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Curso de Farmácia
SANTOS
2024
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Todos os países adotam normas e padrões para alimentos “in natura” ou processados,
reunidos numa Legislação Bromatológica, que se preocupa com a qualidade dos alimentos
oferecidos à sua população.
- Tabelas de composição
• Controle de qualidade de rotina: é utilizado tanto para checar a matéria prima que chega,
como o produto acabado que sai de uma indústria, além de controlar os diversos estágios
do processamento. Nestes casos, de análises de rotina, costuma-se, sempre que possível,
utilizar métodos instrumentais que são bem mais rápidos que os convencionais.
Análise de Alimentos
Fiscalização de alimentos
Química e bioquímica
Controle de qualidade
Tecnologia de Alimentos
Todos esses conceitos estão relacionados com a ciência dos alimentos ligada às
propriedades físicas, químicas e biológicas e com a estabilidade, custo, qualidade,
processamento, segurança, valor nutritivo, benefícios à saúde e distribuição.
ALIMENTO: “toda a substância ou mistura de substância, que ingerida pelo homem fornece
ao organismo os elementos normais à formação, manutenção e desenvolvimento”. Outra
definição seria aquela que diz que alimento “é toda a substância ou energia que, introduzida
no organismo, o nutre. Devendo ser direta ou indiretamente não tóxica”.
ALIMENTOS SIMPLES: São aquelas substâncias que por ação de enzimas dos sucos
digestivos são transformadas em metabólitos (açúcares, lipídios, proteínas).
ALIMENTOS NÃO APTOS PARA O CONSUMO: São aqueles que por diferentes causas não
estão dentro das especificações da lei. Podem ser:
a) ALIMENTOS CONTAMINADOS: são aqueles alimentos que contém agentes vivos (vírus,
bactérias, parasitas, etc.) ou substâncias químicas minerais ou orgânicas (defensivos,
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metais pesados, etc.) estranhas à sua composição normal, que pode ser ou não tóxica, e
ainda, componentes naturais tóxicos (sais como nitratos, etc.), sempre que se encontrem
em proporções maiores que as permitidas.
b) ALIMENTOS ALTERADOS: são os alimentos que por causas naturais, de natureza física,
química ou biológica, derivada do tratamento tecnológico não adequado, sofrem
deteriorações em suas características organolépticas, em sua composição intrínseca ou
em seu valor nutritivo. Como exemplo de alimentos alterados temos o odor característico
da carne início do estágio de decomposição, o borbulhar do mel (fermentação), ou latas
de conservas estufadas (enchimento excessivo ou desenvolvimento de microorganismos)
d) ALIMENTOS ADULTERADOS: São aqueles que tem sido privado, parcial ou totalmente,
de seus elementos úteis ou característicos, porque foram ou não substituídos por outros
inertes ou estranhos. Também a adição de qualquer natureza, que tenha por objetivo
dissimular ou ocultar alterações, deficiências de qualidade da matéria-prima ou defeitos
na elaboração, que venham a constituir adulteração do alimento. A adulteração pode ser
por acréscimo de substâncias estranhas ao alimento (por exemplo água no leite ou
vísceras em conservas de carnes, amido no doce de leite, melado no mel), por retirada
de princípios ativos ou partes do alimento (retirada da nata do leite ou cafeína do café) ou
por ambas as simultaneamente.
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1 g Carboidrato 4 Kcal
1 g Proteína 4 Kcal
1 g Lipídeo 9 Kcal
Exemplo:
Umidade (g ou %) 12,5
Carboidratos (g ou %) 76,7
Proteínas (g ou %) 3,5
Lipídeos (g ou %) 5,5
Cinzas (g ou %) 0,7
CHO = 76,3 g ou %
Valor energético:
É obrigatória a declaração do conteúdo por 100 g, por porção do alimento e valor diário de
referência (%VD) dos componentes: Valor energético, carboidratos, açúcares totais,
aççúcares adicionados, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra
alimentar e sódio. Para o cálculo do VD deve-se utilizar as recomendações diárias de
referência da legislação (IN 75/2020).
Métodos Convencionais
Métodos Instrumentais
Recursos disponíveis: muitas vezes não é possível utilizar o melhor método de análise em
função do seu alto custo, que pode ser limitante em função do tipo de equipamento ou até
mesmo ao tipo de reagente ou pessoal especializado.
Amostragem
Separações
Medidas
Processamento de dados
Avaliação estatísica
Amostragem:
Conjunto de operações das quais se obtém uma amostra representativa do produto a
ser analisado.
Extração com água, solvente, produtos químicos (ex.: extração da fração lipídica do
alimento para determinar o perfil de ácidos graxos).
Separações
Medidas
5 LAUDOS BROMATOLÓGICOS
- Identificação do Laboratório
- N° de protocolo;
- Data de análise;
- Descrição da amostra
- Observações
EXEMPLO:
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A água faz parte da estrutura das células e sem ela, não há metabolismo, não há vida.
A água é estabilizante da temperatura corpórea, transporta nutrientes, transporta produtos
de excreção e é veículo da maioria das reações bioquímicas celulares.
Nas frutas, verduras e alguns vegetais, a água pode representar mais de 90% na porção
comestível. Nas carnes, a água contribui com 50 a 70%, dependendo do seu teor de
gordura. Nos cereais, a água está presente em quantidades menores, cerca de 10 a 12%.
Óleos e gorduras apresentam apenas traços de água, enquanto produtos processados c om
elevados teores de gordura (maionese, margarina), apresentam elevados teores de água
(15 a 40%).
Atividade de água
A água nos alimentos é um valor obtido pela determinação da água total contida no
alimento, por aquecimento em estufa a 105°C até peso constante.
b) Na segunda etapa, com menos água a eliminar, é necessário um nível maior de energia.
Água livre
Essa é a água da camada intermediária, ligada aos componentes dos alimentos por pontes
de hidrogênio ou por forças de Van der Waals. Ocupa as primeiras camadas e outras
camadas adicionais em torno dos grupos hidrofílicos de constituintes não aquosos. Essa
água tem baixa capacidade como solvente, representa 2 a 3% da água total e pode permitir
reações e crescimento microbiano, mas numa velocidade muito lenta.
Água ligada
A água ligada ocorre nas vizinhanças dos solutos e componentes não aquosos dos
alimentos. Possui propriedades diferentes da água livre presente e é também chamada
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A água contida nos alimentos pode ser medida em laboratório e expressa em termos de
umidade, porém apenas a umidade não reflete sua estabilidade. A disponibilidade da água
em participar de reações de degradação, definida pela atividade de água do produto, é o
que determina a vida de prateleira do alimento.
Este assunto será abordado no item 7 (fatores que interferem na deterioração dos
alimentos).
Secagem em estufas
Amostras açucaradas: formam uma crosta dura na superfície, que impede a saída da
água do interior. Neste caso, costuma-se adicionar areia, asbesto ou pedra pome em
pó misturada na amostra, para aumentar a superfície de evaporação.
Condições de secagem
Estufa simples: temperatura um pouco acima de 100ºC ( 105ºC)
Estufa à vácuo: ~ 70ºC
Pesagem: deve ser realizada com a cápsula ou cadinho secos após esfriá-los no
dessecador.
Existem outros métodos pouco utilizados (que tal como quaisquer outros métodos
apresentam vantagens e desvantagens).
Existem outros métodos menos utilizados (que tal como quaisquer outros métodos
apresentam vantagens e desvantagens). Seguem abaixo:
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Destilação
- amostra aquecida com óleo mineral com Ponto de Ebulição muito superior à temperatura
de ebulição da água.
- A água que destila é condensada, coletada e medida num recipiente graduado.
- Pode ser feita com um solvente cuja densidade seja inferior à densidade da água, como
tolueno e xileno.
- Outra forma é feita com solvente cuja densidade seja superior à densidade da água, como
tetracloroetileno.
- Pode ser usado para avaliação da qualidade de óleos, gorduras e óleos essenciais;
- O índice de refração da água a 20°C é 1,333 (0° Brix). A presença de sólidos solúveis na
água resulta numa alteração do índice de refração.
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Refratometria
Pulfrich
- Quando um raio de luz incide sobre uma superfície plana, pode ser refletido ou refratado.
- A medida é feita com base no ângulo formado pelo raio de luz refratado
Abbe
- inicialmente o refratômetro deve ser calibrado com água destilada (índice de refração =
1,3330 e 0º Brix a 20ºC).
- Procedimento – colocar a amostra entre os prismas, e a rotação deve ser feita até que o
raio crítico esteja centrado no “X” do visor.
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- Hoje, há potenciômetros especiais para serem usados com o reagente de Fischer (que
indicam o ponto final da reação)
Óleos: 0%
Açúcares: 0 a 1,2%
- Para avaliar pureza e adulteração de alimentos (ex: presença de areia, talco, sujeira em
condimentos).
A determinação dos constituintes minerais nos alimentos pode ser dividida em duas classes:
Analisa os minerais em sua totalidade, sendo uma importante avaliação para a composição
centesimal dos alimentos.
Pode ser realizada para posterior análise individual de alguns minerais.
- amostras líquidas ou úmidas devem ser secas em estufa antes da determinação de cinzas;
- costuma-se usar a amostra que foi utilizada para a determinação de umidade;
- é recomendada a realização de uma incineração prévia a baixa temperatura para que não
haja perda de amostra.
Peso da amostra: Cerca de 2 gramas.
Tempo de incineração
Pesagem da cinza
Deve-se tomar todo o cuidado no manuseio do cadinho com a cinza antes de pesar, porque
ela é muito leve e pode voar facilmente.
A cinza obtida por via úmida pode ser utilizada para a análise individual de minerais.
Normalmente são utilizados reagentes muito corrosivos.
Os minerais podem ser analisados separadamente, sendo que para cada um, há uma
metodologia específica. Por exemplo:
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Conceito
Cx (H2O)y
são utilizados como alimento (substrato) pela flora microbiana sintetizadora de diversas
vitaminas;
podem ser utilizados como adoçantes naturais;
são utilizados como matéria-prima para alimentos fermentados;
participam de reações de escurecimento em muitos alimentos;
propriedades reológicas na maioria dos alimentos de origem vegetal (polissacarídeos).
geralmente sólidos cristalinos, incolores e têm sabor doce. São compostos naturais
bastante comuns e a sacarose seja talvez o adoçante mais antigo que se conhece;
são facilmente solúveis em água;
Tipos de classificação
OU
Reação de Fehling
Reação de Barfoed
Reação de Seliwanoff
Métodos quantitativos
Munson-Walker
Método gravimétrico baseado na redução de cobre pelos grupos redutores dos açúcares.
Lane-Eynon
Método titulométrico também baseado na redução de cobre pelos grupos redutores dos
açúcares.
Somogyi
Métodos cromatográficos
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Métodos ópticos
adicionar amiloglicosidase
GOD/POD/ABTS [glucose oxidase/ peroxidase at 1.5 unit mL-1 and 2,2’-azino-bis (3-
ethylbenzthiazoline-6-sulfonic acid)
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REAÇÃO DE MAILLARD
Desejável: quando os produtos da reação tornam o alimento mais aceitável (doce de leite,
cor da crosta do pão, tostagem de cereais);
Prejudicial: quando a cor e sabor do alimento alterado não são aceitáveis (HMF em suco de
laranja é prejudicial, pois provoca efeitos graves sobre o sabor e cor do suco).
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reduz a digestibilidade da proteína, pois alguns compostos produzidos não são digeridos
enzimaticamente;
destrói nutrientes como aminoácidos essenciais e ácido ascórbico;
ácido ascórbico quando aquecido produz HMF pH baixo do suco de laranja inibe essa
reação.
EFEITO DA TEMPERATURA
reação lenta a baixas temperaturas;
elevação da temperatura: velocidade duplica a cada aumento de 10ºC entre 40 e 70ºC.
EFEITO DO pH
A intensidade da reação de Maillard aumenta quase que linearmente na faixa de pH 3 a 8 e
atinge um máximo na faixa alcalina (pH 9 a 10).
pH baixo: formação da espécie –NH3+, diminuindo a velocidade da reação de Maillard;
pH elevado: par de elétrons do nitrogênio do aminoácido livre (-NH2) para que a reação
ocorra.
Reatividade: aminoácido básico (glicina) > aminoácido ácido (glutâmico) > aminoácido
neutro (glicina).
Também depende do pH.
ATIVIDADE DE ÁGUA
A taxa de escurecimento é baixa ou mesmo zero em valores para atividade da água elevada
ou muito baixa.
Aumenta de forma rápida em valores intermediários (Aw entre 0,5 e 0,8).
SULFITO
Dióxido de enxofre (SO 2) é eficiente no controle da reação de Maillard.
CARAMELIZAÇÃO
essa reação é facilitada por pequenas quantidades de ácidos (pH: 2-4) e de certos sais,
porém, sua velocidade é maior em meios alcalinos (pH: 9-10).
Paralelismo com a reação de Maillard algumas das reações que ocorrem na formação do
caramelo também podem ocorrer na formação das melanoidinas.
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LEITE E DERIVADOS
CARNE E DERIVADOS
em peixes, as reações são mais intensas, pelo fato de possuírem alto teor de ribose ou
pelo aumento do pH em razão de alterações verificadas “post mortem”.
CEREAIS E DERIVADOS
processamento destruição da lisina, mas promove a formação de “flavor” e de
coloração desejáveis, em razão das reações de Maillard e de caramelização;
secagem de macarrão, cozimento de pão etc.
VEGETAIS E DERIVADOS
CAFÉ
aroma
Amido
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Milho 25%
Arroz 16%
Batata 18%
Arroz ceroso 0
Milho ceroso 0
Trigo 24%
Milho 61 – 72
Batata 62 – 68
Batata doce 82 – 83
Mandioca 59 – 70
Trigo 53 – 64
Arroz 65 - 73
- presença de açúcares: competem pela água da mistura evitando que seja utilizada na
formação do gel
- presença de Lipídeos neutros: se ligam à amilose reduzindo absorção de água pelos grãos
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- presença de sais: influenciam pouco a formação dos géis, por serem neutros
- Ocorrem mais rápidos em faixa de pH 5-7
- pH > 7: o amido degrada-se
- pH ácido (<3): o amido é hidrolisado
Dextrina
Resultante da degradação parcial do amido.
Amido modificado mais solúvel em água fria que forma soluções menos viscosas (géis mais
moles) e tem maior temperatura de gelatinização.
- hidrólise ácida em temperaturas mais baixas que de gelatinização, ocorre nas regiões
amorfas não afetando as cristalinas, atinge mais a amilopectina.
Amido oxidado
- alguns reagentes são capazes de formar ligações covalentes com as hidroxilas de duas
cadeias vizinhas de amido, formando uma ponte amido com ligações cruzadas
- as ligações evitam que o amido aumente de volume, que é mais resistente e estável ao
calor, agitação, hidrólise e reduz a tendência à ruptura
100 a 200 unidades de glicose ligadas em ligações tipo β, que não são suscetíveis à
digestão
CELULOSES MODIFICADAS
atuam como ligantes e espessantes em recheios de tortas, pudins, além de ter uma boa
retenção da água (em produtos gelados evitam a formação de cristais de gelo).
- solúvel em água fria, mas insolúvel em água quente (forma gel quando frio, mas volta a ser
solução quando aquece)
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PECTINA
Obtida a partir da extraçã com ácidos frutas cítricas (20 – 30%) e maçã (10 – 15% de
pectina)
pectinas rápidas possuem alto teor de metoxilação (ATM) e formam géis estáveis na
presença de açúcar em meio ácido. São rápidas pois formam gel mais rápido
PROTOPECTINA
insolúvel em água e por aquecimento em meio ácido forma os ácidos pécticos e ácidos
pectínicos;
presente em maior grau nas frutas verdes e à medida que a maturação avança vai sendo
enzimaticamente degradada a ácidos pectínicos e pécticos perda de rigidez.
ÁCIDOS PÉCTICOS
estes compostos não possuem metoxilações
existem em frutas muito maduras (desintegração da fruta)
Malto-oligossacarídeos Maltodextrinas
OLIGOSSACARÍDEOS (3-
9) Outros Rafinose, estaquiose,
oligossacarídeos frutooligossacarídeos
Fibra insolúvel
Fibra solúvel
Fibras alimentares:
fermentação (FS)
FS)
MÉTODOS DE ANÁLISE
Método enzimático-gravimétrico
filtração
pesagem do resíduo
LIMITAÇÕES
9 LIPÌDEOS
São solúveis em solventes orgânicos tais como: éter etílico, éter de petróleo,
acetona, clorofórmio, hexano e álcoois.
Ocorrem em todas as células animais e vegetais, de onde podem ser extraídos com
solventes orgânicos de baixa polaridade.
ÁCIDOS GRAXOS
Forte polaridade dos grupos carboxílicos, capazes de formar com álcoois ligações
de H;
O ponto de fusão aumenta com o aumento da cadeia, mas diminui com o aumento
de insaturações;
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Ácidos graxos de menor peso molecular são solúveis em água devido às ligações de
hidrogênio que neste caso se dão entre moléculas de água e ácidos, facilitando a
solubilização. Quanto menos solúveis em água, maior a solubilidade em solventes
orgânicos;
Ácidos graxos pouco solúveis têm a propriedade de formar uma fina e uniforme
camada na superfície da água. O grupo hidrofílico (COOH) é dissolvido na água e o grupo
hidrofóbico (cadeia de C) se coloca paralelas umas as outras, perpendicularmente à água.
Os ácidos graxos trans ou gorduras trans são ácidos graxos formados a partir de
ácidos graxos insaturados durante o processo de hidrogenação. Este processo pode ser de
2 tipos:
1º) biohidrogenação, que ocorre quando os ácidos graxos ingeridos por ruminantes
são parcialmente hidrogenados por sistemas enzimáticos da flora microbiana estomacal
destes animais. Dessa forma, alimentos de origem animal como a carne e o leite possuem
ácidos graxos trans mas em pequenas quantidades;
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Vantagens dos AGT ácidos graxos com ponto de fusão mais alto, devido à
orientação linear nas moléculas trans e ao aumento no índice de saturação, e maior
estabilidade ao processo de oxidação lipídica.
atuam como fatores de risco para doença arterial coronariana, modulando a síntese
do colesterol e suas frações e atuando sobre os eicosanóides. Diversos estudos têm
sugerido uma relação direta entre os mesmos e o aumento do risco de doenças vasculares;
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estudos têm mostrado que a ingestão de AGT ocasiona o aumento da LDL em grau
similar ao causado pelos ácidos graxos saturados e diminuem a HDL.
São ácidos graxos essenciais (EFA, em inglês), ou seja, não são sintetizados
no organismo humano, devendo estar presentes na dieta. Quando existem em
quantidades suficientes no corpo, são usados para fabricar outros ácidos graxos.
óleos vegetais;
TRIGLICERÍDEOS
líquidos = óleos
São compostos sólidos com ponto de fusão bem definido. Aqueles com predomínio de
ácidos graxos insaturados fundem-se a temperaturas mais baixas.
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FOSFOLIPÍDEOS
ESTERÓIDES
CERAS
São ésteres de ácidos graxos e monohidroxialcoois de alto peso molecular. Têm alto
ponto de fusão e são mais resistentes às hidrólises do que os glicerídeos.
ÓLEOS E GORDURAS
Propriedades físico-químicas
Peso específico:
Relação entre peso e volume de qualquer gordura e o peso em igual volume de água
destilada, varia de 0,910 a 0,970g/mL.
Viscosidade:
Resistência que as menores partículas de um líquido oferecem para deslizarem umas sobre
as outras (fricção interna). As gorduras são mais viscosas que os óleos.
Índice de refração:
Ponto de fusão:
Temperatura na qual a gordura sólida passa para o estado líquido. Quanto maior o número
de átomos de carbono maior é o ponto de fusão; o número de insaturações diminui o ponto
de fusão.
Índice de acidez:
Representado pela quantidade, em mL, de KOH necessária para neutralizar ácidos graxos
livres em 1g de gordura.
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Índice de saponificação:
Índice de iodo:
Hidrólise
Esterificação
Saponificação: trata-se de uma hidrólise feita com uma solução alcalina, geralmente o KOH,
resultando em glicerol e sais dos ácidos graxos (sabão).
É uma indicação da quantidade relativa de ácidos graxos de alto e baixo peso molecular
presentes nos triglicerídeos. O índice de saponificação é inversamente proporcional ao peso
molecular dos ácidos graxos.
Neutralização: etapa do refino do óleo com objetivo de remover ácidos graxos livres por
meio da adição de solução alcalina (o álcali reage com os AGL formando sabões que
posteriormente são coagulados e removidos com ajuda de gomas e água)
essa reação modifica o ponto de fusão do óleo (aumenta) e este fica sólido em
temperatura ambiente.
reação utilizada para identificar a presença de insaturações nos ácidos graxos (qualidade
de óleos)
Deterioração de lipídeos
RANCIDEZ OXIDATIVA
INICIAÇÃO OU INDUÇÃO
RH R + H
R + O2 RO2
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O2
Cada radical peróxido pode retirar um H de uma molécula de ácido graxo não
oxidado. Esses peróxidos formados podem participar de reações de decomposição e de
formação de novos radicais livres.
Este processo pode ser iniciado por uma série de iniciadores diferentes existentes
naturalmente no alimento, como, por exemplo, íons metálicos, enzimas e presença de luz
ultravioleta.
PROPAGAÇÃO
Uma vez formado o radical livre, este reage com o oxigênio para formar um radical
peróxido. Esses radicais são extremamente reativos e podem retirar átomos de hidrogênio
de outros lipídeos insaturados e, dessa maneira, propagar a reação de oxidação.
Cada radical peróxido pode retirar H de uma molécula não oxidada formando
hidroperóxidos (ROOH), e estes podem ser decompostos em radicais livres.
R + O 2 ROO
ROOH ROO + H
Energia térmica;
Metais catalisadores;
Atividade enzimática.
Características dessa etapa: reação em cadeia pelo alto consumo de oxigênio, pelo
alto teor de peróxidos e pelo início de alterações de aroma e sabor.
TERMINAÇÃO
Ocorre quando dois radicais livres interagem entre si, para formar diversas
substâncias, terminando assim o papel deles como propagadores da reação.
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A reação de oxidação para os lipídeos tem uma energia de ativação alta. Por isso, é
necessária a presença de compostos químicos ou fatores físicos que forneçam energia às
moléculas ou ainda baixem o nível de energia para valores que viabilizem a ocorrência da
reação.
ANTIOXIDANTES
Além dos fatores e condições descritas para minimizar a oxidação lipídica, a adição
de antioxidantes é bastante empregada.
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ROO + AH ROOH + A
ROO + RH ROOH + R
Um melhor efeito dos antioxidantes fenólicos é obtido pela utilização de misturas que
atuam de forma sinérgica e também pela presença de quelantes de metais pró-oxidantes. O
efeito dos antioxidantes fenólicos é devido à formação de radicais mais estáveis, os quais
reduzem a velocidade da reação e o número de radicais livres reativos.
- Termogravimetria
- TBA (índice do Ácido Tiobarbitúrico, substância formada nas fases finais da oxidação)
Importante:
O resíduo obtido não é constituído unicamente por triglicerídeos, mas por todos os compostos que, nas
condições da determinação, possam ser extraídos pelo solvente.
Quantidade relativa entre solvente e material a ser extraído: quanto mais solvente
maior é a extração, porém não se deve usar em excesso por causa do alto custo do
solvente.
Os lipídeos são extraídos sem aquecimento e os extratos podem ser utilizados para:
Pode ser utilizado em produtos com altos teores de umidade, além dos produtos
secos;
10 PROTEÍNAS
FUNÇÕES BIOLÓGICAS
Regeneração de tecidos;
AMINOÁCIDOS
-
COO
|
+
H3N - C - H
ESTRUTURAS DA PROTEÍNA
a) SIMPLES: São aquelas que, após hidrólise, fornecem aminoácidos como únicos
produtos:
Exemplo:
aspartame = fenilalanina + aspartato
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DESNATURAÇÃO PROTÉICA
* relação hidrofobicidade/hidrofilicidade
* estrutura da proteína
* flexibilidade e rigidez
2. Forma eletricamente neutra. Note que existe uma densidade de carga negativa e
uma densidade de carga positiva sobre a molécula, conferindo carga total nula. Essa
forma também é denominada isoelétrica ou zwitteriônica. (pH intermediário, depende
do aa)
Propriedades funcionais:
Uma das propriedades mais importantes das proteínas é a facilidade com que esses
compostos se combinam com água (SOLUBILIDADE), uma vez que todas as
reações biológicas se processam em meio aquoso. A reação de hidratação das
proteínas se deve as propriedades das moléculas de água e consiste na formação
de uma ligação entre os dipolos da água e íons ou grupos iônicos e polares das
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CARNES
PROTEÍNAS SARCOPLASMÁTICAS
redução oxigenação
metamioglobina mioglobina oximioglobina
oxidação desoxigenação
PROTEÍNAS ESTROMÁTICAS
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Colágeno
animais velhos - estas uniões são substituídas por outras mais estáveis, o que
aumenta a dureza da carne
Contração muscular
LEITE
soro solução
Caseína
fosfoproteína
coagulam ao aquecimento
Existe ainda o grupo das proteínas minor, que inclui um conjunto de proteínas, como
a transferrina, lactoferrina, microglobulina, glicoproteínas, etc.
Existe ainda o grupo das proteínas minor, que inclui um conjunto de proteínas, como
a transferrina, lactoferrina, microglobulina, glicoproteínas, etc.
• Método indireto
• considera que as proteínas têm 16% de nitrogênio protéico em média (vai depender
do tipo de proteína);
• g N -------- x g proteínas
• 100 / 16 = 6,25
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• Bloco digestor:
• Destilador de N:
• Por titulação deste íon com HCl, determina-se a quantidade de nitrogênio presente
na amostra e, dessa forma, o teor de proteína na mesma. – TITULAÇÃO
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• CÁLCULOS:
EXEMPLO:
VHCL = 4,5 ML
VBRANCO = 0,3 ML
FC = 1,02
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
ADITIVOS EM ALIMENTOS
HISTÓRICO:
O próprio descobrimento do Brasil (segundo a história oficial) está ligado aos primeiros aditivos
de alimentos: as especiarias (pimenta, cravo, canela, etc.) que os portugueses iam buscar nas
índias.
CONCEITO:
o uso está limitado à quantidade necessária para atender às Boas Práticas de Fabricação (BPF), ou
seja, quantidade necessária para obter o efeito tecnológico necessário.
O limite de uso será quantum satis. (quantidade suficiente para obter o efeito desejado, sempre
que o aditivo não afetar a genuinidade do alimento).
Somente poderá ser utilizado se estiver constando do Regulamento Técnico especifico, geralmente
com a frase "todos os autorizados como BPF".
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b) seu nome completo ou seu número INS (Sistema Internacional de Numeração, Codex
Alimentarius FAO/OMS), ou ambos.
- Quando houver mais de um aditivo alimentar com a mesma função, pode ser mencionado
um em continuação ao outro, agrupando-os por função.
CLASSIFICAÇÃO
ACIDULANTES: comunicam gosto ácido aos alimentos. Agem através da redução do pH,
minimizando o crescimento microbiano.
Ácido cítrico (INS 330): é o acidulante mais usado, correspondendo a 60% do total. É barato, é um
ácido forte, é inócuo, faz parte naturalmente da maioria dos alimentos, porém é bastante higroscópico
(por isso não é usado em alimentos em pó). É produzido por fermentação do melaço-de-cana pelo
Aspergillus niger.
Ácido fosfórico (INS 338): Corresponde a 25% do total dos acidulantes utilizados, sendo o único
ácido inorgânico usado na indústria de alimentos, principalmente em bebidas carbonatadas a base de
cola.
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Ácidos láctico (INS 270), málico (INS 296), tartárico (INS 334), fumárico (INS 297), adípico (INS 355),
glicônico (INS 574), acético (INS 260).
- Polióis: glicerol (INS 422); Dioctil sulfossuccinato de sódio (INS 480); Propileno glicol (INS
1520); Sorbitol (INS 420); Lactato de sódio (INS 325)
Carbonato de Ca (INS 170i), carbonato de Mg (INS 504i), fosfato tricálcio (INS 341iii), citrato de ferro
amoniacal (INS 381), silicato de Ca (INS ), ferrocianeto de Na (INS 535), alumínio silicato de Na (INS
554) e dióxido de silício/sílica (INS 551).
Agar-agar (INS 406), alginato de cálcio (INS 404), carboximeltilcelulose sódica (INS 466), Goma
adragante (INS 413), Goma arábica (INS 414), Goma caraia (INS 416), goma guar (INS 412), Goma
jataí (INS 410), mono e diglicerídios (INS ), musgo irlandês ou caragena (INS 407), celulose
microcristalina (INS 460i), goma xantana (INS 415).
90
Lecitina (INS 322), goma arábica (INS 414), polifosfato de Na e Ca (INS 452iii), citrato de sódio (INS
331iii), lactato de sódio (INS 325), e outros
Importante: Por serem inócuos não devem ser utilizados para mascarar problemas dá má qualidade
da matéria prima ou do processamento inadequado.
Origem vegetal (extraídos de folhas, frutos e rizomas): açafrão, antocianinas, beterraba, cacau,
carotenóides, urucum, xantofila, clorofila, páprica, caramelo.
Obtidos pela síntese orgânica, idêntico ao natural com estrutura químic a semelhante à do principio
ativo isolado do corante orgânico natural
Alguns edulcorantes permitidos são: esteviosídio (INS 960), sorbitol (INS 420), xilitol (INS 967),
sacarina (INS 954) e aspartame (INS 951).
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ANTIOXIDANTES: sua função é retardar ou impedir a deterioração dos alimentos, notadamente óleos
e gorduras, evitando formação de ranço, por processo de oxidação.
Os principais antioxidantes permitidos pela legislação brasileira são: acido ascórbico (INS 300), ácido
cítrico (INS 330), ácido fosfórico (INS 338), BHA (INS 320), BHT (INS 321), lecitina (INS 322), galato
de propila (INS 320), tocoferóis (INS 307).
Os conservadores permitidos são: acidos benzóico (INS 210), sorbato de potássio (INS 202), dióxido
de enxofre (INS 220), nitrato de sódio (INS 251), nitrato de potássio (INS 252), nitrito de potássio (INS
249), nitrito de sódio (INS 250), propionato de potássio (INS 283), propionato de sódio (INS 282),
ácido deidroacético (INS 260).
VITAMINAS
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
VITAMINA A
Fontes: O retinol está presente no fígado, gema de ovo, leite integral e produtos
lácteos. Já o beta-caroteno está presente em frutas e hortaliças de cor amarelo-
alaranjado, como cenoura, mamão, manga, moranga, abóbora, ou de cor verde-
escuro, como mostarda, couve, agrião e almeirão, devido à enorme quantidade de
clorofila que mascara os pigmentos carotenóides.
OBSERVAÇÕES
VITAMINA D
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VITAMINA E
VITAMINA K
Funções: participa da coagulação sangüínea e na síntese de proteínas
presentes no plasma, ossos, rins.
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
RIBOFLAVINA (vitamina B 2)
NIACINA
PIRIDOXINA
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ÁCIDO PANTOTÊNICO
Fontes: ovo, fígado, rim, levedura, couve-flor, brócolis, entre outros. Também
pode ser sintetizado pelas bactérias intestinais.
BIOTINA
Fontes: leite (humano e de vaca), fígado, gema de ovo, sendo sintetizada pela
flora microbiana intestinal.
FOLATO
COBALAMINA
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VITAMINA C
Fontes: frutas cítricas (laranja, mexerica, limão, acerola, kiwi, morango) e folhas
cruas (brócolis, repolho, espinafre).
Estabilidade da vitamina C
METODOLOGIA DE ANÁLISE
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A análise de vitaminas depende da vitamina a ser analisada, pois para cada uma é
necessária uma forma de extração ou isolamento e um método específico.
Por exemplo, carotenóides podem ser analisados por cromatografia em coluna aberta
ou por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), dentre outros métodos.
Independentemente do método utilizado, alguns requisitos indispensáveis para a obtenção
de dados confiáveis devem ser levados em consideração, como: (1) separação individual
dos carotenóides ativos e de suas respectivas formas isoméricas; (2) eliminação dos
carotenóides inativos, evitando dessa forma superestimação do valor vitamínico; (3)
medidas para evitar perdas e formação de artefatos (compostos; produtos) durante a
análise; e (4) adequação do método à natureza da amostra a ser analisada.
Para a análise de vitamina E, uma das técnicas mais empregadas para separação e
purificação é a cromatografia em camada delgada (CCD). Já a cromatografia gasosa (CG),
por sua vez, é empregada tanto para análise qualitativa quanto quantitativa, sendo possível
separar os homólogos de vitamina E, além de analisar os produtos de oxidação da vitamina
E. A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) é largamente empregada para análise
de vitamina E, e tem mostrado ser a melhor opção, já que possibilita a separação
simultânea dos diferentes homólogos.
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