidade de utilizar o conhecimento/a competência
linguística é o que se chama de competência comunicativa, a qual é uma
das noções mais importantes da linguística aplicada ao ensino de línguas,
principalmente quando se procura compreender quais conhecimentos, ha-
bilidades ou capacidades são necessários para falar uma segunda língua,
como o espanhol.
Segundo Hymes (1972), a noção de competência comunicativa se originou
da dicotomia competência e desempenho linguístico de Chomsky (1965),
o pai da gramática gerativa, para o qual a competência é o conhecimento
que o falante-ouvinte tem da linguagem, e o desempenho se trata do uso
real da língua.
Por mais que a dicotomia entre competência e desempenho tenha sido o
marco inicial para os estudos de competência comunicativa, do ponto de vista
da linguagem como sistema, para Iragui (2004), Chomsky não se interessou
pelo seu uso ou pela aquisição em relação ao ensino de línguas, mas, sim,
se direcionou para o desenvolvimento de uma teoria linguística centrada,
principalmente, nas regras gramaticais da língua materna. De acordo com
o linguista, embora Chomsky tenha, inicialmente, admitido que todos os
aspectos relacionados à utilização foram incluídos no desempenho, em 1980,
ele reconheceu que, além da gramatical, há uma competência pragmática, a
qual se refere ao conhecimento das condições e do modo de uso apropriado
de acordo com diferentes propósitos linguísticos do falante.
A competência comunicativa representa o conhecimento e desempenho
da competência linguística e se trata de um conceito dinâmico dependente
da negociação de significado entre duas ou mais pessoas que compartilham
o mesmo sistema linguístico em um contexto, ao contrário da competência
linguística, que é inata e tem uma base biológica. De acordo com Savignon
(1983), a comunicativa possui um caráter interpessoal (se estabelece entre
duas ou mais pessoas), e não intrapessoal.
As diferenças entre os conceitos das competências comunicativa e a linguís-
tica, segundo Widdowson (1995), se resumem ao contraste da visão de Chomsky
e Hymes sobre competência. O autor afirma que, na visão do primeiro, ela se
trata do conhecimento gramatical como um estado mental entranhado abaixo
do nível da linguagem e não representa a capacidade de formar ou entender
A gramática comunicativa do espanhol 3
algo é dado e ocorre na realidade, aquilo que seja possível formalmente para
ser usado por determinados membros da comunidade.
Os professores devem destacar que a competência comunicativa em relação
à Língua Espanhola não é algo simples, pelo contrário, possui uma comple-
xidade que abrange não apenas diferenças de acento, mas também culturais.
O fato de ser a língua oficial em 22 países deve ser sempre contemplado em
qualquer aula de espanhol como segunda língua, porque as marcas de identidade
da sua variabilidade linguística abrangem aspectos linguísticos formais, como
as diferenças de pronúncia, morfológicas e sintáticas, mas estas não delimitam
apenas esses aspectos, pois incluem também marcadores discursivos, os quais
devem ser considerados no ensino (juntamente aos aspectos culturais).
Marcadores discursivos
Uma conversa, seja escrita ou falada, um texto, ou qualquer outro tipo de discurso
possui características de partida, desenvolvimento e término. Por mais que uma
pessoa utilize, em algum momento, apenas a norma padrão, é muito difícil que
ela contemple em seu vocabulário somente as unidades sintaticamente autôno-
mas e classificáveis. Para indicar a pontuação, alterar o assunto conversacional,
sinalizar a mudança de interlocutores ou despertar interesses e curiosidades para
o que se diz, provavelmente o aluno se apropriará de elementos verbais e não
verbais que intermediam a língua falada para que ela se inicie, se desenvolva
e termine. Esses elementos que evidenciam os pensamentos expostos, tornam
o assunto mais dinâmico, responsáveis pela coesão e coerência discursiva dos
atos de fala, são chamados de marcadores discursivos.
De acordo com Zorraquino e Portóles (1999), esses marcadores do dis-
curso são unidades linguísticas invariáveis sem função sintática específica
e não fazem parte do conteúdo proposicional da sentença que integram, mas
contribuem para sua estrutura. Embora o autor os nomeie elementos, eles têm
A gramática comunicativa do espanhol 7
María: ¡Hola! ¿qué tal?, mira, mañana no puedo ir a casa de Mónica, porque
necesito estudiar para la prueba de matemáticas. (iniciar a conversa)
Juan: Tranquilo, ¿pero nos vemos el sábado? No te olvides que es cumpleaños de
mi abuela, que cumple ochenta y nueve años. No te inventes otro compromiso,
¿vale? (obter a cooperação do outro)
María: Bueno, ya lo sabía y no dejaré de ir. (indicando o acordo para con-
tinuar a conversa)
(…)
(bueno, bien)
8 A gramática comunicativa do espanhol
Juan: Pedro, tienes que despertarte temprano mañana para la clase de español.
Pedro: Vale. (concordar)
María: Paco, sé que tienes miedo a cementerios, pero es importante que vayas
mañana. ¡Vamos! Estoy contigo.
María: Paco, es bueno que estudies, porque solamente así lograrás éxito pro-
fesional. Luego verás que no miento.
Paco: Ya lo veremos.
María: Paco, me encanta que estudies, aunque no tenga tiempo. Eso sí es una
declaración de éxito profesional.
Paco: Vale.
Fase 1 Fase 2
(Continua)
A gramática comunicativa do espanhol 13
(Continuação)
Fase 1 Fase 2
De acordo com Kasper e Blum-Kulka (1993), nos últimos anos, a aquisição das diferentes
dimensões da competência comunicativa atrai o interesse da pesquisa realizada na
aquisição de segundas línguas e no seu ensino. Já a pragmática e a análise do discurso
tiveram um desenvolvimento importante no estudo de como falantes não nativos
adquirem a sociolinguística, a pragmática, o discurso e as competências estratégicas.
O conceito de competência comunicativa tem implicações pedagógicas em diferen-
tes níveis, como objetivos de aprendizagem, estratégias de ensino e autonomia na
aprendizagem e avaliação.
Objetivos de aprendizagem: o ensino das diferentes dimensões da competência
comunicativa deve ser um objetivo importante no ensino de segundas línguas,
porque não basta conhecer os elementos do sistema linguístico, mas também utilizá-
-los adequadamente. É importante incluir, especificamente, diferentes aspectos
da competência comunicativa nos objetivos de cada curso e unidade de ensino.
Estratégias de ensino e autonomia na aprendizagem: os professores devem
ensinar os aspectos específicos relacionados às diferentes dimensões da compe-
tência e dar acesso aos textos orais e escritos que tenham ocorrido em contextos
naturais. Uma das estratégias, no caso das competências sociolinguísticas, prag-
máticas e discursivas, pode ser a comparação com a primeira língua. Além disso,
os alunos precisam ter cada vez mais autonomia na aprendizagem e, para isso, os
professores devem trabalhar para que eles estejam mais conscientes e reflitam sobre
a importância de aprender essas dimensões. É importante que o aprendizado seja
útil e contextualizado, a fim de que o estudante consiga dimensionar que a língua
será utilizada em situações reais com diferentes culturas.
Avaliação: o conceito de competência comunicativa e suas dimensões devem ser
parte integrante da avaliação, tanto da contínua realizada pelo corpo docente ao
longo do curso como da avaliação final, em alguns casos externos. De fato, um dos
modelos mais importantes dessa competência se desenvolveu a partir da área de
avaliação de segundas linguagens.
16 A gramática comunicativa do espanhol
Sabe-se que os marcadores discursivos são fundamentais para o ensino de espanhol como língua
estrangeira, pois é com eles que o discurso é entrelaçado. Os marcadores discursivos são
unidades que evidenciam os efeitos que podem ocorrer dentro de um discurso. Eles indicam a
conexão dos enunciados em relação ao todo.
• estruturadores da informação
• conectores
• operadores
• reformuladores
• marcadores conversacionais
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Com este artigo, você terá ideias de como abordar a gramática em sala de aula. Vale a pena
conferir!
Este artigo apresenta os marcadores discursivos no ensino de espanhol como língua estrangeira.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Aline Azeredo
Bizello
Reconhecimento e utilização de palavras-
chave, cognatos e falsos cognatos
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o conceito de interlíngua e sua influência na
leitura de textos em língua espanhola, as palavras-chave em um texto, os cognatos entre o
espanhol e o português e os heterossemânticos e heterogenéricos entre espanhol e português.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Palavras-chave são aquelas que identificam os elementos correlatos de um texto, isto é, elas
auxiliam o leitor a compreender o tema e os níveis hierárquicos de importância dos assuntos.
Facilitam, portanto, a produção de um resumo. Assim, reconhecer as palavras-chave contribui
com a interpretação da mensagem e com a reflexão sobre as informações.
A aquisição de uma língua estrangeira ocorre por meio de um processo que busca apoio na
língua materna e que internaliza elementos e estruturas da língua-meta. Para auxiliar seus
futuros alunos nesse processo, você terá de trabalhar o vocabulário comum e o vocabulário
contrastivo entre o português e o espanhol.
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
As línguas espanhola e portuguesa surgiram a partir de modificações de
uma mesma língua: o latim vulgar. Seus territórios de origem também são
próximos, pois Portugal e Espanha pertencem à Península Ibérica. Essas
similaridades históricas geraram semelhanças linguísticas. No entanto, há
contrastes significativos entre os dois idiomas. Você já refletiu sobre como
esses conflitos linguísticos podem interferir na aquisição da língua espanhola?
Neste capítulo, você estudará o conceito de interlíngua e sua influência
na leitura de textos em língua espanhola, as palavras-chave em um texto,
os cognatos e os heterossemânticos e heterogenéricos entre o espanhol
e o português.
En este tiempo, cuatro de los ocho ángeles (dos sedentes y dos de pie) han
acabado expuestos en la Capilla de las Reliquias de la Catedral y en una
iglesia de Barbate. Los otros cuatro se mantuvieron en la cripta hasta que en
el 2000 pasaron a manos de estas personas que no han llegado ni a venderlos
ni a intervenir sobre ellos de forma alguna. Este caso ha destapado el escaso
control que, en el seno de la Iglesia de Cádiz, existía de su patrimonio. Por ello,
desde la Delegación Provincial de Cultura de la Junta de Andalucía ya han
adelantado que van a intentar poder acceder a “inventarios más detallados”
y establecer “mecanismos de coordinación” para evitar que estos hechos se
vuelvan a suceder (CAÑAS, 2018, documento on-line).
Portanto, a interlíngua confirma que os erros não são aleatórios, mas pistas
de como superar as dificuldades para a aquisição do espanhol. Os problemas
de interpretação de texto, por exemplo, que surgem nesse processo, podem
ser o trampolim para o aluno superar a resistência com o idioma e passar a
dominar a língua estrangeira.
Leia, a seguir,o texto Shakira, un ciclón que viaja en bicicleta, de Fernando Neira
(2018, documento on-line).
¿Shakira en horas bajas? Una hipótesis tentadora, si reparamos en que las dos anteriores visitas
madrileñas de la barranquillera tuvieron lugar en el festival Rock in Río (2010) y el Vicente Calderón
(2011) ante 50.000 espectadores y anoche, pese al tiempo transcurrido, sufrió para agotar las
14.000 entradas del WiZink Center. Suponemos que la (relativa) desafección no proviene de
circunstancias futbolísticas, sino de que la competencia se ha multiplicado en los territorios de la
música latina de baile. Pero se la intuía empequeñecida a Shakira Isabel Mebarak en una cita que
le debía servir de revulsivo y para la que contaba con un público predispuesto, veinte años largos
de repertorio exitoso y docenas de banderas colombianas diseminadas por pista y graderíos.
Inaugurar el repertorio con Estoy aquí pareció ayer más autoafirmativo que nunca, después de
esa hemorragia en las cuerdas vocales que en otoño obligó a nuestra rubísima diva a cancelar
sine die esta gira mundial. “Muchas veces pensé que no volvería a cantar nunca más, pero los
milagros existen”, se sinceró al cuarto de hora, quizá con ánimo confesional y tranquilizador
para con “los amigos en las buenas y en las malas” que la aclamaban. Pero es difícil sustraerse a
la sensación de que Shaki se siente aún achantada, insegura, temerosa ante la cercanía de una
experiencia que debió de ser pesadillesca. Dispone de un sexteto solvente para arroparla, no
abusa de los sonidos pregrabados ni de la pirotecnia verbenera, ofrece un espectáculo orgánico,
cercano, ameno y dignísimo. Pero la fiereza vocal de siempre se ha lastrado y retraído. Ni se la
escucha poderosa ni confiada. La loba devenida, vaya por Dios, en lindo gatito.
A ello hay que sumarle el peaje que la creadora de “Hips don’t lie”, mujer temperamental
y corajuda, ha terminado pagando con la eclosión del reguetón y demás baratijas rítmicas
ahora mismo en vigor. Contar desde las pantallas gigantes con las voces enlatadas de Nicky
Jam (Perro fiel) o Maluma Puro chantaje) contribuye a generar irrealidad, nos transporta desde
un concierto en vivo a una vulgar sala de fiestas. Y solo podemos corroborar que Me enamoré
es una cancioncita tan infantil y desdichada como ese vídeo con letras de colorines que la
acompaña. El amigo Gerard, tan buen mozo él, seguramente merecería algo un poco mejor.
Queda la baza de la sensualidad, a la que Shakira no renuncia pero de la que tampoco
abusa. Se trata de una línea delgada en la que ella se maneja con elegancia estupenda, aun a
sabiendas de que sus caderas siguen dibujando curvas inimaginables durante la introducción
de “Suerte”, un momento para el que recupera su condición de deidad con los pies descalzos.
Sirve como hito eufórico de la velada, pero va seguido por el contrapunto melodramático violín
incluido- de “Underwater” y la soleada candidez de Amarillo, en la que nuestra protagonista,
ya de negro discreto, empuña una guitarra acústica con la caja estampada en tonos rojos
y anaranjados. Bueno, y con una foto de su novio en la tapa, ya que quieren saberlo todo.
Lo mejor que podemos decir ahora mismo de Shakira es que hace prevalecer su condición
de músico sobre cualquier otro criterio. Ejerce de rockera afilada en “Inevitable”, guitarra
eléctrica en ristre; conduce a su banda hasta el centro del pabellón para una dulce lectura
acústica de Antología y hasta empuña las baquetas de la batería al final de “Can’t Remember
to Forget You”, con su tenue aroma de “dub” jamaicano. Fueron los mejores momentos de
una noche en la que los himnos balompédicos, “La la la” y “Waka waka”, evocaban aquello
de la cuerda y la casa del ahorcado, y donde el final (“La bicicleta”) sugirió que el ciclón de
Barranquilla, efectivamente, ha aminorado su velocidad de crucero.
8 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos
Note que há muitos destaques nos textos, sinal de que, de fato, há muitos
cognatos entre o português e o espanhol. Observe, também, que há palavras
exatamente iguais, como espectadores e de repente, e palavras muito parecidas,
como estrellas/estrelas e creador/criador.
Em suma, o espanhol e o português são línguas irmãs, oriundas do latim
e que compartilham peculiaridades, principalmente na escrita. Para que essas
semelhanças auxiliem o aprendiz de espanhol a desenvolver sua competência
leitora, é importante que ele reconheça as palavras-chave de um texto e seus
cognatos. Além disso, é fundamental que saiba identificar os heterosemánticos
e heterogenéricos, assuntos da próxima seção.
ESPANHOL PORTUGUÊS
el análisis a análise
el árbol a árvore
el cartílago a cartilagem
el carruaje a carruagem
el chantaje a chantagem
el color a cor
el coraje a coragem
el cútis a cútis
el desorden a desordem
el dolor a dor
el espionaje a espionagem
el equipaje a bagagem
el equipo a equipe
el estante a estante
el garaje a garagem
el homenaje a homenagem
el hospedaje a hospedagem
el humo a fumaça
el kilometraje a quilometragem
el linguaje a linguagem
el linaje a linhagem
el mensaje a mensagem
(Continua)
14 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos
(Continuação)
ESPANHOL PORTUGUÊS
la sonrisa o sorriso
el montaje a montagem
el origen a origem
el paisaje a paisagem
el passaje a passagem
el pétalo a pétala
el plumaje a plumagem
el porcentaje a porcentagem
el puente a ponte
el sabotaje a sabotagem
el tatuaje a tatuagem
el testigo a testemunha
el tulipán a tulipa
el vals a valsa
el vendaje a vendagem
el vértigo a vertigem
el viaje a viagem
el voltaje a voltagem
la alarma o alarme
la baraja o baralho
la cárcel o cárcere
la costumbre o costume
la crema o creme
la cumbre o cume
(Continua)
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 15
(Continuação)
ESPANHOL PORTUGUÊS
la labor o labor
la leche o leite
la legumbre o legume
la licuadora o liquidificador
la miel o mel
la nariz o nariz
la pélvis a pelve
la pesadilla o pesadelo
la sal o sal
la sangre o sangue
la señal o sinal
la sonrisa o sorriso
https://goo.gl/euqqh9
Leituras recomendadas
BELINCHÓN, G. O banho de modernidade de ‘Psicose’. 03 jul. 2018. Disponível em: <ht-
tps://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/28/cultura/1530176645_875816.html>. Acesso
em: 28 jul. 2018.
NEIRA, F. Shakira, un ciclón que viaja en bicicleta. 03 jul. 2018. Disponível em: <https://elpais.
com/cultura/2018/07/03/actualidad/1530653700_630753.html>. Acesso em: 28 jul. 2018.
DICA DO PROFESSOR
A semelhança entre as línguas portuguesa e espanhola pode ser observada tanto na pronúncia
quanto na grafia das palavras. Nesse sentido, muitas palavras de significados diferentes podem
passar pelo aprendiz sem serem notadas. Portanto, é preciso estar atento a alguns termos, como
os homófonos, que podem ser confundidos com outros termos da língua portuguesa. Esses
homófonos com significados diferentes são os chamados falsos cognatos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Griselle Morales analisa em seu artigo as possibilidades de o portunhol ser língua, interlíngua ou
dialeto.
Texto em que Maria Manuela Furtado discorre sobre as estratégias de ensino, a partir das
afinidades entre o português e o espanhol.
Aline Azeredo
Bizello
Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e
artigos científicos)
APRESENTAÇÃO
Há um consenso de que conhecer os gêneros textuais e seus padrões é uma forma de produzir e
de compreender bem os textos. Você já notou que há tipos de texto mais privilegiados que se
referem à criação e à transmissão de conhecimento?
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará alguns desses textos: gênero resumo,
diferenciando-o entre as categorias indicativo, informativo e crítico; as resenhas descritivas,
críticas e temáticas; e o artigo científico em seus aspectos macro e microestruturais.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
A produção escrita pode ser não só uma ferramenta de análise e de estudos, mas também uma
forma de expressar informações e dados de uma investigação. Portanto, conhecer as
características de cada tipo textual e ter acesso a dicas de escrita de textos acadêmicos é
fundamental para a produção e a expressão do conhecimento.
Na obra Oficina de texto em espanhol, leia o capítulo Gêneros acadêmicos, para que você
aprofunde seus estudos sobre resumo, resenha e artigo científico.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Há um consenso de que conhecer os gêneros textuais e seus padrões é
uma forma de produzir e compreender bem os textos. Você já notou que
existem tipos mais privilegiados que se referem à criação e à transmissão
de conhecimento?
Neste capítulo, você estudará alguns desses textos: o gênero resumo,
diferenciando entre as categorias indicativo, informativo e crítico; as
resenhas descritivas, críticas e temáticas; bem como o artigo científico
em seus aspectos macro e microestruturais.
Resumo
A identificação ou a determinação dos gêneros textuais auxilia o aprendiz
de espanhol na interpretação e produção textual, pois os textos são objetos
complexos, e a associação a um gênero permite perceber seus diferentes níveis
2 Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e artigos científicos)
mostra seu nome, informa todos os dados relevantes do texto base, assim, o
leitor tem acesso à totalidade concisa do texto original. O terceiro, por sua vez,
não se prende apenas à exposição de ideias do original, pois sua finalidade é
apresentar essas informações com olhar crítico e analítico, a partir do ponto
de vista do autor sobre as ideias do texto base. Esse tipo permite a presença
de juízo de valor, por isso, pode ser confundido com uma resenha crítica.
Veja, a seguir, o resumo do texto Los géneros textuales y la pericia en
Traducción, de Tomás Conde (2014).
Resumen: El presente trabajo versa sobre las posibilidades que, en el ámbito de la tra-
ducción, abre tanto para la docencia como para la investigación la interconexión entre
géneros textuales y pericia. Se tratan primero los conceptos de forma aislada, se comentan
luego los problemas que entraña la competencia traductora y, finalmente, se aportan
diversas ideas para trabajar los géneros textuales con expertos y novatos, y viceversa.
El trabajo con géneros textuales podría acelerar el desarrollo de la pericia, mediante la
automatización de los procesos mentales, la facilitación de mecanismos metacognitivos
y la posibilidad de que los sujetos actúen em situaciones seudorreales. Se proponen
iniciativas científicas que pongan de manifiesto las diferencias sobre cómo aprovechan
expertos y novatos los géneros textuales, de manera que pueda profundizarse en esta
relación y justificarse con datos empíricos.
Para conhecer as dicas de como produzir um resumo de qualidade, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/UVsvWE
Como se nota, resumo é um gênero textual útil para o estudo e a análise das
ideias dos autores, porém, para que ele atinja as finalidades propostas, como
apresentar as informações de outro texto de forma mais objetiva e sucinta,
seu produtor terá de obedecer às regras de estrutura e organização. Apenas
assim, seu texto comunicará com eficiência.
Resenha
O mundo acadêmico exige uniformidade quanto à utilização das normas da
ABNT para a apresentação de trabalhos produzidos, bem como a observação
do uso da linguagem científica. Para isso, durante os cursos de graduação,
costuma-se realizar diversas modalidades textuais como resumos, resenhas,
artigos até o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), os quais seguem uma
série de regras de teorização, escolha de tema e formatação. Oferecer um
trabalho de modo científico e harmonioso facilita sua aceitação pelo leitor
e, consequentemente, aumenta sua respectiva escolha no mundo acadêmico.
A resenha é um gênero textual em que se fornecem informações a respeito
de uma produção artística ou científica, sendo um dos trabalhos acadêmicos
mais produzidos, mas não se detém apenas ao mundo da escolarização de nível
superior — ela pode ser lida em jornais, no mundo virtual, revistas, etc. Para
dar conta das diferentes demandas, esse tipo textual divide-se em três tipos:
descritivas, críticas e temáticas.
Todos os tipos têm características em comum, como cientificidade, impar-
cialidade, impessoalidade e objetividade, por isso, a obra-alvo a ser resenhada
Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e artigos científicos) 5
Veja fragmentos de uma resenha descritiva, Fribilación auricular, de Felipe Bisbal (2013).
1. Objetivo
2. Seleção
■ Separe os trechos do texto que mais lhe interessam dos trechos com
informações irrelevantes.
a) Scanning — escaneamento
4. Inferência
5. Verificação
informações sobre o autor, suas outras obras e sua relação com outros
escritores;
elementos para contribuir para um debate acerca do tema em questão;
Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e artigos científicos) 9
O texto de Jordi Costa (2018), El robo más ‘fashion’ jamás contado, é um exemplo de
resenha crítica. Veja alguns trechos da reportagem:
Cuando Steven Soderbergh abrió lo que acabaría siendo una trilogía con la celebrada
Ocean’s Eleven (2001), estaba claro a qué tradición apelaba: la película era un virtuoso
recital de ligereza, distinguido por un palpable placer en la ejecución –a fin de cuentas, el
propio director se desdoblada como operador de cámara-, que intentaba desempolvar ese
inasible concepto de una masculinidad cool que, en su día, encarnó el grupo de estrellas
conocido como el Rat Pack. Más que un remake de La cuadrilla de los once (1960), de
Lewis Milestone, la película funcionaba casi como un ritual de traspaso de poderes, que
intentaba reivindicar un espacio para la pura evasión sofisticada e inteligente en el seno
de un Hollywood un tanto despreocupado del buen gusto, sirviéndose del carisma del
pelotón de estrellas capitaneado por George Clooney y Brad Pitt.
[...]
Veja um trecho do texto Revisión del Quijote: ilusión, desengaño, nostalgia, de Rafael
Sánchez Sarmiento (1990), que é um exemplo de resenha temática.
[...]
Recuerdo aquí las palabras de uno de los más grandes cervantistas, Jorge Luis Borges,
que sobre esto mismo decía: [...] cada vez que leemos un libro, el libro ha cambiado. Si
leemos un libro antiguo es como si leyéramos todo el tiempo que há transcurrido desde
el día en que fue escrito y nosotros. El Quijote es esa novela que, digámoslo así, siempre
está cambiando, precisamente porque va mucho más allá de la simple crítica de los libros
de caballerías. Consciente o inconscientemente, su autor, receptor fiel de los grandes
cambios históricos que se iban dando en la España del siglo xvi («La edad conflictiva»),
presenta toda una nueva concepción de la literatura em relación con la vida misma.
Éste va a ser el tema de mi comunicación, que he titulado: «Revisión del Quijote: ilusión,
desengaño, nostalgia»; con estas tres
palabras me refiero a la «evolución» que sufre don Quijote en su extraña locura
de creerse otro distinto del que realmente es. No se trata, como a primera vista pueda
parecer, de una interpretación psicoanalítica del texto, sino de un estudio má s global
del personaje que Cervantescreó y de las innovaciones literarias que esta singular figura
instauró de cara a toda la trayectoria que habría de seguir la llamada novela moderna.
[...]
En efecto, éste es el error de don Quijote: utilizar la ficción literaria para huir de una
realidad a la que acaba irremediablemente volviendo. Cervantes censura el modo de
entender la literatura y representa en la novela pastoril y caballeresca dos modos de
evasión que a los lectores del momento les eran tan familiares. En este sentido, Cervantes
advierte a los que sueñan con la utopía evasiva de la reforma de la sociedad tradicional,
que esto es una incongruencia con el presente. De maner a que, siguiendo con palabras
de Antonio Maravall, «don Quijote no representa tanto la ilusión de una restauración
medievalizante, como una repulsa del Estado moderno». Y a diferencia de toda esa
literatura de evasión, el Quijote puede ser leído como una invención graciosa que divierte
y confunde al mismo tiempo. No supone, como otras veces se ha entendido, un remedio
a la melancolía, sino todo lo contrario, y más que dogmatizar sobre el tema, deja aberto
al lector un sinfín de posibilidades. La ilusión de don Quijote no ha sido otra que la de
pensar que la literatura era u n refugio, el mod o más idóneo par a dejar de ser quien era,
y por eso mismo emprende la arriesgada aventura de vivir su vida como si fuera un libro
que él mismo está leyendo: «[...] todo cuanto pensaba, veía o imaginaba le parecía ser
hecho y pasar al modo de lo que había leído» (I, 2, 43). Y así se inventa una realidad de
la que él mismo se instituye en autor, lector y personaje central. Vive su vida tal y como
quiere que la vayan escribiendo. Sabe perfectamente quién es, pero quiere representar
tan bien su papel que parece que logra identificarse con el personaje que ha elegido. Ya
caballero andante, y cuando al final de su primera salida se encuentra con su vecino,
que al reconocerlo le llama señor Quijana, don Quijote termina diciendo:
[...]
Desilusión amorosa y fracaso como caballero andante van parejas: a medida que
sus desdichas aumentan y a cada aventura sigue una derrota, la figura de Dulcinea
cobra un aspecto cada vez más irrisorio y chistoso. Los miles de azotes que Sancho debe
darse para desencantarla, los amores fingidos de Altisidora, las burlas de la duquesa,
prefiguran el desengaño amoroso al que también va a llegar el buen caballero. En este
sentido, es cierto lo que señala Manuel Criado de Val cuando dice que don Quijote, al
igual que Calisto o Segismundo, es un loco amador que no distingue la frontera que
separa el sueño de la realidad, aunque no creo que la intención del autor haya sido aquí
la de contraponer el ideal del amor sublime al del ambiente de los picaros y rufianes.
Se trata de otra ilusión más, la del amor que todo lo cambia a los ojos del amante: [...]
porque de la caballería andante se puede decir lo mesmo que del amor
se dice: que todas las cosas iguala [I, 13, 112]. El ideal de justicia y el del amor sublime
justificados solamente con la lectura de las vidas y aventuras de los Amadises y Palmerines.
Don Quijote ha perseguido una sola idea a lo largo de sus aventuras: la de vencerse a
sí mismo, y la derrota del héroe es lo que va a aumenta r su mal de melancolía. El error
ha sido pensar que la literatura es un reflejo de la realidad y que, por lo tanto, su vida de
hidalgo manchego y su vida de caballero andante podían ser una continuación de la
otra. De ese error va a ser partícipe la novela moderna que Cervantes inaugura y... [...]
12 Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e artigos científicos)
Artigo científico
O questionamento é a base da ciência e, por isso, a verdade científica atual
pode não ser a mesma no futuro — chamada de verdade relativa. Para que
um posicionamento científico seja aceito e convença, ele precisa apresentar,
no mínimo, um discurso convincente sobre o raciocínio desenvolvido por seu
autor no trabalho de pesquisa. O texto científico trata-se do cenário em que
esse trabalho de pesquisa é registrado com provas, testes e dados estatísticos
que apoiam os argumentos do pesquisador.
O artigo científico é um texto comum no mundo acadêmico e, segundo a
ABNT NBR 6022(ASSOCIAÇÃO..., 2018), ele pode ser definido como uma
Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e artigos científicos) 13
No artigo científico, é comum o uso de citações. Para introduzi-las, você pode utilizar
verbos como asegura, define, menciona; indica; propone. Além disso, algumas conjunções
facilitam sua aplicação: según, de acuerdo, etc.
Assim como a maioria dos estudos sobre crenças no Brasil, esta pesquisa é de base
interpretativo-qualitativa. O foco, portanto, está centrado na compreensão de
como as pessoas percebem o mundo e significam sua vida a partir de suas crenças.
Dessa forma, crenças são entendidas como condicionadas situacionalmente, já
que representam momentos específicos da vida dos participantes da pesquisa
relacionados com suas interpretações sobre sua experiência de aprender línguas
em contextos educacionais e sociais também específicos (BARCELOS, 2004).
[...]
Leituras recomendadas
BISBAL, F. Revisión del libro Fibrilación auricular. Archivos de cardiología de méxico, v. 84, n.
1, p. 66-67, 2013. Disponível em: <http://www.elsevier.es/es-revista-archivos-cardiologia-
-mexico-293-articulo-revision-del-libro-fibrilacion-auricular-S1405994014000196>.
Acesso em: 07 ago. 2018.
COMMUNICARE. Como fazer um resumo. 2009. Disponível em: <http://comunicare2009.
blogspot.com/2009/05/como-fazer-um-resumo.html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
CONDE, T. Los géneros textuales y la pericia en traducción. Cadernos de tradução, v.
2, n. 34, p. 167-185, dez. 2014. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/
traducao/article/view/2175-7968.2014v2n34p167> Acesso em: 07 ago. 2018.
COSTA, J. El robo más ‘fashion’ jamás contado. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/
cultura/2018/07/05/actualidad/1530813069_569994.html> Acesso em: 07 ago. 2018.
EL PAÍS. Una vacuna contra el VIH obtiene resultados prometedores. 2018. Disponível em:
<https://elpais.com/elpais/2018/07/07/ciencia/1530961215_627268.html>. Acesso em:
07 ago. 2018.
MARCOS, J. R. Pensar al sprint. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/cul-
tura/2018/07/10/actualidad/1531239132_612717.html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
SANCHEZ SARMIENTO, R. Revisión del Quijote: ilusión, desengaño, nostalgia, de Rafael
Sánchez Sarmiento. In: COLOQUIO INTERNACIONAL DE LA ASOCIACIÓN DE CERVAN-
TISTAS, 2., 1989. Actas... Alcalá de Henares: Centro Virtual Cervantes, 1990. p. 567-574.
Gêneros acadêmicos (resumo, resenha e artigos científicos) 19
Para escrever com coesão e coerência, inclusive nos gêneros acadêmicos, usar nexos é
fundamental. Uma das conjunções mais utilizadas na língua espanhola para expressar oposição é
pero. Contudo, para não repeti-la muitas vezes, é importante conhecer seus significados e as
possibilidades de substituição.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
No artigo de Micheli Souza e Lívia Basseto, você terá acesso a uma pesquisa sobre a relação
entre a formação de professores e a apropriação de gêneros acadêmicos. Confira.
Para conhecer mais detalhes sobre a estrutura de um artigo científico, assista ao vídeo da
Universidade de Salamanca.
Roberta Spessato
Funções da linguagem
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Tratar das “funções da linguagem” e dos “atos de fala” pode parecer, a princípio, algo bastante
palpável. Isso porque se pode associar o termo "funções" a “objetivos” da linguagem e,
consequentemente, pressupor algo concreto. No entanto, ao falar de língua, nada é algo simples
e concreto, pelo contrário. Contudo, é essencial saber que não existe discurso ingênuo, sempre
há uma intenção naquilo que é referido.
Compreender que todo discurso possui uma intenção é tarefa de qualquer estudioso da língua
espanhola. Portanto, no capítulo Funções da linguagem, do livro Oficina de texto em
espanhol, você irá conhecer a teoria da comunicação de Roman Jakobson e analisar os atos de
fala para que se possa assimilar a intencionalidade presente em qualquer discurso seja ele verbal
ou não verbal.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Falar de linguagem é sinônimo de falar de comunicação. A língua é a base
da comunicação entre os indivíduos e a sociedade, e a comunicação é
fundamental para qualquer tipo de relação humana. Compreender que
não existe discurso ingênuo é tarefa de qualquer estudioso da língua
espanhola.
Neste capítulo, você analisará a teoria da comunicação de Roman
Jakobson e conhecerá os atos de fala, para que possa assimilar a inten-
cionalidade presente em qualquer discurso, seja ele verbal ou não verbal.
concreto. Nesse sentido, é bom saber que não existe discurso ingênuo, pois
sempre há uma intenção naquilo que é referido.
Como a linguagem possui diferentes comportamentos e intenções, pode-
mos dizer que ela tem distintas funções e, com base nisso, Roman Jakobson
inovou o mundo da linguística ao buscar compreender a finalidade que os
textos apresentam.
Segundo Winch e Nascimento (2012), com o objetivo de organizar as
funções da linguagem, Jakobson tomou como base não apenas três funções
fundamentais da língua propostas por Karl Buhler, mas também os fatores
constitutivos do ato de comunicação verbal. As funções que auxiliaram Jako-
bson na sua teoria das funções da linguagem foram: a função expressiva, a
função conativa e a função de representação. Já os fatores constitutivos foram:
(1) remetente; (2) mensagem; (3) destinatário; (4) contexto; (5) código, que
deve ser parcial ou totalmente comum ao remetente e ao destinatário; e (6)
contato, canal físico a partir do qual se estabelece a comunicação, envolvendo
também uma conexão psicológica entre remetente e destinatário. Conforme
explica Jakobson (2010, p.157), “[...] cada um desses seis fatores determina
uma diferente função da linguagem”.
De acordo com Jakobson (1987, p. 123), o remetente envia uma mensagem
ao destinatário. Para ser eficaz, a mensagem requer um contexto ao qual
se refere (ou “referente”), apreensível pelo destinatário e que seja verbal
ou suscetível de verbalização; um código, total ou parcialmente, comum
ao remetente e ao destinatário (ou, em outras palavras, ao codificador e ao
decodificador da mensagem); e um contato, um canal físico e uma conexão
psicológica entre o remetente e o destinatário, que capacite a ambos entrarem
e permanecerem em comunicação. Todos esses fatores, inalteravelmente
envolvidos na comunicação verbal, podem ser esquematizados de acordo
com a Figura 1.
Funções da linguagem 3
Sabe-se que uma frase perdida não traz todas as informações necessárias
para a compreensão adequada da mensagem. Como você viu anteriormente, o
contexto é fundamental para que ocorra o processo de comunicação. Portanto,
as funções da linguagem são diferentes métodos de comunicação que dependem
da intencionalidade do emissor e enfatizam a mensagem proferida em função
do contexto no qual o discurso comunicativo acontece.
Função conativa
A função conativa centra-se exclusivamente no destinatário. Essa função,
segundo Jakobson (2010), encontra sua expressão gramatical mais pura no
vocativo e no imperativo. Contudo, por mais que ela utilize verbos no impe-
rativo e no vocativo, não enaltece apenas a ideia de ordenar algo. De acordo
com Sandmann (1993), ela não necessariamente indica ordens diretas por
estar no imperativo, pedidos e conselhos também fazem parte dessa função da
linguagem, uma vez que é utilizada quando há orientação para o destinatário.
O discurso publicitário e as propagandas se fartam dessa função, pois são
centrados no interlocutor. Segundo Santee e Santos (2010), muitas das estra-
tégias utilizadas pela publicidade caracterizam a função conativa, mesmo sem
a presença das marcas linguísticas tradicionais, como o verbo no imperativo,
pois qualquer propaganda publicitária carrega em si a função conativa.
Função referencial
Essa função centra-se no contexto, referindo-se a algo, alguém ou um acon-
tecimento, de maneira clara e objetiva, sem manifestar opiniões explícitas ao
receptor. De acordo com Martelotta (2009), essa função consiste na transmissão
de informações do remetente ao destinatário. Está centrada no contexto, já que
reflete uma preocupação em transmitir conhecimentos referentes a pessoas,
objetos ou acontecimentos. Além disso, a predominância do discurso é na
terceira pessoa. O objetivo da função referencial é traduzir a realidade para
o destinatário, como é o caso das notícias jornalísticas.
Função poética
De acordo com Martelotta (2009), essa função consiste na projeção do eixo
da seleção sobre o eixo da combinação dos elementos linguísticos. O autor,
baseando-se em Jakobson, afirma que essa função ocorre em mensagens
caracterizadas por rimas, jogos de palavras, aliterações e outros processos da
natureza estilística, que sugerem uma escolha mais cuidadosa das palavras.
Portanto, trata-se de uma função centrada na mensagem e na sua forma, em
que o emissor produz seu texto de maneira seletiva, combinando palavras,
ideias, imagens, sons e ritmos.
8 Funções da linguagem
Observe:
1. Pablito clavó un clavito, ¿Qué clavito clavó Pablito?
2.
Função fática
Jakobson (2010) considera que essa função possui foco no contato/canal, e seu
único propósito é prolongar a comunicação. Portanto, ela se refere ao contato
e, basicamente, serve para prolongar ou interromper a comunicação e para
verificar se o canal funciona. Para Martelotta (2009), a função fática inicia,
Funções da linguagem 9
a) Hasta luego.
b) Marge, ¿me oyes?
Função metalinguística
Essa função se fundamenta na utilização da linguagem para se referir à ela
mesma. O foco está no próprio código. Essa função desempenha uma impor-
tante função na nossa linguagem cotidiana, quando o remetente e/ou destina-
tário têm necessidade de verificar se estão usando o mesmo código. Segundo
Chalhub (2002), uma mensagem metalinguística implica em combinações do
código que retornem a ele próprio.
Exemplo:
Ello que estoy diciendo no tiene sentido. (Isso que eu estou dizendo
não faz sentido).
Veja os exemplos:
Não performativos
Yo tengo hambre. (Estou com fome.)
La abuela contó una historia. (A avó contou uma história.)
Es bueno viajar. (Como é bom viajar.)
Performativos
Yo te bautizo en nombre del padre, del hijo y del espíritu santo.
!Venga!
Muchas gracias.
Atos ilocutórios
É importante que compreendamos que os atos ilocutórios não são representados
por enunciados, mas por falantes que emitem enunciados, isto é, representam
a intenção do ao emitir o enunciado. Segundo Searle (1990), os atos ilocutórios
podem ser diretos e indiretos.
Os atos ilocutórios diretos são aqueles em que o orador emite uma sentença
e ela significa exatamente o que ele expressa em si mesmo; já os atos ilocutórios
indiretos são aqueles em que o orador emite uma sentença e ela pode possuir
mais de um significado. É importante esclarecer que, normalmente, o fato do
falante realizar atos ilocutórios indiretos representa a sua confiabilidade na
capacidade de inferência do seu receptor.
https://goo.gl/8aL7eF
AUSTIN, J. L. How to do things with words. New York: Oxford University Press, 1962.
CHALHUB, S. Funções da linguagem. 11. ed. São Paulo: Ática, 2002.
COSTA, F. C. V. Uma breve reflexão acerca dos atos de fala: Austin & Searle. Revista Nu-
cleus, v.3, n.2, maio/nov. 2005. Disponível em: <http://www.nucleus.feituverava.com.
br/index.php/nucleus/article/viewFile/447/500>. Acesso em: 30 jul. 2018.
GEIS, M. Speech acts and conversational interaction. Cambridge: Cambridge University
Press, 1995.
JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 2010.
JAKOBSON, R. Linguística e Poética. In: JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. São
Paulo: Cultrix, 1987.
MARTELOTTA, M. E. (Org.) Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2009.
SANDMANN, A. A linguagem da propaganda. São Paulo: Contexto, 1993.
SANTEE, N. R; SANTOS, G. F. C. As funções da linguagem na propaganda. Fragmentos
de cultura, Goiânia, v. 20, n. 3/4, p. 169-180, 2010. Disponível em: <http://seer.pucgoias.
edu.br/index.php/fragmentos/article/view/1367>. Acesso em: 30 jul. 2018.
SEARLE, J. Actos de habla: ensayo de filosofía del lenguaje. Madrid: Cátedra, 1990.
SEARLE, J. Expression and meaning. New York: Cambridge University Press, 1979.
WINCH, P. G.; NASCIMENTO, S. S. A teoria da comunicação de Jakobson: suas marcas
no ensino de Língua Portuguesa. Estudos da Língua(gem), v. 10, n. 2, p. 219-236, 2012.
Disponível em: <http://www.estudosdalinguagem.org/index.php/estudosdalingua-
gem/article/view/215>. Acesso em: 30 jul. 2018.
16 Funções da linguagem
Leituras recomendadas
ANIMAL NATURALIS. “Aquí está el resto de tu abrigo de piel.” 2008. Disponível em: <http://
www.aquilanoticia.com/images/1295_d1.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2018.
CARBAJOSA, A. El ministro del Interior amaga con dimitir y aumenta la presión sobre
Merkel. 02 jul. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/internacional/2018/07/01/
actualidad/1530465016_184302.html>. Acesso em: 30 jul. 2018.
COCA-COLA. 65 años en España. 2018. Disponível em: <https://www.cocacolaespana.
es/65aniversario>. Acesso em: 30 jul. 2018.
EJEMPLO DE. Ejemplo de Caligrama. 2018. Disponível em: <https://www.ejemplode.
com/12-clases_de_espanol/3686-ejemplo_de_caligrama.html>. Acesso em: 30 jul. 2018.
FUNCIONES DE COMUNICACIÓN. Función fática. 29 set. 2016. Disponível em: <http://
funcionesdecomunicacion.blogspot.com/2016/09/funcion-fatica.html>. Acesso em:
30 jul. 2018.
SANTEE, N. R; TEMER, A.C.R.P. A Linguística de Roman Jakobson: contribuições para
o Estudo da Comunicação. UNOPAR Cient., Ciênc. Human. Educ., Londrina, v. 12, n. 1,
p. 73-82, jun. 2010. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/
ensino/article/download/2890/2762>. Acesso em: 30 jul. 2018.
TARINGA!. Estudiar en Argentina es el destino más elegido. 2014. Disponível em: <https://
www.taringa.net/posts/info/17466540/Estudiar-en-Argentina-es-el-destino-mas-
-elegido.html>. Acesso em: 30 jul. 2018.
WANG, L. Coca-Cola Launches “Natural, Healthy” Coca-Cola Life Soda. 20 ago. 2013. Dis-
ponível em: <https://inhabitat.com/coca-cola-launches-natural-healthy-coca-cola-life/
coca-cola-life-argentina/>. Acesso em: 30 jul. 2018.
DICA DO PROFESSOR
A função emotiva e a função poética podem fazer parte de um único texto, porém sempre uma
irá se sobrepor a outra.
Com essa Dica do Professor, você verá como distingui-las em relação a esse contraste existente
nas funções da linguagem.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Relacionar os atos de fala e a ética do discurso não é tarefa fácil, porém é necessária para os
estudiosos da linguagem. Este artigo esclarecerá a relação de ambos com a intencionalidade que
cada um carrega.
Da teoria dos atos de fala à nova pragmática: os legados de John L. Austin e Kanavillil
Rajagopalan
Este artigo é resultado do evento “Meio século de teoria dos atos de fala: Austin e seus leitores”,
promovido pelo Departamento de Linguística Aplicada da Unicamp e realizado em seu Instituto
de Estudos da Linguagem nos dias 21 e 22 de novembro de 2012.
Jakobson é considerado o fundador das funções da linguagem. Neste vídeo, você se aprofundará
um pouco mais nessa teoria.
Aline Azeredo
Bizello
Noções de estratégias de leituras
APRESENTAÇÃO
A leitura é uma atividade complexa que envolve tanto a decodificação de sinais quanto a
percepção do que está além do sentido literal. Um aprendiz de espanhol, para ser um leitor
competente no idioma, tem que estar apto a aplicar diferentes estratégias. Mas quais técnicas
podem ser utilizadas para potencializar a leitura de acordo com a sua finalidade?
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Skimming e scanning são técnicas de leitura rápida que surgiram na área das línguas
estrangeiras, mas que também são utilizadas na língua materna. Embora essas técnicas possam
se complementar e apresentar elementos comuns, cada uma tem características próprias que
facilitam a escolha do leitor por uma dessas estratégias.
Numa sociedade letrada como a atual, a leitura é fundamental. Ler bem não
significa apenas compreender o que está posto no texto, mas também compreender o que não
está dito. Isso quer dizer que pode haver intenções e interpretações variadas, presentes em um
único texto. Diante desse desafio, é importante pensar quais técnicas contribuem para o êxito do
leitor, além de refletir sobre as estratégias que podem auxiliar um aprendiz de espanhol a
compreender um texto na sua língua-meta.
Leia o capítulo Noções de estratégias de leitura, da obra Oficina de texto em espanhol, e reflita
sobre as possibilidades de leitura: técnicas de skimming e scanning e as estratégias de apreensão,
compreensão e interpretação. Além disso, você vai conhecer o conceito de legibilidade
estrutural.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
A leitura é uma atividade complexa e que envolve tanto a decodificação
de sinais como a percepção do que está além do sentido literal. Um
aprendiz de espanhol, para ser um leitor competente, precisa estar apto
a aplicar diferentes estratégias de leitura aos textos em espanhol. Existem
algumas técnicas podem ser utilizadas para potencializar a leitura de
acordo com a sua finalidade.
Neste capítulo, você estudará o conceito de legibilidade estrutural em
relação a macro, micro e superestruturas, as técnicas de skimming e scan-
ning, bem como as estratégias apreensão, compreensão e interpretação.
Legibilidade estrutural
O ato de ler mobiliza diversos mecanismos, como a decodificação de pala-
vras, a percepção dos significados e a análise dos implícitos, o que tornam a
leitura um processo cognitivo complexo. Portanto, para discutir o conceito de
legibilidade, é importante conhecer diferentes modelos de leitura.
Vilson Leffa (1996) afirma que a leitura é extração e atribuição de significado.
O leitor, tratado como um minerador, deve ser esforçado e persistente, consultar
o dicionário, ler e reler frases de compreensão difícil para que possa, assim,
2 Noções de estratégias de leitura
apreender o texto na íntegra. Sob essa perspectiva, a leitura está de acordo com
a retirada de tópicos de um texto. Já Eni Orlandi (1987, p. 178) associa a leitura
às noções da análise do discurso:
[...] na prática das análises que esses conceitos adquirem nitidez e se colocam
criticamente em relação à constituição da teoria. E é também na prática que
a análise do discurso acaba revelando aspectos da linguagem que não seriam
conhecidos através de outras perspectivas.
[...] um processo que leva em conta não apenas um efeito de sentido, mas os
possíveis efeitos de sentido antagônicos decorrentes dos movimentos de leitura,
contrastando diferentes visadas não subjetivas que atravessam sujeito-leitor,
colocando-o como efeito-leitor.
Note que as informações avançam à medida que o texto segue: a carta foi
roubada; a carta foi substituída por uma cópia; a carta voltará para Barcelona; a
carta foi entregue ao embaixador espanhol; a carta será enviada para Madrid, a
carta chegará à Biblioteca Nacional. Essa sequência de informações alicerçada
pela microestrutura contribui com a legibilidade do texto.
Dijk (1980) afirma que as unidades textuais que compõem a microestrutura
são transformadas em proposições durante o processo de interpretação de texto.
Essas proposições surgem a partir de macrorregras, responsáveis pela redução
das informações de um texto. A generalização, por exemplo, surge dessas ma-
crorregras, do mesmo modo que se origina o resumo, já que ele é construído a
partir das ideias principais e do apagamento das informações menos importantes.
Portanto, as informações que ficam na memória de longo prazo são aquelas
resultantes da interpretação de um texto e consideradas as mais importantes.
Isso significa que as proposições processadas em múltiplos ciclos e as que
ficam mais tempo na memória de trabalho são as mais lembradas depois.
No entanto, no percurso dessas interpretações, estão o contexto social e
cultural da informação, o conhecimento de mundo do leitor e a interação do
leitor com essa informação. Assim, esses aspectos passam a ser importantes
para analisar a legibilidade de um texto.
A superestrutura surge desse contexto. Ela se associa à característica
individual de cada gênero textual, isto é, às categorias convencionais. Essas
6 Noções de estratégias de leitura
Veja, a seguir, como ela pode ser aplicada para a leitura da reportagem do Jornal
El País. Para começar, você terá acesso, apenas, à manchete, ao lide, à primeira
e à última frases do primeiro parágrafo e à última frase do último parágrafo.
Note que a leitura desses fragmentos permite constatar que o texto noticia
sobre o prêmio Nobel alternativo, que ocorrerá em outubro. Os nomes dos
escritores que aparecem no lide e na primeira frase destacam alguns candi-
datos que concorrerão ao prêmio. Nesses fragmentos, encontram-se muitos
cognatos que facilitam a compreensão do texto. Observe que apenas a palavra
galardón pode causar estranheza a um leitor brasileiro, já que sua tradução
em português (galardão) é pouco usada no Brasil. No entanto, pelo contexto,
o leitor pode notar, rapidamente, que o termo se refere ao prêmio.
Essa estratégia costuma ser eficaz para quem, por exemplo, realiza prova
do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), concursos públicos que exigem
conhecimento na língua espanhola ou provas de proficiência, como as exigi-
das pelos cursos de mestrado e doutorado, pois essas avaliações costumam
destacar algum trecho do texto para que o candidato analise. Nesse caso, você
poderá recorrer à técnica de scanning e fixar os olhos na busca desse trecho
e tudo que o envolve.
Note que, para compreender esse texto, o leitor tem que recorrer a seu co-
nhecimento prévio: quem é Mary Shelley, quem é Frankestein, onde é a Arábia
Saudita e que tipo de cultura esse país tem. Assim, poderá compreender o peso
social que há na informação de Haifaa ser a primeira diretora de filmes na
Arábia Saudita e a importância de o filme enfatizar mais a figura da criadora
de Frankestein (a autora do livro, Mary Shelley) do que a figura monstruosa do
personagem criado por ela. Um país centrado no modelo patriarcal e pautado
em uma cultura machista não é um espaço propício para uma produção nos
14 Noções de estratégias de leitura
moldes como foi elaborada pela diretora. Dessa forma, o leitor compreende a
mensagem de superação e novidade que a reportagem deseja transmitir, e a
observação desses detalhes possibilita a análise desses componentes no texto.
Nesse sentido, examinar as relações que os componentes fundamentais do texto
têm entre si e evidenciar de que modo essas relações são responsáveis pela
construção do sentido do texto são atitudes fundamentais para compreendê-lo.
Quando o leitor quiser ir além do texto, isto é, deseja confrontar os sentidos
do texto com outras ideias, como as ideias publicadas em outros textos do
meio cultural, terá de mobilizar outros mecanismos e recursos, como elemen-
tos externos do texto, o contexto cultural e social, etc. A essa estratégia de
leitura dá-se o nome de interpretação de texto e, para aplicá-la, o leitor realiza
operações de inferência.
De acordo com o dicionário Houaiss da língua portuguesa, inferir é “[...]
concluir pelo raciocínio, a partir de fatos, indícios; concluir” (HOUAISS;
VILLAR, 2004). Inferência, portanto, é um processo a que se chega a uma
conclusão a partir de determinados dados. No momento da leitura, essa habi-
lidade é aplicada a cada informação explícita e, principalmente, às implícitas,
possibilitando as deduções e as conclusões.
Os textos podem ser construídos com linguagem verbal (usa palavras), não verbal (usa
imagens) ou mista (usa palavras e imagens). Para interpretá-los, é preciso considerar as
informações que aparecem no seu todo: seja em um gráfico, uma foto, ou na repetição
destacada de uma informação.
Leituras recomendadas
ANTÓN, J. Leer y ver ‘Frankenstein’ en Arabia Saudí. 2018. Disponível em: <https://elpais.
com/cultura/2018/07/10/actualidad/1531250785_697802.html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
BARROSO, F. J. Los sindicatos policiales se quejan de falta de previsión y de agentes en el Mad
Cool. Disponível em: <https://elpais.com/ccaa/2018/07/13/madrid/1531476700_342396.
html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
BREÑA, C. M. El lenguaje inclusivo salta de la calle a las instituciones. 2018. Disponível
em: <https://elpais.com/cultura/2018/07/12/actualidad/1531420715_324614.html>.
Acesso em: 07 ago. 2018.
EL PAÍS. Muchas mujeres y ningún español en la lista del premio Nobel de Literatura
alternativo. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/cultura/2018/07/12/actuali-
dad/1531417096_815243.html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
EL PAÍS. Un teleférico hacia el cartel de Hollywood. 2018. Disponível em: <https://elpais.
com/cultura/2018/07/12/actualidad/1531414797_215466.html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
LEFFA, V. Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social. In: LEFFA, V.;
PEREIRA, A. E. (Orgs.). O ensino de leitura e produção textual: alternativas de renovação.
Pelotas: EDUCAT, 1999.
Noções de estratégias de leitura 19
MANTILLA, J. R. “Da Vinci no fue un oscuro notario más porque era un hijo bastardo”. 1998.
Disponível em: <https://elpais.com/cultura/2018/06/04/actualidad/1528128156_899203.
html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
MONTAÑÉZ, J. A. La carta robada de Cristóbal Colón vuelve de las Américas. 2018. Dis-
ponível em: <https://elpais.com/cultura/2018/06/07/actualidad/1528374293_873581.
html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
NAVARRO, F. Pearl Jam desata una apoteosis legendaria. 2018. Disponível em: <https://
elpais.com/cultura/2018/07/13/actualidad/1531449745_086781.html>. Acesso em: 07
ago. 2018.
ORLANDI, E. Texto e discurso. Organon: Revista do Instituto de Letras da UFRGS, v. 9, n.
23, p. 111-118, 1995. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/organon/article/
view/29365/18055>. Acesso em: 06 ago. 2018.
VALDÉZ, I. El álbum de fotos que desenterró un secreto, un piso en Berlín y una huída. 2018.
Disponível em: <https://elpais.com/cultura/2018/06/06/actualidad/1528304893_616673.
html>. Acesso em: 07 ago. 2018.
DICA DO PROFESSOR
Você sabia que mesmo os textos com marcas de impessoalidade têm uma intencionalidade
comunicativa? Isso quer dizer que pode haver uma intenção subjetiva por trás de um discurso,
mesmo quando o texto parece ser objetivo e imparcial. Se você identifica essa intencionalidade,
consegue realizar análises mais complexas nos momentos de leitura.
Para ajudá-lo a exercitar esse reconhecimento, assista a Dica do Professor sobre o assunto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Técnicas de leitura
O vídeo Lectura, técnicas e interpretación, da Enem BR, apresenta vários exemplos de uso de
técnicas de leitura.
Estrutura textual
No blog Comunicación, lectura y opinión, veja alguns exemplos de análises de texto a partir da
estrutura textual.
Leia o artigo "Aprender a ler e compreensão de textos" para refletir sobre os processos
cognitivos e as estratégias de ensino para leitura.
Camila Felipe
Gêneros não acadêmicos (anúncios,
mensagens, e-mail, blogs e redes sociais)
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
Os gêneros discursivos são o conjunto de regras que determinam ao usuário qual linguagem
utilizar, em diferentes esferas comunicativas. Por exemplo, um e-mail ao diretor de uma
empresa requer uma linguagem adequada e rígida aos padrões formais exigidos pela situação
comunicativa, diferentemente de um e-mail a um amigo, em que os padrões formais já não são
exigidos. Isto é: para que, como e para quem se escreve são fatores determinantes para a escolha
da linguagem a ser utilizada. Escrever um blog ou um post em uma rede social são gêneros
cotidianos e que, da mesma forma que outros gêneros, exigem uma adequação à linguagem a ser
utilizada para efetivar a comunicação pretendida.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar as características dos gêneros textuais
digitais: e-mails, blogs, redes sociais; explorar a linguagem utilizada nas redes sociais em língua
espanhola; e, por fim, traçar os elementos que caracterizam o gênero anúncio publicitário.
Bons estudos.
• Reconhecer as características dos gêneros textuais digitais: e-mails, blogs, redes sociais.
• Analisar a linguagem utilizada nas redes sociais em língua espanhola.
• Descrever os elementos que caracterizam o gênero "anúncio publicitário".
INFOGRÁFICO
Veja o Infográfico sobre transmutação dos gêneros de origem para os gêneros digitais.
CONTEÚDO DO LIVRO
Gênero textual é tudo aquilo produzido, em diferentes formas de linguagem, por meio de um
texto. Essas formas são flexíveis e podem ser produzidas em propósitos formais ou informais da
linguagem. Assim, para se tornar proficiente, é importante que saiba como escrever em
diferentes contextos, utilizando adequadamente a língua pretendida.
No capítulo Gêneros não acadêmicos (anúncios, mensagens, e-mails, blogs e redes sociais), da
obra Oficina de texto em espanhol, você vai estudar a importância dos gêneros digitais nas ações
cotidianas e na aprendizagem de uma língua. Para isso, você irá analisar as características dos
gêneros textuais digitais: e-mails, blogs, redes sociais e anúncio publicitário.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Os gêneros discursivos são o conjunto de regras que determinam que
linguagem utilizar em diferentes esferas comunicativas. Por exemplo, um
e-mail ao diretor de uma empresa requer uma linguagem adequada e
mais formal, diferentemente de um e-mail a um amigo, em que os padrões
formais já não são exigidos. Isto é: para que, como e para quem se escreve
são fatores determinantes para a escolha da linguagem a ser utilizada.
Escrever um blog ou um post em uma rede social são gêneros cotidianos
e que, da mesma forma que outros gêneros, exigem uma adequação à
linguagem a ser utilizada para efetivar a comunicação pretendida.
Neste capítulo, você irá identificar as características dos gêneros tex-
tuais digitais: e-mails, blogs, redes sociais; explorar a linguagem utilizada
nas redes sociais em língua espanhola; e, por fim, traçar os elementos
que caracterizam o gênero anúncio publicitário.
2 Gêneros não acadêmicos (anúncios, mensagens, e-mails, blogs e redes sociais)
Os gêneros são mutáveis e sofrem alterações sócio-históricas, por isso, não se pode definir
seus tipos com precisão. Alguns estudiosos alemães já intitularam mais de quatro mil
gêneros, à vista disso, pesquisas que objetivaram nomeá-los não conseguiram ir adiante.
Gêneros do discurso, gêneros textuais e tipos textuais são nomenclaturas usadas na
linguística, mas que não podem ser utilizadas como sinônimos, porque representam
conceitos distintos.
+ más
bss besos
cnt cuánto
imxta importa
kdms quedamos
mñn mañana
muxo mucho
mvill móvil
ninia niña
tb también
(Continua)
6 Gêneros não acadêmicos (anúncios, mensagens, e-mails, blogs e redes sociais)
(Continuação)
tnms tenemos
w bu/gu
welta vuelta
x por
xf por fa(vor)
xq porque
Espanhol Português
Me divierte Riso
Me assombra Surpresa
Me entristece Tristeza
Me enfada Ira
Espanhol Português
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Linguagem informal
A linguagem informal é produzida pelo falante em ambientes descontraídos
e simples, sem preocupações com a escolha vocabular ou regras gramaticais
a serem seguidas. O problema, no entanto, é quando se utiliza a lingua-
gem informal em ambientes que não permitem essa escolha, o que a torna
inadequada.
Assim, em espanhol, existem duas formas de se dirigir ao interlocutor.
são usados para falar com amigos, familiares, pessoas da mesma idade
e em ambientes informais. Por exemplo: ¿Hola qué tal? ¿Os compráis
el billete del juego?
Pronombres en
la gramática Singular Plural
Informalidad Tú Vosotros(as)
Gêneros não acadêmicos (anúncios, mensagens, e-mails, blogs e redes sociais) 11
https://goo.gl/sMr8og
Interlocução
Geralmente, o anúncio publicitário é produzido por uma pessoa ou por uma
empresa e direcionado a um determinado grupo de pessoas, portanto, o in-
terlocutor está definido. Por exemplo, no anúncio da Figura 4, tem-se um
direcionamento claro, pois ele foi feito para pais, mães, tios, tias, avôs, avós,
etc. que tenham contato com bebês na faixa etária de até 1 ano.
14 Gêneros não acadêmicos (anúncios, mensagens, e-mails, blogs e redes sociais)
Propósito comunicativo
Comumente, os anúncios trabalham com a ideia da exclusividade e de ser o
melhor produto no mercado, aliando-a a um status e uma necessidade, para
convencer alguém a comprá-la, o receptor dessa informação deve sentir desejo
em adquiri-la. De acordo com Trindade (2012), para convencer o consumidor,
o anúncio publicitário utiliza a linguagem persuasiva e conotativa, a qual abusa
do recurso imperativo de envolver o leitor. Contudo, eles nem sempre usarão
textos verbais. Na Figura 5, você pode observar um exemplo dessa utilização
do imperativo em hazte.
Apresentação (formato)
Nas Figuras 6 e 7, há alguns elementos rotineiros nos anúncios publicitários.
No entanto, atenção, eles não são elementos rígidos ao gênero, pois, conforme
já exposto, pode-se verificar que são flexíveis dentro dele.
Para saber mais sobre o modo imperativo na Língua Espanhola, acesse os links a seguir.
https://goo.gl/SHZad3
https://goo.gl/ehvSPP
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2000.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São
Paulo: Martins Fontes, 1992.
BAHKTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
EL PAÍS. “Me encanta”, “me divierte” y “me enfada” llegan a Facebook. 2015. Disponível em:
<https://elpais.com/tecnologia/2015/10/08/actualidad/1444317803_934980.html>.
Acesso em: 01 ago. 2018.
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2008.
GARCÍA, D. Lenguaje SMS, tan rápido como vino, se fue. 2014. Disponível em: <http://
umundopordelante.blogspot.com/2014/03/lenguaje-sms-tan-rapido-como-vino-se-
-fue.html>. Acesso em: 01 ago. 2018.
GARCÍA, T. M. Por qué las personas que hablan a los perros como si fueran bebés tenían
razón, según un nuevo estúdio. 2018. Disponível em: <https://twitter.com/el_pais>.
Acesso em: 01 ago. 2018.
MAMA CONTRA CORRIENTE. Primeros juguetes. 2010. Disponível em: <http://mama-
contracorriente.com/primeros-juguetes/>. Acesso em: 01 ago. 2018.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KA-
RWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino.
Palmas: Kaygangue, 2005, p.17-33.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.;
MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lu-
cerna, 2005, p.19-36.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In:
MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. (Org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de
construção do sentido. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 13-67.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Pa-
rábola, 2008.
MARKETING DIRETO. Hazte... 2013. Disponível em: <https://i1.wp.com/www.marketing-
directo.com/wp-content/uploads/2013/01/51.jpg>. Acesso em: 01 ago. 2018.
MOURA, A. Clases de español: anuncio publicitário. 28 jun. 2017. Disponível em: <https://
www.slideshare.net/AmbilePiacentine/clases-de-espaol-anuncio-publicitario>. Acesso
em: 31 jul. 2018.
20 Gêneros não acadêmicos (anúncios, mensagens, e-mails, blogs e redes sociais)
Leituras recomendadas
BLOG DE ESPANHOL. Unidad 9. 2011. Disponível em: <http://blogdeespanol.com/wp-
-content/uploads/2011/08/Imperativo-U9.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2018.
LINGOLIA. El voseo en América Latina y en España. 2018. Disponível em: <https://espa-
nol.lingolia.com/es/gramatica/pronombres-y-determinantes/voseo>. Acesso em: 01
ago. 2018.
MAPFRE. Diccionário de internet. [2018]. Disponível em: <http://www.mapfre.es/seguros/
es/docs/html/diccionarioInternet.shtml>. Acesso em: 01 ago. 2018.
SILVA, D. O imperativo em espanhol. 2018. Disponível em: <https://www.estudopratico.
com.br/o-imperativo-em-espanhol/>. Acesso em: 01 ago. 2018.
DICA DO PROFESSOR
O anúncio publicitário é um gênero que permite o uso de muitos tipos de linguagens, como a
linguagem usada no mundo digital. É frequente, inclusive, o uso de termos encontrados em
redes sociais com o objetivo de chamar a atenção do público almejado. Isso se deve à expansão
da Internet, chegando até pessoas de várias idades e lugares.
Assim, na Dica do Professor a seguir, veja as características do gênero não acadêmico anúncio
publicitário e o uso da linguagem das redes sociais por esse gênero.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Gênero digital
Confira o artigo de Brito e Sampaio que discorre sobre os gêneros digitais e sua
multimodalidade.
Clique no link abaixo e leia uma texto sobre a diferença entre linguagem formal e linguagem
informal na língua espanhola.
O que é "voseo"?
Saiba mais sobre o pronome "vos", conhecendo sua função, conjugação e variantes na América
Latina e na Espanha.
Adriana Andrade
Junqueira de Brito
Arantes
Leitura e interpretação de textos
simplificados
APRESENTAÇÃO
Em geral, a leitura de textos pode se tornar mais fácil se o texto cumprir determinados requisitos
formais de apresentação. O conhecimento e o bom uso dos gêneros e da tipologia textual
auxiliam na produção de um texto claro, objetivo e de leitura cômoda, o que chamamos
de simplificação textual. Para melhorar ainda mais a performance textual, são
utilizados diferentes recursos, como, por exemplo, os marcadores textuais.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Para expressar opiniões e deixar claro o seu ponto de vista, é essencial organizar as ideias.
Como? Utilizando a linguagem.
Em LE, algumas expressões funcionam como marcadores textuais adequados para manifestar
um parecer a respeito de algum tema. Veja no Infográfico a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
Um texto é uma unidade linguística comunicativa fundamental de caráter social e interativo, que
é produto da atividade verbal, e caracteriza-se por desenvolver, de modo articulado, o seu triplo
aspecto: semântico, comunicativo e estrutural. Os textos podem ser verbais ou não verbais, orais
ou escritos. A leitura e interpretação de textos escritos simplificados, em espanhol, depende de
diversos aspectos para que o leitor consiga compreender o conteúdo.
Boa leitura.
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-540-0
CDU 811.134.3
Introdução
Compreender e fazer bom uso de uma língua estrangeira (LE), principal-
mente no campo da escrita, são uma tarefa por vezes intrincada, na qual
intervêm diversos fatores de ordem linguística, cultural e de organização
dos estudos.
Neste capítulo, você estudará dois importantes conceitos, com algu-
mas considerações e exemplos em LE: simplificação textual e legibilidade
linguística, os quais são necessários para organizar seus estudos, pois
considerá-los na hora de elaborar seu texto pode fazer toda a diferença.
Você também terá contato com os diferentes marcadores textuais em
língua espanhola para que possa estabelecer melhor as conexões entre
as ideias que queira pôr em seu texto.
https://goo.gl/eB1ghY
As frases usadas por Augusto Monterroso para escrever o microconto La oveja negra
respondem à estrutura básica de construção de orações, em que, a cada uma delas, é
possível intuir que o autor especificará aspectos sobre as ovelhas, porque já os havia
definido — primeiro, ele oferece a definição das coisas e, depois, o objetivo. Desse
modo, aproxima-se da clareza da Figura 1, a qual faz referência ao tema da ovelha
negra, conforme você pode comparar com o texto a seguir:
La oveja negra
En un lejano país existió hace muchos años una oveja negra. Fue fu-
silada. Un siglo después, el rebaño arrepentido le levantó una estatua
ecuestre que quedó muy bien en el parque. Así, en lo sucesivo, cada
vez que aparecían ovejas negras eran rápidamente pasadas por las
armas para que las futuras generaciones de ovejas comunes y corrientes
pudieran ejercitarse también en la escultura.
Em um texto, nem todas as frases seguem esta ordem lógica, pois, se assim
fosse, elas seriam monótonas, porém, é importante que essa ordem mais natural
apareça com mais frequência para facilitar a compreensão da leitura. Por isso, o
6 Leitura e interpretação de textos simplificados
Fue en un solariego día de primavera, uno de esos en los que apetece salir
por la vía peatonal y disfrutar del placer que te brinda la naturaleza, Susana
viendo a todo esto desde una de las ventanas de su acogedora habitación
decidió salir a caminar, poniéndose unas zapatillas nuevas y rojas que había
comprado en una tienda femenina en el centro de Santiago salió a la calle
muy contenta caminando por los senderos del monte, sí, contenta, risueña y
despistada pensando en sus planes, el día se estaba terminando, ella seguía
por los senderos sin darse cuenta de que se ponía el sol.
A simples supressão das vírgulas e sua substituição por frases curtas, bem
como o uso dos sintagmas em sua ordem natural tornam o texto muito mais
legível. Do mesmo modo, as frases com voz passiva escondem o sujeito real
das orações e impedem uma distinção clara de quem é o responsável pela
ação. Veja o exemplo a seguir:
Legibilidad
alta baja
Em LE, deve-se ter muito cuidado com o uso dos pronomes, por exemplo, seu en-
tendimento na língua espanhola sempre requer algum esforço do leitor, uma vez
que é necessário determinar a palavra a que se referem. Em alguns casos, quando
essa determinação fica exaustiva, precisa-se repetir a palavra ou usar um sinônimo.
Considere o seguinte enunciado:
Ayer visitamos Juan y más tarde María. Le contamos todo.
Nesse caso, o pronome le traz uma ambiguidade: contaram tudo a María ou a Juan?
Para que o leitor não tivesse dúvidas, seria fundamental repetir María ou Juan, ou usar
um sinônimo, como mujer, hombre, muchacha, muchacho, etc.
Para indicar causa: porque, ya, que, pues, dado que, visto que, puesto
que, como, considerando que, a causa de, gracias a, teniendo en cuenta
que, con motivo de, etc. Exemplo: “No fuimos a la clase ayer porque
estábamos enfermos.”
Para indicar consequência: en consecuencia, por lo tanto, de modo
que, por esta razón, a consecuencia de, así es que, por lo cual, razón
por la cual, por consiguiente, consecuentemente, etc. Exemplo: “Era
el cumpleaños de mi hermana, razón por la cual no pude dejar de ir.”
Para indicar condição: a condición que, con solo, en caso de que,
siempre y cuando, con tal que, etc. Exemplo: “Te llamaré siempre y
cuando te portes bien.”
Para indicar finalidade: a fin de, con el objetivo de, en vistas a, a
efectos de, con el fin de, con miras a, con la finalidad de, etc. Exemplo:
“Carolina me invitó con el objetivo de que lo fuera con Martín.”
Para indicar circunstância de oposição: en cambio, ahora bien, con
todo, sin embargo, antes bien, contrariamente, por el contrario, de
todas maneras, no obstante, etc. Exemplo: “Isabel es muy amable; sin
embargo, se enfada rapidamente.”
Para indicar situação de objeção: aunque, a pasar de, por más que,
con todo, etc. Exemplo: “Aunque llueva iremos en bici mañana.”
10 Leitura e interpretação de textos simplificados
Leituras recomendadas
CASA DE SU MAJESTAD EL REY. Estado de ejecución presupuestaria. 2017. Disponível
em: <http://www.casareal.es/ES/Transparencia/informacioneconomica/Ejercicio2018/
Paginas/Ejecucion-del-presupuesto.aspx>. Acesso em: 30 jun. 2018.
CASA ESCRITURA. Los marcadores textuales. 2018. Disponível em: <http://www.bi-
blioteca.org.ar/libros/157762.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2018.
FULGÊNCIO, L.; LIBERATO, Y. Como facilitar a leitura: como se processa a leitura; orien-
tação para textos didáticos; aspectos discursivos. São Paulo: Contexto, 1998.
GAVASA, J. “Años de calle”: cuando ser un niño en Buenos Aires es una odisea. 17 dez.
2014. Disponível em: <https://www.panamericanworld.com/es/articulo/anos-de-
-calle-cuando-ser-nino-buenos-aires-es-odisea>. Acesso em: 30 jun. 2018.
Leitura e interpretação de textos simplificados 13
GROSSO, G.; FEST, S. Mundial Rusia 2018: Claudio Caniggia: “No podemos pretender
que Messi tenga el carácter que tenía el indio salvaje de Diego Armando”. 19 maio
2018. Disponível em: <https://www.lanacion.com.ar/2136184-mundial-rusia-2018-
-claudio-caniggia-no-podemos-pretender-que-messi-tenga-el-caracter-que-tenia-
-el-indio-salvaje-de-diego-armando>. Acesso em: 30 jun. 2018.
MEURER, J. L.; MOTTA-ROTH, D. Gêneros textuais e práticas discursivas. Florianópolis:
EDUSC, 2005.
MONTERROSO, A. La oveja negra y demás fábulas. 2. ed. Madrid: Letra e, 1998. Dis-
ponível em: <https://carmelourso.files.wordpress.com/2014/03/oveja-negra.pdf>.
Acesso em: 30 jun. 2018.
PIQUERAS, J. V. España en su poesía: Juan Vicente Piqueras. 2013. Disponível em:
<http://circulodepoesia.com/2013/06/espana-en-su-poesia-juan-vicente-piqueras/>.
Acesso em: 30 jun. 2018.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Diccionario de la lengua española. 23. ed. 2014. Disponível
em: <http://dle.rae.es/?w=diccionario>. Acesso em: 30 jun. 2018.
RODRÍGUEZ, J. Fórmulas para predecir las condiciones de lectura de textos en español:
aplicaciones a la prensa escrita. Revista Telos, n. 37, 2006. Disponível em: <https://telos.
fundaciontelefonica.com/telos/anteriores/num_037/inves_experiencias0.html>.
Acesso em: 30 jun. 2018.
ROMERO, J.; GONZÁLEZ, M. Prácticas de comprensión de lectura: estrategias para el
aprendizaje. Madrid: Alianza Editorial, 2001.
TORREGO, L. G. Gramática didáctica del español. Madrid: SM, 2007.
VIANA, V.; TAGNIN, S. E. O. (Org.). Corpora no ensino de línguas estrangeiras. São Paulo:
HUB, 2010.
DICA DO PROFESSOR
Nesta Dica do Professor, você verá detalhadamente os marcadores textuais em Espanhol, bem
como alguns exemplos contextualizados para melhor compreender suas formas de
uso. Aproveite para estabelecer comparações com o uso dos marcadores textuais em Português.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Os conectores ou marcadores textuais são fundamentais na construção frasal. São eles que
propiciam a continuidade nos discursos, provendo frases e parágrafos de coesão e coerência.
Assista este vídeo sobre os conectores em espanhol.
Neste texto, você verá diferentes aspectos que te auxiliarão na produção de textos.
Se você tem interesse em aprofundar seus conhecimentos em espanhol, leia este artigo, que traz
diversas questões de ordem teórica a respeito da estruturação e do uso dos marcadores textuais.
Conteúdo:
OFICINA DE TEXTO
EM ESPANHOL
Roberta Spessato
Modelo comunicativo
APRESENTAÇÃO
Não há linguagem sem comunicação, sem interação. Para Travaglia (2002), a linguagem é um
lugar de interação humana, de interação comunicativa, pela produção de efeitos de sentido entre
interlocutores em uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e
ideológico.
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
Os interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação que se dá por meio da
linguagem, ou seja, são os responsáveis pela conversação, sendo essencial visualizar o seu papel
na comunicação, bem como os fatores importantes para que haja uma interlocução.
Não existe linguagem sem interação humana, e não existe sociedade sem cultura. Aprender uma
língua estrangeira representa mergulhar em um novo contexto. Quando um indivíduo aprende
espanhol, ele acessa uma nova realidade sociocultural, regida por normas e convenções que
podem ser muito diferentes daquelas do grupo social no qual ele está inserido.
No capítulo Modelo comunicativo, do livro Oficina de texto em Espanhol, você vai assimilar os
conceitos de interação e de interlocutor, além de compreender o significado de tematização,
entendendo o seu papel linguístico-discursivo. Por fim, você vai refletir sobre a importância das
questões culturais no ensino de Língua Espanhola.
Não esqueça que o papel dos professores e estudiosos da língua não é apenas ensinar as regras
gramaticais, mas, também,compreender a pluralidade cultural que o idioma carrega e transmitir
esses conhecimentos ao aluno.
Boa leitura.
Modelo comunicativo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Não existe linguagem sem comunicação e sem interação. Para Travaglia
(2002), a linguagem é um lugar de interação humana e interação comu-
nicativa, por meio da produção de efeitos de sentido entre interlocuto-
res em uma determinada situação de comunicação e em um contexto
socio-histórico e ideológico. Ao estudar a língua espanhola, o indivíduo
demarca um novo tipo de significado na construção da sua identidade,
pois abrange não somente o ato de se comunicar, mas também o faz
compreender a pluralidade linguística e cultural que caracteriza diferentes
sociedades nas quais ele pode estar inserido.
Neste capítulo, você conhecerá os conceitos de interação e de in-
terlocutores, compreenderá o significado de tematização e o seu papel
linguístico-discursivo, bem como a importância das questões culturais
no ensino da língua espanhola.
De acordo com Koch (2011), o emissor/produtor deve ter noção do que dizer,
do quanto dizer e de como dizer; já o leitor/ouvinte deve, por sua vez, tendo
em vista as informações contextualmente oferecidas, construir representações
coerentes a partir de seu conhecimento de mundo. Portanto, a autora afirma
que o tratamento da linguagem — tanto na produção como na recepção — se
baseia na interação de emissor/produtor e ouvinte/leitor, que se manifesta pela
antecipação e coordenação recíprocas, em dado contexto de conhecimentos e
estratégias cognitivas (KOCH, 2011).
Dessa forma, você pode compreender que, na interação, cabe ao interlocu-
tor escolher o contexto adequado à construção de sentidos, isto é, o emissor
é o responsável pelo conteúdo necessário para que o interlocutor consiga
compreender as suas intenções, fazendo, assim, o processo de comunicação
ser estabelecido. De acordo com Koch (2011), o falante/escritor deve agir de
4 Modelo comunicativo
e sociais em que esses povos vivem. Esta afirmação é ainda mais contun-
dente quando se trata de uma língua falada em duas dezenas de países.
É necessário levar em conta, além dos diversos espaços geográficos que
influem nos modos e costumes de cada comunidade, as culturas, os siste-
mas político-econômicos, as organizações sociais, as histórias, o passado
e o presente das várias nações, dos inúmeros povos e, ainda, os conflitos
resultantes do contato do espanhol com outras línguas (GOETTENAUER
apud SEDYCIAS, 2005, p. 62).
No fim do século XV, o idioma espanhol expandiu-se pela américa e, hoje, além da
Espanha, a língua é falada oficialmente em outros 20 países. A língua espanhola
se originou na região de Castela, na Espanha, por isso é também conhecida como
castelhano.
Atualmente, o México é o país que concentra a maior comunidade de falantes do
idioma, com 122 milhões de pessoas, a Colômbia ocupa o segundo lugar e a Espanha,
o terceiro. Cabe esclarecer que o berço da língua espanhola compartilha o status de
idioma oficial com três outras línguas regionais: catalão, basco e galego. Além dos
países oficialmente hispano falantes, é língua materna de 13% da população dos
Estados Unidos, o que corresponde a um total de 39 milhões de pessoas.
A seguir, apresentamos uma lista dos países onde a língua espanhola é falada
como idioma oficial, em ordem decrescente do número de falantes nativos (valores
aproximados). A Figura 1 apresenta um mapa indicando a localização desses países.
México (122 milhões); Bolívia (10 milhões);
Espanha (47 milhões); República Dominicana (10 milhões);
Colômbia (48 milhões); Honduras (8 milhões);
Argentina (43 milhões); El Salvador (7 milhões);
Venezuela (33 milhões); Paraguai (6 milhões);
Peru (30 milhões); Nicarágua (6 milhões);
Chile (17 milhões); Costa Rica (5 milhões);
Guatemala (15 milhões); Porto Rico (4 milhões);
Equador (14 milhões); Panamá (3 milhões);
Cuba (11 milhões); Uruguai (3 milhões).
Fonte: Lingoda (2018).
Modelo comunicativo 9
Métodos de ensino
O aprendizado de uma nova língua contempla não apenas aspectos linguísticos
formais, mas também históricos e socioculturais. Estudos sobre o ensino de uma
segunda ou terceira língua começaram no século XVI. No entanto, com o surgimento
da linguística no século XIX e o avanço da psicologia, novas pesquisas sobre as formas
e os métodos que poderiam ser usados para garantir o sucesso no aprendizado de
uma nova língua apareceram.
Gramática e método de tradução
Este método foi o mais utilizado em todos os momentos e o que durou mais tempo
no ensino de língua estrangeira. Seu principal objetivo é que o aluno adquira conhe-
cimentos lexicais e aprenda regras gramaticais da língua-alvo, para que entenda as
frases e consiga construí-las. Segundo Mato (2011), esse método consiste no ensino
de uma segunda língua por meio da primeira, já que toda a explicação da segunda
é baseada na linguagem do aluno. Para esse método, a linguagem é um conjunto
de regras que devem ser observadas, estudadas e analisadas, diz Sánchez (2009). O
objetivo linguístico é treinar os alunos para leitura e análise textual.
Método estruturalista
Em 1916, surgiu uma corrente teórica baseada no Curso de Linguística Geral de Ferdi-
nand Saussure. No entanto, apenas na década de 1930, com a teoria da linguagem de
descrição, o termo estruturalismo passou a ser usado na linguística. Como ele estava
em ascensão, tudo que se relacionava à aprendizagem de uma segunda língua ficou
a cargo da abordagem linguística. A base do estruturalismo é a análise da linguagem
falada, e o procedimento é descritivo e indutivo.
12 Modelo comunicativo
Leituras recomendadas
ANDRADE, D. W.; SEIDE, M. S. Língua e cultura no ensino de espanhol como língua
estrangeira: um estudo de caso com duas professoras do ensino público do oeste
paranaense. Entreletras, v. 7, n. 1, jan./jun. 2016 . Disponível em: <https://sistemas.uft.
edu.br/periodicos/index.php/entreletras/article/download/2244/9005/>. Acesso
em: 17 jul. 2018.
LINGODA. Descúbrelo todo sobre los países de habla hispana. 2018. Disponível em:
<https://www.lingoda.com/es/paises-habla-hispana>. Acesso em: 17 jul. 2018.
MATO, N. A. Principales métodos de enseñanza de lenguas extranjeras en Alemania.
PoliPapers, v. 6, 2011. Disponível em: <https://polipapers.upv.es/index.php/rdlyla/
article/view/878 >. Acesso em: 17 jul. 2018.
NASCIMENTO, M. J. Idioma Espanhol e português e a democratização da informação
para o Mercosul. Informação e Sociedade, v. 9, n.1, p. 31-60, 1999. Disponível em: http://
periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/416>. Acesso em: 17 jul. 2018.
PINTEREST. Map with Spanish speaking countries. 2018. Disponível em: <https://www.
google.com.br/search?q=Pa%C3%ADses+falantes+de+espanhol.&safe=active&so
urce=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiM-tSGn6fcAhVrx1kKHeWrBDkQ_AUIC
igB&biw=1366&bih=645#imgdii=CmQazPA6akmL2M:&imgrc=uMYDvs_7i33-_M:>.
Acesso em: 17 jul. 2018.
RICHARDS, J.; RODGERS, T. Enfoques y métodos en la enseñanza de idiomas. 2. ed.
Madrid: EDINUMEN, 2010.
SANCHÉZ, P. A. Historia de la metodología de la enseñanza de lenguas extranjeras. Ma-
drid: SGEL, 2009.
SILVA, E. L. F. Abordagem comunicativa para o ensino de segunda língua: uma análise da
sua aplicabilidade. 2001. 148 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. Disponível em: <https://
repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/79853/185662.pdf?sequence=1>.
Acesso em: 17 jul. 2018.
SOARES, B. M. P. Abordagem da cultura no ensino do espanhol dentro e fora da sala de aula:
parte I. 2012. Disponível em: <https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/3376/3/
I%C2%AAPARTE.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.
SOUZA, T. Q. O.; OLIVEIRA, D. S. A inclusão da língua espanhola na educação brasileira.
2010. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/
artigos_teses/LinguaEspanhola/artigos/tassi_art.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.
DICA DO PROFESSOR
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esnino de Língua Espanhola e três formas possíveis de abordá-la em sala de aula.
SAIBA MAIS
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professor:
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