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Do caráter absoluto deriva a critica as formas de governo boas e más, com isso o texto vai

partir do pressuposto que tanto Hobbes quanto o Bodin em primeiro momento consideram
que a soberania tem caráter absoluto, pois elas são iguais e adam juntas. No entanto, vamos
perceber algumas diferenças entre os autores, primeiramente o sentido de absoluto para
Hobbes é bem mais radical do que o sentido de Bodin, na medida em que para Hobbes não
existe limite para esse tal poder absoluto, já o Bodin estabelece alguns critérios de exceções
para esse poder absoluto. Para Bodin, essas exceções existem na medida em que ele afirma
que o soberano não pode intervir em uma condição humana anterior ao estado que seria os
direitos privados , já que esses direitos se formam antes do estado e por essa razão seria
necessário não intervir nessa condição, mas para Hobbes essa condição anterior aos estado
não existe, tal condição só existe depois da criação do estado, pois se nem um poder comum
garantir isso, todo direito a propriedade não existiria pois, tudo seria de todos, só o estado
com sua força pode determinar o que é de cada um e garantir essa propriedade, caso contrário
é uma condição de conflito permanente, e nisso se justificaria o poder absoluto que Hobbes
pressupõe. Outra questão se estabelece nas formas de governo boa e má, essas classificações
segundo Hobbes são incoerentes, pois se é absoluto é porque nunca atinge seu limite, e se
nunca atinge o limite como podemos dizer que uma ação é boa ou má, o soberano portanto
não poderia ser considerado mau por abusar do poder, pois o poder que ele dispõe é ilimitado
e essa caracterização pressupõe a ausência de uma determinação boa ou má.

Outra questão que implica essas distinções é quando Hobbes afirma que não existe de fato um
critério objetivo para distinguir o bem do mal, esse critério muitas vezes é apenas algo
subjetivo da opinião alheia e não algo racional livre de paixões

“raciocínio de Hobbes tem simplicidade exemplar: se o poder


soberano está efetivamente dividido, não é mais soberano; se continua a
ser de fato soberano, não está dividido - a divisão é só aparente. Sabemos
muito bem qual é a situação histórica da qual nasce a reflexão hobbesiana:
a disputa entre rei e parlamento, na Inglaterra, que deu origem à guerra
civil, isto é, à dissolução do Estado. Hobbes considera responsáveis por
essa dissolução aqueles que sustentaram, de diversos modos, a divisão do
poder soberano entre o monarca e o corpo legislativo”

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