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1.

INTRODUÇÃO

A doença falciforme teve origem na África em 1670, onde se verificou posteriormente


sua alta frequência na África central e ocidental, chegando ao continente americano em função
do tráfico de pessoas negras escravizadas, durante o período colonial (Saldanha, 1957).

James Bryan Herrick, em 1910, publicou o primeiro artigo científico sobre a doença
falciforme, demonstrando a presença de eritrócitos em formato de foice em um jovem negro
com anemia grave, icterícia e com dores fortes nas articulações. A descoberta da doença
falciforme se deu por meio da genética clássica, sendo a primeira doença molecular humana a
ser descoberta.

O termo anemia falciforme foi empregado pela primeira vez por Maçom em 1922, onde
foram relacionadas algumas características comuns entre portadores dessa patologia: todos os
pacientes eram negróides, apresentavam icterícia (olhos amarelos), fraqueza, úlceras de
membros inferiores, anemia intensa e hemácias falcizadas no sangue periférico (Naoum, 1987).

Segundo Varrastro, em 1996, a doença mais comum das alterações hematológicas


hereditárias, provocadas por uma mutação genética que afeta o ADN, levando à formação de
globinas anormais, ou seja, variantes de hemoglobinas é considerado como anemia falciforme.

A hemoglobinopatia em questão apresenta uma variante de hemoglobina, chamada de


hemoglobina S, que difere da hemoglobina normal por apresentar uma alteração na cadeia beta.
Esta alteração estrutural da molécula da hemoglobina altera a sua carga elétrica, a qual, quando
desoxigenada, formam tactóides (cristais alongados) que levam à forma em foice da hemácia,
voltando à forma normal quando reoxigenada. Esses cristais estirados no sentido longitudinal
provocam rigidez e distorção dos eritrócitos, fazendo com que os mesmos sejam retirados da
circulação pelas células retículo-endoteliais, diminuindo assim a sua vida média, aparecendo
consequentemente um quadro de anemia (LOUREIRO et al, 2005).

A forma alterada do eritrócito falcizado também dificulta sua passagem na


microcirculação, podendo levar à obstrução de pequenos vasos e a consequente diminuição da
oxigenação e necrose de tecidos adjacentes (LOUREIRO et al, 2005).

As células falciformes são mais frágeis que os eritrócitos normais na corrente sanguínea
e, por essa razão, vivem menos que o tempo médio de 120 dias. Na corrente sanguínea os
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eritrócitos falcizam e desfalcizam reversivelmente conforme ganham e liberam o oxigênio
(FORMIGONI, 2006).

Há células que após seguidos processos de falcização e desfalcização, ao se falcizarem,


assim permanecem, mesmo que haja oferta de oxigênio; são as células falciformes irreversíveis.
As manifestações clínicas da anemia falciforme são extremamente variáveis entre os pacientes
e no mesmo paciente ao longo de sua vida. Os sintomas começam a aparecer ainda no primeiro
ano de vida, com a diminuição da concentração de hemoglobina fetal nos eritrócitos. O
tratamento consiste basicamente em analgesia nas crises dolorosas, suporte transfusional
esporádica ou regularmente, indução da síntese de hemoglobina fetal e medidas específicas para
os diversos tipos de complicações que ocorrem nesses pacientes. O transplante de medula óssea,
embora seja a única possibilidade de cura para essa doença, é um procedimento que envolve
alta morbidade e mortalidade, e sua indicação deve ser precoce e precisa (FORMIGONI, 2006).

1.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Durante o estágio podemos notar que vários pacientes foram internados no hospital
com diagnóstico de anemia falciforme que é uma doença que ocasiona diversos problemas de
saúde como baixa imunidade, infecções, hipertensão pulmonar, doenças cardíacas,
complicações renais, desvio do sangue para outras partes do corpo e mortes.

Daí surgiu-nos a seguinte pergunta:

Qual é a prevalência de crianças com anemia falciforme internadas no Hospital Geral de


Luanda?

1.2. JUSTIFICATIVA

Ao escolhermos o tema sentimos a necessidade de descrever a nossa trajetória no


campo da saúde, na condição de pesquisador e desde nosso ingresso no curso de enfermagem,
o sofrimento de familiares e acompanhantes de crianças portadoras de anemia falciforme
suscitou-nos interesse e inquietação. Motivou-nos a buscar compreendê-lo, empiricamente,
durante as visitas aos serviços de pediatria, atuante na realidade africana.

A anemia falciforme é um problema de saúde pública em todo mundo levando em conta


a sua cronicidade e a sua taxa de morbimortalidade, estima-se que 50 á 90% das crianças

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vivendo na África morrerão até os 5 anos de idade antes de mesmo que o diagnóstico seja
estabelecido (Bellato, 2013).

Em Angola fala-se que 20% da população é afectada pela anemia falciforme, tendo
em conta estas constatações despertou-nos o interesse de saber sobre:

A prevalência da anemia falciforme em crianças internadas no Hospital Geral de Luanda.


Janeiro à Abril de 2023.

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2. OBJECTIVOS

2.1. OBJECTIVO GERAL:

 Descrever a prevalência da anemia falciforme em crianças internadas no Hospital Geral


de Luanda. Janeiro à Abril de 2023.

2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

 Caracterizar o estado sociodemográfico das crianças internadas com anemia falciforme,


quanto ao sexo, idade e o tempo de internamento.

 Identificar os doentes com anemia falciforme, internados no Hospital Geral de Luanda,


quanto a:

 Causa de internamento;
 Tratamento efectuado.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. TERMOS E CONCEITOS

Anemia: é a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do


normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais (OMS, 2017).

Anemia falciforme: é uma doença hereditária (passada dos pais para os filhos)
caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma
foice (ESTEVES, 2005).

3.2. CAUSAS DA ANEMIA FALCIFORME

Segundo LOUREIRO e outros autores, em 2005, Anemia falciforme é causada pela


mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos.

Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e
pela mãe se for transmitido por apenas um dos pais, o filho terá o traço falciforme que poderá
passar para os seus descendentes mas não manifesta a doença (LOUREIRO, 2005).

3.3. FISIOPATOLOGIA

Em nível molecular, a simples substituição do ácido glutâmico pela valina na posição


da cadeia globínica beta resulta num marcado decrécimo da solubilidade de HbS, quando ela é
desoxigenada, levando a formação de polímeros (MARCHINI, 2005).

A HbS polimerizada distorce o eritrócito. Da forma originalmente bicôncava ele se torna


alongado, assume a forma característica de foice e produz uma série de eventos que encurtam
a sobrevida da célula e impedem seu fluxo na microcirculação. Esta alteração estrutural da
molécula da hemoglobina altera a sua carga elétrica, a qual quando desoxigenada forma cristais
alongados (tactóides) que levam a forma em foice do glóbulo vermelho, voltando ao normal
quando reoxigenada. Esses cristais estirados no sentido longitudinal provocam rigidez e
distorção dos eritrócitos, fazendo com que os mesmos sejam retirados da circulação pelas
células retículo-endoteliais, diminuindo assim a sua média é, consequentemente, aparecendo o
quadro de anemia (MARCHINI, 2005).

A forma alterada do eritrócito falcizado também dificulta sua passagem na


microcirculação, podendo levar à obstrução de pequenos vasos e a consequente hipóxia e
necrose do tecido adjacente, principalmente quando em tecidos com pouca circulação colateral
e vasos com circulação término-terminal. É uma doença encontrada na áfrica Central e
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Ocidental, com muita frequência na raça negra, mas tem distribuição cosmopolita. Tem caráter
genético autossómico recessivo e é comum em ambos os sexos (MARCHINI, 2005).

O nome de doença falciforme é usado genericamente para os casos de anemia


falciforme, forma homozigótica (HbSS) ou páreas as formas heterozigóticas mistas, em
combinação com outras hemoglobinas (HbAS, HbSC, HbSD, HbSO e com a beta-talassemia)
(MARCHINI, 2005).

De acordo com MARCHINI, em 2005, a forma homozigótica da doença é chamada


anemia falciforme e é representada pelo genótipo HbBs/HbBs. O quadro anêmico se inicia
durante os primeiros meses de vida, quando a hemoglobina F passa a ser substituída pela
hemoglobina S. Há aparecimento de uma anemia hemolítica crônica, com icterícia de grau
variado, ocorrendo “crises” de modo imprevisível, mas muitas vezes desencadeadas por
infecções intercorrentes. Os tipos de “crises” mais comuns são:

 Crise Oclusão Vascular;


 Crise de Sequestração;
 Crise Aplástica.

3.4. TIPOS DE ANEMIA FALCIFORME

Atualmente a anemia falciforme não é mais considerada apenas um única doença,


mas sim um grupo de doenças que tem em comum a presença da hemoglobina S (HbS). A
hemoglobina é uma proteína que permite que os glóbulos vermelhos transportem oxigênio
para todas as partes do corpo (Dr. Pedro Pinheiro, 2022).

Segundo Dr. Pedro Pinheiro, em 2022, os tipos mais comuns de anemia falciforme
são:

 HbSS;
 HbSc;
 HbS beta talassemia.

3.4.1. HbSS

Pessoas com essa forma de anemia falciforme herdam dois genes da célula
falciforme (“S”), um de cada pai. Isso é geralmente é a forma mais grave da doença.

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3.4.2. HbSc

Pessoas com essa forma de anemia falciforme herdam um gene da célula falciforme
(“S”) de um dos pais e do outro um gene para uma hemoglobina anormal chamada “C”.
Esta é geralmente uma forma mais branda de anemia falciforme.

3.4.3. HbS beta talassemia

Pessoas com essa forma de anemia falciforme herdam um gene da célula falciforme
“S” de um dos pais e um gene para a beta talassemia, outro tipo de anemia, do outro pai.
Existem dois tipos de talassemia beta: “0” e “+”. Aqueles com talassemia HbS beta 0
geralmente apresentam uma forma grave da anemia, enquanto pessoas com HbS beta +
tendem a ter uma forma mais branda.

3.5. SINAIS E SINTOMAS DA ANEMIA FALCIFORME

A ocorrência de vaso-oclusões, principalmente em vasos pequenos, representa os


eventos fisiopatológicos determinantes na origem da maioria dos sinais e sintomas presentes no
quadro clínico dos pacientes com doença falciforme (SANTOS, 2012).

De acordo com o MINISTÉRIO DA SAÚDE, em 2006, os sinais e sintomas da anemia


falciforme são:

 Dores fortes (provocada pela falta de oxigenação no sangue);


 Fadiga intensa;
 Atraso no crescimento;
 Dores articulares;
 Feridas nas pernas;
 Palidez e icterícia;
 Atraso no crescimento;
 Tendências a infecções;
 Problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais;
 Cálculos biliares;
 Priapismo.

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3.6. DIAGNÓSTICO DA ANEMIA FALCIFORME

O diagnóstico precoce é um fator fundamental, pois possibilitará uma abordagem


adequada restringindo as complicações decorrentes da doença (ALVES, 2014).

Segundo ALVES, em 2014, os diversos exames utilizados no rastreamento de


comprovação da anemia falciforme são:

 Diagnóstico Clínico
 Diagnóstico Laboratorial;
 Diagnóstico Imagiológico;
 Diagnóstico Diferencial.

3.6.1. Diagnóstico Clínico

O quadro clínico da doença homozigótica é característico e leva rapidamente a suspeita


disgnóstica. A anemia é do tipo hemolítico e o exame do esfregaço sanguíneo mostrando
hemácias falciformes, confirma o diagnóstico. É importante a identificação do tipo de
hemoglobina alterada, principalmente em alguns casos para diagnóstico de síndrome mista
(ALVES, 2014).

O diagnóstico pré-natal é feito pelo exame do ADN de uma biópsia de vilosidade


coriônica ou de células obtidas à amniocentese. No estudo radiográfico dos ossos, pode-se
encontrar lesões típicas da doença (ALVES, 2014).

3.6.2. Diagnóstico Laboratorial

Baseia-se nos achados do hemograma, que mostra a presença de anemia do tipo


hemolítico, na prova de falcização dos eritrócitos e na eletroforese de hemoglobina, que revela
a variante HbS. Em geral, o mielograma mostra hipercelularidade, com aumento da série
vermelha muito acentuada. Nas crises de aplasia medular, há hipocelularidade global do
material medular (ALVES, 2014).

O hemograma pode revelar aumento de leucócitos e de plaquetas, dependendo da


presença de infecção. Há alterações qualitativas dos eritrócitos como policromasia,
poiquilocitose, anisocitose, pontuação basófila, corpúsculos de Howell-Jolly, eritroblastos
circulantes e hemácias alongadas, lembrando já as formas de foice. É importante o diagnóstico
pré-natal dessa hemoglobinopatia, feito durante o primeiro trimestre de gestação. É utilizada a
técnica de recombinante ADN em células do líquido amniótico ou das vilosidades coriônicas,
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que permite o reconhecimento dos genes da cadeia beta da globina (beta A, normal ou beta S
da anemia falciforme). Desse modo pode ser evitado o nascimento de indivíduos homozigótico
(HbSS) (ALVES, 2014).

3.6.3. Diagnóstico Imagiológico

Os exames de raios x simples, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética


são importantes para o estudo e o diagnóstico de lesões ósseas ou viscerais nos pacientes. O
fenômeno de falcização, que leva ao infarto ósseo e à osteonecrose, é responsável pelas
principais alterações ósseas descritas na anemia falciforme. Essas alterações podem ser
observadas na radiografia simples já na faixa dos 6 meses aos 2 anos deidade. Em torno dos 6
anos de idade esses infartos passam a ocorrer na porção tubular dos ossos longos (ALVES,
2014).

3.6.4. Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial entre as hemoglobinopatias com teste de falcização positivo


(síndromes falcêmicas ou falciformes) não é fácil. Baseia-se na morfologia dos eritrócitos
circulante e, principalmente, no estudo eletroforético da hemoglobina. Eritrócitos alongados e
células em alvo são frequentes na forma homozigótica HbSS. Na associação HbSS/thal chama
a atenção o grande número de hemácias em alvo e a hipocromia acentuada destas (ALVES,
2014).

É importante o diagnóstico diferencial da HbSS, homozigótica, com a forma


heterozigótica HbAS, assim como associações da variante S com outras hemoglobinas
anormais – HbSC, HbS/thal (talassemia), HbS-D (ALVES, 2014).

3.7. TRATAMENTO DA ANEMIA FALCIFORME

O transplante de medula óssea é a única forma de tratamento que pode curar a


anemia falciforme. Atualmente, ele é reservado para pessoas com menos de 16 anos,
porque os riscos do grave toxicidade e morte são muito elevados para os pacientes com
mais de 16 anos. Além disso, encontrar um doador compatível é difícil, pois habitualmente
é necessário que esse seja um irmão geneticamente saudável (Dr. Pedro Pinheiro, 2022).

Como o transplante de medula óssea não é uma opção viável para a maioria dos
pacientes, o tratamento da anemia falciforme acaba ficando destinado a evitar as crises
álgicas, aliviar os sintomas e prevenir complicações (Dr. Pedro Pinheiro, 2022).

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Transfusões sanguíneas são necessárias quando a anemia é grave. Um medicamento
chamado hidroxiureia também ajuda, pois age diminuindo o percentual de células em foice
no sangue (Dr. Pedro Pinheiro, 2022).

Para reduzir o risco de infecções, é importante que o paciente com anemia


falciforme seja vacinado contra os seguintes germes: Streptococcus pneumoniae,
influenza, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B (Dr. Pedro
Pinheiro, 2022).

Com o adequado seguimento médico, os pacientes com anemia falciforme


costumam ter uma expectativa de vida de cerca de 67 anos (Dr. Pedro Pinheiro, 2022).

3.8. CUIDADOS DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME

A assistência de enfermagem prestada a pessoa com anemia falciforme deve


principalmente oferecer informações sobre a doença ao paciente e aos familiares, por meio de
ações educativas, podendo oferecer mudanças comportamentais. Assim, para realizar cuidados
de enfermagem, é preciso que se adote um lugar do paciente, bem como suas necessidades
como ponto inicial para uma melhor intervenção de enfermagem, reconhecer o outro como
sujeito do cuidado, instalar escalas de dor, conhecer o manual de eventos agudos, não
esquecendo o fato de que cada paciente é único e reage de forma diferenciada (FERREIRA,
2012).

Ao realizar sua função de educador, independentemente da escala de atuação ou


modalidade do tratamento, o enfermeiro influencia na convivência do portador da doença
falciforme possa ser de forma menos traumática e obter um prognóstico melhor e mais eficaz
(SÃO BENTO et al., 2011).

É necessário que os pacientes com doença falciforme sejam assistidos frequentemente


em serviços especializados, sendo recebido pelas equipes multidisciplinares (médicos,
psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais). É importante destacar o trabalho da equipe de
enfermagem, principalmente do enfermeiro, o qual estará realizando o acolhimento buscando
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação desse paciente e desenvolvendo uma
assistência de enfermagem individualizada e qualificada por meio da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) de forma ética, com a aplicação dos saberes técnicos e
científicos (RODRIGUES et al., 2011).

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Tendo como pressuposto o cuidado de forma direta aos portadores de anemia falciforme,
o enfermeiro tem como alvo a diminuição da dor, com base em uma avaliação completa. Isto
mostra que o enfermeiro deve conhecer a fisiologia da dor, buscando a implantação de práticas
educativas com essas pessoas, identificando e prevenindo crises dolorosas reduzindo assim as
possíveis complicações, bem como proporcionando ações de autocuidado (BRASIL, 2012). No
cotidiano assistencial a enfermeira precisa saber reconhecer os fatores desencadeantes de
situações agudas e crônicas na doença falciforme que podem subsidiar o levantamento e
avaliação das necessidades da pessoa (CORDEIRO, 2013).

3.9. COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS

Entre as consequências mais graves da doença e as que geralmente levam o paciente a


procurar auxílio médico, podem-se alistar crises dolorosas 62% das causas de atendimento há
portadores de doença falciforme, e complicações clinicas tais como hematúrias, hepostenúria,
embolismos pulmonar e enfarto explênico, especialmente quando os portadores são expostos a
condições estremas de baixa tenção de oxigénio como ocorre em esforços físicos extenuantes,
despressurização da cabine de voo e em grandes altitudes também, há relatos de morte súbita
(ARAÚJO, 2004).

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4. METODOLOGIA

4.1. Tipo de estudo

Foi realizado um estudo bibliográfico, observacional e descritivo transversal.

4.2. Local de estudo

O presente estudo foi realizado no Hospital Geral de Luanda, município de Belas, distrito
urbano do Camama, província de Luanda.

4.3. População em estudo

Crianças com anemia falciforme, internadas no Hospital Geral de Luanda.

4.3.1. Amostra

Foram selecionados 86 crianças com anemia falciforme, para a realização do presente estudo.

4.4. Critério de inclusão

Foram incluídos todas as crianças com anemia falciforme, internadas no Hospital Geral de
Luanda.

4.5. Critério de exclusão

Foram excluídos todas as crianças que não têm anemia falciforme, internadas no Hospital Geral
de Luanda.

4.6. Procedimentos éticos

Após a aprovação do nosso projecto de pesquisa pela direcção do Instituto Médio Técnicos
Privado de Saúde Medicina Moderna (I.M.T.P.S.M.M), foi dirigida uma carta à direcção do
Hospital Geral de Luanda, solicitando a autorização para a recolha de dados. foi feito o termo
de Consentimento Livre Esclarecido, mantendo os dados obtidos em anonimato.

4.7. Procedimentos de recolha de dados

Os dados foram obtidos através de uma ficha de inquérito, elaborado para a recolha de dados.

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4.8. Processamento de dados

Os dados foram processados através do programa Microsoft Office. O Word na digitação do


trabalho, o Excel na formação de tabelas e o PowerPoint na apresentação do trabalho.

4.9. Principais variáveis

4.9.1. Variáveis sociodemográficos

 Sexo;
 Idade;
 Tempo de internamento.

4.9.2. Variáveis de estudo

 Causa de internamento da anemia falciforme;


 Tratamento efetuado da anemia falciforme.

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5. APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESUTADOS

Tabela 1: Distribuição da prevalência em crianças com anemia falciforme internadas no


Hospital Geral de Luanda, quanto ao sexo. Janeiro a Abril de 2023.

Sexo Fr %

Masculino 40 46,5

Feminino 46 53

Total 86 100%
Fonte: Fichas inquéritos.

Interpretação: Tabela acima revela que das 86 crianças internadas no Hospital Geral de
Luanda a maior 46 (53%) eram do sexo feminino e a menor parte 40 (46,5%) eram do sexo
masculino.

Tabela 2: Distribuição da prevalência em crianças com anemia falciforme internadas no


Hospital Geral de Luanda, de quanto a idade. Janeiro a Abril de 2023.

Faixa Etária Fr %

0–2 22 25,5

3–5 22 25,5

6–8 11 12,7

9 – 11 16 18,6

12 – 14 15 17,4

Total 86 100%
Fonte: Fichas inquéritos.

Interpretação: Tabela acima revela que das 86 crianças internadas no Hospital Geral de
Luanda, a maior 22 (25,5%) estavam na faixa etária dos 0 – 2 e dos 3 – 5 anos, a seguir 16
(18,6%) estavam na faixa etária dos 9 – 11 anos a passo que a menor parte das crianças
internadas 11 (12,7%) estavam na faixa etária dos 6 – 8 anos.

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Tabela 3: Distribuição da prevalência em crianças com anemia falciforme internadas no
Hospital Geral de Luanda, quanto ao tempo de internamento. Janeiro a Abril de 2023.

Tempo de internamento Fr %

1 – 10 Dias 76 88

11 – 20 Dias 6 7

21 – 30 Dias 4 5

Total 86 100%
Fonte: Fichas inquéritos.
Interpretação: Tabela acima revela que das 86 crianças internadas no Hospital Geral de
Luanda a maior 76 (88%) estavam internados num intervalo de 0 – 10 dias a passo que a menor
parte 4 (5%) estavam internados num intervalo de 21 – 30 dias.

Tabela 4: Distribuição da prevalência em crianças com anemia falciforme internadas no


Hospital Geral de Luanda, quanto a causa de internamento. Janeiro a Abril de 2023.

Causa de internamento Fr %

Acidente 0 0

Doenças infecciosas 9 10,4

Doenças respiratórias 9 10,4

Crise de anemia falciforme 68 79

Total 86 100%
Fonte: Fichas inquéritos.

Interpretação: Tabela acima revela que das 86 crianças internadas no Hospital Geral de
Luanda a maior 68 (79%) tinham como causa de internamento crise de anemia falciforme a
passo que a menor parte 9 (10,4%) tinham como causa de internamento doenças infecciosas e
doenças respiratórias.

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Tabela 5: Distribuição da prevalência em crianças com anemia falciforme internadas no
Hospital Geral de Luanda, quanto ao tratamento efectuado. Janeiro a Abril de 2023.

Tratamento efectuado Fr %

Tratamento com o objectivo


de prevenir e controlar crises 68 79

Tratamento de crises e
problemas causados por elas 18 20,9

Total 86 100%
Fonte: Fichas inquéritos.
Interpretação: Tabela acima revela que das 86 crianças internadas no Hospital Geral de
Luanda a maior 68 (79%) eram tratados com medicamentos cujo objectivo é prevenir e
controlar crises e a menor parte 18 (20,9%) eram tratados com medicamentos cujo objectivo é
curar crises e problemas causados por elas.

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6. CONCLUSÃO

Após a análises e interpretação dos resultados acerca da prevalência da anemia


falciforme nas crianças internados no Hospital Geral de Luanda, concluímos que:

Quanto ao sexo, a maior parte das crianças internadas com anemia falciforme 46 (53%) eram
do sexo feminino e a menor parte 40 (46,5%) eram do sexo masculino.

Quanto a idade, a maior parte das crianças internadas com anemia falciforme 22 (25,5%)
estavam na faixa etária dos 0 – 2 e dos 3 – 5 anos, a seguir 16 (18,6%) estavam na faixa etária
dos 9 – 11 anos a passo que a menor parte das crianças internadas 11 (12,7%) estavam na faixa
etária dos 6 – 8 anos.

Quanto ao tempo de internamento, a maior parte das crianças internadas com anemia falciforme
76 (88%) estavam internados num intervalo de 1 – 10 dias a passo que a menor parte 4 (5%)
estavam internados num intervalo de 21 – 30 dias.

Quanto a causa de internamento, a maior parte das crianças internadas com anemia falciforme
68 (79%) tinham como causa de internamento crise de anemia falciforme a passo que a menor
parte 9 (10,4%) tinham como causa de internamento doenças infecciosas e doenças
respiratórias.

Quanto ao tratamento efectuado, a maior parte das crianças internadas com anemia falciforme
68 (79%) eram tratados com medicamentos cujo objectivo é prevenir e controlar crises e a
menor parte 18 (20,9%) eram tratados com medicamentos cujo objectivo é curar crises e
problemas causados por elas.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a apresentação dos resultados e a conclusão sobre a prevalência da anemia


falciforme nas crianças internadas no Hospital Geral de Luanda, sugerimos que:

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8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

1. ALVES. Doença das Células Falciformes. 1ª ed. São Paulo, 2014.


2. BEHRMAN, R. E.; KLIEGMAN, R. M. NELSON: Princípios de Pediatria. 4° ed. São
Paulo: Guanabara Koogan, 2004.
3. Dadi Bucusso Netemo, Manuel Licas Nunes, Fortunato João Adão, Desidério Carvalho
Sossanje. Manual de Projecto Tecnológico. 1ª Ed., Nova Editora Angola, Lda. 2021.
4. ESTEVES, D. C. Estudos Realizados Sobre Anemia Falciforme. Academia de
Ciência e Tecnologia. São José do Rio Preto, 2005.
5. HERRICK, J. B. Peculiar elongated and sickle-shaped red blood corpuscles in a case
of severe anaemia. 1ª ed, Arch. Intern Med, 1910.
6. LOUREIRO, M. M.; ROZENFELD, S. Epidemiologia de internações por doença
falciforme no Brasil. Revista de Saúde Pública. 1ª ed. São Paulo, 2005.
7. MARCHINI, A. M. A. B. Anemia Falciforme. Academia de Ciência e Tecnologia. 1ª
ed. São José do Rio Preto, 2005.
8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Anemia Falciforme. Academia de Ciência e Tecnologia.
São José do Rio Preto, 2006.
9. NAOUM, P. C. Diagnóstico das Hemoglobinas. 1ª ed., São Paulo. 1987.

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