Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Alastair Pennycook
sordem ou do cao�já �e sem__EE,e deixa im_elícita uma ordem que está sendo finoniana de cravar embac além dos
t r a n s g r e d i d a . S e g u ind o N i e t z sc h e , o a u tor co nt i n ua i nd ica nd o q ue a d fer e nteme nte . A LA
transgressiva, portanto, vai
tiano d p n sar i
nte, mantendo tanto a
e e
pr i gin ar de forma difere
modernidade tem si do "um processo de opressão e compartimentalização da limites normat i vos ; ocu ra ma
as q uestões
vo ntade" q ue "gerou um desej o desgovernado de alargar, exceder, ou ir além d n sinar para transgre
dir de hooks como t ambém
açã o p o líti c a o e t.
o tr ansgressão , ta
nto Fano n como F oucaul
das margens de aceitabilidade e desempenho normal. A transgressão se torna imb rica das no ensino com
u m t6pic o pr imár io p6s- mo der no e respo ns ável" Q e nks, 2003: 8). ss ão de "dados tra
nsgressivos"
sugerido pela discu
Além do mais, conforme tiona a s
E iz b eth S t Pier re (19
97), a LA trans gressiva q ues
De acor do com J ervis (1999:4), de p sq uis a d e l a
e
nha na linguagem como
"dados", a confiança estra
c re nças normativas sob re dados que
A tr ansgressão é reflexiv a, question ando s eu próprio papel e o da c ultur a que a definiu
ign ificado para aqueles
dados e a possibilidade de
em sua alterid ad e . Não é simpl esm ent e um a rev ersão, um a inversão mecânica d e um a uma gar a n t ia d e s
esclarecedora entre lingüística e LA. A pcrformatividade possibilita um modo um CClll'lsmo com1a111c cm rcla�·ão aos contdlús e modos de pensar
de pensar o uso da linguagem e da identidade que evita catcgori:1s Imos, a I.A I ransgrc:ssiva sugere que nunca se deve permitir que a l.A
fundacionalistas, sugerindo que as identidades são formadas na perfornuw,· nsc rnrn base na satisfação de sua própria aucoconcepção, nas iden
lingüística em vez de serem P.ré-dadas. Tal visão da identidade lingüística nos cla afirma como constituindo sua comunidade. Portanto, uma LA
ajuda a ver como as subjetividades passam a existir e são sedimentadas co111 va está sempre engajada em práticas problemacizadoras.
o passar do tempo por meio de atos lingüísticos regulados. Isso também
, tal I.A considera as implicações das viradas lingüística, somáuca
fornece a base para considerar as línguas de uma perspectiva antifundacionalist.1,
tiva. Aceita que tenhamos de confrontar a crise da representação na
por meio da qual o uso da linguagem é um ato de identidade que possibilit.1 mica ocidental, que dúvidas radicais foram lançadas sobre a repre
a existência daquela língua. E a performatividade, particularmente em su.1 rcal isca e que necessitamos compreender o papel do discurso na
relação com a noção de desempenho, possibilita modos de compreender como ,o do sujeito, de um sujeito múltiplo e conflitante, e a necessidade
as línguas, as identidades e os futuros são recriados ividadc na produção do conhecimento. Ao mesmo tempo, ela reco
uc o idealismo logocêntrico que enfatiza demais o discurso deixa de
rar os modos pelos quais a ordem social não é somente linguagem,
A LINGÜÍSTICA APLICADA TRANSGRESSIVA .de e semiose, mas é também corpórea, espacial, temporal, institucio
nflitante, marcada pelas diferenças sexuais, raciais e outras. A virada
A l.A transgressiva pode ser tentativamente resumida da seguinte forma: nos permite refocalizar a corporeidade da diferença, ao passo que a
performativa sugere que as identidades são formadas na performance
Primeiro, ela se baseia em uma abordagem transgressiva da teoria e da
dca e corporificada, em vez de ser pré-dada. Isso também fornece a base
disciplinaridade. Aqui "transgressivo" se refere à necessidade crucial de ter
nsiderar as línguas de uma perspectiva antifundacionalista, pela �al
instrumentos tanto políticos como epistemológicos para transgredir as fron
da linguagem é um ato de identidade que possibilita a existência da
reiras do pensamento e da política tradicionais. Qualquer projeto crítico
. Esses são conceitos de interesse para uma nova era de LA transgressiva.
necessita tanto de uma agenda política crítica como de uma preparação para
questionar os conceitos com os quais ela lida. De Fanon e de Foucault. A
teoria transgressiva assinala a intenção de transgredir, política e teoricamen
R.EFE�NCIAS
te, os limites do pensamento e da ação tradicionais, não somente entrando
em território proibido, mas tentando pensar o que não deveria ser pensado,
IH', P. (1991). Language and Symbolic Power. Oxford: Poliry Press.
fazer o que não deveria ser feito. Almeja atravessar fronteiras e quebrar li, J. (l 990), Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity. London: Routledge.
regras; tem como meta um posicionamento reflexivo sobre o que e por que (1999). Performativiry's Social Magic, in: Shusterman, R. (org.). Bourdieu: A Critica! Reader.
atravessa; é entendida como em movimento em vez de considerar aquilo em xford: Blackwell Publishers, pp. 113-128.
.ON, D. (1997). Performing Gender ldencicy: Young Men's Talk and rhe Construcrion of
relação ao que é 'pós'; é pensada para a ação e a mudança. Hrtcrosexual Masculiniry, in: Johnson, S. & Meinhof, U. H. (orgs.). Language and Masculinity.
Oxford: Blackwell, pp. 47-64.
Segundo, considerando o imperativo de usar tanto Fanon como Foucault, a AR.AJAH, S. (2004). Subversive Idenciries, Pedagogical Safe Houses, and Criticai Learning, in:
LA transgressiva reconhece dois níveis de tensão. Por um lado, dentro do impera Norton, B. & Toohey, K. (orgs.), Critica! Pedagogies and Language Learning. Cambridge:
Cambridge Universiry Press, pp. 116-137.
tivo de lidar com os níveis do mundo real de embates, há demandas em compe
ORll, J. (1997). Routes: Trave! and Tramlation in the Late Twentieth Century. Cambridge, MA:
tição por um foco na dominação/no controle (os efeitos contingentes e contextuais Harvard Universiry Press.
do poder), na disparidade (desigualdade e necessidade de acesso), na diferença NI 11, J. & G1sSON, C. (2003). Sound Tracks: Popular Music, Identity and Place. London: Routledge.
ll·S, A. (1999). An lntroduction to Applied Linguistics: from T heory to Practice. Edinburgh:
(comprometimento com a diversidade) e no desejo (compreendendo como iden
Edinburgh Universiry Press.
tidade e agenciamento/ação estão relacionados). Por outro lado, reconhecendo o , C. (2004). Incroduction ro Pare li: Applied Linguistics (AL), in: Davies, A. & Elder, C.
imperativo foucaultiano de sempre interrogar nossos próprios modos de pensar, (nrgs.), Handbook of Applied Linguirtics. Oxford: BlackweU, pp. 423-430.
84 ALJ..STAIR PENNYCOOK
FLORENCE, N. (1998). bell hooks' Engaged Pedagogy: a Tramgressive Education for Critica/ Comciousness
Westport, CT: Bergin and Garvey.
FouCAULT, M. (1980). Power/Knowledge: Selected lnterviews and Other Writings. 1972-1977. New
York: Panrheon Books (org.: C. Gordon).
HOOKS, B. (1994). Teaching to Tramgrm: Education as the Practice of Freedom. New York: Routledge
JAGOSE, A. (1996). Queer Theory. Melbourne: Melbourne University Press.
JANKS, H. (2000). Dominacion, Access, Diversity and Design: A Synrhesis for Criticai Literacy
Education, Educational Review 52(2): 175-186.
JENKS, C. (2003), Tramgression. London: Routledge.
JERVIS, J. (1999). Tramgressing the Modem: Explorations in the Western Experience of Othernm
Oxford: Blackwell.
l<EARNEY, R. (1988). The �ke of lmagination. Minneapolis: University of Minnesota Press.
lAOAu, E. (1989). Prefuce, in: Zizek, S. (1989). The Sublime Object of ldeology. London: Ver.;o, pp. ix- X\'
MAcBETH, D. (2001). On "Reflexivity" in Qualitative Research: Two Readings, and a Third
Qualitative lnquiry, 7 (1): 35-68.
MorrA LOPES, L. P. (2002). Identidades fragmentadas. Campinas: Mercado de Letras.
N ELSON, C. (1999). Sexual Identities in ESL: Queer Theory and Classroom lnquiry, TESOL
Quarterly, 33 (3): 371-391
NORTON, B. (2000). Jdentity and Language Learning: Gender, Ethnicity and Educational Changt.
Harlow: Longman/Pearson.
NORTON, P. B. (1995). Social Idencicy, lnvescment, and Language Learning, TESOL Quarterly 29, 9-3
PENNYCOOK, A. (2001). Criticai Applied Linguistics: a Criticai lntroduction. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaurn.
PENNYCOOK, A. (2003a). Lingüística aplicada pós-ocidental, in: Coracini, M. J. & Bercoldo, E ..
(orgs). O desejo da teoria e a contingência da prdtica - Discursos sobre e na sala de aula
Campinas: Mercado de Letras, pp. 21-60.
__ (2003b). Global Englishes, Rip Slyme and Performacivicy, fournal of Sociolinguistics, 7, 4, 513-533
_ _ (2004a). Criticai Applied Linguiscics, in: Davies, A. & Elder, C. (orgs.), Handbook ofAppliu
Linguistics. Oxford: Blackwell, pp. 784-807.
_ _ (2004b). Performacivity, and Language Studies, in: Criticai lnquiry in Language Studies: Ai,
lnternational foumal, 1/1, 1-19
PoYNTON, C. (1993). Grammar, Language and rhe Social: Poststructuralism and Systemic-funccional
Linguiscics, Social Semiotics, 3 (1): 1-21.
PRJCE, S. (1996). Comments on Bonny Norton Peirce's Social Jdentity, lnvestment, and Langua,
Learning-. A Reader Reacts ..., TESOL Quarterly 30 (2): 331-337.
PRICE, S. (1999). Critical Discourse Analysis: Discourse Acquisicion and Discourse Practices, TESO:.
Quarurly, 33 (3): 581-595.
RAJAGOPALAN, K. (2004). The Philosophy ofApplied Linguiscics, in: Davies, A. & Elder, C. (orgs.
A Handbook of Applied Linguistics. Oxford: Blackwell, pp. 397-420.
RoRTY, R. (1987). Pragmatism and Philosophy, in: Baynes, K.; Bohman, J. & McCarrhy. T. (orgs.
After Philosophy: End or Tramformation? Cambridge, MA: The MIT Press, pp. 26-66.
Scorr. D. (1999). Refashioning Futures: Criticism After Postcoloniality. Princeton, NJ: Princecon
University Press.
SHUSTERMAN, R. (2000). Performing Live: Aesthetic Alternatives for the Ends of Art. Irhaca: Com
University Press.
SMITH, D. (1999). Writing the Social· Critique, Theory, and lnvestigatiom. Toronto: Universicy ofToronto P
ST PIERRE, E. (1997). Merhodology in the Fold and rhe lrrupcion ofTransgressive Data, lnternatio1111
journal of Qualitative Studies in Education, 1O (2): 175-189.
THREADGOLD, T. (1997). Feminist Poetics: Poiesis, Performance, Histories. London: Roucledge.
WEEDON, C. (1987). Feminist Practice and Poststructuralist T heory. Oxford: Basil Blackwell.
WmDOWSON, H. G. (2001). Coming to Terms Wirh Reality: Applied Linguiscics in Perspective, 111
Graddol, D. (org.). Applied Linguistics for the 21" Century, A/LA Review, 14, 2-17.