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SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL

FUNDAMENTOS
DA COMUNICAÇÃO
E EXPRESSÃO
APLICADOS À
INSTRUMENTAÇÃO
SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL

FUNDAMENTOS
DA COMUNICAÇÃO
E EXPRESSÃO
APLICADOS À
INSTRUMENTAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SENAI-DN – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL

FUNDAMENTOS
DA COMUNICAÇÃO
E EXPRESSÃO
APLICADOS À
INSTRUMENTAÇÃO
© 2014. SENAI – Departamento Nacional

© 2014. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul

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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Unidade Estratégica de Desenvolvimento


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Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul


Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a
Distância – NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional


Fundamentos da comunicação e expressão aplicados à instrumentação / Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional; Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. – Porto Alegre: SENAI-RS, 2014.
130 p.: il. (Automação e Mecatrônica Industrial).

ISBN: 978-85-7519-823-0

1.Técnica do trabalho intelectual - Documentos técnicos e normativos I. Serviço Nacional


de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional do Rio Grande do Sul. II. Título. III.
Série.

CDU – 001.81(083)

Responsável pela Catalogação na Fonte: Enilda Hack - CRB 599/10

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Aprendizagem Industrial Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190
Departamento Nacional http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Diagrama esquemático do sistema geral de comunicação e aplicação prática
do diagrama.........................................................................................................................................................................16
Figura 2 - Aplicação dos códigos de linguagem ao contexto de trabalho...................................................16
Figura 3 - Diferenças entre linguagem culta e coloquial....................................................................................17
Figura 4 - Apresentação utilizando linguagem culta...........................................................................................18
Figura 5 - Exemplo de linguagem coloquial...........................................................................................................18
Figura 6 - Identificação de elementos essenciais no texto................................................................................21
Figura 7 - Estrutura da frase. ........................................................................................................................................23
Figura 8 - Foco no objetivo............................................................................................................................................25
Figura 9 - A coerência textual é uma construção lógica e ordenada.............................................................26
Figura 10 - A coesão textual mantém suas partes integradas..........................................................................26
Figura 11 - Estrutura correta do texto........................................................................................................................33
Figura 12 - Diferença entre tema e título..................................................................................................................34
Figura 13 - A argumentação no ambiente de trabalho.......................................................................................37
Figura 14 - O magnetismo pessoal da persuasão..................................................................................................38
Figura 15 - Apresentação oral.......................................................................................................................................40
Figura 16 - Apresentação oral individual..................................................................................................................42
Figura 17 - Apresentação em grupo...........................................................................................................................43
Figura 18 - As etapas do planejamento....................................................................................................................48
Figura 19 - Esquema básico para pesquisas na internet.....................................................................................55
Figura 20 - Caixa de formatação de fonte................................................................................................................61
Figura 21 - Funções de formatação de fonte..........................................................................................................62
Figura 22 - Caixa de formatação de estilo................................................................................................................63
Figura 23 - Funções da área de transferência.........................................................................................................63
Figura 24 - Funções de configuração de página....................................................................................................63
Figura 25 - Funções de configuração de página....................................................................................................64
Figura 26 - Configuração da página...........................................................................................................................64
Figura 27 - Configuração da página...........................................................................................................................65
Figura 28 - Opção ilustrações.......................................................................................................................................65
Figura 29 - Seleção de formas......................................................................................................................................66
Figura 30 - Seleção de SmartArt..................................................................................................................................66
Figura 31 - Inserção de um gráfico do tipo pizza..................................................................................................66
Figura 32 - Inserção de tabela......................................................................................................................................67
Figura 33 - Revisão de texto..........................................................................................................................................67
Figura 34 - Revisão ortográfica e gramatical...........................................................................................................67
Figura 35 - Inserção de marcadores...........................................................................................................................68
Figura 36 - Inserção de numeração............................................................................................................................68
Figura 37 - Plano de fundo da página.......................................................................................................................69
Figura 38 - Área de transferência................................................................................................................................70
Figura 39 - Colar especial...............................................................................................................................................70
Figura 40 - Caixa leiaute..................................................................................................................................................70
Figura 41 - Disposição do texto...................................................................................................................................71
Figura 42 - Inclusão de sumário...................................................................................................................................71
Figura 43 - Inserir sumário.............................................................................................................................................71
Figura 44 - Acesso ao Excel............................................................................................................................................73
Figura 45 - Página inicial do Excel...............................................................................................................................73
Figura 46 - As principais funções do Excel...............................................................................................................74
Figura 47 - Organização de dados..............................................................................................................................75
Figura 48 - Formatação de célula. ..............................................................................................................................76
Figura 49 - Formatação de célula. ..............................................................................................................................76
Figura 50 - Formatação de célula. ..............................................................................................................................77
Figura 51 - Configuração de página. .........................................................................................................................78
Figura 52 - Inserção de fórmulas. ...............................................................................................................................79
Figura 53 - Seleção do gráfico......................................................................................................................................80
Figura 54 - Geração do gráfico.....................................................................................................................................80
Figura 55 - Tabela de classificação de dados. .........................................................................................................81
Figura 56 - Filtro de dados. ...........................................................................................................................................82
Figura 57 - Nicho policrômico: Toca do Boqueirão da Pedra Furada. ............................................................85
Figura 58 - Desenho técnico mecânico de parafuso............................................................................................86
Figura 59 - Exemplo de diagrama de processo......................................................................................................87
Figura 60 - Prancheta de desenho com instrumentos........................................................................................88
Figura 61 - Classificação do lápis de acordo com o tipo de grafite.................................................................88
Figura 62 - Par de esquadros e seus ângulos..........................................................................................................89
Figura 63 - Combinações possíveis de esquadros................................................................................................90
Figura 64 - Traçado com compasso............................................................................................................................90
Figura 65 - Transferidor...................................................................................................................................................91
Figura 66 - Escalímetro....................................................................................................................................................91
Figura 67 - Gabarito de instrumentação...................................................................................................................91
Figura 68 - Curva francesa.............................................................................................................................................92
Figura 69 - Aplicação da caligrafia técnica...............................................................................................................93
Figura 70 - Tipos de alinhamento da escrita: a) vertical; b) inclinado............................................................93
Figura 71 - Orientação da folha de desenho: a) horizontal; b) vertical..........................................................95
Figura 72 - Formatos de papel para desenho da série “A”: a) semelhança geométrica;
b) formatos derivados......................................................................................................................................................95
Figura 73 - Configurações da página de desenho................................................................................................97
Figura 74 - Exemplo de legenda..................................................................................................................................97
Figura 75 - Desenho de instrumentação com sua legenda...............................................................................98
Figura 76 - Sistema de projeção............................................................................................................................... 100
Figura 77 - Dado............................................................................................................................................................. 101
Figura 78 - Desdobramento de um dado.............................................................................................................. 101
Figura 79 - Desdobramento de um dado.............................................................................................................. 102
Figura 80 - Projeção de uma face do dado........................................................................................................... 102
Figura 81 - Projeção de três faces do dado........................................................................................................... 103
Figura 82 - Projeção de seis faces do dado........................................................................................................... 103
Figura 83 - Representação das seis faces do dado............................................................................................. 104
Figura 84 - Vista em perspectiva............................................................................................................................... 105
Figura 85 - Vista frontal................................................................................................................................................ 105
Figura 86 - Vista lateral esquerda............................................................................................................................. 106
Figura 87 - Vista superior............................................................................................................................................. 106
Figura 88 - Representação completa das vistas essenciais............................................................................. 106
Figura 89 - Desenho simples em perspectiva com vistas essenciais........................................................... 107
Figura 90 - Utilização de linhas tracejadas............................................................................................................ 107
Figura 91 - Projeção de plano inclinado em uma vista (vista lateral esquerda)...................................... 108
Figura 92 - Projeção de plano inclinado em todas as vistas........................................................................... 108
Figura 93 - Nomenclatura das figuras cilíndricas............................................................................................... 109
Figura 94 - Projeção de figura cilíndrica com raios............................................................................................ 109
Figura 95 - Desenho de uma peça com uma superfície cotada.................................................................... 110
Figura 96 - Exemplo de simbologia de um equipamento da instrumentação........................................ 111
Figura 97 - Desenho com regras de cotagem...................................................................................................... 112
Figura 98 - Cotagem em ângulos............................................................................................................................. 113
Figura 99 - Vista explodida de um motor elétrico trifásico............................................................................. 115
Figura 100 - Vista explodida de montagem: a) esquemática; b) renderizada.......................................... 115

Quadro 1 - Exemplo de estruturação de parágrafo...............................................................................................24


Quadro 2 - Mecanismo de coesão gramatical.........................................................................................................28
Quadro 3 - Diferenças entre tipos de redação.........................................................................................................35
Quadro 4 - Elementos do relatório técnico...............................................................................................................36
Quadro 5 - Elementos de coesão de uma apresentação oral.............................................................................41
Quadro 6 - Elementos de coesão de uma apresentação oral.............................................................................51
Quadro 7 - Exemplos de citação de referências......................................................................................................52
Quadro 8 - Dicas para investigação de bibliografias confiáveis........................................................................53
Quadro 9 - Dicas para pesquisa online........................................................................................................................55
Quadro 10 - Proporções da escrita técnica...............................................................................................................92
Quadro 11 - Normas aplicadas ao desenho técnico mecânico e de instrumentação...............................93
Quadro 12 - Normas aplicadas ao desenho técnico mecânico e de instrumentação...............................94
Quadro 13 - Formatos, dimensões e margens das folhas de desenho...........................................................96
Quadro 14 - Formatos e comprimento da legenda...............................................................................................98
Quadro 15 - Principais tipos de linhas utilizados em desenhos técnicos......................................................99
Quadro 16 - Diferenças dos diedros referentes à disposição das vistas em relação à vista
principal.............................................................................................................................................................................. 100
Quadro 17 - Símbolos de cotas.................................................................................................................................. 110
Quadro 18 - Símbolos de cotas.................................................................................................................................. 110
Quadro 19 - Símbolos de perfis de materiais........................................................................................................ 111
Quadro 20 - Os três principais grupos de perspectivas..................................................................................... 114
Sumário
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................................13

2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA.............................................................................................................................15


2.1 Elementos de Comunicação....................................................................................................................15
2.2 Situações de Comunicação......................................................................................................................16
2.3 Níveis de Linguagem..................................................................................................................................17
2.3.1 Variedade padrão.......................................................................................................................17
2.3.2 Variedade não padrão..............................................................................................................18
2.3.3 Técnicas de resumo...................................................................................................................19
2.4 Leitura e Interpretação de Texto.............................................................................................................19
2.4.1 Tipologias textuais.....................................................................................................................19
2.4.2 Gêneros textuais........................................................................................................................20
2.4.3 Esquema para análise textual ...............................................................................................20
2.5 Estrutura de Frases e Parágrafos.............................................................................................................22
2.5.1 Frase x parágrafo........................................................................................................................22
2.5.2 Dicas para escrever parágrafos.............................................................................................23
2.6 Elementos Essenciais do Texto................................................................................................................25
2.6.1 Objetividade e concisão..........................................................................................................25
2.6.2 Coerência......................................................................................................................................26
2.6.3 Coesão...........................................................................................................................................26
2.6.4 Palavras de transição................................................................................................................27
2.6.5 Nova ortografia...........................................................................................................................28
2.6.6 Palavras e expressões especiais............................................................................................29
2.6.7 Dicas de pontuação..................................................................................................................31
2.7 Redação na Prática .....................................................................................................................................32
2.7.1 Tema x título: uma confusão muito comum....................................................................33
2.7.2 Texto técnico e seus elementos............................................................................................34
2.7.3 Relatório técnico........................................................................................................................35
2.8 Técnicas de Argumentação .....................................................................................................................37
2.9 Apresentação de Trabalhos .....................................................................................................................38
2.9.1 Planejamento..............................................................................................................................39
2.9.2 O dia da apresentação.............................................................................................................41

3 PESQUISA.........................................................................................................................................................................47
3.1 Planejamento................................................................................................................................................48
3.1.1 Identificação................................................................................................................................48
3.1.2 Tema................................................................................................................................................48
3.1.3 Objetivos.......................................................................................................................................49
3.1.4 Justificativa...................................................................................................................................49
3.1.5 Revisão bibliográfica.................................................................................................................49
3.1.6 Metodologia................................................................................................................................49
3.1.7 Análise............................................................................................................................................50
3.1.8 Cronograma.................................................................................................................................51
3.1.9 Referências...................................................................................................................................51
3.2 Pesquisa Virtual.............................................................................................................................................52
3.2.1 Bibliografias confiáveis e não confiáveis...........................................................................52
3.2.2 Legislação na rede.....................................................................................................................53
3.2.3 Navegadores e sites de busca...............................................................................................54
3.2.4 Download e gravação de arquivos......................................................................................55
3.2.5 Direitos autorais ........................................................................................................................56

4 RECURSOS DE INFORMÁTICA....................................................................................................................................61
4.1 Editor de Textos............................................................................................................................................61
4.1.1 Formatação da fonte.................................................................................................................61
4.1.2 Formatação de estilos..............................................................................................................62
4.1.3 Área de transferência................................................................................................................63
4.1.4 Configuração de página..........................................................................................................63
4.1.5 Formatação de trabalhos escolares.....................................................................................64
4.1.6 Inserção de imagens, objetos, gráficos e tabelas...........................................................65
4.1.7 Correção ortográfica e dicionário........................................................................................67
4.1.8 Marcadores e numeração.......................................................................................................68
4.1.9 Borda e sombreamento...........................................................................................................69
4.1.10 Ferramentas de desenho......................................................................................................69
4.1.11 Criação de sumário.................................................................................................................71
4.2 Planilhas Eletrônicas...................................................................................................................................72
4.2.1 Funções e finalidades...............................................................................................................72
4.2.2 Linhas, colunas e endereços de células.............................................................................75
4.2.3 Formatação de células.............................................................................................................76
4.2.4 Configuração de páginas........................................................................................................78
4.2.5 Inserção de fórmulas................................................................................................................78
4.2.6 Elaboração de gráficos.............................................................................................................79
4.2.7 Classificação e filtro de dados...............................................................................................81

5 DESENHO TÉCNICO.......................................................................................................................................................85
5.1 Características do Desenho Técnico......................................................................................................85
5.2 Instrumentos de Desenho........................................................................................................................87
5.2.1 Prancheta......................................................................................................................................87
5.2.2 Lápis, lapiseira e borracha.......................................................................................................88
5.2.3 Régua, esquadros e compasso..............................................................................................89
5.2.4 Transferidor de grau, escalímetro e gabaritos.................................................................90
5.3 Caligrafia Técnica..........................................................................................................................................92
5.4 Normas Técnicas...........................................................................................................................................93
5.5 Leiaute.............................................................................................................................................................94
5.5.1 Formatos.......................................................................................................................................95
5.5.2 Divisão da folha para desenho técnico..............................................................................96
5.6 Linhas e Diedro.............................................................................................................................................98
5.7 Vistas Essenciais......................................................................................................................................... 100
5.7.1 Desconstrução do dado....................................................................................................... 101
5.7.2 Desenvolvimento de desenhos técnicos....................................................................... 105
5.8 Simbologias................................................................................................................................................ 109
5.8.1 Símbolos de cotas................................................................................................................... 110
5.8.2 Linhas cruzadas....................................................................................................................... 110
5.8.3 Símbolos de perfis de materiais........................................................................................ 111
5.8.4 Simbologia em desenhos de instrumentação............................................................. 111
5.9 Cotagem....................................................................................................................................................... 111
5.9.1 Cotagem em ângulos............................................................................................................ 113
5.10 Perspectivas.............................................................................................................................................. 114

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................................... 119

MINICURRÍCULO DOS AUTORES................................................................................................................................. 122

ÍNDICE.................................................................................................................................................................................. 123
INTRODUÇÃO

Seja bem-vindo ao curso de Instrumentista Industrial. A partir de agora, vamos guiá-lo nesse
novo caminho. Você conhecerá equipamentos, termos e aplicações associados à Instrumentação
Industrial. Seu primeiro desafio será aprender a se comunicar. Será que você já sabe?
Então, vejamos: imagine-se em um ambiente de médicos, onde todos estão conversando
sobre termos técnicos da área da medicina. Seria bem difícil que você conseguisse compreender
toda essa conversa, certo? Isso seria normal, pois cada classe profissional tem os seus termos,
seus instrumentos de trabalho, sua linguagem. Em uma palavra, seu jargão1.
Agora, interprete a frase: “De acordo com a ordem de serviço, o transmissor de pressão da
autoclave n.º 6 necessita de calibração”.
Conseguiu entender? Provavelmente não. Contudo, saiba de uma coisa: essa frase é
um exemplo de linguagem técnica utilizada pelo profissional que trabalha na área de
instrumentação. Você como instrumentista industrial, deverá conseguir interpretar essa frase;
mas não se preocupe, porque no final do curso você estará apto a entender essa e outras frases
próprias do contexto profissional do instrumentista.
Vamos a outro desafio: o que você entende por comunicação?
Após refletir um pouco, você perceberá que se comunicar não se resume apenas a falar
e ouvir. Nós nos comunicamos de muitas formas; por meio da escrita, da fala, de expressões
corporais, de sinais, de imagens e de outros tantos modos, que até fica difícil de listar.
Na verdade, a comunicação tem sido um grande desafio nas empresas. Dentre os motivos
para essa realidade, está o fato do avanço tecnológico ter trazido novos termos técnicos
e aparelhos com nomes e aplicações novas, sem falar nas inúmeras siglas, o que dificulta a
execução de tarefas e interpretação de documentos e informações.
Nesta unidade curricular, vamos explorar a comunicação: seu uso cotidiano e a aplicação
desses conhecimentos à área de instrumentação. Na empresa será imprescindível que você se
comunique bem, que saiba receber, interpretar, buscar, criar e repassar informações de forma
clara objetiva e correta.

1 Significa um modo próprio de comunicação, um linguajar específico de uma área técnica, que muitas
vezes é incompreensível para quem não faz parte do grupo.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA

Vamos iniciar nosso estudo pensando um pouco sobre a comunicação oral e escrita. O que
é o mais importante: a fala ou a escrita?
Muitas pessoas dizem que a escrita é mais importante, porém a fala é fundamental, pois
ambas constituem a linguagem.
O termo comunicação provém do latim communis, que significa tornar comum. A
comunicação pode ser definida como a transmissão e compreensão de informações mediante
o uso de símbolos comuns (verbais e não verbais). Nesse sentido, a linguagem é o meio eficaz
para atingir objetivos em um mundo marcado pela complexidade nas relações humanas. Ela
nos permite entrar em contato com outras pessoas, trocar informações, expressar afetos e
emoções, solicitar auxílio ao outro, levá-lo a agir, influenciá-lo em suas decisões e ações. É por
meio da linguagem que materializamos nossas intenções em relação ao outro.

2.1 ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO

O processo comunicativo é formado por alguns elementos específicos que tornam a fala e a
escrita tão importantes. São eles:
• emissor: pode ser “eu” ou pode ser o “outro”, é quem emite a mensagem que está sendo
tratada no momento;
• receptor: é a pessoa que recebe a mensagem, é quem a escuta;
• mensagem: é o conjunto de informações transmitidas;
• código: geralmente, é utilizado o código de língua portuguesa, falada ou escrita;
• canal de comunicação: é o meio pelo qual é transmitida a mensagem (TV, rádio, jornal,
revista, entre outros);
• contexto ou referente: a situação a que a mensagem se refere.

Um dos modelos mais utilizados para explicar a comunicação humana


VOCÊ nasceu – quem diria? – da matemática. Tudo começou em 1948, quando
SABIA? o matemático e engenheiro elétrico Claude Shannon publicou um arti-
go chamado “A teoria matemática da comunicação”.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
16

A Figura 1 ilustra, de forma lúdica, a aplicação prática do diagrama esquemático do sistema geral de
comunicação, proposto por Claude Shannon. Receptor
Quem ouve,
Emissor lê, observa
Fonte de Quem fala, escreve ou
Informação Transmissor Receptor Destino gesticula

Sinal Sinal
Recebido
Canal
Mensagem Mensagem

Fonte de
Ruído
Mensagem
Algo que precisa ser transmitido

Figura 1 - Diagrama esquemático do sistema geral de comunicação e aplicação prática do diagrama.


Fonte: ADAPTADO DE SHANNON, 1948.

2.2 SITUAÇÕES DE COMUNICAÇÃO

Você utilizará diversos códigos de linguagem ao executar suas tarefas nas rotinas diárias em sua empresa.
Terá que escrever laudos técnicos, utilizar termos técnicos em conversações rotineiras, interpretar imagens
de instrumentos, entender tabelas técnicas e compreender padrões de cores de tubulação industrial, como
observamos na Figura 2.
Interpretação
Leitura e escrita (relatório e 1
(esquemas
manuais técnicos)
e desenhos) 2

codigo de JIS
B3 DIN
LIGAS + FIO - FIO cores ansa Padrão Especial
MC-941 MC -584-3 1843 43710 C1010 -1+01
3
+
J Fe Constantan + + + + 2.2°C 1.1°C
ou OU
(magnético) Cu - Ni - - - - 0.75% 0.4%
+ + 1
K Niquel - Cromo
Niquel - Atum + + + 2.2°C 1.1°C
Ni - Al
Ni-Cr (magnético) - - - - OU
0.75%
OU
0.4%

w *x + + +
Cobre
Cu
Cu - Ni
- -

T + 2
Cobre
constantan + + + + 1.0 °C 0.5°C 5
Cobre - Niquel
Cu Cu - Ni - - - - ou
0.75%
ou
0.4% 4

E Niquel - Cromo
constantan + + + + + 1.7°C 1.0°C
Ni-Cr
Cobre - Niquel
- - - - ou ou
6
Cu - Ni
+ + +
0.5% 0.4%
3
N
2.2°C 1.1°C
Nicrosil Nisil
ou ou
Ni - Cri - Si Ni - Si - Mg - - - 0,75% 0.4%
+ 7
R
Platina
Platina + + + + 1.5°C 0.6°C
13% rorhodio
Pt - 10% Rh
Pt - - - ou ou 4
0.25% 0.1%

S
Platina
Platina
+ + + + + 1.5°C 0.6 °C 5 6
10% rhodio
Pt - 10% Rh
Pt - - - ou
0.25%
ou
0.1%
8

B
Platina Platina + use fio + + 0.5% não 7 M 8
30% rorhodio 6% rhodio
Pt - 30% Rh Pt - 6% Rh - de cobre 800°C estabilizado

9
9

Leitura e interpretação (informações


Interpretação (cores e estruturas)
técnicas de equipamentos)
30 20
10
90
0 5
10

0
50 0

AC
V

POWER PK HOLD B/L DC / AC

AUTO POWER OFF


ET - 3021

DCV . . . OFF ACV

+
- + AVΩ
CAT ll

DC 10A
20A mA COM VΩHz
COM

DCA . . . BATT

Figura 2 - Aplicação dos códigos de linguagem ao contexto de trabalho.


Fonte: SENAI-RS.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
17

2.3 NÍVEIS DE LINGUAGEM

No trabalho e na sociedade, você convive com pessoas e grupos diferentes que exercem papéis e
funções distintas. Para cada situação de fala, a pessoa precisa se comunicar de forma adequada para se
fazer entendida. Há momentos em que você pode utilizar um vocabulário mais simples, informal; porém,
em determinados momentos, há a necessidade de elaborar melhor o seu discurso, sua fala. Por exemplo,
em uma entrevista de emprego, é fundamental que você faça uso da linguagem formal para causar melhor
impressão a quem estiver lhe entrevistando. Já em conversas com amigos, você poderá falar de forma mais
simples, coloquial. A Figura 3 mostra um esquema sobre as diferenças entre linguagem culta e coloquial.
- Segue a norma culta.
- É usada em situações formais.
- É polida.
Culta - Há seleção cuidadosa das palavras.
- Ensinado nas escolas.
Linguagem

Coloquial - Empregada no cotidiano.


- Não obedece, necessariamente, à norma culta.
- É solta, com construções mais simples.
- Permite abreviações, diminutivos, gírias, etc.

Figura 3 - Diferenças entre linguagem culta e coloquial.


Fonte: SENAI-RS.

Além da variação entre formal e informal, a língua também sofre variação na forma como é falada. A
pronúncia do português em Portugal não é igual à do Brasil, por exemplo. Até mesmo em nosso país, é
impressionante a diferença entre os sotaques das populações do norte e do sul. As variações que uma língua
apresenta em razão das condições sociais, culturais e regionais são chamadas de variações linguísticas.
Como veremos a seguir, existem, basicamente, dois níveis da língua, isto é, duas línguas funcionais.

2.3.1 VARIEDADE PADRÃO

A variedade padrão, que compreende a língua literária, tem por base a norma culta, isto é, a forma
linguística presente nos dicionários, nas gramáticas normativas e nas escolas. Ela é a língua utilizada em
situações que exigem formalidade, está presente nas aulas, conferências, discursos políticos, comunicações
científicas, noticiários de TV, programas culturais, entre outras, como observamos na Figura 4.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
18

Como sabemos, há
necessidade de ações
consistentes de
preservação ambiental.

Figura 4 - Apresentação utilizando linguagem culta.


Fonte: SENAI-RS.

2.3.2 VARIEDADE NÃO PADRÃO

A variedade não padrão é a linguagem utilizada no cotidiano, em situações que não exigem o
cumprimento total da gramática normativa. É usada em diálogos, de forma coloquial. Na variedade não
padrão é comum o uso de gírias. Observe a linguagem utilizada na Figura 5.

Aê, profe, eu e meus bródi


tamo amarradão nas paradas
das aulas, tipos assim,
maneiro prá caraca!

Anh?!

Figura 5 - Exemplo de linguagem coloquial.


Fonte: SENAI-RS.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
19

2.3.3 TÉCNICAS DE RESUMO

O futuro instrumentista industrial deve aprender a utilizar técnicas de resumo. Essa prática servirá como
subsídio para suas produções textuais, já que a produção de textos técnicos, como relatórios e sínteses,
fará parte de sua rotina profissional.
Em geral, o resumo é objetivo, indica os pontos principais do texto sem apresentar dados qualitativos ou
quantitativos. O resumo não deve conter comentários, pois ele não possui caráter opinativo. É um trabalho
de síntese, de extração de ideias.

FIQUE Um resumo reproduz as informações do texto lido; porém, de forma sintetizada,


ALERTA extraindo somente o essencial.

Dicas de resumo

Um resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes itens:


• apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra;
• não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais;
• respeitar a ordem das ideias e fatos apresentados;
• empregar linguagem clara e objetiva;
• evitar a transcrição de frases do original;
• apontar as conclusões do autor;
• dispensar consulta ao original para a compreensão do assunto.

2.4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Ao ler um texto, o leitor não se utiliza apenas de seus conhecimentos sobre estrutura linguística, ele
também mobiliza todo o seu repertório cultural, todo o seu conhecimento de mundo. É por meio dessa
união de saberes que o texto é interpretado, assimilado.
O leitor exerce o papel de construtor de sentido, utilizando-se de estratégias como seleção, antecipação,
inferência e verificação. Para interpretar um texto, precisamos observar as tipologias textuais e gêneros
textuais, como estudaremos agora.

2.4.1 TIPOLOGIAS TEXTUAIS

Tipologias textuais são as características internas do texto, a forma como as informações são
apresentadas. O texto pode ser:
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
20

• narrativo: tipo de texto em que se contam fatos. Há uma sequência de ações, vivenciadas por
personagens em determinado tempo e espaço;
• descritivo: tipo de texto que se caracteriza pela descrição de imagens, pessoas, objetos, cenários,
situações, sentimentos. Enfim, daquilo que desejamos que outra pessoa conheça de forma detalhada;
• dissertativo: tipo de texto em que predomina a defesa de uma ideia. Dissertar é falar sobre algo, é
apresentar e defender um ponto de vista por meio de argumentos.

2.4.2 GÊNEROS TEXTUAIS

Os gêneros textuais são textos que fazem parte do nosso cotidiano e nos deparamos com eles a todo
o momento. São “modelos” de enunciados, estruturas socialmente reconhecidas e utilizadas todos os dias
para interagirmos uns com os outros. São exemplos de gêneros textuais: carta comercial, conto de fadas,
notícia, bilhete, reportagem, artigo de opinião, declaração, crônica e outros.
A notícia e a reportagem, por exemplo, são gêneros típicos da área jornalística; o discurso, o panfleto
e o “santinho” estão associados à esfera política; já os artigos acadêmicos, as teses, as dissertações, as
monografias e as conferências são gêneros acadêmicos ou científicos.
Para compreender um texto, o leitor mobiliza três tipos de conhecimentos prévios:
• conhecimentos de mundo ou enciclopédicos, que respondem à sua cultura geral;
• conhecimentos linguísticos, que englobam tudo que ele sabe sobre o acervo de palavras e a gramática
de sua língua;
• conhecimentos interacionais, os quais abarcam, principalmente, os conhecimentos sobre os gêneros
textuais.

2.4.3 ESQUEMA PARA ANÁLISE TEXTUAL

Para que você possa analisar um texto, sugerimos algumas dicas. A Figura 6 apresenta alguns elementos
que você deve identificar quando lê um texto.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
21

Título Medição de temperatura com termopar


Apresenta a ideia
inicial do texto
Tema central
Uma empresa produtora de plástico de um polo A interpretação atenta
petroquímico utilizava um reator refrigerado à permite identificar o
água, no sistema de produção. Certa vez, uma tema central do texto:
das conexões da tubulação de água se rompeu ressaltar, por meio de
e um pequeno vazamento se formou sobre um um relato de caso, que
dos termopares de medição. Por isso, um dos o excesso de umidade
pode produzir
Palavras-chave cabos se oxidou e o sinal começou a oscilar até
pequenos defeitos que
As palavras mais atingir o ponto crítico, interrompendo indevida- causarão grandes
relevantes do texto mente o processo produtivo. Essas paradas prejuízos.
inesperadas provocam grandes perdas econô-
micas e interferem no cumprimento das metas
produtivas. Portanto, o instrumentista precisa
estar atento quando a malha opera em
ambientes com excesso de umidade, pois os
Intenção defeitos de mau contato ou de oxidações nos
Objetivo do texto
terminais de conexão comprometem a qualida-
de e a confiabilidade na indicação da tempera-
tura.

Figura 6 - Identificação de elementos essenciais no texto.


Fonte: SENAI-RS.

A compreensão e a aplicação correta da língua portuguesa são capacidades fundamentais no mundo


do trabalho. Saber interpretar corretamente um texto, escrever com coerência e coesão e conseguir se
comunicar de forma clara e objetiva são competências exigidas para que você possa enfrentar os desafios
do dia a dia do trabalho, bem como para conseguir uma oportunidade de emprego. A seção casos e relatos
a seguir apresenta uma situação real que aconteceu e mostra a importância da comunicação e expressão
no mercado de trabalho.

CASOS E RELATOS

Quando o conhecimento técnico é insuficiente


Uma candidata compareceu no dia marcado para uma entrevista de emprego em um consultório dentário.
A vaga era para atendente, e era necessário o domínio técnico de informática. Quando a candidata chegou ao
consultório, a dentista fez a primeira pergunta:
– Você sabe trabalhar com computador?
– Sim, sei muito bem!
– Ligue-o pra mim, pode ser?
– Sim, claro.
– Quais os programas que você conhece?
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
22

– Olha, no meu emprego anterior, eu trabalhava com planilhas eletrônicas do Excel, com o editor de texto e,
ainda, utilizava o correio eletrônico.
A dentista ficou muito feliz com os conhecimentos da candidata, porque era exatamente a pessoa que ela
estava procurando. Mas, antes de contratá-la, a dentista resolveu fazer um pequeno teste prático:
– Muito bem. Então, vamos fazer uma pequena redação, pois como atendente, você deverá escrever bastante.
Para isso, vamos utilizar o editor de texto Word, ok?
– Claro, sem problemas (disse a candidata confiante).
A candidata acessou o editor de texto com uma velocidade incrível, utilizando recursos avançados do Word,
formatou a página, criou um leiaute moderno, incluiu uma marca d´água e um cabeçalho com o logotipo do
consultório dentário. A dentista ficou fascinada com o domínio técnico da candidata e fez um “simples” pedido:
– Escreva uma pequena redação explicando porque você quer esse emprego. O nervosismo tomou conta da
candidata, mas, mesmo assim, ela atendeu ao pedido da dentista:
“Li o anuncio num jornal na sessão de empregos q oferecia uma vaga de atendente de consultorio odontógico
q tem haver c/ minhas abilidades. Eu gostaria muito de ganhar o emprego pq naum quero ficar muito tempo
longe do mercado de trabalho, tenho 2 filhos, sou separada, muitas contas p/ pagar, busco ser indepedente. O
trabalho anterior me deu base p/ proseguir no ramo de adiministração.”
Mesmo com o domínio dos programas de informática, a candidata foi dispensada, pois no mundo do
trabalho, não basta apenas a competência técnica; você deve desenvolver as competências de comunicação e
expressão em língua portuguesa.
A dentista reabriu a vaga de emprego. Será que você teria segurança para enfrentar este teste?

2.5 ESTRUTURA DE FRASES E PARÁGRAFOS

2.5.1 FRASE X PARÁGRAFO

Em relação à estrutura de frases e parágrafos, é fundamental que você saiba distinguir as diferenças
entre frase, oração e período.
Frase é um enunciado com sentido completo que pode ou não conter um verbo.
Oração é a frase que contém um ou mais verbos.
Período é um enunciado linguístico com sentido acabado. Ele inicia com letra maiúscula e termina com
um sinal de pontuação - ponto final, exclamação ou outro equivalente.
Quanto à classificação do período, ele pode ser simples ou composto:
• período simples é aquele que possui apenas uma oração;
• período composto é aquele que é formado por duas ou mais orações.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
23

Você sabe qual a diferença entre uma frase e uma oração? A frase, como já vimos, é um enunciado com
sentido completo, e a oração é uma expressão que gira em torno de um verbo. Logo, uma oração não precisa
ter sentido completo, basta apenas um verbo. Observe, na Figura 7, um esquema sobre a estrutura da frase.

Frase

Sem verbo = Com verbo =


frase nominal período

Ex: Ai, que Uma oração só = Duas ou mais orações =


sono! período simples período composto

Ex: Lucas vai vir ao Ex: Você sabe se Lucas


curso hoje? vai vir ao curso hoje?

Figura 7 - Estrutura da frase.


Fonte: SENAI-RS.

Uma locução verbal é uma expressão formada por um verbo auxiliar (ter, ser, estar,
SAIBA haver, andar, viver, etc.) + um verbo principal, que concentra o significado da locução.
MAIS Por exemplo: vamos almoçar. O verbo principal representa a principal ação “almoçar”

2.5.2 DICAS PARA ESCREVER PARÁGRAFOS

Como você sabe, a redação deve seguir uma estrutura para ser escrita de forma correta. O mesmo
acontece com os parágrafos. Apesar de serem partes menores, também devem seguir uma estrutura e ter
uma forma adequada. Além disso, segundo Faraco e Tezza (2003, p. 208): “O parágrafo tem, antes de tudo,
uma importância visual. O texto dividido em parágrafos ‘descansa’ a vista do leitor, impedindo que o olhar
se perca num emaranhado sem fim de linhas.”
A divisão mais comum de um parágrafo consiste em três partes principais:
• frase-núcleo: apresenta a ideia principal do parágrafo, deixando claro o seu objetivo;
• desenvolvimento: amplia o tópico frasal, apresentando as ideias que esclarecem ou embasam a ideia
central do parágrafo;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
24

• conclusão: retorna à ideia central, analisando os diversos aspectos apresentados no desenvolvimento,


fazendo uma amarração entre todos os tópicos abordados no parágrafo. Em parágrafos curtos, nem
sempre há a conclusão do parágrafo.

Não se aconselha usar parágrafos demasiadamente longos, pois dificultam a transmis-


VOCÊ são de uma ideia de forma clara e objetiva. Os parágrafos longos podem confundir ou
SABIA? dispersar a atenção do leitor.

Evite a repetição de sons, palavras e ideias. A repetição de palavras pode indicar vocabulário escasso, e
a repetição de ideias demonstra ausência de leitura e de conhecimento geral. Evite as palavras “eu” e “você”,
não use gírias e nem abuse de palavras estrangeiras. Vamos a um exemplo prático que apresenta a divisão
de um parágrafo em introdução, desenvolvimento e conclusão, conforme Quadro 1.

DIVISÃO EXEMPLO
Introdução Expressa de maneira geral e sucinta, a ideia central do parágrafo. Veja o exemplo
de uma primeira frase de um parágrafo, que serve como introdução: “Muitos
termos novos relacionados à automação apareceram nas últimas décadas”.
Desenvolvimento São as frases que esclarecem a ideia central, discutindo-a em detalhes. Veja
o exemplo de uma frase de desenvolvimento do parágrafo: “Palavras usadas
anteriormente, como mecanização, que significa a utilização da máquina em
vez do trabalho humano ou de animais, foram substituídas por automação
e robótica”.
Conclusão A conclusão deve retomar a ideia abordada no tópico frasal. Observe o exemplo
de uma frase de conclusão do parágrafo: “O fato de surgirem palavras novas,
indica que os processos industriais estão evoluindo”.
Quadro 1 - Exemplo de estruturação de parágrafo.
Fonte: SENAI-RS.

Agora, veja o parágrafo inteiro:


“Muitos termos novos relacionados à automação apareceram nas últimas décadas. Palavras usadas
anteriormente, como mecanização, que significa a utilização da máquina em vez do trabalho humano ou
de animais, foram substituídas por automação e robótica. O fato de surgirem palavras novas na área da
automação, indica que os processos industriais estão evoluindo”.
Outra dica importante que facilita muito a escrita deve ser utilizada quando você acabar de escrever um
parágrafo e for passar para outro. Atenção a esse momento, pois muitas pessoas fazem essa passagem de
maneira abrupta, dando um “salto” de uma ideia para outra. Você precisa fazer um encadeamento lógico e
natural de ligação entre os parágrafos. Em alguns casos, é necessário acrescentar um parágrafo de transição,
para que a sucessão de ideias seja apresentada de maneira harmoniosa.
A dica que acabamos de aprender diz respeito à coesão textual. Você já deve ter ouvido falar sobre
esse tema, e saiba que a falta de coesão entre as ideias é um dos principais aspectos que são avaliados nas
redações. Por isso, vamos nos aprofundar um pouco mais sobre esse aspecto, em breve.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
25

O texto deve conter parágrafos que apresentem ideias sobre o tema, para que não se
SAIBA torne repetitivo, redundante e cansativo. Evite a repetição desnecessária de palavras e
MAIS o uso de termos chulos ou rebuscados demais.

2.6 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO TEXTO

Agora que você já viu alguns dos principais aspectos que influenciam a redação de um texto claro
e objetivo, vamos aprofundar um pouco mais nosso estudo sobre alguns elementos essenciais que já
conhecemos, para que sua redação seja ainda melhor.

2.6.1 OBJETIVIDADE E CONCISÃO

Ser conciso e objetivo é passar o máximo de informações com o mínimo de palavras. A objetividade e
rapidez na exposição do pensamento são exigências modernas para a produção de um bom texto. Por isso,
há necessidade de se buscar a clareza de raciocínio, a coerência de ideias e o vocabulário adequado.
Um bom texto precisa ser dinâmico, o que só é possível evitando palavras desnecessárias, utilizando frases
curtas e vocábulos conhecidos pelo receptor (a quem o texto se destina). Para ser preciso, evite palavras
vagas, longas e sofisticadas, que estão além da capacidade de compreensão do leitor. Optar pela simplicidade
é, sempre, uma boa alternativa para atingir o seu objetivo (FIGURA 8).

Figura 8 - Foco no objetivo.


Fonte: SENAI-RS.

Sempre que puder, evite, também, o emprego de palavras e expressões que podem causar imprecisão,
como diversos, muitos, vários, poucos, quase todos, alguns, há tempos, dentre outras. Termos como esses
deixam a ideia vaga, gerando dúvida em quem lê e prejudicando a compreensão da mensagem. Para não
cair nessa armadilha, ler e revisar o texto é um santo remédio. Evite o uso excessivo de pronomes pessoais
(eu, nós), de conjunções, de repetições desnecessárias, de redundâncias e de pleonasmos (enormemente
grande, entrar para dentro, subir para cima). Um texto conciso é, enfim, um texto enxuto!
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
26

2.6.2 COERÊNCIA

Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar, ou
seja, o texto é uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como
a frase não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas
um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos interlocutores. Quando isso ocorre, temos
um texto em que há coerência.
A coerência está ligada ao sentido do texto, ela é necessária para que haja lógica. Desse modo, para o
seu texto ser coerente, você deve manter uma mesma linha de raciocínio durante todo o texto; não deve,
de modo algum, se contradizer e deve manter o foco inicial do texto, sempre reafirmando, com diferentes
argumentos, o mesmo ponto de vista, a mesma opinião. A coerência no texto deve ser construída de forma
lógica e ordenada (FIGURA 9).

Figura 9 - A coerência textual é uma construção lógica e ordenada.


Fonte: SENAI-RS.

2.6.3 COESÃO

A coesão significa a ligação entre palavras e parágrafos de um texto. Logo, tem a ver com a formulação
e estruturação do texto. É imprescindível que ele possua começo, meio e fim. E mais do que isso, é preciso
que as partes do texto se relacionem formando um todo consistente, como fosse um quebra-cabeças
(FIGURA 10).

Figura 10 - A coesão textual mantém suas partes integradas.


Fonte: SENAI-RS.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
27

É importante que suas frases e parágrafos estejam bem “amarrados” para que seu texto tenha sentido
e não caia em descrédito. Dois importantes elementos gramaticais para que se mantenha a coesão de
um texto são os pronomes e as conjunções. Além deles, há recursos como as palavras de transição, que
também auxiliam na coesão do texto.

2.6.4 PALAVRAS DE TRANSIÇÃO

São palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-relação entre os enunciados
(orações, frases, parágrafos). As preposições, as conjunções, alguns advérbios e as locuções adverbiais
são exemplos de termos de transição. Veja algumas palavras e expressões de transição que podem ser
utilizadas de acordo com o sentido do texto (QUADRO 2):
(CONTINUA)

MECANISMOS DE COESÃO GRAMATICAL


Pronomes pessoais São importantíssimos na “amarração” de um texto, já que sempre se
referem a um substantivo citado anteriormente ou que está por ser citado.
(tu, ele, nós, vocês, etc.). Exemplo: Vocês, meus amigos, estarão sempre em
meu coração.
Pronomes possessivos Relacionam a ideia de posse a pessoas do discurso (seu, sua, nosso, etc.).
Exemplo: A escola era antiga, mas sua estrutura resistia bravamente à ação
do tempo e ao descaso do poder público.
Pronomes relativos Além de se referirem a um termo antecedente, introduzem uma oração
subordinada e desempenham função sintática nessa oração. Exemplo:
O equipamento cuja liberação já foi providenciada estará funcionando
em uma semana. Os despachantes que atuaram junto à alfândega foram
bem sucedidos.
Pronomes Relacionam-se a uma pessoa do discurso, fazendo referência ao substanti-
demonstrativos vo que preenche seu significado. Exemplo: A maior vantagem foi do time
visitante. Este marcou o único gol da partida.
Conectivos Conjunções e preposições podem carregar ou não significado para
as relações que fazem, o que ressalta seu papel de elementos co-
nectores. Exemplo: A indústria brasileira vem crescendo. Contudo,
devido à crise mundial, esse crescimento desacelerou no último
ano e tem causado preocupação.
Advérbios Indicam a localização no espaço e no tempo dos elementos a que se
referem. Exemplo: A entrada do centro tecnológico localiza-se no final da
rua e há um ponto de ônibus a poucos metros dali.
Ordenadores Encarregam-se da organização das informações no texto (por um lado...
por outro lado, em resumo, então, assim sendo, etc). Exemplo: Se por um
lado o curso universitário está mais focado na teoria, por outro lado o
curso técnico lhe dá a parte prática em menor espaço de tempo.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
28

(CONCLUSÃO)

Omissão Um termo da oração facilmente identificável poderá ser omitido; a essa


omissão se dá o nome de elipse. Exemplo: Meu pai insiste em fumar; eu,
em convencê-lo a desistir. Elipse do verbo insistir e não de “eu insisto em
convencê-lo a desistir”.
Quadro 2 - Mecanismo de coesão gramatical.
Fonte: SENAI-RS.

2.6.5 NOVA ORTOGRAFIA

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que vigora desde 2009, foi criado a fim de facilitar
as transações comerciais e estimular o intercâmbio científico e cultural entre Brasil, Cabo Verde, São Tomé
e Príncipe, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste, países onde o português é a língua
oficial.
O Novo Acordo Ortográfico provoca mudanças, principalmente, na acentuação e no emprego do hífen,
entre outras alterações. Vamos ver algumas dessas mudanças:
Trema: o trema, sinal gráfico utilizado sobre a letra u dos grupos que, qui, gue, gui, deixa de existir na
língua portuguesa. Lembre-se, no entanto, que a pronúncia das palavras continua a mesma. Palavras como
cinqüenta e conseqüência, agora são escritas sem trema: cinquenta e consequência.
Palavras terminadas em êem e ôo: as formas verbais creem, deem, leem e veem, e também seus
derivados, não terão mais acento circunflexo. Logo, palavras como voo ou enjoo também devem ser escrita
sem acento.
Acento diferencial: as palavras homógrafas (escritas da mesma forma) não terão mais acento diferencial.
Por exemplo, para (verbo parar) e para (preposição), não háverá mais acento, da mesma maneira que pelo
(verbo) e pelo (substantivo).
Acento agudo no “u”, dos grupos gue/gui e que/qui: os verbos dos grupos gue/gui e que/qui não serão
mais acentuadas em seu “u” tônico. Desse modo, agora devemos escrever averiguo, enxague, apazigue.
Hífen: quanto ao hífen, algumas questões devem ser consideradas:
• a letra “h” não deve ser colocada contígua ao prefixo, por isso, temos agora: super-homem e anti-
higiênico, entre outras;
• quando houver letras iguais, separam-se as palavras, como arqui-inimigo. Já quando forem diferentes,
juntam-se as palavras: socioeconômico;
• quando a palavra iniciar por “r” ou “s” e o prefixo terminar em vogal, ela deverá ser dobrada, como
em contrarregra e minissaia, já quando há encontro de dois “r” ou “s”, aplica-se a regra das letras
iguais, por isso, temos: super-resistente.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
29

2.6.6 PALAVRAS E EXPRESSÕES ESPECIAIS

Há certas palavras e expressões que costumam gerar dúvidas quanto ao seu uso. Dependendo do
contexto, devem ser escritas de uma forma ou de outra, obedecendo às leis de sentido e de gramática. A
seguir, selecionamos as principais palavras e expressões que devem observadas com mais atenção, quando
você estiver escrevendo.
Por que: ocorre nas interrogativas diretas e indiretas. Por exemplo:
Por que você demorou tanto?
Quero saber por que você demorou tanto.
Além disso, utilizamos por que quando tiver o sentido de motivo ou de razão, como nos exemplos:
Não sei por que ele se ofendeu.
Eis por que não lhe escrevi antes.
Outra situação em que utilizamos por que é quando a expressão puder ser substituída por para que,
pelo(a) qual, pelos(as) quais. Observe o exemplo: A estrada por que passei está esburacada.

Por quê: utilizado quando a expressão aparecer em final de frase ou sozinha:


Ria, ria, sem saber por quê.
Brigou de novo? Por quê?

Porque: quando a expressão equivaler a pois, uma vez que:


Não responda, porque ele está com a razão.

Porquê: quando a expressão for substantivada, situação em que é precedida de artigo ou pronome:
O supervisor negou-se a explicar o porquê de sua decisão.

Mau ou mal: na dúvida, adote esta regra prática: mal é oposto de bem; mau é oposto de bom. Observe
a substituição prática:
• mal-humorada (bem-humorada), mal-estar (bem-estar),
• mau agouro (bom agouro).

Há ou a: quando você fizer referência a tempo passado, utilize há. Ele equivale ao verbo fazer. Por
exemplo:
Não o vejo há muito tempo.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
30

Do mesmo modo, o há é empregado como verbo haver. Veja:


Há um artigo interessante nesta revista.
Entretanto, utilizamos o a, com referência ao tempo futuro. Exemplo: A dois minutos da peça, o ator
ainda retocava a maquilagem.
Podemos utilizar o a também com referência à distância:
Eu morei a cinco quadras daqui.
Eu fiz um excelente curso a distância.
Meio ou meia: meio é advérbio, quando equivale a mais ou menos, um pouco:
A janela meio aberta deixava ver o interior da casa.
Hoje eu estou meio cansada, por isso não vou à aula.
Meia é adjetivo quando equivale a metade. Nesse caso é variável:
Comprei meio quilo de carne e meia dúzia de ovos.
Já é meio dia e meia (hora).

Mas ou mais: mais indica quantidade; é o contrário de menos. Veja:


Converse menos e trabalhe mais.
Mas é conjunção; equivale a porém, todavia, contudo, entretanto. Observe:
Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.

Empregue sempre menos para indicar em quantidade menor, como, por exemplo:
SAIBA “Diga menos mentiras, Arnaldo!” “Menas” é uma palavra que não existe na
MAIS língua portuguesa.

A fim ou afim: a pronúncia é igual, mas o significado é totalmente diferente. A fim indica finalidade. Por
exemplo:
Escrevi esta carta a fim de avisar do perigo.
Afim indica afinidade. Observe:
Somos pessoas afins. (Temos afinidades entre nós.)

Ao encontro de ou de encontro a: a expressão ao encontro de é uma locução prepositiva que significa


em busca de, em favor de. Vamos a um exemplo:
Sua ação beneficente vai ao encontro de necessidades da população carente.
A expressão de encontro a também é uma locução prepositiva e significa oposto, contra. Veja:
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
31

O aumento proposto pelo Governo ao magistério vai de encontro aos propósitos da greve dos
professores da rede pública.

Através de ou por meio de: as locuções através de e por meio de têm sentidos bem diferentes, por isso
requerem muita atenção em seu uso.
Através de denota a ideia de movimento físico, de atravessar. Observe o exemplo:
Carlos entregou um documento a José através da janela.
Entretanto, por meio de denota o meio utilizado para executar uma ação. Observe:
Eu sanei minhas dúvidas de Língua Portuguesa por meio da internet.

Sessão, cessão e seção: sessão (do latim sessio) significa sentar-se. Logo, nas sessões demandam que
as pessoas sentem-se, como em uma peça de teatro ou cinema, por exemplo.
A sessão iniciou no horário, no entanto, o filme foi terrível.
Cessão vem do verbo ceder, ou seja, transferir algo para outrem. Veja um exemplo:
O juiz condenou a cessão de todos os seus bens em favor de seus filhos.
Já seção significa dividir, repartir. Então, temos:
Fui à seção de eletrodomésticos assim que cheguei.

Nem um ou nenhum: nem um é numeral e nenhum é pronome indefinido que se refere ao substantivo.
Vamos aos exemplos:
Nem um livro foi enviado para mim.
Nenhum livro foi enviado para mim.

2.6.7 DICAS DE PONTUAÇÃO

Quando escrevemos, utilizamos sinais de pontuação que dão ritmo ao texto escrito. Na comunicação
escrita, a pontuação é essencial. Se mal colocada, ela pode deixar um texto ambíguo (com dupla
interpretação) ou induzir o leitor a interpretações equivocadas. Esses sinais permitem expressar, na língua
escrita, matizes rítmicas e características melódicas da língua falada:
• ponto: marca uma pausa maior porque indica o final de uma oração;
• vírgula: indica uma pausa menor, separando os elementos de uma oração ou as várias orações de um
mesmo período. A vírgula também serve para separar os vários sujeitos de uma oração;
• ponto e vírgula: indica uma pausa maior do que a vírgula e menor do que o ponto. É usado para
separar orações do mesmo tipo ou os itens de uma série;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
32

• dois pontos: servem para indicar uma pausa repentina na melodia, uma lista de tópicos ou um
exemplo;
• ponto de exclamação: é usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas, exprimindo
surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica;
• ponto de interrogação: é usado no final da frase para indicar perguntas, dúvidas e indignação;
• reticências: indicam continuidade ou interrupção do pensamento;
• aspas: indicam citação, palavras estrangeiras, neologismos e gírias;
• parênteses: são utilizados quando precisamos fazer alguma explicação;
• travessão: indicam diálogo e separam orações intercaladas, assim como a vírgula e os parênteses.
Além disso, indicam algo em evidência.

2.7 REDAÇÃO NA PRÁTICA

Os parágrafos de uma redação devem seguir uma estrutura lógica e manter a coerência entre os
argumentos apresentados. Além disso, os parágrafos devem ser concisos, a fim de passar o máximo de
informações com mínimo de palavras. Nesse sentido, as palavras de transição, como já vimos, servem de
importantes elementos de conexão.
Antes de começarmos a escrever, todos nós passamos por três momentos que antecedem a produção
efetiva da redação. Veremos alguns detalhes desses momentos importantes.

Momento 1: inspiração

Esse momento corresponde ao processo criativo do autor. Quando alguém escreve, é preciso que haja
criatividade e ideias que construirão o texto.
Anote, sem muitos critérios, tudo o que vem a sua mente para que nenhuma ideia seja perdida ou
esquecida. Não há regras; apenas deixe a imaginação fluir. Você se lembrará da maior parte das coisas que
viu, ouviu ou pensou sobre o assunto em questão.

Momento 2: organização

Nesse ponto você deve organizar as ideias que surgiram, já que nem todas elas terão espaço para
aparecer no seu texto. Selecione as que melhor se encaixam com a temática, considerando a qualidade
da sua argumentação, a melhor ordem para serem colocadas e pense em como serão trabalhadas. Depois
disso, você passará para o próximo momento.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
33

Momento 3: estruturação

Para ser bem escrito, um texto deve ter uma estrutura. Isso implica sua composição, com começo
(introdução), meio (desenvolvimento) e fim (conclusão). A Figura 11 apresenta a estrutura correta de um
texto.

INTRODUÇÃO
Apresenta o texto ao leitor e serve apenas para iniciar o assunto que será tratado,
indicando, na medida do possível, o rumo que o texto seguirá. Logo, os primeiros
parágrafos correspondem à introdução da sua redação e devem passar a ideia
principal do texto.

DESENVOLVIMENTO
É a maior parte de sua redação e corresponde ao momento central que irá concen-
trar toda sua argumentação. Ao desenvolver um assunto, tenha em mente o que
você irá apresentar antes de escrever: pense antes de escrever e limite-se a
escrever sobre o que você conhece. O desenvolvimento do texto deve ser coerente
com a introdução e a conclusão.

CONCLUSÃO
Esse momento é a oportunidade que você tem para dar um fechamento, uma
“amarração” fina à redação. Deve-se finalizar o assunto tratado, retomando, de
forma breve, o que foi anteriormente discutido e, principalmente, oferecendo uma
solução para a questão que você desenvolveu. Nunca inicie um outro assunto ou
tópico nesse momento, pois ele ficará vago e pouco desenvolvido. Continue sendo
objetivo, coerente e conciso.
Figura 11 - Estrutura correta do texto.
Fonte: SENAI-RS.

2.7.1 TEMA X TÍTULO: UMA CONFUSÃO MUITO COMUM

Muitas pessoas confundem tema e título na hora de escrever uma redação. Quando o professor solicita
que seja escrito um texto a respeito de determinado assunto, muitas vezes o aluno insere no lugar do título
o tema sobre o qual foi solicitado a escrever.
Cuidado para não cair nessa armadilha!
A Figura 12 apresenta a diferença entre tema e título.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
34

TEMA TÍTULO

É uma ideia abrangente sobre É uma síntese do texto escrito


um assunto que será que resume a ideia central do
argumentada no texto. Por que foi argumentado. Veja um
exemplo: “O crescimento do exemplo de título para o tema
consumo e o aumento da que apresentamos: ”O
inflação na sociedade brasileira". consumismo e a pobreza
nos grandes centros urbanos”.
Figura 12 - Diferença entre tema e título.
Fonte: SENAI-RS.

2.7.2 TEXTO TÉCNICO E SEUS ELEMENTOS

O texto técnico é construído com base no repertório de termos utilizados, especificamente, por
determinada área profissional. Por isso, é utilizado, fundamentalmente, em atividades organizacionais
públicas e privadas, para a elaboração de memorandos, circulares, requerimentos, relatórios, avisos, atas,
entre outros. Os textos técnicos apresentam dois elementos em sua estrutura, como veremos a seguir.

Descrição de objeto

Quando apresentamos um equipamento, serviço, produto, utensílio, peça ou qualquer outro objeto,
com predomínio de adjetivos, fazemos uma descrição de objeto. Normalmente, descrevemos objetos
apresentando sua aparência e seus detalhes, suas características e os elementos que os compõem.
Quando você procura algum equipamento ou serviço na internet, por exemplo, e acessa a descrição
desse objeto ou do serviço, temos sua descrição técnica. O foco é no produto ou serviço acabado, finalizado.

Descrição de processo

Quando apresentamos um equipamento, serviço, produto, utensílio, peça ou qualquer outro objeto,
com predomínio de verbos de ação, fazemos uma descrição de processo. Normalmente, descrevemos
processos apresentando seus procedimentos de utilização e funcionamento, as fases de um trabalho ou
de uma pesquisa ou as etapas de fabricação de um produto. Quando você procura algum equipamento ou
serviço na internet, por exemplo, e acessa a forma de utilização desse objeto ou serviço, temos a descrição
de processos. O foco é no processo de realização ou utilização do produto ou serviço.
Independentemente do tipo de texto ou de redação técnica e científica, todos esses documentos são
regidos pelos mesmos princípios básicos da produção textual: clareza (coesão e coerência), correção,
obediência às normas gramaticais e objetividade. Entretanto, há algumas diferenças entre essas redações,
que podemos observar no Quadro 3.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
35

REDAÇÃO TÉCNICA/CIENTÍFICA REDAÇÃO LITERÁRIA


Precisão do vocabulário e exatidão de detalhes. Vocabulário de expressividade linguística e
imaginativa.
Imparcialidade e objetividade. Subjetividade.
Significado preciso e único. Sentido figurado com uso de metáforas.
Uniformidade na estrutura, na terminologia e Multiplicidade de estruturas, terminologias e
no estilo. estilo.
Linguagem denotativa. Linguagem conotativa.
Função referencial. Função poética.
Quadro 3 - Diferenças entre tipos de redação.
Fonte: SENAI-RS.

Como futuro instrumentista industrial, você deverá ler e redigir um tipo específico de texto técnico,
o relatório técnico. Vamos conhecer, então, sua estrutura e algumas dicas de como elaborar esse tipo de
texto técnico.

2.7.3 RELATÓRIO TÉCNICO

O relatório é um tipo de descrição técnica que tem o objetivo de apresentar os passos de um


procedimento, do funcionamento de um aparelho ou de uma máquina, entre outros. O relatório se tornou
uma ferramenta por meio da qual o administrador ou o técnico consegue acompanhar as atividades
desenvolvidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível estar presente durante todas as fases
dos processos.
Os relatórios podem ser simples, complexos, individuais ou coletivos, parciais ou completos, periódicos ou
eventuais, técnicos, científicos, econômicos, administrativos, dentre outros. Independentemente do tipo de
relatório, ele deve, obrigatoriamente, levar o leitor a uma conclusão, caso contrário, não atingiu seu propósito.
Como em todo documento oficial, a linguagem empregada deve ser clara, coerente, precisa, objetiva e
correta, pautando-se pelo uso da norma culta.

VOCÊ Entre os tipos de relatórios, destacam-se os relatórios de pesquisa científica, os re-


latórios de atividades escolares, os relatórios técnicos, os relatórios comerciais, os
SABIA? relatórios administrativos e os relatórios de prestação de contas.

Estrutura para construção do relatório técnico

Como você já sabe, o principal texto técnico que você irá ler e escrever quando estiver trabalhando
como instrumentista industrial é, exatamente, o relatório técnico. Não há um padrão rígido que oriente
a produção desse tipo de documento. Entretanto, há elementos fundamentais que qualquer relatório
técnico deve ter, caso contrário, o relatório não cumprirá seu objetivo. Observe no Quadro 4 os elementos
que devem constar no relatório técnico.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
36

ELEMENTO DESCRIÇÃO
Abertura • título;
• local e data em que foi escrito (geralmente mês e ano ou apenas o ano);
• assunto (resumido).
Introdução Declara-se, no primeiro parágrafo do texto, o propósito do relatório. Você deve
responder às seguintes questões:
• o quê? (identificação);
• a pedido de quem? (autoridade que determina a investigação);
• quem? (a pessoa incumbida da investigação);
• por quê? (objetivo do trabalho);
• como? (ação, elaboração, método).
Desenvolvimento Exposição detalhada dos procedimentos realizados e dos fatos apurados ou
ocorridos, geralmente, divididos em tópicos específicos, indicando:
• datas;
• locais;
• metodologia adotada;
• pessoas/equipamentos envolvidos;
• apreciação técnica (julgamento dos fatos ou considerações sobre os eventos
observados).
Conclusão Contém considerações finais a respeito da tarefa como:
• providências (cabíveis, claras, ordenadas);
• recomendações de providências cabíveis;
• sugestões.
Fechamento • utiliza expressões, como respeitosamente ou atenciosamente;
• espaço para assinatura;
• nome do autor;
• cargo ou função.
Anexos • tabelas, dados estatísticos, gráficos, ilustrações, fotos, mapas, documentos;
• informações complementares;
• referências bibliográficas (quando houver).
Quadro 4 - Elementos do relatório técnico.
Fonte: SENAI-RS.

Além do relatório técnico, você deverá ler também os manuais técnicos de máquinas e
SAIBA equipamentos. Eles são fundamentais para que você consiga trabalhar de forma corre-
MAIS ta, de acordo com os princípios de segurança individuais, coletivos e ambientais.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
37

Relatório técnico x laudo técnico

Muitas pessoas confundem laudo com relatório técnico. O laudo fundamenta-se em análises, devendo
ser conclusivo e conter sugestões e diretrizes, isto é, o laudo indica um estudo mais aprofundado. Já o
relatório deve conter informações a respeito de providências tomadas em determinadas situações e justificar
tais encaminhamentos feitos. Seu conteúdo deve ir para além de um mero detalhamento burocrático e
conter informações para uma primeira tomada de decisão, devendo, também, estarem explícitas as razões
pelas quais tais informações e encaminhamentos foram avaliados como viáveis. Não sendo dessa forma, o
documento não será um relatório, mas sim um informe técnico.

2.8 TÉCNICAS DE ARGUMENTAÇÃO

Opiniões divergentes estão presentes na vida pessoal e profissional de todos nós. Quando estamos
debatendo ideias com familiares, amigos ou colegas de trabalho, devemos construir argumentos a fim de
defender nossa opinião. A argumentação busca convencer, influenciar ou persuadir alguém, defendendo
ou repudiando uma tese ou ponto de vista. A argumentação (FIGURA 13) está presente em diversos
momentos do nosso cotidiano, quando:
• apresentamos nossa opinião;
• propomos uma solução para um problema;
• queremos convencer os outros a ceder a um pedido nosso.

Figura 13 - A argumentação no ambiente de trabalho.


Fonte: SENAI-RS.

Argumentar bem é um ato de inteligência. Para a argumentação ser eficaz, é necessário seguir algumas
regras, dentre as quais:
• ter conhecimento claro da ideia que será defendida, buscando informação e documentação
necessárias;
• considerar as pessoas que se pretende convencer, a fim de preparar ou selecionar as razões que se
consideram mais eficazes para o caso concreto;
• elaborar um resumo com os principais dados e argumentos que serão utilizados;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
38

• prever possíveis perguntas e réplicas dos ouvintes e preparar outros argumentos ou respostas que
possam convencê-los;
• apresentar com correção e clareza os argumentos, procurando não ofender ninguém: defende-se ou
critica-se ideias, não pessoas.
Para ampliar a capacidade argumentativa, muitas pessoas utilizam técnicas de persuasão. Os discursos
políticos, geralmente, são fortalecidos com essas técnicas. Muitos políticos, mesmo sem argumentos
consistentes, podem convencer milhões de pessoas utilizando, apenas, as técnicas de persuasão. De fato, o
poder da persuasão pode mover multidões, causar ou interromper guerras e revoluções. Por meio de uma
postura individual estratégica e palavras ditas em momentos-chave, uma pessoa pode influenciar muitas
outras (FIGURA 14).

Figura 14 - O magnetismo pessoal da persuasão.


Fonte: SENAI-RS.

Uma das características mais marcantes de uma pessoa persuasiva é que ela deixa a impressão de
falar aquilo que queríamos ouvir. Ora, isso não acontece por acaso, pois é resultado de preparação e
conhecimento acerca do assunto tratado, de si mesmo e do público-alvo. Para tanto, deve-se:
• conhecer o tema que será apresentado: é muito importante apresentar os assuntos de forma simples,
clara e objetiva. Para isso, você deve dominar o assunto e demonstrar segurança sobre o tema que irá
abordar;
• falar com entusiasmo e emoção: valorize o assunto e faça pausas em sua fala, olhando para as pessoas,
a fim de sentir o “clima” e o impacto de sua apresentação;
• conhecer o seu público: esse é o principal segredo do poder de persuasão. Adapte sua linguagem a
cada público e escolha a melhor forma de se expressar, para que você se aproxime das pessoas como
se fosse um conhecido delas, sem exageros e situações artificiais.

2.9 APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

“Detesto falar em público.” Esse tipo de desabafo é muito comum e bastante compreensível. Falar em
público significa expor-se ao julgamento alheio. Há uma multidão de olhos e ouvidos atentos a cada uma
de nossas palavras e gestos, prontos para avaliá-lo nos mínimos detalhes. Assim, sentir-se frágil e inseguro
nessas circunstâncias é perfeitamente natural. Contra tal sensação, só existe um “antídoto”: planejamento.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
39

2.9.1 PLANEJAMENTO

O planejamento é, sem dúvida, a etapa mais importante de qualquer exposição oral. O primeiro passo
é levantar informações sobre todos os fatores envolvidos no evento. Busque respostas para seguintes
perguntas:
• público: qual é o nível de conhecimento que eles possuem sobre o tema? São leigos ou sabem tanto
quanto você? Se souberem mais do que você, estude ainda mais sobre o tema;
• dúvidas: falta levantar algum tópico sobre o assunto? É fundamental que você faça uma lista de
possíveis perguntas que possam surgir no momento de sua apresentação, para que você não seja
pego de surpresa;
• local e tempo: qual será o local da apresentação e quanto tempo você terá para sua exposição? Qual o
tipo do evento e qual a infraestrutura disponível? Você terá acesso à internet? A apresentação poderá
ser projetada em uma tela? Dependendo da infraestrutura, você deverá adaptar sua apresentação aos
recursos disponíveis;
• abordagem: sua apresentação poderá ser mais descontraída ou deverá ser mais séria? Você poderá ser
mais emocional ou técnico? Essas perguntas, normalmente, dependem do tipo do evento.

Roteiro básico

A partir das repostas obtidas sobre o público, as dúvidas, o local, o tempo/infraestrutura e a abordagem,
você deve preparar um roteiro básico de sua apresentação. Esse roteiro será a estrutura de sua apresentação, ou
seja, como você efetivamente irá desenvolvê-la. O próximo passo é certificar-se de que você realmente domina
cada um dos tópicos que irá apresentar. Não basta ter conhecimento superficial, precisa estar a par de todos
os detalhes e atualizações da área, além de estar preparado para responder às perguntas da plateia. Busque
informações na internet ou na biblioteca e estude detalhadamente os textos encontrados.

As etapas da exposição oral

Com o roteiro básico estruturado, você pode passar para as etapas da exposição oral propriamente dita,
que se divide em:
• abertura: o expositor se apresenta e cumprimenta o público;
• introdução: é o momento em que o expositor apresenta o tema a ser tratado. Também deve indicar
quais informações serão apresentadas e em que ordem, ou seja, deve fornecer à plateia um plano
geral da exposição;
• desenvolvimento: esta é a fase mais longa, em que o expositor discorre sobre o tema na ordem
anteriormente anunciada;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
40

• recapitulação e síntese: ao fim da explanação, o expositor deve retomar os principais pontos abordados
e formular uma síntese;
• considerações finais: este é o momento para o expositor deixa sua “mensagem” ao público: pode ser
uma opinião pessoal sobre o tema;
• participação do público: nesta etapa (que nem sempre ocorre), abre-se um espaço para que a plateia
possa manifestar suas dúvidas e comentários;
• encerramento: neste momento final, o expositor agradece à plateia e despede-se cordialmente.

Figura 15 - Apresentação oral.


Fonte: SENAI-RS.

Dicas importantes

Muitas vezes, quando vamos fazer alguma apresentação oral, esquecemos de seguir algumas dicas
fundamentais. Listamos alguns aspectos importantes que devem ser seguidos, pois demonstram, para
quem está nos ouvindo, segurança e controle da situação.
Altura da voz: não pode ser alta nem baixa demais;
Ritmo e entonação: de maneira geral, você não deve falar devagar demais, nem rápido demais – seja
natural;
Tempo: controle o tempo, consulte seu relógio de pulso ou um celular (ajuste o modo silencioso), que
pode ficar sobre uma mesa ao seu lado;
Linguagem corporal: esse é um dos pontos cruciais na apresentação oral. Não mantenha as mãos no
bolso nem atrás no corpo. Se a apresentação for em grupo, quando você não estiver falando, não fique
encostado na parede. Isso é muito comum de acontecer, quando o grupo tem mais de quatro ou cinco
pessoas: uma pessoa fica apresentando e as outras ficam encostadas na parede, uma ao lado da outra,
olhando para o colega que está falando. Vocês já devem ter visto apresentações desse tipo. Fica bem
estranho, não? Evite que isso aconteça. Ensaie essa parte da apresentação.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
41

Outro ponto importante é que as suas mãos devem ficar livres e relaxadas e acompanhar o ritmo da
apresentação, mas não exagere com o movimento dos braços. Mantenha a postura do corpo ereta e
natural, sem afetações. Preste atenção com relação aos cacoetes gestuais, como passar toda hora a mão no
cabelo ou no rosto;
Cacoetes linguísticos: muita atenção com os cacoetes ou vícios linguísticos, tais como “né?”, “tá?”, “veja
só”, “então”, “aí né”; “tipo assim”, “então tá”.

Faça vários ensaios. Peça para alguém de sua família ou amigo fazer o papel da pessoa
SAIBA que está assistindo, como fosse uma encenação. Treine várias vezes. A cada ensaio que
MAIS você fizer, mais seguro você ficará para o dia da apresentação.

Coesão da apresentação

Não é só o texto escrito que precisa de “costuras”. No Quadro 5, temos alguns exemplos de frases que
você pode usar para orientar a plateia ao longo de toda a apresentação.

ETAPA FRASES
Introdução • “O tema desta exposição é...”;
• “Primeiro, vamos ver...”;
• “Em seguida, vamos analisar...”;
• “Para iniciar nossa apresentação...”.
Desenvolvimento • “Acabamos de ver, portanto, que...”;
• “Agora, passaremos aos aspectos relacionados a...”;
Recapitulação • “Ao longo desta exposição, vimos que...”;
• “Em resumo...”.
Considerações finais • “Para encerrar, gostaria de lhes propor uma reflexão...”;
• “Concluindo, devo dizer que...”.
Quadro 5 - Elementos de coesão de uma apresentação oral.
Fonte: SENAI-RS.

2.9.2 O DIA DA APRESENTAÇÃO

Chegou o grande dia da apresentação. É natural estar um pouco ansioso, mas lembre-se de que se você
cumpriu todas as etapas do planejamento; a probabilidade de agradar ao público é grande.
Vista-se de maneira adequada ao evento. Mesmo em situações mais informais, evite usar bonés e outras
peças exageradamente esportivas. A apresentação não é o momento de se exibir nem de impor seu estilo
pessoal. Por isso, não utilize gírias e piadas, pois ser informal e natural não é agir de qualquer maneira. Há
regras que você deve seguir (FIGURA 16).
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
42

Figura 16 - Apresentação oral individual.


Fonte: SENAI-RS.

É fundamental que você chegue com bastante antecedência, assim terá tempo para acalmar-se, bem
como providenciar e organizar todos os itens que usará durante a apresentação (por exemplo, notebook,
quadro branco, cartazes, entre outros). Chegando cedo, você vai se acostumando com o ambiente e com
as pessoas, tornando o ambiente familiar.
Durante a apresentação, mantenha o tempo todo contato visual com a plateia. Evite, porém, olhar
fixamente para uma pessoa só ou apenas para a primeira fila. Caso se atrapalhe ou se esqueça de algo, não
se desespere. Se você não lembrar, não tem problema; passe para a próxima etapa da apresentação.

Mantenha um resumo do roteiro de sua apresentação escrito em uma ficha, que pode
SAIBA ser a metade de uma folha A4. Deixe esse roteiro sobre uma mesa que fique próxima a
MAIS você. De vez em quando, você vai até a ficha, dá uma rápida olhada e você se lembra-
rá de todas as etapas da apresentação.

Caso a apresentação seja em grupo, vocês devem definir com antecedência o que cada um falará
e em que ordem. É muito importante também, que vocês dividam o tempo para cada etapa da
apresentação. Por exemplo, se vocês têm 15 minutos de apresentação, cada um deverá ter 5 minutos
para falar (FIGURA 17).
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
43

Figura 17 - Apresentação em grupo.


Fonte: SENAI-RS.

Na hora da apresentação, é muito comum um colega se empolgar e passar do tempo que ele tem,
prejudicando, assim, o tempo de apresentação do próximo colega. Esse é um dos erros básicos de
apresentações em grupo e demonstra para o avaliador falta de planejamento. Para evitar essa armadilha,
ensaiem juntos a fim de manter a coesão entre as partes apresentadas por todos. É muito bom assistir a
uma apresentação em grupo quando ela está bem planejada. Quando um dos colegas terminar sua parte,
ensaiem uma fala como essa: “Concluímos, portanto, que a energia solar é uma opção de grande potencial,
mas que ainda há alguns importantes desafios para superar. Agora, o Pedro vai falar um pouco sobre outra
fonte de energia alternativa, a eólica”. Quando Pedro for falar, ele deve dizer: “Bom dia a todos! A Susana
acabou de apresentar os benefícios e os desafios da energia solar. Vamos manter essa linha de análise, mas,
agora, em relação à energia eólica...”.
Seguindo essas dicas e, principalmente, planejando e ensaiando sua apresentação individual ou em
grupo, o dia da apresentação será um sucesso. Não há mistério, se você planejar um roteiro bem estruturado
e dominar o assunto que irá apresentar.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos que a comunicação é composta por alguns elementos essenciais para que uma
mensagem seja transmitida: emissor, receptor, canal de comunicação, código e contexto. Você também
aprendeu que as variações do uso da língua portuguesa são classificadas como variedade padrão e não padrão.
Para ajudá-lo a sintetizar as informações recebidas no cotidiano, você recebeu algumas dicas de como fazer
um resumo. Depois disso, passamos ao estudo mais aprofundado do texto. Você aprendeu que há três tipos
principais de texto – descritivo, narrativo e dissertativo – dos quais se originam os gêneros textuais, como a carta
comercial, a receita, o relatório, entre outros.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
44

Após essa etapa, estudamos, de forma detalhada, a estrutura de um parágrafo e vimos que cada parte dele
precisa ter início, meio e fim, o que chamamos de introdução, desenvolvimento e conclusão. Você aprendeu
que um texto precisa ser coeso, objetivo e coerente. Além disso, devemos estar atentos ao uso das novas regras
ortográficas e das normas de pontuação e de ortografia.
Em relação ao dia a dia de trabalho como instrumentista industrial, fizemos uma série de recomendações
sobre redação técnica e relatório técnico, bem como sugerimos dicas valiosas de apresentação e de
argumentação, pois em algum momento do trabalho, você deverá se reportar ao seu superior ou se relacionar
com os colegas. Para isso, deverá saber argumentar e apresentar questões técnicas, com postura, segurança
e domínio sobre o assunto.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
45

Anotações:
PESQUISA

Diariamente, sabemos dos resultados de uma pesquisa eleitoral, de mercado, de opinião, ou


seja, estamos familiarizados com os termos utilizados nesses tipos de pesquisa. Já no campo
acadêmico, há outros tipos de pesquisa, tais como:
• pesquisa bibliográfica: desenvolvida a partir de material já elaborado e, constituído,
principalmente, por livros, periódicos e outros tipos de publicações;
• pesquisa de publicações eletrônicas: realizada em artigos científicos, em livros digitais
disponíveis em bibliotecas ou repositórios virtuais;
• pesquisa de campo ou investigação: elaborada por meio do estudo de indivíduos, grupos,
comunidades, instituições, acontecimentos, entre outros.
Além dos tipos de pesquisa, temos a natureza da pesquisa, que pode ser básica ou aplicada.
Se for uma pesquisa básica, ela gera conhecimentos novos para a ciência, mas sem a aplicação
prática prevista em curto prazo. Normalmente, este tipo de pesquisa é realizado nas universidades.
Já a pesquisa aplicada, gera conhecimentos para a aplicação prática e apresenta soluções para
os problemas específicos. Geralmente, as pesquisas aplicadas são desenvolvidas em centros e
institutos de pesquisa – a indústria utiliza bastante os resultados de pesquisas aplicadas.

Uma pesquisa é um conjunto de ações que visam descobrir ou aprofun-


dar novos conhecimentos em uma determinada área. Logo, pesquisa é
VOCÊ uma forma de investigação. Não é possível fazer pesquisa sem que haja
SABIA? um problema para resolver ou uma pergunta para responder. Toda pes-
quisa é feita para ampliar o conhecimento, qualquer que seja a área de
trabalho do pesquisador.

Você, como estudioso da área técnica, sempre terá algo para investigar, pesquisar, levantar
hipóteses e encontrar soluções. E como um bom pesquisador, deverá planejar suas ações que
serão concretizadas na forma de uma monografia, um trabalho de conclusão de curso, uma
dissertação, um relatório, entre outros. Veremos alguns detalhes sobre o planejamento para
que você consiga elaborar trabalhos técnicos com mais facilidade e de forma correta.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
48

3.1 PLANEJAMENTO

O planejamento é fundamental em uma pesquisa. Por essa razão, mesmo que você ainda não seja um
pesquisador, precisará planejar o seu trabalho técnico, seguindo as etapas da Figura 18.

Quem é o autor do
IDENTIFICAÇÃO
trabalho?

TEMA O que será feito?

OBJETIVOS Qual a finalidade?

JUSTIFICATIVA Por que será feito?

REVISÃO Quais os fundamentos


BIBLIOGRÁFICA teóricos?

METODOLOGIA Como será feito?

Confirmar ou rejeitar
ANÁLISE
hipóteses

CRONOGRAMA Quando será feito e


em quanto tempo?

Quais as fontes
REFERÊNCIAS
de consulta?

Figura 18 - As etapas do planejamento.


Fonte: SENAI-RS.

Você saberia dizer como realizar cada uma dessas etapas? Apresentaremos, a seguir, as principais
características para que você possa cumpri-las, pois todas estão ligadas entre si.

3.1.1 IDENTIFICAÇÃO

Você deve incluir os dados de quem irá fazer o trabalho e da instituição da qual faz parte: nome do
autor, título e subtítulo do trabalho, local (cidade), data (ano de entrega), instituição (nome da instituição/
escola e curso).

3.1.2 TEMA

Nessa fase você deve escolher o tema de seu trabalho. Ele deve ser original, relevante e interessante,
além de ser oportuno. Depois da escolha do tema, formule o problema e estabeleça uma hipótese que
sirva de princípio para orientar a pesquisa. Recomenda-se que a pessoa escolha um tema com o qual tenha
afinidade e, de preferência, familiaridade.
3 PESQUISA
49

3.1.3 OBJETIVOS

Você pode ter um único objetivo ou objetivos complementares. Se tiver um objetivo apenas, deverá
descrever o objetivo geral, que define o propósito geral do trabalho e está diretamente ligado com o tema
(pergunta ou problema). Entretanto, você pode detalhar o objetivo geral, por meio de objetivos específicos.
Eles servem para esmiuçar um pouco mais o objetivo geral.

3.1.4 JUSTIFICATIVA

Para escrever a justificativa, faça uma pergunta a si mesmo:


Por que o tema de seu trabalho é importante?
Desse modo, você responderá quais os pontos positivos do trabalho, as vantagens e benefícios
proporcionados por sua pesquisa? A justificativa deverá convencer a você e, principalmente, a quem for ler
seu trabalho que sua pesquisa proposta é relevante. Evite justificativas de ordem pessoal ou juízos de valor.

3.1.5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Pesquise o que já foi escrito a respeito do tema que você escolheu. Cuidado para não cair na tentação de
copiar ideias que não são suas. Isso é plágio. Você gostaria que fizessem o mesmo com você?
Plágio é copiar a ideia ou a forma de uma obra criada por um autor. Ou seja, não basta você alterar a
forma como um texto é escrito, ainda assim a ideia continuará sendo original de outra pessoa. Havendo
a necessidade de usar um trecho de texto de um livro ou da Internet, utilize a citação como recurso, que
pode ser direta ou indireta. Na citação direta você pode usar o texto tal qual no original, mas deve colocá-lo
entre aspas e citar o autor. Na citação indireta você escreve com suas palavras a ideia original, mas também
referencia o criador da obra.
A revisão bibliográfica também serve para que você pesquise os trabalhos mais recentes sobre temas
semelhantes ao seu. Você pode se surpreender e encontrar trabalhos inéditos que demonstram que a abordagem
que você escolheu para determinado tema está ultrapassada ou equivocada.

3.1.6 METODOLOGIA

Nesta etapa, você irá definir que tipo de pesquisa será feita, quais os procedimento técnicos
que irá adotar, onde e como o trabalho será desenvolvido, qual a população analisada (universo
da pesquisa), a amostragem e os instrumentos de coleta, além do processo e do tipo de análise de
dados que serão aplicados.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
50

Como você pode notar, a metodologia é mais apropriada para pesquisas mais aprofundadas do ponto
de vista científico. Entretanto, seja em trabalhos escolares ou universitários, seja em textos técnicos
desenvolvidos no contexto de trabalho, é sempre importante que você apresente uma metodologia de
trabalho, por mais simples que ela seja. Dentre os principais métodos disponíveis, temos:
Pesquisa documental ou bibliográfica: nesse método, o trabalho de campo resume-se ao exame de
documentos, livros, artigos, jornais, revistas, etc. É muito utilizado em estudos históricos e também nas
chamadas revisões de literatura – um tipo de pesquisa que examina boa parte do que já pesquisou em
determinado campo e sintetiza os principais resultados;
Etnografia: a essência do método etnográfico é a observação participante: o pesquisador tem contato
direto com a situação ou a comunidade estudada, pois participa dela. É bastante comum nas ciências
humanas e sociais;
Experimental: esse tipo de método é realizado por meio de experimentos;
Estudo de caso: esse método consiste em examinar detalhadamente um único objeto ou fato para
apresentar resultados que possam ser aplicados a outras situações semelhantes. Por exemplo: os resultados
de uma pesquisa sobre a taxa de infecção de um hospital podem servir para análises semelhantes em
outros hospitais, desde que haja semelhanças suficientes entre eles.

3.1.7 ANÁLISE

Selecionado o método de pesquisa, o passo seguinte é escolher e preparar os instrumentos de coleta


de dados para que eles possam ser analisados. Existem quatro instrumentos básicos de análise de dados:
• observação;
• entrevista;
• questionário;
• análise de documentos.

Ao preparar os questionários e os roteiros das entrevistas, é preciso muita atenção, pois


SAIBA se as perguntas estiverem mal redigidas ou incompletas, não será possível levantar
MAIS dados adequados para responder às perguntas de pesquisa. Antes de aplicar os instru-
mentos, recomenda-se que o pesquisador teste-os em uma amostra dos participantes.
3 PESQUISA
51

3.1.8 CRONOGRAMA

O cronograma identifica cada etapa da pesquisa e suas datas de início e término, como elaboração do
projeto, coleta de dados, tabulação e análise de dados, elaboração do relatório final. O gráfico de Gantt, como
apresentado no Quadro 6, é um recurso bastante interessante para que você possa apresentar as datas de
início e término de todas as etapas de seu projeto, de forma clara e objetiva.

ATIVIDADE DURAÇÃO SEMANAS


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Elaboração do projeto 6 x x x x x x
Coleta dos dados 10 x x x x x x x x x x
Tabulação e análise de dados 2 x x
Elaboração do relatório final 2 x x

Quadro 6 - Elementos de coesão de uma apresentação oral.


Fonte: SENAI-RS.

3.1.9 REFERÊNCIAS

Cite os documentos utilizados no trabalho ao longo do texto, de acordo com a NBR 10520:2002 Informação
e documentação - Citações em documentos - Apresentação. Os mesmos documentos também devem ser
mencionados nas referências, ao final da publicação, seguindo a NBR 6023:2002 Informação e documentação
- Referências - Elaboração. O Quadro 7 apresenta alguns exemplos de como elaborar referências, dependendo
do tipo de publicação.
(CONTINUA)

TIPO DE FORMATO DA REFERÊNCIA EXEMPLO


PUBLICAÇÃO
Monografia: in- AUTOR. Título: subtítulo. Edição. Local SOLE, Antonio Creus. Instrumentação
clui livro, folheto (cidade) de publicação: editora, data. industrial. 4. ed. Barcelona: Marcombo
(manual, catá- Boixareu, 1989.
logo, dicionário,
enciclopédia,
etc.)
Capítulo de livro AUTOR DO CAPÍTULO. Título do WUNSCH FILHO, V.; KOIFMAN, S. Tumores
capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título: malignos relacionados com o trabalho.
subtítulo do livro. Edição Local (cidade) In: MENDES, R. (Coord.). Patologia do
de publicação: editora, data volume (se trabalho. 2. ed. São Paulo: Atheneu,
houver mais de um), capítulo, páginas 2003. v. 2, p. 990-1040.
inicial-final.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
52

(CONCLUSÃO)

TIPO DE FORMATO DA REFERÊNCIA EXEMPLO


PUBLICAÇÃO
Artigos de AUTOR. Título do artigo. Título do ALTOÉ, Leandra. Análise energética de
periódicos em periódico, Local de publicação (cida- sistemas solares térmicos para diferen-
congressos de), número do volume. Número do tes demandas de água em uma residên-
fascículo, páginas inicial-final, mês. cia unifamiliar. Ambiente Construído,
ano. Porto Alegre, v. 12, n. 3, p. 75-87. jul.- set.
2012.
Todos os tipos, Referência conforme indicado antes. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
quando consul- Disponível em: <endereço eletrônico>. TÉCNICAS. Catálogo. Rio de Janeiro,
tados no forma- Acesso em: dia mês. ano. 2014. Disponível em: <http://www.
to eletrônico abntcatalogo.com.br/>. Acesso em: 20
nov. 2014.
Documentos de AUTORIA. Título do serviço ou pro- SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS
acesso exclusivo duto. Informações complementares MICROS E PEQUENAS EMPRESAS.
em meio eletrô- (Coordenado ou desenvolvido por) Casos de sucesso. Apresenta casos de
nico (sites, lista Disponível em: <endereço eletrônico>. empreendedorismo de todo o Brasil.
de discussão, Acesso em: dia mês. ano. Disponível em: <http://www.casosde-
etc) sucesso.sebrae.com.br>. Acesso em: 31
out. 2011.
Quadro 7 - Exemplos de citação de referências.
Fonte: SENAI-RS.

3.2 PESQUISA VIRTUAL

A quantidade de informações disponíveis na internet é fantástica, mas, infelizmente, diversas fontes


de informações não são confiáveis. Você já deve ter lido algum assunto ou assistido a um vídeo que
estava publicado em sites famosos de informações que, com o passar do tempo, ficou comprovado que a
informação não era verdadeira.
Por isso, você pode e deve utilizar a internet como um excelente recurso de pesquisa, mas tenha atenção.
Confira as bibliografias, as imagens, os vídeos, enfim, todas as informações que você obtiver na rede, para
saber se elas são verdadeiras ou não.

3.2.1 BIBLIOGRAFIAS CONFIÁVEIS E NÃO CONFIÁVEIS

Para pesquisar uma determinada bibliografia, você deve agir como um investigador, procurando as
melhores pistas. Veja algumas dicas no Quadro 8.
Dicas para investigação de bibliografias confiáveis
3 PESQUISA
53

IDENTIFIQUE A INFORMAÇÃO Verifique se o autor está identificado, se é especialista no


CONFIÁVEL:
tema e se é responsável pelo que escreveu. Observe a data
de publicação.
QUESTIONE OS PRIMEIROS Leia e revise várias páginas referentes ao mesmo assunto.
RESULTADOS DO SITE DE
PESQUISA (GOOGLE, BING): Pesquise em sites com domínio “.gov”, “.edu”, “.ind” e “.org”.

EXTRAIA O MÁXIMO DE SUA Refine sua pesquisa. Veremos alguns exemplos no próximo
PESQUISA:
capítulo.
RECORRA A BASES E FONTES As bases de dados de universidades, do Portal CAPES e
CONHECIDAS:
SciELO são confiáveis e foram revisadas por especialista
no tema.
Quadro 8 - Dicas para investigação de bibliografias confiáveis.
Fonte: SENAI-RS.

O mesmo rigor para pesquisar bibliografias confiáveis no mundo virtual deve ser aplicado quando você
for a bibliotecas públicas, escolares ou universitárias. A vantagem dessas bibliotecas é que, normalmente,
contamos com a ajuda do bibliotecário e de pessoas que fizeram a seleção prévia e catalogação de conteúdos,
e ainda realizam constantes revisões no acervo físico disponível para nossa consulta. Visite mais as bibliotecas
do seu bairro e de sua escola, pois são lugares apropriados para você estudar individualmente ou em grupo
com seus amigos.

3.2.2 LEGISLAÇÃO NA REDE

Retornando ao mundo virtual, você deve saber que já dispomos de uma lei que estabelece os princípios,
as garantias, os direitos e os deveres para o uso da internet no Brasil. De acordo com a Lei n.° 12.965 (BRASIL,
2014), também conhecida como Marco Civil da Internet, as informações pessoais e os registros de acesso só
poderão ser vendidos se o usuário autorizar expressamente a operação comercial.
No ambiente escolar, também temos que seguir normas internas que regimentam a utilização da
Internet, como a utilização somente para fins de pesquisa e trabalhos escolares, a proibição de acesso a
sites de pornografia, a restrição ao uso inadequado da imagem, a proibição do bullying virtual, entre outras
normas de conduta.
Como estamos falando de legislação, é importante que você também saiba que há condutas de
comunicação e de convívio que devemos utilizar, conhecidas como netiqueta. Da mesma maneira que você
não entra em uma sala de reuniões gritando, nem insulta e ofende deliberadamente as pessoas na rua, no
mundo virtual também temos que seguir as condutas da boa educação. Desse modo, desenvolvemos uma
cultura de convívio na rede que beneficia a todos.
Como o filósofo chinês Confúcio já ensinava, há mais de 2.700 anos, com sua ética da reciprocidade (2006):
“Não faças aos outros o que não queres que façam a ti”.
No mundo virtual devemos seguir a mesma postura: não devemos fazer aos outros o que não queremos
que seja feito em relação a nós. Assim, listamos algumas boas dicas de convívio no mundo virtual:
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
54

• use a força de seus argumentos nas conversas em chats, fóruns e redes sociais e não a força dos insultos
e ofensas pessoais;
• evite escrever em letras maiúsculas, pois parece que você está gritando;
• evite o uso abusivo de gifs animados, emoticons e de outros recursos gráficos, como itálico e negrito,
pois você pode ser mal compreendido: quem está do outro lado pode entender o contrário do que
você está pensando;
• divida seu texto em parágrafos para que sua mensagem não tenha a aparência de um bloco de texto;
• evite escrever em outra língua, a menos que seja necessário, pois nem todo mundo conhece outros
idiomas;
• cite a fonte de onde você copiou as informações que estão sendo apresentadas;
• evite reenviar as conhecidas “correntes” e spans (mensagens publicitárias), pois além de desagradáveis
podem conter vírus;
• evite exageros ao utilizar abreviações do tipo “pq”, “naum”, “vc”, “tb”, “qdo”, “aki”, pois apesar de agilizarem
a digitação de mensagens, podem empobrecer seu repertório com uma escrita extremamente curta
e insuficiente;
• escreva de forma clara e objetiva os títulos de seus e-mails, pois é a partir do título que as pessoas
terão o primeiro contato com sua mensagem.

As condutas de netiqueta devem ser utilizadas nas redes sociais e, também, quando
você enviar e-mails. Como você sabe, e-mail é uma abreviação, em língua inglesa, de
VOCÊ eletronic mail, isto é, correio eletrônico. Então, da mesma forma que você não deve
SABIA? insultar ninguém quando escreve uma carta ou um cartão postal, devem seguir es-
ses mesmos princípios quando escreve um e-mail, pois o e-mail é um documento.
Tudo que você escreve e compartilha no mundo virtual está registrado e arquivado.

3.2.3 NAVEGADORES E SITES DE BUSCA

Os navegadores ou browsers servem para que você navegue na internet e possa fazer pesquisas, enviar
e-mails, assistir a vídeos, ler jornais e revistas em seus formatos digitais, participar de redes sociais, entre
outras tantas possibilidades do mundo virtual. Os navegadores atuais mais utilizados são o Internet Explorer,
o Google Chrome e o Mozilla Firefox, e fica ao seu critério utilizar o navegador que mais lhe agrada.
Como você sabe, muitas instituições de ensino proporcionam a seus alunos acesso a acervos digitalizados.
Além disso, existem acervos de acesso público proporcionado por diversas instituições, que permitem o
acesso a diversas obras completas ou partes delas.
No momento de fazer uma pesquisa na internet, muitas pessoas preferem iniciar a pesquisa nos
conhecidos sites de busca, sem utilizar os filtros de busca. Entretanto, podemos utilizar palavras-chave
adequadas para filtrar os resultados, evitando, assim, a quantidade excessiva de links que aparecem
quando fazemos uma busca direta sem os filtros. O Quadro 9 apresenta algumas dicas para que você possa
melhorar a qualidade de sua pesquisa online.
3 PESQUISA
55

TIPOS DE BUSCA EXEMPLO DESCRIÇÃO


Busca básica Instrumentação industrial Serão buscadas páginas em que apareçam
todas as palavras listadas, juntas ou separa-
das e em qualquer ordem.
Busca por uma pa- “instrumentação industrial e Serão buscadas páginas em que apareça a
lavra ou frase exata manômetro" expressão exata.
(com aspas)
Busca com exclusão Controle de processos - judicial Serão buscadas páginas em que aparece a
(sinal de menos) palavra-chave controle de processos, mas
não a palavra judicial. Isso é útil, por exem-
plo, se você quer pesquisar sobre o filósofo
Sócrates, e não sobre o jogador Sócrates.
Busca dentro de um Instrumentação industrial site: Caso queira procurar informações em única
site, domínio ou URL uol.com.br página, insira o tema de sua busca mais a
palavra site. Essa função também serve para
pesquisar por domínios de websites, como:
“.org”, “.edu”.
Busca por tipo de Instrumentação industrial.ppt Caso queira filtrar sua consulta, de acordo
arquivo com o tipo de arquivo, basta inserir “.xls” ou
“.doc”.
Busca direcionada • books.google.com.br (livros) Essa é uma ferramenta muito útil, pois per-
• images.bing.com.br (imagens) mite filtrar a busca pelo tipo de necessidade
• scholar.google.com.br (artigos do usuário. Por exemplo, um livro poderá ser
acadêmicos) procurado em books.google.com.br, já um
artigo científico em scholar.google.com.br.
Quadro 9 - Dicas para pesquisa online.
Fonte: SENAI-RS.

Quando você faz uma pesquisa na internet, sua intenção é obter respostas para suas dúvidas sobre
um determinado assunto ou se aprofundar em algum tema que já conhece, por meio de textos, imagens,
vídeos, entre outros. Pois bem, sugerimos, na Figura 19, um esquema bem simples para que você faça suas
pesquisas e aproveite os resultados em seus trabalhos.

Localize as Selecione as informações Utilize as informações com


informações de maneira criteriosa precisão, ética e criatividade

Figura 19 - Esquema básico para pesquisas na internet.


Fonte: SENAI-RS.

3.2.4 DOWNLOAD E GRAVAÇÃO DE ARQUIVOS

Uma das práticas mais comuns da internet é a transferência de dados, que ocorre entre computadores
e servidores e vice-versa. Há dois termos que definem estas transações: download e upload.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
56

Download é uma palavra da língua inglesa que é utilizada universalmente e, na tradução para o
português, significa baixar ou carregar. O download é a transferência de arquivos de servidores remotos
para computadores locais, quando se deseja obter arquivos para armazenamento privado. Grande parte
do conteúdo da internet está disponível para download: fotos, músicas, programas, vídeos, entre outros.
Já o upload é a operação inversa, quando a transferência se dá de um computador local para um servidor
remoto.
Como você sabe, a maioria dos sites oferece conteúdos para download, que podem ser gratuitos ou
pagos. Em alguns casos, é necessário licença legal para utilização desses arquivos.

FIQUE Antes de fazer download de qualquer arquivo, verifique se o conteúdo a ser baixado
está protegido por direitos autorais ou se viola alguma outra lei. Tudo que está na
ALERTA rede tem autoria. Por isso, as leis de direitos autorais são aplicadas ao mundo virtual.

Além do cuidado para não violar leis, é muito importante que você se certifique da idoneidade do
site que você escolheu para o download, afinal, existem uma infinidade de programas maliciosos que
circulam pela internet. Os spywares, malwares e outros são programas que têm o objetivo de obter dados
de seu computador, corromper arquivos, entre outros. Por isso, é muito importante que você tenha em seu
computador um sistema antivírus, que esteja sempre atualizado. O antivírus pode ser gratuito ou pago,
mas o importante é que você configure o sistema para que ele verifique, constantemente, seu computador
em busca de vírus e programas maliciosos.

3.2.5 DIREITOS AUTORAIS

Como já dissemos, tudo que está publicado na internet tem autoria. Se você quiser utilizar, para fins
comerciais, partes do texto, imagem, vídeo, animação ou outro tipo de conteúdo que esteja disponível na
rede, a autorização do autor é obrigatória. Para elaborar um trabalho escolar, uma aula ou apresentação, não
há necessidade de autorização, mas é fundamental que você cite a fonte do conteúdo, ou seja, apresente
o autor do conteúdo.
Normalmente, um trabalho de pesquisa utiliza uma ou mais fontes, que podem ser livros físicos ou
virtuais, artigos, periódicos, imagens, entrevistas, páginas da internet, entre outras. Desse modo, quando
você copiar algum trecho de livro ou texto, é obrigatório que você cite a fonte; caso contrário, você está
cometendo plágio. Os direitos autorais são protegidos, no Brasil, pela Lei n.° 9.610 (BRASIL, 1998). Essa lei
está alinhada com a Convenção de Berna, que é o principal documento internacional de reconhecimento
dos direitos autorais.
3 PESQUISA
57

SAIBA Consulte a Lei n.º 9.610 no link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm.


Você verá como os direitos autorais são protegidos por lei e por que você deve sem-
MAIS pre citar o autor do conteúdo que utilizar.

Para evitar a violação de direitos autorais quando você estiver elaborando um trabalho escrito, utilize as
regras de referência bibliográfica, consultando a NBR 6023 (ABNT, 2002). Pesquise e leia a norma na biblioteca
pública do seu bairro ou na biblioteca de sua escola, pois ela não está disponível gratuitamente na internet.

CASOS E RELATOS

CTRLC + CTRLV
Uma professora de um curso técnico propôs para seus alunos que eles fizessem um projeto e um relatório
escrito de conclusão do curso, em grupos de trabalho. Durante o curso, a professora explicou a questão dos
direitos autorais, apresentou os pontos mais importantes da NBR 6023 (ABNT, 2002), citou diversos exemplos e
ensinou como fazer a referência correta de conteúdos pesquisados na internet, a fim de evitar o plágio.
Entretanto, a professora reparou uma postura diferente de um dos grupos de trabalho. Ela pedia que eles
fizessem entregas parciais do trabalho, para que ela pudesse corrigir e ajudá-los na elaboração final do projeto
e do relatório. Mas eles davam diversas desculpas, dizendo que não precisavam dessa ajuda, pois apresentariam
o trabalho concluído na data marcada. A professora ficou desconfiada, mas aguardou o prazo final da atividade.
No dia marcado, esse grupo de alunos enviou o trabalho encadernado para correção e a suspeita da
professora se confirmou. Ela pesquisou na internet e descobriu que o trabalho era uma cópia literal de um
trabalho feito por outros autores. A professora fez uma reunião com todos os alunos do grupo e apresentou o
site do qual os alunos tinham feito o plágio. O resultado foi que todos os alunos desse grupo foram reprovados.
Há diversos recursos para pesquisa de plágios que os professores utilizam. A forma mais simples de todas
para identificar um plágio é copiar (CTRL + C) e colar (CTRL + V) um trecho do texto em um site de pesquisa,
como o Google, por exemplo. Desse modo, a professora empregou o mesmo método que os alunos utilizaram
para fazer o trabalho, mas, dessa vez, para identificar o plágio que os próprios alunos cometeram.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
58

RECAPITULANDO

Aprendemos como utilizar as técnicas de pesquisa bibliográfica, eletrônica e de campo, bem como as principais
metodologias de pesquisa, pois são competências importantes do instrumentista industrial. Conhecemos as fases
de planejamento de elaboração de trabalhos técnicos que podem ser aplicadas tanto para a área acadêmica,
como para o contexto de trabalho. Estudamos os passos necessários para a elaboração de apresentações sobre
os resultados de pesquisas e dicas importantes para a investigação de bibliografias confiáveis e não confiáveis.
Além disso, aprendemos a fazer pesquisas mais detalhadas na internet, por meio de filtros de pesquisa.
Você entendeu, também, que a internet e tudo que está disponível na rede é controlado por leis. Essa regulação
é feita pelo Marco Civil da Internet, uma espécie de constituição do mundo virtual. Observamos algumas dicas
de convívio na internet, como a netiqueta, e aprendemos que há legislação específica que protege os direitos
autorais. Por isso, ressaltamos a importância de produzirmos materiais originais, a fim de evitar o plágio.
3 PESQUISA
59

Anotações:
RECURSOS DE INFORMÁTICA

Neste capítulo, apresentaremos diversas dicas para facilitar o seu trabalho com dois
programas, o editor de texto Word e a planilha eletrônica Excel, ambos do pacote Office
2010 da Microsoft. Além do pacote Office, você pode trabalhar com programas semelhantes
gratuitos, como o OpenOffice e ThinkFree Office, ou até programas online, como o Google
Docs. Normalmente, as empresas optam pelo pacote proprietário da Microsoft.
Como instrumentista industrial, você utilizará o editor de texto para produzir relatórios
técnicos, entre outros documentos, e a planilha eletrônica para finalidades específicas,
dependendo das rotinas de cada empresa.

4.1 EDITOR DE TEXTOS

Como dissemos, vamos aprender as dicas de trabalho referentes ao editor de texto Word.
Ele permite desde inserções e digitação de textos e elementos diversos, até manipulação,
formatação e impressão de documentos. De fato, esse editor de textos é amplamente utilizado
para publicação de trabalhos escolares, relatórios, projetos de pesquisa e textos em geral. A
utilização dessa tecnologia, contudo, pode ser mais complexa ou menos trabalhosa, de acordo
com o conhecimento de funcionalidades por parte do usuário.

4.1.1 FORMATAÇÃO DA FONTE

Para fazer a formatação da fonte de seu documento, acesse a página inicial e você encontrará
a opção de formatação de fonte, no menu superior, conforme a Figura 20.

Figura 20 - Caixa de formatação de fonte.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• tipo de fonte: altera o tipo de letra;


• tamanho de fonte: aumenta ou diminui o tamanho das letras no padrão ideal;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
62

• limpar formatação: limpa toda formatação do texto ou objeto selecionado, deixando o texto ou objeto
na formatação padrão;
• negrito: aplica efeito de texto negrito ao texto selecionado;
• itálico: aplica o efeito de texto itálico ao texto selecionado;
• sublinhado: aplica o efeito de texto sublinhado. Podemos alterar o tipo e a cor do sublinhado clicando
na pequena seta ao lado do botão;
• tachado: aplica efeito de tachado ao texto selecionado;
• subscrito: aplica o efeito de texto subscrito, criando letras pequenas abaixo da linha de base do texto.
Ex: H2O;
• sobrescrito: aplica o efeito de texto sobrescrito, criando letras pequenas acima da linha de base do
texto;
• maiúsculas e minúsculas: altera a primeira letra da sentença em maiúscula, todas em minúsculas, a
primeira letra de cada palavra em minúscula e inverte;
• realce: marca o texto como um marca-texto;
• cor da fonte: altera a cor da fonte do texto selecionado;
• fonte: altera a formatação do texto selecionado.
Se você clicar na setinha que fica no canto direito dessa caixa de formatação de fonte, aparecerão as
mesmas funções e algumas a mais, como observamos na Figura 21, a seguir.

Figura 21 - Funções de formatação de fonte.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

4.1.2 FORMATAÇÃO DE ESTILOS

A formatação de textos deve ser feita, preferencialmente, utilizando os estilos do Word, como apresenta
a Figura 22. Para visualizar os estilos disponíveis de forma detalhada, digite Alt+Ctrl+Shift+S ou clique na
setinha localizada no canto inferior direito dessa caixa.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
63

Figura 22 - Caixa de formatação de estilo.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Essa funcionalidade oferece estilos pré-definidos para padronização de formatação de um arquivo e a


possibilidade de criar um sumário automático ou índice analítico em seu texto.

4.1.3 ÁREA DE TRANSFERÊNCIA

A Figura 23 mostra a opção da área de transferência. Nesta opção, você pode realizar diversas funções.

Figura 23 - Funções da área de transferência.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• recortar: remove o conteúdo selecionado para área de transferência;


• copiar: duplica a seleção para área de transferência;
• colar: insere o último item enviado para área de transferência no local onde estiver o cursor;
• pincel: copia a formatação de um texto ou objeto selecionado e o aplica a um texto ou objeto
clicado. Para manter esse comando ativado devemos dar um clique duplo. Para desativá-lo podemos
pressionar a tecla ESC ou clicar novamente no botão pincel;
• área de transferência: exibe o painel de tarefa área de transferência. Mantém até 24 itens recortados
e/ou copiados.

4.1.4 CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA

Observamos, na Figura 24, as funções de configuração de página.

Figura 24 - Funções de configuração de página.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• folha de rosto: fornece modelos pré-definidos de folhas de rosto, com os campos autor, título e outras
informações;
• página em branco: insere uma página em branco no local onde estiver o cursor, ou ponto de inserção;
• quebra de página: semelhante à página em branco. Inicia uma nova página em branco;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
64

4.1.5 FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ESCOLARES

A página para apresentação de trabalhos escolares deve estar formatada da seguinte maneira:
• acesse o menu superior “leiaute da página” e clique em tamanho, para selecionar a opção A4
(210x297mm) ou clique na setinha à direita para abrir a caixa apresentada na Figura 25;

Figura 25 - Funções de configuração de página.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• depois acesse a opção margem e selecione a configuração normal, conforme apresenta a Figura 26;

Figura 26 - Configuração da página.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• configure as margens selecionando a opção margens personalizadas, que está apresentada na Figura
26, na parte inferior. Clicando nessa opção, aparecerá a opção configurar página, como mostra a Figura
27 a seguir. Escolha as medidas para margem superior e esquerda em 3 cm e inferior e direita em 2 cm;
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
65

Figura 27 - Configuração da página.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

4.1.6 INSERÇÃO DE IMAGENS, OBJETOS, GRÁFICOS E TABELAS

Você pode inserir figuras, objetos, gráficos, tabelas e demais tipos de recursos gráficos clicando no menu
superior inserir e selecionando a opção ilustrações, como mostra a Figura 28.

Figura 28 - Opção ilustrações.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• imagem: insere imagens ou fotos do seu arquivo. Abre uma caixa de seleção que exibe a pasta minhas
imagens;
• Clip-art: insere clip-arts;
• formas: insere formas de vários tipos, como apresenta a Figura 29;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
66

Figura 29 - Seleção de formas.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• SmartArt: escolha o leiaute de fluxograma que preferir para apresentar suas ideias. Esse recurso é bem
interessante para você mostrar, por meio de fluxogramas, conceitos e etapas de processos. Observe
a Figura 30;

Figura 30 - Seleção de SmartArt.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• gráfico: insira gráficos de uma planilha do Excel ou escolha um tipo de gráfico específico para apresentar
informações e dados de forma bem interessante. A Figura 31 ilustra a inserção de um gráfico do tipo
pizza destacada 3D;

Figura 31 - Inserção de um gráfico do tipo pizza.


Fonte: MICROSOFT, 2010.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
67

• tabela: insira tabelas movendo o cursor sobre a grade até realçar o número correto de colunas e linhas
desejadas. A Figura 32 ilustra a ação de inserir uma tabela com 4 colunas e 3 linhas (Tabela 4x3);

Figura 32 - Inserção de tabela.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

4.1.7 CORREÇÃO ORTOGRÁFICA E DICIONÁRIO

O recurso de correção ortográfica é bastante útil para a elaboração de textos. Ele não resolve questões
de coesão, coerência e lógica textual, mas auxilia bastante o processo de revisão ortográfica. Acesse o
menu revisão de texto para você abrir as opções, conforme ilustra a Figura 33.

Figura 33 - Revisão de texto.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• ortografia e gramática: faz a revisão ortográfica e gramatical do documento. O atalho é F7 (FIGURA


34);

Figura 34 - Revisão ortográfica e gramatical.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• pesquisar: faz pesquisas em materiais de referências como dicionários, enciclopédias e serviços de


traduções;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
68

• dicionário de sinônimos: sugere outras palavras com significado semelhante ao da palavra selecionada.
É bastante útil para você evitar repetir palavras iguais no texto;
• traduzir: traduz o texto selecionado em outro idioma;
• idiomas: define outro idioma para a palavra, a fim de fazer a verificação ortográfica e gramatical do
texto selecionado.

4.1.8 MARCADORES E NUMERAÇÃO

Um recurso interessante que deixa a leitura do seu texto mais agradável é a inserção de elementos
de marcação e numeração. Mas atenção: você deve ter critérios para utilizar esse recurso. Normalmente,
quando você coloca os dois pontos e a seguir apresenta uma lista de tópicos é uma boa oportunidade
para inserir marcadores. A numeração cumpre função semelhante, mas sugere uma hierarquia numérica
dos tópicos, por exemplo, um determinado tópico que deve ser lido antes do próximo. Os marcadores não
possuem necessariamente hierarquia, apenas apresentam uma lista de tópicos de determinado assunto,
conforme apresenta a Figura 35.

Figura 35 - Inserção de marcadores.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Para acessar a função marcadores e numeração, clique na opção parágrafo, no menu superior. A Figura
36 ilustra a seleção da opção numeração.

Figura 36 - Inserção de numeração.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• marcadores: insere marcas aos parágrafos ou a uma lista;


• numeração: enumera os parágrafos e cria subníveis;
• formatar marcadores e numeração: configura a maneira como os parágrafos serão numerados ou
marcados;
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
69

• diminuir recuo: diminui o recuo deslocando o parágrafo à esquerda;


• aumentar recuo: aumenta o recuo deslocando o parágrafo à direita;
• classificação crescente: ordena parágrafo e linhas de uma tabela em ordem crescente;
• mostrar tudo: exibe caracteres não imprimíveis, tais como, marcas de texto, marcas de parágrafo,
marcas de tabulação e texto oculto;
• alinhamento à esquerda: alinha o parágrafo à esquerda;
• alinhamento à direita: alinha o parágrafo à direita;
• alinhamento justificado: justifica o texto;
• alinhamento centralizado: centraliza o texto;
• espaçamento entre linhas: aumenta ou diminui o espaço existente entre as linhas de um parágrafo. O
espaçamento padrão entre linhas é o múltiplo ou 1,5.

4.1.9 BORDA E SOMBREAMENTO

Quando você quiser criar uma borda ou sombreamento nas páginas do seu documento, utilize esse
recurso, que é acessado pelo menu superior plano de fundo da página, conforme mostra a Figura 37.

Figura 37 - Plano de fundo da página.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

• marca d´água: insere uma marca d´água no documento, que pode ser uma imagem ou um texto;
• cor da página: define uma cor para as páginas do documento;
• bordas de página: abre uma caixa de seleção de bordas e sombreamento com guias bordas da página
ativada, que permite definir uma margem para as páginas do documento.

4.1.10 FERRAMENTAS DE DESENHO

Para desenhar figuras, recomendamos a utilização do programa PowerPoint, também do Pacote Office
2010. Crie as imagens no PowerPoint, copie e cole o conjunto de objetos desenhados do PowerPoint para
o documento Word, clicando na área de transferência no menu superior, conforme mostra a Figura 38.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
70

Figura 38 - Área de transferência.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Selecione colar especial e escolha a opção imagem (metarquivo avançado), de acordo com a Figura 39.
Desse modo, você pode desagrupar as figuras agrupadas caso seja necessário.

Figura 39 - Colar especial.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Além desse recurso deixar o documento do Word com tamanho menor, facilitando o envio por e-mail,
produz uma qualidade de impressão melhor e mais fiel ao desenho original. Se a figura ficar sobreposta
ao texto, clique sobre a figura com o botão direito do mouse. Abrirá um caixa de seleção, em que você
selecionará a opção tamanho e posição. Clique nessa opção para abrir uma nova caixa de seleção, a caixa
leiaute, conforme mostra a Figura 40.

Figura 40 - Caixa leiaute.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Clique na aba superior na opção disposição do texto e selecione “Alinhado com o texto”, como apresenta
a Figura 41.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
71

Figura 41 - Disposição do texto.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

4.1.11 CRIAÇÃO DE SUMÁRIO

Quando você estiver desenvolvendo um trabalho no editor de texto, pode incluir o sumário do texto de
forma automática. Clique no menu superior, na opção sumário. Veja a Figura 42.

Figura 42 - Inclusão de sumário.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Abrirá uma caixa de seleção na qual você poderá personalizar o sumário, selecionando a opção inserir
sumário, que está na parte de baixo dessa caixa de seleção. Observe a Figura 43.

Figura 43 - Inserir sumário.


Fonte: MICROSOFT, 2010.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
72

4.2 PLANILHAS ELETRÔNICAS

Como dissemos, na abertura deste capítulo, nosso objetivo é apresentar diversas dicas para que você
possa trabalhar com dois programas de informática em suas rotinas diárias como instrumentista industrial.
Aprendemos detalhes sobre o editor de texto Word e, agora, é a vez da planilha eletrônica Excel, do pacote
Office 2010, da Microsoft.
Como você já deve ter notado, atualmente, poucas empresas gerenciam suas informações de
forma manual, certo? Os grandes armários e depósitos de documentos estão sendo substituídos por
servidores para armazenamento de informações eletrônicas. Papel, caneta, calculadora, prancheta.
Para alguns profissionais, esses objetos são coisas do passado. Hoje temos milhares de informações
em formato eletrônico, que podem ser gerenciadas por programas, como a planilha eletrônica Excel,
da Microsoft Office.
Esse programa é extremamente útil para criar tabelas, organizar, calcular e analisar dados, principalmente,
valores numéricos. O Excel também é muito utilizado para apresentação de dados, especificamente, na
forma de gráficos, o que permite interpretar visualmente diversos tipos de dados, até mesmo aqueles que
têm relações complexas entre si.
Se você precisar de uma tabela para arquivar, calcular, organizar, apresentar dados, ou gerar gráficos de
qualquer tipo, a maneira mais simples de fazer isso é utilizar a planilha eletrônica.

Na área da Instrumentação Industrial, as planilhas são utilizadas, principalmente, em


VOCÊ medições e controles. Como existem muitos processos que precisam ser constante-
SABIA? mente monitorados, as planilhas eletrônicas são largamente utilizadas por profissio-
nais desta área.

4.2.1 FUNÇÕES E FINALIDADES

A planilha básica do Excel é simplesmente uma matriz com linhas e colunas. As linhas são identificadas
por números e as colunas por letras, nas quais é possível inserir todo tipo de dados, como números,
palavras, datas, funções, fórmulas e outros.
As planilhas eletrônicas possuem excelentes ferramentas para fazer relações matemáticas entre dados
e para apresentações por meio de resultados e gráficos. Originalmente, as planilhas eram utilizadas para
contabilidade, mas, atualmente, sua aplicação se estendeu para a maioria dos profissionais que precisam
organizar, memorizar, tabular e produzir gráficos de dados de seu trabalho.
Para acessar o programa, clique no menu iniciar, localizado no canto inferior esquerdo da barra de tarefas,
e selecione a opção Microsoft Excel, como ilustra a Figura 44. Ao iniciar o Excel, aparecerá a página inicial do
programa, ilustrada na Figura 45.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
73

Figura 44 - Acesso ao Excel.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Figura 45 - Página inicial do Excel.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

A Figura 46 apresenta os principais elementos que compõem a planilha do Excel, com as especificações
de cada funcionalidade.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
74

Figura 46 - As principais funções do Excel.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

1) Barra de acesso rápido: inclui as funções mais utilizadas;


2) Barra de título: informa o nome do documento e seu status;
3) Barra de menus: separa em grupos (menus) as várias funções disponíveis no software;
4) Barra de ferramentas: contém os botões das funções do menu ativo;
5) Caixa de nome: exibe o endereço (nome) da célula que está ativa;
6) Barra de fórmulas: informa o conteúdo da célula que está ativa;
7) Cabeçalho de colunas: identifica as colunas por meio de letras maiúsculas;
8) Coluna (exemplo: coluna F): classificador vertical da planilha;
9) Linha (exemplo: linha 7): classificador horizontal da planilha;
10) Cabeçalho de linhas: identifica as linhas por meio de números;
11) Célula (exemplo: célula K11): espaços a serem preenchidos com dados;
12) Barra e botões de rolagem vertical: deslocam a planilha para cima e para baixo;
13) Botões trocadores de planilhas: alternam a visualização de diferentes planilhas de um mesmo
arquivo;
14) Abas das planilhas: nomeiam as diferentes planilhas de um mesmo documento e alternam a
visualização das planilhas;
15) Barra e botões de rolagem horizontal: deslocam a planilha para a direita e a esquerda;
16) Botões de exibição: exibem a planilha de diferentes modos de visualização;
17) Zoom: amplia ou reduz o tamanho de visualização da planilha.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
75

4.2.2 LINHAS, COLUNAS E ENDEREÇOS DE CÉLULAS

Agora, que você já viu como é a interface de uma planilha eletrônica, vamos aprender como utilizá-la.
Para isso, você deve entender a dinâmica da matriz, que está dividida em milhares de células nas quais você
pode inserir todo tipo de dados. Quanto mais organizados e agrupados os dados estiverem, mais fácil será
o trabalho de organização das informações.
Para organizar seus dados, utilize as linhas e as colunas para fazer a classificação. Essa classificação é
fundamental. No exemplo da tabela apresentada na Figura 47, notamos um exemplo de organização de
dados por meio da planilha eletrônica.

Figura 47 - Organização de dados.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Observe que foram utilizadas as colunas A e B para inserir os dados, sendo colocados na coluna A os
meses do ano e na coluna B a produção mensal de peças. Utilizamos, também, as linhas de 3 a 14 para
inserir os meses do ano e suas respectivas produções, e as linhas 1 e 2 para identificar os dados. Como
vocês podem reparar, a célula B9 é a célula que está ativa. Para ativar uma célula, basta clicar nela ou usar
as setas do teclado para chegar até ela. Quando a célula está ativa, ela fica destacada das demais com uma
borda mais saliente em sua volta. Além disso, o endereço (nome) e o conteúdo da célula, que podem ser
alterados, ficam sinalizados nos campos de endereço e conteúdo. Para saber qual célula está ativa, basta
verificar o campo endereço.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
76

4.2.3 FORMATAÇÃO DE CÉLULAS

Como as planilhas eletrônicas aceitam todos os tipos de dados e criam diversos tipos de relações entre
eles, é necessário que os dados tenham a mesma formatação. Por exemplo, não é possível somar uma célula
que contenha um horário com outra célula que tenha um percentual. Com o objetivo de operacionalizar
essas questões, as planilhas eletrônicas possuem ferramentas de formatação de células, por meio das quais,
é possível configurar o tipo de informação que está contido em cada célula.
Para acessar as ferramentas de formatação, há dois caminhos: ou você clica na célula com o botão
direito do mouse e escolhe a opção formatar célula (Figura 48), ou vai até o menu superior na opção
número e clica na setinha no índice geral para abrir um menu completo (FIGURA 49). A opção número
é a segunda de cima para baixo.

Figura 48 - Formatação de célula.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Figura 49 - Formatação de célula.


Fonte: MICROSOFT, 2010.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
77

Independentemente do caminho que você escolher, o recurso formatar células abrirá a janela que está
apresentada na Figura 50.

Figura 50 - Formatação de célula.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Agora, você pode selecionar a formatação de acordo com sua necessidade. As opções disponíveis são:
• geral: é a formatação padrão, pois as células com essa formatação não possuem formato de número
específico;
• número: utilizado para números em geral, que especifica o número de casas decimais, a separação de
milhar e como os números negativos serão utilizados;
• moeda: é a formatação para cálculos monetários, que especifica o número de casas decimais, o
símbolo de moeda a ser utilizado e como serão exibidos valores negativos;
• contábil: similar ao formato moeda, porém, os símbolos se posicionam sempre no canto esquerdo da
célula, independentemente do número de caracteres do valor;
• data: alterna a forma de exibição das datas conforme o padrão de diversos países;
• hora: alterna a forma de exibição do horário conforme o padrão de diversos países;
• percentual: exibe o símbolo de porcentagem e especifica o número de casas decimais;
• fração: alterna entre diversos tipos de fração;
• científico: exibe os números em um formato de notação científica (com um E): 3.00E+04 = 30.000 e
especifica o número de casas decimais;
• texto: exibe qualquer valor digitado como texto e não reconhece valores numéricos;
• especial: são padrões que variam de acordo com o país selecionado e são úteis para rastrear valores
em bancos de dados e listas;
• personalizado: define o formato que deseja aplicar.
Nas outras abas da janela “formatar células” você pode definir a centralização, o alinhamento, a
orientação, a fonte, as bordas, as cores e outras opções de formatação das células.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
78

4.2.4 CONFIGURAÇÃO DE PÁGINAS

Na aba “leiaute de página”, na barra de menu, você encontra diversas opções para configurar as páginas.
Essas configurações servem principalmente para definir a impressão das páginas. Você pode clicar em
opção dessa aba ou clicar na setinha do canto direito dessa aba para abrir a caixa de opções configurar
página, como ilustra a Figura 51.

Figura 51 - Configuração de página.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Os principais campos da configuração de página são:


• margens: altera os espaços em branco entre os dados da planilha e as bordas da página impressa;
• orientação: alterna a orientação do papel entre retrato e paisagem. É aconselhável utilizar o retrato
no caso em que houver muito mais linhas do que colunas. Quando for o contrário, utilize paisagem;
• tamanho: alterna entre diferentes tamanhos de papel. O formato padrão é o A4, utilizado pela maioria
das impressoras. Formatos diferentes desse requerem impressoras apropriadas, conhecidas como
plotter.
• área de impressão: seleciona as células que você deseja que sejam impressas.

4.2.5 INSERÇÃO DE FÓRMULAS

Uma das principais funções das planilhas eletrônicas é relacionar dados entre diferentes células. Para
fazer essa relação existem diversas fórmulas disponíveis que executam operações matemáticas simples até
comparações entre bancos de dados e cálculos de grande complexidade.
Uma célula que contém uma fórmula sempre inicia com o sinal de “=” seguido de sua operação. Observe
na Figura 52, que a célula ativa é a B3, em que o número 5. Porém, no campo conteúdo, aparece a expressão
“=B1+B2”. O sinal de igual indica que a célula B3 contém uma fórmula, que é a soma do conteúdo da
célula B1 (1) com o conteúdo da célula B2 (4). A soma de 1+4 é 5, que é o número que aparece na célula B3.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
79

Figura 52 - Inserção de fórmulas.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Na aba fórmula, na barra de menu, você encontra diversas operações para relacionar dados. Essas
fórmulas estão dispostas em grupos para facilitar o acesso. Os principais grupos correspondem às seguintes
operações:
• financeira: contém diversas operações monetárias;
• lógica: contém operações de lógica aplicáveis a números e texto;
• texto: apresenta diversas funções de relacionamento de texto;
• data e hora: apresenta fórmulas para correlações de tempo e datas;
• matemática e trigonometria: contém diversas fórmulas matemáticas.
Além dos grupos apresentados, existem outros como, por exemplo, estatística, engenharia e pesquisa.

4.2.6 ELABORAÇÃO DE GRÁFICOS

Para gerar gráficos no Excel, basta selecionar os dados a serem relacionados e selecionar o tipo de
gráfico desejado, no menu inserir.

VOCÊ A escolha do gráfico que você utilizará não é uma mera questão de qual é o mais
bonito, mas qual é a estrutura gráfica mais adequada para que você possa apresen-
SABIA? tar, com clareza e objetividade, suas informações.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
80

Exemplo prático

Na Figura 53, perceba que há diversos tipos de gráficos possíveis. É importante que você saiba qual é o
gráfico mais apropriado para o conjunto de dados a serem analisados. Como você pode observar na planilha
Excel que está atrás da caixa de seleção de gráficos, temos duas colunas selecionadas, as quais terão seus
dados representados na forma de um gráfico. Qual seria o gráfico mais adequado para esse caso?

Figura 53 - Seleção do gráfico.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

Como você pode observar, há uma coluna mês e uma coluna com algarismos que representam erros de
medição de um equipamento. Desse modo, devemos selecionar o gráfico do tipo linha com marcadores,
como está marcado na caixa de seleção de gráfico, pois nosso objetivo é analisar a evolução do erro de
medição de um equipamento (dosadora de aromatizador), ao longo dos meses. A Figura 54 apresenta
como ficou a representação gráfica dos dados selecionados.

Figura 54 - Geração do gráfico.


Fonte: MICROSOFT, 2010.
2 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
81

CASOS E RELATOS

Competência posta à prova


Uma empresa na área de alimentos, Gelos S.A., decidiu cadastrar todos seus instrumentos de medição em um
software que avalia o sistema de qualidade da área de instrumentação. Nas rotinas de trabalho dessa empresa,
os valores medidos dos instrumentos são inseridos em planilhas de cálculos do tipo Excel e armazenados em
arquivos gerenciados pelo setor de instrumentação. Como a área de auditoria solicita os dados armazenados
para seus controles, Maurício, o instrumentista responsável pelo preenchimento dessas planilhas, sempre fez
diversos cursos de planilhas eletrônicas e se considerava apto para executar essa função. Entretanto, na última
semana de dezembro do ano passado, houve uma situação que colocou a competência do Maurício à prova.
Uma sorveteria devolveu um lote inteiro, devido à alteração do sabor de um tipo de sorvete. A auditoria da
Gelos S.A. iniciou uma investigação para saber a causa da falha. Havia suspeita de que um equipamento que
controlava a quantidade de aromatizante estava com defeito (a dosadora de aromatizador). A auditoria solicitou
ao Maurício as planilhas com o gráfico que mostrava os erros de medição desse equipamento. Como Maurício
sabia gerar gráficos em planilhas eletrônicas, ele enviou o arquivo para a auditoria que comprovou o erro a partir
do gráfico que o Maurício elaborou: a dosadora de aromatizante apresentou um erro de medição fora do padrão
no mês de dezembro, o que alterou o sabor dos sorvetes produzidos nesse mês. O supervisor de Maurício o
parabenizou e pagou mais um curso de aperfeiçoamento em planilhas eletrônicas para ele.

4.2.7 CLASSIFICAÇÃO E FILTRO DE DADOS

Para facilitar a pesquisa e a classificação de dados, o Excel possui ferramentas específicas para essas
finalidades. Algumas tabelas são bastante complexas e com muitos dados, além de serem utilizadas de
maneiras diferentes.
Imagine uma tabela de controle de calibração de instrumentos, conforme mostra a Figura 55. Neste
exemplo, podemos classificar por ordem crescente ou decrescente qualquer conjunto de dados contidos
nas colunas.

Figura 55 - Tabela de classificação de dados.


Fonte: MICROSOFT, 2010.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
82

Podemos, também, adicionar filtros e filtrar os dados de acordo com a necessidade. Na Figura 56, a
seguir, notamos que é possível fazer a filtragem de dados por funcionário responsável.

Figura 56 - Filtro de dados.


Fonte: MICROSOFT, 2010.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, aprendemos como funciona um editor de textos, especificamente, o programa Word, do
Pacote Office. Apresentamos os recursos de edição de textos para ajudá-lo a criar documentos de alta qualidade.
Como você observou, o editor de texto permite a manipulação de objetos, como figuras, tabelas, formas
geométricas, textos animados, colunas, estilos, parágrafos, cabeçalhos, notas de rodapé e várias outras opções
básicas e avançadas. Todos esses recursos estão à sua disposição para explorar e conhecer. É importante que
você domine os recursos do editor de textos, pois serão fundamentais para que você possa elaborar, como
instrumentista, seus relatórios, suas redações e outros documentos diversos no dia a dia de trabalho.
Aprendemos, também, a importância das planilhas eletrônicas para as rotinas de trabalho do instrumentista.
Você irá usá-la, principalmente, para registrar medições e controles de instrumentos e equipamentos. Estudamos
as principais características do programa Excel, também do Pacote Office, e mostramos suas possibilidades de
uso, como, por exemplo, a inserção de fórmulas para cálculos e produção de gráficos.
4 RECURSOS DE INFORMÁTICA
83

Anotações:
DESENHO TÉCNICO

Neste capítulo, conheceremos os elementos constitutivos de desenhos técnicos mecânicos


básicos para instrumentação. O instrumentista deve saber as normas e ter capacidade para
utilizar os elementos constitutivos do desenho técnico mecânico em suas rotinas de trabalho,
realizando montagens, calibrações e manutenções de instrumentos.

Diferentemente do instrumentista, o profissional de mecânica técnica


VOCÊ tem que aprofundar seus conhecimentos na área do desenho técnico
SABIA? mecânico, pois sua função exige que ele saiba projetar e produzir peças,
dispositivos e máquinas mecânicas.

5.1 CARACTERÍSTICAS DO DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico foi desenvolvido a partir da prática do desenho livre. Desde a Antiguidade,
o desenho é uma forma importante de comunicação. Com a análise dos desenhos antigos,
conseguimos identificar suas técnicas de elaboração, bem como os hábitos e costumes de
época. Como não temos nenhum registro falado ou escrito da Antiguidade, as pinturas rupestres
representam uma porta no tempo que nos traz retratos do dia a dia de civilizações que não
existem mais. A Figura 57 apresenta uma pintura rupestre produzida pelos habitantes de uma
região, que hoje está protegida pelo Parque Nacional da Pedra da Capivara, no Estado do Piauí.

Figura 57 - Nicho policrômico: Toca do Boqueirão da Pedra Furada.


Fonte: FUNDAÇÃO MUSEU DO HOMEM AMERICANO, 2014.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
86

Há algumas expressões que ilustram a capacidade que o desenho tem para contar uma história ou
apresentar uma determinada situação. Uma expressão bastante corrente diz que uma imagem vale por
mil palavras, e outra, que você já deve ter ouvido, diz “Entendeu, ou quer que eu desenhe?”. O objetivo é
mostrar a capacidade de síntese que o desenho pode ter, pois transmite diversas informações de forma
simples, clara e objetiva. A simplicidade, clareza e objetividade devem estar presentes também nos
desenhos técnicos.
Vamos a um exemplo: devemos descrever um simples parafuso a uma pessoa que não tenha muito
conhecimento técnico. Se você optar pela descrição verbal, deverá descrever muitos detalhes, como a
forma, as dimensões, o material, o tipo de rosca, o acabamento do parafuso. Tente fazer essa descrição e você
verá como é complicado. Agora, se você utilizar uma simples foto ou um desenho, a pessoa compreenderá
imediatamente qual é o objeto que você está querendo descrever.
Ora, o desenho técnico surgiu, exatamente, da necessidade de transmitir informações técnicas de forma
clara, simples e objetiva. Observe a Figura 58 e veja que a forma do parafuso está representada de maneira
clara, com a descrição de todas as dimensões, o que permite rápida identificação.

110
64

3.75
60

60

40

13.06
30º
1.75

7
6.75

30º
69.28 25
Figura 58 - Desenho técnico mecânico de parafuso.
Fonte: SENAI-RS.

Mas o desenho técnico também trabalha com imagens bem mais complexas do que um simples
parafuso. Como instrumentista, você trabalhará com desenhos esquemáticos, como os conhecidos Process
and Instrumentation Diagrams (P&I Diagrams) que, como a própria sigla diz, são Diagramas de Processos
e de Instrumentação. Por meio dos P&I Diagrams, registramos diversas informações, como quais são os
dispositivos e os instrumentos de medição instalados em determinado processo, em que parte da planta
industrial esses dispositivos e instrumentos estão instalados e quais são suas funções.
A integração de todos esses dispositivos e instrumentos chama-se malha de controle. Esse será um dos
principais documentos que você irá trabalhar como instrumentista industrial, desde a definição do projeto
até a sua efetiva implementação. Observe a Figura 59 que traz um exemplo de um diagrama de processo.
Aprenderemos o que significa cada um dos elementos, suas siglas e relações entre os símbolos.
5 DESENHO TÉCNICO
87

1 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

2
PI
PSV 01
01
Ambiente 3
Reservatório
de água fria TE
01
4
TIT LG
Tanque 01 01
de TY DC
01A 01
cozimento 5

G1 TY
01B
6
W
~3
FI
02 7

LA
01 8

LY
01
LIT
01 9

LV
01 10

11

12

PROCESSO DE COZIMENTO FLUXOGRAMA DA MALHA DE CONTROLE DA ÁGUA DO


TANQUE DE COZIMENTO
DESENHISTA DESENHO Nº: REV.
LACTOTRÔNICA Alexandre Quadros 123-45FL 3

Figura 59 - Exemplo de diagrama de processo.


Fonte: SENAI-RS.

5.2 INSTRUMENTOS DE DESENHO

Atualmente, os sistemas de desenho assistidos por computadores, Computer Aided Design (CAD), são
amplamente utilizados para ilustrar os mais diversos processos de engenharia. Entretanto, quando não
havia esses sistemas informatizados, os desenhos eram executados de forma manual, com o auxílio de
diversos instrumentos.

5.2.1 PRANCHETA

Os desenhos manuais, normalmente, eram feitos em uma mesa especial denominada prancheta,
conforme mostra a Figura 60. Na própria prancheta, o desenhista deixava a sua disposição o lápis, a
régua, a lapiseira, a régua, o compasso, os esquadros, o transferidor de graus, o escalímetro, a curva
francesa e os gabaritos.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
88

Figura 60 - Prancheta de desenho com instrumentos.


Fonte: SENAI-RS.

A prancheta era a base na qual o desenho era executado. Por isso, ela deveria estar sempre alinhada
com os pés ajustados, inclinação regulada e o tampo sem imperfeições que, normalmente, era recoberto
por uma placa de vinil, fórmica, vidro ou materias semelhantes. Ainda você pode encontrar pranchetas de
desenho para vender em papelarias, com diversos tamanhos e configurações, dependendo da aplicação.

Diversos projetos incríveis da engenharia mundial foram


desenhados em pranchetas, como aviões, pontes, foguetes,
VOCÊ edifícios, submarinos, túneis, turbinas, automóveis, entre
SABIA? outros. Foi somente na década de 1960 que os projetos co-
meçaram a ser desenvolvidos com os primeiros sistemas de
desenho assistidos por computador.

5.2.2 LÁPIS, LAPISEIRA E BORRACHA

O lápis é o instrumento clássico de execução de traços e notas no desenho técnico. Apesar de ser
um instrumento simples, seu uso requer habilidade e cuidados especiais, o que leva muitas pessoas a
preferirem a lapiseira. O lápis é classificado com base na dureza do grafite. Os grafites mais macios são
muitos bons para desenhos artísiticos e sombreamento, enquanto os mais duros são mais apropriados para
os desenhos técnicos, pois são mais precisos. Veja a classificação dos grafites de acordo com sua dureza na
Figura 61, que apresenta os grafites mais utilizados no desenho técnico, as classes duro (H) e médio (HB).

ARTÍSTICO
GRÁFICO
TÉCNICO

8B 7B 6B SB 4B 3B 2B B HB F H 2H 3H 4H 5H 6H 7H 8H 9H 10H

MAIS MACIO MÉDIO MAIS DURO

Figura 61 - Classificação do lápis de acordo com o tipo de grafite.


Fonte: SENAI-RS.
5 DESENHO TÉCNICO
89

Antes da invenção da lapiseira, o lápis foi utilizado por vários séculos. Recentemen-
te, um lápis de marceneiro foi encontrado em meio a entulhos de uma casa do sé-
VOCÊ culo XVII. Imagina-se que esse instrumento de escrita foi utilizado durante séculos,
SABIA? porém seu primeiro registro de uso foi feito na Alemanha, em 1644, por um oficial
da artilharia. Para mais informações, acesse: http://www.faber-castell.com.br/54294/
Curiosidades/Histria-do-Lpis/fcv2_index.aspx

A lapiseira, também conhecida como lapiseira mecânica, é a alternativa mais prática de substituição
do lápis, principalmente porque o grafite possui o diâmetro correto, não necessitando de apontamentos.
A escolha da lapiseira se baseia no diâmetro do grafite; os mais comuns são 0,3 mm; 0,5 mm; 0,7 mm e 0,9
mm. Assim como o lápis, o grafite é classificado por dureza.
A borracha é utilizada para apagar a escrita feita com grafite ou com lápis. Existem borrachas
apropriadas para tipos específicos de trabalho. Aconselha-se o uso das mais macias. As borrachas
abrasivas devem ser evitadas porque danificam o papel.

5.2.3 RÉGUA, ESQUADROS E COMPASSO

Utilizada para traçar linhas retas, a régua possui diversas configurações, que podem apresentar
graduações ou não. Já os esquadros, são utilizados para traçar linhas em ângulo. Há dois tipos de esquadro,
sendo um deles com ângulos de 30º, 60º e 90º e o outro com ângulos de 45º, 45º e 90º. São fabricados
preferencialmente em acrílico, com ou sem graduação. A Figura 62 apresenta exemplos de esquadros e a
Figura 63 mostra as possíveis combinações de utilização dos esquadros. Essa combinação pode ser feita
entre os esquadros e com uma régua paralela, para traçar linhas inclinadas de 15 em 15 graus.

30°
45
°

°
°
45

90
60
90
°

Figura 62 - Par de esquadros e seus ângulos.


Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
90

75° 90°
60°

45°

30°

15°

Figura 63 - Combinações possíveis de esquadros.


Fonte: SENAI-RS.

O compasso é o instrumento utilizado para traçar circunferências e raios. Constitui-se, basicamente, de


duas pontas, uma seca, formada por uma agulha metálica e outra conhecida como “molhada”, formada por
um pedaço de grafite preso a pernas rotuladas e coordenadas entre si e um pequeno cabo. O compasso
deve possuir um bom ajuste, isento de folgas. Para usá-lo, deve-se abrir o raio desejado e apoiar a ponta
seca no centro da circunferência e, com movimento circular, girar a ponta molhada efetuando o traço,
conforme ilustra a Figura 64.

Figura 64 - Traçado com compasso.


Fonte: SENAI-RS.

5.2.4 TRANSFERIDOR DE GRAU, ESCALÍMETRO E GABARITOS

Para traçar ou medir ângulos diferentes daqueles permitidos com os esquadros, utilizamos o transferidor
de grau. A Figura 65 apresenta um exemplo de transferidor.
5 DESENHO TÉCNICO
91

80 90 100
70 110
100 80 120
60 110 70

50 120 60 13
0
0 50
13

14
40

0
0
14

40

15
30
150

0
30

160
20
160

30
170
10

170 180
10
180

0
0

Figura 65 - Transferidor.
Fonte: SENAI-RS.

O escalímetro é usado para marcar ou medir distâncias no desenho. Você não deve utilizá-lo para
traçar linhas, para evitar que sua superfície de medição seja danificada. O escalímetro mais utilizado por
profissionais da área possui as seguintes escalas: 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100; 1:125. A Figura 66 mostra
exemplos de escalímetros com essas e outras escalas.

30
29
28
27
26
25
24
01
23
5
22
01
21 02
20 03
19 04
18 05
17
16
06
15 07
14
13
08

12
09
11
10
10
11
9 12
8 13
7
6
14
5 15
4 16
3 17
2
1m
18
00 0
1:1
19
20
21
22

Figura 66 - Escalímetro.
Fonte: SENAI-RS.

Os gabaritos são placas em acrílico vazadas com diversos formatos, como circunferências, elipses,
oblongos e outros. Atualmente, há diversos programas que possuem esses gabaritos, como o editor de
texto Word. A Figura 67 ilustra um dos gabaritos utilizados na instrumentação.

Simbologia para INSTRUMENTAÇÃO

MADE IN BRAZIL E - 33
Figura 67 - Gabarito de instrumentação.
Fonte: SENAI-RS.

A curva francesa também é considerada um gabarito. Ela traça curvas de raios variáveis, mais utilizada
para desenhos arquitetônicos e design. Observe a variedade de curvas e raios de uma curva francesa, na
Figura 68.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
92

30
27.5

25
22.5

20
ISOMETRIC
35º 16’

Figura 68 - Curva francesa.


Fonte: SENAI-RS.

5.3 CALIGRAFIA TÉCNICA

Nem todas as informações necessárias de um desenho técnico podem ser representadas de forma gráfica
ou por símbolos. Muitas vezes, é necessário o uso da escrita, e a caligrafia técnica supre essa necessidade.
As informações contidas nesse formato de texto são facilmente lidas por qualquer pessoa que tiver acesso
ao desenho.
Há uma norma que padroniza as condições para a escrita utilizada no desenho técnico, que visa,
principalmente, manter aspectos como legibilidade e uniformidade; a norma NBR 8402- Execução de
caracter para escrita em desenho técnico - Procedimento.
Para definir o tamanho e as proporções da escrita técnica, deve-se seguir o que está estabelecido no
Quadro 10. A altura das letras maiúsculas é a referência para as outras medidas.

CARACTERÍSTICAS VARIÁVEL RELAÇÃO DIMENSÕES (mm)


Altura das letras maiúsculas h (10/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20
Altura das letras minúsculas c (7/10) h - 2,5 3,5 5 7 10 14
Distância mínima entre a (2/10) h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4
caracteres *
Distância mínima entre b (14/10) h 3,5 5 7 10 14 20 28
linhas de base
Distância mínima entre e (6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12
palavras
Largura da linha d (1/10) h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2
Quadro 10 - Proporções da escrita técnica.
Fonte: SENAI-RS.

Para melhorar o efeito visual da caligrafia, a distância entre dois caracteres pode ser reduzida pela
metade. Por exemplo, quando você for escrever as letras LA, TV, ou LT, você pode assumir como distância
entre os dois caracteres a largura da linha “d”, que está apresentada no Quadro 10. A Figura 69 mostra um
exemplo de aplicação de caligrafia técnica com as medidas estabelecidas.
5 DESENHO TÉCNICO
93

NBR 8402

h
d a e

n r

b
c
Figura 69 - Aplicação da caligrafia técnica.
Fonte: SENAI-RS.

Quanto ao alinhamento da escrita, pode ser vertical ou inclinado em ângulo de 15º para a direita, em
relação à vertical. A Figura 70 ilustra o exemplo dos dois tipos de alinhamento.

ABCDEFGHIJKLMN ABCDEFGHIJKLMN
OPQRSTUVWXYZ OPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmno abcdefghijklmno
pqrstuvwxyz pqrstuvwxyz
[(!?:;”- = + x / % &) o [(!?:;”- = + x / % &) o
0123456789IVX 0123456789IVX
a) b)

Figura 70 - Tipos de alinhamento da escrita: a) vertical; b) inclinado.


Fonte: SENAI-RS.

5.4 NORMAS TÉCNICAS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o orgão responsável pela normalização do desenho
técnico no Brasil. Ao fazer um desenho desse tipo, é necessário consultar as normas para verificar quais são
os procedimentos corretos, pois a ABNT exige um alto grau de padronização.
Devido à intensa troca de informações entre as empresas de todo o mundo, o desenho técnico segue
orientações universais. Por esse motivo, as normas da ABNT estão em consonância com as principais
normas de desenho utilizadas internacionalmente.
Observe no Quadro 11 as principais normas utilizadas para desenho técnico mecânico e de
instrumentação.

NORMA DESCRIÇÃO
ABNT NBR 10067:1995 Princípios gerais de representação em desenho técnico
ABNT NBR 10582:1988 Apresentação da folha para desenho técnico
ABNT NBR 10068:1987 Folha de desenho - Leiaute e dimensões – Padronização
ABNT NBR 8196:1999 Desenho técnico - Emprego de escalas
ABNT NBR 8402:1994 Execução de caractere para escrita em desenho técnico
ABNT NBR 8403:1984 Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das linhas
ABNT NBR 13142:1999 Desenho técnico - Dobramento de cópia
ABNT NBR 13272:1999 Desenho técnico - Elaboração das listas de itens
ABNT NBR 13273:1999 Desenho técnico - Referência a itens
Quadro 11 - Normas aplicadas ao desenho técnico mecânico e de instrumentação.
Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
94

O Quadro 12 apresenta as normas relacionadas apenas aos desenhos técnicos da área de mecânica
industrial.

NORMA DESCRIÇÃO
ABNT NBR 10126:1998 Cotagem em desenho técnico
ABNT NBR 14957:2003 Desenho técnico - Representação de recartilhado
ABNT NBR 14699:2001 Desenho técnico - Representação de símbolos aplicados a tolerâncias
geométricas
ABNT NBR 14700:2001 Desenho técnico - Representação do local de medição de dureza
ABNT NBR 14611:2000 Desenho técnico - Representação simplificada em estruturas metálicas
ABNT NBR 12298:1995 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho
técnico
ABNT NBR 13104:1994 Representação de entalhado em desenho técnico
ABNT NBR 12288:1992 Representação simplificada de furos de centro em desenho técnico
ABNT NBR 11534:1991 Representação de engrenagem em desenho técnico
ABNT NBR 11145:1990 Representação de molas em desenho técnico
ABNT NBR 8993:1985 Representação convencional de partes roscadas em desenhos técnicos
ABNT NBR 8404:1984 Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos
ABNT NBR 14646:2001 Tolerâncias geométricas - Requisitos de máximo e requisitos de mínimo
material
ABNT NBR ISO 2768-1: Tolerâncias gerais:
2001 Parte 1: Tolerâncias para dimensões lineares e angulares sem indicação
de tolerância individual
ABNT NBR ISO 2768-2: Tolerâncias gerais:
2001 Parte 2: Tolerâncias geométricas para elementos sem indicação de
tolerância
ABNT NBR 6409:1997 Tolerâncias geométricas - Tolerâncias de forma, orientação, posição
e batimento - Generalidades, símbolos, definições e indicações em
desenho
ABNT NBR 7191:1982 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado
Quadro 12 - Normas aplicadas ao desenho técnico mecânico e de instrumentação.
Fonte: SENAI-RS.

Os principais itens de um desenho técnico são normalizados pela ABNT. As normas


SAIBA servem para que o desenho obedeça a um padrão definido, basta consultá-las para
MAIS fazer de maneira correta. A consulta pode ser realizada mediante cadastro prévio em:
www.abntcatalogo.com.br

5.5 LEIAUTE

Você já percebeu que a produção de desenhos técnicos é orientada por muitas normas e regras. Agora,
veremos as regras que determinam o tamanho e apresentação dos desenhos. Essas regras estão contidas na
norma NBR 10068 Folha de desenho - Leiaute e dimensões – Padronização. A Figura 71 ilustra as duas formas
de orientação da folha de desenho.
5 DESENHO TÉCNICO
95

a) b)

Figura 71 - Orientação da folha de desenho: a) horizontal; b) vertical


Fonte: SENAI-RS.

Apesar das folhas da Figura 71 ainda não transmitirem nenhuma informação, elas já estão conforme as
normas e tudo nelas segue um padrão. Esse padrão está de acordo com determinados formatos, dimensões
e aspectos de divisão das folhas, que veremos a seguir.

5.5.1 FORMATOS

O formato de uma folha é definido por suas dimensões. O desenho técnico utiliza principalmente os
formatos da série “A”. O formato básico da série “A” é o A0, que é um retângulo com área de 1 m², com
os lados medindo 841 mm x 1189 mm. Se dividirmos o comprimento do formato A0 em dois, teremos
dois formatos A1. Se dividirmos o comprimento do formato A1 em dois, teremos dois formatos A2, e
assim sucessivamente. Os formatos podem ser utilizados tanto na posição horizontal como na vertical,
porém é mais comum o uso do formato A4 na vertical e dos demais na horizontal. A Figura 72 ilustra esse
procedimento.
y

A4
x/4 x/4
x/2

A3
A1 A4
x
y y/4 y/4
x/2

x/4 A2
A4 y/4
A3 y/4 x/2
y/2 y/2 y/2
A2 x/2
y/2 x
A1 x
x
AO A0

a) b)
Figura 72 - Formatos de papel para desenho da série “A”: a) semelhança geométrica; b) formatos derivados
Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
96

O Quadro 13 descreve os formatos das folhas de desenho, suas dimensões e margens.

FORMATO DIMENSÕES MARGENS (mm)


ESQUERDA DIREITA
A0 841 x 1189 25 10
A1 594 x 841 25 10
A2 420 x 594 25 7
A3 297 x 420 25 7
A4 210 x 297 25 7
Quadro 13 - Formatos, dimensões e margens das folhas de desenho.
Fonte: SENAI-RS.

Um desenho técnico deve ser feito no menor formato possí-


SAIBA vel, desde que não prejudique sua clareza, simplicidade e ob-
MAIS jetividade. O desenho deve ter tamanho suficiente para que
ele apresente todas as informações necessárias.

5.5.2 DIVISÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO

A NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico normatiza três aspectos da folha para
desenho técnico. Veremos a seguir.
Espaços para desenho: é o local em que ficam as vistas com cotas e demais itens necessários para o
desenho, podemos considerar esse espaço como se fosse uma área gráfica.
Espaços para texto: é utilizado para informações adicionais como explanação, instrução, referência,
localização da planta de situação, tábua de revisão entre outras.
Legenda: espaço em que são inseridas informações relevantes, fundamentais para que o desenho tenha
validade. Por meio das informações contidas na legenda é possível, entre outras coisas, saber quem fez o
desenho, quando foi feito, qual pessoa o revisou, quem aprovou, se houve atualizações, a qual empresa
pertence, entre outros.
A Figura 73 ilustra as possibilidades para configuração desses aspectos em uma página de desenho
técnico.
5 DESENHO TÉCNICO
97

Espaço para desenho

Espaço para texto


Legenda

Espaço para desenho

Espaço para texto


Legenda

Figura 73 - Configurações da página de desenho.


Fonte: SENAI-RS.

A legenda de um desenho deve ter posição, tamanho e informações conforme determinam as normas
NBR 10582 e NBR 10068. A formatação da legenda é livre e varia bastante conforme as necessidades das
empresas. Seu conteúdo também é variável, porém algumas informações são obrigatórias. A NBR 10582
define que a legenda deve conter:
• designação da empresa;
• projetista, desenhista, responsável pelo conteúdo do desenho;
• local, data e assinatura;
• nome e localização do projeto;
• conteúdo do desenho;
• escala (conforme NBR 8196);
• número do desenho;
• designação da revisão;
• indicação do método de projeção (conforme NBR 10067);
• unidade utilizada no desenho (conforme NBR 10126).

DATA NOME MATERIAL: CONTEÚDO:


DES PROJETO: PESO:
APROV LOCALIZAÇÃO: FORMATO:
ASSINATURA DO
RESPONSÁVEL PROJEÇÃO

REV DATA NOME (TÍTULO)


(EMPRESA) ESCALA
NÚMERO
FOLHA
N° DE FLS

Figura 74 - Exemplo de legenda.


Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
98

No formato A4 vertical, a legenda deve ocupar toda a largura útil da folha; já nos demais formatos, o
canto inferior direito deverá ser ocupado e seu comprimento obedecerá ao Quadro 14, a seguir.

FORMATO COMPRIMENTO
A0, A1 175
A2, A3, A4 178

Quadro 14 - Formatos e comprimento da legenda.


Fonte: SENAI-RS.

A Figura 75 apresenta um desenho de instrumentação com sua respectiva legenda.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

e
s 1
p
M2 e
s
~3 s
a
PI n
t
03 e 2
Tanque
PY
de s 03
Resfriamento 3
LSHH i
03
LG Tanque 4
03 LSH LAH

de 03 03

cozimento
LSL LAL 5
03 03

LIT LSLL i
03 03
6

n LB
03
03 7
LIC
Reservatório 03
PY PY
de Leite 05 04
Dreno
8
LV SP FIC FIC
03 HS
03 03
03
F1
03 9

FIT FV 10
PY
03 FE 03
M1
~3 02 03
11
P1 P1
02 A B
12
PROCESSO DE COZIMENTO FLUXOGRAMA DA MALHA DE CONTROLE DO LEITE
DO TANQUE DE COZIMENTO

LACTOTRÔNICA DESENHISTA:
Alexandre Quadros
DESENHO Nº:
123-45FL
REV.
3

Figura 75 - Desenho de instrumentação com sua legenda.


Fonte: SENAI-RS.

5.6 LINHAS E DIEDRO

O desenho técnico fornece diversas informações e, para não haver confusão de significados e facilitar a
identificação visual de cada elemento, são utilizadas linhas de diferentes espessuras e formas que variam
conforme a aplicação. A norma referente aos tipos e espessuras de linhas é a NBR 8403 - Aplicação de
linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das linhas. O Quadro 15 mostra os principais tipos de linhas
utilizados em desenhos.
(CONTINUA)

TIPO DE LINHA DENOMINAÇÃO APLICAÇÃO EXEMPLO


Contínua larga Contornos visíveis e
arestas visíveis.
5 DESENHO TÉCNICO
99

(CONCLUSÃO)

TIPO DE LINHA DENOMINAÇÃO APLICAÇÃO EXEMPLO


Contínua estreita Linhas de cota, linhas 40

auxiliares e linhas de
extensão.

40
Contínua estreita a Limites de vistas e
mão livre cortes parciais.

Contínua estreita Linhas de ruptura.


em zigue-zague

Tracejada larga Contornos não


visíveis e arestas não
visíveis.

Tracejada estreita Contornos não


visíveis e arestas não
visíveis.

Traço e ponto Linhas de centro,


estreito linhas de simetrias e
trajetórias.
Traço e ponto Planos de cortes. A

estreito, larga nas


extremidades e
na mudança de A

direção
Traço e ponto largo Indicação das linhas B

ou superfícies com
A 15

indicação especial.
30

25

B
30 30
65

Traço dois pontos Contornos de peças


estreito adjacentes, posição
limite de peças
móveis.
Quadro 15 - Principais tipos de linhas utilizados em desenhos técnicos.
Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
100

As projeções ortogonais são determinadas pelas normas de desenho técnico conforme a disposição
das vistas no desenho, denominadas diedros. As normas internacionais desenvolveram dois sistemas de
disposição ou diedros para representação de peças. No Brasil e na Europa, utiliza-se o sistema de projeção no
primeiro diedro; já nos Estados Unidos e Canadá, adota-se o sistema de projeção no terceiro diedro. O Quadro
16 apresenta as diferenças dos diedros referentes à disposição das vistas em relação à vista principal.

PRIMEIRO DIEDRO TERCEIRO DIEDRO


A vista de cima fica abaixo. A vista de cima fica acima.
A vista de baixo fica acima. A vista de baixo fica abaixo.
A vista da esquerda fica à direita. A vista da esquerda fica à esquerda.
A vista da direita fica à esquerda. A vista da direita fica à direita.
A vista de trás ou posterior fica à direita ou à A vista de trás ou posterior fica à direita ou à
esquerda, conforme conveniência. esquerda, conforme conveniência.

Vista Inferior Vista Superior

Vista Lateral Vista Frontal Vista Lateral Vista Posterior Vista Lateral Vista Frontal Vista Lateral Vista Posterior
Direita Esquerda Esquerda Direita

Vista Superior Vista Inferior


Dado Dado

Quadro 16 - Diferenças dos diedros referentes à disposição das vistas em relação à vista principal.
Fonte: SENAI-RS.

Para identificar qual é o sistema de projeção utilizado no desenho, basta verificar na legenda o campo
projeção, local em que deverá constar uma das duas imagens abaixo representadas na Figura 76 a seguir.

1° Diedro 3° Diedro
Figura 76 - Sistema de projeção.
Fonte: SENAI-RS.

SAIBA Como o sistema de projeção em terceiro diedro é menos


utilizado no Brasil, vamos utilizar como padrão o sistema de
MAIS primeiro diedro.

5.7 VISTAS ESSENCIAIS

Todos os objetos possuem três dimensões. Normalmente, não conseguimos imaginar um objeto sem
uma dessas dimensões, pois nossa percepção está condicionada pela visão e por nosso cérebro. Porém,
no desenho técnico, precisamos aprender a conceber objetos em três dimensões, a partir de vistas em
5 DESENHO TÉCNICO
101

duas dimensões. Esse processo nos permite a representar figuras tridimensionais em uma superfície bidi-
mensional, que é a folha de papel plana. Esse processo é aplicado quando desenhamos à mão ou quando
utilizamos softwares de desenho.
Mas como conseguimos fazer isso? Bem, você já deve ter jogado com um dado em algum jogo de
tabuleiro, certo? Como você sabe, o dado nada mais é do que um pequeno cubo de faces marcadas com
pontos, de um a seis. Mas há uma diferença entre o cubo e o dado. Um cubo pode ser definido como um
sólido com seis faces quadradas e iguais, mas, no caso do dado, como todas as faces têm uma marcação
diferente, podemos afirmar que o dado é um cubo elementar com seis faces quadradas e diferentes, como
ilustra a Figura 77.

Figura 77 - Dado.
Fonte: SENAI-RS.

5.7.1 DESCONSTRUÇÃO DO DADO

Agora que já compreendemos o conceito de um cubo e de um dado, vamos começar a desconstruir um


dado. Imagine que o dado é oco e que suas paredes são muito finas, como se fosse uma folha de papel.
Vamos abri-lo e desdobrá-lo até o deixarmos plano. Observe a simulação desse processo na Figura 78.

Figura 78 - Desdobramento de um dado.


Fonte: SENAI-RS.

Como você está reparando, temos as seis faces em apenas duas dimensões. Podemos ver,
simultaneamente, todas as faces e identificar cada uma, comprovando que todas elas são, realmente,
diferentes. Agora, vamos verificar quais as faces que são opostas entre si, na Figura 79.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
102

Figura 79 - Desdobramento de um dado.


Fonte: SENAI-RS.

Observe que a face oposta a do número 1 é a do número 6, a face oposta a do número 2 é a do número
5, e a face oposta a do número 3 é a do número 4. Mas como podemos visualizar um objeto e identificar
somente uma de suas faces, de forma isolada? Ora, esse é o nosso objetivo. Vamos iniciar analisando o
objeto de maneira correta. Para isso, vamos observar perpendicularmente a face em relação a nossa linha
de visão. Depois devemos projetar essa face em um “plano de projeção”, sem nenhum desvio causado por
nossa visão. Esse plano de projeção pode ser uma folha de papel. A correta observação da peça no plano
de projeção permite que nós identifiquemos os vértices que formam a face observada, conforme podemos
ver na Figura 80.

Figura 80 - Projeção de uma face do dado.


Fonte: SENAI-RS.

Finalizada essa primeira etapa, vamos utilizar a mesma técnica para observar as projeções em outros
planos. Desse modo, poderemos representar as vistas da peça de frente, da esquerda, de cima, de trás, da
direita ou de baixo.
5 DESENHO TÉCNICO
103

A Figura 81 apresenta as três projeções ortogonais. Vamos estabelecer que a frente é a face do número
1. Logo, se olharmos pelo lado direito, veremos a face do número 5 e, se olharmos de cima, a face do
número 3.

Figura 81 - Projeção de três faces do dado.


Fonte: SENAI-RS.

Além dessas vistas que observamos na Figura 81, podemos ter mais três projeções ortogonais, que são
as faces dos números 6, 2 e 4. Veja, na Figura 82, que nenhuma das projeções é igual à outra e que elas
respeitam seus opostos.

Figura 82 - Projeção de seis faces do dado.


Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
104

Com já observamos, quando desdobramos o dado no plano bidimensional, a face oposta a do número
1 é a do número 6, a face oposta a do número 2 é a do número 5, e a face oposta a do número 3 é a do
número 4. Desse modo, para representar graficamente um dado, são necessárias seis vistas, pois, além de
todas serem diferentes, todas trazem algum tipo de informação que não pode ser mostrada de forma clara
em outra vista. A Figura 83 ilustra as seis vistas do dado representadas em uma folha de desenho técnico.

Vista Inferior

Vista Lateral Vista Frontal Vista Lateral Vista Posterior


Direita Esquerda

Vista Superior
Dado

Figura 83 - Representação das seis faces do dado.


Fonte: SENAI-RS.

A maioria dos desenhos precisa somente das três vistas essenciais para mostrar to-
VOCÊ dos os seus detalhes. Em alguns casos, uma ou duas vistas são suficientes, porém,
SABIA? em desenhos mais complexos, podem ser necessários outros tipos de vistas, como,
por exemplo, vistas em corte, vistas auxiliares, vistas de detalhes entre outras.

Concluindo, entendemos que todas as vistas essenciais possuem denominação. A vista principal, por
exemplo, é denominada vista frontal. Quando vamos desenvolver um desenho, escolhemos como vista
frontal a que traz mais detalhes da peça. As demais vistas são:
• vista de cima ou superior (VS): é a vista gerada observando a peça pelo lado de cima;
• vista de baixo ou inferior (VI): é a vista gerada observando a peça pelo lado de baixo;
• vista lateral esquerda (VLE): é a vista gerada observando a peça pelo lado da esquerda;
• vista lateral direita (VLD): é a vista gerada observando a peça pelo lado da direita;
• vista de trás ou posterior (VP): é a vista gerada observando a peça pela parte traseira.
5 DESENHO TÉCNICO
105

5.7.2 DESENVOLVIMENTO DE DESENHOS TÉCNICOS

Agora que você já compreendeu o sistema de disposição de vistas e sua representação na folha de
desenho, vamos aplicar esses conhecimentos no desenvolvimento de desenhos técnicos. Para isso, vamos
seguir quatro passos. Inicialmente, vamos partir de um desenho em perspectiva de uma peça, como mostra
a Figura 84.

Figura 84 - Vista em perspectiva.


Fonte: SENAI-RS.

1º passo: determine qual das vistas será a principal. A vista escolhida deve ser a que apresenta mais
detalhes da peça, conforme mostra a Figura 85;

Figura 85 - Vista frontal.


Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
106

2º passo: a partir dessa vista, desenhe a vista lateral esquerda. Observe a Figura 86;

Figura 86 - Vista lateral esquerda.


Fonte: SENAI-RS.

3º passo: se for necessário, adicione outras vistas projetadas. Normalmente, adicionamos a vista superior,
como apresenta Figura 87;

Figura 87 - Vista superior.


Fonte: SENAI-RS.

4º passo: caso o desenho não tenha expressado com clareza as vistas essenciais, complete com mais
vistas, como, por exemplo, a vista lateral direita. Veja, na Figura 88, que há mais essa vista compondo o
desenho técnico;

Figura 88 - Representação completa das vistas essenciais.


Fonte: SENAI-RS.
5 DESENHO TÉCNICO
107

Agora, vamos detalhar alguns aspectos do desenho técnico. Observe, na Figura 89, um desenho simples
em perspectiva com as vistas essenciais.

Vista Lateral
Vista Frontal Esquerda

Vista Frontal Vista Lateral


Esquerda

Linhas de
projeção
Vista Superior
Vista Superior

Figura 89 - Desenho simples em perspectiva com vistas essenciais.


Fonte: SENAI-RS.

Note que algumas arestas são invisíveis em determinadas projeções. Quando isso acontecer, deve-se
desenhá-las utilizando linhas tracejadas. A Figura 90 apresenta um desenho com linhas tracejadas.

Vista Lateral
Vista Frontal Esquerda

Vista Frontal Vista Lateral


Esquerda

Vista Superior Vista Superior

Figura 90 - Utilização de linhas tracejadas.


Fonte: SENAI-RS.

Caso o desenho tenha faces em ângulo e em curva e seja apresentada projeção em mais de uma vista,
a face em ângulo deverá ter projeção em todas as vistas. Essas linhas de projeção, que partem de cada
vértice, apresentam diferenças em ambas as vistas em função de sua projeção. Observe a Figura 91 que
apresenta a projeção do plano inclinado em uma vista.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
108

Vista Frontal Vista Lateral


Esquerda

Vista Frontal Vista Lateral


Esquerda

Vista Superior
Vista Superior
Figura 91 - Projeção de plano inclinado em uma vista (vista lateral esquerda).
Fonte: SENAI-RS.

A Figura 92, que apresenta a projeção em todas as vistas.

Vista Frontal Vista Lateral


Esquerda

Vista Frontal Vista Lateral


Esquerda

Vista Superior Vista Superior

Figura 92 - Projeção de plano inclinado em todas as vistas.


Fonte: SENAI-RS.

Vimos projeções em faces planas, cujas arestas e vértices são visíveis e bem perceptíveis, mas como
representar em vistas ortogonais uma peça cilíndrica? Uma esfera? Uma peça com raios? Peças cilíndricas
com raios nas extremidades apresentam apenas duas arestas: uma na parte de cima e outra na parte
de baixo. Mas como representar, na projeção ortogonal, o limite da parte cilíndrica e os raios? Nesses
casos, o limite externo de uma peça cilíndrica ou de um raio é o que chamamos de silhueta, que é
representada na vista ortogonal tal qual fosse uma aresta. As linhas em que os raios e faces retas se
encontram são chamadas de arestas tangentes. Observe a Figura 93 que apresenta a nomenclatura das
figuras cilíndricas.
5 DESENHO TÉCNICO
109

Arestas visíveis Arestas tangentes Projeções

Cilindro sem linhas Silhuetas

Figura 93 - Nomenclatura das figuras cilíndricas.


Fonte: SENAI-RS.

A Figura 94 que mostra a projeção de uma figura cilíndrica com raios.

Vista Lateral
Vista Frontal Esquerda

Vista Superior

Figura 94 - Projeção de figura cilíndrica com raios.


Fonte: SENAI-RS.

5.8 SIMBOLOGIAS

Após aprendermos como fazer a representação de um objeto em duas dimensões, vamos estudar
outro elemento muito importante do desenho técnico, as simbologias. Por meio da simbologia, é possível
transformar um conteúdo, que necessitaria de muito texto para ser explicado, em algo simples e padronizado.
Além disso, a simbologia evita que o desenho fique visualmente poluído. Na verdade, os textos explicativos
devem ser evitados, pois, em alguns casos, pode ser necessária a tradução do texto. Como veremos, os
símbolos podem ser divididos em grupos, conforme o tipo de informação que transmitem.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
110

5.8.1 SÍMBOLOS DE COTAS

Os símbolos de cotas têm por objetivo mostrar o formato da peça que está sendo cotada. Esses símbolos
devem ser colocados antes dos valores numéricos (QUADRO 17).

SÍMBOLO INDICAÇÃO APLICAÇÃO


Ø Diâmetro Cotagem de peças cilíndricas ou de partes cilíndricas de peças
Quadrado Cotagem de peças quadradas ou de partes quadradas de peças
R Raio Cotagem de raios
Ø ESF Diâmetro esférico Cotagem de esferas ou partes esféricas de peças pelo diâmetro
R ESF Raio esférico Cotagem de esferas ou partes esféricas de peças pelo raio
Quadro 17 - Símbolos de cotas.
Fonte: SENAI-RS.

5.8.2 LINHAS CRUZADAS

Duas linhas estreitas cruzadas indicam que se trata de superfície plana. Elas devem ser utilizadas em
superfície plana de peças cilíndricas ou espigas de seção quadrada, conforme mostra o Quadro 18.

SUPERFÍCIE PLANA EM PEÇAS ESPIGAS DE SEÇÃO QUADRADA


CILÍNDRICAS

Quadro 18 - Símbolos de cotas.


Fonte: ADAPTADO DE ABNT, 1998.

Observe a Figura 95 que mostra um desenho de uma peça, com linhas cruzadas, e sua respectiva
simbologia.

R Esf.15

15 R5
80
30

5
15

20
40
45

Figura 95 - Desenho de uma peça com uma superfície cotada.


Fonte: SENAI-RS.
5 DESENHO TÉCNICO
111

5.8.3 SÍMBOLOS DE PERFIS DE MATERIAIS

Os símbolos indicam os perfis de materiais mais comumente utilizados. Devem ser colocados antes dos
valores numéricos, como mostra o Quadro 19.

SÍMBOLO INDICAÇÃO SÍMBOLO INDICAÇÃO


Redondo Perfil “T”

Quadrado Perfil duplo “T”

Chato Perfil “U”

Cantoneira Espessuras das chapas bitolas de fios, etc.

Quadro 19 - Símbolos de perfis de materiais.


Fonte: SENAI-RS.

5.8.4 SIMBOLOGIA EM DESENHOS DE INSTRUMENTAÇÃO

Diferentemente da mecânica, a área de instrumentação tem as suas próprias normas para a


simbologia. A International Society of Automation (ISA) determina a simbologia dos desenhos, diagramas
e fluxogramas da instrumentação. A ISA possui normas específicas que regulamentam a simbologia para
equipamentos de fluxogramas de engenharia, como a ANSI/ISA 5.5 e a ANSI/ISA 5.1, que regulamenta os
dispositivos instalados nos equipamentos ou linhas de processo. A Figura 96 ilustra o significado de uma
sigla de acordo com as normas.

PT
“Pressão” “Transmissor”
Primeira letra do Segunda letra do
primeiro grupo segundo grupo
Figura 96 - Exemplo de simbologia de um equipamento da instrumentação.
Fonte: SENAI-RS.

5.9 COTAGEM

Além de esclarecer a forma e o material da peça, o desenho técnico deve fornecer todas as informa-
ções referentes às dimensões de uma peça. Essas informações estão contidas no sistema de cotagem
dos desenhos. Entende-se por cota o termo técnico que define medidas e ou dimensões. A norma
brasileira que regulamenta o sistema de cotagem é a ABNT NBR 10126. As cotas no desenho técnico
têm as seguintes funções:
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
112

• determinar os tamanhos (dimensões) das peças e de seus detalhes;


• localizar os detalhes da peça de forma clara;
• determinar os locais corretos de onde as dimensões partem.
A cotagem segue algumas regras para que transmita as informações de forma clara e objetiva:
• linha de extensão ou auxiliares: sua função é determinar os pontos ou arestas das quais parte a linha
de cotagem da peça sem perder a referência. Nunca deve tocar o contorno da peça. Pode prolongar-
se no máximo 2 mm além da linha da cota. Também é conhecida como linha de chamada;
• linha de cota: é a linha que representa a dimensão que está sendo cotada;
• limite da linha de cota: representado por setas, indicam as extremidades da linha cota de forma clara;
• valor numérico da dimensão: é a cota propriamente dita. Contém o valor explícito da informação para
a qual a cotagem foi efetuada.
Na Figura 97, podemos observar a cotagem e suas respectivas linhas e valores.

Limite da linha
de cota
Linha de cota
Valor numérico
da alimentação
Linha de extensão
40 ou auxiliar

# 8 10
20

10

Figura 97 - Desenho com regras de cotagem.


Fonte: SENAI-RS.

Ao cotarmos uma peça, precisamos observar alguns aspectos importantes:


• as cotas devem se distribuir entre as vistas e serem colocadas de maneira que representem bem os
elementos a que se referem, ou seja, na vista na qual eles estiverem apresentados de forma mais clara
e objetiva;
• a cotagem dentro do contorno da peça é permitida, mas é sempre preferível que seja feita na zona
externa, desde que não dificulte a clareza da interpretação;
• deve-se evitar ao máximo o cruzamento de linhas de cotagem. Caso não seja possível, uma das linhas
deve ser interrompida no cruzamento;
• caso alguma cota utilize uma unidade de medida diferente da unidade de medida do desenho,
devemos indicar obrigatoriamente esta unidade depois do valor numérico da cota;
• deve-se evitar a repetição de cotas.
5 DESENHO TÉCNICO
113

Muitos desenhos apresentam, juntamente com as cotas, as indicações de tolerância, que são os erros
admissíveis na construção de peças e outros itens contidos em desenhos. As tolerâncias existem porque
é impossível acertar uma medida de acordo com seu valor absoluto, bem como produzir uma forma
perfeita. Por menor que seja o erro, sempre haverá alguma imperfeição, portanto, saiba que não existe
uma esfera perfeitamente esférica, ou um cilindro perfeitamente cilíndrico.
A tolerância é definida de acordo com a aplicação das peças, podendo variar bastante de um caso para
outro. Imagine exigir a mesma precisão dimensional de um carro de Fórmula 1 para um carro popular. O
custo de fabricação do carro popular seria altíssimo, tornando inviável a sua produção.

Os desvios admissíveis de uma cota podem ser informados tanto por valores numéri-
SAIBA cos, como por meio de normas que padronizam e agrupam as tolerâncias de acordo
MAIS com a precisão dimensional exigida em diferentes casos.

5.9.1 COTAGEM EM ÂNGULOS

Além de dimensões lineares, um desenho técnico pode conter dimensões angulares. Essas dimensões
existem quando se deseja correlacionar itens do desenho que não são paralelos, perpendiculares ou que
estejam dispostos em perímetros circulares em que as relações são definidas por distâncias e ângulos.
A cotagem de ângulos é semelhante à cotagem de dimensões lineares. Na Figura 98, você pode ver
algumas maneiras de cotar ângulos. Observe que a linha de cota não é reta, é em arco, e seu centro está na
intersecção das linhas correlacionadas.

60° 45° 45°


25°
45°

°
30 45° 45°

Figura 98 - Cotagem em ângulos.


Fonte: SENAI-RS.

Dependendo da circunstância, a cotagem de ângulo se altera para se adaptar da melhor maneira à


estética do desenho. Algumas vezes, uma ou até as duas linhas de extensão podem ser dispensadas, ou
seja, é possível fazer a cotagem angular direto nas linhas de contorno.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
114

5.10 PERSPECTIVAS

As perspectivas ou representações gráficas tridimensionais são recursos do desenho técnico e artístico


usadas para dar ao leitor uma ideia de profundidade do objeto do desenho. A perspectiva é utilizada,
sobretudo, quando as vistas essenciais (ortogonais) não conseguirem transmitir de forma clara todos os
elementos do objeto do desenho. Também é comum o seu uso quando se deseja ter uma noção da relação
entre as dimensões e detalhes do objeto, em conjuntos montados e em vistas explodidas. Há diversos tipos
de perspectivas e elas estão divididas em três principais grupos, conforme apresentadas no Quadro 20.

GRUPO DESCRIÇÃO EXEMPLO


Ortogonais Também chamadas de axonométricas, são perspectivas
que mantêm as proporções de largura, altura e profundi-
dade, além de visualizar o objeto nos três eixos, permitindo
uma representação com o mínimo de distorções do objeto.
Existem três tipos de perspectivas ortogonais: isométrica,
dimétrica e trimétrica. As perspectivas isométricas são as Perspectiva Isométrica
mais empregadas no desenho técnico industrial.
Cônicas Muito utilizadas em desenho artístico e também arquitetô-
nico, as perspectivas cônicas têm como principal caracte-
rística os pontos de fuga, que são pontos para os quais as
linhas do desenho apontam formando cones de visualiza-
ção, daí o nome de perspectiva cônica.
Perspectiva cônica
Oblíquas Nessa perspectiva, uma das vistas é representada de forma
ortogonal e as demais são representadas em profundida-
de. A vista que é representada de forma ortogonal é a que
melhor representa a forma geral do objeto. A perspectiva
oblíqua mais utilizada é a cavaleira. Fazem parte deste
grupo ainda as perspectivas militar e gabinete. Perspectiva Cavaleira

Quadro 20 - Os três principais grupos de perspectivas.


Fonte: SENAI-RS.

Outra função importante das perspectivas é mostrar, de forma didática, as montagens e vistas explodidas
de conjuntos ou instalações. No caso da instrumentação, esse recurso é bastante empregado para facilitar
a interpretação das montagens, facilitar a instalação ou a manutenção dos componentes do sistema. A
Figura 99 ilustra a vista explodida de um motor elétrico trifásico.
5 DESENHO TÉCNICO
115

Figura 99 - Vista explodida de um motor elétrico trifásico.


Fonte: SENAI-RS.

A vista explodida também é bastante utilizada em montagens de peças, dispositivos, máquinas e


equipamentos, pois o montador baseia-se nesse desenho para montar passo a passo cada componente do
sistema, conforme podemos observar na Figura 100.

4 5
3
2
1

10
6
7
12 8
9
10
11

a) b)
Figura 100 - Vista explodida de montagem: a) esquemática; b) renderizada.
Fonte: SENAI-RS.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
116

CASOS E RELATOS

Falta de atenção ao ler o desenho técnico


Certa vez, em uma estação de tratamento de efluentes de uma grande empresa, um instalador de instrumentos
montou um rotâmetro virado, gerando falha no sistema durante o teste. Felizmente, o teste possuía diversos
controles e não houve acidentes provocados por causa dessa falha.
Porém, para fazer a correção, muitos elementos da tubulação tiveram que ser desmontados e montados
novamente, aumentando em dois dias a entrega da obra. Esse custo e trabalho desnecessário poderiam ser
facilmente evitados se o instalador de instrumentos tivesse tido mais atenção ao desenho que lhe foi fornecido.
Na instalação de válvulas e medidores, é muito comum esses equipamentos possuírem um único sentido de
direção para o fluxo do fluido. Essa informação deve constar nos desenhos de instalação e deve ser seguida pelo
instalador, conforme está descrito nos desenhos.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, aprendemos que o desenho técnico é um documento muito importante e sintético, que deve
seguir as regras de clareza, objetividade e simplicidade. Soubemos que não devemos ignorar ou omitir nenhum
detalhe no desenho técnico e devemos seguir diversas normas oficiais. Conhecemos os instrumentos utilizados,
suas funcionalidades e a caligrafia técnica desses desenhos. Também conhecemos as principais normas técnicas,
o leiaute dos desenhos, os formatos e divisão da folha em relação ao leiaute, assim como os tipos de linhas de
acordo com as normas específicas. Vimos quais são os diedros utilizados no Brasil, as vistas essenciais e auxiliares
e suas simbologias. Por fim, conhecemos as formas de cotagem, as perspectivas e a vista explodida, um dos
principais tipos de desenho técnico utilizado em instalações e montagens industriais.
5 DESENHO TÉCNICO
117
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generalidades, símbolos, definições e indicações em desenho. Rio de Janeiro, 1997.

______. NBR 7191: execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado. Rio de Janei-
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mento. Rio de Janeiro, 1984.

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mento. Rio de Janeiro, 1985.

______. NBR 10067: princípios gerais de representação em desenho técnico: procedimento. Rio de
Janeiro, 2005.

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1998.

______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de


Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10582: apresentação da folha para desenho
técnico: procedimento. Rio de Janeiro, 1988.

______. NBR 11145: representação de molas em desenho técnico: procedimento. Rio de Janeiro,
1990.

______. NBR 11534: representação de engrenagem em desenho técnico: procedimento. Rio de


Janeiro, 1991.

______. NBR 12288: representação simplificada de furos de centro em desenho técnico: procedi-
mento. Rio de Janeiro, 1992.

______. NBR 12298: representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico:
procedimento. Rio de Janeiro, 1995.

______. NBR 13104: representação de entalhado em desenho técnico: procedimento. Rio de Janei-
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______. NBR 13142: desenho técnico: dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999.

______. NBR 13272: desenho técnico: elaboração das listas de itens. Rio de Janeiro, 1999.

______. NBR 13273: desenho técnico: referência a itens. Rio de Janeiro, 1999.

______. NBR 14611: desenho técnico: representação simplificada em estrurturas metálicas. Rio de
Janeiro, 2000.

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CONFÚCIO. Os analectos. Porto Alegre: L&PM, 2006.

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Oficina de texto. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

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Furada. Piauí, 2013. Disponível em: <http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp>. Acesso em: 20
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SHANNON, C. E. A mathematical theory of communication. The Bell System Technical Journal,


New York, v. 27, n. 3, p. 379-423, july 1948.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

CLAUDIA MARA DE MEDEIROS DUTRA


A autora colaboradora é Graduada em Pedagogia – Universidade Luterana do Brasil (2011).
Experiência profissional como professora de Informática do Colégio Anchieta (Rio Grande do
Sul), de 1997 até 2007. É Instrutora de Nível Técnico na Escola de Educação Profissional SENAI
Plínio Gilberto Kroeff.

JOAO ALDONES SANTOS DA ROSA


O autor colaborador é Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Vale Rio dos
Sinos - Unisinos (2011). Experiência profissional como Projetista de Produto Sênior, atuando
na melhoria de produtos destinados a atividade de pavimentação de rodovias com foco em
inovação tecnológica, redução de custos e padronização do sistema de trabalho com o uso dos
softwares SolidWorks e NX. É Instrutor de Nível Técnico na Escola de Educação Profissional SENAI
Plínio Gilberto Kroeff.
ÍNDICE

A
Argumentar, 37, 44
Argumentação, 32, 33, 37,44
Argumento, 20, 26, 32, 3, 38,54
Apresentação, 18, 38, 39, 40, 41, 42,43,44,51,56,64,72,93,94,96

C
Coerência, 21, 25, 26, 32, 34,67
Coesão, 21, 24, 26, 27, 34, 41, 43, 51, 67
Competência, 21, 22, 58, 81
Compreensão, 15, 19, 21, 25
Conciso, 25, 32, 33
Conclusão, 24, 33, 35, 36, 47, 57

D
Desenvolvimento, 23, 24, 33, 36, 39, 41, 44, 105
Diálogo, 18, 32
Direitos autorais, 56, 57,58
Discurso, 17, 20, 27, 38

F
Frase, 13, 19, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 32, 41,55

I
Interpretação, 13, 16, 19, 21, 31, 112, 114
Introdução, 24, 33, 36, 39, 41, 44

L
Laudo técnico. 16, 37
Linguagem, 13, 15, 16, 17, 18. 19, 35, 38, 40

N
Norma, 17, 35, 44, 46, 52, 53, 57, 85, 92, 93, 94, 95, 97, 98, 100, 111, 113, 116
P
Parágrafo, 22, 23, 24, 26, 27, 32, 33, 36, 44, 54, 68, 69, 82
Planejamento, 39, 41, 43, 47, 48, 58
Projeto, 51, 57, 61, 86, 88, 97

R
Redação, 22, 23, 25, 32, 33, 34, 35, 44
Relatório, 16, 19, 34, 35, 36, 37, 44, 51, 57, 61, 82
Resumo, 19, 27, 37, 41, 42, 43
Revisão, 48, 49, 67, 70, 96, 97
Roteiro, 39, 42,43

S
Símbolo, 15, 77, 86, 92, 94, 109, 110, 111, 116

T
Tema, 21, 24, 33 34, 38, 39, 41, 48, 49, 53, 55, 57
Textual, 20, 24, 26, 34, 67
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

Claiton Oliveira da Costa


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Claudia Mara de Medeiros Dutra


Joao Aldones Santos da Rosa
Elaboração

Marcelo Quadros
Revisão Técnica

Fernando R. G. Schirmbeck
Coordenação Educacional

Adriana Ferreira Cardoso


Enrique Sérgio Blanco
Patricia Camargo da Silva Rodrigues
Design Educacional

Camila J. S. Machado
Rafael Andrade
Ilustrações

Bárbara V. Polidori Backes


Tratamento de imagens e Diagramação

Enilda Hack
Normatização

Roberta Triaca
Apoio à Normatização

Duploklick
Revisão Ortográfica e Gramatical

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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