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TERESINA – PI
2024
DANIEL VIANA FERREIRA
YUSKA ALVES PRIMO DE ARAUJO
TERESINA – PI
2024
1 TEMA
A inserção do adulto jovem no mercado de trabalho em Teresina – PI.
2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
- 5 participantes.
- Adultos jovens de 17 a 22 anos.
- Inseridos no mercado de trabalho, formal ou informal, de Teresina - PI.
3 OBJETIVOS
- Identificar o contexto de inserção do Adulto Jovem no mercado de trabalho em
Teresina;
- Compreender a experiência de trabalhar e estudar para o adulto/jovem;
- Relacionar as motivações do Adulto Jovem para a inserção no mercado de
trabalho;
- Avaliar satisfação do Adulto Jovem com o mercado de trabalho;
- Identificar a qualidade das relações interpessoais do Adulto Jovem com o grupo;
- Identificar como a inserção no Mercado de Trabalho impactou as relações
familiares;
- Avaliar a capacidade de administrar a remuneração/salário com as necessidades.
4 INTRODUÇÃO
Portanto, a partir desses objetivos, busca-se oferecer uma análise aprofundada sobre
a dialética da inserção do adulto jovem no mercado de trabalho em Teresina, capital do
Piauí, contribuindo para uma melhor compreensão dos desafios e oportunidades
enfrentados por essa parte da população, que passa por esse momento crítico do
desenvolvimento psicossocial, cognitivo e físico.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por outro lado, ainda segundo o IBGE (2022), o número de pessoas no país que
trabalhavam de forma informal era de 39,6%, ou seja, a maior parte da população
ocupada no Brasil trabalha de forma formal. Devido a isso, os resultados da pesquisa,
provavelmente, devem representar essa estimativa.
Segundo o IBGE (2022), 27,8% dos jovens piauienses entre 15 e 29 anos, não
trabalham nem estudam, o índice representa a 11ª colocação no Brasil, e está 5,5 pontos
percentuais acima da média nacional. No entanto, segundo a agência, a maior parte dos
jovens piauienses de 15 a 29 anos, (33,1%) encontrava-se ocupada no mercado de
trabalho, mas sem frequentar à escola ou ensino superior, e ainda devido à inexperiência
no mercado de trabalho, esse grupo é mais vulnerável aos períodos de crise econômica,
como a enfrentada entre 2020 e 2023, com a pandemia de COVID-19, especialmente
entre os menos qualificados. Portanto, essa pesquisa de campo visa coletar dados e
analisar as características do mercado de trabalho entre os jovens adultos de Teresina –
PI, a fim de compreender a realidade dessa parcela da população nos dias atuais.
7 CONSIDERAÇÕES PESSOAIS
PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento humano. 12ª
ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
GIL, Antônio Carlos. Metódos e técnicas de pesquisa social. Ed. 6. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
Um em cada cinco brasileiros com 15 a 29 anos não estudava e nem estava ocupado
em 2022 | Agência de Notícias. Disponível em: <
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
noticias/38542-um-em-cada-cinco-brasileiros-com-15-a-29-anos-nao-estudava-e-nem-
estava-ocupado-em-2022 >. Acesso em: 24 mar. 2024.
ANEXOS
Universidade Estadual do Piauí
Curso: Bacharelado em Psicologia
Dupla: Daniel Viana Ferreira e Yuska Alves Primo de Araujo
Questionário
4. Como você caracterizaria a sua vida cotidiana tendo que conciliar a rotina de
trabalho, estudos e vínculos interpessoais, sejam familiares, amorosos e/ou de
amizade?
10. Quais os principais desafios você enfrenta ao tentar ser proativo no ambiente
de trabalho? O que poderia contribuir para melhorar as condições de trabalho
e aumentar a produtividade?
Universidade Estadual do Piauí
Curso: Bacharelado em Psicologia
Dupla: Daniel Viana Ferreira e Yuska Alves Primo de Araujo
Questionário
W.: Atualmente, eu acho meu salário ok, eu só trabalho 6 horas por dia e recebo um
salário mínimo, então eu acho que tá condizente com a carga horária e as tarefas que eu
realizo, sim, mas eu não tenho expectativa de crescimento no meu emprego, não. Eu
pretendo abandonar ele assim que possível, já que não é tecnicamente da minha área, eu
faço sim coisas de TI, mas eu sou assistente administrativo e não técnico de TI.
W.: no meu trabalho é muito difícil isso acontecer, eu não tenho contato com nenhuma
pessoa da minha idade. Na verdade, eu só tenho contato com duas pessoas durante
praticamente o dia todo, e eles são de mais idade avançada, mas não é algo que me faça
querer largar meu emprego, não quero largar ele por esse motivo, é por outros motivos,
mas esse com certeza ajuda a não querer continuar. Mas, acaba sendo bem chato, só que
eu já me acostumei. Já tô lá há mais de dois anos, então eu já sei como lidar com eles,
então não é um problema tão grande assim.
W.: Eu não me vejo continuando trabalhando aqui, não, eu pretendo trocar de emprego
e trabalhar na área que eu estudo que é TI. Por mais que esteja aqui há dois anos, não
vejo perspectiva de crescimento e pretendo sair e procurar um estágio na área da minha
faculdade.
4. Como você caracterizaria a sua vida cotidiana tendo que conciliar a rotina de
trabalho, estudos e vínculos interpessoais, sejam familiares, amorosos e/ou de
amizade?
W.: Eu tenho bastante dificuldade para conciliar isso tudo com trabalho porque, meu
trabalho é muito longe, muito longe mesmo, mesmo sendo só 6 horas eu tenho um
tempo de deslocamento bem longo. Eu moro em Timon, quase saindo da cidade e
trabalho na zona leste de Teresina, então são uns 10 km todo dia, tenho que pegar 4
ônibus todo dia, é bem chato. Já em relação à família tudo OK, não tem nenhum
conflito muito grande sobre isso, Não tem um problema em relação a isso, mas acaba
me atrapalhando não sobre estudo sim, já que não tenho tempo de focar na minha
faculdade que é EAD, se fosse presencial ai era bem pior, não ia conseguir conciliar.
W.: eu diria que tristeza e raiva. Porque por mais que não seja um trabalho ruim, a carga
horária é boa, não é difícil e tal, ainda me deixa triste e com raiva porque eu podia tá
num emprego da minha área e ganhando bem mais e com mais tempo pra mim . Eu
raramente sinto alegria indo para o trabalho, eu sinto mais é sentimentos negativos, não é que eu
não gosto do meu trabalho. Eu gosto dele, mas o tempo de deslocamento até ele é muito longo,
já eu pensei em trocar de emprego diversas vezes por conta disso, mas meu trabalho é bom.
Então eu não acabo fazendo isso, mas eu me sinto às vezes triste, às vezes desmotivado. Às
vezes eu sinto raiva e é isso.
6. Fale um pouco de como você administra seu salário para suprir suas
necessidades.
W.: Eu pago minhas despesas fixas e gasto o que sobra. Não acho meu salário baixo,
considerando a função que eu desempenho, mas também não considero o suficiente pra
mim, muitas vezes acabo fazendo dívidas desnecessárias, mas acabo dando um jeito de
pagar.
W.: sinceramente, o meu trabalho não tem muitos desafios, o meu trabalho não tem
oportunidade de crescimento, eu às vezes me sinto preparado para enfrentar, mas
simplesmente não tem, é monótono e chato. Já os desafios do mercado de trabalho
externo eu não me sinto preparado, mas gostaria de sair do meu emprego atual e
procurar, mas o meu trabalho atual não me ajuda nisso.
W.: olha, eu acredito que meu trabalho pode ser computadorizado sim, pelo menos boa
parte dele, mas eu não ligo muito para isso não, como eu trabalho com TI, é algo que
pra mim é alegre inclusive, porque, me dá oportunidade de crescimento dentro da minha
própria área, mas se eu fosse continuar no meu trabalho atual acho que eu teria medo, já
que lançar nota, fazer relatório etc pode ser feito por uma IA tipo chat-gpt ou outros
mais avançados que surgirem que não precisem de alguém pra dá o prompt.
10. Quais os principais desafios você enfrenta ao tentar ser proativo no ambiente
de trabalho? O que poderia contribuir para melhorar as condições de trabalho
e aumentar a produtividade?
W.: o pior é que meus chefes são bem… é… suportivos. Se eu der uma ideia para ele,
de crescimento, que não precisa de um apoio financeiro muito alto eles me apoiam. Eu
já falei sobre esses temas com eles e eles disseram que podia assinar, já falei sobre
alguns métodos e eles disseram que sim, na verdade a minha maior dificuldade sou eu
mesmo, eu acabo sendo desmotivado, não só por pela empresa, mas por mim mesmo e
acabo não tendo tanta expectativa de crescimento no meu trabalho, ele não, não, não
tem muito para onde crescer na verdade, mas todas as áreas que eu consigo expandir eu
tenho uma coisa da empresa pra fazer.
Universidade Estadual do Piauí
Curso: Bacharelado em Psicologia
Dupla: Daniel Viana Ferreira e Yuska Alves Primo de Araujo
Questionário
S.: Bom, atualmente eu gosto da minha carga horária de trabalho, pra um estágio que
recebe 990 reais e trabalha 4 horas por dia só 5 dias por semana tá muito bom, o salário
é bem adequado a minha hora de trabalho e consigo me manter sim. Não é um salário
maravilhoso, mas é bom. Mas não pretendo continuar aqui não, já to quase acabando o
curso e não dá mais de renovar o contrato de estágio, então vou procurar outros meios
de me manter até conseguir um emprego na minha área de formação, então não tenho
muita perspectiva aqui não, é mais um meio de sobrevivência mesmo, pra pagar as
contas, e também, aqui eu sou praticamente uma babá de criança, não faço nada da
minha área realmente, isso é bem chato.
S.: No futuro, eu me imagino trabalhando na minha área mesmo, sabe? como técnica em
enfermagem, ganhando o piso salarial nacional da enfermagem, meu sonho. Não tenho
planos de ficar nesse emprego por muito tempo, não, mas quero aproveitar a experiência
e aprender enquanto estiver aqui. Eu tenho objetivos maiores e vou alcançá-los com
muito esforço. Quero muito evoluir na minha carreira, seguir pro superior, buscar
especializações ou novas oportunidades em outros locais, mas o importante mesmo é
continuar crescendo e buscando desafios que me motivem a continuar crescendo. Não
vejo a hora de conquistar meus objetivos na minha área. Mas, por enquanto, estou
focado em fazer um bom trabalho aqui e aprender a lidar com gente, principalmente,
minha área precisa muito.
4. Como você caracterizaria a sua vida cotidiana tendo que conciliar a rotina de
trabalho, estudos e vínculos interpessoais, sejam familiares, amorosos e/ou de
amizade?
S.: Cara, é uma luta diária, viu? conciliar tudo isso, mas a gente se vira, né? Consigo dar
conta de todas as tarefas, mas quando o dia chega ao fim, tô acabada, muito cansada,
mas como é só 4h por dia, só pela manhã, não atrapalha tanto meus estudos, mas
consome muito do meu tempo, essas 4h eu podia tá estudando, fazendo algum bico etc,
mas tô lá no estágio cuidado de criança dos outros, é bem chato. Tem horas que parece
que o tempo não passa e a gente mal consegue respirar, sabe? Mas faz parte dos corre
corre da vida. Às vezes é difícil equilibrar trabalho, estudos, vida pessoal, família,
amigos, só vejo o pessoal no curso e agora que vai acabar nem isso mais, ne? Mas sabe
o bom? Mesmo com todo esse cansaço, quando olho tudo que consegui realizar, dá um
orgulho, orgulho suado (risos). No fundo, sei que vale a pena e que estou construindo o
meu caminho. E quando chega o momento de descansar, eu aproveito cada segundo
para recarregar as energias.
S.: "Só queria dormir mais", "que tristeza eu estou tão indisposta", é basicamente isso
mesmo, acordo cedo, trabalho, cozinho, estudo, vou pro curso, ajudo em casa e não
sobra quase tempo pra mim, um divertimento, sabe? Tipo, cansaço e indisposta mesmo
que me define esses tempos. Eu sinto que tenho que cumprir com o meu dever pois
tenho conta pra pagar, não posso faltar. Que exaustivo.
6. Fale um pouco de como você administra seu salário para suprir suas
necessidades.
S.: olha, o salário pra minha carga horária é bom, mas ainda é pouco né? (risos), não é
nem um salário mínimo, não daria pra pagar um aluguel, ainda bem que moro com
minha vó, mas o que eu ganho só dá pra pagar o curso e outras coisas necessárias, não
daria pra viver confortavelmente se fosse só ele, não, é isso. Eu tenho que pagar a
mensalidade do curso, uma ou outra coisa que falta, compras e contas de casa não me
preocupam muito no momento, mas só porque não moro sozinha mesmo, eu entendo a
realidade de que não consegue se manter só com isso, porque pra mim já tá ruim,
imagine.
S.: É complicado isso, porque, meu trabalho não tem nada a ver com o meu curso de
fato, e isso meio que me frustra, porque não consigo aplicar o que aprendi diretamente
no meu trabalho. Às vezes bate aquela sensação ruim de que podia estar fazendo algo
mais alinhado com o que me dediquei tanto no curso, é muito frustrante ai, não gosto
nem um pouco desse estágio na verdade, meu deus. É difícil sentir essa falta de conexão
com o que sei e o que me cobram aqui. Mas olha, tento ver o lado bom também, né.
Mesmo que não seja o que imaginei no começo do curso quando entrei na faculdade, o
trabalho me ensina algumas coisas que vou levar pra vida, tipo como lidar com gente
fofoqueira, não se importar com intrometidos e etc. No final, acho que é mais uma
questão de se adaptar e encontrar formas de fazer o melhor que puder dentro do
possível. Quem sabe no futuro as coisas se alinhem, né?
S.: Minha maior prioridade no momento é concluir meu contrato, que já tá acabando e
não pode mais renovar, deu o tempo máximo, sinceramente eu continuaria só pelo
dinheiro mesmo, odeio o estágio, mas já que não dá mais eu vou é buscar outro. Não
tenho grandes expectativas em relação ao meu trabalho atual, na verdade zero
expectativas, e estou ansiosa para dar esse próximo passo. Tô focando em estudar pra
concursos, especialmente para técnico em enfermagem, né, que é minha área. Quero
muito investir nessa área, eu amo muito, é uma transição muito forte e tô assustada pro
que vai vim, meio que me acostumei aqui, já sei como funciona aqui e tal, mas estou
determinada com meus objetivos e estou confiante de que, com dedicação conseguirei
encontrar uma oportunidade que esteja alinhada com minhas expectativas.
9. Como você avaliaria o impacto das tecnologias atuais como inteligência
artificial no mercado de trabalho em que você está inserido? Você acredita que
essas tecnologias apresentam mais oportunidade ou desafios na sua carreira no
futuro?
S.: No meu trabalho atual, na verdade, eu acho que a tecnologia não é algo comum, não.
Porque, lidar com crianças especiais demanda mais um trabalho manual mesmo, e muita
criatividade. E aqui na escola não temos acesso a ferramentas tecnológicas no ambiente
de trabalho pra ajudar, é bem arcaico mesmo aqui. Não acho que vai ser um problema
aqui agora, pelo menos nos próximos anos, não. Mas mesmo que seja um medo que
muita gente tem, em alguns aspectos, eu vejo a tecnologia como facilitadora, como uma
oportunidade pra desenvolver soluções, principalmente para os deficientes, seria muito
bom algum equipamento pra ajudar eles a ter mais independência e não depender tanto
de nós. Mas, como não tem, a falta de tecnologia é um desafio que me motiva a pensar
para oferecer o melhor cuidado possível pra as crianças. Claro que seria ótimo ter mais
recursos tecnológicos para facilitar, mas aprendi a lidar com tudo sem ela, tanto que
aqui é uma confusão por causa de celular, o pessoal de cargo mais alto faz um alvoroço,
pode nem triscar, então eu vejo que não vai afetar muito aqui né, pelo rumo das coisas
aqui. Agora, na enfermagem em si eu não sei como afetaria, já que é uma profissão de
muito contato e empatia com o paciente né, eu mesma não ia gostar de ser furada por
uma máquina fria que nem sente nada, prefiro uma pessoa mesmo, mas quem sabe né?
Vai que o povo gosta, ai pode nos ameaçar sim, eu acho.
10. Quais os principais desafios você enfrenta ao tentar ser proativo no ambiente
de trabalho? O que poderia contribuir para melhorar as condições de trabalho
e aumentar a produtividade?
S.: Meu maior desafio atualmente, eu acho que, deixa eu ver, é me manter dentro da
norma de ensino aqui da escola, é tudo muito tradicional, não tem espaço pra pensar
diferente, eles te esmagam se não seguir as normas. As regras são rígidas e dizem que
todos devem seguir, mas tem uns que tão acima né, podem tudo e quem que tem juízo
que cumpre né, e isso limita em certos aspectos. Eu gostaria de poder mudar essa
dinâmica no meu ambiente de trabalho, sabe? Na minha opinião, a flexibilidade e a
capacidade de… de levar em conta os alunos como diferentes uns dos outros seria
fundamental pra promover um ambiente de aprendizado mais inclusivo, mas eles
querem todo mundo igual como robôs, até nós que somos cuidadores. Pra mim, quando
as regras são muito rígidas, fica difícil trabalhar e atender às demandas dos nossos
alunos deficientes. Gostaria de ter mais espaço pra criatividade. Acredito que isso
poderia tornar o ambiente de trabalho mais estimulante, sabe? Assim tá chato de mais.
Universidade Estadual do Piauí
Curso: Bacharelado em Psicologia
Dupla: Daniel Viana Ferreira e Yuska Alves Primo de Araujo
Questionário
MJ.: Ah o Trabalho tem uma carga horária boa que me ajuda a continuar estudando e
pagando a faculdade, eu trabalho no período da tarde só, dá 6h por dia, no horário que
reveza as cuidadoras que são efetivas, eu meio que fico no meio, acho que é essa minha
expectativa, poder me manter, mas continuar estudando, sabe? Não é muito pensando
bem, acho que pelo trabalho que é deveria ser algo mais certinho, mais certinho, tipo,
carteira assinada e tal, igual das moças que ficam de noite e de manhã. Mas tá bom,
acho que não tenho do que reclamar, não é algo que eu me veja fazendo pra sempre
também.
4. Como você caracterizaria a sua vida cotidiana tendo que conciliar a rotina de
trabalho, estudos e vínculos interpessoais, sejam familiares, amorosos e/ou de
amizade?
MJ.: Acho que essa é a pior pergunta pra mim, a mais difícil de responder. Quando
comecei a faculdade só pensava nisso, quando vi que tava puxado para minha família
pagar vi que tinha que trabalhar pra ajudar, mas eu já ajudava e ajudo também no
comércio da família de manhã, com as redes sociais também, então acaba que não é
trabalho lá porque eu não ganho diretamente mas eles contam comigo, fui ficando meio
cansada no período da noite, daí ia pra faculdade meio morta, não queria sair depois
com o pessoal, de final de semana eu trabalho também chego em casa e só quero
dormir. Mas nada impossível, só ficou um pouco mais puxado, aí quero estudar mais a
noite de manhã tenho que estudar improvisado na loja isso às vezes me estressa, toda
hora chega alguém e meio que atrapalha o que tô fazendo, nesse sentido às vezes sinto
que sou até um pouco grossa. Mas mantenho meus amigos, principalmente os do ensino
médio, só não tenho muito ânimo pra sair sabe, tipo festas essas coisas eu não vou.
Preciso estudar, é muito minha prioridade. Minha relação com meus pais é boa, mas
acho que eles priorizam muito o comércio então dão uma cobrada em relação a isso às
vezes e eu fico meio... aaa.. meio irritada. No sentido amoroso fica no abandono, toda
vez me arrependo, entro no tinder e tal e depois fico remoendo porque fui procurar
"sarna pra me coçar" (risos), me atrapalho inteira, melhor não até!
6. Fale um pouco de como você administra seu salário para suprir suas
necessidades.
MJ.: Vish, nem tem o que administrar, vai inteiro na mensalidade, o pouco que sobra eu
uso tipo, pra comprar algo, sair com as meninas, mas é o pouco mesmo. Meus pais
muitas vezes dão uma ajuda quando quero comprar algo mais caro, tipo celular
notebook tal. Roupa eles que me ajudam também, acho que é meu salário indireto pela
ajuda no comércio (risos), mas aí não tem muito que administrar, administrar pra mim é
gastar o menos possível só com o que tô precisando muito, sempre entendi isso assim.
7. Quais desafios você enfrenta ao estudar e trabalhar? Você acredita que há
conexão significativa entre a sua área de formação e o seu trabalho? Discorra
a respeito.
MJ.: Acho que acabei falando um pouco já, né? Mas enfim, mais especificamente é esse
ter que estudar no trabalho é ruim, porque você tá o tempo todo com a cabeça ligada no
que tá acontecendo em volta, tipo com a mulher que eu sou cuidadora, eu tenho que
estar atenta totalmente a rotina dela, ao que ela vai fazer ajudar a ir no banheiro em
tudo, dá pra ir estudando nas brechas mas eu vejo diferença dos colegas que não
trabalham. Em semana de prova eu odeio ir trabalhar, fico super irritada, afinal minha
cabeça fica em mil lugares e aí acho que vou mal nas provas que não vou dar conta,
com certeza não tenho sido A melhor aluna da sala, mas eu acho que se eu ficasse
menos na loja de manhã já ia me ajudar bem nessa questão. Lembrei também que às
vezes eu saio atrasada do trabalho, porque às vezes acontece alguma coisa, a moça da
noite atrasa, enfim, várias coisas, aí eu já chego atrasada na faculdade, perco começo de
aula isso é ruim, as vezes nos trabalhos em grupo parece que eu sou a mais cobrada,
porque todo mundo tem mais tempo e tal e eu deixo mais pra cima da hora. Eita, tá
surgindo vários aqui, acho que ficou até meio longo, mas é isso, desafios tem. Mas é
aquilo... bom, quanto a ser na minha área acho que não tudo mas ajuda, eu consigo
acompanhar algumas coisas, tipo na rotina da alimentação da senhora, ela tem diabetes
também, outras questões crônicas, então fico meio que acompanhando, a família deixa
até eu dar alguns pitacos e tal, me deixam bem livre, acho que de algum jeito é
aprendizado, mas não sei se tem uma conexão tão significativa assim, afinal minha
função lá é bem outra. Não sei se respondi tão bem.
10. Quais os principais desafios você enfrenta ao tentar ser proativo no ambiente
de trabalho? O que poderia contribuir para melhorar as condições de trabalho
e aumentar a produtividade?
MJ.: Não sei se entendi muito bem, mas acho que onde eu tô isso não é bem uma
preocupação, não sei se entra, porque não é empresa né. Minha preocupação e o que eu
tenho que fazer é cuidar e acompanhar o melhor que eu posso a idosa. A família me
deixa bem livre, como eu falei eles cobram bastante principalmente em deixar as coisas
curtinhas pro próximo turno, os remédios, ficar atenta, mas nunca tive problemas com
isso. Igual eu falei né, sobre as questões crônicas que ela tem e alimentação já cheguei a
conversar e eles super levaram a sério, são bem abertos assim, não sei como seria estar
em um lugar com metas e tal, então não sei dizer ao certo. Não sei se respondi essa tão
bem, mas acho que é isso, sabe?
Universidade Estadual do Piauí
Curso: Bacharelado em Psicologia
Dupla: Daniel Viana Ferreira e Yuska Alves Primo de Araujo
Questionário
4. Como você caracterizaria a sua vida cotidiana tendo que conciliar a rotina de
trabalho, estudos e vínculos interpessoais, sejam familiares, amorosos e/ou de
amizade?
M.: Faço tudo mal feito, fico tão concentrada em não errar no trabalho pra não ser
chamada atenção que todo o resto fica de lado, nem lembro, até na universidade tá ruim,
nem consigo prestar atenção porque lembro das cobranças que vou ter que dar um jeito
no dia seguinte, pensando nos clientes zangados. Qual é o tempo que eu vou ter pra
pensar em sair, me divertir? Primeiro que não sobra dinheiro, segundo que não tenho
ânimo e tudo me estressa, quanto menos gente eu ver melhor. Acho que não tô
conseguindo conciliar pelo visto.
Questionário
4- Como você caracterizaria a sua vida cotidiana tendo que conciliar a rotina de
trabalho, estudos e vínculos interpessoais, sejam familiares, amorosos e/ou de
amizade?
G.: Eu acho que a vida cotidiana ela é maleável, mesmo com várias funções. Você
consegue arrumar algumas janelas para fazer algumas atividades de lazer, quais sejam
os estudos, os vínculos ou familiares ou amorosos, ou algumas amizades. É claro que
fica mais apertado e mais difícil, porque você tem que colocar bem de manhã ou bem
tarde essas atividades, porque enquanto você está em um estágio de manhã, você tem a
faculdade à noite, você tem a academia. Então, fica mais difícil sim, mas é maleável. É
fazível, mas é muito difícil e desgastante.
6- Fale um pouco de como você administra seu salário para suprir suas
necessidades.
G: É... eu sei quanto eu ganho, então o meu cartão de crédito tem que estar nisso todo
mês, então é só gastar o quanto eu ganho. É claro que isso é uma utopia, que às vezes
não funciona, às vezes passa, mas a gente tem que colocar esse limite, tentar seguir. Às
vezes não dá certo, às vezes dá, e assim a gente vai.
9- Como você avaliaria o impacto das tecnologias atuais como inteligência artificial
no mercado de trabalho em que você está inserido? Você acredita que essas
tecnologias apresentam mais oportunidade ou desafios na sua carreira no futuro?
G.: Ainda é algo que não é muito usado no meu trabalho, mas que poderia sim ser muito
usado, porque é um trabalho que provavelmente está com os dias contados, pensando
nessa parte da tecnologia, porque hoje você já tem um programa que consegue fazer
uma sentença inteira para você, sem nem ler o processo. Então, eu acho que ela vai
apresentar mais desafios no futuro do que oportunidades, porque se isso evoluir
bastante, a gente pode ter bastante desemprego. Não desemprego, porque é uma área
muito aberta, mas no ramo que eu estou principalmente, eu acho que pode ser que sejam
desafios, porque o juiz, a partir do tempo, não vai precisar mais de assessor, porque o
aplicativo consegue fazer uma sentença inteira. Então, pra que o juiz vai precisar de
assessor? Ele só precisa ler a sentença e assinar.
10- Quais os principais desafios você enfrenta ao tentar ser proativo no ambiente
de trabalho? O que poderia contribuir para melhorar as condições de trabalho e
aumentar a produtividade?
G.: É sobre saber mais assuntos, porque tem várias áreas, né. Então, tem direito civil,
direito penal, direito não sei o quê. E tem que saber disso e do isso. Então, pra ser mais
proativo saber mais sobre uma área que eu não pego tantos casos. E assim quando
viesse, que vem, eu estaria mais preparado pra atuar em alguma outra área. E auxiliar
ainda mais. O que eu poderia fazer é justamente estudar mais sobre essas outras áreas e
aumentar a produtividade.