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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E METODOLOGIA DAS CIÊNCIAS


SOCIAIS
2a avaliação Soc. da Educação - 1sem23
Prof. Wilma Pessôa
Aluno(a): Rayssa Guedes de Oliveira

Questão 1- Desenvolva, utilizando contribuições dos textos dados no curso, uma


análise do tema da violência e das opressões relacionados ao cotidiano escolar e
às práticas pedagógicas no Brasil de hoje.

R: De acordo com os textos, as instituições de caráter escolar permanecem propagando


opressões e violências quando o tema diz respeito ao capacitismo, ideologia de gênero e a
inclusão dos negros na escola. Embora haja discussões e leis que giram em torno das
aberturas educacionais e sociais para tal camada social.

Assim, embora apresente maiores possibilidades do que tivemos na


maior parte da história, a Educação Especial na atualidade ainda é
marcada por fortes contradições. (PERTILE, E. B.; MORI, N. N. R.)

E é essencial que isso também ocorra no âmbito da educação, uma vez que a
educação é o lócus a partir do qual pode acontecer a transformação da
sociedade (FREIRE, 2006), embora o que se percebe no discurso dos que
disseminam a falácia da ideologia de gênero é o que Bourdieu (1982)
descreve como a escola reprodutora das desigualdades na sociedade. (Reis,
T., & Eggert, E.. (2017). IDEOLOGIA DE GÊNERO)

Essas ações se encontram em um campo mais complexo: à medida que o


movimento negro aprimora a sua luta por emancipação social e pela
superação do racismo, mais se intensifi ca a variedade de formas de
opressão e de dominação contra as quais ele tem que se contrapor, bem
como se amplia a multiplicidade de escalas (local, nacional e transnacional)
das lutas em que ele se envolve (Santos, 2006)

A partir das citações acima, é possível observar que por mais que o sistema educacional tenta
abranger toda as diversidades, há implicitamente problemas que permitem a exclusão,
opressão e a disseminação de falas e atitudes violentas dentro do espaço escolar. O primeiro e
principal deles pode ser visto a partir da ideia de classes sociais, pois a educação no Brasil
parte da ideia dominante, a qual é a quem dita as regras dentro das escolas e espaços
educacionais. A classe dominante garante que suas ideologias conservem as inúmeras
discriminações e os ideais de quem realmente possui valor para estar e permear os espaços
escolares. Dessa forma, a dominação cria uma lógica suscetível para explicar e legitimar a
distinção entre as camadas e as classes sociais. A segunda ideia é que o Estado participa junto
a classe dominante da constante opressão, visto que as garantias impostas por ele são vindas
de uma ideologia dominante. Por mais que o avanço se dê progressivamente para que as
práticas pedagógicas inclua a diversidade física, racial e social, ainda é visto um freamento
dentro dos espaços educacionais, isso porque as políticas públicas ainda perpetuam falas
violentas, ideais reacionários e a justificativa de patrão e proletariado. Há também as
consequências dessa ideologia sobre profissionais educacionais, visto que estão colocados à
mercê das ideologias Estatais e as regras pedagógicas que se relacionam diretamente com o
Estado educacional burguês. Esses profissionais são vistos como propulsores de falas,
violências e opressões aos alunos, onde finalmente estão dentro de um sistema que ensina e
reproduz atitudes violentas, o que significa um ciclo de abuso que chega ao aluno, sendo o
último da cadeia de receptores do quesito coerção.

Questão 2 - Comente a seguinte afirmativa: "A educação, a escola e a prática docente


estão hoje sob intensa disputa política por diferentes grupos e organizações tanto pela
questão mercadológica que as envolvem quanto pela
questão ideológica."

R: No âmbito mercadológico, a educação atrai o interesse de grupos comerciais em busca de


oportunidades econômicas. Isso se manifesta desde empresas que oferecem serviços
educacionais até a privatização de escolas e sistemas de ensino. Contudo, a busca pelo lucro
nesse setor pode resultar em práticas que priorizam metas financeiras em detrimento da
qualidade da educação e do bem-estar dos alunos. Já na esfera ideológica, a educação
torna-se um campo de batalha para debates intensos. Diferentes grupos políticos e sociais
disputam o controle das narrativas e conteúdos transmitidos nas escolas. Questões como
currículo, abordagens pedagógicas, inclusão/exclusão de temas e valores refletem diversas
perspectivas ideológicas sobre como a sociedade deve ser educada. O cenário é complexo. A
disputa política na educação influencia, políticas públicas, orçamentos e autonomia das
instituições educacionais. A polarização política frequentemente se traduz em conflitos sobre
o que deve ser ensinado, como deve ser ensinado e quem tem o direito de tomar essas
decisões. A noção de "guerra cultural" na educação ilustra confrontos sobre valores sociais,
religiosos e políticos presentes nas salas de aula. Essa intensa disputa apresenta desafios
importantes. Pode-se comprometer a estabilidade e a qualidade do sistema educacional,
enquanto a polarização política dificulta a busca por consensos e compromissos que
realmente beneficiem os alunos e a sociedade como um todo. Diante desse quadro, é
imperativo enfrentar e resolver as disputas políticas na educação. Isso é crucial para garantir
que as políticas e práticas educacionais promovam o desenvolvimento integral dos
estudantes, fomentem a equidade e respeitem a diversidade de perspectivas na sociedade.

Referência Bibliográfica
Gomes, N. L.. (2012). Movimento negro e educação: ressignificando e politizando a raça.
Educação & Sociedade, 33(120), 727–744

PERTILE, E. B.; MORI, N. N. R. História e contradições na educação da pessoa com


deficiência: da eliminação ao atendimento educacional especializado. Revista HISTEDBR
On-line, Campinas, SP, v. 21, p. 1-19, 2021

Reis, T., & Eggert, E.. (2017). IDEOLOGIA DE GÊNERO: UMA FALÁCIA
CONSTRUÍDA SOBRE OS PLANOS DE EDUCAÇÃO BRASILEIROS. Educação &
Sociedade, 38(138), 09–26.

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