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REFLEXÃO: POR UM DIREITO COMUM...

Michelle Ratton Sanchez

RESENHA
DELMAS-MARTY, M IREILLE . P OR UM DIREITO COMUM
( TRADUÇÃO DE M ARIA E RMANTINA DE A LMEIDA P RADO
G ALVÃO ). S ÃO PAULO : M ARTINS F ONTES , 2004, 306 P..

A pós dez anos de sua publicação


na França (em 1994), a editora
Martins Fontes lançou no Brasil
a tradução do livro Por um direito comum,
de Mireille Delmas-Marty. Uma contri-
publicação original e dentre os traba-
lhos da autora.
Na seqüência de Por um direito
comum, Delmas-Marty lançou na França,
em 1998, Três desafios para um direito
buição grande para a literatura e o ensi- mundial (no Brasil, Editora Lumen Iuris,
no das ciências sociais no Brasil, apesar 2003). Nesse e noutros trabalhos publi-
deste significativo lapso temporal. Tal cados, a autora manteve a preocupação
obra está, com certeza, dentre as prin- central da obra de 1994. Apesar da
cipais de Delmas-Marty, e espelha a mudança de contextos, os novos exem-
teoria e os confrontos da primeira plos e suas análises permitem Delmas-
metade da década de 90. Uma época Marty recolocar suas perguntas e redi-
que – suspiramos – contava com o oti- mensionar sua tese. Essa continuidade
mismo, bastante escasso nos dias atuais. das reflexões demonstra a seriedade
Por isso, é fundamental contextualizar a com que a autora desenvolve seus traba-
obra no momento histórico de sua lhos e instiga o leitor a acompanhá-los.
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ESTRUTURA DO LIVRO E COMENTÁRIOS que “não seja imposto de cima como


Por um direito comum está dividido em três verdade revelada (....) mas consagrado
partes (Livros) principais: Recomposição de baixo como verdade compartilhada,
de uma paisagem, Pensar o múltiplo e portanto relativa e evolutiva” (prefácio).
Reinventar o direito comum. As análises nas Deve-se alertar os menos informa-
três partes dirimem-se pela seguinte dos que a identidade ortográfica do
preocupação central: como coordenar a "direito comum" não se reduz, no
atual profusão de normas "jurídicas"? entanto, a uma simples tradução de com-
Jurídicas com aspas porque Delmas- mon law nem de jus commune. A autora
Marty está claramente vinculada ao reco- evidencia essa distinção no prefácio do
nhecimento de fontes estatais e não-esta- livro, sem que a retome de forma explí-
tais; portanto, vai além daquelas tradicio- cita ao longo de sua análise. Contudo,
nalmente reconhecidas pelo direito cen- na leitura, pode-se notar que o livro Por
tralizado e quase que identificado com o um direito comum é mais do que uma
Estado. Delmas-Marty propõe-se, então, mera paráfrase...
a reiventar um "direito comum" que A autora aponta que o método clás-
possibilite a conciliação da multiplicida- sico, fundado na pirâmide de normas de
de do que podemos conceber como siste- Hans Kelsen, é insatisfatório para expli-
mas jurídicos. Isso na tentativa de encon- car a complexidade dos movimentos
trar uma nova lógica harmônica para o atuais. O desafio que se coloca é, então,
sistema; nas palavras da autora, uma pai- como definir novos métodos que coor-
sagem em ordem (paysage ordonné). denem a pluralidade de normas e que
Ao reconhecer que "o que está em não se subvertam à lei do mais forte. A
jogo é o conteúdo das normas e não a autora considera que somente se essa
existência delas" (p. 8), a autora organi- pluralidade for ordenável, pode perma-
za as três partes do livro com base em necer como "jurídica". Nesse sentido,
três clássicas perguntas existenciais: o convoca a imaginação e a criatividade
que são os novos movimentos das nor- jurídica para evitar a desordem.
mas, ou melhor, do que essa desordem Na primeira parte do livro (Livro I),
está composta; como organizá-la; e, por Delmas-Marty compromete-se a indicar
fim, para que organizá-la. a retirada dos marcos teóricos e a
Portanto, uma premissa importante mudança dos paradigmas para o direito.
do trabalho é: apesar de a ordem jurídi- Para tanto, baseia-se em exemplos do
ca clássica ter-se desestruturado, isso direito penal1 – área de concentração da
não significa o seu fim. Assim, o uso da autora – e do direito civil, sob as combi-
nomenclatura "direito comum" não é nações e incoerências na aplicação de
insensato. Está relacionado ao método seus conceitos e identificação de compe-
aplicado por Delmas-Marty, para a tências para decidir. Após analisar esses
reconcepção do sistema jurídico. O obje- pontos em decisões proferidas pelos tri-
tivo da autora é identificar um direito bunais franceses, a autora conclui que
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novas fontes estatais e não-estatais emer- direito internacional e agregam a esses


giram e permeiam hoje a lógica jurídica, outros conteúdos, permitindo assim uma
ao mesmo tempo em que algumas fontes reinterpretação daquelas disposições, por
tradicionais ficam cada vez mais enfra- vezes, mais abrangente. Ao mesmo tem-
quecidas. Formam-se, assim, as pirâmides po, os mecanismos internacionais tam-
inacabadas e hierarquias descontínuas – nas bém se apropriam das disposições de um
palavras da autora – quando se tenta sistema nacional “A” que poderá ser apli-
aplicar o método clássico. Daí, a necessi- cado para um Estado “B” (conforme evi-
dade de pensar o múltiplo. denciado pelos exemplos das decisões da
Para trabalhar o como, na segunda Corte Européia de Direitos Humanos). A
parte do livro, a autora parte da meto- interpretação, assim, precisa ter referen-
dologia de Gérard Timsit sobre prede- ciais mais seguros. A autora propõe a
terminação, co-determinação e sobrede- determinação de critérios, entre os quais
terminação, entendidos como elemen- o do princípio democrático (referido na
tos para prescrever, interpretar e legitimar o Convenção Européia de Direitos
direito. A partir dessa seção, inicia-se o Humanos), aliada à introdução da lógica
maior desafio do livro que é, para além da gradação. Esses dois pontos também
do descritivo, apresentar uma leitura não são suficientemente explorados no
normativa. Qual o novo método para livro. Isso deixa ao leitor perguntas basila-
relacionar as atividades de predetermi- res: do que se compõe o princípio demo-
nação, co-determinação e sobredetermi- crático? qual o procedimento mínimo
nação do direito? Como aplicá-lo? para defini-lo? As definições desses ele-
Breve e sucintamente, Delmas- mentos na segunda parte do Livro II
Marty afirma que o trabalho de prede- apóiam-se em nomenclaturas vagas que
terminação ou prescrição foi reduzido, parecem aportar definições circulares.
permitindo, assim, que o de co-determi- O que também dificulta a leitura
nação conquistasse destaque. A autora, a desta parte do livro é que, quando pas-
seguir, reconhece que a juridicidade da sa a analisar a sobredeterminação ou o
co-determinação depende do processo processo de legitimação, Delmas-Marty
de sobredeterminação, isso é, a interpre- retoma a descrição e quase que abando-
tação da norma depende da sua legitimi- na por completo sua análise normativa.
dade (entendida pela autora como rela- A autora justifica a escolha ao afirmar
ção com um código cultural comum). que a legitimidade do sistema repousa
À predeterminação, segundo Delmas- em "verdades impossíveis de demons-
Marty, restou o papel de facilitar a inter- trar". – Como assim? – Por essa razão,
normatividade, em especial entre os dife- apenas demonstra como o processo de
rentes níveis. Para evidenciar essa afirma- sobredeterminação sofreu mudanças
ção, a autora traz exemplos de como nos últimos anos, mais uma vez, sob o
mecanismos do sistema nacional adotam, exemplo dos direitos do homem na
em suas interpretações, conceitos do experiência da Corte Européia de
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Direitos Humanos (CEDH). Ao tomar Terceiro e último desafio: transpor esse


esse exemplo, Delmas-Marty classifica raciocínio para a escala planetária. Para
os direitos humanos como um "direito que? Em busca de ordem!
dos direitos" e retoma a análise norma- Para Delmas-Marty, o risco seria de,
tiva. Essa oscilação, especificamente no em sua escala planetária, a ordem adqui-
item 3 do Livro II, faz com que não fique rir um perfil totalitário. Por isso, a pro-
claro para o leitor a configuração inte- cura de um método ou procedimento
gral da nova lógica ou o novo método. que iniba o exercício do unilateralismo e
Em toda a passagem, a autora não mantenha o pluralismo exercitável.
deixa de reforçar a necessidade de com- Assim, a autora funda sua tese no con-
binação entre lógicas, já que novos ceito do irredutível humano, retomando
métodos de sobredeterminação não o Pacto dos Direitos Civis e Políticos e o
podem desconsiderar a lógica clássica Pacto sobre os Direitos Econômicos,
(apoiada basicamente na teoria de Hans Sociais e Culturais, de 1966. Extrai da
Kelsen) – que não desaparece por com- análise que a proibição de crimes contra
pleto. Esse dado é importante para a humanidade abre a possibilidade de
seguir a leitura, que se adentra na busca construir princípios comuns para pensar
de como reiventar o direito comum. um "direito dos direitos", que aproxime
No Livro III, em uma certa medida, os diferentes sistemas jurídicos. Nesse
a autora reconhece a dificuldade do ponto, mais uma vez, a autora traz o
método quando esclarece que o maior exemplo e deixa vaga a perspectiva de
obstáculo na busca de um direito comum como desenvolver o "direito comum".
é a ambigüidade que embasa o procedi- Esta é a estrutura que consta das
mento para sua definição (pp. 209-10). páginas de Por um direito comum. O
Na busca de reinventar o "direito importante é que a obra não se esgota
comum", Delmas-Marty, em referência aqui, permanece viva e em constante
a obstáculos a serem vencidos, justifica revisão nos trabalhos posteriores da
para que um direito comum. autora. É possível identificar a continui-
Primeiro desafio: o "direito dade da reflexão da autora em suas
comum" tem que ser um direito acessí- publicações recentes, bem como nas
vel (a todos). Por essa razão, é preciso aulas ministradas pela autora no Collège
que se torne um direito para além da de France2 .
comunidade de especialistas e que supe-
re as especificidades-obstáculo de cada
uma das áreas do direito. Segundo desa- INTERLOCUTORES DE DELMAS-MARTY
fio: que as práticas específicas (no caso é Ao longo de sua obra, Delmas-Marty
dado o exemplo da Europa) do pluralis- combina (i) a análise de decisões de tri-
mo jurídico reconheçam-se como parte bunais franceses e da Corte Européia de
de um desafio planetário (e em alguma Direitos Humanos e (ii) o diálogo com
medida influenciem outras práticas). autores da doutrina clássica (Hans
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Kelsen, em especial) e de teorias con- DESTAQUES DO LIVRO


temporâneas aliadas ao seu pensamento Os méritos a serem atribuídos ao livro
(com destaque para Gérard Timsit). A são muitos. Identifico, em primeiro
descrição das decisões promove o exer- lugar, o caráter extremamente contem-
cício indutivo que fundamenta a propos- porâneo – senão de prenúncia – da
ta normativa de Delmas-Marty, apresen- temática apresentada, sobretudo no iní-
tada acima. Sob essa metodologia, os cio da década de 90 (na Europa, o
referenciais europeus (tanto em uma Tratado de Maastricht havia sido assina-
instância teórica como numa prática) do dois anos antes da publicação). Isso
parecem promover a lógica de como se comprova a sensibilidade não apenas
pensar o múltiplo. teórica, mas na escolha dos exemplos
As referências da autora sugerem empíricos analisados pela autora.
uma crítica recorrente em trabalhos do Outro ponto que merece destaque é
gênero: pretender o comum a partir do a interdisciplinariedade presente no
eurocentrismo. A própria autora reco- método de análise do problema. Na aná-
nhece a concentração de sua análise na lise de mecanismos jurídicos, a autora
experiência européia. Se, por um lado, utiliza-se de elementos das ciências
o conteúdo do livro não consegue resis- sociais, com destaque para teorias da
tir a essa crítica, por outro, a autora ins- filosofia e da sociologia do direito. Ainda
tiga a questão: será que é possível con- merece destaque a relação que a autora
firmar suas pretensões normativas a consegue estabelecer entre diferentes
partir de outras realidades sociojurídi- áreas do direito (penal, civil e adminis-
cas? Fica a proposta. trativo). Das teorias gerais aos direitos
Em relação à doutrina, para o leitor específicos, a autora também carrega
fica a pergunta, por que Delmas-Marty consigo a percepção das relações inter-
não desenvolveu sua reflexão sobre o nacionais e do direito internacional.
direito comum em um diálogo mais Ademais, a coordenação entre teoria
próximo das teorias do cosmopolitismo e exemplos empíricos durante a obra é
(como David Held, Jürgen Habermas e de notável excelência. Por um direito
outros)? Ou mesmo daqueles buscam comum pode ser apontado como exemplo
repensar o direito internacional hoje? de como aplicar o método indutivo no
Neste momento é necessário contex- direito. No caso, uma análise original é
tualizar a obra historicamente e, para realizada por Delmas-Marty com a com-
melhor compreender o trabalho de binação de elementos da teoria clássica e
Delmas-Marty, acompanhar suas publi- da contemporânea e o exame sistemáti-
cações posteriores. Já que em Três desa- co e indutivo dos casos. A partir de
fios para um direito mundial, por exem- exemplos das decisões das cortes france-
plo, a autora dialoga com uma boa sas (nacionais) em relação ao direito
parte dessa doutrina, ausente em Por um interno e o direito comunitário euro-
direito comum. peu, a autora faz a análise de decisões da
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Corte Européia de Direitos Humanos e terminologias novas, ainda não consoli-


daí retira regras gerais, sobre as quais se dadas, na área das ciências sociais, para
arrisca, inclusive, a construir uma explicar fenômenos contemporâneos.
metodologia para identificação do direi-
to comum.
Para a área jurídica especificamente, ÚLTIMAS OBSERVAÇÕES
Delmas-Marty, ao abordar o desafio da A metodologia aplicada no livro é um
sociedade de especialistas, propõe não exemplo de como as análises "por um
apenas uma revisão do direito, mas tam- direito comum" podem ser traçadas a
bém do seu ensino e de sua prática. Isso, partir de diferentes experimentações
em nome do direito comum acessível. A hodiernas no direito. Para além do
recomposição no ensino, nas considera- exemplo europeu, uma proposta inspi-
ções da autora, poderia iniciar-se com a radora seria verificar como outros
quebra das barreiras ilusórias entre o exemplos podem confirmar ou descon-
direito público e o direito privado. A firmar a hipótese levantada por Delmas-
prática do direito, sob o exemplo da dis- Marty, inclusive em relação às práticas
tância promovida por preconceitos pre- jurídicas no Brasil. Sempre, tendo-se em
sentes na sociedade entre os universitá- conta a necessidade de manter atualiza-
rios e os advogados, poderia ser harmo- das e revisadas leituras e interpretações
nizada na reinvenção da categoria de sobre o mundo contemporâneo.
jurista. A autora também aponta para o Com vistas a caminhar para as últi-
desafio colocado ao jurista atual quando mas notas, vale indicar, como exemplo
tem que conciliar a economia e os direi- de recomposição contínua de suas refle-
tos humanos, como duas ordens da glo- xões face aos movimentos contemporâ-
balização que interferem uma na outra e neos, o alerta por Delmas-Marty, na
que devem ser repensadas de forma har- abertura de seu curso études juridiques
mônica e não sob a dominação de uma comparatives et internationalisation du droit
sobre a outra. Os exemplos, apresenta- ( Collège de France), neste ano: “A
dos de forma sintética, já nos permitem défaut d’accord sur une 'symbolique
ponderar pontos significativos da prática commune' permettant de fonder, non
do direito e dos seus profissionais pas un système de valeurs unifié, mais
(incluindo a área do ensino), também a du moins quelques interdits communs
partir do Brasil... juridiquement protégés, la suite est iné-
Pelo fato de ser uma tradução, vale luctable: après le désordre et l’impuissance,
aqui a menção à qualidade do trabalho c’est la guerre”3 (grifos nossos).
da tradutora Maria Ermantina de Por fim, observa-se que as minúcias
Almeida Prado Galvão. Foi possível apontadas acima não desqualificam de
constatar a precisão na tradução dos qualquer forma a obra Por um direito
termos técnicos e também o cuidado comum. Isso porque, se considerarmos que
na tradução daqueles que configuram "os grandes homens e mulheres não são
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aqueles(as) que resolveram os problemas, Delmas-Marty, como Por um direito comum


mas que os descobriram" (com inclusão evidencia, qualifica-se entre os grandes
de gênero, a frase de Albert Schweitzer), homens e mulheres da atualidade.

NOTAS

1 Nesta área, destaca-se a recente publicação no tanto sobre as publicações como sobre os cursos e
Brasil da obra de Mireille Delmas-Marty A imprecisão palestras ministrados, v. <http://www.college-de-
do direito, editora Manole, 2005. france.fr/site/int_dro> (última consulta em novem-
bro de 2005).
2 Quanto às publicações, reforça-se a indica-
ção das obras anteriormente mencionadas (Três desa- 3 Uma tradução livre desse trecho, do francês
fios para um direito mundial e A imprecisão do direi- para o português: Na incapacidade de se atingir o con-
to) e indica-se, entre outras, a obra coletiva Critique senso sobre um ‘simbolismo comum’ que permita defi-
de l’intégration normative, PUF, 2004, bem como os nir, não um sistema de valores único, mas ao menos
artigos “A mundialização do direito: probabilidades alguns limites juridicamente protegidos, a conseqüên-
do direito no início do século 21”, Studia juridica, cia é inevitável: após a desordem e a incapacidade, tem-
Universidade de Coimbra, n. 41, 1999, pp. 131-144; se a guerra. Para acesso ao resumo da aula inaugural, v.
“Marge nationale d’appréciation et internationalisa- < h t t p : / / w w w. c o l l e g e - d e - f r a n -
tion du droit: réflections sur la validité formelle d’un ce.fr/site/int_dro/p1048509291586.htm>. O con-
droit commun pluraliste”, Revue Internationale de teúdo do curso e desta aula contam com a previsão de
droit comparé, 2000, pp. 753-780. Para informações publicação pela Editora Seuil, em 2006.

Michelle Ratton Sanchez


P ROFESSORA DA D IREITO GV
P ESQUISADORA NO CEBRAP E NO IDCID

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