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Manufatura Mecânica

Conformação e Soldagem

AULA 01 - UNIDADE 1 - SEÇÃO 1.1

Prof. Eng. Esp. Eduardo Tourinho Santana


CONTEUDO
Unidade 1 | Fundamentos gerais da soldagem
• Seção 1.1 - Introdução à soldagem: conceitos fundamentais

Unidade 1 | Manufatura mecânica: conformação dos metais


• Seção 1.1 - Introdução aos processos de conformação plásAca
Unidade 1 | Fundamentos gerais da soldagem

Seção 1.1 - Introdução à soldagem: conceitos


fundamentais
Caracterís)cas gerais da soldagem: a solda (fusão), o
soldador, os equipamentos e as áreas aplicadas

• Para falarmos sobre soldagem,


precisamos definir primeiramente o
que é esse processo.

• Segundo Brandi (2015, p. 1),


denomina-se soldagem o processo de
união entre duas partes metálicas,
usando uma fonte de calor, com ou
sem aplicação de pressão.

• A solda é o resultado desse processo.


Caracterís)cas gerais da soldagem: a solda (fusão), o
soldador, os equipamentos e as áreas aplicadas

Como vantagens, temos:

• juntas de integridade e eficiência elevadas;


• grande variedade de processos;
• aplicável a diversos materiais;
• operação manual ou automá)ca;
• pode ser altamente portá)l;
• juntas podem ser isentas de vazamentos;
• custo, em geral, razoável;
• junta não apresenta problemas de perda de aperto.
Caracterís)cas gerais da soldagem: a solda (fusão), o
soldador, os equipamentos e as áreas aplicadas

Como desvantagens, temos que:

• não pode ser desmontada;


• pode afetar a microestrutura e propriedades das partes;
• pode causar distorções e tensões residuais;
• requer considerável habilidade do operador;
• pode exigir operações auxiliares de elevado custo e duração
(por exemplo, tratamentos térmicos);
• estrutura resultante é monolí)ca e pode ser sensível à falha
total.
Classificação dos processos de soldagem
Caracterís)cas gerais da soldagem: a solda (fusão), o
soldador, os equipamentos e as áreas aplicadas

• Nos processos de soldagem tradicional, usa-se uma fonte de calor capaz de


gerar energia suficiente para derreter o material de base.

• Temos, assim, a soldagem por fusão, na qual a união dos metais ocorre por
junção parcial das partes próximas uma à outra, ou seja, entre o metal de adição
e o metal base.

• A Figura 1.2 a seguir ilustra como ocorre o processo de soldagem por fusão.
Caracterís)cas gerais da soldagem: a solda (fusão), o
soldador, os equipamentos e as áreas aplicadas

• Tem-se que o metal de adição é aquele que será o


responsável por unir as duas partes a serem soldadas e
metal base é o material da peça principal.

• Vale ressaltar que é de extrema importância que exista


afinidade química entre o metal de adição e o metal base,
que a quan)dade de energia (calor) para a fusão seja
adequada, que o soldador seja hábil, dentre outros fatores.

• Concluído o processo de soldagem, tem-se a solda final


representada por um cordão de solda.
Caracterís)cas gerais da soldagem: a solda (fusão), o
soldador, os equipamentos e as áreas aplicadas

O seguinte fenômeno pode ocorrer no processo de soldagem de alguns


materiais: o grau de rugosidade da super,cie a ser soldada é tão elevado
ou, pode exis5r uma camada substancial de óxido ou de substâncias
gordurosas e contaminantes em geral, que impedem a realização da
solda por não haver uma aproximação adequada para as ligações
químicas, responsáveis por unir as partes.
Parâmetros gerais da soldagem: corrente (A); tensão (V);
vazão de gás (l/mm); consumíveis, o cordão de solda
(áreas específicas, como a ZTA)

• O processo de soldagem caracteriza-se por


possuir o que chamamos de “parâmetros
gerais de soldagem”, as variáveis envolvidas na
operação de soldagem que devem ser
especificadas para cada Spo de soldagem.

• A fusão ocorre por causa do insumo de calor


que é gerado pela intensidade da corrente
elétrica aplicada (dada em Ampère, [A]) ou
pela formação de um arco elétrico.

• No caso do aquecimento por corrente elétrica,


tal aquecimento ocorre por efeito Joule e, no
caso do arco elétrico, o aquecimento é
resultado do potencial de ionização, da
corrente elétrica e de outros parâmetros de
soldagem.
Parâmetros gerais da soldagem: corrente (A); tensão (V);
vazão de gás (l/mm); consumíveis, o cordão de solda
(áreas específicas, como a ZTA)

• Se por um lado a amperagem é a responsável por gerar o calor para


fundir o metal na soldagem, a tensão (dada em [V]) está associada ao
equipamento de soldagem, que deverá fornecer uma tensão entre 10 V
e 40 V.

• As máquinas de soldagem devem ser versáteis, permiCndo que se faça a


regulagem tanto da corrente como da tensão, de acordo com as
caracterísCcas do projeto de soldagem.

• Em muitos casos, a soldagem exige a uClização de um gás de proteção


que tem como função proteger a solda contra contaminação por
agentes externos e prevenir oxidação.

• Assim, a solda pode ser realizada sob vácuo, com gás inerte, com gás
aCvo, com proteção por fluxo (escória) e sem proteção.
Parâmetros gerais da soldagem: corrente (A); tensão (V);
vazão de gás (l/mm); consumíveis, o cordão de solda
(áreas específicas, como a ZTA)

• Entre os gases de proteção, destacam-se o hélio e o argônio, que


podem ser usados de forma separada ou na forma composta, ou
seja, misturados, esses dois gases são chamados gases inertes.

• Por outro lado, existe uma categoria de gás de proteção chamada


de gases a>vos, tais como o CO2 , O2 , N2 e H2, gases inertes e
gases a>vos podem ser u>lizados de forma misturada.

• A vazão do gás (dada em litros/minuto) deve ser regulada de


acordo com o >po de solda.

• A relação entre a amperagem e a tensão elétrica é um fator que


afeta a escolha do gás de proteção.
Parâmetros gerais da soldagem: corrente (A); tensão (V);
vazão de gás (l/mm); consumíveis, o cordão de solda
(áreas específicas, como a ZTA)

• Os gases de proteção formam


uma categoria de consumíveis
em soldagem, uma outra
categoria de consumíveis de
soldagem a ser considerada é a
dos eletrodos.

• Existem eletrodos de vários


>pos (com e sem reves>mento,
na forma de varetas ou de
arames), que são usados para
fluxos variados (por exemplo,
no processo de solda a arco
submerso).
Parâmetros gerais da soldagem: corrente (A); tensão (V);
vazão de gás (l/mm); consumíveis, o cordão de solda
(áreas específicas, como a ZTA)

• Ao realizar uma solda, forma-se o chamado cordão de solda,


que possui caracterís)cas e morfologia peculiares.

• É no cordão de solda que ocorre uma série de fenômenos


metalúrgicos que vão definir a qualidade da solda realizada.
Parâmetros gerais da soldagem: corrente (A); tensão (V);
vazão de gás (l/mm); consumíveis, o cordão de solda
(áreas específicas, como a ZTA)

• Em relação às regiões afetadas pela soldagem, temos que uma região se


destaca, pois é nela que ocorrerem a maioria dos fenômenos metalúrgicos: a
Zona Termicamente Afetada, ou ZTA, mostrada na Figura.

• Essa região, também denominada Zona Afetada pelo Calor (ZAC), é a região
compreendida entre a zona de fusão e a zona de recristalização incompleta, que
sofreu modificações em suas propriedades mecânicas e/ou metalúrgicas, devido
à imposição do aquecimento (mudança brusca de temperatura) decorrente da
operação de soldagem e/ou corte.
Terminologia e simbologia de soldagem

• Como todo processo que exige qualidade e formas internacionais


de se especificar modelos, metodologias e controles, a soldagem
possui terminologias e simbologias próprias que são
fundamentadas em normas internacionais e nacionais.

• Dentre as várias normas aplicáveis à soldagem, a mais u>lizada é


a da AWS.

• Além dos organismos internacionais (como a AWS), muitas


empresas mul>nacionais têm a sua própria norma e/ou
terminologia, fazendo com que os fornecedores dessas empresas
adaptem seus procedimentos de soldagem as suas normas,
principalmente em relação à qualidade.
Terminologia e simbologia de soldagem

Os símbolos são desenhos que representam orientações para


o processo de soldagem; indicam a geometria das juntas, as
dimensões e o ângulo do chanfro, a abertura de raiz, o
comprimento da solda, o local de trabalho, entre outras
informações.
Terminologia e simbologia de soldagem
Terminologia e simbologia de soldagem
Segurança em soldagem
Unidade 1 | Manufatura mecânica: conformação
dos metais

Seção 1.1 - Introdução aos processos de conformação


plásJca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• São conhecidos dois grupos de processos de fabricação ou
conformação de metais: os processos mecânicos cuja
caracterís>ca principal para que ocorra a modificação da forma
está ligada à aplicação de tensão externa sobre o corpo
metálico, e os processos metalúrgicos em que a caracterís>ca
vinculada à modificação da forma é a aplicação de altas
temperaturas para modificação do corpo metálico.

• Vamos dividir os processos mecânicos em conformação plás>ca e


usinagem e os processos metalúrgicos em solidificação e
sinterização.

• Vamos estudar especificamente os processos mecânicos


conhecidos como conformação plásBca, que compreendem os
processos de laminação, trefilação, forjamento, estampagem,
extrusão e outros processos correlatos.
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• Um processo é conhecido como de conformação plás>ca sempre
que for realizado u>lizando um material no estado sólido e
sempre que os esforços aplicados para conferir a modificação da
forma gerarem tensões abaixo da tensão limite de resistência do
material.

• Isso nos indica que o trabalho realizado no processo deve ocorrer


dentro da região plásBca do material.

• Para entender a região plás>ca do material, é importante


estudarmos o diagrama tensão x deformação ( σ x ε ), pois é
através desse estudo que enxergamos o comportamento do
material quando subme>do a um determinado estado de tensão.
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• Uma variável muito importante na conformação plás>ca é a
temperatura, pois, se pensarmos no aspecto das caracterís>cas
do produto proveniente da conformação, essa variável é
determinante.

• Devido a essa variável, classificamos o processo de conformação


em três grupos: trabalho a quente, morno e frio.

• A caracterís>ca que dis>ngue esses três grupos é a temperatura


de recristalização, que é específica em cada um dos casos.

• São gerados efeitos na estrutura e nas propriedades mecânicas


dos metais devido a essa variação nas condições de trabalho.
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• No trabalho a quente, o efeito
sobre a resistência mecânica se
dá devido ao aumento da
temperatura de trabalho, que
gera a redução da resistência
mecânica e, assim, resulta em
energia necessária para a
deformação.

• Essa caracterísCca permite o uso


de equipamentos para
conformação de menor potência
em relação ao mesmo trabalho
realizado em temperaturas
ambiente ou menores, conforme
pode ser observado na Figura.
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• A macroestrutura formada após o processo evidencia que o
material foi submeCdo à deformação a quente.

• A microestrutura e o tamanho de grão do material também sofrem


alterações por meio da recristalização.

• Nesse caso, são provocados pela energia de deformação, que é


armazenada no material, e, ao aCngir certo nível, em função do
material e da temperatura, ocorre a chamada nucleação de novos
grãos não deformados, fenômeno chamado de recristalização.

• A recristalização é responsável por eliminar o aumento de


resistência que está associada ao encruamento e a produzir novos
grãos.
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• Uma deformação a frio ocorre na condição em que o material trabalha sob uma
temperatura em que a energia de deformação é armazenada no material, não
ocorrendo processos de recuperação ou recristalização.

• No trabalho a frio também se evidenciam alguns defeitos, como o encruamento,


a casca de laranja e as linhas de distensão.

• O encruamento é entendido como um fenômeno que altera a estrutura dos


metais ao serem submeSdos à deformação plásSca abaixo da temperatura de
recristalização e causará o endurecimento e aumento da resistência do metal.

• Esse fenômeno ocorre principalmente devido aos metais se deformarem


plasScamente por meio de movimento de discordâncias, as quais interagem
diretamente entre si ou com outras imperfeições, ou indiretamente com o
campo de tensões internas de várias imperfeições e obstáculos.
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
Introdução aos processos de
conformação plás4ca
• A casca de laranja está relacionada ao tamanho do grão do material e
ocorre eventualmente na estampagem de chapas de metal quando sua
granulação é muito grande.

• Ela pode ser reconhecida e caracterizada no material devido a sua


superTcie apresentar grau de rugosidade muito alto, podendo ser
visualizada mesmo após um recobrimento da superTcie com pintura,
por exemplo.

• As linhas de distensão podem ocorrer em materiais, principalmente em


chapas que apresentam baixo carbono quando o material passa por
deformação na faixa do escoamento, gerando uma superTcie áspera.

• Essa superTcie áspera se origina quando ocorrem depressões ao longo


dos planos de máxima tensão de cisalhamento.
Referências
• Bolanho, Pedro Donize0. Manufatura mecânica:
conformação dos metais – Londrina : Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2017. 256 p.

• Casarin, Samuel José. Manufatura mecânica :


soldagem – Londrina : Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2018. 248 p.

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