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A obra visa ter aplicação direta (QUIVY e CAMPENHOUDT, 1998, p. 17), ou seja,
cada uma de suas partes contem discussões e dica que podem ser diretamente utilizadas pelo
pesquisador, ainda que seja recomendável um conhecimento do todo da discussão e das
sugestões. O objetivo é ajudar ao leitor a elaborar seu próprio procedimento de trabalho, sem
impor uma metodologia com pretensões de verdade canônica.
O pesquisador, contudo, logo nas primeiras fases da pesquisa já pode se deparar com
os três problemas de método: a gula livresca ou estatística, a “passagem” às hipóteses e a
ênfase obscurecedora (QUIVY e CAMPENHOUDT, 1998, p. 20-23). Cada um dos referidos
problemas se dá pela falha na elaboração da pergunta essencial da pesquisa, o que leva a
defeitos de base e a tendência do pesquisador em saltar etapas na elaboração do bom plano de
pesquisa. A investigação científica, como sugerem os autores, pode trazer confusão e
desespero, um verdadeiro caos nos primórdios, o que, em verdade, indica justamente o estado
daquele que não se basta com certezas e truísmos.
1 QUIVY Raymond; CAMPENHOUDT, Luc Van. Manual de Investigação em Ciências Sociais. 2ed. Lisboa,
Gradiva, 1998.
Expandindo o tema das três armadilhas que provocam tal estado de confusão. A gula
livresca consiste em consumir grande quantidade de artigos e dados estatísticos sem prévia
definição de um problema, de uma linha do que se busca, achando que o simples acúmulo
sem reflexão resolverá a falta de tema e objetivo de pesquisa. Tal problema leva ao desânimo
e muito vezes a desistência (QUIVY e CAMPENHOUDT, 1998, p. 21).
Nesta etapa, o investigador irá redefinir e refinar a pergunta de partida para que ela
explicite o objeto de estudo, revelando, da melhor forma possível, o ângulo de observação
dele. Em conjunto, neste momento ocorre a organização da base teórica, adaptando-a de
forma formar o melhor conjunto simbólico e conceitual para a interpretação do fenômeno à
luz d abordagem escolhida.