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Dez/20

 Explicando que não podemos morar em apartamento (crises e gritos), ele calmamente
fala “ainda bem que não sou apenas eu que grito”. Choro bastante (por dentro), pois
suas palavras ferem...e entendo que, como está sendo criticado, ele não o quer ser, ou
não o quer ser sozinho. Quando começo a explicar o resultado destas palavras, ele me
pede desculpas rispidamente (entendo que o faz apenas automaticamente, sem
arrependimento algum);
 Pedi para comprar cx de bombom, e ele disse que me mandaria msg com os valores;
“cx nestlé ou lacta por 7,99. Quantas?”. Eu disse que trouxesse a lacta, e apenas uma.
Ele escreve “se for apenas uma, vai sair por 10,99...desculpe eu não expliquei antes”. E
eu respondi: a partir de quantas eh esse valor? E ele disse “a partir de 2cx”. Terminei
com “traga as duas então”. Notei que apenas pediu desculpas, porque estava longe e,
á tarde eu o havia explicado que quando ele me enviar uma msg com pergunta (ele
estava no supermercado), ele deve esperar a resposta por algum tempo, pois a envia,
coloca o cel no bolso e vai comprar o restante...
 Quando vai às compras, fica me mandando msg sobre as mesmas (tento detalhar o
max. possível). Já expliquei que em casa sempre podemos estar fazendo alguma
coisa...mas ele continua fazendo. Entendo que em sua mente, eu devo estar a sua
disposição, pois está me fazendo um favor.
 Jantou com as meninas na mesa...quando fui à sala, seu lado estava com o trilho
desarrumado e a parte delas suja. Ele sempre limpa a mesa no almoço. Entendi que,
como não era almoço, e não veio o pedido para limpar...então ele não o fez. Quando o
expliquei, ele limpou (estava muito ocupada para irmos à igreja).
 Pedi para comprar o creme de hidratação (as meninas sabiam e foram tb). Lá, a Stella
o lembrou do shampoo...mas ele disse que eu não o havia pedido. Calmamente o
expliquei que eu esqueçera, e que ele poderia acreditar nela (já que dividimos o
banheiro). Em momento algum, ele se mostrou arrependido por não ouvir a criança, e
sim em mostrar que eu havia errado por esquecer. Perguntei se ele assim o pensou, e
ele me disse que eu acertara.
 Ao trazer o almoço, disse que o rapaz que estava chegando de mudança no prédio lhe
perguntou onde adquirir almoço, e ele explicou onde ficava a marmitaria. Indaguei se
havia perguntado o nome do rapaz, se o tinha dado as boas vindas (já mora no prédio
há quase nove anos)...e ele seriamente me disse que não, e que quando apenas eu o
explico, é que se percebe do que deixou de fazer. FIQUEI ADMIRADA como a
convivência comigo (me diz com frequência que sou comunicativa com os outros)
quase não o faz progredir nesse aspecto.
 Conversando sobre “evoluções”, entendo que ele apenas faz certas coisas por mim:
quando está na casa de sua mãe, deita sem banho, escova os dentes na hora que vai
ao meu encontro...coisas que em casa o faz, porque tem que fazer (e quando não o
faz, eu o oriento a fazer)
 Preenchendo um formulário para mim, lhe falei uma senha (estávamos um do lado do
outro, sem intempéries); quando o pedi para dizer a senha, percebi que havia digitado
errado. Calmamente lhe perguntei porque ele colocou o dígito errado. Ele sim
plesmente me falou que digitou o que havia lhe dito e o computador “gerou aquilo”.
Entendo que ele não erra e por isso não se desculpa (é mais fácil o objeto errar do que
ele próprio);
 A Stella está com celular dele; conversando comigo, usou de palavras ríspidas, e o
repreendi por isso. No mesmo instante arrebatou o celular dela, “praguejando: me dá
meu celular, chega! Vá dormir”. Até segundos antes, estava calmo, e não querendo
retirar dela o celular”.
 Falo para ele claramente (sem interferência alguma) “Marcelo, pegue a rede da
máquina e coloque na varanda, armada normalmente. ele me pergunta como deve
colocar, como se eu não houvesse falado nada.
 Na consulta de 18/12/20 falou para a psicóloga da BR que sofre (como membro da
família) por causa do transtorno. Eu o expliquei que essa afirmação não é verdade,
pois isso não gera arrependimento (não se desculpa...a não ser depois que o explico o
ocorrido), nem mudança de comportamento.
 Esquece de beber água, mesmo sabendo de seu problema intestinal. Vai trabalhar no
escritório e, ora leva o copo, hora não.
 Dirigindo (Chamego doce), um carro vinha na contramão, e iria entrar à esquerda.
Mesmo sem espaço para os dois veículos, ele queria ir na direção do carro e continuar
seu percursso. Pedi que esperasse o motorista terminar sua intenção, para que assim
pudéssemos continuar. Ele obedeceu, mas não convencido. Entendo que como ele
está na mão correta, ele não consegue dirigir defensivamente. Expliquei que ele não o
pode fazer (sempre), pois não sabemos a índole da outra pessoa. Mas entendi que ele
não consegue conceber isso tb. Ele está certo (e que chova canivete!)

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