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Dimensão pupilar e a dinamicidade da contração

A pupila sempre foi e é fonte de maravilhosas informações, isso graças à


sua dinamicidade eterna, ao seu incansável pulsar.
Podemos definir a pupila como “o coração da Luz” para a nossa essência.
Os princípios que nos animam à sua interpretação estão baseados nos
conhecimentos da fisiologia: com o músculo esfíncter comandado pelo
sistema nervoso parassimpático e o músculo dilatador pelo sistema nervoso
simpático.
O seu comportamento estrutura são verificadas em normais condições de
luz natural e sua regulação para se interpretar corretamente a miose,
midriase ou hipus se realiza através de uma boa filmagem ou fotografia da
mesma aguardando em média de 15 a 20 segundos para que a pupila se
adapte a luz inserida sobre a mesma.
Com tal intensidade luminosa a pupila ocupa cerca de um terço da íris.
Se o diâmetro da pupila for inferior a um terço do diâmetro da íris
denominamos de miose, se ao invés, for superior denominamos Midríase.
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Miose (hiperparassimpaticotonia) – Um diâmetro pupilar inferior a um


terço indica o prevalecimento do sistema parassimpático.
O sistema parassimpático é um sistema anabólico, isto é, encarregado pela
aquisição e pela introdução de substancias nutritivas necessárias ao normal
metabolismo celular. Os seus impulsos estimulam um comportamento
voltado à aquisição de alimento, determinam um aumento das funções
digestivas e assimilativas. Estarão acentuados os estímulos da fome, da
sede, a peristalse intestinal e a secreção gástrica.

Midríase (hipersimpaticotomia) – Se o diâmetro pupilar aparecer


particularmente grande e superar a dimensão de um terço da íris
encontramo-nos de fronte a um prevalecimento do sistema Simpático. As
funções, nesse caso são de tipo catabólico, isto é, orientadas à
transformação da matéria em energia necessária à célula para o
desenvolvimento das suas atividades normais. Encontraremos mais
facilmente as taquicardias, um apetite escasso e uma digestão delicada.
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Agora, compreenderemos as características psíquicas e comportamentais


dos indivíduos que apresentam uma alteração da pupila tanto na forma
espacial quanto na sua dinâmica.

O indivíduo miótico (pupila contraída) é propenso ao sexo masculino, aos


interesses de tipo terreno como alimentação, segurança econômica e
afirmação profissional. Portanto, tornam-se importantes os sucessos no
campo econômico (uma bela casa, um automóvel melhor, etc.) e no campo
social (o sucesso e a fama, um parceiro (a) invejado pela beleza exterior,
etc.). O comportamento sexual será direcionado à conquista, à prestação
física, à duração, à aparência, à união dentro de si. Os interesses estarão
direcionados ao ambiente em que vive não somente para conseguir aquilo
que tem necessidade, mas também para melhorá-lo, para torná-lo mais
favorável a uma vida fácil.
O projeto está direcionado à conservação e à conquista.
Pode manifestar aspectos religiosos muito fortes os quais afirmar de
maneira decidida procurando impô-los aos outros, quase a ponto de tornar-
se dependente e dogmático.
Devido a todas essas características pode ir ao encontro dos excessos como:
conseguir as coisas a qualquer custo, fanatismo ideológico, sensação de
onipotência criativa, etc. ou ainda, pode ir ao encontro das mortificações do
próprio ego quando não conseguir satisfazer os próprios desejos: sensação
de ter falhado, não fui um bom pai ou uma boa mãe, sou um nada.
Podemos definir o miótico como uma pessoa sicótica, capaz de tocar
qualquer coisa e torna-la utilizável pelo homem a sua vontade. Cada uma
de suas ações visa à obtenção de vantagens econômicas, sociais e
profissionais.
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Podemos observar dois aspectos da miose em relação ao sexo masculino ou


feminino:

a) A miose em um homem: significa que o seu aspecto de Animus 1 é


fortificado pela miose, por isso encontraremos um homem ativo,
propenso ao resultado econômico das suas ações, o pensamento é
que cada constituinte do mundo é modificável tanto no sentido
ambiental quanto produtivo, a natureza é geneticamente modificável
com o objetivo de se conseguir um desempenho melhor, um produto
indestrutível e imune a vírus e bactérias. Tudo é substituível e
intercambiável, a base do lucro torna-se o consumo exasperado, cada
objeto se não funcionar deve ser jogado fora e substituído, nada é
consertado. Se não fosse assim, a economia quebraria.

b) A miose em uma mulher: significa que o seu aspecto Animus


predomina sobre a Alma, por isso será um indivíduo que assumirá
para si a figura do chefe de família, decidindo o que fazer e o que
não deve ser feito. É o caso da jovem menina que faz tudo o que os
rapazes fazem: atividades esportivas masculinas, luta livre, subir em
árvores, pilotar motocicletas esportivas, etc. De fato, no seu grupo de
amigas torna-se a líder, a chefe do grupo, aquela que assume para si
as responsabilidades e as decisões. O seu espírito será animado pela
conquista, a qual no plano das relações será visível no seu oferecer-
se, no telefonar ao rapaz que acabou de encontrar e com o qual
gostaria de ter primeiro encontro, no aspecto da sensualidade será ela
a ter a iniciativa, a ser ativa e propositiva. É bom lembrar que os
tempos da relação e as suas manifestações devem ser gerenciadas por
ela na primeira pessoa, mas na sua essência um carinho feito com
ternura, uma confirmação e um sorriso serão os elementos mágicos a
abrirem o seu coração. Aparentemente demonstrará considerar-se a si
mesma mais importante do que a outra pessoa.

1
N.: Animus: Na psicologia Junguiana, o princípio masculino da psique do ser humano.
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Na relação de casal a miose pode significar:


 Tendência a possuir;
 Relação caracterizada pela prestação sexual e pela sua satisfação;
 Dificilmente o indivíduo larga a presa;
 Mãe possessiva com relação aos seus filhos;
 Deve aprender a viver mais as sensações e as emoções puras.

Na relação a dois a miose nos indica uma pessoa com tendência voltada a
obter uma vantagem da situação: uma vantagem emocional, uma vantagem
física ou então, um resultado econômico.
O intercâmbio é unidirecional e caracterizado por uma única direção,
aquela de ter um ganho pessoal. Com o objetivo de obter tudo isso, mesmo
sob o impulso de forças inconscientes, o ser humano não vê as situações se
são arriscadas ou não, ao contrário, às vezes, põe-se em perigo com a
finalidade de vivificar a sua tendência à caça e à conquista. Um homem ou
uma mulher que desejam qualquer coisa e a obtém a qualquer custo,
dispostos a inventarem histórias, de aparecerem mais ricos e interessantes
do que são. Na verdade, o propósito final será a conquista do outro.
Satisfeito e saciado os impulsos instintivos, recomeçará de novo a corrida
para uma outra aventura que seja estimulante ao ânimo.
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O indivíduo midriático (pupila dilatada) manifestará as suas


potencialidades mais facilmente nos setores da arte, das atividades mentais
e se sentirá mais a vontade nos denominados mundos sutis. Nas suas
relações interpessoais dará maior prioridade à amizade, ao afeto, à atenção
para os outros. Normalmente, é muito disponível, encarrega-se dos
problemas alheios, possui grande dificuldade em dizer não.
O projeto está direcionado à percepção da essência, à manifestação
anímica, à busca da espiritualidade no quotidiano.
A sua força está na metabolização e na transformação, em transformar tudo
em energia. Vive o processo de doar ao mundo a essência transformada e
vivificada.
Esses aspectos pessoais inseridos em um mundo competitivo o
enfraquecem e o obrigam a viver um estilo de vida conflitante com as
próprias pulsões interiores. A sua vida se torna um contínuo stress, com
sensações de desconforto, de inadequação que o predispõe a problemas
psicoemocionais: ânsias, medos, inseguranças, ataques de pânico.
Podemos observar dois aspectos da midríase em relação ao sexo masculino
e feminino:

a) A midríase em um homem: significa o predomínio do aspecto da


Alma sobre o Animus masculino, por isso o indivíduo terá uma
grande sensibilidade interior, uma delicadeza nos gestos e
comportamentos, sempre disponível à compreensão e à integração, à
amorável compaixão. Ao mundo aparecerá como um homem
feminino embora não manifeste comportamentos homossexuais.

b) A midríase em uma mulher: significa que teremos um predomínio,


da Alma sobre a Alma feminina, o qual conduzirá o ser humano a ser
muito romântico, quase como se vivesse constantemente em um
mundo mágico de fábula, a sua voz permanece ainda infantil,
também os seus gestos e os seus comportamentos revelam uma
imaturidade. Essas pessoas consideram os outros mais importantes
do que a si mesmas, estão prontas a ceder de fronte a qualquer
dificuldade, tomam sobre os próprios ombros os erros alheios. Se
passearem por um campo, durante a primavera, cada flor será vista
como um ser maravilhoso, pararão para apreciá-la, para sentir o seu
perfume, para observar o seu ondear provocado pelo ar primaveril.
No seu coração vive a essência da beleza e da harmonia.

São pessoas que têm medo de fazerem os outros se sentirem mal.


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Na relação de casal a midríase possui o significado de:


 Tendência a receber;
 Relação caracterizada mais pelas emoções e sensações;
 Busca a beleza, a perfeição para si mesmo e para os outros;
 Relação voltada à união de interesses espirituais;
 Busca da unidade;
 Relação que tende sempre à criatividade, à transformação.

Na relação a dois podemos definir a midríase como uma pessoa que tende a
receber, a englobar os outros e as situações. Muito sensível aos gestos, às
expressões e às palavras, é uma alma que busca a sua metade espiritual
para o complemento de uma unidade interior.
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Hippus2 – É o movimento contínuo de contração e dilatação da pupila,


mesmo em condições de luminosidade constante. Isso significa que o
Nervo Vago e o Sistema Simpático não estão em perfeita sintonia entre
eles, ora predominando um ora predominando o outro.
Podemos observar dois tipos de Hippus: um de tipo harmônico onde o
movimento é de fato regular, rítmico e indica uma forte emotividade,
compreendida como o viver “de coração”.
O outro de tipo desarmônico com o movimento pupilar irregular, onde a
dilatação e a contração pupilar sucedem de modo desordenado e caótico.
Isso é mais um sinal de distonia neurovegetativa, quase como se houvesse
uma contínua competição entre o Nervo Vago e o Sistema Simpático.
As pessoas que apresentam Hippus podem manifestar distúrbios
comportamentais que podem ser polares, que podem parecer polares. Por
isso, podemos estar felizes em um instante e no momento sucessivo
estarmos tristes e depressivos, não compreendemos bem a nossa natureza e
estamos confusos sobre a nossa identidade. Não percebemos o sentido da
integração, procuramo-la de modo exasperado, mas as forças interiores não
estão programadas para desempenhá-la.

2
N.: Hippus (pronuncia-se hĭp'əs) trata-se de termo inglês designando a atetose pupilar, com
característica espasmódica e rítmica (<0,04 Hz), movimento pupilar irregular de contração e dilação dos
músculos esfíncter e dilatador da pupila. Hippus Pupilar origina-se do grego hippos significando cavalo,
talvez devido ao ritmo das contrações e dilatações que representariam um cavalo a galope.
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Anisocoria3 – apresenta-se quando estivermos na presença de uma


diferença entre o diâmetro das duas pupilas. Devemos estar atentos para
excluir a presença de doenças orgânicas cerebrais, irritação da medula
espinhal cervical ou, então, de traumatismos oculares que podem
manifestar-se com uma anisocoria.
A anisocoria faz parte daqueles sinais microsemeióticos irideos que nos
indicam a possibilidade do surgimento de manifestações violentas,
improvisas e não esperadas. Essas reações podem ser desencadeadas por
episódios de: ciúmes, inveja e suscetibilidade.

Na verdade o ser humano apresenta dificuldades em focalizar a imagem, o


ponto a ser observado desfoca-se, por isso pode sentir-se incomodado e não
ter as ideias claras sobre o que fazer, então, um estímulo banal pode ser mal
compreendido e provocar uma reação exagerada.

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N.: Anisocoria s. f. (med.) fenômeno mórbido caracterizado pela dilatação desigual das pupilas. F. gr.
Anisos (desigual)+kore (pupila)+ia.
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A MORFOLOGIA DA OPI4 E AS CARACTERÍSTICAS PSÍQUICAS


(Lembre-se de fazer a associação entre os tipos de pupila e a OPI)

OPI HIPERTRÓFICA
 Indivíduo impetuoso com uma grande carga energética;
 Volitivo, otimista;
 Confiante em si mesmo;
 Tendência a ter reações exageradas diante de estímulos externos;
 Grande desejo de fazer, de concluir, de realizar projetos;
 Rigidez comportamental;
 Pode vivenciar uma raiva não expressa. É como se essa raiva não
expressa se evidenciasse através da exagerada forma morfológica da
OPI.

Se for uma pessoa com uma vida equilibrada, com bom planejamento,
provavelmente existirá um bom equilíbrio do fígado, uma vez que segundo
a MTC5, o fígado está ligado como o projeto na sua fase inicial. As
constituições mistas biliares e hematogenas são as que mais sofrem com a
genética hipertrófica.
Se houver o correto equilíbrio com cada uma das probabilidades verificar-
se-á essa situação, se houvesse um desequilíbrio prevaleceria
provavelmente uma situação de raiva não exprimida.
Se a íris com OPI I apresentar o maior número de sinais na região frontal
podemos estar de frente a um indivíduo com tendência à cólera que pode
ser crônica ou, então, ocasional e imprevisível. Criticam sempre tudo e
todos, nada está bem nunca, poderia ser feito algo melhor e mais perfeito.
Devido a baixa nutrição atual, poluição e stress esses indivíduos possuem
um desgaste oxidativo elevado, apresentando um desequilíbrio de ação e
reação. A necessidade de oligoelementos OPIs se faz necessário por um
período de no mínimo três meses ao ano para manter seu equilíbrio.

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N.: OPI abrev. de Orla Pupilar Interna, trata-se do prolongamento anterior da estrutura retiniana e
apresenta-se como um anel desconexo sobre a borda da pupila. Além das indicações clínicas a OPI
caracteriza-se como área de referência diatésica.
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N.T.: MTC abrev. de Medicina Tradicional Chinesa
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OPI HIPOTRÓFICA
 Equilíbrio, pouca paixão. É aquele que se contenta quando consegue
encontrar o próprio equilíbrio em função do fato de não exigir e não
pedir;
 Calmo, metódico, controlado;
 Melancólico, triste;
 Apático, abúlico;
 Pessimista, disléxico;
 Distraído, depressivo.

Todas essas características podem convergir a uma “hipoatividade”,


enquanto a OPI hipertrófica se tratava de um volitivo, cheio de energia e
ansioso por fazer.

OPI ATRÓFICA
 Indecisão, volubilidade;
 Direcionalidade se motivado por uma aspiração;
 Depressão profunda;
 Neurose, medo;
 Falta de vitalidade;
 Confusão, inatividade;
 Desgosto pela vida.

Trata-se da típica pessoa que poderia realizar um trabalho ocioso a ponto


de chegar a um desgosto pela vida, a menos que desenvolva uma atividade
que o apaixone muito.
Podemos encontrar pessoas inquietas, ansiosas, hiperemotivas, com
tendências à hipocondria e à somatização, são pessoas que vão ao encontro
de um fácil esgotamento.

OPI PARCIALMENTE ATRÓFICA


 Idealismo;
 Fanatismo;
 Angustia;
 Pessimismo;
 Emotividade;
 Pânico;
 Fobia.
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Ao observar uma OPI parcialmente atrófica, parcialmente hipotrófica ou


parcialmente hipertrófica percebemos que existe um desequilíbrio entre a
parte superior normotrófica6 ou hipertrófica e a parte ventral que é atrófica,
isso nos indica a presença de um desequilíbrio entre o alto e o baixo, mente
e corpo.
O indivíduo poderá viver intensamente a sua parte inferior desenvolvendo
uma grande sensibilidade, uma forte emotividade por vezes chegando a um
ataque de pânico ou a períodos de forte angustia.
Por um outro lado, se predominar a força superior do corpo humano
poderemos ter o predomínio da função cerebral, serão pessoas com ideais
bem enraizados, com fortes convicções podendo exprimir um senso de
justiça intenso e exagerado. Às vezes, são pessoas com idéias fixas,
desenvolvendo fobias ou tornando-se fanáticas por um ideal, por um
princípio político ou religioso.

6
N.: Normotrófico de normo + trófico (normo = norma, regra, ordem, normal, normalidade; trófico =
relativo à nutrição dos tecidos e dos órgãos), portanto, significaria a normal nutrição dos tecidos e
órgãos; por conseguinte, normal funcionalidade, forma e localização.
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DEFORMAÇÕES PUPILARES

ACHATAMENTOS PUPILARES

As deformações pupilares fazem parte dos sinais dinâmicos, isto é, capazes


de modificarem-se ao longo do tempo. São determinadas pela interação de
forças opostas: a do músculo esfíncter ocular, concêntrico à pupila,
inervado pelo sistema parassimpático e a do músculo dilatador, radial,
inervado pelo sistema simpático. Quando as duas tensões determinadas
pelos músculos em todos os setores forem idênticas, a pupila será redonda,
quando em um determinado ponto prevalecer um dos dois componentes
musculares, a pupila se deformará.
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Avaliação sobre o plano físico:

Na presença de uma deformação pupilar, a nossa primeira hipótese é que


existam problemas na coluna vertebral, lembrando que os problemas da
coluna, na maioria das vezes, possuem origem nos problemas emocionais.
Lembre-se: A região cervical esta relacionada com os problemas do
mundo, o estresse e a pressão da sociedade, da profissão da parte
financeira. A região dorsal esta relacionada com a família, as
responsabilidades e os sentimentos de como se essa pessoa sozinha fosse a
responsável pelo núcleo familiar. A região lombar esta relacionada com os
antepassados, como é a relação com os pais, os avós, etc. Você esta nessa
vida graças aos seus antecessores, e um dos grandes remédios é a gratidão.

 Atlas às 12 horas;
 Coluna cervical das 12 horas às 2 horas
(12-10);
 Coluna dorsal das 2 horas às 4 horas
(10-8);
 Coluna lombar das 4 horas às 6 horas
(8-6);
 Sacrococcígeo às 6 horas.

O estudo da coluna vertebral, neste caso, se realiza observando a orla


pupilar interna, de acordo com a clássica interpretação dada pelo Dr. Rizzi.

Portanto, uma deformação que aparece em um determinado setor da pupila,


deve induzir-nos a verificar se o problema não é em função da coluna
vertebral. Devemos nos informar sobre a presença de dores vertebrais, de
limitações funcionais ou se não é o resultado de traumas pregressos.
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A avaliação sobre o plano psicoemocional:

As deformações pupilares podem comprometer setores mais ou menos


extensos da circunferência pupilar.

Deformações pupilares simples:

São aquelas deformações que comprometem um dos oito setores que


levarei em consideração.

Deformação na parte frontal da pupila: indica-nos um excesso do Superego.


Os condicionamentos recebidos na idade infantil e puberdade foram
particularmente fortes, por isso a função de autocensura desenvolveu-se
excessivamente.
O Superego está interferindo nos desejos e aspirações, limitando as
iniciativas pessoais não condizentes com os princípios éticos.
A resposta que muito freqüentemente é formulada pelo paciente à pergunta
se há alguma coisa na vida que ele gostaria de fazer é: “Gostaria, mas não
posso”. É justamente a sensação de “não posso” que nos informa sobre a
excessiva atividade do Superego.
Obtida a confirmação de que existe no interior do ser humano esse
elemento que limita o fluxo das suas instâncias, devemos então indagar
sobre eventuais condicionamentos derivados de uma educação social ou
religiosa muito inibidora.

Deformação do setor nasal superior: indica-nos as influências que o


ensinamento religioso pode ter tido sobre o comportamento atual da pessoa.
Sabemos o quão poderoso é o condicionamento religioso sobre o Superego
de uma criança quando os ensinamentos são associados aos sentimentos de
culpa e às possibilidades de punição.
Quando nos encontrarmos diante de uma deformação nesse setor, a
primeira pergunta que deverá ser feita é se houve uma educação de tipo
religioso muito forte e impositiva.

Deformação do setor temporal superior: podemos ler nesse setor a


influência da família: a educação, a eventual excessiva severidade dos pais
e, em geral, como era todo o ambiente no qual a criança cresceu (avós,
professores, etc.). Portanto, todos os formadores do comportamento
direcionado aos outros, ao social, podem deixar um traço nesse setor. O
Superego é programado com uma resposta automática, freqüentemente
inconsciente: “certo ou errado”.
Esses ensinamentos recebidos condicionaram então, por toda uma vida, o
comportamento do indivíduo.
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No indivíduo adulto, nesse setor, também pode ser evidenciada a influência


do julgamento dos outros sobre as escolhas pessoais.

Deformação do setor nasal: corresponde ao Ego, por isso podemos estudar


a relação consigo mesmo, os conflitos interiores, a auto-aceitação, a auto-
estima, como a pessoa se relaciona consigo mesma, se existe tensões
interiores. Encontrar nesse setor o maior numero de sinais nos permite
supor a existência de uma situação de não completa e serena aceitação das
próprias características físicas e intelectuais. Porém, atenção porque não é
importante a entidade objetiva do problema, mas sim a forma de como o
indivíduo o vive. Às vezes, é o esquema corpóreo que não satisfaz (talvez,
até mesmo sem um único defeito que seja); outras vezes, trata-se de
complexos de inferioridade; ainda em outros momentos, pode trata-se de
uma insatisfação relacionada com o que se conseguiu na vida.

Deformações do setor temporal: zona de projeção do Os7, onde


encontramos as tensões que podem surgir da relação da pessoa com o
ambiente externo. A área do OS é reflexo do Ego. Na região do OS
intervêm duas forças: uma que parte do interior, pessoal (na qual a pessoa
se oferece ao mundo) e outra que nasce no ambiente externo como
realidade capaz de aceitar ou não as várias propostas. São duas forças que
seguem sentidos contrários uma a outra, uma retificação nessa zona poderia
representar o contraste entre aquilo que a pessoa deseja ou gostaria de
estabelecer no mundo e a aceitação ou rejeição da parte do ambiente.

Deformações do setor ventral: é a área de pertinência do Es8, pode nos


indicar um bloqueio das pulsões, uma dificuldade em fazer fluir as
solicitações internas. Talvez, seja útil recordar que freqüentemente essas
pulsões acabam exigindo uma postura contraditória com a do
comportamento normal. As vias privilegiadas para fazer fluir as pulsões
interiores são aquelas de atividades que não requerem um autocontrole, por
exemplo: a dança, a pintura, a música, a corrida.

Deformações do setor temporal inferior: achatamentos nesse setor nos


indicam dificuldades em experimentar o prazer. A pergunta mais simples a
ser feita, é se a pessoa quando vai se deitar se sente feliz, tranqüila e pensa
de ter vivido um belo dia.
O sentimento de satisfação do prazer é fundamental para um ótimo
equilíbrio interior.

7
N.: Os. Termo que significa Ousar.
8
N.: Es. Termo de origem alemã que significa “ele, isso”, designa na teoria psicanalítica uma das três
estruturas mais conhecida como “id”.
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Caso haja uma efetiva carência de prazer, o conselho a ser dado será aquele
de reconquistar os próprios hobby, de pensar novamente em algum projeto
infantil e tentar de colocá-lo em prática. Se o mundo externo não doa a
possibilidade de experimentar o prazer, tentemos criar dentro de nós um
mundo diferente, de modo tal que as pulsões do Es dirijam-se a esse mundo
e possam ser satisfeitas.

Deformações do setor nasal inferior: refere-se às energias que são capazes


de alimentar a nossa parte inconsciente. Movemo-nos, às vezes, de modo
não bem definido, perceptível mais pela intuição do que pela razão. Partes
dessas energias devem ser consideradas em relação ao inconsciente
coletivo e partes às forças que emanam do ambiente e do cosmos.
Freqüentemente essas deformações estão associadas a situações de cansaço,
de mal-estar, que melhoram mudando-se o ambiente. Sobretudo, são os
ambientes ricos de energia como o mar e montanhas, áreas ricas de árvores,
às vezes, uma árvore em particular que são capazes de revigorar uma
pessoa comprometida. Nesse setor pode manifestar-se a influência do
inconsciente familiar.
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Resumindo:

Lado ventral = tensões ou bloqueio do Es;

Lado temporal = dificuldade de ousar o ambiente que rejeita as


iniciativas;

Lado frontal = excesso de autocensura ou necessidade de


autocontrole;

Lado nasal = problemas interiores consigo mesmo;

Lado temporal superior = condicionamento do Superego por parte da


família ou da escola;

Lado temporal inferior = escasso prazer;

Lado nasal superior = condicionamento do Superego por parte da educação


religiosa;

Lado nasal inferior = dificuldade em reabastecer-se de energias sutis.

Prosseguindo essa análise podemos levar em consideração um setor


completo como o temporal e o nasal, avaliando os aspectos complexos.
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Setor temporal: relação com o ambiente.

De um ponto de vista energético, o estado de saúde, de bem-estar está


sempre em relação de equilíbrio com as energias que gastamos e aquelas
que adquirimos.
A energia que colocamos no ambiente através do OS, deve regressar como
uma energia que por um lado alimente o ES e por outro assegure ao
Superego a validade social-religiosa do nosso comportamento.
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As emoções que acompanham essas energias são a gratificação e o prazer.


A gratificação retorna como uma mensagem recebida pela estrutura do
Superego como um reconhecimento do ambiente pelo nosso
comportamento em sintonia com as expectativas (a mensagem: você foi
muito bem). Por sua vez, o prazer é sentido pelo ES como uma satisfação
das suas próprias instâncias (a sensação será: fui muito bem).
No momento em que nós investimos certa dose de energia e essa retorna
como gratificação que acalma o Superego e como prazer que acalma o ES
temos una sensação de segurança (segurança para enfrentar o mundo).
Os três componentes: segurança, prazer e gratificação tornam-se
fundamentais para o equilíbrio na relação entre nós e o ambiente. Se faltar
um desses três componentes estaremos energeticamente desbalanceados,
isto é, a energia que nós investimos não será compensada por aquela que
retorna.
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Setor nasal: relação consigo mesmo

Voltemos agora, com a nossa análise microsemeiótica iridea flor de íris, ao


estudo dos equilíbrios da parte mais íntima do indivíduo analisando o setor
nasal.
Modificações da circunferência no setor nasal médio poderão estar
relacionadas às alterações dos equilíbrios na parte mais íntima da
personalidade: o Ego.
As deformações pupilares podem ser relacionadas às sensações de
inferioridade, à baixa auto-estima e aos problemas de auto-aceitação.
As alterações na zona nasal inferior nos indica que o indivíduo apresenta
problemas de contato com o inconsciente coletivo, a parte do inconsciente
que não depende das experiências pessoais, mas que está ligada às
experiências da espécie humana.
Como o inconsciente pessoal está ligado às experiências removidas e aos
complexos, da mesma forma o inconsciente coletivo está ligado aos
arquétipos (forças primordiais que organizam as formas). Tais forças se
exprimem no âmbito irideo através de símbolos.
Portanto, podemos supor que os problemas relacionados ao inconsciente
coletivo se comprovem mediante as deformações pupilares e que estas
mesmas poderão ser esclarecidas através dos símbolos.

O setor nasal superior, além das influências da educação religiosa, fornece


informações relativas sobre a relação do Ego com o estímulo para a
evolução pessoal, com a ânsia tipicamente humana de melhorar a própria
vida, o próprio conhecimento, a própria espiritualidade.
Encontraremos nesse setor as informações sobre os bloqueios ou sobre as
dificuldades que criam obstáculos a tal evolução, problemas que podem
determinar um consumo excessivo ou uma estagnação de energia, com a
conseqüente sensação de mal-estar.
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Podemos analisar o setor nasal aplicando a teoria da psicossíntese de


acordo com Assaggioli9. Esse autor teorizou a possibilidade de
identificarmos no inconsciente, três níveis denominados: inferior, médio e
superior.

O inconsciente inferior corresponde ao inconsciente que já vimos, formado


por um inconsciente pessoal e um coletivo, manifesta-se através das
instâncias do ES.
Encontra a sua posição no setor nasal inferior.
O inconsciente médio representa o não conhecido que podemos alcançar
com a nossa consciência. Em outras palavras, tudo aquilo que não
conhecemos, mas que pode se tornar consciente. É o Ego que, por meio da
consciência, consegue contatar-se com a parte inconsciente e dialoga com
essa.
Encontra a sua posição no setor nasal médio.

O inconsciente superior é sentido pelo homem através da alma e permite,


uma vez que tenha ocorrido o contato, o progredir na estrada da evolução
pessoal. O inconsciente superior representa aquilo que existe além e acima
de nós, aquilo que é mais evoluído e que está mais à frente, por isso a
presença de deformações pupilares nessa área indica a existência de
problemas ou de tensões que dificultam a evolução pessoal. Encontramo-
nos em um campo de energias muito “sutis”, que determinam a diferença
entre o homem e o animal, isto é, a capacidade de poder evoluir no sentido
superior, em direção ao Divino.
9
Roberto Assagioli (Veneza, 27/02/1888 – Capolona d’Arezzo, 23/08/1974) psiquiatra italiano, fundador
da escola de Psicologia denominada Psicossíntese.
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Um achatamento nesse setor pode, portanto, indicar a presença de


problemas espirituais, um bloqueio na vida evolutiva. É aconselhável neste
caso o estudo da íris com a grade interpretativa da microsemeiótica iridea
espiritual.
Estudamos esse aspecto observando a região nasal superior.
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PSÍQUE E ÍRIS – OS QUADRANTES

Volto a considerar os oito setores pupilares fazendo uma recapitulação


completa com relação à área ciliar.
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Representação dos setores com os relativos graus.

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