Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. ASPECTOS PRELIMINARES 03
2. DOCUMENTOS SOLICITADOS E DISPONIBILIZADOS 07
3. TESTES REALIZADOS DE FUNCIONAMENTO 13
4. VÍCIOS CONSTRUTIVOS E NÃO CONFORMIDADES CONSTATADAS 17
4.1. SISTEMA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 20
4.2. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉTRICAS (SPDA) 45
4.3. SISTEMA DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS E DRENAGEM 49
4.4 SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 68
4.5. SISTEMA DE FACHADA 81
4.5.1 REVESTIMENTO CERÂMICO DA FACHADA 81
4.5.2 REVESTIMENTO ARGAMASSADO DAS REQUADRAÇÕES DA FACHADA 87
4.5.3 ACABAMENTO EM TEXTURA APLICADO NAS PAREDES DE CONCRETO DA FACHADA 89
4.5.4 JUNTA DE DILATAÇÃO ESTRUTUAL ENTRE BLOCOS DAS TORRES NA FACHADA 94
4.5.5 SISTEMA DE ESQUADRIAS DA FACHADA 96
4.6. SISTEMA DE REVESTIMENTO CERÂMICO DE PISOS E PAREDES EXTERNOS 102
4.7. SISTEMA DE ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO 107
4.8. SISTEMA DE FUNDAÇÕES E ALVENARIA ESTRUTURAL DOS MUROS DE DIVISA 112
4.9. SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 116
4.10. SISTEMA DE COBERTURA: TELHADOS E PERGOLADO 137
4.11. SISTEMA DE PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA E DE CONCRETO 145
4.12. SISTEMA DE PISO DE CONCRETO DA QUADRA POLIESPORTIVA 150
4.13. SISTEMA DE ACESSIBILIDADE 152
5. MANUAL DAS ÁREAS COMUNS OU MANUAL DO SÍNDICO 164
6. CONCLUSÕES 171
7. ENCERRAMENTO 177
O presente Laudo de Entrega de Obra versa sobre a vistoria de constatação de vícios construtivos e
não conformidades técnicas nas áreas comuns do empreendimento residencial multifamiliar PRIME MOSAICO
(“empreendimento”), responsabilidade técnica da CAP-30 EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS SPE LTDA
(“construtora”).
O empreendimento está localizado à Avenida Coronel Teixeira, n° 6225, Ponta Negra, Manaus, AM, e
possui Alvará de Construção sob número 3128/2023, expedido pela Prefeitura de Manaus para a área construída total
licenciada de 17.346,68 m2, edificada sobre terreno de 13.562,78 m2.
O empreendimento, também, possui Licença Municipal de Instalação sob número 014/2021, e Licença
de Operação sob número 74/2023-D, expedidas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Cada bloco das torres, ainda, possui um equipamento de transporte vertical (elevador).
Torre 2 Torre 3
Torre 4
Torre 1
Torre 1
Play ground
Quadra Torre 2
Poliesportiva
Torre 4
Torre 3
A vistoria foi realizada nos dias 16, 17, 18 e 19 de outubro de 2023 por equipe de engenheiro civil e
engenheiro eletricista. Nas datas da vistoria, o empreendimento não estava concluído e alguns dos sistemas
construtivos ainda estavam incompletos com ausência de componentes, o que prejudicou parcialmente a constatação
de vícios construtivos e não conformidades técnicas.
Neste sentido, as torres 3 e 4 estavam com suas obras mais adiantadas, e em fase final de
acabamentos, do que as torres 1 e 2. Segue quadro resumo do status de cada um dos sistemas vistoriados,
independentemente das constatações de vícios construtivos e não conformidades descritas no item 4 deste Laudo.
Como restavam diversos serviços para a conclusão da obra, os ambientes das torres ainda possuíam
restos de materiais, ausência de acabamentos em geral, inclusive das instalações elétricas e hidráulicas, assim como
necessidade de pintura final e limpeza.
Cumpre destacar que os projetos das instalações elétricas, hidráulicas e de drenagem não foram
disponibilizados em suas versões as built, conforme verificado na vistoria. Existem não conformidades técnicas entre
os projetos das instalações disponibilizados e o verificado no local. Algumas dessas não conformidades classificam-se
como vícios construtivos, conforme detalhado no item 4 deste Laudo.
Neste sentido, ainda, não foi apresentado o projeto dos guarda corpos, porque este não foi
desenvolvido para o empreendimento. Segue destaque para o item 4, especificadamente 4.4.3, da ABNT NBR 14718
sobre a obrigatoriedade do projeto de guarda corpo em uma edificação:
Estes relatórios de ensaios não são documentos obrigatórios para a entrega ao usuário em conjunto
com o manual, quando da entrega da obra, mas são procedimentos técnicos executivos obrigatórios para a validação
técnica do guarda corpo.
Outro projeto que não foi disponibilizado e desenvolvido para o empreendimento, foi o projeto de
impermeabilização. Este projeto é obrigatório nos termos dos itens os itens 6.1.1 e 6.1.2, e todo o item 6, da ABNT NBR
9575: Impermeabilização – Seleção e projeto:
Assim como o projeto de guarda corpos e o de impermeabilização, não foi apresentado e desenvolvido
o projeto de revestimento cerâmico das fachadas, obrigatório nos termos do item 5 da ABNT NBR 13755: Revestimentos
cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante – Projeto, execução, inspeção e
aceitação – Procedimentos.
Neste sentido, ainda, a construtora não entregou procedimentos executivos para o revestimento
cerâmico empregado nas fachadas das torres, que poderiam substituir o projeto, conforme indicado no texto normativo.
Outros documentos obrigatórios, inclusive para entrega ao usuário em conjunto com o manual, tais
como habite-se, AVCB, atestados das instalações, teste de continuidade do SPDA, certificado de desinfeção e limpeza
dos reservatórios, não foram disponibilizados, porque a obra não estava concluída nas datas da vistoria.
Portanto, destaca-se o disposto nos itens 5.7.4.1, 5.7.4.2, 5.7.4.3, 5.7.4.4 e Tabela A.1 da ABNT NBR
14037: Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção – Requisitos para elaboração e
apresentação dos conteúdos, sobre os documentos obrigatórios de entrega ao usuário em conjunto com o manual, o
que deve ser observado pela construtora na época da entrega da obra.
1. Manual das áreas comuns ou manual do síndico nos termos da ABNT NBR 14037;
2. Cerificado de garantia dos equipamentos instalados;
3. Notas fiscais dos equipamentos;
4. Manuais técnicos dos equipamentos instalados;
5. Habite-se;
6. AVCB;
7. Demais licenças municipais (secretaria do meio ambiente);
8. Alvará de execução da obra;
9. Alvará de instalação dos elevadores;
Para os usuários das unidades, quando da entrega das chaves, é obrigatória a entrega de documentos
correspondentes às instalações e equipamentos de seu apartamento, juntamente com o manual do proprietário
elaborado nos termos da ABNT NBR 14037.
Por fim, comentários gerais sobre a minuta fornecida do manual das áreas comuns seguem descritos
no item 5 deste Laudo.
Em cada torre, e de forma aleatória, foi acionado um acionador manual e foi verificado que a central
reconhece o alarme, assim como ocorreu o disparado sonoro na torre após 2 minutos. Em todas as torres, o teste
funcionou plenamente, no entanto, conforme detalhe da foto abaixo, deve-se corrigir a relação de dispositivos fixado na
central de alarme de incêndio, relativo aos dispositivos numerados de 57 a 64, pois eles pertencerem à torre 4 e na
listagem constam na torre 1.
Cada torre é dotada de uma bomba de incêndio para o sistema de hidrante localizada na cobertura. Os
testes realizados em cada torre / bomba foram:
As bombas das piscinas adulto, infantil e hidromassagem foram testadas em modo manual, e verificou-
se o pleno funcionamento de cada bomba, apesar inexistência do sistema de retomo na piscina infantil, porque este
estava ligado na área da prainha.
O empreendimento conta com dois sistemas de recalque de água potável, sendo um para atender as
torres 1 e 2 e o outro para atender as torres 3 e 4.
A bomba 1 só aceitou o acionamento do botão desliga, quando o cabo de comando da boia foi
desconectado do sistema, situação esta que demanda análise detalhada nas instalações elétricas para correção da
falha operacional.
Os testes realizados no sistema de recalque de água potável, que atende as torres 3 e 4, apresentaram
os mesmos resultados do sistema de recalque de água potável que atende as torres 1 e 2.
Painel do sistema de recalque de água potável das torres 1 e 2 Painel do sistema de recalque de água potável das torres 3 e 4
Vista das botoeiras de comando sem a instalação física para que a bomba 2 opere em automático
A bomba especificada em projeto não estava em operação, e foi realizado o teste em manual em bomba
provisória. Apesar desta bomba ter funcionado normalmente, o teste realizado não avaliou a situação concluída da
instalação.
Ademais, a instalação elétrica desta bomba provisória estava irregular e de forma direta na contatora,
com by pass da proteção em não conformidade com a ABNT NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão.
Primeiramente, cumpre registrar a definição técnica de “vícios” nos termos da ABNT NBR 13752:
Perícias de engenharia na construção civil, a saber:
O desempenho dos sistemas é medido por requisitos qualitativos, ou fatores, definidos nesta norma
nos seus itens 4.2, 4.3 e 4.4, que seguem resumidamente apresentados:
• Requisitos do usuário relativos à segurança: segurança estrutural; segurança contra o fogo e
segurança no uso e na operação
• Requisitos do usuário relativos à habitabilidade: estanqueidade; funcionalidade; acessibilidade;
saúde, higiene e qualidade do ar; conforto tátil e antopodinâmico; desempenho acústico;
desempenho lumínico e desempenho término
• Requisitos do usuário relativos à sustentabilidade: durabilidade (medida pela vida útil);
manutenibilidade (facilidade de se promover à manutenção) e impacto ambiental.
Considerados para a estrutura os (i) estados limites últimos ELU envolvendo paralisação do uso por
ruína, deformação plástica excessiva, instabilidade da estrutura no todo ou em sua parte em
sistema hipoestático e os (ii) estados limites de serviço ou utilização com prejuízo ou
comprometimento da utilização por fissuração ou deformação excessivas, comprometimento de
Estrutural durabilidade ou falhas que possam prejudica os níveis de desempenho previstos para estrutura e
demais componentes da edificação, incluindo instalações hidrossanitárias e demais sistemas.
Considerados para os guarda corpos o disposto no ABNT NBR 14718. Para as vedações, observar
questões relacionadas com deslocamentos, fissurações e impactos de corpo mole e duro, assim
como para pisos, telhados e tubulações aparentes.
Requisitos de segurança Consideradas todas as ações e medidas construtivas que impeçam a propagação de incêndio, tais
como: compartimentação, propriedade dos materiais em relação à reação ao fogo (ignitibilidade,
Contra o fogo
resistência ao fogo, incombustibilidade, etc.) rotas de fuga, acesso para os bombeiros, dispositivos
de detecção e combate a incêndio.
Consideradas ações que garantam segurança aos usuários, sem riscos de queimaduras e outros
acidentes no uso das instalações e sistemas construtivos de forma geral. Exemplos: segurança na
utilização das instalações e equipamentos sem riscos de choques elétricos, queimaduras,
Uso, operação e manutenção
explosões; ferimentos em geral; segurança na utilização de pisos (coeficientes de atrito, ausência
de irregularidades que possam provocar ferimentos); segurança na utilização e manutenção de
coberturas (riscos de deslizamentos); etc.
Considerada a isolação acústica por parte das fachadas, coberturas, entrepisos, paredes
Desempenho acústico
considerados os diversos ruídos provenientes de som aéreo, musica alta, impactos em pisos, etc.
Considera os prazos de vida útil de projeto para os sistemas construtivos, observados os usos
corretos e as obrigatórias manutenções periódicas. Considera também a especificações de
Durabilidade componentes e materiais compatíveis com as condições de exposição da edificação, o
desenvolvimento do projeto adequado, a execução e controle de qualidade de acordo com boas
Requisitos de sustentabilidade
práticas e em conformidade com as normas técnicas.
Manutenibilidade Considera a facilidade de executar as manutenção periódicas obrigatórias
Considera o menor impacto ambiental gerado pela edificação desde sua fase de concepção,
Impacto ambiental
execução e uso
Já as não conformidades técnicas são definidas como “exceção a regra ou padrão estabelecido”. Neste
trabalho, os padrões estabelecidos estão vinculados aos projetos disponibilizados, normas técnicas pertinentes e
manuais de fabricantes dos produtos aplicados, como é o caso dos sistemas de impermeabilização.
Evidentemente, existem divergências ou não conformidades que são classificadas como vícios
construtivos, uma vez que a execução não observou corretamente o especificado em projeto. Para estes itens não cabe
as built, mas sim correções ou validações das soluções executadas em obras, incorporando e modificando o projeto.
Exemplos destas divergências entre projetado e executado, que consistem em vícios construtivos,
salvo se aprovadas pelo projetista para alterações no projeto as built, estão relacionadas a seguir juntamente com
outros vícios construtivos constatados nos sistemas vistoriados, descartados aqueles inacabados ou incompletos, que
não possuíam condições técnicas para estas verificações.
Rede da
Concessionária
localizada na Av.
Des. João Machado
Último Poste do
empreendimento
Após o abaixamento de tensão seguem os alimentadores para os centros de medição de cada torre
com 4 fios (3F + N), através de cabos de cobre 4 x 95 mm2, isolação 0,6/1kV / HEPR 90º C. Assim como, para a área
comuns e lazer com 4 fios (3F + N), através de cabos de cobre 4 x 50 mm2, isolação 0,6/1kV / HEPR 90º C.
Os centros de medição foram confeccionados pela empresa TAF, especializada em centros de medição
em policarbonato, e conforme projeto executivo, no entanto, necessitam de limpeza e em alguns casos a caixa de
medição serviço deve ser revisada trazendo para sua condição original, uma vez que foram desmontadas para serem
energizadas e realizar alimentação provisória nas áreas comuns das torres, conforme ilustrado a seguir.
O empreendimento conta ainda com mais dois medidores de energia, sendo o medidor da guarita que
também foi fabricado pela TAF e conforme projeto executivo, além do medidor das áreas comuns e de lazer, sendo
que, esse último não foi totalmente instalado ainda. Seguem imagens dos medidores em referência.
A partir dos centros de medição de cada torre, seguem as alimentações para os apartamentos e para
os quadros de força e luz de suas respectivas áreas comuns, assim como a partir dos demais medidores partem as
alimentações para os quadros de força e luz das áreas comuns e de lazer do empreendimento.
Quanto aos shaft’s de elétrica das torres e de forma geral, foi observado a falha na compartimentação
vertical e muita sujidade. A compartimentação é uma exigência do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas com o
intuito de impedir a propagação de fumaça em caso de sinistro, nos termos da IT 09: Compartimentação horizontal e
compartimentação vertical dessa forma, vide item 4.4 deste Laudo. As fotos a seguir ilustram o vício construtivo
constatado.
Compartimentação vertical danificada e shaft sujo Exemplo de sujeira no shaft (5º Andar Torre 1 B)
(7º Andar Torre 4 B)
Ainda sobre os shaft’s de elétrica de cada torre, constatou-se a ausência de identificação das linhas
elétricas conforme preconiza a norma ABNT NBR 5410 em seu item 6.1.5.2 descrito a seguir. Verificou-se também a
desorganização na acomodação dos cabos.
Desorganização nos cabos (2º Andar Torre 1 B) Desorganização na acomodação dos cabos (6º Andar Torre 4 B)
Ausência de arruela para não danificar a isolação do cabo (6º e Andares Torre 1 B)
Já as instalações dos quadros elétricos não estavam concluídas na oportunidade da vistoria. Entretanto
seguem não conformidades nos termos da ABNT NBR 5410 e NR-10: Segurança em instalações e serviços em
eletricidade, a saber:
Seguem fotografias que destacam os vícios construtivos constatados, mesmo considerando que a
instalação não estava concluída.
Exemplo de painel em área comum do empreendimento sem sistema de fechamento adequado para evitar o acesso de pessoas não
autorizadas
Os painéis dos exaustores das churrasqueiras não possuem acesso adequado ao painel devido ao equipamento e ao duto de extração
ocupar praticamente todo o espaço do local
Sobre as linhas elétricas enterradas no piso da área externa, constataram-se os seguintes vícios
construtivos:
O eletroduto corrugado laranja é inapropriado para utilização em áreas externas, uma vez que a exposição aos raios UV provoca seu
ressecamento e o produto fica quebradiço.
Ainda, constatou-se vícios construtivos do emprego de eletrodutos flexíveis corrugados amarelo do tipo
leve nas instalações enterradas, o que está não conforme com o item 5.1 da norma ABNT NBR 15465: Sistemas de
eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos de desempenho, a saber:
Destaca-se, ainda, que durante a vistoria constatou-se a ineficiência no sistema de drenagem das
caixas de passagem, tanto do sistema de iluminação quanto dos alimentadores das torres, além de não possuírem uma
vedação adequada na sua tampa.
Ainda, a execução da caixa não correspondeu ao indicado no detalhe executivo de projeto, reproduzido
a seguir:
Por fim, as conexões estavam expostas às influências externas, e neste sentido não atentem aos itens
6.2.81 e 6.2.8.2 da ABNT NBR 5410:
Ademais, constatou-se que não foi passado o condutor de proteção para os circuitos de iluminação
externa em não conformidade com o item 5.1.2.2.3.6 da ABNT NBR 5410, a saber:
Já sobre a instalação elétrica dos motores, foram constatadas caixas de passagem sem tampa,
emendas realizadas fora de caixas de passagem, extremidades de linhas elétricas sem instalação adequada contra
influências externas, em não conformidade com a norma ABNT NBR 5410 e que também se caracterizam como vícios
construtivos da instalação.
Linhas elétricas sem as devidas proteções como: caixa de passagem sem tampa e “moeda” de proteção, extremidade de linha sem a devida
proteção contra influências externas, emenda de cabos fora de caixa de passagem, além da falta de fixação do eletroduto e da caixa de
passagem
Linhas elétricas sem as devidas proteções como: caixa de passagem sem tampa, extremidade de linha sem a devida proteção contra
influências externas, ausência da tampa da caixa de ligação do motor e fiação exposta
Quanto as instalações elétricas em geral, pôde-se observar caixas de passagens sem tampa, eletroduto
sem a devida fixação, linhas elétricas faltando trecho de eletroduto, ausência de acabamento entre caixa de passagem
e eletroduto, circuito elétrico derivando de caixa de passagem para a parede sem eletroduto, caixa de passagem
exposta ao tempo e sem a “moeda” de proteção, fotocélula sem fixação adequada, que também se classificam como
vícios construtivos, além de não atenderem o que a norma ABNT NBR 5410 preconiza, a saber:
Ausência de tampa e moeda de proteção das caixas de passagem, assim como falha na fixação do eletroduto
Extremidade de linha elétrica sem a devida proteção contra influências externas e emenda de cabo sem caixa de passagem
Conexão entre eletroduto e caixa de passagem sem bucha de arremate, transição de linha elétrica para a alvenaria sem as devidas
proteções dos condutores, transição de eletroduto para linha aberta sem bucha de arremate, emenda de cabo sem caixa de passagem
Ausência de tampa e moeda de proteção das caixas de passagem, assim como falha na fixação do eletroduto
Transição de linha elétrica para a alvenaria sem as devidas proteções dos condutores. Ausência de tampa e moeda de proteção das caixas
de passagem
Ausência de tampa e moeda de proteção das caixas de passagem. Deformação na tubulação devido a falha de fixação
Neste sentido, portanto os produtos utilizados deveriam ter grau de proteção adequado com o ambiente
instalado, e de acordo com o estabelecido na norma ABNT NBR IEC 60529: Graus de proteção providos por invólucros
(Códigos IP) em sua tabela 3, conforme segue:
Detalhe de caixa de passagem na varanda Exemplo de interruptor e tomada da marca Weg modelo
Composé , utilizado nas áreas das varandas das torres
O subsistema de captação foi projetado e instalado por meio de uma combinação entre os métodos
Franklin e Gaiola de Faraday. Assim, possui malha de captação constituída por fitas de alumínio (7/8”x 1/8”) implantadas
na cobertura e mini captores. Complementarmente, existe um mastro com captor Franklin conectado na malha de
captação, além da interligação dos equipamentos e estruturas metálicas existentes na cobertura à essa malha para
equipotencializar todo o sistema.
Todas as estruturas metálicas não destinadas à condução de corrente existentes na cobertura deveriam
estar conectadas ao sistema SPDA para garantia de equipotencialidade, conforme indicado em projeto. Entretanto,
conforme constatado na vistoria, os cabos de equipontecialização empregados no sistema de captação nas áreas da
cobertura não atendem as características, conforme determina a Tabela 8 da ABNT NBR 5419-3, que segue indicada.
Seguem imagens do vício construtivo descrito, constatado nas áreas das coberturas das torres.
Equipamento sem a devida equipontencialização com o Cabo de equipotencialização em desacordo com a norma
sistema de SPDA
Ainda, verificou-se que o sistema de fixação da malha de captação nas coberturas das torres estava
desprendido e solto, o que não atende ao item 5.5.2 da ABNT NBR 5419-3, conforme segue:
ARCHEO Engenheiros Associados 46
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
Seguem ilustrações sobre o vício construtivo.
Exemplos de casos em que o suporte de fixação da malha do subsistema de captação se desprendeu da parede
Quanto ao sistema de aterramento, evidenciou-se em apenas uma das torres a ausência de caixa de
inspeção e a instalação de haste prevista no projeto, conforme seu item que segue reproduzido:
Apesar da não conformidade com o projeto, o condutor anel já atende o que preconiza a norma quanto
ao subsistema de aterramento, a saber:
Não foram fornecidos documentos importantes sobre SPDA como o laudo, os atestados com valores
de resistência ôhmica do solo nos pontos de aterramento e o relatório do teste de continuidade da malha, que atestariam
o desempenho do sistema e sua conformidade plena com a ABNT NBR 5419, conforme já destacado no item 3 deste
Laudo.
As instalações hidrossanitárias nas torres não estavam concluídas na vistoria, e a instalação da bomba
de drenagem estava na forma provisória, conforme detalhado no item 3 deste Laudo. As instalações de drenagem das
coberturas das torres nas lajes junto dos telhados, também, não estavam concluídas e as tubulações de ventilação de
esgoto não estavam com os terminais instalados de forma completa.
De acordo com os testes realizados nas bombas de recalque de água potável das torres, verificou-se
que as bombas 1, não desligaram com o acionamento do botão de desliga, desligando apenas quando o cabo de
comando da boia foi desconectado do sistema. Já as bombas 2 não possuem acionamento automático através do nível
de boia dos reservatórios superiores, logo sua operação ocorrerá apenas em modo manual.
Diversos captores de águas pluviais indicados com 150 mm (calhas das coberturas dos telhados e ralos
na laje de cobertura das áreas de lazer) foram executados com diâmetros de 100 mm ou inferiores, especialmente se
considerada a efetiva seção dos tubos após a execução dos sistemas de impermeabilização, que estrangulam o
diâmetro nominal da tubulação, gerando seções efetivas menores do que 75 mm. Vide item 4. 9 deste Laudo.
Também, verificou-se que diversos ralos não possuíam grelhas hemisféricas, especificadas em projeto.
Ainda nas lajes de cobertura das torres, entretanto, verificou-se por vício construtivo com origem no
projeto, que especificou equivocadamente elementos de buzinotes como captores de águas pluviais nas lajes
impermeabilizadas. Os buzinotes não se caracterizam como captores ou ralos, mas são elementos de segurança ou
extravasão de uma calha.
ARCHEO Engenheiros Associados 49
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
Neste sentido, o item 3.17 da ABNT NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais defini que ralo
é o elemento destinado à captação de águas pluviais, e não os buzinotes. Ainda, o ralo é dispositivo instalado com
captação em eixo de 90º com o plano de escoamento de água na superfície.
Segue o projeto de drenagem de águas pluviais das lajes com o vício construtivo descrito.
Também este projeto indicou de forma incorreta o diâmetro dos buzinotes em 75 mm, uma vez que
este é o diâmetro mínimo especificado para a captação de águas pluviais no item 5.8 da ABNT NBR 9574: Execução
Detalhe do emprego de buzinotes como captores de águas pluviais nas lajes de cobertura de todas as torres, quando o correto seria a instalação
de ralos. Ademais, os buzinotes instalados possuem tubulações inferiores do que as especificadas em projeto, que eram de 75 mm.
Com a impermeabilização executada, ainda, estes buzinotes de todas as lajes de cobertura de todas as torres estão com menos de 40 mm de
diâmetro, o que é inferior ao mínimo exigido nos termos da ABNT NBR 9574.
Detalhe do ralo com diâmetro inferior ao especificado em projeto, que era de 100 mm
Detalhe das calhas dos telhados que não possuem captores com diâmetros de 150 mm, conforme especificado em projeto
Vista da laje de cobertura da área de lazer ao redor das piscinas com captores de águas pluviais com diâmetros inferiores ao indicado no
projeto, que era de 150 mm
Conforme verificado, o tanque de retenção executado possui medidas inferiores às indicadas no projeto
com apenas dois acessos por tampas instaladas na área externa, e não três. Também, foram instaladas linhas de
drenagem em PVC Renova Connect 1200 mm (drenagem), conforme imagem que segue de projeto fornecido durante
a vistoria.
Neste sentido, ainda, estas linhas de drenagem em PVC Renova Connect, assim como o tanque e
demais redes e caixas de passagens de águas pluviais no pavimento térreo estavam obstruídos e com acúmulo de
terra e materiais.
Na execução das redes enterradas, tanto de drenagem ou águas pluviais como de esgoto, verificou-se
não conformidade com o especificado em projeto quanto ao envelopamento dos tubos, conforme tipo de tráfego
existente. Seguem itens dos projetos que não foram executados.
Detalhe tubulação de drenagem sem envelopamento e com cobrimento de terra de 40 cm, aproximadamente, quando o projeto especificava
65 cm para não ter o envelopamento do tubo
Ainda, as caixas de gordura não foram executadas conforme especificado em projeto, e as tubulações
de saída não estão instaladas com altura suficiente para formar o septo especificado com a tubulação.
Independentemente desta não conformidade do executado com o projeto, o projeto apresentou vícios construtivo,
porque não previu separação física dentro das caixas de gordura, o que é uma obrigatoriedade indicada no item
5.1.5.1.2 da ABNT NBR 8169: Instalações prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução, a saber:
A ausência de separação física no interior das caixas de gordura implica na perda de funcionalidade
das caixas, porque funcionarão como caixas de inspeção de esgoto e não de gordura para separar o esgoto.
Seguem detalhes do projeto das caixas de gordura que está equivocado e não atende a ABNT NBR
8169.
Detalhe da caixa de gordura sem separação física no seu interior em duas partes (receptora e vertedoura). Detalhe, ainda, das tubulações de
entrada da caixa de gordura (ramais dos apartamentos) posicionados na mesma altura da tubulação de saída da caixa. Observa-se, também,
que todas as tubulações foram instaladas com alturas inferiores a 30 cm e deveria estar envelopadas
Quando às instalações dos reservatórios de água potável, verificou-se a ausência de flanges nas
passagens dos tubos nas paredes de concreto armado dos reservatórios superiores.
Também os tanques metálicos dos reservatórios inferiores apresentaram pintura riscada, descolada e
parafusos de flanges sem pintura ou com pintura executada sem fundo. Neste sentido, o fundo de proteção do sistema
de pintura deve ser aplicado para garantir boa aderência da película de tinta sobre a superfície metálica e impedir
processos de corrosão.
A ABNT NBR 13245: Tintas para construção civil – Execução de pinturas para edificações não
industriais – Preparação de superfície, item 6.4, da determina o que segue sobre a aplicação de fundo em sistemas de
pintura de superfícies metálicas:
Detalhes dos riscos na pintura dos reservatórios, ausência de pintura em parafusos, pinturas executadas sem fundo e pontos de corrosão nas
soltas das emendas da chapas das paredes e em outros pontos
Já as casas de bombas de recalque estavam inacabadas, sujas e sem identificação das tubulações,
assim como os shafts nos halls dos apartamentos nas torres.
Assim, a instalação hidráulica da piscina infantil não atende ao disposto no item 5.4.4.8.1 da ABNT
NBR 19339: Piscinas – Projeto, execução e manutenção, a saber:
Quando da vistoria, o sistema de prevenção e combate a incêndio ainda não tinha sido verificado pelo
Corpo de Bombeiros, entretanto os testes de funcionamento do sistema foram realizados e os resultados foram
satisfatórios, conforme descrito no item 3 deste Laudo.
Apesar do teste de funcionamento do sistema apresentar resultados satisfatórios, isso não garante o
desempenho do sistema, porque elementos de compartimentação das torres estavam faltando, deteriorados ou, ainda,
inacabados. Também, as caixas de hidrantes não estavam totalmente montadas, tal que faltavam mangueiras, chaves
e bicos.
As portas corta fogo das escadas de emergência, ainda, estava desreguladas e sem fechamento
adequando.
De acordo com o constatado na vistoria, apesar da não conclusão da obra, os shafts das prumadas
das torres estavam sem compartimentação entrepisos com ausência ou deficiência de placas do tipo fire stop, que se
apresentavam quebradas perfuradas e trincadas. Também, a passagem de tubulações hidráulicas e outras entrepisos
e paredes no interior das torres deveriam estar seladas, a fim de garantir a compartimentação.
1 Todas as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado do Amazonas correspondem às Instruções Técnicas do Estado de São
Paulo.
ARCHEO Engenheiros Associados 68
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
6.2.2.1 Os entrepisos podem ser compostos por lajes de concreto armado o protendido
ou por composição de outros materiais que garantam a separação física dos
pavimentos.
6.2.2.2 A resistência ao fogo dos entrepisos deve ser comprovada por meio de ensaio
segundo a NBR 5628/01 ou dimensionada de acordo com norma brasileira pertinente.
As aberturas existentes nos entrepisos devem ser devidamente protegidas por
elementos corta-fogo de forma a não serem comprometidas suas características
de resistência ao fogo.”
Grifa-se.
Adicionalmente, a compartimentação das torres deveria ser também observada nas prumadas de
exaustão das churrasqueiras dos apartamentos, o que não foi verificado. Também, a referida IT 9 destaca o que segue
sobre este item:
Seguem ilustrações sobre o vício construtivo dos corrimãos das escadas de emergência, e da ausência
de piso podotáctil de alerta.
Vista das escadas de emergência sem sinalização cos corrimãos, pisos e degraus
Ainda, as escadas de emergência das torres deveriam possuir área de resgate para cadeirante,
conforme determinado no item 5.7.9.1.c na referida IT, assim como na ABNT NBR 9050.
Da ABNT NBR 9050, ainda, tem-se a seguinte obrigatoriedade da área de resgastes em escadas de
emergência, que não existe nas torres do empreendimento:
Por fim, a sinalização e identificação de tubulações e das bombas de incêndio não estava completa.
Seguem imagens.
Logo, quando da vistoria, o sistema de prevenção e combate a incêndio estava incompleto e não atende
às exigências previstas nas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros, e normas ABNT correspondentes.
As fachadas das torres são compostas por vedações em paredes de concreto armado moldado in loco
com sistema de revestimento cerâmico e pintura com textura acrílica, além dos guarda corpos das varandas dos
apartamentos e das áreas de cobertura das torres, como também das esquadrias (janelas) dos apartamentos.
Ainda as requadrações das lajes junto dos pisos das varandas dos apartamentos foram realizadas com
revestimento argamassado.
O sistema de revestimento cerâmico das fachadas é composto por placas cerâmicas da fabricante
Atlas2 e argamassa colante AC III, e foi aplicado diretamente sobre a parede de concreto sem camada de emboço e
chapisco.
Ainda, ausência da camada de emboço no sistema de revestimento das fachadas impediu execução
das juntas de movimentação no revestimento cerâmico. Neste sentido, os itens 5.3.2.1 e 5.3.2.3 da ABNT NBR 13755
determinam o que segue sobre a necessidade e o posicionamento das juntas:
Seguem imagens das placas cerâmicas aplicadas com argamassa colante diretamente na base de
concreto, sem a camada de emboço, e a ausência de juntas.
Detalhe de trecho do revestimento cerâmico de fachadas na área da cobertura de uma das torres com ausência da camada de emboço e
chapisco. Detalhe, ainda, do assentamento irregular das placas cerâmicas em trecho sem base, e do excesso de argamassa colocada atrás
das placas cerâmicas.
Apesar dos vícios construtivos observados no sistema de revestimento cerâmico das fachadas das
torres, não foram constatados desplacamentos e formações de trincas. Isto, porque, o revestimento ainda não foi
exposto à vários ciclos da ação dos agentes de degradação, especialmente temperatura e umidade.
Durante a vistoria, foi realizado parcialmente teste de percussão nos revestimentos, especialmente
próximo das varandas dos apartamentos, onde foi possível acesso sem uso de balancins, elementos de elevação ou
Os ressaltos entre placas cerâmicas não poderiam ultrapassar 1 mm, o que não foi observado em toda
a extensão do revestimento cerâmico das fachadas, que possuem ressaltos e ondulações. Seguem outras ilustrações
da ausência de planicidade do revestimento das fachadas.
Vista de trechos com o revestimento cerâmico das fachadas com ressaltos superiores a 1 mm
Detalhe de um dos trechos com rejuntamento das placas cerâmicas falho e descontínuo
Detalhe de um dos trechos da fachada com ausência de placa cerâmica. Detalhe, ainda, da ausência de planicidade e ressaltos de mais de
1mm entre placas cerâmicas devido à ausência de camada de emboço para a regularização da base das paredes de concreto
Somada aos vícios construtivos descritos para o revestimento cerâmico das fachadas, destaca-se
ausência do desenvolvimento do projeto em não conformidade com o item 5 da ABNT NBR 13755, mencionado no item
2 deste Laudo.
Foram constatadas trincas de retração na argamassa de requadração das varandas na sua união com
os elementos de concreto armado da estrutura (lajes). Estas trincas possibilitam infiltrações de água no local.
Nas fachadas das torres 3 e 4, onde a textura já estava aplicada sobre esta argamassa de requadração,
também se constatou esta formação de trinca.
Neste sentido, cumpre destacar que a argamassa deveria ser aplicada sobre camada de chapisco,
conforme determinado na ABNT NBR 7200: Execução de revestimentos de paredes e tetos em argamassas inorgânicas
– Procedimentos, item 8.5:
Ademais, nas requadrações sobre superfícies de concreto, como é o caso da fachada das torres, a
superfície deve esta limpa, livre de desmoldantes e outros elementos que impeçam a aderência do chapisco e,
consequentemente da argamassa, conforme indicado o item 8.4.1 da citada norma.
Cuidados executivos deveriam ser previstos para as requadrações com argamassa na fachada das
torres, a fim de evitar os processos de fissuração observados. Além do cuidado com a limpeza da base, aplicação de
camada de chapisco e observância da espessura da argamassa aplicada nas requadrações, deveriam ser previstos
reforços com véu de poliéster e resinas, a fim de garantir maior resistência da argamassa aos esforços diferenciais com
a base de concreto, o que deveria estar especificado em projeto de revestimento de fachada, que não foi desenvolvido
para a obra do empreendimento.
Também se classificam como vícios construtivos, as manchas de carbonato de cálcio sobre a textura
das fachadas causadas pela lixiviação do concreto as paredes devido às infiltrações de água nas fissuras,
possivelmente, formadas na união da parede de concreto com a laje na área de varandas dos apartamentos e da
cobertura.
Ainda nas fachadas das torres, verificou-se trinca nas paredes de concreto que compõem a junta de
dilatação estrutural dos blocos. De acordo com o informado, foi aplicado selante poliuretano nesta junta, entretanto sua
aplicação não observou aspectos dimensionais e geométricos (espessura muito fina e largura e profundidade
inadequadas), porque a junta entre as paredes é muito estreita, o que impede a aplicação correta do selante com seu
preenchimento.
No projeto de estrutura fornecido, ainda, não há detalhamento desta junta ou especificação de sua
dimensão, limitador, tipo de selante, dentre outros aspectos executivos necessários.
Seguem imagens das trincas formadas, que se caracterizam como vícios construtivos na fachada das
torres.
Detalhe da trinca formada nas fachadas frontal e dos fundos de todas as torres
Nos elementos de guarda corpos instalados nas varandas dos apartamentos, que compõem as
fachadas das torres, além da ausência de projeto obrigatório em não conformidade com a ABNT NBR 14718,
mencionado no item 2 deste Laudo, verificam-se pontos de corrosão e sistema de pintura não uniforme e trechos falhos,
além de ausência de fundo de proteção.
O fundo de proteção do sistema de pintura deve ser aplicado para garantir boa aderência da película
de tinta sobre a superfície metálica e impedir processos de corrosão, independentemente do processo de galvanização
do ferro empregado no guarda corpo.
Neste sentido, o item 6.4 da ABNT NBR 13245 determina o que segue:
Apesar dos vícios construtivos observados na pintura dos guarda corpos, e sua consequente corrosão
em alguns trechos, destaca-se que os guarda corpos foram ensaiados e seus testes apresentaram resultados
satisfatórios de desempenho e segurança, conforme mencionado no item 2 deste Laudo.
Também, a altura e os espaçamentos de vãos abertos dos guarda corpos das varandas dos
apartamentos das torres atendem aos itens 4.4.1.1 (Figura 4) e 4.4.2.1 (Figura 7) da ABNT NBR 14718, a saber:
Todos os espaçamentos entre vãos são inferiores a 11 cm e a altura do guarda corpo é superior a 1,10 m em conformidade com a ABNT
NBR 14718
Independentemente do acesso restrito às áreas da cobertura das torres, esses elementos de segurança
deveriam ser testados quanto à resistência de impactos e esforços dinâmicos horizontais e verticais previstos na ABNT
NBR 14718, e não foram. Também deveriam ser dimensionados com vão de espaçamentos máximos de 11 cm,
conforme observado nos demais guarda corpos instalados nas varandas dos apartamentos.
Os guardas corpos das áreas de cobertura possuem vãos superiores a 11 cm em não conformidade
com a ABNT NBR 14718. Os vãos de espaçamentos superiores a 11 cm comprometem a rigidez e subdimensionam os
guardas corpos aos esforços mínimos exigidos pela referida norma. Todas essas não conformidades classificam-se
como os vícios construtivos descritos. Segue imagem do guarda corpo das áreas das coberturas das torres, que
comprova o exposto.
Vista parcial de um dos guarda corpos da área da cobertura com vãos muito superiores aos 11 cm mínimos previstos na ABNT NBR 14718
Quanto às esquadrias de janelas da fachada, verificaram-se frestas e pontos que permitem infiltrações
de água e, consequentemente, perda de estanqueidade das esquadrias e da própria fachada.
Também as esquadrias de forma geral apresentaram perde de mobilidade em razão das sujeiras
acumuladas e ausências de regulagens, uma vez que a obra não estava concluída e esta etapa de revisões finais não
foi realizada, especialmente nas torres 1 e 2. Algumas esquadrias basculantes nos halls de distribuição dos
apartamentos estavam com vidros quebrados ou ausentes.
Vista de uma das esquadrias no hall de distribuição dos apartamentos com ausência de vidro e perda de mobilidade (esquadria não fecha por
ausência de regulagem do braço)
Por fim, a fachada das torres possui caixas de passagens de instalações elétricas sem acabamentos,
as quais também não oferecem estanqueidade. Vide item 4.1 deste Laudo.
Os revestimentos cerâmicos de pisos e paredes externas na área das piscinas adulto e infantil possuem
perda de aderência. Na vistoria, realizaram-se testes de percussão nos revestimentos, que apresentaram som cavo e
desplacamento.
Verificou-se, ainda, que a interface de ruptura do revestimento cerâmico de pisos foi entre a placa
cerâmica e a argamassa colante, o que pode sinalizar para perda do tempo em aberto da argamassa colante e
deficiência, também na sua aplicação, já que não foram observados esmagamentos de cordões.
Também nos pisos cerâmicos do deck das piscinas, verificou-se contaminação com solo na camada
de contrapiso.
Neste sentido, o revestimento cerâmico de pisos externos não atendeu aos itens 4.8.5, 5.7.2, 5.7.5,
5.11.7, dentre outros da ABNT NBR 13753: Revestimento de piso interno e externo com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento, a saber:
Também, verificou-se que os cordões da argamassa colante no revestimento não foram esmagados, o
que pode sinalizar para perda do tempo em aberto da argamassa colante e deficiência na sua aplicação nos termos da
ABNT NBR 13755.
Detalhe da placa cerâmica sem aderência. Observam-se: a) ausência de camada de emboço e chapisco, tal que a placa cerâmica foi aplicada
diretamente sobre o bloco (inclusive com camada de seladora); b) camada de argamassa colante sem cordões esmagados; c) deficiência no
preenchimento do tardoz da cerâmica com argamassa colante
Detalhe de outra placa cerâmica desplacada e sem aderência, uma vez que foi assentada diretamente sobre bloco e com presença de seladora,
o que impede ainda mais a aderência do revestimento cerâmico, Detalhe da ruptura do revestimento entre a camada de argamassa colante e
a base de bloco
De acordo com as referidas tabelas normativas, o cobrimento mínimo de armadura para lajes deveria
ser de 2,5 cm, e para as paredes de concreto de 3,0 cm.
Detalhe de trecho de laje com armadura exposta nas fachadas junto das varandas dos apartamentos. Note-se, ainda, o baixo cobrimento de
concreto da armadura, inferior a 2,50 cm previstos no ABNT NBR 6118.
Inclusive, também, não restou observado o cobrimento mínimo de 2.0 cm previstos em projeto, apesar de não conforme com a referida norma
O projeto padrão de muro de fechamento não prevê a execução de blocos de fundação, e as vigas
baldrames foram caracterizadas por blocos canaletas preenchidos com concreto e barras de aço, assim como o
comprimento das estacas, do tipo brocas com 25 cm de diâmetro, é de apenas 1,00 m. A altura padrão projetada para
o muro foi 2,40 m, entretanto no local esta altura é variável.
O projeto também não previu pela execução de juntas, apesar terem disso executadas no muro
vistoriado.
Ademais, ainda se considerado um solo com boa capacidade de suporte, uma relação média padrão
para um muro com 2,40 m de altura seria a execução de estacas para sua fundação com comprimento de pelo menos
metade de sua altura, somado com o meio metro de profundidade desprezado. Ou seja, minimamente as estacas do
tipo broca para este muro deveriam ter 1,70 m de comprimento, e não apenas 1,00 m.
Ainda, a ausência dos blocos de fundação fragiliza a resistência das estacas aos momentos fletores,
que o muro está submetido, especialmente se considerados os esforços decorrentes das ações do vento. Neste sentido,
ou as estacas deveriam possuir profundidade para compensar os momentos fletores, ou blocos deveriam ser
executados com com duas ou mais estacas.
Também se verificou que parte a extensão do muro de fechamento de divisa são contenções para
alturas variáveis de solo. Para estes trechos onde o muro é do tipo contenção ou arrimo, não existe um projeto estrutural
específico, inclusive com detalhamento da posição de drenos ou barbacãs.
De acordo com o constatado na vistoria, existe trecho do muro de arrimo deslocado e com ruptura.
Conforme informado, tratou-se de local onde indevidamente foi depositada terra ou areia do lado de fora da obra, o que
causou sobrecarga na contenção. Seguem fotografias dos trechos do muro rompido, deslocado e com trincas, apesar
da sobrecarga ter sido eliminada no local.
Detalhe de trechos do muro executados com juntas secas, sem o correto preenchimento com argamassa das juntas verticais entre blocos
Detalhe do carreamento de finos do maciço de solo pelos barbacãs, instalados em trecho do muro de fechamento que é de contenção ou
arrimo, possivelmente pela ausência ou deficiência da instalação de mantas geotêxtis e outros elementos de filtro drenante acompanhando os
drenos rasos
Conforme mencionado no item 2 deste Laudo, não foi desenvolvido projeto de impermeabilização para
a obra, que é item obrigatório nos termos da ABNT NBR 9575. A ausência de projeto favoreceu a existência de vícios
construtivos, inclusive com a seleção de tipos de sistemas de impermeabilização empregados.
Quando da vistoria todas as lajes de cobertura ao redor dos telhados não estavam impermeabilizadas
e as instalações hidráulicas de captação de águas pluviais estavam inacabadas.
Ainda não foram previstos e executados sistemas de impermeabilização nas lajes de teto e vigas de
borda do acesso dos reservatórios superiores, o que seria obrigatório, uma vez que estão sujeitas à água de
condensação. A própria fabricante Denver/Soprema recomenda a impermeabilização destas lajes e vigas com
membranas epoxídica ou poliuretano.
Seguem ilustrações da ausência de impermeabilização nos reservatórios, que é classificada como vício
construtivo.
Detalhe também da ausência de impermeabilização nas vigas de borda dos acessos dos reservatórios e da lixiviação existente entre a laje de
cobertura e a alvenaria de pescoço do vão de acesso. Observa-se, ainda, a ausência de revestimento na alvenaria e frestas entre blocos. Note-
se, também, o baixo cobrimento de armadura do concreto, conforme já mencionado no item 4.7 deste Laudo.
Ainda nas paredes dos reservatórios, quando da passagem de tubulações hidráulicas, verificou-se
falhas no sistema de impermeabilização com membrana termoplástica, conforme ilustrado na imagem a seguir.
Vista interna da parede do reservatório com falha na aplicação da membrana de impermeabilização na passagem da tubulação hidráulica,
que foi fixada sema instalação de flanges, vide item 4.3 deste Laudo
ARCHEO Engenheiros Associados 117
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
Os sistemas de impermeabilização com mantas asfálticas, ainda, estavam inacabados e sem a camada
de proteção mecânica executada. As mantas asfálticas estavam sujeitas às intempéries e ação nociva dos raios UV.
Somente sobre as lajes de cobertura dos ambientes próximos e ao redor das piscinas, a camada de proteção mecânica
foi executada.
Nestas proteções mecânicas executadas foram constatados vícios construtivos com o seu
desplacamento, ausência de camada separadora e ausência de juntas de movimentação, além de pulverulência e
baixas resistência da camada com desagregações.
Neste sentido, a proteção mecânica não atende aos itens 4.3.13.3, 5.22 e 5.23 da ABNT NBR 9574:
Execução de impermeabilização, a saber:
Vista da proteção mecânica executada nas lajes de cobertura dos ambientes ao redor das piscinas com formações de trincas e ausência de
juntas de movimentação
Detalhe das trincas e ausência de juntas de movimentação. Toda a proteção mecânica apresentava som cavo, quando percutida, e houve
destacamento e pulverulência com desagregação da camada
Como não foi desenvolvido projeto de impermeabilização, a execução dos sistemas não observou aos
detalhes executivos obrigatórios indicados no item 6.4 da ABNT NBR 9575, a saber:
Sobre os diversos preparos de superfícies por tipo de sistema de impermeabilização, e seus respectivos
caimentos, seguem os itens da ABNT NBR 9574, que não foram observados na execução dos sistemas:
• Manta asfáltica de 3 mm ou 4 mm (Denver Elastic) para as lajes de cobertura do reservatório superior de água
potável, lajes de cobertura da área gourmet, brinquedoteca e outras ao redor da área das piscinas:
• Membrana acrílica (Denvercril super) para lajes de cobertura das entradas das torres:
• Membrana de polímero com cimento (termoplástica - Denvertec 540 flex) para as paredes e lajes de fundo dos
reservatórios superiores de água potável:
Além do exposto, e de uma forma geral, constataram-se diversos vícios construtivos no sistema de
impermeabilização com manta asfáltica, a saber:
Detalhe da distância inferior a 10 cm entre o montante da escada de acesso e o rodapé de impermeabilização, o que impede a execução
correta da camada de proteção mecânica. Detalhe, ainda, da deficiência do arremate da impermeabilização no captor pluvial, inclusive não
conforme com o detalhamento executivo indicado pelo próprio fabricante da manta, que segue indicado:
ARCHEO Engenheiros Associados 125
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
RALO
LEGENDA
Concre o armado
TELA PL STICA
CORTE
SEM ESCALA
Detalhe da sobreposição das mantas inferior aos 10 cm determinados na ABNT NBR 9574 e detalhe da perfuração da manta asfáltica para
instalação do automático de boia dos reservatórios de água em todas as torres
Detalhe da ausência de reforço da manta na mudança de direção, além da ausência de ancoragem do rodapé na parede de concreto. Ainda,
verifica-se a altura do rodapé da manta inferior aos 20 cm da cota do piso acabado, que neste caso seria a camada de proteção mecânica
ainda não executada.
Detalhe deficiência da execução do arremate no ralo, que também não possui 75 mm de diâmetro após a execução da impermeabilização.
Também, verifica-se a ausência de reforços da manta na mudança de direção e no ponto de captação de águas pluviais.
Já o sistema de impermeabilização com membranas acrílicas deveria ser executado com temperatura
ambiente entre 5°C e 35°C e temperatura da base de aplicação entre 5°C e 27°C. Ainda, e de acordo com o fabricante
do produto aplicado, a temperatura de secagem entre camadas não poderia ultrapassar 23º C +/- 2º C, o que não é
observado na cidade de Manaus, que possui temperaturas ambientes superiores a 35º C e, consequentemente,
temperaturas de superfície de aplicação do produto superiores a 27º C.
Além do exposto, a membrana acrílica não foi executada corretamente e existem vícios construtivos
constatados relacionados com:
• Ausência do preparo e regularização da superfície para aplicação da membrana, uma vez que
existem protuberâncias nas lajes da cobertura de acesso de todas as torres;
• Ausência de arredondamento de cantos e a deficiência do cobrimento com membrana acrílica;
• Deficiência de caimento de 2% para os coletores pluviais;
• Coletores pluviais não possuem o arremate correto da impermeabilização, que deveria conter
o reforço com véu de poliéster;
Os coletores pluviais não possuem o arremate correto da impermeabilização, que deveria conter o reforço com véu de poliéster. Também, os
coletores possuem diâmetro inferior a 75 mm, apesar da grelha instalada possuir 100 mm. Ainda, observa-se que a membrana acrílica foi
aplicada sobre as grelhas dos ralos
Verificou-se em todas estas lajes a ausência de impermeabilização no topo da mureta de perímetro da laje, inclusive no encontro com a parede,
como também as alturas dos rodapés insuficientes e inferiores a 20 cm.
Por fim, verificou-se que o véu de poliéster está aparente e sem cobrimento de membrana acrílica com posicionamento inadequado da tela
entre demãos.
As impermeabilizações realizadas com argamassa polimérica nas varandas dos apartamentos são
classificadas como sistemas rígidos de impermeabilização.
Este tipo de sistema de impermeabilização é inadequado para esta utilização em lajes de varandas,
que deveriam receber sistema flexível, consideradas as movimentações térmicas submetidas e a exposição ambiental
com incidência de raios solares.
De acordo com o fabricante do produto, inclusive, este produto não é indicado para impermeabilização
de lajes expostas, e quando executado em outros locais deve possuir a camada de proteção mecânica.
Detalhe da ausência do preparo da superfície com protuberâncias e deficiência de caimento para coletores pluviais. Note-se reentrâncias na
laje devido a ausência do caimento.
Ainda foi executada pintura sobre a argamassa polimérica impermeabilizante, sem proteção mecânica.
Observam-se, ainda, as infiltrações na fachada decorrentes desta laje com manchas de lixiviação
Os telhados com telhas fibrocimento possuem aberturas pela ausência de elementos de telhas, frestas,
telhas quebradas ou trincadas. Quando da vistoria, os telhados ainda não estavam totalmente concluídos, e existiam
telhas soltas e sem fixação, mas as telhas que estavam instaladas apresentavam conformidade com os catálogos da
fabricante Brasilit com os devidos recordes, encaixes, sobreposições e fixações adequadas.
Verificou-se, ainda, execução de sistema de pintura nas telhas com membrana acrílica, a fim de conferir
menor permeabilidade.
Nos rufos, foram constatadas frestas, ausências de calafetações e chapas metálicas com medidas
equivocadas em relação aos locais de arremates (com medidas maiores ou menores do que as necessárias). Também
os rufos não possuíam sistema de pintura de proteção com aplicação de fundo e camadas de tinta.
Também foram constatados trechos das platibandas das coberturas sem instalação de rufo, o que
causa maior incidência de infiltração de água nas paredes de concreto.
Já as aberturas de saída de ventilação existentes nos telhados não possuíam terminais para impedir a
entrada de pequenos animais, assim como algumas tubulações hidráulicas de ventilação de esgoto estavam sem seus
terminais para impedir a infiltrações de água. Vide item 4.3 deste Laudo.
Neste sentido, portanto, os telhados não atendem plenamente ao requisito de estanqueidade previsto
nos itens 10.1 e 10.3 da ABNT NBR 15575-5: Edificações habitacionais – Desempenho, Parte 5: requisitos para
sistemas de coberturas, a saber:
Detalhes de telhas trincadas por deformação excessiva, possivelmente causada pelo tráfego de pessoas.
ARCHEO Engenheiros Associados 141
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
Outros detalhes de telhas trincadas por deformação excessiva, possivelmente causada pelo tráfego de pessoas.
Vista de telhado com telha reposta, mas ainda sem o sistema de pintura
Detalhe dos fendilhamentos nos pilares nos pontos de apoio das vigas e dos fendilhamentos nas terças junto dos parafusos de fixação
O pavimento asfáltico executado nas áreas externas das pistas de rolamento do estacionamento foi do
tipo concreto betuminoso usinado a quente. Quando da vistoria, foram constatadas segregações e desagregações no
pavimento, possivelmente, causadas por alguns destes fatores isolados ou combinados, a saber: falha de adesividade
da mistura asfáltica; presença de água aprisionada e sobrepressão nos vazios; deficiência no teor de ligante do
revestimento e na utilização de agregados com baixa resistência mecânica ou química.
Não foram apresentados ensaios do pavimento e da sua base, assim como não foi desenvolvido projeto
de pavimentação para a obra do empreendimento.
Seguem fotografias dos vícios construtivos quanto à segregação e desagregação em toda a extensão
do pavimento asfáltico.
Detalhes da desagregação no pavimento com formações de pequenos buracos, e da segregação observada nos agregados.
ARCHEO Engenheiros Associados 145
www.archeo.com.br
Telefone +55 11 3824-0242½+55 11 99620-0681
Avenida Angélica 1757½conjunto 101½10o andar
São Paulo½SP½BR
e-mail: archeo@uol.com.br
Outros trechos do pavimento com segregação dos agregados
Quanto ao pavimento em concreto executado junto às vagas de garagens, assim como nas sarjetas
das pistas de rolamento, observaram-se formações de trincas de retração e outras trincas associadas com desníveis,
que podem se relacionar com baixa capacidade de suporte da base.
Detalhe de outras trincas no pavimento de concreto associadas com desníveis e provável baixa capacidade de suporte da base
Vista e detalhes da quadra poliesportiva com formações de trincas e ausência de juntas de movimentação. Observam-se manchas de umidade
e descolamento da pintura
Conforme já destacado no item 4.4 deste Laudo, as escadas de emergência das torres possuem vícios
construtivos relacionados às não conformidades com os itens 5.4.4.2, 5.4.3, 6.4.1.3 e 6.4.2 da ABNT NBR 9050, a
saber:
• Ausência de sinalização braile;
• Ausência de sinalização de degraus;
• Ausência de pisos podotácteis nas escadas de emergência;
• Ausência de área de resgate.
As fotografias a seguir complementam já descrito e detalhado no item 4.3 deste Laudo, quanto aos
vícios construtivos nas escadas de emergência.
Vista das escadas de emergência sem piso pototáctil de alerta, sem sinalização nos degraus, sem placas braile com indicações de andar e
sem área de resgate para PNE
De uma forma geral, inclusive nas áreas de lazer, há ausência de sinalizações obrigatórias nos termos
dos itens 5.2.7, 5.2.8.1, 5.4.1, 5.4.3 da ABNT NBR 9050, a saber:
Vista de um dos halls de distribuição dos apartamentos sem sinalização de piso na porta do elevador e ausência de sinalizações com placas
em braile
Detalhes da ausência de sinalizações de piso e no corrimão da escada. Também, os ambientes externos diversos não estão sinalizados e
identificados com placas em braile.
Verifica-se na escada ausência da sinalização com piso podotáctil de alerta para a mudança de nível.
Note-se, ainda, a ausência de sinalização direcional dos pisos
Ainda, não existem um mapa táctil que direcione e oriente os acessos aos blocos das edificações e
área de lazer.
Seguem outros exemplos da ausência de rotas acessíveis e sinalizadas nas áreas comuns.
Outro vício construtivo é a inadequação do acesso à piscina de adultos é a não conformidade aos
requisitos da escada de acesso expressos no item 5.4.3.3 da ABNT NBR 10339: Piscina – Projeto, execução e
manutenção, a saber:
Ainda, o corrimão instalado na escada não possui tr6es alturas, conforme determinado no item
10.12.2.2 da referida norma.
Detalhe da escada fixa submersa com degraus sem arredondamento e dimensões maiores do que as indicadas na ABNT NBR 9050. O
corrimão também não possui três alturas.
Também, constatou-se pela existência de áreas de circulação sem guarda corpos e com desníveis
superiores a 0,18 m nos termos do item 4.3.7 da ABNT NBR 9050, a saber:
Neste sentido, ainda, deveria existir um tratamento no desnível existente entre aérea de circulação
externa e o local de fitness, conforme determinado no item 6.3.4.1 ABNT NBR 9050:
Também, o posicionamento das barras de apoio junto da bacia sanitária e do lavatório não atendem ao
especificado nos itens 7.7.2.3.1 e 7.8.1, que seguem transcritos:
Ainda no banheiro PNE, não foi constatada a existência de alarme de emergência obrigatório nos
termos do item 5.6.4.1 da ABNT NBR 9050, a saber:
Apesar do empreendimento ter sido aprovado, concebido e parcialmente executado antes da vigência
da ABNT NBR 17170: Edificações – Garantias – Prazos recomendados e diretrizes, esta norma traz diversos conceitos,
recomendações, orientações e atualizações que deveriam ser observadas no manual.
Neste sentido, a minuta do manual poderia ser atualizada e revisada nas suas definições,
incumbências, prazos, condições de garantia, perda de garantia, atendimento da assistência técnica e outros itens
detalhados na referida norma.
Outra questão diz respeito ao emprego indevido da palavra proprietário, uma vez que se trata do manual
das áreas comuns, tal que a denominação correta seria do condomínio e seu representante legal.
Neste sentido a minuta do manual encaminhada confunde ações dos proprietários nas suas unidades
privativas com as ações do condomínio nas áreas comuns do empreendimento, que o objeto do documento analisado.
Portanto, a minuta encaminhada deve ser revisada para excluir todas as recomendações relacionadas com as áreas
privativas, prevalecendo apenas as informações para as áreas comuns apenas.
Já a estrutura básica da minuta do manual está em conformidade com a ABNT NBR 14037.
Entende-se que a minuta do manual deveria observar a atualização de definições trazidas na ABNT
NBR 17170. Assim, a minuta do manual apresenta algumas definições ultrapassadas. Seguem exemplos de definições
ultrapassadas nos termos da ABNT NBR 17170:
Prazo de garantia Legal: Período de tempo previsto em lei que o comprador dispõe
para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de um produto durável.
Neste sentido, não existe mais o termo “garantia contratual”, tal que os termos em vigor se referem às
garantias e as garantias legais, existindo apenas a definição de prazo de garantia, conforme segue no item 3.17 da
ABNT NBR 17170:
Quanto às definições de vícios aparentes e ocultos, cumpre destacar que o vício aparente é aquele de
fácil detecção por pessoa leiga e sem conhecimento técnico, que pode ser identificado no ato do recebimento da obra.
Já os vícios ocultos são os não aparentes, que carecem de conhecimento técnico para sua detecção ou podem se
manifestar ao longo do uso.
A definição de falha, ainda, poderia ser incorporada na minuta do manual e este termo empregado em
todo o documento, evitando as palavras danos, defeitos ou mesmos vícios. Assim, o manual poderia se referir às falhas
cobertas pela garantia, aos chamados de assistência técnica para verificação das falhas, dentre outros.
A ABNT NBR 17170, inclusive, emprega esta terminologia com as seguintes definições:
Segue definição de programa de manutenção nos termos do item 3.19 da ABNT NBR 17170:
Ainda, o item 4.3.1 da ABNT NBR 5674 defini o programa de manutenção como sendo:
Cumpre destacar que a tabela com prazos de garantia da minuta do manual possui equívocos, porque
existem garantias para itens não existentes na obra, assim como faltam detalhamentos técnicos das falhas cobertas
nos prazos de garantia indicados. Para tanto, poderia ser observado o item 9.3 e a Tabela 2 da ABNT NBR 17170 com
suas devidas adequações em função das características da obra.
Conforme mencionado, o manual não contempla um programa de manutenção, mas sim um plano de
manutenção, que é uma das fontes de informação para que o condomínio desenvolva o programa de manutenção nos
termos da ABNT NBR 5674.
A construtora presta o serviço de assistência técnica dentro do prazo de garantia previsto no manual e
no termo de garantia, considerados também os prazos legais. Os serviços de assistência técnica consideradas apenas
reparos ou substituições de elementos com falhas ou vícios com origem no processo de construção, desde que o uso
esteja adequado e as manutenções periódicas indicadas no plano de manutenção sejam executadas e comprovadas,
conforme expresso no manual e na ABNT NBR 5674.
Também a minuta do manual deveria deixar claro que as falhas cobertas pelos prazos de garantia são
àquelas relacionadas do processo construtivo envolvendo falhas de projeto, falhas construtivas ou falhas na
Ainda, poderiam ser mais bem detalhadas todas as situações indicadas nos itens 6.3 e 6.4 da ABNT
NBR 17170, relacionadas às condições de garantias e situações que podem acarretar perda de garantia.
A minuta do manual deveria também prever de forma clara os prazos de garantia em situações de
reparos ou substituições decorrentes das ações da assistência técnica, conforme detalhado no item 5.2 da ABNT NBR
17170, uma vez que os prazos de garantia não são renováveis e após um reparo o prazo remanescente é o que
permanece, a saber:
Seguem algumas considerações gerais dos itens de uso, operação em manutenção como exemplos
de necessidade de adequação do conteúdo técnico da minuta do manual.
O uso e a operação das instalações e equipamentos nas áreas comuns deveria ser mais bem
detalhada, inclusive com a indicação das potências elétricas de cada tomada e ressalvas sobre o uso de equipamentos
com potências superiores às definidas em projeto.
Nas indicações das manutenções e inspeções dos reservatórios metálicos, importante direcionar para
a situação existente na obra, que não se trata de ambiente agressivo, logo a periodicidade de inspeção é de 5 anos, e
não de 3 anos.
Ainda, sempre que existentes, recomendações de manutenção previstas em normas técnicas poderiam
ser citadas no manual. Como exemplos tem-se as recomendações de manutenção das normas ABNT NBR 5410, ABNT
NBR 5419, ABNT NBR 5626, ABNT NBR 13245, ABNT NBR 10339, dentre outras.
Deveriam, também, estar previstas as limpezas periódicas nas redes de drenagem, especialmente junto
dos tubos de PVC de 1200 mm, além do próprio reservatório de retardo. Não menos importante observar as limpezas
periódicas das caixas de gordura, especialmente consideradas as suas capacidades reais.
Para as portas corta fogo deveriam ser previstas as regulagens das molas das dobradiças para seu
perfeito fechamento, a fim de evitar frestas, assim como poderia conter a informação de uso para não calçar as portas
para que permaneçam abertas. Neste sentido, ainda, outros equipamentos do sistema de prevenção e combate a
incêndio deveriam estar previstos como a realização de recarga de extintores, execução de testes hidrostáticos em
mangueiras, recomposição de compartimentação vertical em shafts, etc.
Por fim, conforme já mencionado, o manual não apresenta um programa de manutenção, mas sim um
plano, que deve ser estudado pelo condomínio para o desenvolvimento correto do programa de manutenção nos termos
da ABNT NBR 5674.
Cumpre, ainda, um maior detalhamento dos requisitos da manutenção contidos na ABNT NBR 5674,
que são de responsabilidade do condomínio.
Do exposto e constatado, segue a relação de vícios construtivos e não conformidades por sistema
construtivo passível de vistoria.
VÍCIO NÃO
IRREGULARIDADE
CONSTRUTIVO CONFORMIDADE
Ausência de projeto de impermeabilização x
Ausência de projeto de guarda corpo x
Ausência de relatórios de ensaio do guarda corpo (cobertura) x
Ausência de projeto de sistema de revestimento cerâmico de fachada x
Ausência de projetos as built para as instalações elétricas, hidrossanitárias e drenagem x
Ausência de demais documentos para entrega da obra, vide item 2 deste Laudo x
Instalações elétricas inacabadas e com deficiências na sua execução, tais como: caixas de
passagens sem tampa, eletroduto sem a devida fixação, linhas elétricas faltando trecho de
eletroduto, ausência de acabamento entre caixa de passagem e eletroduto, circuito x
elétrico derivando de caixa de passagem para a parede sem eletroduto, caixa de passagem
exposta ao tempo e sem a “moeda” de proteção, fotocélula sem fixação adequada
SISTEMA DE FACHADA
Ausência da camada de emboço no revestimento cerâmico x
Ausência de planicidade do revestimento cerâmico x
Ausência de juntas de dessolidarização no revestimento cerâmico x
Rejuntes cerâmicos com pontos falhos x
Ausência de algunas placas cerâmicas x
Trincas de retração da argamassa de requadração das varandas x
Espessuras superiores a 3 cm nas argamassas de requadração das varandas x
Fissuras na interligação de paredes de concreto e lajes ou entre paredes x
Manchas de lixiviação e infiltração na textura x
Trinca nas paredes de concreto na borda da junta de dilatação estrutural existente entre
x
blocos
Junta de dilatação estreita entre blocos das torres, não compatível com a movimentação
x
estrutural existente
Selante muito fino, aplicado na junta de dilatação estrutural x
Pintura falha nos guarda corpos com ausência de fundo x
Corrosão dos guarda corpos x
Guarda corpos das áreas de cobertura instáveis e com vãos superiores a 11 cm x
Frestas nas esquadrias x
Perda de mobilidade em esquadrias por acúmulo de sujidades e ausência de regulagens x
Vidros quebrados ou ausentes em algumas esquadrias x
SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO
Ausência de impermeabilização nas lajes de teto e vigas de borda do acesso dos
x
reservatórios superiores
Falha na aplicação da membrana de impermeabilização na passagem da tubulação
x
hidráulica nas paredes dos reservatórios
Proteção mecânica com desplacamento, desagregação e pulverulência x
Proteção mecânica sem camada de separação x
Ausência de juntas de movimentação nas proteções mecânicas x
Mantas asfálticas expostas às intempéries e raios UV x
Deficiência de caimentos e de preparo de superfícies x
Sobreposições de manta inferiores a 10 cm x
Emendas de manta criando ressaltos no sentido do escoamento de água para os captores
x
ou coletores pluviais, e com emendas de topo no sentido do fluxo de água
Ausência de reforço da manta na mudança de direção e nos pontos de captação de águas
x
pluviais
Descolamento da manta x
Ausência de ancoragem da manta x
Ancoragem insuficiente da manta x
Ausência de caimento de 1% para coletores pluviais e empoçamento de água sobre a
x
manta
Ausência de regularizações ou preparo da superfície da impermeabilização x
Perfuração de manta junto dos reservatórios x
Captores pluviais com diâmetros inferiores a 75 mm após aplicação da manta; x
Ausência de impermeabilização antes da fixação dos guarda corpos nas lajes de cobertura x
Guarda corpos fixados sem esperas para a devida impermeabilização e posterior
x
arremates para sua instalação
Carreamento de finos do maciço pelos drenos rasos ou barbacãs com provável deficiência
x
ou ausência da instalação de mantas geotêxtis e outros elementos de filtro
SISTEMA DE ACESSIBILIDADE
Ausência de sinalização de degraus, pisos e corrimãos nas escadas de emergência x
Ausência de pisos podotácteis nas escadas de emergência x
Ausência de área de resgate nas escadas de emergência x
Ausência de piso podotáctil de alerta nas portas dos elevadores x
Ausência de sinalização em placas braile na identificação do elevador, apartamentos e
x
todos os ambientes de lazer
Ausência de piso podotáctil de alerta em escada na área de lazer x
Ausência de sinalização em placas braile em corrimão de escada na área de lazer x
Ausência de sinalização direcional em todos os pisos externos x
Degraus da escada de acesso à piscina de adulto com dimensões maiores que 0,46 m x
Degraus da escada de acesso à piscina não arredondados x
Corrimão da escada de acesso à piscina com apenas duas alturas e não três x
Ausência de barra horizontal na porta de acesso ao banheiro PNE x
Ausência de barra vertical de apoio à bacia sanitária no banheiro PNE x
Ausência de barras laterais de apoio no lavatório no banheiro PNE x
Ausência de instalação de alarme de emergência junto à bacia do banheiro PNE x
Este Laudo possui 177 páginas digitadas em uma só documentos com esta última datada e assinada.
Segue anexa a ART.