Você está na página 1de 30

FUNDAMENTOS

FUNDAMENTOS
DA DE
ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
ESCOLAR
ESCOLAR

PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

SUMÁRIO

1.EDUCAÇÃO / ADMINISTRAÇÃO ................................................................ 03


1.1 Origens da Administração .......................................................................... 04
1.2 Princípios da Administração ....................................................................... 06
1.3 Surgimento da Administração escolar no Brasil ......................................... 08
1.4 A função crítica da administração escolar .................................................. 15

2.CARACTERÍSTICAS DE UM BOM ADMINISTRADOR ............................... 16

3. A NATUREZA POLÍTICA DO ADMINISTRADOR ESCOLAR .................... 21

4. MODALIDADES DE ESCOLHA DO DIRETOR DE ESCOLA ..................... 24

5.REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ....................................... 30

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

1 . EDUCAÇÃO / ADMINISTRAÇÃO

Nossa proposta neste curso passa pelo básico, ou seja, definir


educação, administração (mostrar sua evolução) e esta voltada para a escola
com o objetivo de levá-los a perceberem que buscamos neste século XXI uma
escola pautada na autonomia, na democracia e na liberdade não esquecendo
evidentemente que sempre em prol de uma educação de qualidade.

O diretor de escola precisa ter uma visão do conjunto e das partes que
compõem o universo que vai gerenciar. Ele precisa desenvolver competências
e habilidades, precisa entender de planejamento, organização, de execução,
de controle, de avaliação, de perseverança e de liderança.

Como diz Gilda Lück (2008), ser um líder bem-sucedido, em qualquer


instituição, é um grande desafio e ao mesmo tempo, encontrar líderes
verdadeiros para gerenciar processos – sejam eles administrativos ou
pedagógicos – não é fácil. Encontrar pessoas que saibam usar a posição e o
poder que um gestor tem em suas mãos, com sabedoria, é uma tarefa
complicada.

É preciso ter visão, pois esta é a questão mais fundamental de valores,


aspirações e metas de cada um de nós enquanto gestores de uma escola. O
ato de gerir pode e deve ser aprendido. Ele não acarreta privilégios e sim
responsabilidades

Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de


coordenador das atividades gerais da escola e, nesse sentido, assume um
conjunto de responsabilidades a serem partilhadas com os diferentes
segmentos da escola. Há alguns anos, o diretor centralizava em suas mãos a
tomada de decisões e pouco partilhava com as comunidades local e escolar. A
complexidade das tarefas de gestão e organização da escola, o avanço teórico-
prático da educação e de sua gestão, a democratização das relações escolares
e a rediscussão das formas de escolha dos diretores começam a interferir

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

nessa lógica tradicional de gestão. Isso quer dizer que a organização e a


gestão da escola passam a ser assunto dos diferentes segmentos que
compõem as comunidades local e escolar. Nesse cenário, questões como
avaliação educacional, planejamento escolar, calendário, projeto político-
pedagógico, eleições, festas e muitas outras atividades e decisões contam com
a participação cada vez maior dos pais, dos estudantes, dos professores, dos
funcionários, entre outros (BRASIL, 2004).

Essas mudanças acarretam a necessidade de se pensar o processo de


organização e os mecanismos de participação na escola e, ainda, de estruturar
a gestão com a participação de outros membros além do diretor, como
veremos ao longo das demais apostilas.

Pois bem, discorrer sobre os fundamentos da administração escolar


requer, mesmo que rapidamente, abrir um pequeno espaço para falar do
nascimento e evolução da administração de maneira geral, pois é daí que se
originou o cargo ou função do administrador escolar.

A construção do nosso pensamento levará às necessidades impostas


pelo mundo globalizado que preconiza uma escola autônoma e democrática,
assunto este que será visto em maior profundidade na terceira apostila do
curso, voltada justamente para os instrumentos e as instâncias de uma gestão
democrática na escola.

Por hora vamos nos ater às origens da administração, definições,


importância e competências necessárias ao administrador escolar.

1.1 Origens da Administração

Historicamente, no século XVII, o aparecimento de problemas


empresariais levou ao surgimento de algumas teorias econômicas, mas que
naqueles tempos só tinham bases empíricas, ou seja, apenas em experiências,
nada comprovado cientificamente.

No século XVIII, os economistas liberais conseguiram aceitação e apoio


às suas ideias que prescreviam ser a vida econômica afastada da influência do

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Estado, uma vez que o trabalho sugeria princípios econômicos, bem como a
mão de obra (FARIA, 1994, p.8).

Adam Smith (1723-1790), o criador da Escola Clássica de Economia


enfatizava o princípio da especialização e a necessidade de racionalizar a
produção através de referências feitas em seu livro “A Riqueza das Nações”
(1776). Para ele, era clara a função do planejamento e da organização no que
se refere à Administração. Pode-se dizer que preconizou o estudo dos tempos
e movimentos, desenvolvidos mais tarde por Taylor.

Em 1835, Samuel P. Newman em seu livro “Elementos de Economia


Política”, afirmava que o administrador deveria ser uma combinação de várias
qualidades dificilmente encontradas em uma única pessoa, assinalando o
planejamento, arranjo e condução de diferentes processos de produção como
funções da Administração, e com isto, o liberalismo estabeleceria a livre
concorrência, a qual criou conflitos intensos especialmente na área social
devido à economia capitalista que se baseava no individualismo (FARIA, 1994,
p.9).

Já na segunda metade do século XIX, o liberalismo econômico começou


a perder influências à medida que o capitalismo cresceu. O socialismo e o
sindicalismo começaram a ser os novos focos de influência, encaminhando o
capitalismo para o aperfeiçoamento de todos os setores de produção da
remuneração justa, iniciando a implantação de métodos e processos de
racionalização do trabalho.

Portanto, resultando de todas essas colaborações, a Administração


passa a ser enfocada sob uma série de aspectos, cada um deles gerando uma
teoria que serão analisadas mais adiante.

Primeiro vamos conceituar administração pela ótica de alguns autores


renomados na área, como por exemplo, Kwasnicka (1990, p.17) que define
administrar como um processo integrativo da atividade organizacional que
permeia nossa vida diária. Para ele, essa necessidade de administrar surge do
confronto entre as variáveis que compõem uma atividade formalmente
estruturada, como recursos materiais e humanos, tecnologia, restrições
ambientais, entre outros.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Administrar não se restringe apenas às indústrias, lojas ou escolas. Até


mesmo num núcleo familiar há o requerimento de certo grau de administração,
porém, quanto maior o nível de complexidade de uma atividade definida pelo
grupo formal, maior a necessidade de se aprofundar nos conhecimentos da
ciência administrativa.

Para Faria (1994, p.XVIII) administrar “é a condução racional das


atividades de uma organização, cuidando do planejamento, da organização, da
direção e de controle dessas atividades, com vista a alcançar os objetivos
estabelecidos”.

É fácil concluir que sem administração seria impossível a existência das


organizações e, por conseguinte, das escolas, visto que elas também são
organizações que utilizam recursos materiais, recursos humanos e têm um
objetivo a atingir.

1.2 Princípios da Administração

Segundo Kwasnicka (1990, p.18) no início do século XX, os princípios


que norteavam a Administração eram muito rígidos, tendo no proprietário da
empresa, o dono absoluto da verdade e as decisões vindo sempre de cima
para baixo. O objetivo primordial era produzir sempre mais, com mais eficiência
e que o lucro fosse igualmente maior. Com o final do século XX e proximidades
do século XXI, observou-se uma modificação dos conceitos e o
estabelecimento de novas premissas. Hoje observamos claramente que há
maior flexibilidade e todos trabalham em torno de um objetivo comum, com
tendências modernas, tendo como bases as seguintes filosofias:

✓ Todos os membros da organização participam da sua administração,


uma vez que estão relacionados com pelo menos uma atividade;

✓ A autoridade e responsabilidade são divididas, sendo o poder


conquistado na base da competência, da realização e da interação, e
não imposto;

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

✓ As pessoas são valorizadas, sem discriminação, uma vez que a


organização tem necessidade de pessoal técnico e administrativo;

✓ Não existem regras administrativas que possam ser aplicadas


automaticamente a todos os problemas. Assim como as situações
mudam, os princípios da administração precisam mudar também para
enfrentar as novas condições (KWASNICKA, 1990, p.19).

Ainda segundo Kwasnicka (1990, p.19) uma organização é parte


integrante de um sistema maior e depende do intercâmbio mantido com esse
sistema, ou seja, ela não é autossuficiente para se manter.

Para Chiavenato (1997, p.6) a administração não é uma ciência exata,


ela trata entre outras coisas, do comportamento humano, portanto não pode se
basear em leis rígidas e inflexíveis. Deve se basear em princípios flexíveis, e
estes vem a ser as condições ou normas dentro das quais o processo
administrativo deve ser aplicado e desenvolvido. Partindo dessa conceituação
para Chiavenato, os princípios gerais da Administração são:

❖ Dinâmicos – vivem em constante mutação pela influência do ambiente.

❖ Gerais – princípios da administração não são estabelecidos


rigorosamente como os das ciências físicas, porque dependem do
comportamento humano.

❖ Relativos – princípios administrativos não podem ser tomados como


regras absolutas em todas as situações.

❖ Inexatos – princípios administrativos são relacionados com o caos e


procuram dar ordem a ele, regulando o comportamento dos envolvidos.

❖ Universais – os princípios podem ser utilizados em qualquer tipo de


organização (CHIAVENATO, 1997, p. 6).

Partindo da premissa acima, e baseando nossa vida em um tempo onde


impera um ambiente de competição e de constantes mudanças, a
administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana,
tendo por tarefa básica, fazer as coisas por intermédio de pessoas
(CHIAVENATO, 1997, p.7).

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

1.3 Surgimento da Administração Escolar no Brasil

O sentido da palavra educação se originou do termo latino “educere”,


que significa conduzir, criar e sustentar. Ao longo do seu desenvolvimento
histórico, adquiriu novo significado e associações, a exemplo da Grécia Antiga,
onde a palavra latina citada se transformou em sinônimo do conceito de escola.
O elo criado entre educação e escola permitiu o nascimento de uma nova
instituição ocidental dedicada ao trabalho e ensinamento de crianças e jovens
(GHIRARDELLI JR, 2008).

A escola no seu percurso histórico foi marcada pela necessidade de


organização. Neste contexto que se associa à relação entre educação e
administração. O nascimento histórico de uma Filosofia administrativa caminha
lado a lado com a própria história da administração pública. O sentido histórico
do termo administração nasce com as transformações econômicas, sociais e
políticas de várias culturas. A administração, assim como a educação se
transformou; abandonaram as primeiras regras de organização, baseadas na
família, na religião e no exército e construíram novos mecanismos e
metodologias de organização institucional, principalmente a partir da Revolução
Industrial, ocorrida na Europa do século XVIII (KWASNICKA, 1990).

A perspectiva que relaciona educação e administração se constrói por


meio de caminhos interligados. Segundo Vitor Paro (2006, p. 7) “se administrar
é utilizar racionalmente os recursos para a realização de fins determinados,
administrar a escola exige a permanente impregnação de seus fins
pedagógicos na forma de alcançá-los”.

A administração escolar não se limita ao fato de se apropriar de


metodologias e estudos administrativos provindos de instituições empresariais
e aplicá-las diretamente à educação. A relação entre administração e educação
tem a proposta de viabilizar recursos às necessidades da escola, destinados
em investir em materiais pedagógicos como bibliotecas e livros; investir na
estrutura física; na construção do aprendizado e do conhecimento crítico e

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

possibilitar o incentivo à formação continuada dos profissionais da educação


(PARO, 2006).

A escola, no seu decorrer histórico utilizou vários pensamentos


provenientes das teorias administrativas, muitas das vezes aplicadas em
empresas e instituições financeiras. Embora haja a troca de conhecimentos
entre escola e teoria administrativa na condução da organização escolar, torna-
se necessário uma série de adaptações, porque a administração empresarial e
a educação possuem papéis distintos para a história social. A educação não se
reduz a uma simples relação entre capital e trabalho; o pensamento educativo
e sua aplicação têm o compromisso de transformar, transmitir o saber, formar e
preparar o homem para o trabalho e viver em sociedade (RODRIGUES, 2008).

Avançando um pouco no tempo, observamos anos 1990 que as novas


políticas educacionais trocaram o termo administração, tradicional, em pouco
em desuso, pelo termo “gestão”, que Falsarella (2006) e outros autores
acreditam ser mais abrangente. Essa substituição seria resultante de uma
maior exigência de participação dos educadores e dos usuários da escola na
“gestão democrática”, levando à interpenetração das dimensões pedagógica e
política na questão administrativa.

De acordo com Lück (2001), não se trata da simples troca de um termo


pelo outro, porém da proposição de um novo conceito de organização
educacional que abrange a dinâmica do trabalho da escola como prática social.
Não que a gestão deprecie a administração, mas ela a supera, pois abrange
uma série de concepções que esta última não abarca, tais como a
democratização da tomada de decisões, a elaboração coletiva do projeto
pedagógico, a compreensão do aspecto dinâmico e conflitivo das relações
interpessoais, o entendimento de que a escola é uma unidade social que exige
a atuação da liderança no sentido de coordenar o esforço simultâneo dos
sujeitos envolvidos na busca dos objetivos traçados conjuntamente.

De qualquer forma, mais importante que mudar o termo é mudar a


concepção sobre o papel do diretor escolar, dentro de uma concepção de
escola como instituição voltada para uma prática social comprometida com as
necessidades de toda a população.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Voltemos nossa atenção para a compreensão da teoria da administração


escolar que tem como ponto de partida a análise da origem histórica da
administração e da gerência empresarial, da qual a administração escolar é
desdobramento.

A gerência, da forma como é concebida hoje, surgiu da necessidade de


controle sistematizado sobre o processo produtivo na sociedade capitalista, na
passagem do modo artesanal para o modo industrial de produção. O controle
da produção, no capitalismo, assume nova finalidade: a racionalização do
processo produtivo tendo em vista a eficiência na reprodução do capital
(máximo lucro com mínimo gasto) (FALSARELLA, 2006).

O trabalho passa a ser assalariado. A força de trabalho passa a ser


comprada e vendida tendo como medida o número de horas prestadas a uma
organização, visando fundamentalmente a prosperidade do empreendimento. A
tecnologia, que era estacionária, passa a dinâmica e revolucionária, exigindo
uniformidade e ritmo de produção.

E a teoria geral da administração como fundamento da administração


escolar, onde entra?

A teoria da administração científica é fruto do racionalismo, sendo que


os primeiros teóricos a tratar do assunto foram Frederick Winslow Taylor
(engenheiro norte-americano, 1856-1915) e Henri Fayol (engenheiro francês,
1841-1925), no princípio do século XX.

Taylor sistematizou os princípios da organização do trabalho,


estabelecendo as funções de planejamento, supervisão e execução, a ideia de
hierarquia dentro da empresa e a realização do trabalho por tarefas.

Sua obra foi completada por Fayol, que centrou suas preocupações no
trabalho do administrador, levantando princípios de administração, dentre os
quais a ideia de que “existe um homem certo para cada lugar”, legitimando
desta forma a noção de que “uns nascem para administrar e outros para
executar” (em outras palavras, uns nascem para mandar e outros para
obedecer) (FALSARELLA, 2006).

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Na educação, o primeiro trabalho surge em 1913 com Franklin Bobbit,


que aplica os princípios de Taylor à administração da escola, definindo a
função do diretor como “identificador e distribuidor das tarefas inerentes à
organização escolar”.

No Brasil, Querino Ribeiro, em 1938, escreve trabalho pioneiro sobre o


fayolismo na administração da escola pública.

A partir de estudos sobre relações humanas, na década de 1930, Elton


Mayo introduz novas variáveis à já sistematizada teoria da organização formal.
São os componentes da organização informal, tais como motivação, liderança,
satisfação no trabalho e moral. Na educação surgem trabalhos que destacam a
necessidade da vivência de valores democráticos nas relações internas da
escola.

No entanto, é só a partir de estudos sobre o comportamentalismo (em


torno dos anos 1950) que se aprofunda a preocupação com a construção da
“teoria da administração educacional”, derivada de princípios gerais que
pretensamente pudessem ser aplicados à ação administrativa em qualquer
tempo e em qualquer espaço. Há a substituição do enfoque normativo e
prescritivo pelo analítico e experimental (FALSARELLA, 2006).

Vale lembrar que, para o comportamentalismo, o comportamento


humano é observável, mensurável e pode ser reproduzido e moldado através
de condicionamentos ou estímulos positivos ou negativos.

As contribuições anteriores não passavam de mera transposição da


teoria geral da administração para o âmbito da organização escolar. Agora,
alguns problemas específicos da administração educacional são apontados: a
inexistência de um significado claro sobre o que é a teoria da administração
escolar e a falta de comunicação entre teóricos e práticos para a conciliação de
diferentes pontos de vista.

A base sociológica é trazida pela teoria funcionalista, tomada como


fundamento da teoria geral da administração. Para o funcionalismo, a ordem
social se deriva de uma ordem natural. Os fatos sociais, para os funcionalistas,
existem como “coisas”, são externos e anteriores ao homem, que nasce e é
educado numa sociedade já dada. A organização social é um conjunto

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

harmonioso de partes que buscam o equilíbrio. A unidade é garantida pela


identidade de valores, mantida através da socialização e da coerção; o conflito
é visto como uma anormalidade, uma disfunção e não como algo natural nas
relações humanas. A administração passa a ser vista, então, como ciência
aplicada: sua prática consiste na aplicação de teorias dos pesquisadores.

Todas as correntes citadas têm em comum a seguinte visão:

• a administração originou-se da complexificação do trabalho decorrente


de uma evolução (a ordem capitalista);

• a divisão do trabalho é intrínseca à própria natureza humana e não um


produto das relações sociais de determinada época e local.

São posturas teóricas a-históricas e a-valorativas que não estabelecem


relações entre a origem da administração com os fatos históricos que a
geraram. Assim, teorias situadas em um determinado tempo e espaço (Estados
Unidos, fins do séc. XIX e início do XX) são entendidas como universais,
exportadas como modelos e contribuem para a manutenção da dependência
cultural e econômica.

Sobre as bases ideológicas da teoria da administração encontramos


respaldo em Chauí (1984) inferindo que a ideologia é a forma pela qual os
interesses da parte mais forte e poderosa da sociedade ganham a aparência
de interesses de toda a sociedade.

Do ponto de vista marxista, a história não é o desenvolvimento de ideias,


mas o das forças produtivas. Não é a ação dos Estados e dos governantes,
mas a luta de classes, que move a história. A história não é a história das
mudanças de regimes políticos. São as relações de produção que determinam
as forças políticas da dominação (CHAUÍ, 1984).

Não se trata de supor que a classe social dominante se reúna para


decidir uma ideologia por “pura maquinação diabólica”. A ideologia surge da
“representação” que os homens constroem sobre sua prática social. No caso
da sociedade capitalista, a ideologia surge quando as ideias da classe
dominante se tornam ideias e representações de todas as classes sociais, de
modo que a classe que domina no plano material domina também no plano das

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

ideias, sem que haja uma percepção clara sobre isso por parte dos envolvidos.
Assim, a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de
representações (ideias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que
indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como
devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem
sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é,
portanto, um corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras,
preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos
membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para
as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à
divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção.
Pelo contrário, a função da ideologia é a de apagar as diferenças de classes e
de fornecer aos membros da sociedade o sentimento de identidade social,
encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como,
por exemplo, a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, ou o Estado
(CHAUÍ, 1984, p.113).

Dessa forma, o conjunto das ideias e ideais de uma determinada classe


dominante é usada para disseminar sua legitimidade em relação às demais
classes sociais. A ideologia tem a função de camuflar as diferenças de classe,
incluindo um sentido universal de igualdade. A busca por explicações racionais
para a desigualdade, a exploração e a dominação, faz com que elas sejam
naturalizadas, isto é, que pareçam naturais e justas.

Dentro de uma perspectiva marxista, a teoria da administração surge


como um conjunto de representações oriundas da necessidade de justificar o
novo modo de produção que tira do trabalhador o controle de seu próprio
trabalho e, portanto, desumaniza-o, em nome da máxima produtividade,
apresentada como objetivo do próprio homem. As relações sociais passam a
ser representadas por estas ideias, omitindo-se que tais relações só se
explicam pela natureza do processo produtivo que o gerou. Essa ocultação da
origem é o elemento que permite caracterizar a teoria geral da administração
como ideológica (FALSARELLA, 2006).

Além disso, o conjunto das prescrições e normas para a realização do


trabalho fundamenta a crença de que só existe uma única maneira correta de

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

fazer as coisas. Assim, a ideologia adquire sua “forma real” através da


prescrição de normas. A teoria geral da administração serve à sociedade
capitalista, cujo último objetivo é o lucro, justificando-se pela busca da eficácia
da organização, que é apresentada como objetivo também do trabalhador.

A ideia de que a “prosperidade da empresa é a prosperidade do


trabalhador” oculta a impossibilidade dessa identificação: a prosperidade da
empresa implica na diminuição do custo de produção, inclusive da mão de
obra, que deve ser explorada ao máximo e é descartável quando não mais
necessária ou substituível por outra mais barata ou por equipamentos.

Mesmo a Escola de Relações Humanas, pela manipulação das ciências


do comportamento, tem em vista a eficácia do processo produtivo: a
habituação do trabalhador ao trabalho alienado e alienante, através da
motivação, envolvimento, satisfação no trabalho e da cooperação, sempre
dentro da ótica interna da empresa, nunca desvelando as relações econômicas
mais amplas que estão subjacentes. Tenta-se mostrar a empresa como uma
“grande família feliz”, em que todos têm os mesmos interesses e cooperam
harmoniosamente. As diferenças e conflitos são ocultados e o particular é
apresentado como universal. Por tudo isso, a ideologia é entendida como “a
lógica da ocultação”.

Todas essas teorias são a base da divisão do trabalho entre os que


planejam e os que executam nos modernos sistemas educacionais e dentro da
escola. Voltando-nos para a ótica interna da escola, vemos que a teoria das
organizações nega a ação política do administrador educacional em nome da
racionalidade científica. Isso é bastante conveniente para o sistema político,
pois justifica a alienação do administrador (e dos demais profissionais da
escola e seus usuários) das decisões da política educacional e faz dele um
executor de decisões oriundas de instâncias superiores de deliberação
(FALSARELLA, 2006).

A busca de eficiência da organização escolar é vista como um problema


interno da escola, omitindo-se os condicionantes histórico-sociais da situação
escolar, de seus trabalhadores e dos que a utilizam. A visão do administrador é
desviada dos reais problemas, que só se definem a partir da inserção da

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

instituição escolar em seu contexto social, político e econômico, portanto, nas


suas relações com a totalidade. Não se trata, enfim, de negar a contribuição de
teóricos como Taylor e seus contemporâneos, mas de compreender o caráter
histórico e as limitações de suas propostas.

1.4 A função crítica da administração escolar

A administração ou gestão escolar, para assumir uma função crítica,


deve retomar alguns pontos:

1. A administração escolar tem sua especificidade, relacionada à própria


educação: ela forma pessoas em sua totalidade e não produtos que
devem apresentar determinadas competências para ajustar-se à
sociedade; pessoas não só se ajustam, mas também mudam a
sociedade;

2. A natureza do processo educativo não se confunde com a natureza do


processo produtivo. Ela não se fundamenta na racionalidade funcional,
na hierarquia, na impessoalidade, mas nas relações entre sujeitos;

3. Ao se aceitar a possibilidade de transformação do sujeito que aprende,


do sujeito que ensina, da situação escolar e da situação socioeconômico
(e não apenas a reprodução das relações visando ajustamento e
conservação das coisas como estão), emerge a politização da ação
educativa, com base na busca da democratização do saber.

Assim, a teoria deixa de ser um conjunto de verdades prontas e


inquestionáveis, elaboradas por uma elite do saber, para ser um conjunto de
proposições que resultam do confronto do sujeito com o objeto, numa dada
época e numa determinada situação. Ela é parcial, dinâmica, histórica, fruto de
uma construção coletiva e do confronto com situações reais (FALSARELLA,
2006).

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

O administrador ou gestor escolar é, antes de tudo, um educador,


voltado para a organização do trabalho na escola como um coordenador de
pessoas independentes, capazes de decidir juntas suas ações.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

2 .CARACTERÍSTICAS DE UM BOM ADMINISTRADOR ESCOLAR

Segundo Prado e Prado (2001) o administrador escolar deve conhecer


antes de tudo os fundamentos da ciência administrativa.

A administração escolar como ciência, interessa-se em descrever,


explicar, analisar e predizer fenômenos da organização e o comportamento
humano, na medida em que estão relacionados com a realização dos objetivos
organizacionais. A abordagem científica da Administração Escolar é a que visa
a competência técnica e política para a ação. O enfoque dessa abordagem
está voltado para a identificação e articulação de princípios que tenham ampla
aplicação na administração nos dias atuais.

Aqueles que buscam uma ciência de administração, terão que examinar


as variáveis em relação à causa e efeito, de modo que possam encaminhar e
desenvolver proposições de ação para guiar, com maior eficiência, o
comportamento administrativo, dentro do perfil delineado pela sociedade, neste
novo tempo.

Estamos vivendo um momento singular de refinamento das ações


educativas, em que o diretor pode ser o mais forte aliado da comunidade
escolar na implantação dos padrões de qualidade, na formação de alunos, na
competência dos professores e demais servidores (PRADO; PRADO, 2001).

A função primordial do administrador escolar, baseada na liderança e


competência, é manter a escola em atividades harmoniosas, participativas e
produtivas, delegando, acompanhando e exigindo tarefas, com autenticidade e
ponderação, transformando o discurso em ação.

O Administrador Escolar deve ser articulador administrativo, tem que ser


líder, possuir visão global capaz de avaliar as especificidades da escola,
recursos humanos, materiais e financeiros.

A administração que tínhamos até uma década atrás se organizava em


uma estrutura piramidal e linear, se caracterizando por um poder concentrado,
pela divisão de trabalho, pelo controle centralizado, por uma gestão autocrática

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

e incompetente para gerir o sistema, tanto por isso e para corresponder aos
anseios da comunidade, foi necessário buscar a gestão participativa.

A estrutura organizacional apresentada em organogramas verticais


praticamente desapareceu, dando lugar à organização atomizada e holográfica.
No sistema organizacional modular as unidades são mais autônomas e
descentralizadas, não significando que estejam livres de controle. Ele existirá,
mas restrito ao mínimo indispensável.

Outra característica básica para a competência do Diretor para a


atualidade é a visão estratégica. O produto do planejamento estratégico não é
um plano, nem um conjunto de planilhas e tabelas, nem mesmo uma nova
metodologia de análise. São resultados compatíveis com a missão e os
objetivos organizacionais. Nascem para estabelecer um sentido, uma direção
e, não, para implantar mais burocracia.

Três habilidades são básicas para o administrador escolar:

1º. Habilidades organizacionais,

2º. Habilidades de comunicação, interação e,

3º. Características individuais próprias.

O bom Diretor será aquele que administra procurando sempre adquirir


competência técnica e política para exercer a gestão participativa, atomizada e
holográfica. Segundo Motta (1995), visão estratégica é a palavra de ordem.

A ideia de visão estratégica refere-se ao conjunto de decisões fixadas


em um plano emergente. Visão estratégica, lida com incerteza, com riscos e
variações intensas.

Ao Diretor é importante a compreensão de que o conflito é inerente e


inevitável na organização escolar, é acompanhada da visão da importância da
função do conflito e da crença de da escola, é que o Diretor canaliza os
conflitos para o crescimento da equipe.

Líderes que se posicionam como donos da verdade pronta e acabada,


acabam isolando a escola do sistema. O líder realiza grande parte de seu
trabalho no grupo, onde assume uma atitude crítica, colabora e está aberto
para aceitar diferenças e superar suas próprias convicções.
WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Segundo Vianna (1986), a administração escolar é baseada no


comando, direção e controle das ações educativas. Os principais fatores que
integram o processo administrativo são: o humano, o estrutural e o econômico.

As funções do administrador líder são: planejamento, organização,


coordenação, controle e direção.

De acordo com Motta (1995), a habilidade Administrativa se desenvolve


na medida em que o dirigente permite adequar novas ideias.

Não basta querer administrar. Administração é uma ciência e também


uma arte. A comunidade clama por um diretor que exerça, com competência, a
liderança do grupo. Esse novo Diretor deverá ter algumas características
básicas:

✓ um diretor líder.

✓ um diretor educador.

✓ um diretor cultivador de valores.

✓ um diretor como exemplo.

✓ um diretor negociador.

✓ um diretor articulador pedagógico.

✓ um diretor articulador político e administrativo (PRADO; PRADO, 2001).

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

3. A NATUREZA POLÍTICA DO ADMINISTRADOR ESCOLAR

Souza (2006) compreende a gestão escolar como um processo político,


de disputa de poder, explicitamente ou não, através do qual as pessoas que
agem na/sobre a escola pautam-se predominantemente pelos seus próprios
olhares e interesses acerca de todos os passos desse processo, com vistas a
garantir que as suas formas de compreender a instituição e os seus objetivos
prevaleçam sobre os dos demais sujeitos, a ponto de, na medida do possível,
levar os demais sujeitos a agirem como elas pretendem.

A gestão é a execução da política, é por onde a política opera, é por


onde o poder se realiza.

Não é possível separar a administração do governo, como é impossível


separar a prática da teoria. A oposição tradicional entre direito constitucional e
direito administrativo, ciência política e ciência administrativa, política e
administração procura mostrar um mundo onde a execução está
absolutamente separada da decisão, em nível dos que exercem o poder. Essa
representação que busca neutralizar a administração é desmentida todos os
dias na real relação de dominação (MOTTA, 1986, p. 41).

Nesse sentido, a gestão é sempre um processo político, pois é uma


“atividade-meio da política” (Motta, 1986, p. 40), que lida diretamente com as
relações de poder “à medida que poder se delega. Isto significa que,
intermediária ou não, ela age como sistema de poder” (MOTTA, 1986, p. 49).

Não parece possível entender a ação administrativa isoladamente do


poder que está sempre presente nela. Poder esse que se verifica nas relações
escolares (pedagógicas, administrativas propriamente ditas, institucionais, etc.)
e através do qual o controle sobre a instituição na busca de tais ou quais
objetivos se faz (TEIXEIRA, 1961, p. 85). Isto é, o controle sobre o poder
escolar garante a definição dos ideais sobre os quais se edificarão os
processos de gestão e, ao mesmo tempo, a própria gestão é um processo de
busca, conquista, disputa e/ou diálogo e socialização do controle desse poder

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

de decisão sobre os rumos que a instituição seguirá. A coordenação da política


escolar é, em última análise, o objeto da gestão escolar. A face política da
gestão se expressa nos conflitos entre os que detêm o poder de decisão e a
população, e isto quer dizer que a dimensão política presente em todo
processo de gestão não será encoberta pelas suas especificidades técnicas,
tão lembradas pelos dirigentes de qualquer processo administrativo quando
desejam descaracterizar sua atuação como política (ARROYO, 1979).

É certo que há especificidades técnicas na função de dirigente escolar,


pois a direção é aqui também compreendida como uma função desempenhada
na escola, com a tarefa de dirigir a instituição, todavia, através de um conjunto
de ações e processos caracterizados essencialmente como político-
pedagógicos.

A função do diretor é a de coordenar o trabalho geral da escola, lidando


com os conflitos e com as relações de poder, com vistas ao desenvolvimento
mais qualificado do trabalho pedagógico. O diretor é o coordenador do
processo político que é a gestão da escola, é entendido como o executivo
central da gestão escolar.

Essa ênfase na face política da função do diretor escolar é crescente,


especialmente entre os autores que defendem a tese do provimento desta
função por eleições e isto decorre do reconhecimento da necessidade de se
“assumir o caráter político da gestão da escola como não contraditório ao
exercício da direção da mesma” (CAMARGO; ADRIÃO, 2003, p. 32).

Esta função tem uma natureza política porque seu objeto é a gestão
escolar, cujo conceito é um processo político. O que significa que o que o
diretor da escola faz é desenvolver ações que se classificam essencialmente
como políticas, pois no seu epicentro estão processos de disputa de poder: “A
administração escolar configura-se, antes do mais, em ato político, na medida
em que requer sempre uma tomada de posição” (DOURADO, 2000, p. 82).

Mas, a política desenvolvida pelo diretor é a política pedagógica, que


opera no âmbito das relações de poder, mas conhecendo a realidade
educacional e escolar, na sua razão pedagógica.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Vitor Paro (1995), abordando outra face do mesmo problema, observa o


uso político da função de diretor pelo sistema de ensino, quando transfere a ele
a função de gerente, de controlador do trabalho escolar. A possível contradição
entre ser porta-voz das pessoas da comunidade escolar, de um lado, e
preposto do estado, de outro, parece ser ponto importante. Esta contradição
encerra a compreensão da natureza política da função, pois a presença do
diretor no centro da escola permite que ele seja considerado como alguém que
está constantemente lidando com as relações de poder, portanto, como um
sujeito político, antes de tudo.

Como servidor público, o diretor é um burocrata, no sentido weberiano


do termo. E é sua função, dentre outras questões, fazer a interlocução entre o
Estado e a comunidade escolar e, como tal, exerce um papel de uma liderança
local. Não são, então, naturezas distintas. Em especial, quando se trata de
diretor eleito pela comunidade, pois como tal “o diretor se vê instado, (…), a
conciliar os interesses dos membros da comunidade escolar que o elegeram
com os do governo que o nomeou” (MENDONÇA, 2004, p. 222) e, para tanto,
domínios diferentes são requeridos.

Essas discussões não se encerram nunca, levantam a cada novo


pensar, novos questionamentos, posições e novas reflexões.

Queremos que entendam que os processos de formação dos


educadores (básica e continuada) e dirigentes escolares devem considerar a
democratização do ensino e a eleição direta para ampliar a compreensão
desses sujeitos sobre a realidade da gestão escolar, na qual infelizmente a
política escolar parece centrada fortemente na figura do diretor, e é por ele
articulada de maneira a consensualizar o máximo possível entre os interesses
da comunidade e as disposições dos sistemas de ensino, em uma rotina que
parece ser de escape às obrigações pedagógicas e de uso dos recursos e
conhecimentos administrativos para a manutenção da centralização do poder
(SOUZA, 2006).

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

4. MODALIDADES DE ESCOLHA DO DIRETOR DE ESCOLA

Variadas são as formas e as propostas de acesso à gestão das escolas


públicas historicamente utilizadas no sistema educacional brasileiro. Entre elas
destacam- se:

1. Diretor livremente indicado pelos poderes públicos (estados e


municípios);

2. Diretor de carreira;

3. Diretor aprovado em concurso público;

4. Diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; e,

5. Eleição direta para diretor, conforme mostra a ilustração abaixo.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Fonte: Brasil, 2004, p. 36

Cada uma dessas modalidades se fundamenta em argumentos


importantes, mas nenhuma parece garantir plena e isoladamente as exigências
para o cumprimento das funções do diretor na gestão democrática da escola.

Não há dúvidas que a complexidade do processo de gestão implica


considerar algumas exigências para a escolha do diretor: a efetiva participação
das comunidades local e escolar, a proposta pedagógica para a gestão e a
liderança dos postulantes ao cargo.

A discussão sobre as formas de escolha, portanto, é tarefa complexa,


com posições político-ideológicas muito distintas, como veremos, mas em
qualquer escolha, é fundamental, no entanto, que essa opção garanta
processos de participação coletiva.

Ao analisar essas modalidades, a livre indicação dos diretores pelos


poderes públicos se fundamenta na prerrogativa do gestor público em indicar o
diretor como um cargo de confiança da administração pública. Historicamente,
contudo, essa modalidade parece ter contemplado as formas mais usuais de
clientelismo, na medida em que se distinguia pela política do favoritismo e da
marginalização das oposições, e o papel do diretor não contava com o respaldo
da comunidade escolar. Essa modalidade articulada ao conservadorismo
político permitia, portanto, a transformação da escola em um espaço
instrumentalizador de práticas autoritárias e mecanismo de barganhas políticas
as mais diversas, evidenciando forte ingerência na gestão escolar (BRASIL,
2004).

Quanto ao diretor de carreira, modalidade reduzidamente utilizada, a sua


configuração encontra-se estruturada a partir do estabelecimento de critérios
rígidos ou não. Nesse caso, o acesso ao cargo de diretor considera aspectos
como: tempo de serviço, merecimento e/ou distinção, escolarização, entre
outros.

A considerar a falta de planos de carreira, tal modalidade, tendo em vista


o dinamismo da prática educativa, reforça, na maioria dos casos, a
manutenção da ingerência e do clientelismo no cotidiano escolar, além da
exclusão da comunidade escolar na definição de seu destino. No setor público

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

apresenta-se como uma variação da modalidade de indicação política, apesar


de parecer fundada no mérito das pessoas (BRASIL, 2004).

Alguns interlocutores têm defendido o concurso público como


mecanismo para nomeação do diretor, por se creditar a esse processo a
objetividade na escolha baseada em méritos intelectuais. É fundamental
ressaltar que essa modalidade não tem sido adotada pela maioria dos estados
e municípios. Por considerar que a gestão escolar não se reduz à dimensão
técnica, mas configura-se também como ato político, entende-se que essa
modalidade reduz o escopo da gestão a atividades administrativas rotineiras e
burocráticas, deixando em segundo plano a compreensão mais abrangente do
processo político-pedagógico. A defesa do concurso público deve ser bandeira
a ser empunhada e efetivada como forma de ingresso para a carreira docente
no setor público. Assim, acreditamos que o concurso de provas, ou de provas e
títulos, deve ser o ponto de partida para o ingresso do educador no sistema de
ensino e, desse modo, parece não se apresentar como a forma mais
apropriada para a escolha de dirigentes escolares, pois a gestão escolar não
deve constituir um cargo ou função vitalícia por meio de um processo de
seleção que não leva em consideração a participação efetiva da comunidade
escolar e local (BRASIL, 2004).

A indicação a partir de listas tríplices ou sêxtuplas, ou a combinação de


processos (modalidade mista), consiste na consulta à comunidade escolar, ou
a setores desta, para a indicação de nomes dos possíveis dirigentes. Cabe ao
Executivo ou a seu representante nomear o diretor dentre os nomes
destacados e/ou submetê-los a uma segunda fase, que consiste em provas ou
atividades de avaliação de sua capacidade cognitiva para a gestão da
educação. Tal modalidade recebe o crivo da comunidade escolar no início do
processo, perdendo o controle à medida que cabe ao Executivo deliberar sobre
a indicação do diretor escolar fundamentado em critérios os mais diversos.
Nesse caso, é importante identificar se o papel desenvolvido pela comunidade
escolar é decisivo ou, apenas, legitima o processo amparado no discurso da
participação e da democratização das relações escolares.

As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido uma das


modalidades tidas como das mais democráticas formas, apesar de se

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

constituírem também uma grande polêmica. A defesa dessa modalidade


vincula-se à crença de que o processo implica uma retomada ou conquista da
decisão sobre os destinos da escola pela própria escola. O processo de eleição
apresenta-se de formas variadas, indo desde a delimitação do colégio eleitoral
– que pode ser restrito a apenas uma parcela da comunidade escolar, ou à sua
totalidade, compreendida como o universo de pais, estudantes, professores,
técnicos e funcionários – até a definição operacional para o andamento e a
transparência do processo – data, local, horário, valorização operacional dos
votos de participação dos vários segmentos envolvidos.

Há, também, exemplos em que a eleição é utilizada como um dos


mecanismos de escolha associado a outros, tais como: provas específicas,
apresentação de planos de trabalho etc. Vale destacar, nessa modalidade, a
importância dada ao processo de participação e decisão na escolha dos
diferentes candidatos pelas comunidades local e escolar (BRASIL, 2004).

Embora as eleições se apresentem como um legítimo canal na


democratização da escola e das relações sociais mais amplas – e não o único
–, é necessário não perdermos de vista as limitações do sistema
representativo, assentado em interesses muitas vezes antagônicos.

Não queremos, todavia, atribuir à eleição, por si só, a garantia da


democratização da gestão, mas referendar essa modalidade como um
importante instrumento, a ser associado a outros, para o exercício democrático.
Isso implica que, aliado à eleição, é fundamental enfatizar conjuntamente a
forma de escolha e o exercício da função. Assim, a forma de provimento no
cargo pode não definir o tipo de gestão, mas, certamente, interferir no curso
desta. Nesse contexto, a eleição deve ser vislumbrada como um instrumento a
ser associado a outros na democratização possível das relações escolares.

Paro (2001, p. 65-67) discute e enfatiza a importância das eleições


diretas para diretores e constata a expansão e a adoção desse processo
eletivo como critério de escolha em grande número de municípios e estados
onde vigorava a nomeação política. Realça, também, um conjunto de
expectativas provocadas por esse processo, ao mesmo tempo em que destaca
algumas limitações e possibilidades.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Isso contribui para ampliar a visão sobre a gestão escolar, considerando


não apenas a figura do diretor, mas, sobretudo, a efetivação de processos
colegiados de decisão e implementação de práticas na realidade escolar.

Apresentamos a seguir, de forma resumida, algumas dessas


constatações identificadas por Paro (2001) em suas pesquisas sobre a prática
de escolha de dirigentes pela via eletiva, sobre a crença na capacidade eletiva,
eliminação do autoritarismo e risco do corporativismo.

→Com relação à crença na capacidade do sistema eletivo de neutralizar


as práticas clientelistas, Paro adverte “que as eleições tiveram um importante
papel na diminuição ou eliminação, nos sistemas em que foram adotadas, de
sistemática influência dos agentes políticos (vereadores, deputados, prefeitos,
cabos eleitorais etc.) na nomeação do diretor. Mas isso não significa que o
clientelismo tenha deixado de exercer suas influências na escola. Por um lado,
em alguns sistemas continuaram a existir brechas para a penetração da
influência do agente político na nomeação do diretor; por outro, as práticas
clientelistas passaram a fazer parte também do interior da própria escola, quer
no processo de eleição do diretor, quer durante o exercício de seu mandato”.
Em consequência, o fato de “a incipiente prática política introduzida pelas
eleições de diretores não ter sido capaz de eliminar por completo essas
expectativas e comportamentos clientelistas não pode levar a que se impute às
eleições as causas desses males que nada mais são, na verdade, do que
remanescentes de uma cultura tradicionalista que só a prática democrática e o
exercício autônomo da cidadania poderá superar”.

→Um outro aspecto que deve ser apontado refere-se à crença na


superação do corporativismo, presente nas formas de escolha anteriores à
eleição, envolvendo os diferentes segmentos da comunidade local e escolar.
Com relação a essa expectativa é fundamental destacar que, apesar de
algumas mudanças, novas e velhas ações corporativas ainda se fazem
presentes no cotidiano escolar.

Isso implica o reconhecimento de que nas eleições, como em todo


processo de participação, “o envolvimento das pessoas como sujeitos na
condução das ações é apenas uma possibilidade, não uma garantia.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Especialmente em sociedades com fortes marcas tradicionalistas, sem uma


cultura desenvolvida de participação social, é muito difícil conseguir que os
indivíduos não deleguem a outros, aquilo que faz parte de sua obrigação como
sujeito partícipe da ação coletiva” (PARO, 2001, p. 67). A constatação desses
fatos deve nos estimular a implementar mecanismos reais de participação e de
exercício de democracia, de modo que garanta o envolvimento de todos nos
processos de decisão e no partilhamento das responsabilidades e,
consequentemente, no aperfeiçoamento do processo democrático (BRASIL,
2004).

Como vimos a eleição é um importante mecanismo no processo de


gestão democrática, mas não é suficiente. Nesse sentido, outros processos e
mecanismos devem ser vivenciados pelas unidades educativas, entre eles, o
Conselho Escolar.

Nesse cenário, a garantia de consolidação das eleições diretas para


diretores deve-se articular com a garantia de outros mecanismos de
participação, como o Conselho Escolar, que será discutido na apostila 3. Pois
pensar a democratização na e da escola implica definir claramente qual a
função social da escola. Implica pensar: Para que serve a escola? Quais são
as suas funções básicas? A reflexão sobre essas questões deve ser parte da
ação dos diferentes segmentos da escola no processo de escolha do dirigente
escolar, na participação ativa nos Conselhos Escolares, e assim por diante.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARROYO, Miguel G. Administração da educação, poder e participação.


Educação e Sociedade. Ano I, n. 2, jan./1979. Campinas: CEDES.

BAFFI, Maria Adelia Teixeira. Projeto Pedagógico: um estudo introdutório.


Pedagogia em Foco, Petrópolis, 2002. Disponível em:
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/gppp03.htm>. Acesso em: 24 jun. 2010.

BOCK, Ana Maria B. et al. Psicologias – uma introdução ao estudo de


psicologia. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura / Secretaria de Educação Básica.


Programa nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Conselho
Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor. Brasília:
MEC, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura/ Secretaria da Educação Básica.


Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão democrática da escola
pública. Brasília: DF, 2004. p. 23-27.

CAMARGO, R.; ADRIÃO, T. Princípios e processos da gestão democrática do


ensino: implicações para os conselhos escolares. Revista Chão de Escola,
2003 n. 2: pp. 28-33. Curitiba: SISMMAC.

CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 15 ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens


prescritivas e normativas da administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books,
1997.

DOURADO, Luiz F. A escolha de dirigentes escolares: políticas e gestão da


educação no Brasil. In FERREIRA, Naura S.C. (org.). Gestão democrática:
atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2000.

FALSARELLA, Ana Maria. As origens da administração escolar (2006).


Disponível em:
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=831 Acesso em:
23 jun. 2010.

FARIA, José Carlos. Administração: introdução ao estudo. São Paulo:


Pioneira, 1994.

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da Educação Brasileira. São Paulo:


Cortez, 2008.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521


INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à Administração. 4. ed. São Paulo:


Atlas, 1990.
LÜCK, Gilda. Senhor gestor... Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2537/senhor-gestor
Acesso em: 05 jul. 2010.

LÜCK, Heloisa. A evolução da gestão educacional a partir de mudança


paradigmática. Disponível em:
<www.uol.com.br/novaescola/index.htm?notícias/jul_02_11/> Acesso em: 23
jun. 2010.

MENDONÇA, Erasto F. A regra e o jogo: democracia e patrimonialismo na


educação brasileira. Campinas: FE/UNICAMP, 2004.

MOTTA, Fernando C. Prestes. Organização & Poder: Empresa, Estado e


Escola. São Paulo: Atlas, 1986.

MOTTA, P. R., Gestão Contemporânea: a Ciência e a Arte de ser Dirigente.


Rio de Janeiro: Record, 1995.

PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo:


Ática, 2006.

PARO, Vitor. Por dentro da escola pública. São Paulo: Xamã, 1995.

PRADO, Maria das Graças de Oliveira; PRADO, Deyller Marcelo. O


Administrador escolar: visão e esclarecimentos. Revista Interação. Ano I / v.3 /
nº 3 / maio/ 2001. Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS-MG.

RODRIGUES, Leandro. História da Administração Educacional no Brasil:


Da Colônia à República Velha (2008).
Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/11234/1/Historia-da-
Administracao-Educacional-no-Brasil-Da-Colonia-a-Republica-
Velha/pagina1.html#ixzz0ssSDpEIN> Acesso em: 03 jul. 2010.

SOUZA, Ângelo Ricardo de. Os Dirigentes Escolares no Brasil. Educação:


Teoria e Prática - v. 15, n.27, jul.-dez.-2006, p.51-82.

TEIXEIRA, Anísio. Que é administração escolar? Revista Brasileira de


Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.36, n.84, 1961. p.84-89.

VIANNA, I. O. A., Planejamento Participativo na Escola. São Paulo: EPU,


1986.

ZUNG, Acácia Z. K. A teoria da administração educacional: ciência e ideologia.


São Paulo: Cadernos de Pesquisa, n. 48, fev.1984, pp. 39-46.

WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521

Você também pode gostar