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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

Cadeira: Teoria Geral do Direito Civil I

Tema: incapacidade acidental

Nomes:

Essita Djeck Efremo Macoto

Nádia Franque

Ruth Tomás Tomé

Sabrina Francisco Tobela

Tânia da Palmira Mubai

Docente:

Dr. Pedro Tamele

Beira, Outubro de 2022


Índice
1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...............................................................................................1

1.1 Objectivos do tema............................................................................................................1

1.1.1 Geral..........................................................................................................................1

1.1.2 Específicos.................................................................................................................1

1.2 Metodologias.....................................................................................................................1

2 CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA......................................................................3

2.1 Incapacidade acidental......................................................................................................3

2.1.1 Quanto a respectiva estatuição...................................................................................5

3 CAPÍTULO III: CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................6

3.1 Referências bibliográfica..................................................................................................7

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1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

O presente trabalho enquadra-se no quadro jurídico de estudos de consolidação das matérias da


disciplina de Teoria Geral do Direito Civil I, de Licenciatura em Direito. Nesta disciplina, dentre
as demais matérias é de toda a atenção a matéria de vícios da vontade, mas cingiremos apenas
sobre a incapacidade acidental. Sobre os vícios da vontade, geral é de que o negócio jurídico,
enquanto manifestação de autonomia privada, deve corresponder aquilo que as partes quiseram
com ele. Quando tal não ocorre, diz-se que o negócio jurídico encontra-se inquinado de vício ou
que o negócio jurídico está viciado.

O negócio jurídico tem dois elementos estruturais, a vontade e a comunicação, portanto, existem
vícios que afectam a vontade, estes têm que ver com as dificuldades na formação da vontade,
podendo verificar-se situações ou de vontade incorrectamente formada. Os Vícios ligados a
vontade, o declarante não queria fazer aquela declaração. São os seguintes: falta de consciência
na declaração, incapacidade acidental, coacção física, (…). Nos abordaremos a seguir um dos
vícios da ausência da vontade, que é a incapacidade acidental.

1.1 Objectivos do tema

1.1.1 Geral

 Compreender o conteúdo sobre a incapacidade acidental

1.1.2 Específicos

 Explicar sobre os vícios da vontade;


 Conceituar a incapacidade acidental;
 Distinguir a incapacidade acidental dos demais vícios da vontade.

1.2 Metodologias

Para a realização do presente trabalho, tendo em conta a natureza do tema, recorreu-se a pesquisa
bibliografica (consulta de livros, websites, monografias e artigos) sobre a incapacidade
acidental . Segundo GIL (2006), na pesquisa bibliografica utiliza-se material já publicado,

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constituindo basicamente de livros, artigos periódicos e, actualmente, de informações
disponibilizadas na internet.

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2 CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Incapacidade acidental

De acordo RAMALHO (2020), O Direito Civil considera personalidade jurídica a qualidade


(medida qualitativa) de ser pessoa que o direito reconhece a todas as pessoas pelo simples facto
de o serem. Assume a posição de sujeito nas situações jurídicas. Por seu turno, a capacidade
jurídica é a medida quantitativa de situações jurídicas de que cada um é titular. Por sua vez, a
capacidade jurídica divide-se em capacidade de gozo (medida quantitativa das situações jurídicas
de que uma pessoa pode ser titular) e em capacidade de exercício (medida quantitativa das
situações jurídicas que se podem exercer livre e pessoalmente). A capacidade é genérica, isto é, a
partida não tem restrições. Embora possa ser restringida pela lei.

No entanto, há pessoas que tem personalidade jurídica, tem capacidade de gozo, mas não tem
capacidade de exercício, são titulares dos direitos e deveres, mas não tem legitimidade para agir
sobre eles. É aqui onde se enquadra a temática “incapacidade acidental”. Quando alguém que
normalmente tem capacidade jurídica deixa de o ter, pelos mais variados motivos (art. 257 do
CC).

Neste caso, a declaração negocial é emitida num momento em que o declarante não estava
capacitado para entender o sentido de tal declaração. Ex: estava alcoolizado. O negócio jurídico
é anulável, tendo de preencher um requisito, o facto tem de ser notório (isto é, quando uma
pessoa de normal diligência o pode notar ou conhecido do declaratório, isto é, o declaratórios
tem de saber da incapacidade acidental do declarante. Nos outros casos, a declaração e o negócio
são válidos.

Uma pessoa que note que a outra parte se encontre incapacitada, mas mesmo assim celebre o
contrato, sujeita-se a impugnabilidade do negócio. Para além disso pode incorrer em
responsabilidade civil por violação dos deveres de lealdade e segurança (art. 227, n⁰ 1 do CC),
ou até, por atentado a direitos de personalidade (art. 483 do CC).

Este artigo deve ser interpretado restritivamente só revela a incapacidade acidental clara e
radical. por exemplo, não é por beber apenas um copo de cerveja que o negócio é anulável, mas
sim por a pessoa estar claramente alterada e incapaz de perceber o que está a fazer. Há aqui uma

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falta de vontade acidental. São casos em que o autor da declaração a produz sem qualquer
intenção negocial, na expectativa de que isso seja conhecido pelo declaratórios ou por quem
receber a declaração.

Esta diferencia-se da falta de consciência. Na declaração não séria o declarante tem a espectativa
que o declaratório saiba que está a brincar, na falta de consciência ele não sabe que est á a emitir
uma declaração. Distingue-se também da reserva mental, aqui emite-se uma declaração sem
intuito negocial, na expectativa de que o declaratório o saiba, na reserva mental faz-se uma
declaração com outra em mente.

Se a declaração for patentemente não séria aplica-se o disposto (o art. 245, n⁰. 1 do CC), sendo a
declaração nula. Se, porém, a declaração for feita em circunstâncias que induzam o declaratório a
aceitar justificadamente a sua seriedade, existe direito indemnizatório pelos danos que causar
com a sua prática (art. 245, n⁰. 2).

Cabe ainda referir o caso de uma declaração normal que, por força das circunstâncias, é
considerada não séria e, por isso, o declaratório a aceitar. Aqui por força do (art. 236 do CC ) se a
declaração for tomada pelo declaratório normal, na posição real, como não seria, ela cai no (art.
245, n⁰ 1 do CC), logo a sua aceitação é irrelevante.

Segundo PINTO (2005, P. 248), O Código Civil não inclui a regulamentação da incapacidade
acidental (art. 257.°), isto é, a incapacidade acidental encontra-se regulada conjuntamente na
secção de várias hipóteses de falta ou vícios de vontade na declaração negocial. Com efeito,
nesta secção incluiu os modos de ser ou qualidades permanentes da personalidade, cada um deles
fundamentando um sinal (menor, interdito, inabilitado). O autor acima citado, considera mais
lógica a arrumação da incapacidade acidental ao lado do erro, do dolo ou da coacção.

A hipótese prevista no (artigo 257, n⁰ 1 do CC), abrange todos os casos em que a declaração
negocial é feita por quem, devido a qualquer causa (embriaguez, estado hipnótico, intoxicação,
delírio, ira, etc.), estiver transitoriamente incapacitado de representar o sentido dela ou não tenha
o livre exercício da sua vontade.

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2.1.1 Quanto a respectiva estatuição

Os actos referidos no artigo 257, n⁰. 1 CC, são anuláveis desde que o facto seja notório
(cognoscível) ou conhecido do declaratório. A anulação está sujeita ao regime geral das
anulabilidades (arts, 287 e ss.), pois não se prescreve qualquer regime especial designadamente o
direito de, invocar a anulabilidade caduca, estando o negócio cumprido, se não for exercido
dentro do ano subsequente a cessação da incapacidade acidental, isto é, o regime legal
estabelecido, nomeadamente quanto ao prazo para requerer a anulabilidade do negócio, é
equiparado ao dos restantes vícios da vontade e que nas situações de incapacidade acidental há
uma vontade mas esta encontra-se alterada por motivos que podem ir da alteração patológica das
faculdades mentais ao uso de álcool ou estupefacientes.

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3 CAPÍTULO III: CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Concluímos que, A incapacidade acidental, legalmente tratada no artigo 257º do C.C.,


compreendido na Subsecção V (da Secção I do Capítulo dedicado ao negócio jurídico) titulada
de “Falta e vícios da vontade”, foi tratada pela doutrina a par das restantes situações de
incapacidade, alternativa que se nos afigura correcta, na medida em que, mais do que a viciação
da formação do declarante, o que está em jogo na incapacidade acidental é, exactamente, a
impossibilidade de este, por causas endógenas, formar esclarecida ou livremente a sua vontade.

Não podemos, todavia, ignorar que o regime legal estabelecido, nomeadamente quanto ao prazo
para requerer a anulabilidade do negócio, é equiparado ao dos restantes vícios da vontade e que
nas situações de incapacidade acidental há uma vontade mas esta encontra-se alterada por
motivos que podem ir da alteração patológica das faculdades mentais ao uso de álcool ou
estupefacientes.

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3.1 Referências bibliográfica

RAMALHO, M. Rosario Palma, teoria geral do Direito Civil II. Coiimbra. 2020

PINTO, C. ALBERTO DA MOTA, teoria geral do direito civil, coimbra editora, 4ª ed. 2005.

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