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Instituto Latinoamericano de Ciencias da

Vida e Natureza

NICOLAS GUZMAN

Universidad Federal De Integración Latinoamericana


(UNILA)
Tutor: Maria Leandra Terencio

Portfólio de:

Matriz de Funcionamento Sistêmico Biológico III.

Foz do Iguaçu, PR. 2020.6


1
Sumário:
Portada_____________________________________________________1

Sumário____________________________________________________2

Apresentação________________________________________________3

Dedicatória__________________________________________________4

Situação-Problema 1___________________________________________5

ATP SP1___________________________________________________11

Estudo do caso 1__________________________________________16

Situação-Problema 2 e 3______________________________________33

ATP 2 e 3_______________________________________________38

Estudo do Caso 3_________________________________________46

Situação-Problema 4:_________________________________________58

ATP 4____________________________________________________63

Estudo de Caso 4____________________________________________67

Situação-Problema 5_______________________________________74

ATP5__________________________________________________82

Estudo do Caso5_________________________________________87

Situação-Problema 6______________________________________

ATP 6_________________________________________________

Estudo de Caso 6_________________________________________

2
Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus, guie-me o teu
bom Espírito por terreno plano.

Salmos 143:10.

Apresentação:
Meu nome é Nicolás Guzmán, sou da República Dominicana e tenho 20
anos. Sou uma pessoa que se considera vitoriosa, porque apesar dos erros e
dos belos momentos da vida, sempre segui em frente. Algo que reconheço
é que não foi por minha força, mas pela ajuda de Deus, porque,
literalmente, ele não me abandonou por um único momento na vida, ele
cuidou de mim, me abençoou protegido desde o momento em que nasci até
agora.

Como tenho razão, sempre me preocupei em me superar e, embora não


tenha sido fácil, mas pela graça de Deus que vim aqui, lembro-me daqueles
momentos na escola e no ensino médio como se fossem lembranças de
ontem. Viver o que vivi me faz acreditar que há um amanhã melhor, porque
o Nicolás que hoje está aqui se viu em momentos de sua vida em que teve
que lavar os sapatos na rua para comprar um pão com refrigerante na
escola. Agradeço a Deus pela oportunidade UNILA, por estar neste local
para realizar meu sonho e sei que um dia direi me virei médico.

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Dedicatória:
Um novo ciclo se abre, uma nova jornada começa, assim como os
semestres anteriores, quero fazer o mesmo agora e é dedicar em primeiro
lugar este documento de trabalho a Deus, que me ajudou até agora a
superar todos os obstáculos que me atravessam, Foi ele quem não me
abandonou nos momentos sombrios e me deu forças para vencer. Em
segundo lugar, quero dedicar meu portfólio a pessoas muito especiais em
minha vida, como minha família (principalmente minha mãe), que apesar
de tudo, eu a amo muito e quero que ela se orgulhe de mim. Por último,
mas não menos importante quero dedicar esse portfólio a cada pessoa que
acreditou em mim e que, de uma maneira ou de outra, semeou uma
pequena semente para eu seguir adiante (minha igreja, meus amigos e
minha comunidade).

Justificativa:
Na vida, a coisa mais importante (considero eu) é fazer as coisas com
algum significado, ou melhor, dito com alguma intencionalidade. Por essa
razão eu quero fazer este portfólio com um sentido muito especial, pois ele
vai demonstrar ao final da jornada o tão avançado ou não eu estarei, tendo
isso em conta vou dedicar o tempo que fosse necessário para fazê-lo bem, e
que eu mesmo me senta orgulhoso de meu trabalho.

Objetivo Geral:
Através deste portfólio, pretendo capturar de maneira didática e
compreensível meus conhecimentos e conhecimentos sobre o módulo.
Quero que, no final da jornada, eu possa ter excelentes resultados que serão
evidentes no campo do trabalho (já no futuro). Eu quero crescer de uma
maneira extraordinária, onde eu possa desenvolver capacidades
incontestáveis que ainda não foram reveladas, eu quero fortalecer minha
liderança e ser reconhecido como um bom aluno, entre outros.

Dentro desse crescimento tem uma parte importante que é sobre meu
desenvolvimento no grupo das tutorias, eu espero que eu seja um bom
aluno, um bom colega e uma boa pessoa, que durante as aberturas e os
fechamentos possa ter uma boa participação e que minha participação seja
de proveito para todos.
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Contrato de convivência:
 Limite de tolerância de 15 minutos (salvo causa justificada).
 Intervalo de 20 minutos.
 Alimentos permitidos (não com cheiro fortes).
 Telefone em silencio.
 Ambiente de respeito.
 Corrigir o colega de maneira educada.

Situação-Problema 1
Abertura de Caso: E esse exame?

Problemas:
-O Bruno relata palidez, sonolência e dificuldades de concentração há um
tempo;
-Bruno possui uma dieta inadequada;
-O eritrograma de Bruno está alterado segundo os valores de referencia
apresentados;
-Bruno não entende a relação entre a sua dieta e seus exames;

Hipóteses:
-Correlacionando os sintomas relatados e o resultado do exame pode-se
supor que Bruno está anêmico;
-A anemia de Bruno é causada por sua dieta inadequada, possível
deficiência em ferro; não necessariamente, pois a gente possui um grande
estoque de ferro.
-Os sintomas de Bruno são provocados por uma oxigenação inadequada
dos tecidos;
-Pode-se deduzir que a anemia de Bruno é ferropriva por conta dos valores
de hemoglobina e hematócrito fora dos valores de referencia;
-Bruno não possui anemia megaloblástica, pois seu VCM está abaixo da
referencia, enquanto se fosse megaloblástica ele deveria estar acima da
referencia;
-Os mecanismos de formação e destruição de hemácias são dependentes da
quantidade de hemoglobina;
-O RDW é um índice de variância dos tamanhos das hemácias;
5
QAS:

1- Como ocorrem os processos de formação e destruição das


hemácias? Qual é o papel da hemoglobina sobre esses processos?

2- O que significa as siglas presentes no eritrograma da SP e o que


cada alteração indica?
3- De que forma a dieta inadequada pode afetar esse eritrograma?
4- De que forma a dieta inadequada pode afetar esse eritrograma?
5- De que forma a anemia de Bruno provoca os sintomas que ele
relata? (palidez, sonolência e dificuldade de concentração)

Reflexão inicial da Abertura:

Hoje foi a nossa primeira abertura e bommm, na verdade eu me senti um


pouquinho perdido por causa do eritrograma já que eu nunca tinha visto um
e muito menos sabia como identificar cada coisa, mas eu acho que a gente
se deu bem, alcancei ver um bom desenvolvimento do grupo, acho que
cada um tem muita coisa que aportar para o nosso aprendizado, gostei
muito de cada pessoa e da temática da professora. Até que foi uma ótima
abertura, comparada aos passados semestres a gente fez melhores hipóteses
e ate melhores QAS, a minha participação eu acho que foi boa, mas não
ótima já que para que fosse assim tem que ser como eu sempre sou... Que
falo muito e que eu que falo possa caber dentro do necessário.

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QAS:

1- Como ocorrem os processos de formação e destruição das


hemácias? Qual é o papel da hemoglobina sobre esses
processos?

- O processo de produção e maturação das hemácias é chamado de


eritropoese a qual começa na medula óssea vermelha com uma célula
precursora conhecida como proeritroblasto. O proeritroblasto se divide
varias vezes produzindo células que começam a sintetizar hemoglobina.
Perto do final da seqüência de desenvolvimento o núcleo é ejetado e se
torna um reticulócito. A perda do núcleo faz com que o centro da célula
sofra uma endentação, produzindo o formato bicôncavo diferencial das
hemácias e dando origem ao reticulócito (formato jovem da hemácia) o
qual passa para os capilares sanguíneos. Durante a transição de
reticulócitos para hemácias maduras, as mitocôndrias e os ribossomos são
perdidos, assim desaparece a capacidade de realizar o metabolismo
oxidativo e sintetizar hemoglobina. Se a capacidade de transportar oxigênio
do sangue diminui porque a eritropoese não está acompanhando a
velocidade de destruição das hemácias, um sistema de feedback negativo
aumenta a produção de hemácias, por isso é dito que o principal estimulo á
eritropoese é a hipoxia, que consiste na diminuição da capacidade de
transportar oxigênio no sangue.

Agora bem, tal processo de produção de hemácias é controlado por dois


componentes importantes que é o hormônio de eritropoetina (formado
principalmente nos rins) e a oxigenação tecidual. Esses dois processos
ajudam a manter regulada a massa total dos eritrócitos dentro de limites
estreitos (de modo que (1) um número adequado de hemácias sempre esteja
disponível para o transporte adequado de oxigênio dos pulmões para os
tecidos; e (2) as células não sejam tão numerosas a ponto de impedir o
fluxo sanguíneo) e também ajudam a que as condições que causem
diminuição da quantidade de oxigênio transportado para os tecidos
normalmente aumentam a intensidade da produção de hemácias.

- Após cerca de 120 dias em circulação, em virtude de seu esgotamento


metabólico e alterações degenerativas, as hemácias são removidas e
destruídas intracelularmente em células do sistema monocítico-
macrofágico, especialmente no baço, fígado e medula óssea.

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- De grande interesse é o mecanismo pelo qual as hemácias mais velhas são
reconhecidas e eliminadas de circulação. Vários fatores contribuem para
isto em especial a redução da atividade metabólica e oxidação da
hemoglobina. Um mecanismo aceito para explicar a eliminação de
hemácias envelhecidas é a formação de agregados de proteína de banda 3
estabilizados por moléculas de hemoglobina oxidadas (hemicromos). Esses
agregados seriam reconhecidos como antígenos por anticorpos IgG
autólogos e complemento. Com a deposição de uma densidade crítica de
anticorpos e moléculas de complemento, as hemácias senescentes seriam
reconhecidas e eliminadas.

Uma vez fagocitada, a hemácia é decomposta em seus componentes, sendo


os mais importantes: a membrana e a hemoglobina. Proteínas e fosfolípides
de membrana são digeridos. A hemoglobina é decomposta em globina (que
é metabolizada dando origem a aminoácidos) e o heme, que por sua vez,
com a abertura do anel da protoporfirina, libera o ferro e forma a
bilirrubina.

2- O que significa as siglas presentes no eritrograma da SP e o


que cada alteração indica?

Analise da serie vermelha:

A análise da série vermelha contempla a quantificação de eritrócitos,


hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM,
HCM, CHCM, RDW), bem como o exame microscópico da morfologia
eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises fornecem subsídios para o
diagnóstico das principais causas de anemias.

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 Hemácias: Contagem de eritrócitos (CE) : 10³+³ /mm³
 Hemoglobinas (Hb): é o principal componente dos eritrócitos e é
responsável pelo transporte de oxigênio e dióxido de carbono.
 Hematócrito (Ht): refere-se à percentagem ocupada pelos glóbulos
vermelhos ou hemácias no volume total de sangue. Caso o valor seja
inferior à média, significa que existe pouca quantidade de glóbulos
vermelhos circulantes.
 Volume Corcuspular Médio (VCM): indicador do tamanho celular
quando comparado com valores de referência espécie-específicos
que permite a classificação celular em macrocitose, microcitose ou
normocitose.
 Hemoglobina Corcuspular Media (HCM): indicador do conteúdo
médio (massa) de hemoglobina em um eritrócito individual.
 Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM):
indicador da concentração média de hemoglobina nos eritrócitos
individualmente que permite a classificação celular em hipocromia
ou normocromia.
 Red Cell Distribution Width (Amplitude de Distribuição dos
Glóbulos Vermelhos RDW): que avalia a amplitude da superfície
dos eritrócitos.

Quando um paciente com anemia (Hb abaixo do valor padrão) se apresenta


com o VCM e HCM diminuídos, denomina-se anemia microcítica e
hipocrômica; se o VCM e HCM estiverem dentro dos valores da faixa de
normalidade, a anemia é normocítica e normocrômica; e se o VCM
estiver elevado (não há HCM elevado!) a anemia é do tipo macrocítica.

3- De que forma a dieta inadequada pode afetar esse


eritrograma?

Uma dieta inadequada pode afetar significativamente os resultados de um


eritrograma, pois a dieta normal de uma pessoa tem nutrientes essências os
quais ajudam a ter um nível adequado como também o bom funcionamento
dos eritrócitos no sangue. Porém, como já sabemos uma dieta com baixos
níveis de ferro, vitamina B12 ou até mesmo ácido fólico, pode ocasionar
uma queda nos níveis de hemácias no sangue, tal fato pode indicar até uma
possível anemia. Para uma pessoa ter uma anemia por deficiência de ferro
tem que ter estourado o estoque de ferro que tem.

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4. De acordo com os sintomas relatados por Bruno e os resultados
de seus exames, quais os tipos de anemias possíveis que ele
tenha?

Dentre das anemias mais comuns as quais precedem de um baixo nível de


eritrócitos no sangue, como por exemplo, (a hemoglobina e o hematócrito
estão baixos), são às anemias nutricionais, as quais podem ser causadas por
deficiência de ferro, pela falta de vitamina B12 como também falta de
ácido fólico.

Agora bem, de acordo aos valores apresentados no eritrograma e aos


sintomas relatados pelo Bruno, a anemia que ele tem o é hipocromica e
microcitica. Na qual a principal causa é a carência de ferro. Esse tipo de
anemia está interligado a uma diversidade de fatores etiológicos, dentre os
quais se destacam o baixo consumo de alimentos de origem animal,
levando a deficiência na ingestão de ferro, em especial na forma heme. É
dizer que a diminuição ou ausência das reservas de ferro no organismo,
pela má absorção ou a não ingestão suficiente de alimentos, envolvem os
fatores carências que podem evoluir para anemia ferropriva.

5. De que forma a anemia de Bruno provoca os sintomas que ele


relata? (palidez, sonolência e dificuldade de concentração)

Deficiência de ferro pode gerar redução da capacidade funcional de vários


sistemas orgânicos, estando associada á alteração do desenvolvimento
motor e cognitivo em crianças, redução da produtividade no trabalho e
problemas comportamentais, cognitivos e de aprendizado em adultos. As
queixas costumam ser leves, pois a anemia se instala de maneira insidiosa,
gerando adaptação, e há pacientes completamente assintomáticos. Pode-se
observar palidez cutaneomucosa, fadiga, baixa tolerância ao exercício,
redução do desempenho muscular, perversão alimentar ou pica (desejo e
consumo de substancias não nutritivas como gelo, terra, sabão, argila),
baqueteamento digital e coiloníquia (unhas em forma d colher), atrofia das
papilas linguais, estomatite angular e disfagia (formação de membranas
esofágicas ou síndrome de Plummer-Vison).

As anemias podem ser causadas por três componentes principais:


Diminuição de produção dos eritrócitos, alteração na produção, deficiência
de nutrientes.

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Referencias Bibliográficas:

Bain B.J. – Células sanguíneas. 2ª edição, Artes Médicas, Porto Alegre,


1997.

Hoffbrand AV, Petit JE, Moss PAH – Essential haematology. 6th edition,
Blackwell Science, Oxford, 2013

Antonio Zago. M. Passeto Roberto F. Tratado De Hematologia, 1ra


Edição. São Paulo, Editora Atheneu, 2013

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ATP do Caso 1:
E esse exame? 05-03-2020
Prof. Dra. Fabiana Aidar Fermino
Bruno: Personagem da SP.
 Pálido e assustado!
 Queixa, palidez, sonolência, dificuldade de concentração.
 Hemograma Alterado.
Hemograma:
Exame que da informação do sangue do paciente.
Informação quantitativa dos elementos figurados, e também informações
qualitativas. O hemograma é realizado com uma parte do sangue do
paciente. Essa quantidade de sangue vai pro laboratório e libera a
quantidade dos elementos que a gente tem no sangue.
Hipóteses: Bruno tem anemia?
Anemia:
Baixa concentração de Hemoglobina (Redução de contagem de hemácias
por volume sanguíneo).
- Diminuição da quantidade de anemia de hemoglobina no sangue.
- Diminuição da contagem de eritrócitos no sangue.
Quantidade adequada de hemoglobina numa quantidade adequada de
hemácias.

Análise do Eritrograma-série vermelha:


Um hemograma fornece 7 índices que nos ajuda avaliar a série eritrócitos;
 Contagem de células (RBC): Hemoglobina (Hb):
 Hematócrito (Ht):
 Volume corpuscular médio (VCM):
 Hemoglobina corpuslar média (HCM):
 Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM):
 Contagem de reticulócitos:

Quais mecanismos?
Existem vários tipos de anemia!
Deficiência (total ou parcial) na eritropoese
Ou
Destruição anormal – Hemólise
Eritropoese: Produção dos eritrócitos
12
Regulação da Eritropoese: Eritropoeitina
Rim – Oxigênio – Altitude
Precursores eritróides – medula óssea
Medula óssea vermelha: Produção dos elementos do sangue.
-É um dos sítios onde acontece a hematopoese e a eritropoese.
Eritropoese:
As células eritróides passam por diversas fases de maturação –B12- ácido
fólico, quando ocorre a síntese de hemoglobina- Ferro.

Hemácias – Eritrócitos – Glóbulos vermelhos.

Características:
Ausência de núcleo: reduz tamanho e peso
Disco bicôncavo
Membrana que confere deformabilidade
Hémacias: carregar hemoglobinas, hemoglobinas: carregar oxigenio.

Hemoglobina: É uma proteína sintetizada e acumulada pelos eritroblastos.


Função primordial: carregar oxigenio.
Características: É formada pelas cadeias de globinas e pelo núcleo heme.

Núcleo Heme: ferro - protoporfina


Globina: 2 cadeias alfa e 2 cadeias
A produção da hemoglobina depende da presença de uma quantidade
adequada no organismo, principal substrato para produção dessa proteína.

Ferro:
Substrato que tem várias funções no organismo.
 Vem da nossa dieta.
 A principal fonte é a proteína animal (carne vermelha).
Dieta:
Ele fica armazenado no fígado,
Depende:
 Absorção,
 Transporte e metabolismo,
 Perdas,
 Aumento da necessidade;

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Indivíduos adultos com a anemia por deficiência de ferro não indica que
é a dieta.

Vitamina B12 e ácido fólico:


Fonte: carne vermelha, vegetais
Estoque: 3-5 anos, 3-4 meses
- Folatos e vitamina B12 são indispensáveis para a síntese da timidina
(nucleotídeos) substancia essencial para a formação do DNA.

A hemácia tem uma quantidade reduzida de hemoglobina dos eritrócitos.


Exame para saber o estoque de ferro no organismo, dosagem de ferretina.
Ferretina baixa: estoque de ferro baixo.

O bruno:
Ele tem uma anemia hipocromica e microcistica
A principal causa de uma anemia hipocromica e microcistica é a carência
de ferro.
Causa: sangramento (alto ou baixo) do trato gastrointestinal.

ATP 2 do Caso 1:
E esse exame? 06-03-2020

Anemias:

Hemoglobina: A quantidade de hemoglobina depende de varias coisas


como: a idade, sexo, quantidade de oxigenio no sangue, etc.
Quando a hemácia já é madura, ela perde o núcleo porque já não precisa se
multiplicar, mas bem ela precisa carregar oxigenio.
Para que o processo de eritropoese aconteça preciso de vários processos
humorais, precisa do hormônio de eritropoietina. É o principal hormônio
para estimular o processo de maduração e formação das hemácias.

Classificação fisiopatológica das anemias:


Diminuição da produção:
 Deficiência de Fe, Vitamina B12 e ácido fólico.

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 Insuficiência medular: Primária (congênita) ou secundaria (tumores,
leucemia).
Incremento da destruição:
Congênitas: Defeitos de membrana (esferocitose, eliptocitose),
hemoglobinopatias (SS, SC, Talassemias)
Adquiridas: Causa imune.

Distribuição do ferro no organismo:


 Hemoglobina
 Ferritina
 Hemosiderina
 Mioglobina
 Transferrina
 Enzimas: Catalases, citocromos, peroxidases;

Hepcidina como regulador negativo da absorção do ferro.

Proteínas que participam da absorção e metabolismo do Fe:


 Citocromos B duodenal,
 Proteínas transportadas do hemo;
 Transportador divalente do metal;
 Ferroportina;
Causas de deficiência de ferro:
 Nutricional,
 Incremento da demanda
 Perda sanguínea GI, Ginecológica
 Parasitose
 Má-absorção
 Outras
Quadro Clínico:
Palidez, cansanção, fatiga sonolência.

Papel da Vitamina B12:


Participa na síntese no DNA.

O tempo de vida da hemácia é de 120 dias.

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Papel do ácido fólico: sínteses do DNA.

Causa de deficiência de Vitamina B12 e ácido fólico:


 Diminuição da ingestão (veganos)
 Má-absorção (gastrectomia, espreu tropical, doença de crohn
 Anomalias congênitas do fator intrínseco
 Parasitose

Anemia dos processos Crônicos:

 Anemia normocítica e normocrómica


 Freqüente em pacientes hospitalizados;
 Relacionada com neoplasias, infecções, doenças autoimunes;
 Causa multifatorial;

Mecanismo da ADC
 Diminuição da vida média da hemácia
 Bloqueio na utilização do ferro
 Vida média da hemácia
 Diferencia relativa eritropoetina

Anemia Aplástica:

-Aplasia pura de série vermelha:


 Anemia normocítica grave, reticulocoitopenia, diminuição de
eritroblastos na medula óssea, com normalidade de precursores de
outras séries. (Congênita ou adquirida)
-Aplasia medular:
 Pacitopenia moderada ou grave no sangue periférico e
hipoceluraridade da medula óssea.

Aplasia pura de serie vermelha:


 Aguda, transitória, infecção por parvovirus B19
 Crônica, congênita, Sind. Blackfan Diamond
 Crônica, Adquirida

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 Timoma, LES, AR, Leucemia, Linf. Crônica, mielodisplasia, inf.
Virais.
Estudo do Caso 1:
Introdução á Hematologia e Origem das células sanguíneas:

Hematologia: Estudo da formação, manutenção e regulação do sangue


como todo, bem como seus componentes.

O sangue é um tecido conjuntivo líquido que consiste em células


circundadas por matriz extracelular líquida. A matriz extracelular é
chamada de plasma sanguíneo e suspende várias células e fragmentos
celulares. Líquido intersticial é o líquido que banha as células do corpo,
sendo constantemente renovado pelo sangue.

 O sangue é um tecido conjuntivo composto por plasma sanguíneo


(líquido) e elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas).

Plasma: 92% de água e 8% de proteínas, sais, etc. Representa 55% do


volume total do sangue.
Celular: eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Denominada hematócrito e
representa 45% do volume total do sangue.

Plasma sanguíneo:
Quando os elementos figurados são removidos do sangue, é observado um
líquido cor de palha chamado de plasma sanguíneo (ou simplesmente
plasma). O plasma sanguíneo é composto 91,5% de água e 8,5% de solutos,
cuja maioria é (7% por peso) de proteínas. Algumas das proteínas no
plasma sanguíneo também são encontradas em outros lugares do corpo,
porém aquelas confinadas ao sangue são chamadas de proteínas
plasmáticas.
Os hepatócitos sintetizam a maioria das proteínas plasmáticas, que incluem
as albuminas (54% das proteínas plasmáticas), globulinas (38%) e
fibrinogênio (7%). Determinadas células sanguíneas amadurecem e se
tornam produtoras de gamaglobulinas, um importante tipo de globulina.
Essas proteínas plasmáticas também são chamadas de anticorpos ou
imunoglobulinas porque são produzidas durante certas respostas
imunológicas.
Substâncias estranhas (antígenos), como bactérias e vírus, estimulam a
produção de milhões de anticorpos diferentes. Um anticorpo se liga
especificamente ao antígeno que estimulou sua produção e, dessa forma,
neutraliza o antígeno invasor. Além de proteínas, os outros solutos no
plasma são eletrólitos, nutrientes, substâncias reguladoras como enzimas e
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hormônios, gases e escórias metabólicas como uréia, ácido úrico,
creatinina, amônia e bilirrubina. A Tabela 19.1 descreve a composição
química do plasma sanguíneo.

Elementos Figurados:
Os elementos figurados do sangue incluem três componentes principais:
hemácias, leucócitos e plaquetas. As hemácias ou eritrócitos transportam
oxigênio dos pulmões para as células corporais e dióxido de carbono das
células do corpo para os pulmões. Os leucócitos protegem o corpo de
patógenos invasores e outras substâncias estranhas. Existem diversos tipos
de leucócitos: neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos. Os
linfócitos são ainda subdivididos em linfócitos B (células B), linfócitos T
(células T) e células exterminadoras naturais (natural killers, NK).
Cada tipo de leucócito contribui da sua maneira para os mecanismos de
defesa do corpo. As plaquetas, o último tipo de elemento figurado, são
fragmentos celulares sem núcleo. Entre outras ações, elas liberam
substâncias químicas que promovem a coagulação do sangue nos casos de
dano dos vasos sanguíneos. As plaquetas são o equivalente funcional do
trombócitos, células nucleadas encontradas nos vertebrados inferiores que
evitam a perda de sangue pela coagulação do sangue.

O percentual do volume de sangue total ocupado pelas hemácias é chamado


de hematócrito; o hematócrito de 40 indica que 40% do volume de sangue
são compostos por hemácias. O hematócrito normal de mulheres adultas
varia de 38 a 46% (média = 42), enquanto o de homens adultos varia entre
40 e 54% (média = 47). O hormônio testosterona, encontrado em
concentração muito mais elevada nos homens do que nas mulheres,
estimula a síntese de eritropoetina (EPO), um hormônio que, por sua vez,
estimula a produção de hemácias. Dessa forma, a testosterona contribui
para os hematócritos mais altos nos homens. Valores mais baixos nas
mulheres durante os anos férteis também podem ser decorrentes da perda
excessiva de sangue durante a menstruação.

Uma queda significativa no hematócrito indica anemia, que consiste em


contagem de hemácias abaixo da normal. Na policitemia, o percentual de
hemácias está anormalmente elevado e o hematócrito pode ser de 65% ou
mais, o que aumenta a viscosidade do sangue, acentua a resistência ao
fluxo e dificulta o bombeamento do sangue pelo coração. A viscosidade
mais acentuada também contribui para elevação da pressão arterial e do
risco de AVE. As causas de policitemia são intensificação anormal da
produção de hemácias, hipoxia tecidual, desidratação, dopagem sanguínea
e uso de EPO por atletas.

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Funções do sangue:
1. Transporte: O sangue leva oxigênio para as células do corpo e
dióxido de carbono das células corporais para os pulmões para que
seja exalado. Além disso, leva os nutrientes do sistema digestório
para as células corporais e hormônios das glândulas endócrinas para
outras células do corpo. O sangue também transporta calor e
produtos residuais para diversos órgãos para que sejam eliminados
do corpo.
2. Regulação: O sangue circulante ajuda a manter a homeostasia de
todos os líquidos corporais. Além disso, auxilia no ajuste da
temperatura corporal por meio de absorção de calor e propriedades
da água no plasma sanguíneo e sua taxa variável de fluxo pela pele,
onde o excesso de calor pode ser perdido do sangue para o ambiente.
3. Proteção: O sangue é capaz de coagular (se tornar mais denso),
propriedade que o protege contra perdas excessivas do sistema
circulatório depois de uma lesão. Além disso, seus leucócitos
protegem contra doença, realizando fagocitose.
Em Resumo:
O sangue serve para:
1- Transportar oxigênio, dióxido de carbono, nutrientes, hormônios,
calor e escorias metabólicas.
2- Regular o Ph, a temperatura corporal e o conteúdo de água das
células.
3- Proteger contra perda sanguínea por meio da coagulação e contra
doença por meio de leucócitos fagocíticos e proteínas como
anticorpos, interferonas e complementos.
Características Físicas do Sangue:
O sangue é mais denso e mais viscoso que a água, além de ligeiramente
pegajoso. A temperatura do sangue é de 38°C, cerca de 1°C mais elevada
que a temperatura corporal oral ou retal, e apresenta pH levemente alcalino,
variando de 7,35 a 7,45. A cor do sangue varia com o conteúdo de
oxigênio. Quando saturado com oxigênio, o sangue é vermelhovivo.
Quando insaturado de oxigênio é vermelhoescuro. O sangue constitui cerca
de 20% do líquido extracelular, contabilizando 8% da massa corporal total.
O volume de sangue varia de 5 a 6 ℓ em um homem adulto de porte
mediano e de 4 a 5 ℓ na mulher adulta de porte mediano.
Formação das Células Sanguíneas:

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O processo pelo qual os elementos figurados do sangue se desenvolvem é
chamado de hemopoese, eritropoese ou hematopoese. Antes do
nascimento, a hemopoese ocorre primeiramente no saco vitelino do
embrião e, depois, no fígado, no baço, no timo e nos linfonodos do feto. A
medula óssea vermelha se torna o principal local de hemopoese nos últimos
3 meses da gravidez e continua sendo a fonte de células sanguíneas depois
do nascimento e ao longo da vida.
A medula óssea vermelha é um tecido conjuntivo extremamente
vascularizado localizado nos espaços microscópicos entre as trabéculas do
tecido ósseo esponjoso. É encontrada principalmente nos ossos do
esqueleto axial, nos cíngulos dos membros superiores e inferiores e nas
epífises proximais do úmero e fêmur. De 0,05 a 0,1% das células da
medula óssea vermelha são chamadas de células-tronco pluripotentes ou
hemocitoblastos, que são derivadas do mesênquima (tecido a partir do qual
a maioria dos tecidos conjuntivos evolui). Essas células são capazes de se
desenvolver em muitos tipos de células diferentes.
 A produção de células sanguíneas, chamada de hemopoese, ocorre
principalmente na medula óssea vermelha depois do nascimento.

20
A fim de formar células sanguíneas, as células-tronco pluripotentes na
medula óssea vermelha produzem mais dois tipos de células-tronco, que
possuem a capacidade de se desenvolver em vários tipos celulares. Essas
células-tronco são chamadas de células-tronco mieloides e células-tronco
linfóides. As células-tronco mieloides começam o seu desenvolvimento na
medula óssea vermelha e dão origem a hemácias, plaquetas, monócitos,
neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos. As células-tronco linfóides,
que dão origem aos linfócitos, começam o seu desenvolvimento na medula
óssea vermelha, porém o completam nos tecidos linfáticos. As células-
tronco linfóides também originam as células natural killer (NK). Embora as
diversas células-tronco apresentem diferentes marcadores de identidade
celular nas suas membranas plasmáticas, elas não podem ser distinguidas
histologicamente e se assemelham aos linfócitos.
Durante a hemopoese, algumas das células-tronco mieloides se diferenciam
em células progenitoras. Outras células-tronco mieloides e as células-
tronco linfóides se desenvolvem diretamente nas células precursoras. As
células progenitoras não são mais capazes de se reproduzir e estão
21
comprometidas a dar origem a elementos mais específicos do sangue.
Algumas células progenitoras são conhecidas como unidades formadoras
de colônia (UFC). Depois da designação UFC vem a abreviação que indica
os elementos maduros no sangue que vão produzir: UFCE produz
eritrócitos (hemácias); UFCMeg produz megacariócitos, a fonte das
plaquetas; e UFCGM produz granulócitos (sobretudo neutrófilos) e
monócitos. Células progenitoras, como as células-tronco, lembram
linfócitos e não podem ser diferenciadas apenas por sua aparência
microscópica.
Na geração seguinte, as células são chamadas de células precursoras,
também conhecidas como blastos. Depois de várias divisões, elas se
desenvolvem nos elementos figurados do sangue propriamente ditos. Por
exemplo, os monoblastos se tornam monócitos, os mieloblastos
eosinofílicos se tornam eosinófilos e assim por diante. As células
precursoras apresentam aparências microscópicas reconhecíveis.
Vários hormônios chamados de fatores de crescimento hematopoiéticos
regulam a diferenciação e a proliferação de células progenitoras
específicas. A eritropoetina (EPO) aumenta o número de células
precursoras de hemácias. A EPO é produzida principalmente por células
que se encontram entre os túbulos renais (células intersticiais
peritubulares). Em caso de insuficiência renal, a liberação de EPO fica mais
lenta e a produção de hemácias inadequada, o que leva à diminuição do
hematócrito e da capacidade de levar oxigênio aos tecidos corporais. A
trombopoetina (TPO) é um hormônio produzido pelo fígado que estimula
a formação de plaquetas a partir dos megacariócitos. Várias citosinas
diferentes regulam o desenvolvimento de tipos distintos de células
sanguíneas. Citosinas são pequenas glicoproteínas tipicamente produzidas
por células como as da medula óssea vermelha, leucócitos, macrófagos,
fibroblastos e células endoteliais. Em geral, atuam como hormônios locais
(autócrinos ou parácrinos). As citosinas estimulam a proliferação de célula
progenitoras na medula óssea vermelha e regulam as atividades de células
envolvidas nas defesas inespecíficas (como fagócitos) e respostas imunes
(como células B e T). Os fatores estimuladores de colônia (FEC) e as
interleucinas (IL) são duas importantes famílias de citocinas que estimulam
a formação de leucócitos.

Hemácias (eritrócitos):
As hemácias ou eritrócitos contêm a proteína carreadora de oxigênio
hemoglobina, que consiste em um pigmento que confere ao sangue sua cor
vermelha. Um adulto saudável do sexo masculino possui cerca de 5,4
milhões de hemácias por microlitro (μℓ) de sangue* e uma mulher adulta

22
saudável possui cerca de 4,8 milhões. (Uma gota de sangue contém cerca
de 50 μ ℓ .) Para manter a contagem normal de hemácias, novas células
maduras precisam entrar na circulação na impressionante velocidade de,
pelo menos, 2 milhões por segundo, um ritmo que contrabalanceia a taxa
igualmente alta de destruição das hemácias.

Fisiologia das Hemácias:


As hemácias são muito especializadas na sua função de transportar
oxigênio. Visto que hemácias maduras não possuem núcleo, todo seu
espaço interno fica disponível para o transporte de oxigênio. Uma vez que
não possuem mitocôndrias e geram ATP de forma anaeróbica (sem
oxigênio), elas não utilizam o oxigênio que transportam. Até mesmo o
formato da hemácia facilita sua função. O disco bicôncavo possui uma área
de superfície muito maior para a difusão de moléculas de gás para dentro e
para fora da hemácia do que uma esfera ou um cubo.
Cada hemácia contém cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina.
Uma molécula de hemoglobina consiste em uma proteína chamada
globina, composta por quatro cadeias polipeptídicas (duas cadeias alfa e
duas beta), e um pigmento não protéico anular chamado heme, que está
ligado a cada uma das quatro cadeias. No centro de cada anel de heme,
encontra se um íon ferro (Fe2+) que pode se combinar reversivamente com
uma molécula de oxigênio, possibilitando que cada molécula de
hemoglobina se ligue a 4 moléculas de oxigênio. Cada molécula de
oxigênio captada dos pulmões ligase a um íon ferro. À medida que o
sangue flui pelos capilares teciduais, a reação ferro-oxigênio se inverte. A
hemoglobina libera oxigênio, que se difunde primeiro para o líquido
intersticial e, depois, para as células.
A hemoglobina também transporta cerca de 23% do dióxido de carbono
total, um subproduto do metabolismo. (O dióxido de carbono remanescente
é dissolvido no plasma ou carreado na forma de íons bicarbonato.) O
sangue que flui pelos capilares sanguíneos capta dióxido de carbono e parte
dele se combina com aminoácidos na parte globina da hemoglobina.
Conforme o sangue flui pelos pulmões, o dióxido de carbono é liberado da
hemoglobina e, depois disso, é exalado.
A porção de ferro de um grupo heme se liga ao oxigênio para ser
transportada pela hemoglobina.

23
Ciclo de vida das hemácias:
As hemácias vivem aproximadamente 120 dias devido ao desgaste que suas
membranas plasmáticas sofrem ao atravessar os capilares sanguíneos.
Como não tem núcleo e outras organelas, as hemácias não conseguem
sintetizar novos componentes para repor os danificados. A membrana
plasmática fica mais frágil com o avanço da idade e as hemácias mais
propensas a se romper, especialmente á medida que são comprimidas pelos
canais estreitos no baço. As hemácias rompidas são removidas da
circulação e destruídas por macrófagos fagocíticos presentes no baço e no
fígado e os produtos da sua degradação são reciclados e usados em vários
processos metabólicos, inclusive formação de novas hemácias.
Formação e destruição das hemácias e reciclagem dos componentes da
hemoglobina. Após deixar a medula óssea vermelha, as hemácias circulam
por cerca de 120 dias antes de serem fagocitadas pelos macrófagos:

24
1. Os macrófagos no baço, no fígado ou na medula óssea vermelha
fagocitam hemácias rompidas ou gastas.
2. As porções globina e heme da hemoglobina são separadas.
3. A globina é degradada em aminoácidos, que podem ser reutilizados
na síntese de outras proteínas.
4. O ferro é removido da porção heme na forma de Fe3+, que se associa
à proteína plasmática transferrina, um transportador de Fe3+ na
corrente sanguínea.
5. Nas fibras musculares, nos hepatócitos e nos macrófagos do baço e
do fígado, o Fe3+ se desliga da transferrina e se fixa a uma proteína
que armazena ferro chamada ferritina.
6. Ao ser liberado de um local de reserva ou absorvido do sistema
digestório, o Fe3+ se fixa novamente à transferrina.
7. O complexo Fe3+–transferrina é levado para a medula óssea
vermelha, onde as células precursoras de hemácias os captam por
meio de endocitose mediada por receptores para uso na síntese de
hemoglobina. O ferro é necessário para a porção heme da molécula
de hemoglobina e os aminoácidos para a porção globina. A vitamina
B12 também é essencial para a síntese de hemoglobina.
8. A eritropoese na medula óssea vermelha resulta na produção de
hemácias, que entram na circulação.

25
9. Quando o ferro é removido da heme, a porção sem ferro da heme é
convertida em biliverdina, um pigmento verde e, em seguida, em
bilirrubina, um pigmento amarelo alaranjado.
10.A bilirrubina entra no sangue e é transportada para o fígado.
11.No fígado, a bilirrubina é liberada pelos hepatócitos na bile, passa
para o intestino delgado e, depois, para o intestino grosso.
12.No intestino grosso, bactérias convertem bilirrubina em
urobilinogênio.
13.Parte do urobilinogênio é absorvida de volta ao sangue, convertida
em um pigmento amarelo chamado urobilina e excretado na urina.
14.A maior parte do urobilinogênio é eliminada nas fezes na forma de
um pigmento marrom chamado de estercobilina, que confere às
fezes sua cor característica.

Eritropoese:
A eritropoese, que consiste na produção de hemácias, começa na medula
óssea vermelha com uma célula precursora chamada proeritroblasto. O
proeritroblasto se divide várias vezes, produzindo células que começam a
sintetizar hemoglobina. Por fim, perto do final das seqüências de
desenvolvimento o núcleo é ejetado e se torna um reticulócito. A perda do
núcleo faz com que o centro da célula sofra uma endentação, produzindo o
formato bicôncavo diferencial das hemácias. Os reticulócitos retêm
algumas mitocôndrias, ribossomos e retículo endoplasmático. Os
reticulócitos passam da medula óssea vermelha para a corrente sanguínea
se espremendo entre as células endoteliais dos capilares sanguíneos. Os
reticulócitos se tornam hemácias maduras no período de 1 a 2 dias depois
da sua liberação da medula óssea vermelha.

Normalmente, a eritropoese e a destruição de hemácias quase se equivalem.


Se a capacidade de transportar oxigênio do sangue diminui porque a
eritropoese não está acompanhando a velocidade de destruição das
hemácias, um sistema de feedback negativo aumenta a produção de
hemácias. A condição controlada é o aporte de oxigênio aos tecidos
corporais. A deficiência de oxigênio celular, chamada de hipoxia, pode
ocorrer se muito pouco oxigênio entrar no sangue.

Por exemplo, o conteúdo mais baixo de oxigênio nas altitudes elevadas


reduz o teor de oxigênio no sangue. O aporte de oxigênio também pode cair

26
em decorrência de anemia, que tem muitas causas, tais como a falta de
ferro, de certos aminoácidos e de vitamina B12. Problemas circulatórios
que reduzem o fluxo de sangue para os tecidos também podem diminuir o
aporte de oxigênio. Independente da causa, a hipoxia estimula os rins a
intensificar a liberação de eritropoetina, acelerando o desenvolvimento dos
proeritroblastos em reticulócitos na medula óssea vermelha. Conforme a
quantidade de hemácias circulantes aumenta, mais oxigênio pode ser
levado aos tecidos do corpo.

Agora bem, tal processo de produção de hemácias é controlado por dois


componentes importantes que é o hormônio de eritropoetina (formado
principalmente nos rins) e a oxigenação tecidual. Esses dois processos
ajudam a manter regulada a massa total dos eritrócitos dentro de limites
estreitos (de modo que (1) um número adequado de hemácias sempre esteja
disponível para o transporte adequado de oxigênio dos pulmões para os
tecidos; e (2) as células não sejam tão numerosas a ponto de impedir o
fluxo sanguíneo) e também ajudam a que as condições que causem
diminuição da quantidade de oxigênio transportado para os tecidos
normalmente aumentam a intensidade da produção de hemácias.

Destruição das hemácias:


- Após cerca de 120 dias em circulação, em virtude de seu esgotamento
metabólico e alterações degenerativas, as hemácias são removidas e
destruídas intracelularmente em células do sistema monocítico-
macrofágico, especialmente no baço, fígado e medula óssea.

- De grande interesse é o mecanismo pelo qual as hemácias mais velhas são


reconhecidas e eliminadas de circulação. Vários fatores contribuem para

27
isto em especial a redução da atividade metabólica e oxidação da
hemoglobina. Um mecanismo aceito para explicar a eliminação de
hemácias envelhecidas é a formação de agregados de proteína de banda 3
estabilizados por moléculas de hemoglobina oxidadas (hemicromos). Esses
agregados seriam reconhecidos como antígenos por anticorpos IgG
autólogos e complemento. Com a deposição de uma densidade crítica de
anticorpos e moléculas de complemento, as hemácias senescentes seriam
reconhecidas e eliminadas.

Uma vez fagocitada, a hemácia é decomposta em seus componentes, sendo


os mais importantes: a membrana e a hemoglobina. Proteínas e fosfolípides
de membrana são digeridos. A hemoglobina é decomposta em globina (que
é metabolizada dando origem a aminoácidos) e o heme, que por sua vez,
com a abertura do anel da protoporfirina, libera o ferro e forma a
bilirrubina.

28
Interpretação do hemograma (serie vermelha):
O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do
sangue que, reunido aos dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e
prognósticas de grande número de patologias.
Análises que compõem o hemograma:
O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as
avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série
branca) e das plaquetas (ou série plaquetária):
A análise da série vermelha é constituída pelas seguintes determinações
básicas:
1 – Contagem de eritrócitos (CE):106 /mm3
2 – Dosagem da hemoglobina (Hb) :g/dL
3 – Hematócrito (Ht) : %
4 – Volume Corpuscular Médio (VCM) : µm 3 ou fm3
5 – Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) : pg
6 – Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): g/dL
Recentemente com a automatização das avaliações das células do sangue,
aliada a programas de informática, obtém-se dados sobre diâmetro ou
superfície celular, histograma e gráficos de distribuição de células.
Especificamente para a série vermelha a automatização fornece o índice
RDW que avalia a amplitude da superfície dos eritrócitos.

Análise da série vermelha:

A análise da série vermelha contempla a quantificação de eritrócitos,


hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM,
HCM, CHCM, RDW), bem como o exame microscópico da morfologia
eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises fornecem subsídios para o
diagnóstico das principais causas de anemias. Para a exposição desse
assunto e para facilitar o entendimento dos leitores, podemos considerar
inicialmente a quantificação dos eritrócitos – que dará subsídios para a
“classificação laboratorial das anemias” e, a seguir, a análise morfológica
dos eritrócitos que auxilia na “classificação das causas e dos tipos de
anemias”. Define-se por anemia quando o eritrograma apresenta a

29
concentração da dosagem de hemoglobina menor que o valor padrão para a
idade, ou para homens e mulheres adultos (tabela 3).

A análise quantitativa dos eritrócitos e que permite a classificação


laboratorial das anemias se suporta nos valores dos índices hematimétricos
de VCM e HCM, conforme mostra a tabela 3.

Anemias: Anemia significa deficiência de hemoglobina no sangue, que


pode ser causada por redução do número de hemácias ou do teor celular de
hemoglobina.
Anemia é uma condição na qual a capacidade do sangue de transportar
oxigênio está reduzida. Todos os muitos tipos de anemia são caracterizados
por contagem menor de hemácias ou diminuição da concentração de
hemoglobina no sangue. A pessoa se sente fadigada e intolerante ao frio,
dois fatores relacionados com a falta do oxigênio necessário para a
produção de ATP e calor. Além disso, a pele é pálida devido ao baixo
conteúdo de hemoglobina de cor vermelha circulando nos vasos sanguíneos
da pele.
Classificação geral das anemias:
As anemias podem ser classificadas de acordo com três condições
gerais: defeito na produção medular (hipoproliferação de eritrócitos),
defeitos na maturação dos eritrócitos (eritropoiese ineficaz), e perda de
sangue/hemólise. A primeira pode resultar de deficiências leve à
moderada de ferro, estimulação inadequada da eritropoietina (EPO;
hormônio produzido nos rins e que estimula a medula a produzir
eritrócitos), ou ainda lesão em medula óssea, como pode ocorrer por uso
de alguns fármacos, infiltração por tumores, leucemia, etc. A segunda,
eritropoiese ineficaz, pode ser provocada por deficiência de ferro grave e
prolongada, deficiência de vitamina B12, deficiência de folato,
talassemia, etc. A terceira condição é encontrada em casos de hemorragias,
além de malária e anemia falciforme. Para classificá-las dessa forma, a
contagem de reticulócitos deve ser solicitada adicionalmente ao eri-
trograma. Um índice menor que 2,5 direciona o diagnóstico para uma das
duas primeiras situações, enquanto que índice maior ou igual a 2,5
apontaria para anemia por hemorragia/hemólise

Anemia Ferropriva: É caracterizada pela produção de eritrócitos


pequenos (microcítica) e com menos hemoglobina (hipocromica) e
representa o último estágio de um período prolongado de privação de ferro.

30
A ingestão inadequada de vitamina B12 ou ácido fólico provoca a anemia
megaloblástica, na qual a medula óssea vermelha produz hemácias
grandes e anormais (megaloblastos). Também pode ser causada por
fármacos que alteram a secreção gástrica ou são usados no tratamento de
cânceres.

A hemopoese insuficiente resultante da incapacidade do estômago de


produzir fator intrínseco necessário para a absorção de vitamina B12 no
intestino delgado causa anemia perniciosa.

A perda excessiva de hemácias por causa de sangramentos resultantes de


grandes feridas, úlceras do estômago ou especialmente menstruação intensa
resulta em anemia hemorrágica.

As membranas plasmáticas das hemácias se rompem prematuramente na


anemia hemolítica. A hemoglobina liberada extravasa para o plasma e
pode danificar os glomérulos renais (unidades de filtragem). A anemia
hemolítica pode resultar de defeitos hereditários como enzimas
eritrocitárias anormais ou de agentes externos como parasitas, toxinas ou
anticorpos de sangue transfundido incompatível.

A síntese deficiente de hemoglobina ocorre na talassemia, um grupo de


anemias hemolíticas hereditárias. As hemácias são pequenas (microcíticas),
pálidas (hipocrômicas) e de vida curta. A talassemia ocorre principalmente
em populações de países que margeiam o Mar Mediterrâneo.

A destruição da medula óssea vermelha resulta em anemia aplásica. É


causada por toxinas, radiação gama e alguns medicamentos que inibem as
enzimas necessárias para hemopoese.

Alguns pontos importantes pra não serem esquecidos:

 A medula óssea vermelha, fígado, baço e linfonodos são


considerados órgãos hematopoiéticos. Os rins, apesar de estimularem
a eritropoiese, não possui função hematopoiética propriamente dita.
 A porção plasmática predomina na composição do sangue (55%),
sendo composto essencialmente por água, além de proteínas. As
hemácias predominam na composição da porção celular do sangue
(41%). O plasma é composto essencialmente por água (92%). A
hemodiluição é caracterizada pela redução relativa do número de
células sanguíneas, devido ao aumento da quantidade de solvente, o
31
plasma. A hemoconcentração aumenta o hematócrito, por aumentar
relativamente a quantidade de células sanguíneas no sangue devido a
redução da quantidade de plasma, como na desidratação.
 A parte inorgânica é formada principalmente pelos eletrólitos, onde o
sódio e potássio são os principais eletrólitos do plasma. A albumina é
a principal proteína encontrada no plasma sanguíneo. O soro possui
composição similar ao plasma, exceto pela ausência de fatores de
coagulação e fibrinogênio, ou seja, possui menor capacidade
hemostática. As diversas proteínas presentes no plasma são
produzidas no fígado.
 Situações onde o hematócrito encontra-se elevado o sangue torna-se
mais viscoso. As hemácias situam-se preferencialmente na porção
central do vaso e os leucócitos e plaquetas situam-se
preferencialmente na porção lateral do vaso. A organização celular
no interior dos vasos está intimamente relacionado com as funções
das células.
 Os granulócitos são formados a partir da linhagem mieloide e são
divididos entre basófilos, eosinófilos, mastócitos e neutrófilos.
 O principal órgão hematopoiético na fase adulta é a medula óssea
vermelha, presente nos ossos do esqueleto axial e regiões proximais
do fêmur e úmero.
 Os ossos da pelve abrigam o órgão hematopoiético da vida adulta, a
medula óssea vermelha, que contém eritrócitos em diversos estágios
de maturação. A medula óssea amarela é rica em adipócitos e não
possui atividade, surgindo com o decorrer da idade. Durante a vida
fetal, o saco vitelino é responsável pela hematopoiese até 6ª semana
de vida, após isso o fígado e baço assumem este papel. Desde o
nascimento até 2 anos de vida, todos os ossos possuem medula óssea
e são considerados órgãos hemoformadores.
 Os fatores de crescimento são responsáveis pela proliferação celular,
que é caracterizada pela divisão celular da célula. Os hormônios
responsáveis pela proliferação são considerados fatores de
crescimento. A maturação depende de fatores de crescimento, assim
como a supressão da apoptose. A ativação funcional, também
dependente de fatores de crescimento, ocorre na célula madura final.
 A eritropoietina, hormônio produzido pelos rins, atua estimulando a
produção de eritrócitos e a trombopoetina, produzido no fígado, atua

32
estimulando a produção de plaquetas. As células tronco pluripotentes
necessitam de fatores de crescimento para atuarem, como o VEGF,
FLT3-L e SCF. O Interferon gama é uma citocina importante que
atua inibindo a diferenciação e maturação das células sanguíneas,
assim como outros fatores produzidos pelos linfócitos e granulócitos.
 A região subendosteal, localizada próxima ao tecido ósseo, é rica em
células pluripotentes.

Referencias Bibliográficas:
Longo DL et al. Medicina interna de Harrison. V.1. Porto Alegre: AMG,
2013; p. 449-457.
Bain B.J. – Células sanguíneas. 2ª edição, Artes Médicas, Porto Alegre,
1997.
Hoffbrand AV, Petit JE, Moss PAH – Essential haematology. 6th edition,
Blackwell Science, Oxford, 2013
Antonio Zago. M. Passeto Roberto F. Tratado De Hematologia, 1ra
Edição. São Paulo, Editora Atheneu, 2013

Reflexão final do Caso:

Fechar um caso assim é gratificante, no fechamento mesmo não posso dizer


que me foi muito bem porque teve um momento onde eu viajei e respondi
algo errado (mas faz parte né?), no decorrer da semana foi bem legal, pois a
primeira ATP abrangeu de maneira total os objetivos, acho que também foi
legal que ante de eu ir na ATP, já havia estudado um pouco, me fez sentir
que eu estava na minhas águas, porque entedia o que a professora estava
falando (tendo em conta que a Fabiana é maravilhosa), então creio que será
desse mesmo jeito mesmo, vou usar as ATP como uma ferramenta para
encerrar meu estudo e assim ver quais coisas me faltam por estudar.

Com referencia ao tema de hemato, nossa que legal foi, o bom de todo é
que eu consegui relacionar esse caso com algo que a gente vai ver na
prática clinica e até posso dizer que, mas ou menos sei ler um eritrograma e
falar um pouco das anemias e por supor falar do processo de formação e
destruição das hemácias.

33
Situação-Problema 2 e 3
Abertura de Caso: Viver é inflamar.

Problemas:
-Enzo tem inflamações recorrentes acompanhados de edema, dor, eritema e
pus.
-Madalenas têm medo porque na sua condição “nada volta ser como era
antes”.
-Ana e Manu desconhecem o processo inflamatório.
-Madalena tem um processo inflamatório crônico.

Hipóteses:
-Inflamar é bom porque significa que uma resposta do sistema imunológico
está em processo.
-As “ites” recorrentes de Enzo ocorrem porque seu sistema imunológico
ainda está em desenvolvimento.
- A idade de Madalena influencia na eficiência e velocidade do processo
inflamatório.
-As “ites” de Enzo tratam-se de processos inflamatórios agudos, pois tem
duração determinada, geralmente curta.
-Enzo, por ser uma criança, tem maior capacidade regenerativa tecidual do
que Madalena.
-O pus trata-se de restos celulares e componentes orgânicos em
decomposição que indica um processo inflamatório infeccioso, não
presentes em todos os processos inflamatórios.
-O pus trata-se de um mecanismo de eliminação de restos celulares e
componentes orgânicos, envolvidos num processo inflamatório.
-Um processo inflamatório crônico ocorre quando contato com agente
agressor ou sinalização, não cessa.
-A casquinha do machucado trata-se do processo de reparo tecidual e não
uma conseqüência direta do processo inflamatório.

34
QAS:
1-Qual a diferença entre um processo inflamatório infeccioso e não
infeccioso?

2- Quais as diferenças entre os processos inflamatórios apresentados


por Enzo quando comparados ao referidos por Madalena?

3- Por que o pus só está presente em alguns processos inflamatórios de


Enzo?

Inflamar pode ser bom?

4- Como o envelhecimento humano influencia na capacidade de


reparação tecidual?

5- Considerando Enzo e Madalena, a idade influencia no processo e na


resposta inflamatória?

6-O processo inflamatório varia de acordo com o patógeno envolvido?

Reflexão Inicial da Abertura:

Nossa que abertura mais legal, eu gostei muito do tema, acho que vai ser
muito legal estudar sobre aquilo. O grupo se deu muito bem, muitas
participações dos colegas as quais foram ótimas. Não sei se minha
participação foi boa (eu acho que sim) espero ter ajudado ao grupo com a
minha participação. Tenho boas expectativas com relação ao caso, vou me
dedicar mais para ter um excelente estudo e tratar de não deixar de
responder as QAS para último.

Depois de este ano de pandemia hoje posso me dar conta de muita


coisa, por exemplo, anteriormente eu me martirizada muito
quando não aprendia um conteúdo e achava que eu era burro,
agora posso entender que isso só acontece quando eu tento me
pressionar e ter todo baixo controle e que também sou mais fácil
de aprender quando tomo as coisas calmadamente, por isso agora
vou tentar dar meu melhor sempre e quando o faça de forma
inteligente e não me preocupando demais.
35
Questões de Aprendizagem:
1. Qual a diferença entre um processo inflamatório infeccioso e não
infeccioso?

A determinante de um processo inflamatório infeccioso ou não, vai


depender ao tipo de agente agressor como também a outros fatores, agora
bem vamos a colocar as condições que favorecem a uma infecção, que são
o grau de resistência local dos tecidos e o grau de receptividade do
organismo em relação com a composição química dos humores e do seu
estado de imunidade. Para sintetizar isso imagine que o Nicolas vai
caminhando pela rua e de repente escorrega e cai, machuca o joelho, poço
tempo depois você observa que o local machucado está vermelho, inchado,
quente e dolorido. Aí nós já temos um processo inflamatório que é
caracterizado por: rubor, tumor, calor, dor e, em alguns casos, perda da
função. Agora vamos imaginar se ao ferir o joelho, durante aquela queda,
algum agente infeccioso (vírus, bactérias, fungos, entre outros) penetra na
lesão. Nesse caso, o invasor se instala no local e se prolifera e Nicolas
também vai desenvolver um processo infeccioso.

2. Quais as diferenças entre os processos inflamatórios


apresentados por Enzo quando comparados ao referidos por
Madalena?

De acordo com as manifestações apresentadas pelo Enzo e pela Madalena


os dois sofrem de um processo inflamatório diferente, um chamado
inflamação aguda (o Enzo) e inflamação crônica (Madalena): A
inflamação Aguda é de início rápido e de curta duração, com duração de
poucos minutos ou dias, e caracteriza-se pela exsudação de liquido e
proteínas plasmáticas, e acúmulo de leucócitos, predominantes neutrófilos.
A inflamação crônica pode ser mais insidiosa, é de duração mais longa
(dias a anos) e caracterizada pelo influxo de linfócitos e macrófagos com
proliferação vascular associada e fibrose (cicatrização).

3. Por que o pus só está presente em alguns processos


inflamatórios?

A formação de abscesso num processo inflamatório vai depender muito do


agente causador da lesão, por exemplo, quando é causado por um agente
bacteriano a chance de desenvolver pus é maior, mas nos temos que ter em

36
conta que há processos inflamatórios os quais se desenvolvem totalmente
assépticos. eu coloquei que pus é indicativo de infecção bacteriana,
produzido pelo próprio corpo através do sistema imunológico. Ele é o
resultado final da ação das nossas células de defesa contra as bactérias. A
inflamação supurativa (purulenta) e a formação de abscesso são
caracterizadas pela presença de grande quantidade de exsudato purulento
(ou pus) consistindo em neutrófilos, células necróticas e líquido de edema.
Certos microrganismos induzem essa supuração localizada e, por isso, são
chamados de piogênicos. A supuração, nada mais é sinão, uma forma
especial de inflamação, caracterizada por uma diapedese leucocitaria muito
acentuada e alem disso, também pela fusão dos tecidos.

4. Inflamar é bom?

A sobrevivência de todos os organismos requer a eliminação de


invasores estranhos, como agentes infecciosos e tecidos lesados.
Essas funções são mediadas por uma resposta complexa do hospedeiro
chamada inflamação. A inflamação é uma resposta protetora que envolve
células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores e
destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como as células e
tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o processo de
reparo. A inflamação realiza sua função protetora diluindo, destruindo ou
neutralizando os agentes nocivos. Ela movimenta os eventos que curam e
reparam os sítios de lesão. Sem inflamação, as infecções prosseguiriam
sem controle e as feridas jamais cicatrizariam.. Opinião: inflamar é bom até
certo ponto já que ela está indicando que o sistema imunológico está dando
uma resposta determinada a um agente agressor, claramente se essa
resposta não conseguir combater esse agente agressor vai se convertir numa
inflamação persistente o que porem não é bom pro organismo.

5. Como o envelhecimento humano influencia na capacidade de


reparação tecidual? Considerando Enzo idade influencia no
processo e na resposta inflamatória?

O reparo tecidual pode ser alterado por uma série de influências que
freqüentemente reduzem a qualidade ou a adequação do processo
reparador. Os fatores que modificam a cura podem ser extrínsecos ou
intrínsecos ao tecido lesado. Um desses fatores pode ser a idade da pessoa.
A reparação demorada em idade mais avançada está associada com uma

37
resposta inflamatória alterada, tal como um atraso na infiltração de células
T para o local da ferida, com as alterações na produção de quimiocinas e a
reduzida capacidade fagocítica do macrófago. Um artigo faz uma revisão
das mudanças relacionadas com a idade o qual nos apresenta que pode estar
relacionada com múltiplas alterações no reparo e, incluindo o aumento da
agregação plaquetária, o aumento da secreção de mediadores inflamatórios,
a infiltração atrasada de macrófagos e linfócitos, a infiltração de
macrófagos disfuncionais, a diminuição da secreção de fatores de
crescimento que retardou a reepitelização, a angiogênese e a deposição de
colágeno.

6- O processo inflamatório varia de acordo com o patógeno


envolvido?

Durante o processo inflamatório a resposta orgânica desencadeada pelos


sensores, mediadores e tecidos alvos varia de acordo com cada patógeno e
tipo de infecção. Por exemplo, no caso de infecções virais, por exemplo,
induzem a produção de interferons do tipo I (IFN-α, IFN-β) por células
infectadas, o que ativa os linfócitos citotóxicos, enquanto que as infecções
causadas por vermes parasitas acarretam a produção de interleucinas (IL-4,
IL-5, IL-6) por mastócitos e basófilos, sendo esta última resposta também
desencadeada por alérgenos, os quais resultam em inflamações, sobretudo
em epitélios de mucosas.

Referencia Bibliográfica:

Gosain A, DiPietro LA. Aging and wound healing. World J Surg. 2004;
28(3): 321-6.

Robbins patologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. xvi, 1028 p.
ISBN: 9788535227291.

Barnes PJ. How corticosteroids control inflammation: Quintiles Prize


Lecture 2005. Br J Pharmacol. 2006;148(3):245-254.
doi:10.1038/sj.bjp.0706736

38
ATP do Caso 2 e 3:
Viver é inflamar: Prof. Flávio

Inflamação e Reparo:
Depois da inflamação vem o reparo.

A inflamação aguda ajuda para criar memórias de respostas ao processo


inflamatório.

Célula normal - em perfeita capacidade-: pode entrar um fator estressor +


estimulo patológico, com isso a célula pode entrar numa fase de adaptação.

Se o estresse ou estimulo patológico foi maior do que ela pode suportar, a


célula pode entrar em injuria celular. Tem injúria celular reversível and
irreversível, se a injuria celular foi irreversível a célula entra em necrose.
Quando uma célula entra em necrose vai produzir inflamação, a apoptose
não gera inflamação.

Inflamação:
o Fenômenos vasculares
o Resposta celular
o Eventos moleculares

Principais agentes causadores da inflamação aguda:

 Necrose tecidual;
 Agentes infecciosos – Vírus, bactérias, fungos, parasitas;
 Traumas mecânicos – perfurações, pressão e choque mecânicos;
 Variadas gama de agentes físicos e químicos – injuria térmicas,
queimaduras, radiação, agentes químicos variadas;
 Corpos estranhos;
 Reações imunológicas descontroladas ou de auto-imunidades.

Pus: Contaminações bacterianas.

Na impossibilidade de eliminar o agente: Inflamação Crônica.

39
Considerações Gerais:
Inflamação Aguda: Fenômenos vasculares e eventos celulares.

Logo após ocorrência da injuria ou do contato com agente invasor


ocorrerão importantes alterações:

I. Vasoconstrição transitória
II. Vasodilatação Arteriolar
III. Aumento da permeabilidade da microvascularização;
IV. Lentidão do fluxo das vênulas pós- capilares

Alterações vasculares na inflamação aguda:

Conseqüência da estase sanguínea:

 Aumenta a viscosidade sanguínea:


40
 Trona o fluxo sanguíneo mais lento;
 Permite o acúmulo de leucócitos (em especial de neutrófilos) ao
longo da superfície da célula endotelial (processo conhecido como
marginação)

Exsudato: - Saída de fluido em proteína;

-Apresenta também expressiva presença de células inflamatórias;

Edema: acumulo de liquido no espaço extra vascular.

Fenômenos Celulares na Inflamação Aguda:

Ativação dos Leucócitos:

A ligação dos receptores dos leucócitos (celestinas e integrinas) ou seus


respectivos ligantes induz ao processo de a “(ativação leucocitárias), que a
participa da mediação de uma série de eventos dentro de leucócitos.

ATP 2 do Caso 2 e 3:
Viver é inflamar Prof. Flávio

Principais eventos descritos na fagocitose:

1. Reconhecimento e ligação da partícula a ser ingerida;


2. Ingestão e subseqüente formação do vacúolo fagocítico
(fagolisossoma).

Inflamação Crônica:
Processo inflamatório prolongado que podem durar semanas, meses ou
anos.

Inflamação aguda – si não pode eliminar o quadro inflamatório, vai pra


uma tentativa de reparo tecidual (reparo aumenta a lesão diminui-vs-) se a
fibrose continuar passa pra inflamação crônica.

Principais Fenômenos da Inflamação Crônica:

Macrófago (monócito sanguíneo);

Condições patológicas que são causas comuns de inflamação crônica:


41
I. Infecções persistentes
II. Doenças inflamatórias imunomediadas ou autoimunes.
III. Exposição Prolongada a agentes potenciais tóxicos;

Principais Fenômenos da inflamação Crônica:

Ativação dos macrófagos e interações com células do sistema imune;

Substanciam liberadas pelo macrófago ativado:

 Ácidos araquidônicos, Enzimas, ROS, NO


 Protease ácida e neutra
 Citosinas como TNF e IL-1
 Persistência da injuria e destruição tecidual (inflamação ativa)

42
Fatores de Crescimento:

 PDGF
 FGF
 TGFF- 
 VGF

Inflamação Persistente (Crônica)  Continuidade da injúria.

Inflamação:
Agudo:

 Curta duração (rápida – de poucos minutos a poucos dias);


 Geração de exsudação de proteínas e de fluidos;
 Predominância de leucócitos polimorfonucleares (principalmente
neutrófilos).

Crônica:

 Longa duração (insidiosalenta- de meses a anos);


 Predomínio de mononucleares (linfócitos e monócitosmacrófago);
 Está associada aos fenômenos de fibrose e proliferação vascular.

ATP 3 do Caso 3:

Histo-Infecto:

Pulmão normal – menor Pulmão normal – alvéolossacos


aumento alveolares

43
Pneumonia purulenta – menor Tuberculose pulmonar – maior
aumento aumento – fibrose

Tuberculose pulmonar – célula


Pneumonia purulenta - maior gigante – infiltrado monócito
aumento

Tuberculose Pulmonar – menor


Tuberculose pulmonar -
aumento –fibrose
infiltrado monócito

44
Fígado normal – menor Fígado com cirrose – infiltrado
aumento - geral monócito

Apendicite – menor aumento


Fígado com cirrose - fibrose e
infiltrado monócito

45
Apendicite – maior aumento Apendicite célula inflamada
polimorfonuclear

Apendicite célula inflamada polimorfonuclear

46
Estudo do Caso 2 e 3:

Inflamação e Reparo:
Visão Gera da Inflamação e Reparo Tecidual:

A sobrevivência de todos os organismos requer a eliminação de


invasores estranhos, como agentes infecciosos e tecidos lesados.
Essas funções são mediadas por uma resposta complexa do hospedeiro
chamada inflamação. A inflamação é uma resposta protetora que envolve
células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores e
destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como as células e
tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o processo de
reparo. A inflamação realiza sua função protetora diluindo, destruindo ou
neutralizando os agentes nocivos (p. ex., micróbios e toxinas). Ela
movimenta os eventos que curam e reparam os sítios de lesão. Sem
inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais
cicatrizariam. No contexto das infecções, a inflamação é parte de uma
resposta protetora mais ampla, à qual os imunologistas se referem como
imunidade inata.

Embora a inflamação auxilie na remoção das infecções e outros estímulos


nocivos e inicie o reparo, a reação inflamatória e o processo subseqüente de
reparo podem, contudo, causar danos consideráveis. Os componentes da
reação inflamatória que destroem e eliminam os micróbios e tecidos mortos
também são capazes de lesar os tecidos normais. Por isso, a lesão pode
coexistir com as reações inflamatórias benéficas e inteiramente normais, e
o dano pode se tornar característica importante se a reação for muito forte
(p. ex., quando a infecção é acentuada), prolongada (p. ex., quando o
agente causador resiste à erradicação) ou inapropriada (p. ex., quando ela
é direcionada contra antígenos próprios nas doenças autoimunes ou contra
antígenos ambientais geralmente inofensivos nos distúrbios alérgicos).
Algumas das muitas doenças humanas que causam sofrimento físico são
distúrbios que resultam de inflamação crônica inapropriada. O processo de
inflamação é fundamental para virtualmente toda a medicina clínica.
Normalmente, as moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo
leucócitos e proteínas plasmáticas, circulam no sangue, e o objetivo da
reação inflamatória é trazê-las para o local da infecção ou da lesão tecidual.
Além disso, as células residentes das paredes vasculares e as células e
proteínas da matriz extracelular (MEC) também estão envolvidas na
inflamação e no reparo.

47
A inflamação pode ser aguda ou crônica. A inflamação Aguda é de início
rápido e de curta duração, com duração de poucos minutos ou dias, e
caracteriza-se pela exsudação de liquido e proteínas plasmáticas, e acúmulo
de leucócitos, predominantes neutrófilos. A inflamação crônica pode ser
mais insidiosa, é de duração mais longa (dias a anos) e caracterizada pelo
influxo de linfócitos e macrófagos com proliferação vascular associada e
fibrose (cicatrização). Entretanto, essas duas formas básicas de inflamação
podem se sobrepor, e muitas variáveis modificam seu curso e aspecto
histológico.
A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células
do hospedeiro em resposta a um estímulo nocivo. Quando um micróbio
penetra no tecido ou o tecido é lesado, a presença de infecção ou lesão é
percebida por células residentes, principalmente macrófagos, mas também
por células dendríticas, mastócitos e outros tipos celulares. Essas células
secretam moléculas (citosinas e outros mediadores) que induzem e regulam
a resposta inflamatória. Os mediadores inflamatórios também são
produzidos a partir das proteínas plasmáticas que reagem com os micróbios
ou com os tecidos lesados. Alguns desses mediadores agem nos pequenos
vasos sanguíneos nas vizinhanças e promovem a saída do plasma e o
recrutamento dos leucócitos circulantes para o local onde o agente lesivo
está localizado. Os leucócitos recrutados são ativados e tentam remover o
agente lesivo, por fagocitose. Um efeito colateral lamentável da ativação
dos leucócitos pode ser a lesão a tecidos normais do hospedeiro.
As manifestações externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais,
são: calor (aquecimento), rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), dor (dolor)
e perda de função (functio-laesa).

48
A inflamação é normalmente controlada e autolimitada. As células e
mediadores são ativados apenas em resposta à lesão e, como têm vida
curta, são degradados ou tornam-se inativos quando o agente agressor é
eliminado. Além disso, vários mecanismos antiinflamatórios são ativados.
Se o agente nocivo não for rapidamente eliminado, o resultado pode ser a
inflamação crônica, que pode ter sérias conseqüências patológicas.

Características Gerais da Inflamação:

 A inflamação é uma resposta protetora do hospedeiro a invasores


estranhos e tecidos necróticos, porém ela mesma pode causar lesão
tecidual.
 Os principais componentes da inflamação são a reação vascular e a
resposta celular; ambas são ativadas por mediadores derivados das
proteínas plasmáticas e de várias células.
 As etapas da resposta inflamatória podem ser lembradas como os
cinco erres: (1) reconhecimento do agente lesivo, (2) recrutamento
dos leucócitos, (3) remoção do agente, (4) regulação (controle) da
resposta e (5) resolução (reparo).
 O resultado da inflamação aguda é a eliminação do estímulo nocivo,
seguida do declínio da reação e o reparo do tecido lesado ou lesão
persistente que resulta em inflamação crônica.

A inflamação aguda possui dois componentes principais:


 Alterações vasculares: alterações do calibre vascular que resultam
em aumento do fluxo sanguíneo (vasodilatação) e alterações nas
paredes vasculares que permitem que as proteínas plasmáticas
deixem a circulação (aumento da permeabilidade vascular). Além
disso, as células endoteliais são ativadas, resultando no aumento de
adesão dos leucócitos e sua migração através das paredes dos vasos.
 Eventos celulares: emigração dos leucócitos da microcirculação e
seu acúmulo no foco da lesão (recrutamento e ativação celular),
tornando-os aptos para eliminar o agente agressor. Os principais
leucócitos na inflamação aguda são os neutrófilos (leucócitos
polimorfonucleares).

Reconhecimento de Micróbios, Células Necróticas


e Substâncias Estranhas:
Uma questão fundamental relacionada à ativação da resposta do hospedeiro
é de que modo as células reconhecem a presença de agentes potencialmente
prejudiciais, como micróbios. Foi postulado que micróbios e células mortas

49
iniciam alguns “sinais de perigo” que os distinguem de tecidos normais,
mobilizando, assim, a resposta do hospedeiro. Atualmente está estabelecido
que os fagócitos, células dendríticas (presentes nos tecidos conjuntivos dos
órgãos que capturam microrganismos e iniciam resposta a eles e muitas
outras células, como células epiteliais, expressam receptores designados a
sentir a presença de patógenos infecciosos e substâncias liberadas das
células mortas. Esses receptores são chamados de “receptores-padrões de
reconhecimento” por reconhecerem estruturas (isto é, padrões moleculares)
que são comuns a muitos microrganismos ou células mortas. As duas mais
importantes famílias desses receptores são:
• Receptores do tipo Toll (TLRs) são sensores para microrganismos
assim chamados pelo membro de localização Toll, descoberto em
Drosophila. Existem 10 TLRs em mamíferos que reconhecem produtos
bacterianos (como endotoxina e DNA bacteriano) e outros patógenos (Fig.
2-3, A). Os TLRs estão localizados nas membranas plasmáticas e nos
endossomos, e são capazes de detectar microrganismos extras e
intracelulares. Eles são complementados por moléculas de membrana e
Citoplasmáticas, de várias outras famílias, que também reconhecem
produtos bacterianos. Os TLRs e outros receptores reconhecem produtos de
diferentes microrganismos, promovendo defesa contra essencialmente
todas as classes de patógenos infecciosos. O reconhecimento por esses
receptores ativa fatores de transcrição que estimulam a produção de uma
Série de proteínas de membrana e secretadas. Essas proteínas incluem
mediadores da inflamação, citocinas antivirais (interferons) e proteínas que
promovem ativação dos linfócitos e respostas imunológicas mais potentes.

Reações Vasculares na Inflamação Aguda:


 A vasodilatação é induzida por mediadores químicos como a
histamina (descrita mais adiante) e é a causa de eritema e estase do
fluxo sanguíneo.
 O aumento da permeabilidade vascular é induzido pela histamina,
cininas e outros mediadores que produzem aberturas entre as células
endoteliais; por lesão endotelial direta ou induzida por leucócito e
pelo aumento da passagem de líquidos através do endotélio; o
aumento da permeabilidade vascular permite a entrada de leucócitos
e proteínas plasmáticas nos locais da infecção ou da lesão do tecido;
o líquido que extravasa dos vasos sanguíneos resulta em edema.
Recrutamento dos Leucócitos para o Local da Inflamação
• Os leucócitos são recrutados do sangue para o tecido
extravascular, onde estão localizados os patógenos infecciosos ou tecidos
lesados, e são ativados para executar suas
funções.

50
 O recrutamento dos leucócitos é um processo de múltiplas etapa,
consistindo em aderência transitória e rolagem no endotélio
(mediadas por selectinas), aderência firme ao endotélio (mediada por
integrinas) e migração por entre os espaços interendoteliais.
 Várias citocinas promovem expressão de selectinas e ligantes de
integrina no endotélio (TNF, IL-1), aumentam a afinidade das
integrinas por seus ligantes (quimiocinas) e promovem a migração
direcional dos leucócitos (também quimiocinas); muitas dessas
citocinas são produzidas pelos macrófagos do tecido e outras células
que respondem aos patógenos ou tecidos lesados.
 Os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório inicial e são
depois substituídos pelos macrófagos.

Resolução: Regeneração e Reparo. Quando a lesão é limitada ou breve,


onde há pouca ou nenhuma destruição tecidual e quando o tecido é capaz
de se regenerar, o resultado normal é a restauração a uma normalidade
estrutural e funcional. Antes que o processo de resolução se inicie, a
resposta inflamatória aguda tem de ser terminada. A resolução da
inflamação aguda envolve neutralização, decomposição ou degradação
enzimática dos vários mediadores químicos, normalização da
permeabilidade vascular, cessação da emigração de leucócitos, com
subseqüente morte (por apoptose) dos neutrófilos extravasados. Além
disso, os leucócitos começam a produzir mediadores que inibem a
inflamação, limitando, assim, a reação. Finalmente, os esforços
combinados de drenagem linfática e ingestão dos restos necróticos pelos
macrófagos resultam em remoção do líquido de edema, das células
inflamatórias e dos detritos do local. Os leucócitos secretam citocinas que
iniciam o processo subseqüente de reparo, no qual novos vasos sanguíneos
crescem dentro do tecido lesado para fornecer nutrientes, os fatores de
crescimento estimulam a proliferação dos fibroblastos que secretam
colágeno para preencher os defeitos, e as células teciduais residentes
proliferam para restaurar a integridade estrutural.

INFLAMAÇÃO CRÔNICA:
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas a
meses ou anos) na qual inflamação ativa, destruição tecidual e reparação
por fibrose ocorrem simultaneamente. Ao contrário da inflamação aguda,
que é caracterizada pelas alterações vasculares, edema e infiltrado
predominantemente neutrofílico, a inflamação crônica caracteriza-se por
um conjunto de alterações:
 Infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos,
linfócitos e plasmócitos.

51
 Destruição tecidual, francamente induzida pelos produtos das células
inflamatórias.
 Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e
fibrose.
A inflamação aguda pode progredir para inflamação crônica. Essa transição
ocorre quando a resposta aguda não pode ser resolvida ou devido à
persistência do agente lesivo ou por causa da interferência com o processo
normal de cura. Por exemplo, uma úlcera péptica de duodeno exibe
inicialmente inflamação aguda, acompanhada pelos estágios iniciais da
resolução.

Características da Inflamação Crônica:


 Resposta prolongada do hospedeiro a estímulos persistentes.
 Causada por microrganismos que resistem à eliminação, por
respostas imunes a antígenos próprios ou ambientais e por
algumas substâncias tóxicas (p.ex. sílica); fundamenta muitas
doenças importantes do ponto de vista médico.
 Caracterizadas por inflamação persistente, lesão tecidual,
tentativas de reparo por cicatrização e resposta imune.
 Infiltrado celular constituído por macrófagos ativados, linfócitos
e plasmócitos, freqüentemente com fibrose proeminente.
 Mediada por citocinas produzidas pelos macrófagos e linfócitos
(principalmente linfócitos T); as interações bidirecionais entre
essas células tendem a amplificar e prolongar a reação
inflamatória

Proliferação Celular, Ciclo Celular e Células-tronco:


 A regeneração de tecidos é orientada pela proliferação de células não
lesadas (residuais) e substituição a partir de células-tronco.
 A proliferação celular ocorre quando células quiescentes entram no
ciclo celular. O ciclo celular é estreitamente regulado por ativadores
e inibidores, e contém pontos de controle intrínsecos que evitam a
replicação de células anormais.
 Os tecidos são divididos em lábeis, estáveis e permanentes, de
acordo com a capacidade proliferativa de suas células.
 Os tecidos que se dividem continuamente (lábeis) contêmcélulas
maduras capazes de se dividir e células-tronco que se diferenciam
para substituir as células perdidas.
 As células-tronco de embriões (células ES) são pluripotentes; os
tecidos adultos, particularmente a medula óssea, contêm células-
tronco adultas capazes de regenerar múltiplas linhagens celulares.

52
 As células-tronco pluripotentes induzidas (células iPS) são obtidas
através da introdução de genes característicos de células ES em
células maduras. As células iPS adquirem muitas características de
células-tronco.
Fatores de Crescimento, Receptores e Sinal de Transdução:
• Os fatores de crescimento polipeptídicos atuam de maneira
autócrina, parácrina e endócrina.
• Os fatores de crescimento são produzidos transitoriamente em
resposta ao estímulo externo e atuam por ligação a receptores celulares. As
diferentes classes de receptores para fatores de crescimento incluem os
receptores com atividade intrínseca de cinase, receptores acoplados à
proteína G e receptores sem atividade intrínseca de cinase.
• Fatores de crescimento, como o fator de crescimento epidérmico
(EGF) e o fator de crescimento do hepatócito (HGF), se ligam a receptores
com atividade intrínseca de cinase, desencadeando uma cascata de eventos
através das MAP-cinases, culminando em ativação do fator de transcrição e
replicação de DNA.
• Os receptores acoplados à proteína G produzem múltiplos efeitos
através das vias cAMP e do Ca2+. As quimiocinas utilizam esses
receptores.
• As citocinas geralmente se ligam a receptores sem atividade cinase;
tais receptores interagem com fatores de transcrição citoplasmáticos que se
movem para o núcleo.
• A maioria dos fatores de crescimento possui múltiplos efeitos, como
migração e diferenciação celulares, estimulação da angiogênese e da
fibrogênese, além da proliferação celular.

Cura de Ferida Cutânea e Aspectos Patológicos do Reparo:


 As feridas cutâneas podem ser curadas por união primária (primeira
intenção) ou união secundária (segunda intenção); a cura por união
secundária envolve cicatrização mais extensa e contração da ferida.
 A cura da ferida pode ser alterada por muitas condições,
particularmente por infecção e diabetes; o tipo, o volume e a
localização da lesão também são fatores importantes na cura.
 A excessiva produção de MEC pode causar queloide na pele.
 A estimulação persistente de síntese de colágeno nas doenças
inflamatórias crônicas leva à fibrose do tecido.

Matriz Extracelular e Reparo Tecidual:


A MEC consiste em matriz intersticial entre as células, formada por
colágeno e várias glicoproteínas, e membranas basais abaixo dos epitélios e
circundando os vasos, composta de colágeno não fibrilar e laminina.
A MEC tem várias funções importantes:
53
-Fornece suporte mecânico aos tecidos; esse é o papel dos colágenos e da
elastina.
-Funciona como substrato para o crescimento celular e a formação de
microambientes teciduais.
-Regula a proliferação e a diferenciação celulares; os proteoglicanos se
ligam a fatores de crescimento e os exibem em altas concentrações; a
fibronectina e a laminina estimulam as células através dos receptores de
integrinas.
-A regeneração tecidual requer MEC intacta e, se houver lesão à MEC, o
reparo é feito apenas por formação de cicatriz.
Reparo por Formação de Cicatriz:
 Os tecidos podem ser reparados por regeneração que envolve a
restauração completa da forma e da função ou por substituição com
tecido conjuntivo e formação de cicatriz.
 O reparo pela deposição de tecido conjuntivo envolve
angiogênese,migração e proliferação de fibroblastos, síntese de
colágeno e remodelamento do tecido conjuntivo.
 O reparo por tecido conjuntivo começa com a formação de tecido de
granulação e termina com deposição de tecido fibroso.
 Múltiplos fatores de crescimento estimulam a proliferação dos tipos
celulares envolvidos no reparo.
 OTGF-b é um potente agente fibrogênico; a deposição de MEC
depende do equilíbrio entre os agentes fibrogênicos, as
metaloproteinases (MMPs) que degradam a MEC e os TIMPs.

Referencia Bibliográfica:
Robbins patologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. xvi, 1028 p.
ISBN: 9788535227291.

54
Vídeo – Aula:

Inflamação e Reparo!
Definição de Inflamação: É uma resposta dos tecidos vascularizados a
infecções e tecidos lesados.

Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro, da


circulação para os locais onde são necessárias, com a finalidade de eliminar
os agentes agressores.

Sem inflamação certas enfermidades passariam despercebidas.

Sinais Cardinais (Flogísticos):

 Rubor: hiperemia ou vermelhidão.


 Tumor: Inchaço ou edema.
 Calor:
 Dor:
 Perda de Função:

Fagocitose: O propósito da inflamação é enviar células fagocísticas aos


locais de lesão para englobarem as bactérias invasoras.

Etapas da Inflamação:

1. Reconhecimento: É quando o agente agressor que se insere no


tecido é reconhecido pelas células e moléculas do hospedeiro.
2. Recrutamento: É quando os leucócitos e proteínas do plasma são
recrutados da para os locais onde o agente agressor está localizado.
3. Ativação: Momento no qual os leucócitos e as proteínas são ativados
e trabalham juntos para destruir e eliminar a substancia agressora.
4. Controle: Essa ativação é controlada e concluída.
5. Reparo: O tecido lesado é reparado momento no qual a inflamação
atingiu o objetivo desejado e eliminou os agentes agressores e os
mediadores inflamatórios foram esgotados e decepados (os
leucócitos têm vida curta nos tecidos).

Causas da inflamação:

 Infecção;
55
 Necrose;
 Corpos estranhos;
 Reações imunes;

La inflamação pode ser de duas formas: Aguda e Crônica:

 Inflamação aguda: É uma rápida resposta inicial a infecções e ao


dano tecidual (geralmente é rápida no início, persistindo por horas
ou dias).
 Inflamação Crônica: É um processo de longa duração, está
associada a maior destruição tecidual, presença de linfócitos e
macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos e disposição do
tecido conjuntivo.

Principais componentes da inflamação aguda:

 Dilatação dos pequenos vasos: (levando um aumento no fluxo


sanguíneo).
 Aumento da permeabilidade da microvasculatura: (que permite que
a proteína do plasma e os leucócitos saiam da circulação).
 Emigração de Leucócitos da microcirculação: seu acumulo no foco
da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor.
 Exsudação: Deslocamento de fluido, proteínas e células sanguíneas
do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das
cavidades corporais.
 Exsudato: O fluido extravascular que apresenta alta concentração
protéica e contem resíduos celulares.
 Transudato: Fluido com baixo conteúdo protéico, a maior parte
composta de abomina, pouco e nenhum material celular e baixa
gravidade especifica, é essencialmente um ultrafiltrado de plasma
sanguíneo que resulta do desequilíbrio osmótico ou hidrostático
sem aumento correspondente de permeabilidade vascular.

Recrutamento dos Leucócitos:

 Adesão do leucócito ao endotélio;


 Migração dos leucócitos através do endotélio;
 Quimiotaxia dos leucócitos;

56
Mediadores da inflamação: Substancias que iniciam e regulam as reações
inflamatórias.

Aminas vasoativas,

Prostaglandinas,

Leucotrienos,

Metabólitos do Ácido araquidônico,

Quimiocionas.

Lipoxinas.

Inflamação Aguda: Resolução Completa  Fibrose  Inflamação Crônica

Inflamação Crônica: É uma inflamação de duração prolongada (semanas


a meses) em que a inflamação, injúria tecidual e tentativa coexistem.

Pode se seguir a uma inflamação aguda ou insidiosamente com uma


resposta latente ou de baixo grau, sem história pregressa de inflamação
aguda.

Causas: Infecções persistentes por microorganismos,

Doenças inflamatórias imunomediadas,

Exposição prolongada tóxicos, exógenos endógenos.

Características Morfológicas:

 Infiltração com células mononucleadas: Macrófagos, linfócitos, e


células plasmáticas;
 Destruição tecidual: pelo agente agressor ou pelas células
inflamatórias,
 Tentativas de cura pela substituição de tecido danificado por tecido
conjuntivo- angiogenese e fibrose.

Linfócitos e macrófagos:

Interagem de modo bidirecional e essa interação tem um papel na


inflamação crônica, já que os linfócitos e macrófagos ajudam na produção
de citosinas, estimulando a inflamação ou inibindo.

57
Renovação, regeneração e reparo dos tecidos:

Reparo: Refere-se à restauração da arquitetura tecidual a da função após


uma lesão.

Cicatrização: Quando houve a lesão ou a retirada do tecido, e substituído


por outro tecido só que não vai ter a mesma função da aquele tecido.

Cura por reparo: O reparo pela deposição do tecido conjuntivo inclui as


seguintes características básicas:

Inflamação;

Angiogenese;

Migração e proliferação de fibroblastos

Formação de Cicatriz;

Remodelamento do tecido conjuntivo;

Bibliografias:
Inflamação e Reparo - Vídeos-aula LAPAT

https://www.youtube.com/watch?v=Hc_piRnmyLw

Reflexão Final do Acaso:


Nossa, acho que essa é a palavra inicial para descrever este caso.
Porque foram muitas as coisas que me surpreenderam, primeiro
que para fechar este caso demoramos quase um ano (por motivo
do covid), então quando voltamos agora acho que voltei com uma
nova mentalidade, com a qual espero que terei um melhor
desenvolvimento. Considero que este foi uns dos casos dos quais
aprendi bastante, me aprofundei nos fatores fisiológicos, o que me
fez ter menos medo da parte fisiológica das coisas. A minha
participação no fechamento acho que foi acentuada, sempre trato
de não fugir dos objetivos e acho que alcancei isso.

58
Situação-Problema 4
Abertura de caso: Duvidas?

Problemas:
- Manu apresenta dor no membro inferior direito e empastamento
da musculatura da panturrilha;
- Manu apresenta histórico familiar positivo para eventos
tromboembólicos;
- Manu apresenta edema 2+/4+ na panturrilha direita, com
hiperemia cutânea leve, dor e eritema e calor no membro afetado;
Hipóteses:
- Considerando os exames que foram solicitados a Manu, e por
causa da história familiar, suspeita-se que ela tenha feito um
quadro de trombose venosa;
- Devido ao uso de Diane-35 provavelmente Manu desenvolveu
um quadro de trombo no membro inferior direito;
- Dímero D alterado é indicativo de processo inflamatório e/ou
processo de reparação tecidual;
- A dor, eritema e o calor no membro afetado da Manu, são
decorrentes de uma resposta do organismo no processo
inflamatório;
- A solicitação dos exames é decorrente de transtornos da
coagulação;
- Um evento tromboembólico pode ser decorrente de
predisposição genética;
- O tempo de coagulação de protrombina é o tempo em que o
sangue demora para coagular;

59
- A substituição do Diane 35 pelo acenocumarol provavelmente
foi feita para modificar o possível quadro tromboembólico
apresentado por Manu;

QAs:
1. Como o anticoncepcional propicia um quadro
tromboembólico ou altera o processo de hemostasia?
2. Para que serve esses exames laboratoriais realizados:
“Dímero D”, fator V de Leiden e teste de Tempo de
Ativação da Protrombina (TAP)?
3. Como o acenocumarol e a enoxaparina atuam no quadro
tromboembólico?
4. A história familiar positiva da Manu para eventos
tromboembólicos potencializam a chance de ela ter um
evento desses? Se sim, por quê?
5. Que alterações hemostáticas podem desencadear uma
trombose?

Reflexão Inicial da abertura:


Sendo bem sincero, hoje me senti um pouco perdido na abertura,
porque o tema tratado era algo que não havia visto antes, mas
mesmo assim acho que agente se saiu bem, e conseguimos
cumprir com os objetivos, mesmo que isso agente o vai ver mais
para a frente. Eu tratei de dar o meu melhor, tratando de aportar o
pouco de conhecimento que tenho e assim fazer que o grupo tenha
um bom desenvolvimento.

60
QAs:
1. Como o anticoncepcional propicia um quadro tromboembólico
ou altera o processo de hemostasia?

A trombose é uma doença que pode ter varias causas, ela consiste na
alteração dos componentes de coagulação do organismo, levando a
formação de um trombo no interior de veias, vasos ou artérias. Os
anticoncepcionais orais possuem em sua composição desenvolvimento dois
hormônios sintéticos, o estrogênio e o progestágeno e estão relacionados ao
desenvolvimento da doença. Vários estudos relatam que o uso de
anticoncepcionais orais por mulheres que possuem pré-disposição genética
ou associados a outros fatores, aumentam o risco de complicações
trombóticas. Essa relação pode ser explicada devido aos estrógenos e
progestágenos aumentam a capacidade de coagulação sanguínea e
aumentarem a capacidade pro - coagulante da cascata de coagulação,
interferindo assim na hemostasia.

A hipercoagulabilidade associada ao uso de contraceptivos orais e ao


estado de gravidez pode estar relacionada a aumento da síntese hepática
dos fatores de coagulação e à redução da síntese de antitrombina III.

Participação da Layla: eu vi que os anticoncepcionais potencializam o risco


trombose por reduzirem o fluxo sanguíneo por hiperviscosidade,
estimulando a agregação plaquetária, aumentando a concentração de
fibrinogênio e reduzindo a ação da antitrombina. Os vasos sanguíneos
sofrem efeitos desses hormônios já que existem receptores de estrogênio e
progesterona em todas as camadas que constituem o vaso sanguíneo.

2- Para que serve esses exames laboratoriais realizados: “Dímero


D”, fator V de Leiden e teste de Tempo de Ativação da
Protrombina (TAP)?

O Dímero D é um produto formado no processo de degradação da fibrina


(principal componente dos coágulos sanguíneos) que se eleva abruptamente
no sangue de pacientes com tromboses de qualquer natureza, está presente
em qualquer situação na qual haja formação e degradação de um trombo.
Apresenta alta sensibilidade, mas pouca especificidade para o diagnóstico
da TVP. Valor de referencia: 0,5 mcg/mL
A pesquisa de fator V Leiden e protrombina A20210G, é feita com outros
exames relacionados com trombofilia, para avaliar o risco de tromboses
61
recorrentes em pessoas que têm um episódio de trombose venosa,
especialmente quando possuem menos de 50 anos de idade ou quando a
trombose venosa ocorre em locais incomuns, como fígado, rins, cérebro,
tubo digestivo, pelve ou olhos.
O tempo de protrombina, TP ou TAP é um teste para avaliar a via
extrínseca e a via comum, ou seja, os fatores VII, X, V, II e o fibrinogênio.
Assim, o tempo de protrombina estará aumentado em casos de deficiência
de fibrinogênio e de qualquer um dos fatores mencionados anteriormente,
em pacientes que fazem uso de anticoagulantes, nas doenças hepáticas e
deficiência de vitamina K, pois os fatores II, VII e X são dependentes desta
vitamina.
3- Como o acenocumarol e a enoxaparina atuam no quadro
tromboembólico?
O acenocuramol, um derivado da cumarina, é um anticoagulante
que atua inibindo á ação da vitamina K. O acenocuramol está
indicado no tratamento e prevenção das infecções
tromboembólicas. Também impede no fígado a formação dos
fatores II, VII, IX e X e da proteína C, mediante inibição da gama
de carboxilação das proteínas precursoras mediadas por vitaminas
K.
A enoxaparina é um antitrombótico; anticoagulante que serve para inibir a
trombose por inibir a formação e a atividade do fator Xa, o que leva a um
aumento da antitrombina II, diminuindo a formação da trombina.

4- A história familiar positiva da Manu para eventos


tromboembólicos potencializam a chance de ela ter um
evento desses? Se sim, por quê?
A trombofilia é um conjunto de entidades hereditárias o adquiridas nas
quais existe um desbalance a favor da capacidade de procoagulante do
organismo determinando um estado de hipercoagulabilidade com tendência
ao desenvolvimento de tromboses. Existem diversos fatores que podem
potencializar a criação de um trombo, como fatores hereditários ou
adquiridos, dentro dos fatores hereditários dos quais a Manu poderia fazer
parte são: Deficiência de antitrombina, Deficiência de PC, Deficiência de
OS, Fator V Leiden, Mutação G20210A do gene da protrombina, Níveis
aumentados dos fatores VIII, IX, XI, VII e FVW, entro outros.

62
5- Que alterações hemostáticas podem desencadear uma
trombose?
Alterações na hemostasia aumentam o risco de coagulação podendo
influenciar na manifestação de Eventos Trombóticos (ET). A trombose é
uma doença ligada ao descontrole da hemostasia, podendo ser explicada
por três fatores, sendo eles: alterações no fluxo sanguíneo, lesão endotelial
e hipercoagulabilidade, que associadas ou não a outros fatores podem levar
ao surgimento do trombo, na chamada Tríade de Virchow.

 Lesão endotelial (p. ex., toxinas, hipertensão, inflamação ou


produtos metabólicos);
 Fluxo sanguíneo anormal, estase ou turbulência (p. ex., devido a
aneurismas, placa aterosclerótica)
 Hipercoagulabilidade: primária (p. ex., fator de Leiden, aumento da
síntese de protrombina, deficiência de antitrombina III) ou
secundária (p.ex. repouso no leito, dano tecidual, malignidade)

Referencia Bibliográfica:
Silva JE, Santana KS, Nunes JS,Santos JC,Terra Júnior AT.A relação entre
o uso de anticoncepcionais orais e a ocorrência de trombose. Rev Cient
Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(1):383-398. DOI:
http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.522

Kemmeren JM, Algra A, Grobbee DE. Third generation oral contraceptives


and risk of venous thrombosis: meta-analysis. BMJ. 2001; 323 (7305): 131-
4

Schindler AE, Campagnoli C, Druckmannc R, Huber J, Pasqualini JR,


Schweppef KW, et al. Classification and pharmacology of progestins.
Maturitas. 2003; 61 (1-2): 171-80.

Conard J. Biological coagulation findings in third-generation oral


contraceptives. Hum Reprod Uptade. 1999; 5 (6): 672-80.

Tans G, Curvers J, Middeldorp S, Thomassen MC, Meijers JC, Prins MH,


et al. A randomized cross-over study on the effects of levonorgestrel- and
desogestrel-containing oral contraceptives on the anticoagulant pathways.
Thromb Haemost. 2000; 84 (1): 15-21.

63
ATP1 do Caso 4: Hemostasia e Trombose
Prof.ª Fabiana Aidar
Sistema Hemostático: Contrapor-se á perda excessiva de sangue com
equilíbrio para Evitar a formação de trombos intravasculares.

Composto: Vasos, plaquetas, proteínas da coagulação, anticoagulantes


naturais, sistema de fibrinólise. >Hemostasia adequadamente.

Cascata da coagulação: Via intrínseca> Via final comum< Via extrínseca


Fibrinogênio > Fibrina.

Complexo enzimáticos pro - coagulantes.

Mecanismos reguladores da coagulação: Anticoagulantes naturais:

 Proteínas S
 Proteína C
 Antitrombina III

Trombose é uma doença em que ocorre a formação de um trombo (um


coágulo) dentro de um vaso sanguíneo, sem que haja ruptura de suas
paredes.

Trombogenese: mecanismos que dão origem á trombose- Tríade de


Virchow.

 Lesão endotelial
 Hipercoagulabilidade sanguínea
 Alterações do fluxo sangüíneo

Lesão do endotélio:

-ativação das células endoteliais e liberação de fatores pro - coagulantes

-exposição de colágeno e ativação dos fatores de coagulação

Ex: aterosclerose, vasculite, traumatismo, irradiação, toxinas, etc.

Hipercoagulabilidade:

-aumento dos fatores pro - coagulantes

64
-diminuição dos fatores inibidores da coagulação (anticoagulante naturais)

Ex: aumento dos fatores pro - coagulantes em situações fisiológicas:


gestação, parto e puerpério

-aumento dos fatores pro - coagulantes em situações não fisiológicas:


secreção de fatores por células neoplásicas liberação do fator tecidual após
trauma ou queimaduras, excreção urinaria de AT III na síndrome nefrótica.

-diminuição dos fatores inibidores da coagulação (anticoagulantes


naturais): deficiência genética de proteína S_C_anti-trombina (AT) III,
presença de mutação da protrombina

Alterações do fluxo sanguíneo:

 Estase: imobilidade-veia
 Turbulência:artérias ou coração

Desorganização de o fluxo laminar: ativação de plaquetas por contato com


endotélio

Aumento da concentração de fatores pro - coagulantes;

Indução de lesão do endotélio;

Ex: Pessoas com dificuldade de deambular por limitação física: ‘plegias’


Situações transitórias de imobilidade prolongada;

Conseqüências da trombose:

-Diminuição ou obstrução total do fluxo sanguineo no local.

Embolia: Consequencia da trombose quando o trombo se desloca (embolo)


e causa obstrução do fluxo sanguineo em outros órgãos-pulmão

-Se ocorre formação de um trombo no sistema arterial. Essa obstrução


causa infarto, isquemia e necrose do tecido (coração, cérebro).

Destino do trombo: -remoção por ação fibrinolítica ou Organização e


recanalização (fibroblastos e capilares).

Pratica médica: -Localização

-os trombos em veias profundas são um problema de saúde comum:


trombose venosa profunda (TVP)
65
-as pernas (membros inferiores) locais mais comuns

ATP 2 do CASO 4: Coagulograma e aticoagulação


Prof.ª Rosana Álvares

Mecanismos da coagulação:

Hemostasia primaria: Mecanismo vascular e mecanismo plaquetário

Hemostasia secundaria: Fatores de coagulação

Anticoagulantes naturais e fibrinolise

Hemostasia primaria:

-Vasoconstrição

-Plaquetas

Hemostasia secundaria:

Modelo clássico: cada fator é descrito como pro enzima que pode ser
convertido em enzimas ativadas por meio de reações proteolíticas
seqüenciais.

Via intrínseca: Todos os componentes estão na circulação sanguinea.

Via extrínseca: Desencadeada por um fator extremo ao sangue circulante.

Fibrinolise:

 Remoção dos depósitos de fibrina


 Regulada por diferentes proteínas
 O primeiro passo á ativação do Plasminogenio
 A via de ativação é mediada pelo ativador tissular do
plasminogenio.
 O plasminogenio é convertido a plasmina.
 A plasmina degrada a fibrina em PDF.

66
Hemostasia:

 Impede a perda de sangue;


 Restaura a integridade vascular;
 Mantém condições fisiológicas que preservam a vida;

Importância do Coaugulograma:

 Avaliar equilibro entre hemorragia e trombose;


 Avaliação preventiva de procedimentos cirúrgicos;
 Investigação clinica de distúrbios hemorrágicos;
 Investigação de estados pro-tromboticos e trombofilia.
 Acompanhamento de uso de anticoagulantes.

Coagulograma:

 Tempo de sangramento: Avalia a hemostasia primaria.


 Tempo de coagulação: Avalia a hemostasia secundaria
 Retração de coagulo: Função plaquetaria > Estes três poucos usados
agora.
 Tempo de protrombina (TP): 9, 5-13,5 segundos (vias extrínsecas)
 Tempo de protrombina parcial ativada (TTPa): 30-40 segundo (via
intrínseca)
 Contagem de plaquetas: Hemograma
 Teste de agregação plaquetaria

Contagem de plaquetas 150, 000- 400, 000

Características do anticoagulante ideais:

 Administração oral.
 Inicio de ação rápida e previsível.
 Larga janela terapêutica.
 Sem necessidade de monetarização e ajuste de dose.
 Alto índice de eficácia-segurança.
 Mínima interação com alimentos ou medicamentos.
 Uso em pacientes com insuficiência renal e hepática, idosos ou
extremadamente obesos.

67
 Antídoto disponível.

Estudo do Caso:
O funcionamento adequado do corpo humano necessita, entre outras coisas,
do bom aporte sanguíneo para os tecidos. Para isso, é importante que todos
os componentes do sistema cardiovascular (coração, vasos sanguíneos e
sangue) estejam íntegros.

Hemostasia:
A hemostasia consiste no processo que regula o equilíbrio volemico,
mantendo o sangue em seu estado liquido nos vasos normais. Ou seja, não
lesados, e permitindo a formação de tampão hemostático (trombo) nos
locais de lesão vascular, a fim de evitar a perda significativa de sangue.
Defeitos nos processos de hemostasia podem causar hemorragias e
trombose, que consiste na formação de coágulos sanguíneos (trombos)
dentro de vasos normais, o que pode ser causado por vários fatores.

Tanto os mecanismos da hemostasia quanto da trombose envolvem três


componentes principais: Parede vascular ((especialmente o endotélio),
plaquetas e a cascata de coagulação.

De maneira geral, os eventos hemostáticos no local da lesão vasculares


passa pelas seguintes fases:

1. Vasoconstrição: mediada por mecanismos neurogênicos reflexos e


fatores de secreção local (endotelina). É uma medida paliativa e
transitória, que visa diminuir a perda sanguínea diminuindo o fluxo
sanguíneo na região, porém o sangramento pode retornar caso as
próximas fases da hemostasia não ocorram.
2. Hemostasia primária: consiste na formação do tampão hemostático
pela agregação plaquetária. A lesão endotelial expõe a matriz
extracelular (MEC), favorecendo a aderência e ativação plaquetária,
resultante da alteração de seu formato (de discos arredondados para
placas planas).
3. Hemostasia secundária: nessa fase o início do tampão plaquetário é
consolidado. Isso ocorre com a exposição do fator tecidual no local
da lesão endotelial. O fator tecidual, também chamado de fator III ou
tromboplastina, é uma proteína pró-coagulante que atua em conjunto
68
com o fator II, que é o principal ativador da cascata de coagulação e
normalmente resulta em trombina. A trombina cliva o fibrinogênio
circulante em fibrina insolúvel, formando uma rede de fibrina e
induzindo o recrutamento e ativação de mais plaquetas, formando
um tampão permanente, um trombo sólido.

Trombose Venosa Profunda:


A trombose venosa profunda (TVP) caracteriza-se pela formação de
trombos dentro de veias profundas, com obstrução parcial ou oclusão,
sendo mais comum nos membros inferiores – em 80 a 95% dos casos.

As principais complicações decorrentes dessa doença são: insuficiência


venosa crônica/síndrome pós-trombótica (edema e/ou dor em membros
inferiores, mudança na pigmentação, ulcerações na pele) e embolia
pulmonar (EP). TVP ou EP podem ocorrer em 2/1.000 indivíduos a cada
ano, com uma taxa de recorrência de 25%.

Os principais fatores diretamente ligados à gênese dos trombos são: estase


sanguínea, lesão endotelial e estados de hipercoagulabilidade. Portanto,
idade avançada, câncer, procedimentos cirúrgicos, imobilização, uso de
estrogênio, gravidez, distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou
adquiridos, constituem-se como fatores de risco para TVP. A sua
incidência aumenta proporcionalmente com a idade, sugerindo que esta
seja o fator de risco mais determinante para um primeiro evento de
trombose.

Os fatores de riscos podem ser classificados como:

69
-Hereditário-Idiopáticos: resistência à proteína C ativada (principalmente
fator V de Leiden); mutação do gene da protrombina G20210A; deficiência
de antitrombina; deficiência de proteína C; deficiência de proteína S;
hiperhomocisteinemia; aumento do fator VIII; aumento do fibrinogênio.

- Adquirido-Provocados: síndrome do anticorpo antifosfolipídio; câncer;


hemoglobinúria paroxística noturna; idade > 65 anos; obesidade; gravidez e
puerpério; doenças mieloproliferativas (policitemia vera; trombocitemia
essencial etc.); síndrome nefrótica; hiperviscosidade (macroglobulinemia
de Waldenström; mieloma múltiplo); doença de Behçet; trauma; cirurgias;
imobilização; terapia estrogênica.

Classificação: A TVP nos membros inferiores é dividida,


simplificadamente, segundo sua localização:

Proximal - quando acomete veia ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea.

Distal - quando acomete as veias localizadas abaixo da poplítea.

O risco de EP e a magnitude da síndrome pós-trombótica (SPT) decorrente


da TVP proximal são maiores. Entretanto, existe um risco de progressão da
trombose distal para segmentos proximais de até 20%, o que faz com que o
diagnóstico e o tratamento da TVP distal sejam similares ao da TVP
proximal.

O quadro clínico, quando presente, pode consistir de: dor, edema, eritema,
cianose, dilatação do sistema venoso superficial, aumento de temperatura,
empastamento muscular e dor à palpação.

Exame Laboratorial:

Teste D-dímero (DD): D-dímero, um dos produtos da degradação da


fibrina, está presente em qualquer situação na qual haja formação e
degradação de um trombo, não sendo, portanto, um marcador específico de
TVP1. Apresenta alta sensibilidade, mas pouca especificidade para o
diagnóstico da TVP.

Eco Doppler colorido (EDC): O EDC venoso é o método diagnóstico


mais freqüentemente utilizado para o diagnóstico de TVP em pacientes
sintomáticos. Apresenta menor acurácia em veias distais, em veias de
membros superiores, e em pacientes assintomáticos. É o exame de escolha
para o diagnóstico de TVP, com sensibilidade de 96% e especificidade de
70
98- 100%, em substituição à venografia . Utiliza-se a ultracenografia em
tempo real para avaliar a ausência ou presença de compressibilidade das
veias e a ecogenicidade intraluminal. O EDC avalia a anatomia, a fisiologia
e as características do fluxo venoso, combinando imagem em tempo real e
a análise espectral.

Testes diagnósticos para trombofilia incluem: homocisteína, fator V Leiden


(FVL), mutação da protrombina G20210A (MP G20210A), resistência a
proteína C ativada (RPCA), anticorpos antifosfolipídios (anticoagulante
lúpico, anticardiolipina IgG e IgM, e anti-β2 glicoproteína I IgG e IgM,
esses dois últimos em pelo menos duas dosagens com títulos moderados ou
altos e com intervalo de 12 semanas entre elas), deficiência da antitrombina
(AT), da proteína C (PC) e da proteína S (PS).

Uso de anticoncepcionais e a trombose:

Os progestagênios formam um grupo de esteróides que, apesar de


possuírem a característica comum de se ligarem aos receptores de
progesterona, têm efeitos sistêmicos diferentes e que são mediados não só
pela afinidade aos próprios receptores de progesterona, mas principalmente
pela capacidade de ligação com os receptores de outros esteróides, como os
estrogênios, androgênios, glicocorticóides e mineralocorticóides. Essa
capacidade de ligar-se a outros receptores de esteróides, bem como o perfil
de afinidade por cada um desses receptores podem resultar em riscos
diferentes para a trombose, a depender do progestagênio associado ao
estrogênio. Contraceptivos orais combinados com progestagênios de
terceira geração estão associados ao desenvolvimento de resistência
adquirida à proteína C ativada mais pronunciada e a uma tendência de
produzir níveis mais altos de fatores de coagulação e níveis mais baixos de
anticoagulantes naturais, quando comparados a contraceptivos orais
combinados contendo progestagênio de segunda geração. Esses achados
poderiam explicar as observações epidemiológicas de risco aumentado para
tromboembolismo venoso em usuárias de contraceptivos orais combinados
que contêm progestagênios de terceira geração, já que a resistência à ação
da proteína C (adquirida ou herdada) é um marcador importante para risco
aumentado de tromboembolismo venoso. Outro achado é que a
hiperfibrinólise é menos acentuada em usuárias de contraceptivos orais
combinados com progestagênios de terceira geração do que aqueles com os
de segunda geração.
71
Fatores de Coagulação

• A coagulação ocorre via conversão enzimática seqüencial de uma cascata


de proteínas circulantes e localmente sintetizadas.

• O fator tecidual elaborado em locais de lesão é o iniciador mais


importante da cascata de coagulação in vivo.

• No estágio final de coagulação, a trombina converte fibrinogênio em


fibrina insolúvel que contribui para a formação do tampão hemostático
definitivo.

• A coagulação normalmente é restrita aos locais de lesão vascular por:

 Limitar a ativação enzimática às superfícies fosfolipídicas por meio


de plaquetas ativadas ou endotélio
 Anticoagulantes naturais elaborados em locais de lesão endotelial ou
durante a ativação da cascata de coagulação
 Expressão de trombomodulina em células endoteliais normais, que
ligam trombina e a convertem em anticoagulante
 Ativação das vias fibrinolíticas (p. ex., pela associação de ativador de
plasminogênio tecidual com fibrina
72
Video-Aula: Trombose e Embolia Pulmonar
Trombofilias: Definição: Conjunto de entidades hereditárias o
adquiridas nas quais existe um desbalance a favor da capacidade de
procoagulante do organismo determinando um estado de
hipercoagulabilidade com tendência ao desenvolvimento de tromboses.
Etiologia:
 Primarias ou herdadas: Deficiência de proteínas C, S, o AT Fator V
Leiden, Resistência á proteína C ativa; Mutação do gen da
protrombina disfrinogemia.
 Secundarias ou adquiridas: Gravidez e puerperio; Uso de estrógenos
AOCs ou TRH; Idade avançada, Obesidade, Inmovilizção
prolongada. Trauma ou cirurgia, SAF, Viagem prolongado
 Mixtas ou desconhecidas: Resistência á proteína C no induzida por
fator V leiden: Fatores IX e XI elevados hiperhomocisteinemia.
 Comorbidades associadas a estado de hipercoagulabilidade: Lúpus,
Câncer; Endocardite trombótica não infecciosa, Microangiopatia
Trombótica; síndrome nefrotico; etc.
Hemostasia: Chama-se hemostasia o conjunto de mecanismos que
permitem que o sangue coagule quando acontece algum ferimento. O
sangue coagula pela ação das plaquetas e das proteínas presentes no sangue
chamado de fatores de coagulação. Quando há alterações desses
mecanismos, sangramentos graves (hemorragias) podem ocorrer:
 Manchas roxas espalhadas pelo corpo;
 Várias pequenas manchas de coloração vermelha na pele ou nas
mucosas;
 Sangramento na boca e gengivas, principalmente não desencadeado
pela higiene oral;
 Sangramento na urina ou nas fezes;
ATROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP):

 Dor espontânea ou à palpação da perna ou coxa


 Inchaço da perna, pé e/ou tornozelo
 Vermelhidão e/ou mudança do tom da pele
 Aumento da temperatura do membro ou da área afetada
EMBOLIA PULMONAR (TEP):

 Falta de ar
 Respiração acelerada
 Dor no tórax que comumente piora com a respiração profunda
73
 Palpitação ou sensação do coração acelerado
 Sensação de tontura e/ou desmaio
 Tosse às vezes com raja de sangue
Trombose: (TVP) é o bloqueio da circulação provocada por um coagulo de
sangue, também chamado de trombo. A trombose pode ocorrer em veias ou
artérias. Quando esse trombo se desprende do local da trombose e percorre
a circulação até atingir os pulmões ocorre o que chamamos de embolia
pulmonar (TEP), quadro potencialmente grave. Ajudam na prevenção
hábitos de vida saudável como:
 Cessar o tabagismo
 Manter hidratação adequada
 Praticar atividade física
 Controle e tratamento de:
 Obesidade
 Diabetes
 Hipertensão arterial
 Níveis de colesterol
Referencia Bibliográfica:
Bates SM, Jaeschke R, Stevens SM, et al. Diagnosis of DVT: Antithrombotic Therapy and
Prevention of Thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians EvidenceBased
Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e351S–418S. Available at:
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3278048&tool=pmcentrez
&rendertype=abstract. Accessed July 10, 2014.

TOWNSEND C.D. et al. Sabiston: Tratado de Cirurgia, A Base Biológica da Prática Cirúrgica
Moderna. 20ed. Elsevier, 2016.

https://youtu.be/098VVehcAWE

https://www.youtube.com/watch?v=uEJYyH9Pdkk

Reflexão final do caso:

Este caso foi um pouco mais rápido que os outros, só tivemos uma semana
para poder estudar, mas mesmo assim senti que alcancei estudar conforme
aos objetivos planejados. No fechamento tratei de dar o melhor que pude
como sempre, acho que fui bem. Sento-me muito grato comigo mesmo
porque acho que estou aprendendo a estudar e fazer que o conteúdo fique
mais fixado. Anteriormente sempre estudava e sentia que não aprendia
muito, mas agora sento que a cada fechamento que fazemos no anterior ao
fechamento o meu método de estudo foi bem.
74
Situação-Problema 5:
Abertura de Caso: Como assim?

- Palavras Chave:
• Metabolismo; Nutrição; Emagrecimento; Carboidrato; Alimentação;
Dieta; Jejum; Restrição; Orientações Nutricionais; Desnutrição; Proteínas;
Gorduras; Fígado;

Problemas:
Manu e Renato tremem de fome;

Manu cortou completamente os carboidratos;

Manu tem dificuldades em se hidratar;

Manu faz dieta com restrição alimentar;

Manu e Renato fazem dieta sem acompanhamento especializado;

Manu tem uma alta ingestão de proteínas e gorduras;

Renato fica muito tempo sem se alimentar;

Renato desconhece a função hepática no metabolismo;

Renato desconhece a composição nutricional dos alimentos (biomoléculas);

Manu não sabe ser saudável;

Hipóteses:
Manu e Renato apresentam sinais e sintomas de hipoglicemia (tremor);

Manu treme por desidratação já que tem dificuldade em tomar água;

A falta de carboidratos no organismo faz com que o corpo use as reservas


de gordura para se sustentar, induzindo a perda de peso;

A alta ingestão de proteínas e gorduras causam problemas no fígado;

O jejum prolongado causa alterações metabólicas;

75
A alta ingestão de gorduras pode aumentar os níveis de colesterol no
organismo de Manu;

QAs:
1. Proteínas e gorduras causam sobrepeso?
2. Por que é difícil resistir aos doces e carboidratos?
3. Qual a relação entre a ingestão excessiva de proteínas e/ou
gorduras com problemas hepáticos?
4. O que acontece com o metabolismo com a exclusão/diminuição
da ingesta de carboidratos, gorduras e proteínas?
5. Qual a importância do equilibro entre a ingesta energética e os
requisitos de energia?
6. Qual a relação dos tremores sentidos por eles e a falta de
alimentação?
7. Quais os prós e contras do jejum intermitente e da dieta
cetogênica feitos exclusivamente?
8. Como a desidratação pode afetar essa perda de peso e os
sintomas de Manu?

Reflexão Inicial da Abertura:

Esta abertura puxou um pouco de conhecimento de cada um de nos, senti


que demoramos um pouco mais para elaborar certas hipóteses porque ao
mesmo tempo o caso apresentado ele dava muitas informações e agente não
sabia por onde se dirigir. Eu não posso mentir me senti um pouco inseguro
ao dar minhas opiniões porque não queria que estivessem erradas, mas ao
final todo saiu bem graças a Deus. Acho que o tema vai ser muito bom
para estudar porque são coisas que realmente me chamam a atenção e
espero que no final todo possa sair bem.

76
QAs:
1. Proteínas e gorduras causam sobrepeso?

A alta ingestão de proteína na dieta está associada a um aumento do


peso corporal e ao risco total de morte

Destaques:
 A ingestão elevada de proteínas está relacionada a um alto risco de
ganho de peso e morte em longo prazo.
 A maior ingestão de proteína animal está relacionada a desfechos
cardiovasculares fatais e não fatais.
 Não foi encontrada associação entre a ingestão de proteínas e
obesidade abdominal.
Antecedentes e objetivos:
As dietas ricas em proteínas são amplamente utilizadas para controlar o
sobrepeso e a obesidade. No entanto, não há consenso sobre sua eficácia e
segurança em longo prazo. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o
efeito do consumo de alto teor de proteína a longo prazo nas mudanças de
peso corporal e desfechos de morte em indivíduos com alto risco
cardiovascular.
Métodos
Uma análise secundária do estudo PREDIMED foi conduzida. A proteína
dietética foi avaliada por meio de um questionário de freqüência alimentar
durante o acompanhamento. Modelos de risco proporcional de Cox foram
usados para estimar a razão de risco ajustada multivariada (HR) e
intervalos de confiança de 95% (IC 95%) para ingestão de proteínas em
relação ao risco de peso corporal e alterações na circunferência da cintura,
doença cardiovascular, morte cardiovascular, câncer morte e morte total.
Resultados
A maior ingestão de proteína total, expressa como porcentagem de energia,
foi significativamente associada a um maior risco de ganho de peso quando
a proteína substituiu os carboidratos, mas não quando a gordura substituída.
No entanto, nenhuma associação foi encontrada entre a ingestão de
proteínas e a circunferência da cintura. Contrariamente, a maior ingestão
de proteína total foi associada a um maior risco de morte por todas as
causas em ambos os modelos de substituição de carboidratos e gordura .
Um maior consumo de proteína animal foi associado a um risco aumentado
de resultados fatais e não fatais quando a proteína substituiu carboidratos
ou gordura.
Conclusões: A ingestão mais elevada de proteína na dieta está associada a
um risco aumentado a longo prazo de ganho de peso corporal e morte geral
em uma população mediterrânea com alto risco cardiovascular.
77
2. Por que é difícil resistir aos doces e carboidratos?
Muitas são as substancias e condutas que produzem prazer no ser humano e
que eventualmente culminam em adições: o álcool, a nicotina, as drogas
ilícitas, compras compulsivas, etc., isso também acontece com os alimentos
ricos em açúcares e carboidratos. Devemos de entender que os centros do
prazer se localizam no hipotálamo e na base do lóbulo frontal chamado de
núcleo accumbens. Com cada sensação de prazer esses centros liberam
dopamina, com a qual a pessoa se sente calmada, satisfeitas e com uma
sensação de bem-estar. O consumo de carboidratos e açúcar ativa
receptores nessas áreas do cérebro e estimulam os centros de prazeres
fazendo que a pessoa sinta que a quilo que está comendo é bom para o
cérebro, só que esses centros do cérebro são os quais também desenvolvem
adição nas coisas, e é por isso que se faz mais difícil se resistir aos tais.

Participação de Natally: Eu também encontrei um artigo que relaciona o


aumento no desejo de ingerir doces e carboidratos a alteração nos níveis de
serotonina (por baixo nível ou problemas na sinalização do receptor).

Com níveis normais de serotonina a pessoa sacia-se mais facilmente e inibe


mais facilmente a ingestão de açúcares, sente-se satisfeita com mais
facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce. Alguns
medicamentos inibem a recaptação desses neurotransmissores de
serotonina, permitindo que os mesmos permaneçam em maior quantidade e
por mais tempo nas fendas sinápticas, promovendo maior sensação de
saciedade (sibutramina, fluoxetina e sertralina).

Com níveis normais de serotonina a pessoa sacia-se mais facilmente e inibe


mais facilmente a ingestão de açúcares, sente-se satisfeita com mais
facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce. Alguns
medicamentos inibem a recaptação desses neurotransmissores de
serotonina, permitindo que os mesmos permaneçam em maior quantidade e
por mais tempo nas fendas sinápticas, promovendo maior sensação de
saciedade (sibutramina, fluoxetina e sertralina).

3. Qual a relação entre a ingestão excessiva de proteínas e/ou


gorduras com problemas hepáticos?

As doenças hepáticas resultam em grande número pelo impacto nutricional,


independente de sua etiologia, pelo fato do fígado responsabilizar-se por
inúmeras vias bioquímicas na produção, modificação e utilização de
78
nutrientes e de outras substâncias metabolicamente importantes. Quando as
células parenquimatosas hepáticas são destruídas, elas são substituídas por
tecido fibroso, que eventualmente, se contrai em torno dos vasos
sanguíneos, impedindo, assim, de forma muito intensa, o fluxo de sangue
porta pelo fígado. Esse processo patológico é conhecido como cirrose
hepática. Ele resulta mais comumente, do alcoolismo crônico ou por
excesso de acumulo de gordura no fígado e subseqüente inflamação
hepática, condição chamada esteatohepatite não alcoólica. Forma menos
grave de acumulo de gordura e inflamação do fígado, a doença hepática
gordura não alcoólica, é a causa mais comum de distúrbio hepático em
muitos países industrializados, incluindo os Estados Unidos, e está, em
geral, associada á obesidade e ao diabete tipo II.

4. O que acontece com o metabolismo com a exclusão/diminuição


da ingesta de carboidratos, gorduras e proteínas?

Geralmente, os carboidratos constituem 65% de nossa dieta, grande


ingestão de carboidratos na alimentação provoca aumento do tecido
adiposo e conseqüente aumento de peso, de colesterol sanguíneo e de
glicose no sangue, podendo, em situação extrema levar à diabetes. E a falta
de carboidratos na alimentação resulta em emagrecimento, cansaço,
desânimo, fraqueza, depressão e irritabilidade, podendo chegar até à
desnutrição. O corpo armazena carboidratos em três lugares: no fígado, nos
músculos (glicogênio) e no sangue (glicose). Essas reservas evitam que
nossos músculos sejam consumidos para a produção de energia em
ocasiões de dieta de emagrecimento ou de estado de fome. Por isso, não é
recomendável abster-se de carboidratos por um período muito longo, pois o
corpo fará “canibalismo” muscular, atrofiando os músculos.

Nenhum carboidrato foi identificado como necessário na dieta, eles podem


ser sintetizados a partir de aminoácidos, e um tipo de carboidrato pode ser
convertido em outro. Contudo, problemas de saúde estão associados à
eliminação completa de carboidratos da dieta, em parte porque uma dieta
baixa em carboidratos deve conter grandes quantidades de gordura para
fornecer a energia necessária. Dietas ricas em gorduras estão associadas a
obesidade, aterosclerose e outros problemas de saúde.

5. Qual a importância do equilibro entre a ingesta energética e os


requisitos de energia?

79
Qualquer substrato energético da dieta que exceder as necessidades
imediatas de energia é armazenado, principalmente, como triacilglicerol
(gordura) no tecido adiposo, como glicogênio (um carboidrato) no
músculo, no fígado e em outras células e, em alguma quantidade, como
proteína no músculo. Quando se está jejuando, entre refeições e durante a
noite, enquanto se dorme, o substrato energético é retirado dessas reservas
e é oxidado para fornecer energia.

Todos os dias, é necessário energia suficiente para realizar as funções


básicas do corpo e para manter a atividade física. Se não forem consumidos
todos os dias alimentos suficientes para manter essa quantidade de energia,
as reservas de substratos energéticos do corpo fornecem o restante, e ocorre
perda de peso. Inversamente, se forem consumidos mais alimentos do que o
necessário para a energia gasta, as reservas de substratos energéticos
corporais aumentam, e ocorre ganho de peso.

6. Qual a relação dos tremores sentidos por eles e a falta de


alimentação?

O cérebro e outros tecidos neurais são muito dependentes de glicose para


suas necessidades energéticas. Eles, em geral, oxidam-na completamente
via glicólise e ciclo do TCA a CO2 e H2O, gerando ATP. Exceto sob
condições de jejum, a glicose é o único substrato energético importante
desses tecidos. Ela é, também, um dos principais precursores de
neurotransmissores, os compostos químicos que transmitem os impulsos
elétricos (como gradientes iônicos) entre os neurônios. A queda da glicose
sangüínea muito abaixo dos níveis normais provoca tontura e aturdimento
e, se progredir, coma e finalmente morte. Em condições normais, de não-
jejum, o cérebro e o restante do sistema nervoso requerem
aproximadamente 150 g de glicose por dia.

Participação da Asmara: Os sintomas autonômicos são o resultado da


ativação do sistema nervoso autônomo (ativação simpatica-adrenal),
resultante da hipoglicemia. Esta resposta autonômica tem uma componente
adrenérgica e uma colinérgica . A resposta neurogênica à hipoglicemia é
iniciada através da ativação de um grupo de neurônios específicos
localizados no hipotálamo (núcleo ventromedial),

que tem a capacidade de “perceber” a concentração de glicose plasmática,


sendo activados quando esta concentração desce para níveis entre os 50-55
80
mg/dl. sintomas autonômicos : Sudorese, fome, parestesias, tremor,
palpitações, ansiedade e nervosismo.

7. Quais os prós e contras do jejum intermitente e da dieta


cetogênica feitos exclusivamente?

Jejum Intermitente:

Kernd ET AL. Investigou os efeitos de longo prazo o jejum em seres


humanos submetidos a uma consulta de 36 dias regime de jejum completo
por motivos religiosos. Eles notaram uma diminuição significativa da
pressão arterial, atingindo significância no 33 dia, acompanhado de balanço
de sódio negativo. Mudanças no combustível metabólico foram observadas
logo após o jejum período iniciado. Os níveis de glicose plasmática caíram
imediatamente no início dos estudos e permaneceu baixo durante fora do
período de jejum. A lipólise e cetogenese aumentaram, a gliconeogenese
permaneceu baixo durante fora do período de jejum. A lipólise e a
cetogenese aumentaram, a gliconeogenese permaneceu mais alta do que os
níveis basais, e a glicogenólise foi reduzida a níveis indetectáveis.

Carlson et AL. Submetido voluntários humanos saudáveis a 60 horas de


jejum e amostras de sangue coletadas ás 12 e 60 horas. Eles observaram
uma diminuição na glicose plasmática por 30% e na insulina em 50%; um
aumento significativo na extensão de lipólise e oxidação de gordura; e
aumento moderado no proteólise de extensão e oxidação de proteínas. Este
aumento de a oxidação da gordura fornece o substrato para a
gliconeogenese e compensa o declínio na oxidação de carboidratos e
glicogenólise, confirmando assim uma troca de combustíveis metabólicos.

A Dieta Cetogênica

A Dieta Cetogênica (DC) é uma dieta terapêutica cuja composição é rica


em lipídeos, moderada em proteínas e pobre em carboidratos. Há uma
substituição dos carboidratos por lipídeos que provém uma fonte energética
alternativa para o cérebro, as cetonas, e diminui-se levemente a quantidade
de proteínas.

Os efeitos adversos da DC podem ser agudos ou crônicos. Porém, os


efeitos colaterais à longo prazo ainda não foram amplamente estudados e
publicados. Dentre os efeitos colaterais que ocorrem no início da terapia
temos a letargia (provavelmente pelo efeito sedativo dos corpos cetônicos)
81
e a hipoglicemia. As reações mais comuns após a fase inicial da DC
ocorrem do trato gastrointestinal e incluem náuseas, vômitos (pelo elevado
nível de corpos cetônicos) e dificuldades de ingestão da dieta. Crianças
com grave retardo podem apresentar grave desidratação e acidose
metabólica o que justifica hospitalização. À longo prazo, as complicações
podem incluir litíase renal (pode ser associada à acidúria e queda do ph
urinário ou à restrição hídrica), infecções recorrentes (conseqüência da
alteração da função dos granulócitos), hiperuricemia, hipocalemia, acidose
e depleção de carnitina, hipercolesterolemia, irritabilidade, letargia e recusa
de ingestão.

8. Como a desidratação pode afetar essa perda de peso e os


sintomas de Manu?

A água constitui metade a quatro quintos do peso do corpo humano. A


ingesta de água necessária por dia depende do balanço entre a quantidade
produzida pelo metabolismo corporal e a quantidade perdida através da
pele, do ar expirado e na urina e nas fezes. A desidratação é caracterizada
quando a perda de líquido no organismo é maior que a quantidade de
líquido ingerido, conseqüentemente ocorre diminuição do volume
sanguíneo circulante e mudanças nos tecidos. Os sinais clínicos na
desidratação aparecem quando há perdas maiores que 8% no peso corporal.
Os principais sinais clínicos são ressecamento e perda da elasticidade da
pele, pulso fraco, taquicardia, diminuição na produção de saliva, oligúria,
afundamento do globo ocular, debilidade muscular, perda de apetite,
convulsões, hemoconcentração, queda na produção de leite, perda de peso,
perda da função renal, uremia e morte em casos muito graves. Existem
alguns parâmetros clínicos, que, embora subjetivos, ajudam o médico
veterinário a avaliar o grau de desidratação de um animal.

Referencia Biobligrafica:
Kiefer y Zilfo, Udo. (2011). Alimenta tu Cerebro. Ediciones Obelisco (Barcelona).

Efeitos do jejum intermitente no metabolismo humano. Rev. Assoc. Med.


Bras. [online]. 2013, vol.59, n.2, pp.167-173. ISSN 0104-4230.

COPPOLA, G. et al. Ketogenic diet for the treatment of catastrophic epileptic encephalopathies
in childhood. Eur. J. Paediatr. Neurol., v.14, n.3, p.229-234, 2009.

High dietary protein intake is associated with an increased body weight and total death risk

Pablo Hernández-Alonso et al. Clin Nutr. 2016 Apr.

82
ATP1 do Caso 5:
Como assim? Prof. Antonio Machado

Metabolismo e Substratos Energéticos:

-Rotas metabólicas;

Componentes da dieta- fontes: carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas,


minerais, etc.- Digestão, absorção, transporte- compostos na célula> ruta
biosentica, ruta estereogenica- etc.

Substratos Energéticos:

Principais substratos energéticos

 carboidratos,
 proteínas,
 lipídios,

Quando oxidados: pego a liberação de energia do ADP e transformo em


ATP.

-oxidação de substratos
-respiração celular

Carboidratos:

Na dieta: -amido (polímero de glicose); sacarose (glicose+frutose); lactose


(glicose+galactose); Frutose; Glicose

Energia gerada: -4 Kcal-g

Proteínas:
Compostas por aminoácidos;
Fonte de nitrogênio;
Oxidação completa gera CO², H²O e NH4+
Energia gerada: 4Kcalg

83
Lipídio:
Representadas pelos:
-ácidos graxos,
-triacilgliceróis
Baixo estado de oxidação;
Energia Gerada: 9 Kcal-g

Reservas energéticas:
Representadas pela:
-Gordura;
-Proteína;
Glicogênio;

Distribuídas pelo corpo: músculo (quantidade pequena); fígado (mais


quantidade)

Gasto de energia diário


Taxa metabólica basal+atividade física;

Taxa metabólica basal:


-energia necessária para manter a vida;
Expressa em KKcal-dia
Estimada em 24 Kcal-dia-Kg

Fatores que influenciam:


-gênero,
-temperatura corporal e ambiental;
-estado tireóideo;
-idade
Peso corporal saudável:
Bom indicador é o IMC;
PesoAltura²

Inferior a 18,5: subpeso;


Entre 18,5 e 24,9: saudável;
Entre 25 e 29,0: sobrepeso
Acima de 30: obeso

84
Estado Alimentado ou Absortivo:

-Período entre o início da absorção até o fim desta;


-É regulado pelos hormônios INSULINA E GLUCAGON.

Digestão e Absorção:

Jejum:
Começa de 2 a 4 horas após uma refeição.
Utiliza reservas de substratos energéticos;
Atua na manutenção da glicemia;

Niveis glicêmicos de jejum:

-entre 80 e 100 mg-dL;

-são mantidos pelos níveis de insulina e glucagon;

-fígado responde prontamente começando a liberar glicose;


85
Papel do Jejum:

Jejum:
Papel do tecido adiposo:
-Principal fonte energética:
-lipóse: libera ácidos graxos e glicerol
Convertidos em corpos cetonicos.
Jejum prolongado:
-Papel do fígado durante o jejum prolongado:

Fim da ATP1

...

86
ATP 2 do Caso 5
Prof. Antonio Machado

Vias Metabólicas:

Lipídios:

 Fonte exógena>alimentação.
 Fonte endógena: geração de lipídios endógena. Lipogenese. Opera
no jejum.
Lipogenese: Glicose gera lipídios.
O fígado produz lipídio através de carboidratos.
O fígado armazena lipídio dentro dos seus hepatocitos.
Entrada do lipídio na mitocôndria. Para o lipídio entrar na mitocôndria é
necessário a carnitina

Índice glicêmico dos alimentos: capacidade dos alimentos impactar na


glicemia.

87
Estudo do Caso:
Metabolismo:
Conjunto de reações químicas que se processam no organismo visando o
armazenamento e o consumo de energia para as atividades biológicas.

O organismo humano realiza, a cada segundo, milhares de diferentes


reações químicas no interior de seus diferentes órgãos e tecidos. Nessas
reações estão incluídas as ações específicas de incontáveis enzimas,
hormônios e mediadores químicos de transmissão dos impulsos nervosos.
Há ainda, todas as reações de síntese e desdobramento das mais variadas
substâncias que continuamente assimila-se ou elimina-se. O conjunto de
todas essas transformações químicas que ocorrem em um ser vivo é
chamado metabolismo geral.

No metabolismo, chama-se de anabolismo a etapa construtiva, na qual os


nutrientes são assimilados e utilizados nas sínteses de novas substâncias
indispensáveis ao crescimento, à manutenção e à regeneração do
organismo. O catabolismo, ao contrário, é a etapa destrutiva, que implica
quebra ou desdobramento de moléculas com liberação de energia e
eliminação de substâncias de excreção. A energia liberada no catabolismo é
utilizada nos processos de anabolismo. Ao conjunto das reações que
implicam trocas energéticas no organismo, dá-se o nome de metabolismo
energético.

A Nutrição

Para manter um metabolismo equilibrado, o organismo deve obter


continuamente os chamados nutrientes, substâncias fornecidas pelos
alimentos, os quais precisam ser consumidos em quantidade e variedade
adequadas. Uma vez digeridos os alimentos, os seus nutrientes são
absorvidos e distribuídos para todos os tecidos. Alguns nutrientes são
usados para a construção e a reparação da matéria viva; outros são
desdobrados para a liberação da energia indispensável às atividades vitais.

Os alimentos que ingerimos têm, em geral, composição química complexa:


parte orgânica e parte inorgânica ou mineral. Desta última, os dois
elementos mais abundantes no organismo humano são o cálcio e o fósforo,
e com doses bem menores de potássio, enxofre, sódio e cloro.

88
As substâncias orgânicas, de acordo com suas funções no organismo, são
classificadas em plásticas, energéticas e reguladoras. As substâncias
plásticas são principalmente as proteínas, que constroem nossa “massa” de
matéria viva. As substâncias energéticas, especialmente os carboidratos
são combustível, pois, ao serem desdobradas na respiração celular, liberam
energia para as funções vitais. Os lipídios (gorduras) são constituintes das
membranas plasmáticas e das organelas celulares (membranas
lipoproteicas), além de ficarem armazenadas no tecido adiposo. Havendo
pequena disponibilidade de carboidratos, elas são mobilizadas pelas células
para oxidação, com liberação de energia, funcionando como reserva
energética do organismo. Elas têm, portanto, dupla função: plástica e
energética.

A energia fornecida pelos alimentos e as necessidades energéticas do corpo


são medidas em calorias. A quantidade de energia que um nutriente
contém é medida em calorias por grama (cal/g), usualmente os valores
energéticos são expressos em quilocaloria (kcal), sendo 1 kcal = 1.000 cal.
A quantidade de energia utilizada diariamente depende da idade e do tipo
de atividade da pessoa. Em geral, mulheres adultas gastam de 1.800 a 2.000
quilocalorias e homens de 2.400 a 2.600 quilocalorias por dia para manter o
trabalho do organismo. A definição de calorias quimicamente é: a
quantidade de calor necessária para elevar de um grau a temperatura de um
centímetro cúbico de água. (Moura & Santos, 1998). Conhecer o valor
calórico dos alimentos é importante para evitarmos alimentos
demasiadamente calóricos, que podem causar ganho de peso e obesidade.

Os carboidratos são preferencialmente utilizados como combustível, as


proteínas e os lipídios também podem ser oxidados, liberando energia. Os
valores energéticos aproximados, resultantes da combustão total dessas
substâncias são: a) carboidratos: 4,1 kcal/g b) proteínas: 5,6 kcal/g c)
lipídios: 9,4 kcal/g.

Carboidratos:
Os carboidratos ou glicídios popularmente chamamos de açúcares são
nutrientes energéticos formados por átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio, possuindo geralmente a fórmula geral (CH2O)n. É a principal
fonte de energia do organismo podendo ainda ter papel estrutural ou
plástico (formação de partes das células como a parede celular, ou de

89
tecidos, como a quitina do exoesqueleto dos insetos e crustáceos – siri,
caranguejo). As principais fontes de carboidratos são os vegetais, que os
sintetizam por meio da fotossíntese. E estão presentes em vários alimentos,
como: os frutos, o leite, as raízes, o arroz, trigo, milho, feijão, ervilha,
lentilha, grão de bico, melado, mel, açúcar. Geralmente, os carboidratos
constituem 65% de nossa dieta, grande ingestão de carboidratos na
alimentação provoca aumento do tecido adiposo e conseqüente aumento de
peso, de colesterol sanguíneo e de glicose no sangue, podendo, em
situação extrema levar à diabetes. E a falta de carboidratos na alimentação
resulta em emagrecimento, cansaço, desânimo, fraqueza, depressão e
irritabilidade, podendo chegar até à desnutrição.

O corpo armazena carboidratos em três lugares: no fígado, nos músculos


(glicogênio) e no sangue (glicose). Essas reservas evitam que nossos
músculos sejam consumidos para a produção de energia em ocasiões de
dieta de emagrecimento ou de estado de fome. Por isso, não é
recomendável abster-se de carboidratos por um período muito longo, pois o
corpo fará “canibalismo” muscular, atrofiando os músculos.

Os carboidratos são classificados de acordo com sua estrutura química:


monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.

a. Monossacarídeos: são os glicídios mais simples. De acordo


com o número de átomos são chamados de átomos de carbono
em sua estrutura, são chamados de trioses, tetroses, peritroses
ou hexoses, isto é, com 3, 4, 5 ou 6 carbonos respectivamente.
b. Dissacarídeos: são formados pela união de dois
monossacarídeos. Possuem papel energético.
c. Polissacarídeos: açúcares formados pela união de várias
moléculas de glicose. São classificados em polissacarídeos: de
reserva energética estruturais

Proteínas:
Composto orgânico do grupo dos protídeos, de grande peso molecular
(podendo chegar a 1.000.000), de número incontável na sua diversidade,
constituídas por longas cadeias de aminoácidos que formam os
polipeptídios, e que desempenham papéis de extrema importância para a
vida das células e dos organismos.

90
Dentre as muitas funções das proteínas, podemos destacar:

a) Estrutural (ossos, músculos, pele, tendões, cabelos, unhas, dentes)


b) Catalítica (as enzimas, que são proteínas catalisadoras das funções
metabólicas)
c) Transporte (carregam outras substâncias em suas estruturas, como a
hemoglobina, que transporta o oxigênio no sangue)
d) Hormonal (muitos hormônios são proteínas como a insulina)
e) Proteção (atuam como anticorpos, como a imunoglobina)
f) Armazenamento de nutrientes (caseína

As proteínas são macromoléculas que têm como unidades básicas os


aminoácidos. Os aminoácidos são substancias orgânicas constituídas por
um grupo amino (-NH2) e um grupo carboxílico (-COOH). Dos
aminoácidos isolados de seres vivos, apenas 20 são componentes naturais
de proteínas. Desses, oito são denominados essenciais porque não são
sintetizados em nosso organismo, o que torna necessário adquiri-los por
meio da alimentação. Aqueles que nosso organismo consegue sintetizar são
denominados não-essenciais.

Aparina
Glutamina
Protina
Nem todas as proteínas dos alimentos contêm todos os aminoácidos
essenciais. Na gelatina, por exemplo, falta o aminoácido triptofano,
essencial ao ser humano. Assim, uma alimentação variada é muito
importante, pois o aminoácido que falta em um alimento poderá estar
presente em outro. Por outro lado, as proteínas do leite, da carne, da clara
do ovo, queijo, nozes, soja, trigo integral, germe de trigo, castanha-do-pará
e amendoim são do tipo completas. Já as encontradas em feijões, milho,
arroz, frutas e verduras, são do tipo incompleto, pois não contém todos os

91
aminoácidos essenciais, isto é, aqueles que não são sintetizados no
organismo humano e devem ser ingeridos pré-formados.
A ligação peptídica
Dois aminoácidos se unem na molécula de proteína de uma ligação
peptídica. A reação ocorre entre a carboxila de um aminoácido e a amena
de outro, havendo perda de uma molécula de água: trata-se de uma síntese
por desidratação. O produto formado quando dois aminoácidos se ligam é
chamada dipeptídeo. O tripeptídeo e o tretrapeptídeo são formados,
respectivamente, por três e quatro aminoácidos. Quando ocorre um maior
número de aminoácido na molécula, fala-se em polipetídeo. Geralmente
usamos o termo proteína para designar peptídeos com número superior a
setenta aminoácidos
Estrutura da proteína:
As proteínas são constituídas por apenas vinte tipos de aminoácidos.
Mesmo assim, o número de tipos de proteínas existentes na natureza é
extremamente grande. De fato, além do número de aminoácidos existentes
na molécula variar de setenta a alguns milhares, as diferentes seqüências
que esses aminoácidos podem formar, são praticamente infinitas
.
As proteínas podem ser estudadas sob dois enfoques: a constituição do fio
protéico e a forma da molécula.

Constituição do fio protéico


Trata-se dos tipos de aminoácidos que formam o fio e que compõem a
proteína. Quando estudamos uma proteína quanto aos tipos de aminoácidos
que fazem parte dela e quanto à seqüência em que estão ordenados,
estamos analisando sua estrutura primária. Conhece-se hoje a estrutura
primária de vários polipeptídios e proteínas, como a insulina, o hormônio
do pâncreas; a ocitocina, que desencadeia as contrações do parto; e a
hemoglobina, existentes nas hemácias. A seqüência exata dos aminoácidos
numa proteína é exatamente importante para o desempenho de sua função.
Ás vezes, por motivos hereditários, a célula comete enganos, trocando, por
exemplo, um aminoácido pelo outro na seqüência de determinada proteína.
Esses erros podem alterar totalmente o funcionamento da proteína
causando sérias doenças.

Forma da molécula

92
As proteínas não são fios esticados. Na realidade, a cadeia de aminoácidos
fica torcida formando uma hélice, como o fio de telefone. Esse enrolamento
na forma de uma hélice representa o que os químicos chamam de estrutura
secundária. Além disso, em muitos casos, a própria hélice se torce sobre si
mesma, adquirindo uma forma espacial arredondada. A forma definitiva da
proteína é, portanto, determinada pelo modo como a hélice se dobra e é
chamada de estrutura terciária. A estrutura quaternária é a associação de
várias cadeias polipeptídicas, como ocorre, por exemplo, a hemoglobina,
que consiste na união de 4 cadeias polipeptídicas.
Durante a digestão humana, as proteínas presentes nos alimentos são
quebradas sob a ação de diversas enzimas entre as quais a pepsina (suco
gástrico), a tripsina (suco pancreático) e a eripsina (suco produzido no
intestino). Dessas quebras originam-se os aminoácidos, que são utilizados
pelo nosso corpo para a construção das proteínas necessárias à manutenção
da vida. As necessidades diárias de proteínas variam de acordo com a
idade, o sexo e a quantidade de atividades físicas que uma pessoa realiza.

Lipídio:
A palavra lipídio vem do grego lipos (gordura). São identificados por suas
propriedades. A sua principal propriedade característica é a solubilidade:
eles são solúveis em solventes apolares como éteres e benzeno, e insolúveis
em água. Isso acontece porque possuem longos grupos apolares e pequenos
grupos polares. Embora tenham propriedades semelhantes, os lipídios
abrangem um grupamento heterogêneo de substâncias como: gorduras e
ceras; fosfolipídios e glicolipídios; esteróides; e prostaglandinas.
Os triglicerídeos obtidos a partir de vegetais (milho, soja, etc.),
determinados óleos vegetais, são formados por ácidos graxos que possuem
ligações duplas (insaturadas) e são líquidos à temperatura ambiente. Os
triglicerídeos de origem animal (gordura, manteiga, etc.), são geralmente
formados por ácidos graxos saturados e são sólidos. Por isso temos a
margarina hidrogenada, obtida pela adição de hidrogênio nas ligações
duplas de óleos, transformando o óleo vegetal líquido em um sólido
pastoso.
A gordura do nosso corpo estoca energia, permitindo que nos movimentos
e que todas as atividades vitais de nosso organismo sejam mantidos nos
momentos em que não estivermos comendo. O tecido adiposo forma uma
camada ao redor dos principais órgãos que os protege contra choques.

93
Além disso, esse tecido isola termicamente nosso corpo contra perdas
rápidas de calor.

Algumas substâncias, naturais ou adicionadas, presentes em alimentos e


responsáveis por lhes conferir características como sabor, aroma e poder
nutritivo são apolares e, por isso, mais solúveis em gorduras. As vitaminas
A, D, E e K são exemplos dessas substâncias. Infelizmente, as mesmas
gorduras que contribuem para a nossa vida e saúde podem se tornar
perigosas se ingeridas em excesso. Gorduras presentes em nossas dietas
podem contribuir para o surgimento de problemas de saúde, como câncer,
doenças cardíacas e obesidade. Uma dieta equilibrada com controle de
gorduras é fundamental para uma vida saudável. Profissionais da área de
saúde consideram que a quantidade de calorias ingeridas diariamente,
provenientes de gorduras, não deve passar de 30% da quantidade total. O
colesterol é o mais abundante e importante esteróide do corpo humano. A
partir deles são formados os hormônios sexuais, os ácidos, os sais biliares e
a vitamina D, além de membranas celulares. Em altos níveis, o colesterol
contribui para o aparecimento da arteriosclerose e da rigidez das artérias
pelo acúmulo das moléculas de colesterol. Tais condições ocasionam o
aumento da pressão sanguínea e doenças do coração. Se uma pessoa
apresenta um nível de colesterol elevado no sangue, ela pode vir a ter
complicações cardiovasculares. O colesterol é produzido no fígado por
intermédio das gorduras saturadas. Reduzindo a ingestão de gorduras
animais, como carnes vermelhas, é possível controlar o índice de colesterol
no sangue. Outros alimentos que aumentam os níveis de colesterol são:
gema de ovo, miúdos de animais, cremes, manteigas e alguns tipos de
queijos. Dentre os produtos animais que possuem baixa taxa de colesterol,
temos: clara de ovo, iogurte, leite desnatado. Assim, para controlar o nível
de colesterol, é importante que tenhamos uma dieta equilibrada.

O colesterol existe apenas em tecidos animais; sendo assim, frutas,


legumes, verduras e óleos vegetais são sempre livres dessas substâncias em
sua composição. O colesterol é transformado no plasma sanguíneo por dois
tipos de lipoproteínas: HDL (do inglês hight density lipoprotein) e LDL
(do inglês: low density liproprotein). A LDL é popularmente conhecida
como “colesterol ruim”, e a HDL como “colesterol bom”.

94
Principais funções dos lipídios:
Função estrutural ou plástica: fazem parte da estrutura química de
membranas celulares.
Reserva energética: quando falta alimento, o organismo pode “queimar”
lipídios para produzir energia.
Isolante térmico: camadas de gorduras debaixo da pele dificultam a perda
de calor do corpo para o meio ambiente.
Função hormonal: vários hormônios, entre eles os masculinos e os
femininos, são esteróides, um grupo especial de lipídios com função
hormonal, isto é, de auxiliar no controle do funcionamento do organismo.
Algumas vezes o hormônio masculino testosterona é usado por atletas
como anabolizante, forçando o desenvolvimento de mais massa muscular
em homens e mulheres. Tal fato pode levar a sérios problemas de saúde e é
considerado dopping.
Isolante elétrico: faz o isolamento entre o meio interno e externo de uma
célula, permitindo a condução do impulso nervoso pelos nervos.
Impermeabilizante: a cutina, por exemplo, é um lipídio que reveste a
epiderme de determinados órgãos vegetais, como as folhas, impedindo o
excesso de transpiração.

Referencias:
FIGUEIREDO, Maria Teresinha; CONDEIXA, Maria Cecília Guedes. Ciências: Atitude e
Conhecimento. 1ª Ed. São Paulo: FTP, 2009

GUELSIN, Maria de Lourdes Marquezini. Alimentos e Necessidades Nutricionais. O Professor


PDE e os Desafios da Escola Pública Paranaense. Maringá. V. n. ii. 2008.

LORDELO. Roberta A., MANCINI, Marcio C., CERCATO, Cíntia. Eixos Hormonais na
Obesidade: Causa ou Efeito? Arq Bras Endocrinol Metab. São Paulo. v. 51, n. 1, 2007.

PEDROSA, Rogério Graça, DONATO JUNIOR, José, TIRAPEGUI, Julio. Dieta Rica em
Proteína na redução do Peso Corporal. Rev. Nutr., Campinas. v. 22, n. 1, p. 105-111, jan/fev.,
2009

SANTOS, Maria Ângela dos. Biologia Educacional. 17 ed. São Paulo: Editora Ática, 2005

Química e sociedade : volume único , ensino médio /Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gerson
de Souza Mól (coord) – São Paulo: Nova Geração , 2005 .
José Luís Soares –Dicionário Etimonológico e circunstanciado de Biologia-Editora
Scpcione ,2005.
Silva Junior ,César da - Sasson Sezar – Biologia – volume 1 e 2 – 8 . ed . São Paulo : Sarcuva ,
2005.

95
Metabolismo de Substratos Energéticos:
Para poder sobreviver, os seres humanos devem preencher dois requisitos
metabólicos: ser capazes de sintetizar tudo que não é suprido pela dieta e de
proteger o meio interno de toxinas e de condições variáveis no meio
externo. Para preencher esses requisitos, os componentes dietéticos são
metabolizados por meio de quatro tipos básicos de rotas: rotas oxidativas
de substratos energéticos, rotas de armazenamento e mobilização de
substratos energéticos, rotas biossintéticas e rotas de detoxicação e
excreção de resíduos.

Os alimentos da dieta são os substratos que fornecem energia na forma de


calorias. Essa energia é utilizada para a realização de diversas funções,
como movimento, pensamento e reprodução. Assim, algumas rotas
metabólicas são rotas de oxidação de substratos energéticos, que
convertem substratos energéticos em energia que pode ser utilizada para
trabalho biossintético ou mecânico. Todavia, qual é a fonte de energia
quando não estamos nos alimentando – entre as refeições e quando
dormimos? Como alguém em greve de fome, que aparece nas manchetes
dos jornais, sobrevive por tanto tempo? Existem outras rotas metabólicas
que são rotas de armazenamento de substratos energéticos. Os substratos
energéticos que são armazenados podem ser mobilizados durante períodos
nos quais não estamos nos alimentando ou quando é necessário um
aumento de energia para exercício.

Metabolismo de substratos energéticos. Os substratos energéticos


são obtidos principalmente de carboidratos, gorduras e proteínas da dieta.
Quando nos alimentamos, os alimentos são digeridos e absorvidos. Os
produtos da digestão circulam no sangue, entram em vários tecidos e são
eventualmente captados por células e oxidados para produzir energia.

Reservas de substratos energéticos. Qualquer substrato energético da dieta


que exceder as necessidades imediatas de energia é armazenado,
principalmente, como triacilglicerol (gordura) no tecido adiposo, como
glicogênio (um carboidrato) no músculo, no fígado e em outras células e,
em alguma quantidade, como proteína no músculo. Quando se está
jejuando, entre refeições e durante a noite, enquanto se dorme, o substrato
energético é retirado dessas reservas e é oxidado para fornecer energia.

96
Necessidade de substratos energéticos. Todos os dias, é necessário
energia suficiente para realizar as funções básicas do corpo e para manter a
atividade física. Se não forem consumidos todos os dias alimentos
suficientes para manter essa quantidade de energia, as reservas de
substratos energéticos do corpo fornecem o restante, e ocorre perda de
peso. Inversamente, se forem consumidos mais alimentos do que o
necessário para a energia gasta, as reservas de substratos energéticos
corporais aumentam, e ocorre ganho de peso
As rotas oxidativas são
catabólicas, ou seja, elas quebram
moléculas. Em contraste, rotas
anabólicas formam moléculas a
partir de peças componentes.

SUBSTRATOS ENERGÉTICOS DA DIETA

Os principais substratos energéticos que são obtidos da dieta são


carboidratos, proteínas e gorduras. Quando esses substratos energéticos são
oxidados a CO2 e H2O nas células, é liberada energia pela transferência de
elétrons para o O2. A energia desse processo de oxidação gera calor e
trifosfato de adenosina (ATP). O dióxido de carbono viaja pelo sangue para
os pulmões, onde é expirado, e a água é excretada na urina, no suor e em
outras secreções. Embora o calor gerado pela oxidação de substratos
energéticos seja utilizado para manter a temperatura corporal, o principal
propósito desse processo é gerar ATP. O ATP fornece a energia que move
a maioria dos processos que consomem energia na célula, incluindo reações
de biossíntese e transporte ativo através de membranas. À medida que esses
processos utilizam energia, o ATP é convertido novamente em difosfato de
adenosina (ADP) e fosfato inorgânico (Pi). A geração e a utilização de ATP
são referidas como o ciclo ATP-ADP.

A oxidação de substratos energéticos para gerar ATP é chamada de


respiração. Antes da oxidação, carboidratos são convertidos principalmente
em glicose; gordura, em ácidos graxos, e proteínas, em aminoácidos. As
rotas de oxidação da glicose, dos ácidos graxos e dos aminoácidos têm
97
algumas características em comum. Eles primeiro oxidam os substratos
energéticos a acetil-CoA, um precursor do ciclo do ácido tricarboxílico
(TCA). O ciclo TCA é uma série de reações que completam a oxidação de
substratos energéticos a CO2. Elétrons perdidos dos substratos energéticos
durante as reações oxidativas são transferidos para O2 por uma série de
proteínas na cadeia de transporte de elétrons. A energia da transferência de
elétrons é utilizada para converter ADP e Pi em ATP por um processo
conhecido como fosforilação oxidativa. Discussões sobre metabolismo e
nutrição, a energia é freqüentemente expressa em unidades de calorias.
“Caloria”, nesse contexto, realmente significa quilocaloria (kcal).

Carboidratos
Os principais carboidratos na dieta humana são o amido, a sacarose, a
lactose, a frutose e a glicose. O polissacarídeo amido é a forma de
armazenamento de carboidratos em plantas. A sacarose (açúcar de mesa) e
a lactose (açúcar do leite) são dissacarídeos, e a frutose e a glicose são
monossacarídeos. A digestão converte os carboidratos maiores em
monossacarídeos, os quais podem ser absorvidos para a corrente sangüínea.
A glicose, um monossacarídeo, é o açúcar predominante no sangue
humano. A oxidação de carboidratos a CO2 e H2O no corpo produz acerca
de 4 kcal/g. Em outras palavras, cada grama de carboidrato que é ingerida
libera aproximadamente 4 kcal de energia.

Proteínas:

As proteínas são compostas por aminoácidos que são unidos para formar
cadeias lineares. Além de carbono, hidrogênio e oxigênio, as proteínas
contêm aproximadamente 16% de nitrogênio por peso. O processo
digestivo quebra proteínas em seus aminoácidos constituintes, os quais
entram no sangue. A completa oxidação de proteínas a CO2, H2O e NH4+
no corpo libera cerca de 4 kcal/g.

98
Gorduras
Gorduras são lipídeos compostos de triacilgliceróis (também chamados de
triglicerídeos). Uma molécula de triacilglicerol contém 3 ácidos graxos
esterificados a uma porção de glicerol. As gorduras contêm muito menos
oxigênio do que há contido em carboidratos ou proteínas. Portanto, elas são
mais reduzidas e liberam mais energia quando oxidadas. A oxidação
completa de triacilgliceróis a CO2 e H2O no corpo libera aproximadamente
9 kcal/g, mais do que duas vezes a energia liberada de uma quantidade
equivalente de carboidrato ou proteína.
Álcool
Costumava-se acreditar que o álcool (etanol, no contexto da dieta) não tem
conteúdo calórico. De fato, o etanol (CH3CH2OH) é oxidado a CO2 e H2O
no corpo e libera aproximadamente 7 kcal/g, isto é, mais do que um
carboidrato, mas menos do que gordura.
Reservas de substratos energéticos do corpo:
Embora algumas pessoas possam tentar, é praticamente impossível comer
de maneira constante. Felizmente, o corpo humano carrega suprimentos de
substratos energéticos, os quais são leves em peso, grandes em quantidade
e prontamente convertidos em substâncias oxidáveis. A principal reserva de
substratos energéticos do corpo – familiar à maioria das pessoas – são as
gorduras, as quais se localizam no tecido adiposo. Embora seja distribuída
pelo corpo, ela tende a aumentar em quantidade na cintura e nas coxas e no
abdômen à medida que se avança para a meia-idade. Além das reservas de
gordura, o corpo também possui reservas importantes, embora muito
menores, de carboidratos na forma de glicogênio localizado principalmente
no fígado e nos músculos. O glicogênio consiste em resíduos de glicose
unidos para formar um polissacarídeo grande, ramificado. A proteína
corporal, particularmente a das grandes massas musculares, também serve,
em alguma extensão, como reserva de substratos energéticos quando
fazemos jejum.
Gordura
A principal reserva de substratos energéticos do corpo é o triacilglicerol
adiposo (triglicerídeo), um lipídeo mais comumente conhecido como
gordura. Um homem de 70 kg tem aproximadamente 15 kg armazenados
como triacilglicerol, o que corresponde a cerca de 85% de suas calorias
totais armazenadas. Duas características fazem do triacilglicerol adiposo
uma reserva de substratos energéticos muito efi ciente: o fato de que o

99
triacilglicerol contém mais calorias por grama do que carboidrato ou
proteína (9 kcal/g versus 4 kcal/g) e o fato de que tecidos adiposos não
contêm muita água. O tecido adiposo contém apenas cerca de 15% de água,
comparado com tecidos como o músculo, que contém cerca de 80%.
Assim, o homem de 70 kg com 15 kg de triacilglicerol armazenado tem
apenas cerca de 18 kg de tecido adiposo.
Glicogênio
As reservas de glicogênio no fígado, no músculo e em outras células são
relativamente pequenas em quantidade, no entanto são importantes. O
glicogênio hepático é utilizado para manter níveis de glicose sangüínea
entre as refeições. Assim, o tamanho dessa reserva de glicogênio varia
durante o dia; um homem de 70 kg pode ter 200 g ou mais de glicogênio
hepático após uma refeição, mas apenas 80 g após uma noite de jejum. O
glicogênio muscular fornece energia para a contração muscular durante o
exercício. Em repouso, o homem de 70 kg possui aproximadamente 150 g
de glicogênio muscular. Quase todas as células, incluindo neurônios,
mantêm um pequeno suprimento de emergência de glicose como
glicogênio.
Proteína
As proteínas têm muitos papéis importantes no corpo; diferentes da gordura
e do glicogênio, elas não são apenas uma reserva de substratos energéticos.
A proteína muscular é essencial para o movimento corporal. Outras
proteínas funcionam como enzimas (catalisadores de reações bioquímicas)
ou como componentes estruturais de células e tecidos. Apenas uma
quantidade limitada de proteína corporal pode ser degradada, – cerca de 6
kg em um homem de 70 kg – antes que as funções corporais sejam
comprometidas.
Gasto diário de energia:
Para ficar em equilíbrio de energia – não ganhar e não perder peso – deve
ser consumido uma quantidade de alimentos igual aos gastos diários de
energia. O gasto diário de energia (GDE) inclui a energia para manter o
metabolismo basal (taxa metabólica basal ou taxa de metabolismo em
repouso) e a atividade física mais a energia necessária para processar o
alimento que é ingerido (termogênese induzida por dieta).
Gasto diário de energia = TMR + atividade física + TID, em que TMR é a taxa
metabólica de repouso, e TID é a termogênese induzida pela dieta. Indiferentemente, a
TMB (taxa metabólica basal) pode ser utilizada nessa equação no lugar de TMR.

100
Termogênese Induzida pela Dieta
O GDE inclui um componente relacionado com a ingesta de alimento
conhecido como termogênese induzida pela dieta (TID) ou efeito térmico
dos alimentos (ETA). A TID era anteriormente chamada de ação dinâmica
específica (ADE). Após a ingestão de alimento, a taxa metabólica aumenta
devido à energia necessária para digerir, absorver, distribui e armazenar
nutrientes.
Cálculos do Gasto Diário de Energia
O gasto total diário de energia é usualmente calculado como a soma da
TMR (em kcal/dia) e da energia necessária para a quantidade de tempo
gasto em cada um dos diversos tipos de atividade física (ver Tabela 1.4).
Um valor aproximado para o gasto diário de energia pode ser determinado
a partir da TMR e da porcentagem apropriada da TMR necessária para a
atividade física.
Peso Corporal Saudável
Idealmente, devia haver um esforço para manter um peso consistente com
boa saúde. Pessoas com sobrepeso são com freqüência definidas como
estando 20% acima de seu peso ideal. Todavia, o que é peso ideal? O
índice de massa corporal (IMC), calculado como peso/altura2 (kg/m2), é
atualmente o método preferido para determinar se o peso da pessoa está em
uma faixa saudável.
Em geral, adultos com um valor de IMC inferior a 18,5 são considerados
com subpeso, aqueles com IMC entre 18,5 e 24,9 são considerados como
estando na faixa saudável de peso, entre 25 e 29,9 estão na faixa de
sobrepeso ou pré-obeso e acima de 30 na faixa de obeso.
Necessidades dietéticas:
Além de fornecer substratos energéticos e blocos de construção para a
biossíntese, a dieta também fornece nutrientes específicos que são
necessários para que as pessoas se mantenham saudáveis. Deve haver um
fornecimento regular de vitaminas e minerais e ácidos graxos essenciais e
aminoácidos essenciais. “Essenciais” significa que eles são essenciais na
dieta, o corpo não pode sintetizar esses compostos a partir de outras
moléculas e, portanto, eles devem ser obtidos da dieta. Nutrientes que o
corpo necessita da dieta apenas em certas condições são chamados
“condicionalmente essenciais.” A Recomendação Dietética Adequada
(Recommended Dietary Allowance, RDA) e a Ingesta Adequada (IA)
fornecem estimativas quantitativas das necessidades de nutrientes.

101
Ácidos Graxos Essenciais
Embora a maioria dos lipídeos necessários para a estrutura da célula, o
armazenamento de substratos energéticos ou a síntese de hormônios possa
ser sintetizada a partir de carboidratos e proteínas, é necessário um nível
mínimo de certos lipídeos da dieta para saúde ótima. Tais lipídeos,
conhecidos como ácidos graxos essenciais, são necessários na dieta, porque
ácidos graxos com esses arranjos particulares de ligações duplas não
podem ser sintetizados. Os ácidos graxos essenciais ácido α-linoléico e
ácido α-linolênico são fornecidos por óleos de plantas da dieta, e o ácido
eicosapentanóico (EPA) e o ácido docosa-hexanóico (DHA) são fornecidos
por óleos de peixes.
Proteína
A RDA para proteínas é aproximadamente 0,8 g de proteína de alta
qualidade por quilograma de peso corporal ideal, ou aproximadamente 60
g/dia para homens e 50 g/dia para mulheres. A proteína de “alta qualidade”
contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades adequadas. As
proteínas de origem animal (leite, ovos e proteínas da (carne) são de alta
qualidade. As proteínas dos alimentos vegetais são geralmente de qualidade
menor, o que significa que elas possuem um ou mais aminoácidos
essenciais em baixa quantidade. Os vegetarianos podem obter quantidades
adequadas de aminoácidos essenciais se alimentando com misturas de
vegetais que complementam uns aos outros em termos de suas
composições de aminoácidos
XENOBIÓTICOS

Além de nutrientes, a dieta também contém um grande número de produtos


químicos chamados de xenobióticos, os quais não têm valor nutricional,
não têm utilidade no corpo e podem ser danosos se consumidos em
quantidades excessivas. Esses compostos ocorrem naturalmente em
alimentos, podem entrar na cadeia alimentar como contaminantes ou
podem ser deliberadamente introduzidos como aditivos alimentares.
Diretrizes dietéticas da American Cancer Society e do American Institute
for Cancer Research fazem recomendações relevantes à ingestão de
compostos xenobóticos, particularmente carcinógenos. A recomendação
dietética de que se utilize alimentos de forma variada ajuda a proteger
contra a ingestão de um nível tóxico de qualquer composto xenobiótico. É
sugerido também que seja reduzido o consumo de alimentos salgados,
102
defumados e cozidos demais, os quais contêm produtos químicos que
podem contribuir para o desenvolvimento de câncer. Outras diretrizes
encorajam a ingestão de frutas e vegetais que contêm produtos químicos
protetores chamados antioxidantes.

O Estado Alimentado ou Absortivo


O estado alimentado. Durante uma refeição, são ingeridos carboidratos,
lipídeos e proteínas, que são subseqüentemente digeridos e absorvidos.
Uma pequena quantidade de alimento é oxidada para satisfazer as
necessidades energéticas imediatas do corpo. A quantidade consumida em
excesso a essas necessidades é transportada para os depósitos de substratos
energéticos, onde é armazenada. O período que vai do início da absorção
até ela estar completa é chamado de estado alimentado ou absortivo. Se um
substrato energético é oxidado ou armazenado no estado alimentado, isso é
determinado principalmente pela concentração de dois hormônios
endócrinos no sangue, a insulina e o glucagon.

Destino dos carboidratos. Os carboidratos da dieta são digeridos a


monossacarídeos, que são absorvidos para o sangue. O principal
monossacarídeo no sangue é a glicose. Após uma refeição, a glicose é
oxidada por vários tecidos para produzir energia, entra em rotas
biossintéticas e é armazenada como glicogênio, principalmente no fígado e
no músculo. A glicose é o principal precursor biossintético no corpo, e os
esqueletos de carbono da maioria dos compostos que são sintetizados
podem ser sintetizados a partir dela. A glicose também é convertida em
triacilgliceróis. O fígado empacota os triacilgliceróis, produzidos a partir da
glicose ou dos ácidos graxos obtidos do sangue, em lipoproteínas de muito
baixa densidade (VLDL) e os libera no sangue. Os ácidos graxos da VLDL
são armazenados, principalmente, como triacilgliceróis no tecido adiposo,
mas uma pequena quantidade pode ser utilizada para satisfazer as
necessidades energéticas das células.
Destino das proteínas. As proteínas da dieta são digeridas a aminoácidos,
que são absorvidos para o sangue. Nas células, os aminoácidos são
convertidos em proteínas ou utilizados para fazer vários compostos
nitrogenados, como neurotransmissores e heme. O esqueleto de carbono
também pode ser oxidado diretamente para produzir energia ou convertido
em glicose.

103
Destino das gorduras. Os triacilgliceróis são os principais lipídeos da
dieta. Eles são digeridos a ácidos graxos e a 2-monoacilgliceróis, os quais
são sintetizados novamente em triacilgliceróis nas células epiteliais
intestinais, empacotados nos quilomícrons e secretados através da linfa
para o sangue. Os ácidos graxos dos triacilgliceróis do quilomícron são
armazenados, principalmente, como triacilgliceróis nas células adiposas.
Eles são subseqüentemente oxidados para produzir energia ou utilizados
em rotas biossintéticas, tais como a síntese de lipídeos de membrana.

O corpo pode produzir ácidos graxos a partir do excesso calórico de


carboidrato e proteína. Esses ácidos graxos, juntamente com os ácidos
graxos dos quilomícrons (derivados da gordura da dieta), são depositados
no tecido adiposo como triacilgliceróis.

DIGESTÃO E ABSORÇÃO

Após o consumo de uma refeição, os alimentos são digeridos (quebrados


em componentes mais simples) por uma série de enzimas na boca, no
estômago e no intestino delgado, e os produtos da digestão são absorvidos

104
pelo sangue. Esse período, durante o qual ocorre a digestão e a absorção, é
chamado de estado alimentado

Carboidratos

Os carboidratos da dieta são convertidos em monossacarídeos. O amido,


um polímero de glicose, é o principal carboidrato da dieta. Ele é digerido
pela α-amilase salivar e, então, pela α-amilase pancreática, que age no
intestino delgado. Di tri e oligossacarídeos produzidos por essas α-amilases
são clivados a glicose pelas enzimas digestivas localizadas na superfície da
membrana em “borda em escova” das células epiteliais intestinais. Os
dissacarídeos da dieta também são clivados pelas enzimas nessa borda em
escova. A sacarase converte o dissacarídeo sacarose (açúcar de mesa) em
glicose e frutose, e a lactase converte o dissacarídeo lactose (açúcar do
leite) em glicose e galactose. Os monossacarídeos produzidos pela digestão
e os da dieta são absorvidos pelas células epiteliais intestinais e liberados
na veia porta hepática, que os carrega para o fígado.

Proteínas
As proteínas da dieta são clivadas a aminoácidos por proteases. A pepsina
age no estômago, e as enzimas proteolíticas produzidas pelo pâncreas
(tripsina, quimotripsina, elastase e as carboxipeptidases) agem no lúmen do
intestino delgado. As aminopeptidases e as di e tripeptidases associadas às
células epiteliais intestinais completam a conversão das proteínas da dieta
em aminoácidos que são absorvidos pelas células epiteliais intestinais e
liberados na veia porta hepática.
Gorduras
A digestão de gorduras é mais complexa do que a de carboidratos e
proteínas, porque elas não são muito solúveis em água. Os triacilgliceróis
da dieta são emulsificados no intestino pelos sais biliares, os quais são
sintetizados no fígado e armazenados na vesícula biliar. A lipase
pancreática converte os triacilgliceróis no lúmen do intestino em ácidos
graxos e em 2-monoacilgliceróis (glicerol com um ácido graxo esterificado
no carbono 2), os quais interagem com os sais biliares para formar
minúsculas microgotas chamadas micelas. Os ácidos graxos e os 2-

105
monoacilgliceróis são absorvidos dessas micelas pelas células epiteliais
intestinais, onde são sintetizados novamente em triacilgliceróis. Os
triacilgliceróis são empacotados com proteínas, fosfolipídeos, colesterol e
outros compostos em complexos lipoprotéicos, conhecidos como
quilomícrons, que são secretados na linfa e, por fi m, entram na corrente
sangüínea
As enzimas digestivas convertem açúcares complexos em unidades simples de açúcar para a
absorção. Açúcares são sacarídeos, e os prefixos “mono” (um), “di” (dois), “tri” (três), “oligo”
(pouco) e “poli” (muito) referem-se ao número de unidades de açúcar ligadas entre si.

Enzimas são proteínas que catalisam reações bioquímicas; em outras palavras, elas aumentam a
velocidade na qual as reações ocorrem. Seus nomes em geral terminam em “ase”.

Proteínas são aminoácidos unidos por meio de ligações peptídicas. Dipeptídeos têm dois
aminoácidos, tripeptídeos têm três aminoácidos, e assim por diante. Proteases digestivas são
enzimas que clivam as ligações peptídicas entre os aminoácidos

As gorduras devem ser transportadas no sangue ligadas a proteínas ou em complexos


lipoprotéicos, porque elas são insolúveis em água. Assim, tanto triacilgliceróis como colesterol
são encontrados em complexos lipoprotéicos.

MUDANÇAS NOS NÍVEIS HORMONAIS APÓS UMA REFEIÇÃO

Após uma refeição rica em carboidratos, o pâncreas é estimulado a liberar o


hormônio insulina, e a liberação do hormônio glucagon é inibida. Os
hormônios endócrinos são liberados pelas glândulas endócrinas, tais como
o pâncreas, em resposta a um estímulo específico. Eles carregam pelo
sangue, entre os tecidos, mensagens sobre o estado fisiológico global do
corpo. Nos tecidos-alvo, eles ajustam a taxa de várias rotas metabólicas
para satisfazer as condições em mudança. O hormônio endócrino insulina,
que é secretado pelo pâncreas em resposta a uma refeição rica em
carboidrato, carrega a mensagem de que a glicose da dieta está disponível e
pode ser utilizada e armazenada. A liberação de outro hormônio, o
glucagon, é suprimida pela glicose e pela insulina. O glucagon informa que
a glicose deve ser gerada a partir das reservas de substrato energético
endógenas. As mudanças subseqüentes nos níveis hormonais circulantes
causam mudanças nos padrões metabólicos do corpo envolvendo um
número de diferentes tecidos e rotas metabólicas.

DESTINO DA GLICOSE APÓS UMA REFEIÇÃO

A. Conversão em Glicogênio, Triacilgliceróis e CO2 no Fígado

106
Como a glicose deixa o intestino via veia porta hepática, e o fígado é o
primeiro tecido que ela atravessa, ele extrai uma porção dessa glicose do
sangue. Um pouco da glicose que entra nos hepatócitos (células do fígado)
é oxidado em rotas de geração de trifosfato de adenosina (ATP) para
satisfazer as necessidades energéticas imediatas dessas células, e o restante
é convertido em glicogênio e triacilgliceróis ou utilizado para reações
biossintéticas. No fígado, a insulina promove a captação de glicose por
aumentar sua utilização como substrato energético e seu armazenamento
como glicogênio e triacilgliceróis. Quando a glicose está sendo oxidada a
CO2, ela primeiramente é oxidada a piruvato na rota da glicólise. O
piruvato é, então, oxidado a acetil-CoA. O grupo acetil entra no ciclo do
ácido tricarboxílico (TCA, do inglês tricarboxylic acid), onde é
completamente oxidado a CO 2. A energia das reações de oxidação é
utilizada para gerar ATP. Os estoques de glicogênio hepático alcançam um
valor máximo de aproximadamente 200 a 300 g após uma refeição rica em
carboidrato, enquanto os estoques de gordura do corpo são relativamente
ilimitados. Conforme o estoque de glicogênio começa a ser preenchido, o
fígado também começa a converter um pouco do excesso de glicose que ele
recebe em triacilgliceróis. Tanto a porção glicerol quanto a porção ácido
graxo dos triacilgliceróis podem ser sintetizadas a partir de glicose. Os
ácidos graxos também são obtidos pré-formados do sangue. Entretanto, o
fígado não armazena triacilgliceróis, mas os empacota juntamente com
proteínas, fosfolipídeos e colesterol em complexos lipoprotéicos,
conhecidos como lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), que são
secretados na corrente sangüínea. Uma pequena quantidade dos ácidos
graxos da VLDL é captada pelos tecidos para suas necessidades energéticas
imediatas, mas a maioria é armazenada no tecido adiposo como
triacilgliceróis.

Metabolismo da Glicose em Outros Tecidos


A glicose que vem do intestino e que não é metabolizada pelo fígado vai
através sangue para os tecidos periféricos (a maioria dos outros tecidos),
onde ela pode ser oxidada para produzir energia. A glicose é o único
substrato energético que pode ser utilizado por todos os tecidos. Muitos
tecidos armazenam quantidades pequenas de glicose como glicogênio. Os
músculos têm reservas de glicogênio relativamente grandes. A insulina
estimula muito o transporte de glicose para dentro dos dois tecidos que

107
possuem a maior massa do corpo, o músculo e o tecido adiposo. Ela tem
efeitos muito pequenos sobre o transporte de glicose para outros tecidos.

1. CÉREBRO E OUTROS TECIDOS NEURAIS

O cérebro e outros tecidos neurais são muito dependentes de glicose para


suas necessidades energéticas. Eles, em geral, oxidam-na completamente
via glicólise e ciclo do TCA a CO2 e H2O, gerando ATP. Exceto sob
condições de jejum, a glicose é o único substrato energético importante
desses tecidos. Ela é, também, um dos principais precursores de
neurotransmissores, os compostos químicos que transmitem os impulsos
elétricos (como gradientes iônicos) entre os neurônios. A queda da glicose
sangüínea muito abaixo dos níveis normais provoca tontura e aturdimento
e, se progredir, coma e finalmente morte. Em condições normais, de não-
jejum, o cérebro e o restante do sistema nervoso requerem
aproximadamente 150 g de glicose por dia.

2. CÉLULAS SANGÜÍNEAS VERMELHAS

A glicose é o único substrato energético utilizado pelas células sangüíneas


vermelhas, pois elas não possuem mitocôndrias. A oxidação de ácidos
graxos e de aminoácidos, a cadeia transportadora de elétrons e a
fosforilação oxidativa (geração de ATP que é dependente de O2 e da cadeia
transportadora de elétrons) ocorrem na mitocôndria. A glicose, entretanto,
gera ATP a partir da glicólise anaeróbica no citosol, e, dessa forma, as
células sangüíneas vermelhas obtêm toda a sua energia por esse processo.
Na glicólise anaeróbica, o piruvato formado a partir da glicose é convertido
a lactato, que é, então, liberado no sangue. Sem glicose, as células
sangüíneas vermelhas não podem sobreviver. Como são elas que carregam
oxigênio dos pulmões para os tecidos, sua ausência causaria falta de
energia na maioria dos tecidos do corpo, pois eles requerem O2 para
converter completamente seus substratos energéticos em CO2 e H2O.

3.MÚSCULO

Os músculos esqueléticos em exercício podem utilizar glicose do sangue ou


dos seus próprios estoques de glicogênio, convertendo a glicose em lactato
por meio da glicólise ou oxidando-a por completo a CO2 e H2O. O
músculo também utiliza outros substratos energéticos do sangue, tais como
os ácidos graxos. Após uma refeição, a glicose é utilizada pelo músculo

108
para repor os estoques de glicogênio que são exauridos durante o exercício.
A glicose é transportada para as células musculares e convertida em
glicogênio por processos que são estimulados por insulina.

4. TECIDO ADIPOSO

A insulina estimula o transporte de glicose para as células adiposas, bem


como para as células musculares. Os adipócitos oxidam glicose para
produzir energia e também a utilizam como fonte da porção glicerol dos
triacilgliceróis que armazenam.

DESTINO DAS LIPOPROTEÍNAS NO ESTADO ALIMENTADO

Dois tipos de lipoproteínas, quilomícrons e VLDL, são produzidos no


estado alimentado. A principal função dessas lipoproteínas é fornecer um
sistema de transporte sangüíneo para os triacilgliceróis, os quais são muito
insolúveis em água. Entretanto, elas também contêm o lipídeo colesterol,
que é relativamente insolúvel em água. Os triacilgliceróis dos quilomícrons
são formados nas células epiteliais intestinais a partir dos produtos da
digestão dos triacilgliceróis da dieta. Os triacilgliceróis da VLDL são
sintetizados no fígado. Quando essas lipoproteínas passam pelos vasos
sangüíneos, no tecido adiposo, seus triacilgliceróis são degradados a ácidos
graxos e glicerol. Os ácidos graxos entram nas células adiposas e se
combinam com o glicerol que é produzido a partir da glicose sangüínea. Os
triacilgliceróis resultantes são armazenados nas células adiposas na forma
de grandes gotas de gordura. Os remanescentes dos quilomícrons são
removidos do sangue pelo fígado, e os remanescentes das VLDL podem ser
removidos pelo fígado ou podem formar lipoproteína de densidade baixa
(LDL), que é removida pelo fígado ou pelas células periféricas.

Dificilmente chega-se perto dos limites da capacidade de armazenar


triacilgliceróis no tecido adiposo. A habilidade dos seres humanos em
armazenar gordura parece ser limitada apenas pela quantidade de tecido
que pode ser carregada sem sobrecarregar o coração.

V. DESTINO DOS AMINOÁCIDOS NO ESTADO ALIMENTADO

Os aminoácidos derivados das proteínas da dieta vão do intestino para o


fígado pela veia porta hepática. O fígado os utiliza para a síntese de

109
proteínas séricas, bem como de suas próprias proteínas, e para a biossíntese
de compostos nitrogenados que necessitam de aminoácidos precursores,
tais como aminoácidos não essenciais, heme, hormônios,
neurotransmissores e bases púricas e pirimídicas (p. ex., adenina e citosina
no DNA). Ele também pode oxidar aminoácidos ou convertê-los em glicose
ou corpos cetônicos e desfazer-se do nitrogênio na forma de um composto
não-tóxico, a uréia. Muitos dos aminoácidos irão para a circulação
periférica, de onde podem ser utilizados pelos outros tecidos para a síntese
protéica e para várias rotas biossintéticas ou ser oxidados para energia. As
proteínas sofrem turnover (renovação); elas são constantemente
sintetizadas e degradadas. Os aminoácidos liberados pela degradação de
proteínas bem como os aminoácidos da dieta entram no mesmo pool
(conjunto) dos aminoácidos livres no sangue. Esse pool de aminoácidos
livres no sangue pode ser utilizado por todas as células para fornecer a
proporção adequada de aminoácidos para a síntese protéica ou para a
biossíntese de outros compostos. Geralmente, cada rota biossintética
individual, que utiliza um aminoácido precursor, é encontrada em poucos
tecidos no corpo.

RESUMO DO ESTADO ALIMENTADO (ABSORTIVO)

Após uma refeição, os substratos energéticos ingeridos são oxidados para


satisfazer as necessidades energéticas imediatas. A glicose é o principal
substrato energético para a maioria dos tecidos. O excesso de glicose e de
outros substratos energéticos é armazenado como glicogênio,
principalmente no músculo e no fígado, e como triacilgliceróis no tecido
adiposo. Os aminoácidos das proteínas da dieta são convertidos em
proteínas corporais ou oxidados como substratos energéticos.

Jejum:
O estado de jejum (fasting). O jejum começa cerca de 2 a 4 horas após uma
refeição, quando os níveis de glicose sangüínea retornam aos níveis basais,
e continua até que eles comecem a aumentar, após o início da próxima
refeição. Dentro de aproximadamente 1 hora após uma refeição, os níveis
de glicose sangüínea começam a cair. Conseqüentemente, os níveis de
insulina declinam, e os níveis de glucagon aumentam. Essas mudanças nos
níveis hormonais disparam a liberação de substratos energéticos a partir das
reservas do corpo. O glicogênio hepático é degradado pelo processo de
110
glicogenólise, o qual fornece glicose para o sangue. Os triacilgliceróis do
tecido adiposo são mobilizados pelo processo de lipólise, o qual libera
ácidos graxos e glicerol para o sangue. A utilização de ácidos graxos como
substrato energético aumenta com a duração do jejum; o ácido graxo é o
principal substrato energético oxidado durante o jejum noturno.

Oxidação de substratos energéticos. Durante o jejum, a glicose continua


a ser oxidada pelos tecidos dependentes de glicose, tais como o cérebro e as
células vermelhas do sangue, e os ácidos graxos são oxidados por tecidos
como o músculo e o fígado. O músculo e a maioria dos outros tecidos
oxidam ácidos graxos completamente a CO2 e H2O. Entretanto, o fígado
oxida parcialmente os ácidos graxos a moléculas menores chamadas
corpos cetônicos, os quais são liberados no sangue. O músculo, o rim e
alguns outros tecidos obtêm energia da oxidação completa de corpos
cetônicos no ciclo do ácido tricarboxílico (TCA).

Manutenção da glicose sangüínea (glicemia). Conforme o jejum


progride, o fígado produz glicose não apenas pela glicogenólise (liberação
de glicose a partir do glicogênio), mas também por um segundo processo,
chamado gliconeogênese (síntese de glicose a partir de compostos não-
carboidratos). As principais fontes de carbono para a gliconeogênese são o
lactato, o glicerol e os aminoácidos. Quando os carbonos dos aminoácidos
são convertidos a glicose pelo fígado, seus nitrogênios são convertidos a
uréia.

Inanição (starvation). Um jejum de três ou mais dias caracteriza o estado


de inanição. O músculo continua a queimar ácidos graxos, mas diminui a
utilização de corpos cetônicos. Como resultado, a concentração de corpos
cetônicos no sangue aumenta a um nível no qual o cérebro começa a oxidá-
los para produzir energia. O cérebro, então, necessita menos glicose, e,
portanto, o fígado diminui sua taxa de gliconeogênese. Conseqüentemente,
menos proteína é degradada no músculo e em outros tecidos para fornecer
aminoácidos para a gliconeogênese. A reserva de proteína preserva funções
vitais pelo maior tempo possível. Devido a essas mudanças nos padrões de
utilização de substratos energéticos de vários tecidos, os seres humanos
podem sobreviver por períodos longos sem a ingestão de alimento.

O ESTADO DE JEJUM

111
Os níveis de glicose sangüínea atingem um pico cerca de 1 hora após uma
refeição e, então, diminuem conforme os tecidos oxidam glicose ou a
convertem em formas de armazenamento de substratos energéticos. Não
mais do que 2 horas após uma refeição, os níveis retornam à faixa de jejum
(entre 80 e 100 mg/dL). Essa diminuição na glicose sangüínea faz com que
o pâncreas diminua sua secreção de insulina, o que provoca a queda do
nível sérico dessa. O fígado responde a esse sinal hormonal começando a
degradar suas reservas de glicogênio e a liberar glicose no sangue.

Se for realizada outra refeição dentro de poucas horas, retorna-se ao estado


alimentado. Entretanto, se o jejum continuar por um período de 12 horas,
entra-se no estado basal (também conhecido como estado pós-absortivo).
Em geral, considera-se que uma pessoa está no estado basal após um jejum
noturno, quando nenhum alimento foi ingerido desde o jantar da noite
anterior. Nesse momento, o nível de insulina sérica está baixo, e o de
glucagon está aumentando.

A Glicose Sangüínea e o Papel do Fígado Durante o Jejum


O fígado mantém os níveis de glicose sangüínea durante o jejum, e seu
papel é, portanto, crucial. A glicose é o principal substrato energético para
tecidos como o cérebro e o tecido neural e o único substrato energético para
as células vermelhas do sangue. A maioria dos neurônios não possui as
enzimas necessárias para a oxidação de ácidos graxos, mas pode utilizar
corpos cetônicos até um certo limite. As células vermelhas do sangue não
possuem mitocôndrias, as quais contêm as enzimas de oxidação de ácidos
graxos e corpos cetônicos, e podem utilizar apenas glicose como substrato
energético. Portanto, é fundamental que o nível de glicose sangüínea não
diminua muito e nem de forma muito rápida. Inicialmente, as reservas de
glicogênio hepático são degradadas para fornecer glicose para o sangue,
mas elas são limitadas. Embora os níveis de glicogênio hepático possam
aumentar até 200 a 300 g após uma refeição, restam apenas cerca de 80 g
após um jejum noturno. Entretanto, o fígado tem outro mecanismo para
produzir glicose sangüínea conhecido como gliconeogênese. Na
gliconeogênese, lactato, glicerol e aminoácidos são utilizados como fontes
de carbono para sintetizar glicose. Conforme o jejum continua, a
gliconeogênese adiciona-se de modo progressivo à glicose produzida pela
glicogenólise no fígado.

112
O lactato é um produto da glicólise nas células vermelhas do sangue e no
músculo em exercício, o glicerol é obtido a partir da lipólise dos
triacilgliceróis do tecido adiposo, e os aminoácidos são gerados pela
degradação de proteína. Como a massa muscular humana é bastante ampla,
a maioria dos aminoácidos é suprida pela degradação de proteínas
musculares. Esses compostos vão através do sangue para o fígado, onde são
convertidos em glicose pela gliconeogênese. Como o nitrogênio dos
aminoácidos pode formar amônia, a qual é tóxica para o corpo, o fígado
converte esse nitrogênio em uréia. Conforme o jejum progride, a
gliconeogênese torna-se cada vez mais importante como fonte de glicose
sangüínea. Após um dia ou mais de jejum, as reservas de glicogênio
hepático estão esgotadas, e a gliconeogênese é a única fonte de glicose
sangüínea

Papel do Tecido Adiposo Durante o Jejum

Os triacilgliceróis do tecido adiposo são a principal fonte de energia


durante o jejum. Eles fornecem ácidos graxos, os quais são,
quantitativamente, o principal substrato energético do corpo humano. Os
ácidos graxos não são apenas diretamente oxidados por vários tecidos do
corpo; eles também são parcialmente oxidados no fígado a produtos de
quatro carbonos, chamados corpos cetônicos. Os corpos cetônicos são
subseqüentemente oxidados como um substrato energético por outros
tecidos. Conforme os níveis de insulina diminuem e os de glucagon
aumentam no sangue, os triacilgliceróis do tecido adiposo são mobilizados
por um processo chamado lipólise. Eles são convertidos em ácidos graxos
e glicerol, os quais entram no sangue.

Resumo das Alterações Metabólicas Durante um Jejum


Nos estágios iniciais do jejum, os substratos energéticos armazenados são
utilizados para produzir energia. O fígado exerce um papel-chave, pois
mantém os níveis de glicose sangüínea no intervalo de 80 a 100 mg/dL,
primeiramente pela glicogenólise e, subseqüentemente, pela
gliconeogênese. Lactato, glicerol e aminoácidos servem como fontes de
carbono para a gliconeogênese. Os aminoácidos são fornecidos pelo
músculo, e seus nitrogênios são convertidos em uréia no fígado, sendo essa
excretada pelos rins. Os ácidos graxos que são liberados pelo tecido
adiposo pelo processo de lipólise são o principal substrato energético do

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corpo durante o jejum. O fígado oxida apenas de forma parcial a maioria
dos seus ácidos graxos, convertendo-os em corpos cetônicos, os quais são
liberados no sangue. Assim, durante os estágios iniciais de jejum, os níveis
sangüíneos de ácidos graxos e corpos cetônicos começam a aumentar. O
músculo utiliza ácidos graxos, corpos cetônicos e, quando em exercício e
enquanto durar o suprimento, glicose a partir do glicogênio muscular.
Muitos outros tecidos utilizam tanto ácidos graxos quanto corpos cetônicos.
Entretanto, as células vermelhas do sangue, o cérebro e outros tecidos
neurais utilizam principalmente glicose.

Alterações Metabólicas durante o Jejum prolongado:

Se o padrão de utilização de substratos energéticos que ocorre durante um


jejum breve persistir por um período mais longo, a proteína corporal é
muito rapidamente consumida, até o ponto no qual as funções críticas serão
comprometidas. Felizmente, ocorrem alterações metabólicas durante o
jejum prolongado que conservam (“poupam”) as proteínas musculares,
fazendo o turnover (renovação) protéico muscular diminuir.

Referencias Bibliográficas:

Bioquímica Médica de Marks, 22ed- Smith, Marks, Liberman.pdf 2016

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier ... Corporais. 12. ed. Rio de Janeiro:
GEN/Guanabara Koogan, 2013

Reflexão do fechamento do Caso:

I did it. Acho que essa é a palavra com a qual terminaria este caso, porque
eu achava que eu não ia conseguir tem um bom desenvolvimento neste
caso. Porque eram muitos os processos que envolvia só este caso, então se
me fez muito difícil aprende-lo de uma forma boa sem deixar nada de lado.
Pero no fim da jornada eu acredito que o consegui. Agora só espero poder
ir bem na prova.

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