Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ao Fitness
Evidências científicas
para um estilo
de vida saudável
Filipe Rodrigues & Pedro Forte
Edição: Centro de Investigação em Qualidade de Vida
Da Teoria
ao Fitness
Evidências científicas
para um estilo
de vida saudável
Filipe Rodrigues & Pedro Forte
Edição: Centro de Investigação em Qualidade de Vida
FICHA TÉCNICA
Título: Da Teoria ao Fitness. Evidências científicas para um estilo de vida saudável.
Autores: Filipe Rodrigues, Pedro Forte
Edição: Centro de Investigação em Qualidade de Vida
Instituto Politécnico de Santarém
Instituto Politécnico de Leiria
Coleção: Edições CIEQV
Revisão: Célia Novais
Produção: Relgráfica, Lda.
www.relgrafica.com
Conceção gráfica: Patrícia Santos, Relgráfica, Lda.
Financiamento: FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. - projeto UIDB/04748/2020
(Centro de Investigação em Qualidade de Vida).
ISBN: 978-972-95259-9-5
Depósito Legal: 474691/20
Tiragem: 100 exemplares
Outubro 2020
DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS: FILIPE RODRIGUES
Autor Desconhecido
DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS: PEDRO FORTE
Introdução 15
Capítulo 4 – Alimentação 79
Aumentar o gasto calórico diário 80
A verdade sobre os hidratos de carbono 83
A dose diária recomendada de proteína 84
Faço exercício físico e não emagreço 85
Sal & açúcar: assassinos silenciosos 86
Quando e como comer 86
Conclusão 89
Bibliografia 93
introdução
16
INTRODUÇÃO
17
CAPÍTULO
i
EXERCÍCIO EM ACADEMIAS E GINÁSIOS
A hipertrofia muscular
19
A hipertrofia parece ocorrer devido a 3 fatores principais: tensão me-
cânica, dano muscular e stress metabólico. Para um melhor entendimento,
a tensão mecânica consiste na produção de força gerada pela contração e
estiramento do músculo. O dano muscular é definido pela lesão provocada
no tecido muscular, mais concretamente a nível molecular. O stress meta-
bólico é o resultado do exercício físico que depende da produção de energia
através de vias anaeróbias. Quanto aos exercícios utilizados, existem algumas
variáveis a ter em conta se queremos ganhar massa muscular (Figura 1):
20
ferentes grupos musculares no mesmo treino. Algumas destas séries devem
ser realizadas até à falha muscular, alterando regularmente segundo os ciclos
de treino para não provocar overtraining (i.e., excesso de treino que leva a
recuperações insuficientes entre os treinos). A fase concêntrica da repetição
deve ser realizada a uma velocidade moderada de 1-3 segundos, enquanto
que a fase excêntrica deve ser realizada ligeiramente mais devagar, entre 2-4
segundos. A variação do tempo de contração e recuperação deve ser sempre
feita com base nos objetivos para o cliente/praticante.
21
Os resultados não apresentaram diferenças significativas. Ambos os bra-
ços aumentaram de força e massa muscular de forma similar, mostrando que
a intenção muscular que se coloca na contração pode ser uma variável chave.
Já em 2014, um grupo de investigação japonês3 procurou saber se haveria
diferença nos ganhos de força em idosos, aplicando um protocolo semelhante
(Figura 3). Uma perna faria a extensão do joelho na máquina com repetições
rápidas e a outra perna faria contrações lentas até à falha com cargas baixas
(30%). A conclusão a que chegaram os autores é que não houve diferenças de
ganhos de força e massa muscular entre as pernas.
22
O cuidado com as repetições
23
Um número de repetições universalmente pré-definido pode não ter os
efeitos pretendidos. Números de repetições 8, 12 ou 15 são muito concei-
tuados e podem originar viés na prescrição de um programa de exercício
físico. As repetições pré-definidas sem avaliação levam-nos a acreditar que
cada músculo, a partir de um determinado número de repetições, irá alterar
a morfologia corporal e objetivo pretendido. As repetições são uma variável
de treino utilizada para controlar o programa de treino, existindo outras já
abordadas anteriormente. Mas isso não significa que tudo seja linear, ou seja,
que fazer determinadas repetições vá produzir garantidamente determinado
resultado. O programa de treino é um plano que deve estar de acordo com os
seus objetivos pessoais.
Existem estudos interessantes que nos mostram que o músculo não muda
o objetivo do treino pelas repetições, isto é, o que importa sempre é o estí-
mulo que lhe é aplicado. Burd e colaboradores6,7 compararam a realização de
um exercício em 3 momentos diferentes: a) carga elevada até à falha muscular
(cerca de 5 repetições); b) carga baixa até à falha muscular (cerca de 24 repe-
tições); c) carga baixa sem haver falha muscular. Os resultados mostraram que
ambos os grupos que treinaram até à falha muscular tiveram um aumento da
síntese proteica de forma semelhante. Já o grupo que não treinou até à falha
obteve resultados inferiores comparativamente aos outros dois grupos.
Depois de tudo o que já foi abordado, começamos a encontrar uma linha
orientadora: é importante o controlo do estímulo aplicado ao músculo. As
repetições, as séries, a carga, o tempo em carga e o tempo em descanso ou
outras variáveis estão relacionados com a forma como se controla o estímulo.
24
próprio nome indica, há duas ou mais articulações envolvidas no movimento.
Nos exercícios classificados como isolados ou monoarticulares, existe apenas
o movimento de uma articulação. No entanto, é de salvaguardar que o uso
de apenas uma articulação é virtualmente impossível, dado o recrutamento
muscular necessitar, de forma geral, de mais do que uma articulação. Damos
o exemplo de um exercício designado por monoarticular/isolado, o bícep curl
com haltere. À primeira vista, a execução deste exercício implica apenas a fle-
xão do cotovelo. No entanto, durante o movimento, existe uma contração iso-
métrica do pulso e articulações existentes na mão. Nesse sentido, dado existir
contração de diversos músculos em diversas articulações, havendo contração
dinâmica ou isométrica, a designação monoarticular para bícep curl pode es-
tar desajustada.
Como é sabido, num programa de musculação tradicional, começamos
sempre o treino com grandes grupos musculares (e.g., peitoral e/ou dorsal),
e terminamos com os pequenos músculos (e.g., trícep e/ou bícep), respe-
tivamente. Se o leitor já treina regularmente há algum tempo, deve saber
que, quando exercitamos os músculos do peito e/ou do dorsal, já existe
por si ativação dos músculos dos braços. Logo, é pertinente perceber a efi-
ciência, no final do treino, da realização de exercícios isolados com vista a
potencializar a hipertrofia muscular dos músculos dos braços.
Um conjunto de investigadores brasileiros tem estudado afincadamente
estas questões e apresentam resultados bastante interessantes8-10. Num es-
tudo, foram comparados dois grupos de indivíduos destreinados, em que um
realizou dois exercícios compostos (puxada dorsal e remada) e o outro reali-
zou apenas um exercício monoarticular (contração dos bíceps com recurso
à flexão do antebraço sobre o braço)8. Os resultados mostram que os dois
grupos aumentaram a força muscular dos bíceps sem existirem diferenças
significativas entre eles. Noutro estudo9, ambos os grupos realizaram exer-
cícios compostos (puxada dorsal e supino), com a diferença de que, num
grupo, foram adicionados, no final do treino, dois exercícios isolados (flexão
do cotovelo para bíceps e extensão para tríceps). Mais uma vez, não foram
encontradas diferenças entre grupos. Outros investigadores10 verificaram au-
mento de força e massa muscular nos dois grupos e nenhuma diferença entre
eles nos parâmetros avaliados nos bíceps. Mais ainda, em pessoas treinadas,
a adição de exercícios isolados não influenciou o aumento da massa muscular.
No entanto, fazer um ou dois exercícios isolados no fim do treino pode ser
uma opção pessoal. As evidências sugerem que os exercícios compostos são
25
suficientes para gerarem a adaptabilidade de vários músculos ao mesmo tempo
e que a adição de exercícios isolados pode ter uma influência insignificante para
a hipertrofia muscular. Relembramos que pequenas variações nos exercícios
podem ter efeitos diferentes e provocarem estímulo importante no músculo.
A sociedade científica tem vindo a acompanhar personalidades a treina-
rem com metodologias visionárias e com promessas de resultados fantásti-
cos. O que a ciência nos diz é que resultados fáceis e rápidos são, na maioria
dos casos, preocupantes e duvidosos, quando existem variáveis que estão
mascaradas. Nesse sentido, será importante perceber o que acontece com
variações dos exercícios.
26
As variações dos exercícios são interessantes e válidas e podem ser usadas
em diversas situações: adaptação do exercício a uma limitação da pessoa; re-
cuperação de lesão; execução do exercício de forma mais confortável para uma
determinada pessoa; patologia que impeça de fazer o exercício de forma natu-
ral. Se for por questões estéticas, as vantagens são reduzidas e a existente pode
influenciar, de forma insignificante, nos ganhos de massa muscular. Apresenta-
mos alguns dos exercícios multiarticulares mais conhecidos (Figura 4).
Supervisão e intensidade
27
A supervisão de um profissional qualificado é importante para
o controlo do treino e segurança do praticante.
28
observarmos com atenção essas publicações, verificamos que, na maioria
das vezes, apresentam-se como pouco credíveis. É também de difícil com-
preensão se estão direcionadas para praticantes de fitness, para atletas,
para os que gostam do exercício por recreação, para o jogador de futebol ou
de outra modalidade. Então, o que a população vê pode estar desajustado à
realidade de cada indivíduo. A maioria das publicações nas redes sociais são
generalistas, ricas em conclusões universais e pobres de fundamentação e
sustentação.
29
As dores musculares após o treino são um sinal de que podem estar
garantidamente relacionadas com microlesões. Portanto, um treino que o
deixou dorido não deve, ou não deveria ser repetido, nos 2 a 3 dias se-
guintes, de acordo com as evidências. Caso existisse repetição do mesmo
treino iriam ocorrer mais respostas inflamatórias nesses mesmos músculos,
gerando o efeito catabólico (desgaste da massa muscular). O retorno à nor-
malidade, em casos de dores musculares, ocorre normalmente entre 4 a 6
dias. Nesse sentido, descansar pouco pode ser um problema caso esteja de-
sajustado. Por isso, a distribuição dos exercícios no plano de treino consiste
numa tarefa fundamental.
Caso o descanso seja insuficiente, ficará comprometido o bom desem-
penho do nosso corpo no próximo treino. Isto porque a resposta fisiológica
compensatória do treino (antes das microlesões) será afetada pelo próxi-
mo treino. Se esse estímulo for demasiado intenso estará a criar uma le-
são ainda maior que poderá catabolizar a massa muscular existente. Poderá
ocorrer a dúvida de que a ausência de dores no dia seguinte significa que o
treino foi insuficiente ou desajustado. Em primeiro lugar, a literatura15 suge-
re que a dor parece estar associada aos danos provocados em volta do mús-
culo e não propriamente na fibra muscular per se. Portanto, a ausência de
dor poderá não significar a ausência de microlesão nas fibras. Em segundo
lugar, quando o atleta sente dores constantes, treino após treino, significa
que o estímulo está a ser demasiado forte e lesivo para o organismo, signi-
ficando que fazer treinos de alta intensidade diariamente pode estar a lesar
a sua saúde. O descanso é essencial e as 8h de sono apenas representam o
descanso noturno. Existe um conjunto de estratégias para potenciar a recu-
peração.
30
Performance
Tempo
Tempo
31
Treino
controlado
Hipertrofia
Recuperação
ajustada
32
Reduzir a gordura corporal de forma eficiente
Nesta altura, o leitor já percebeu que existe uma preocupação para além
do ganho de massa muscular, que é a diminuição de gordura. O desempenho
atlético de um desportista ou o bem-estar de um indivíduo é dependente da
quantidade de massa gorda. A procura pela minimização de massa gorda leva-
-nos a deparar com novas dietas, novos “super-alimentos” e novos exercícios
com o objetivo de ajudarem a emagrecer. Os profissionais do exercício físico
são recorrentemente abordados por pessoas desesperadas à procura de per-
der aqueles quilos a mais, para além daqueles preocupados com a melhoria
da condição física. Por muito que procure, caro leitor, não encontrará nada na
literatura que sustente a eficiência de algum produto “milagroso” do emagre-
cimento. O mesmo acontece com o exercício novo que faz perder a celulite
“naquele sítio em específico” e trabalhar o glúteo de forma mais eficaz do
que qualquer já anteriormente estudado. Contudo, apresentamos-lhe alguns
fatores determinantes para minimizar a gordura corporal e com evidências
científicas. Não queremos ser spoilers, mas acreditamos que saiba isto:
33
• O corpo precisa de descanso. Uma opção desadequada pode residir
em fazer, em dois dias seguidos, exercícios que exercitem o mesmo
grupo muscular. Tudo que é feito em excesso é prejudicial e o exercí-
cio físico não é exceção. Descansos entre 24h a 48h parecem ideais
para os seus músculos.
• Treine acompanhado por um profissional. Está cientificamente com-
provado que as pessoas que treinam acompanhadas por um técnico
profissional têm melhores resultados, seja na diminuição de gordura
ou nos ganhos de massa muscular comparativamente às pessoas que
treinam de forma autodidata.
Treinar força para diminuir a massa gorda é algo que pouco se tem asso-
ciado16-19. A verdade é que, até nós, profissionais de exercício físico, temos
34
uma tendência acrescida para a utilização de exercícios aeróbios de longa
duração com vista à redução de massa gorda, o que está relacionado com
as investigações feitas nos anos 70 e 80. Tal pode ser explicado pelo facto
de os exercícios aeróbios de longa duração utilizarem predominantemente
as gorduras como substrato energético (fonte de energia) durante a atividade
em si. Estamos conscientes de que a maioria das pessoas estão familiarizadas
com a expressão “vamos correr para queimar”. Exercícios como a corrida, que
englobam grandes grupos musculares, têm sido associados como eficientes
para a diminuição de massa gorda.
Vamos imaginar que tem sobrepeso ou obesidade e que um dia de manhã
dirige um olhar ao espelho e decide que está na hora de emagrecer. A deci-
são pode resultar das preocupações com a saúde e/ou para melhorar o seu
bem-estar pessoal. Ao sair do seu quarto vê duas portas: uma com a palavra
“CORRIDA” e a outra porta com a palavra “MUSCULAÇÃO” (Figura 8).
Figura 8. A corrida e/ou o treino de força como estratégias para diminuir a massa gorda.
35
desapropriada, devido ao aumento da pressão nas articulações subjacentes
ao impacto com o solo no movimento de corrida, como anca, joelho e torno-
zelo. Acresce ainda que a monitorização e controlo da intensidade em exercí-
cios aeróbios parece requerer a utilização de equipamentos eletrónicos como
frequencímetro ou pedómetro.
Se escolheu a porta “MUSCULAÇÃO” a situação pode tornar-se diferente
(Figura 9). As evidências recentes mostram que as pessoas que seguem um
plano de treino de força conseguem diminuir de forma mais eficaz a percen-
tagem de gordura corporal e, ao mesmo tempo, aumentar a massa muscular
comparativamente às pessoas que apenas realizam exercícios predominan-
temente aeróbios21. Além disso, a adaptabilidade dos exercícios resistidos na
musculação à pessoa parecem ser mais fáceis e esta consegue progredir de
forma segura o plano de treino.
Com restrição calórica, a musculação parece ser capaz de manter a massa
muscular, ao passo que as pessoas que procuram o cardio como forma de
emagrecer estão sujeitas à perda de massa muscular. Sabemos que a massa
muscular é fundamental para acelerar o metabolismo, explicando de forma
generalista:
Maior o gasto
energético
Maior a
aceleração
metabólica
Mais massa
muscular
Figura 9. Mais massa muscular contribui para maior aceleração metabólica que
resulta num maior gasto energético.
36
intensidade de ambos os tipos de treino para que não comprometam a recu-
peração adequada. Com uma boa prescrição, a diminuição de gordura pode
ser significativa com recurso a um misto de musculação e cardio na mesma
sessão de treino.
No entanto, os exercícios de intensidade baixa a moderada e longa du-
ração (como corrida e caminhada) mostram-se essenciais para a saúde16-20.
Pretende-se deixar clara a importância destes exercícios para a prevenção de
doenças cardiovasculares e outras patologias associadas. Estas doenças estão
relacionadas com as elevadas taxas de mortalidade mundial, onde os eleva-
dos níveis de gordura representam um fator predominante.
Níveis adequados de atividade física contribuem para uma regularização
dos níveis lipídicos (gordura) e parecem desempenhar um papel fundamental
para a redução dos níveis de colesterol total e triglicerídeos. Num estudo com
71 adultos jovens sedentários, 41 realizaram treino aeróbio, 28 realizaram
treino de força (através da musculação) e 21 pertenceram ao grupo de con-
trolo19. O programa de treino teve a duração de 14 semanas, com sessões de 1
hora, 3 vezes por semana. Foram verificados os efeitos do treino no colesterol
total e nos triglicerídeos e os resultados mostraram-nos que o treino de força
parece ser o mais recomendado para a redução do colesterol total e dos tri-
glicerídeos. Ainda assim, o treino aeróbio apresentou igualmente resultados
prometedores na redução dos triglicerídeos.
Os dois tipos de treino mostraram efeitos diferentes a nível fisiológico,
sendo a sua utilização de interesse comum. São adequados para o aumento
dos níveis de aptidão física e de alterações fisiológicas. Qual usar, como e
quando são perguntas a que um profissional de exercício físico melhor poderá
responder, conhecendo a pessoa e a forma como pretende encarrar o exercí-
cio físico. Cada pessoa é um caso com diferentes objetivos. É importante que
conheça alguns dos efeitos dos diferentes tipos de treinos para o ajudar a
perceber o caminho que poderá percorrer.
Cada pessoa deve ser vista como um ser humano único com objetivos
independentes de outras pessoas.
37
rada e individualizada por técnicos profissionais terá os efeitos pretendidos.
Desta forma, procure um técnico de exercício físico para um acompanhamen-
to bom e eficaz.
38
foi de 1h por semana, ao passo que o grupo ACM treinou 3h por semana, com
aumento progressivo do tempo de corrida até chegar às 5h. No entanto, em
termos relativos, foi evidente que realizar HIIT reduziu 3x mais a massa corpo-
ral, 2x mais o índice de massa corporal (IMC) e quase 3x mais a percentagem
de gordura comparativamente ao grupo ACM. Em suma, se for feita uma com-
paração do volume de treino com os resultados obtidos, o grupo que fez HIIT
pode estar em vantagem comparativamente a quem fez ACM.
39
para diferentes grupos com situações clínicas distintas. No entanto, a prefe-
rência por corridas longas cabe a uma escolha pessoal. O HIIT é uma opção de
treino com evidências suficientes para a diminuição de gordura e ganhos de
massa muscular em menor tempo. São vários os estudos que apontam para
um conjunto de benefícios do HIIT (Figura 10).
Maior
diminuição
de massa gorda
Maior adesão
Maior ganho
e continuidade
de massa
do programa
muscular
de treino.
HITT
Maior Aumento
motivação da capacidade
e prazer cardiorespiratória
Diminuição
do risco
de doenças
coronárias
40
CAPÍTULO
Ii
TREINO DESPORTIVO
Até agora, conseguimos verificar que o capítulo inicial estava direcionado para
o treino individualizado em contexto de academia ou ginásio com acompanha-
mento especializado. No entanto, existem casos que fogem à exceção. Despor-
tistas profissionais, como jogadores de futebol, basquetebol ou de outras mo-
dalidades, tendem a fazer treinos em casa e/ou com poucos recursos materiais.
Ao longo do segundo capítulo, iremos destacar alguns aspetos importantes para
modalidades, de forma a melhorar a performance dos desportistas. A literatura
apresentada será direcionada essencialmente para crianças e jovens desportistas.
Princípios de treino
43
O princípio da Continuidade indica-nos que a carga de treino nos causa
adaptações ou efeitos crónicos do treino a longo prazo. Assim, é necessário
que haja uma solicitação repetitiva no exercício, de forma a que haja uma
continuidade nos ganhos.
A Progressão remete-nos para a necessidade de incrementarmos o estí-
mulo do treino no indivíduo ao longo do tempo. O aumento do nível de treino
do indivíduo acaba por exigir o aumento das cargas de treino. O tipo de treino
também pode e deve ser alterado em situações mais exigentes, procurando-
-se aumentar a dificuldade das tarefas e/ou a velocidade das mesmas.
A Multilateralidade é um princípio que mostra a importância do planeamen-
to a longo prazo. Pretende-se promover uma preparação específica na altura da
competição, permitindo ao atleta atingir um estádio superior. As capacidades mo-
toras, técnicas, táticas e o desempenho desportivo advêm da multilateralidade.
O princípio que mais se tem destacado é o da Individualização do treino.
Neste, deve existir uma relação ótima entre a carga externa e a interna. O
preparador físico deve saber entender o impacto que os exercícios exercem
sobre o atleta, bem como prever os níveis de carga ideais para desenvolver as
capacidades do atleta. O seu limite de adaptação para cada tipo de carga de
trabalho ou de treino varia consoante a idade e o estádio de treino.
Por fim, o princípio da Periodização indica-nos que o treino, ou um regime
de treino, deve ter durações específicas de uma semana, de um mês de treino
ou de uma época desportiva e deve ser ajustado consoante os objetivos.
Um profissional de exercício físico pode e deve prescrever os planos de
treino/exercício aos seus clientes com base nos princípios elementares do
treino. Assim, será assegurado um treino estruturado. Como se pode obser-
var, a prescrição do treino é algo complexo que respeita um conjunto de re-
gras/princípios. Procure um profissional de exercício físico para evitar come-
ter erros e consequentemente aumentar a probabilidade de lesões.
44
Não bastava o número de crianças com excesso de peso e obesas ter au-
mentado nos últimos 20 anos, a proibição de praticar exercício físico piorou
o cenário corrente de (in)atividade física. Atualmente, temos evidências que
suportam o facto de que uma criança pode e deve fazer exercício físico para
um crescimento e desenvolvimento muscular saudável e duradouro, contra-
riando as probabilidades de se tornar um adulto obeso28.
As crianças conseguem melhorar os parâmetros de força em 30%-50% após
12 semanas de um programa de treino bem desenhado de acordo com as suas
características. As crianças podem treinar pelo menos 2x por semana para au-
mentarem os níveis de força e desenvolverem as restantes aptidões físicas, como
mostra a literatura científica recente. Ainda mais, crianças que praticam desporto
de forma recreativa podem ter benefícios com o treino de força, no sentido de
poderem melhorar a performance em contexto competitivo29. Para além disso,
o treino de força estruturado pode ser uma boa forma de prevenção de lesões
em crianças atletas, estas mais propensas ao excesso de uso de certos múscu-
los em desportos específicos. Por exemplo, no caso de futebolistas ou velocistas
no atletismo, existe uma solicitação dos músculos dos membros inferiores muito
superior aos dos membros superiores, estando mais sujeitos a possíveis lesões.
Quando pensamos nas diversas modalidades, por vezes esquecemo-nos
daqueles que praticam em ambientes aquáticos. Quase todas as crianças são
estimuladas e/ou incentivadas a aprenderem a nadar, continuando umas na mo-
dalidade e outras não. Em suma, um nadador deve ser incentivado a treinar tam-
bém fora da piscina. Garrido e colaboradores avaliaram, em 201030, as possíveis
diferenças entre dois grupos. Um grupo realizou 6 sessões de treino combinado
em piscina com duas sessões de treino de força e aeróbio (experimental). O ou-
tro grupo realizou apenas as 6 sessões de treino na piscina (controlo). Aquilo que
verificaram é que o treino combinado apresentou melhorias nas capacidades
físicas. Naquilo que à performance da natação diz respeito, existem resultados
contraditórios quanto à promoção de melhorias, ressalvando-se uma tendên-
cia para a melhoria da performance em natação pura. No entanto, ao fim de
seis semanas de destreino, os níveis de força mantiveram-se estáveis no grupo
experimental e a performance da natação continuou acima dos valores pré-in-
tervenção. Outros autores31 mostraram que, ao fim de 11 semanas de treino
de força em terra, os nadadores melhoraram os níveis de força. Ainda mais, a
performance de nado dos sujeitos que se submeteram ao programa de treino de
força combinado com o treino da natação foi superior em relação ao grupo de
controlo. Ainda em 2012, foi feita uma comparação entre dois grupos, em que
45
um realizou treino de potência em terra combinado com o treino em água (gru-
po experimental) e outro grupo só com treino em água (controlo), sendo que os
grupos eram compostos por jovens nadadores32. Os resultados mostraram que,
apesar de não existirem diferenças significativas em certos indicadores, o grupo
experimental apresentou resultados superiores na performance de nado.
Com a informação de acesso fácil, quer para crianças, quer para adoles-
centes ou jovens, rápido se percebem os benefícios do treino de força para
uma melhor performance desportiva. Sabendo que o treino da força é o mais
predominante na procura por adolescentes e jovens, apresentamos as se-
guintes considerações orientadoras da literatura33-36:
1. O treino de força pode ser feito com recurso a diversas cargas inter-
nas. Por norma, são utilizados pesos livres, máquinas, peso corporal
ou outros equipamentos.
2. As crianças podem igualmente treinar força com recurso ao peso
corporal, no intuito de desenvolverem, de forma geral, o sistema
locomotor. O treino de força em crianças com recurso ao peso do
corpo auxilia igualmente a estimular o sistema neuromuscular.
3. Na idade pré-escolar, são recomendadas atividades com diversos
equipamentos como barreiras apropriadas ao nível de força das
crianças. Pretende-se que as atividades propostas contribuam para
a solicitação de diversos grupos musculares.
4. Para crianças entre os 6 e os 10 anos de idade, o treino de força em
circuito parece ser adequado. Isto devido à falta de capacidade de
as crianças se concentrarem numa única tarefa durante um período
de tempo prolongado. Estas atividades ajudam a garantir o fortaleci-
mento geral do sistema muscular.
5. Por norma, podem-se observar consideráveis ganhos de força mus-
cular durante a puberdade, graças ao aumento significativo de mas-
sa muscular derivada do sistema endócrino, nomeadamente da alta
produção das hormonas sexuais e de crescimento. Esta fase de cres-
cimento merece especial atenção devido às alterações morfológicas
e funcionais. Estas alterações podem comprometer os tecidos do
sistema locomotor quando sujeitos a uma carga mecânica excessiva.
6. Na adolescência, as cargas e intensidade devem ser controladas,
ajustadas e adequadas, podendo os jovens exercitarem-se de forma
semelhante a um adulto.
46
No mundo desportivo, existe, e bem, uma preocupação acrescida dos trei-
nadores com a possibilidade de o treino de força levar à incidência de lesões.
Os estudos que observaram lesões relacionadas com o treino de força apon-
tam como justificações o uso inadequado do equipamento, uma deficiente
execução técnica dos exercícios, cargas desajustadas e a falta de supervisão.
A privação do exercício físico pode ser prejudicial quando comparada a um
programa de treino ajustado às necessidades das crianças desportistas.
A prevenção de lesões
47
ou inferior à idade das crianças. Por exemplo, uma criança com 12
anos deve realizar atividades desportivas durante 10h semanais, as-
sumindo que a estas acrescem cerca de 2h de competição.
9. O total de horas de treino atlético (modalidade desportiva + ginásio)
deve ser inferior a 16h semanais. Nesta, incluem-se as atividades
desportivas organizadas e recreativas.
Recuperação!
Treinar Recuperar
48
Recentemente, foi publicado no Aspetar Sports Medicine Journal um ar-
tigo intitulado “Estratégias de recuperação no Futebol”40. De facto, os calen-
dários com muitos jogos parecem influenciar a performance do futebolista.
Naqueles que tiveram 2 jogos por semana, a incidência de lesões era de 25,6
por 1000 horas de exposição desportiva (jogo e treino). Nos casos em que
apenas existiu um jogo por semana, foram verificadas 4,1 lesões por exposi-
ção. Assim sendo, recorrer às estratégias de recuperação para a manutenção
da performance física e desportiva parece ser fundamental. Entendemos que
estas estratégias podem ser aplicadas quer a futebolistas quer a desportistas
das mais diversas modalidades. Eis as principais respostas dadas por atletas
para uma recuperação eficiente (Figura 12):
Nutrição e hidratação
Sono
Imersão em água gelada
Práticas
comuns para Recuperação ativa
a recuperação Massagens
dos jogadores Alongamentos
Material Compressivo
Estimulação elétrica
49
reduzam o stress oxidativo, a inflamação, que estimulem o repa-
ro muscular e que promovam a qualidade do sono.
3. É sugerido o banho em água gelada, com temperaturas entre
os 12º e 15º C, entre 10 a 20 minutos. Este passo irá acelerar o
processo de recuperação.
4. A utilização de materiais compressivos até à hora de dormir
pode promover uma recuperação mais rápida.
5. O consumo de alimentos ricos em hidratos de carbono, alto ín-
dice glicémico e ricos em proteína, aproximadamente 1h após o
jogo, ajudam na recuperação, de acordo com as evidências.
6. Uma noite bem dormida.
50
cializar a sua performance desportiva. Ora, aquando de lesões que originem
uma pausa prolongada, os cuidados e as preocupações devem ser maiores45,46.
Enumeramos três dos principais efeitos da lesão45 (Figura 13):
A lesão deve ser vista como uma nova fase ao contrário do abandono
ou fim de uma carreira.
51
A paragem é, na maioria das vezes, necessária para a recuperação de le-
sões. No entanto, torna-se evidente que, mesmo em lesão, não existe uma
paragem absoluta. No caso de um atleta acompanhado por um técnico es-
pecializado, a paragem simboliza um reajustar do programa. A orientação
e acompanhamento não é unicamente no treino, mas na recuperação e no
descanso. Podemos continuar a estimular outros grupos musculares que não
os lesados. A alimentação não pode ser descuidada e deve ter uma atenção
redobrada.
52
CAPÍTULO
Iii
EXERCÍCIO E SAÚDE
55
os sujeitos em dois grupos. Os que estão orientados para o “Ego”, focando o seu
trabalho no envolvimento com a prática e normalmente acabam por se comparar
com os colegas, vendo neles a sua superação. O segundo grupo é aquele em que
os sujeitos estão orientados para a “Tarefa”. Neste grupo, os indivíduos definem
os seus objetivos através de tarefas a cumprir. Normalmente, acaba por ser uma
melhoria das suas competências pessoais resultante de constantes autoavalia-
ções. Ambos determinam resultados diferenciados e as evidências mostram que
os praticantes orientados para as tarefas possuem níveis superiores de persistên-
cia para a prática de um determinado comportamento.
Então, se nos conseguirmos identificar com uma (ou as duas) destas teo-
rias, o nosso trabalho para iniciar a prática regular de exercício físico acaba
por ser facilitado pela forma como o percecionamos. Podemos praticar exer-
cício físico por dois caminhos. O primeiro é sentindo que devemos fazer parte
de uma sociedade ativa. O segundo é definirmos se queremos ser melhores
do que os outros clientes de ginásio ou melhores do que nós próprios. O im-
portante é sermos capazes de nos autorregularmos para a prática de exercício
físico, de forma a que se criem hábitos saudáveis.
56
maior predisposição para realizar novas tarefas.
2. Existem evidências de que as pessoas que se sujeitam a exercícios
de resistência tendem a ter bom desempenho em tarefas difíceis. O
mesmo se aplica a situações como deixar de fumar ou adotar hábitos
e estilos de vida saudáveis.
3. As pessoas que iniciam programas de exercício tendem a diminuir o
consumo de tabaco e de álcool.
4. Normalmente, a prática de exercício contribui para uma alimentação
saudável, para se ser mais eficaz no trabalho.
5. O facto de os praticantes de exercício se sujeitarem à superação físi-
ca permite-lhes lidar melhor com o stress e as pressões sociais. Des-
ta forma, passa a haver uma melhor estratégia para reunir recursos
para superar as dificuldades nas diferentes áreas da vida.
6. Através do exercício de resistência, os praticantes passam a ter uma
imagem de si próprios de serem capazes de superar situações difíceis
e de se envolverem nas mesmas situações pretendendo a superação.
57
ficar mais saudáveis, podem também minimizar o risco de ficarem doentes.
Iremos apresentar um conjunto de benefícios e influências do exercício
físico em diversas patologias. O exercício apresenta tanto benefícios diretos
como indiretos em determinada patologia. Na impossibilidade de descrever-
mos o efeito do exercício físico num conjunto alargadíssimo de patologias,
compilamos os efeitos do mesmo nas patologias ou estados mais predomi-
nantes na sociedade atual: na síndrome metabólica e hipertensão, na asma,
na menopausa e osteoporose, na celulite, em fumadores, em transplantados
do coração, em doentes oncológicos e em sintomas depressivos.
Os efeitos mais conhecidos do exercício físico na diminuição dos sintomas
fisiológicos das doenças são os que se relacionam com os fatores de risco à
síndrome metabólica. A síndrome metabólica é uma desordem metabólica
derivada de um conjunto de fatores de risco a doenças cardiovasculares. Se-
gundo a Organização Mundial de Saúde, um indivíduo portador de 3 dos 5
fatores de risco é diagnosticado com síndrome metabólica. Os fatores de risco
associados à síndrome metabólica são57 (Figura 14):
Obesidade
Pré-Hipertenção
Hipocolesterolemia
Arterial
Sindrome
Metabólica
Hipertrigliceridmia Hiperglicemia
58
Sabendo que a prática de exercício mostra ter efeitos positivos no tra-
tamento da síndrome metabólica, os efeitos nos diferentes fatores de risco
são:
59
Sedentarismo
Dietas ricas em
carboidratos e açúcares
Envelhecimento
Causas da Síndrome
Metabólica
Fatores genéticos
Distúrbios hormonais
Resistência a insulina
Cada vez mais, a preocupação cresce com as notícias dos canais informati-
vos em relação à saúde. Em Portugal, os níveis elevados de inatividade física,
o excessivo consumo de sal da população portuguesa e a prevalência elevada
60
de hipertensos são algumas dessas notícias. Quase todos conhecemos casos
em que determinada pessoa toma todas as manhãs um comprimido para re-
gular a tensão arterial. Alguém lamentar-se de que se esqueceu de tomar o
medicamento da tensão também não é assim tão raro nos dias de hoje. No
entanto, é difícil escutar quem informe que irá reduzir o consumo de sal, ou
que irá iniciar um programa de exercício naquele mesmo dia. Não menospre-
zando a alimentação, o exercício físico deve ser visto como um “medicamen-
to” no tratamento da hipertensão arterial.
A hipertensão afeta mais de 30% da população nacional, principalmente
nas mulheres, aumentando a sua probabilidade de aparecimento com o enve-
lhecimento. O seu aparecimento pode ser mais precoce em pessoas com um
estilo de vida sedentário e nutritivamente desequilibrado. O sedentarismo é
um fator de risco para o enfarte do miocárdio, AVC, insuficiência renal e, nos
piores casos, de mortalidade.
Se a hipertensão estiver combinada com excesso de peso, colesterol ele-
vado e/ou diabetes, então a pessoa aumenta drasticamente o risco de ter um
enfarte do miocárdio, um evento possivelmente fatal60-62. O exercício físico
atua de diferentes formas na hipertensão, seja de forma aguda ou crónica.
O treino de musculação consegue diminuir a pressão sistólica e diastólica e
aumentar a vasodilatação (corre mais sangue pelos vasos sanguíneos)61, 62.
Alguns estudos afirmam mesmo que a pessoa hipertensa pode e deve trei-
nar com intensidades elevadas, desde que seja prescrito e acompanhado por
profissionais para manter o controlo adequado62. Os treinos com intensidades
desajustadas poderão piorar o caso clínico ou serem ineficientes na diminui-
ção da pressão em hipertensos.
61
tados obtidos mostraram que existiu uma diminuição significativa na pressão
arterial. Ainda mais, em outros estudos65, 66 verifica-se que, através do exer-
cício físico, alguns pacientes podem reduzir a medicação farmacológica ou
prescindir dela.
Exercício Controlo
Físico Alimentar
62
Em relação aos exercícios, mais uma vez, há que apostar nos que envol-
vem grandes massas musculares, que aumentem a intensidade do treino e
que sejam eficientes no processo de emagrecimento. Salvaguarda-se que
existem alguns estudos sugerindo que os treinos intensos que envolvam per-
nas e glúteos podem ser uma mais-valia na perda de gordura. Isto foi sugerido
por autores que aplicaram um protocolo de HIIT na bicicleta97 e na corrida94-95.
Independentemente da polémica dos exercícios localizados para a perda lo-
calizada, os treinos intensos, sejam eles HIIT, de força, ou metabólicos, são
interessantes por si só na melhoria da circulação sanguínea e no transporte
de triglicerídeos para serem usados como fonte energética.
Em relação à alimentação, isso deve ser aconselhado e programado por um
nutricionista. Na internet é possível encontrar diversa informação acerca da ali-
mentação, bastando, para isso, recorrer às palavras-chave “celulite”, “dieta” e
“perda de gordura”. O certo é que esses alimentos ou planos que possam estar
prescritos serão, pouco provavelmente, os mais indicados para si. Isto porque
duas pessoas diferentes respondem ao mesmo estímulo de forma diferente, tal
como abordado previamente no princípio da individualidade.
63
tigações feitas nesse contexto, mas consideramos importante dimi-
nuir a massa gorda de forma eficiente, com o objetivo de longevida-
de e diminuição de risco de doenças crónicas.
Quantos de nós já não ouvimos dizer que alguém sofre de problemas car-
díacos e que não pode fazer exercício? Quantas pessoas já foram operadas e
foi-lhes dito que não podiam fazer exercício? O coração, que em natureza é
um músculo, é um órgão sensível, que é tratado ou intervencionado por di-
versos motivos. De facto, o exercício físico apresenta uma relação muito forte
com a capacidade cardiorrespiratória. Os cuidados são sempre considerados
e devem ser seguidos à regra após uma cirurgia. Vamos apresentar o efeito do
exercício físico em indivíduos pós-transplantados de coração.
Após um transplante de coração, as primeiras perdas manifestadas são: (i)
a diminuição da capacidade aeróbia (i.e., denominada de forma mais comum
por resistência)68-70 e (ii) diminuição da massa muscular. Estas diminuições re-
sultam maioritariamente das restrições e limitações impostas após a cirurgia,
assim como das terapias, tais como medicação associada à mesma71.
Haykowsky e colaboradores72 implementaram um programa de exercício
físico com a duração de 12 semanas, promovendo o treino de força e aeró-
bio em indivíduos pós-transplante cardíaco. A amostra foi composta por 43
pessoas, 17 pertencentes ao grupo que treinava e o grupo de controlo foi
formado por 18 sujeitos. Os investigadores verificaram que, no final das
12 semanas, a capacidade aeróbia máxima, a massa muscular, a força dos
membros inferiores e superiores aumentaram significativamente no grupo
experimental. De ressalvar que o coração transplantado manteve a ativida-
de eficiente. Outros autores também mostram que, quer a curto prazo (6 se-
manas) ou longo prazo (16 meses), a capacidade aeróbia tem apresentado
melhorias em doentes com transplante do coração, com recurso à prática
de exercício físico73-76. Em nenhum dos casos a integridade do coração foi
comprometida, sendo que os exercícios utilizados foram executados com
intensidades submáximas.
Destacamos que os programas de intervenção não iniciaram logo após a
cirurgia. Haykowsky e colaboradores72 aplicaram o programa de treino em pa-
64
cientes em que o tempo entre o transplante e o início do exercício físico foi
após um período adaptativo ao novo coração, no entanto inferior a um ano.
As indicações para o início de exercício físico devem começar pelo médico,
neste caso, o cardiologista. Assim, o exercício físico é igualmente recomenda-
do em indivíduos que sofreram transplante de coração.
65
das vias aéreas. No entanto, além de um controlo preciso do treino (<75%
VO2máx), é de grande importância o controlo do tempo de exposição ao cloro
e outros produtos utlizados no tratamento das águas das piscinas. Então, não
há dúvidas, o exercício físico revela-se potenciador na redução dos sintomas
desta doença e deve ser visto como uma terapia coadjuvante, desde que seja
feito em ambientes controlados para não comprometer as vias respiratórias
da pessoa com asma. Se tiver possibilidade de escolha, os estudos recomen-
dam que recorra à natação.
66
rose ser inferior comparado com o sexo feminino, existe a possibilidade da
sua ocorrência, mesmo em homens adultos.
Manter-se fisicamente ativo ao longo da vida é recomendado por vários
autores e organizações mundiais de saúde. No entanto, a prática aleatória ou
sem a devida prescrição e acompanhamento pode não levar a melhorias e até
mesmo piorar determinada situação ou condição.
67
A prática regular de exercício físico melhora consideravelmente
a tolerância às terapêuticas.
68
luta. O autor refere que o papel do exercício físico incide em regular o stress,
melhorar o sono, combater a frustração, promover a autoestima e melhorar
o humor. Em casos extremos de sintomas depressivos, enumeramos 3 cami-
nhos diferentes de tratamento (Figura 17):
Auxiliar no combate de sintomas
Alterando os hábitos
e estilo de vida
Combinação do acompanhamento
de profissionais de saúde e mudança
dos hábitos e estilo de vida
69
Existem vários estudos que apontam para que os fumadores ativos te-
nham uma menor resistência cardiovascular. A verdade é que a influência não
é meramente cardiorrespiratória. Um dos motivos para tal consiste na dimi-
nuição do aporte de oxigénio para os músculos.
Num estudo feito em 2007, Petersen e colaboradores98 conseguiram pro-
var que o grupo de pessoas que fumava tinha um menor rácio de síntese pro-
teica (Figura 18). Além disso, fumar pode afetar negativamente a expressão
genética associada à manutenção muscular. Ou seja, indivíduos fumadores
têm mais dificuldade em manter ou aumentar a massa muscular. Mais ainda,
os sujeitos fumadores estão sujeitos a mais episódios de dores mio-articula-
res regulares (não ligadas ao exercício físico) que os não fumadores99.
Menor capacidade
Menor capacidade para manter ou
Fumadores
de síntese proteica aumentar a massa
muscular
70
ciante que deseja unicamente melhorar a sua condição física, o aconselha-
mento e acompanhamento são fundamentais. Não basta fazer exercício, é
necessário saber a medida exata para cada praticante. A verdade é que a ava-
liação do treino e o ajuste de cargas e volumes devem ser constantemente
atualizadas. Se fizermos sempre os mesmos exercícios, com a mesma intensi-
dade e duração, não podemos esperar novos resultados.
71
duas sessões semanais. As sessões não devem ser seguidas e devem
solicitar, tanto quanto possível, o máximo de grupos musculares. Os
exercícios devem ser realizados de forma a que oito a doze repeti-
ções de cada exercício causem alguma fadiga.
A atividade aeróbica deve ser feita cerca de cinco dias por semana
ou pelo menos três a uma intensidade vigorosa. O trabalho de força
deve ser no mínimo de duas vezes por semana.
72
Assim, podemos perceber que, através do exercício físico, os idosos pa-
recem manifestar menos medo de cair, bem como menor probabilidade de
cair. A melhoria da aptidão física, com mais força, flexibilidade, agilidade, re-
sistência e equilíbrio, são apenas alguns dos parâmetros que melhoram com
o efeito do exercício físico. O controlo da síndrome metabólica (hipertensão,
HDL baixo, diabetes, triglicerídeos altos e obesidade) também diminui com
a prática de exercício como verificado anteriormente. Também a diminuição
de massa gorda está muito relacionada com a prática regular de exercício físi-
co. Por outro lado, a sarcopenia é um dos processos biológicos do envelheci-
mento, impossível de alterar. Através do exercício, é possível manter a massa
magra ou então retardar o processo de diminuição da mesma104. Em suma, o
exercício físico é essencial para a manutenção da capacidade funcional e pre-
venção de inúmeras doenças com o aumento da idade. A Figura 19 apresen-
ta-nos a representação da diminuição da capacidade funcional em indivíduos
ativos e sedentários.
73
Conheça-se para evitar consequências
Começar a praticar exercício físico sem uma avaliação prévia deve ser
impensável, seja através de uma avaliação médica que ateste a capacidade
total ou parcial para a prática desportiva e/ou de exercício físico, ou uma ava-
liação da capacidade física pelo treinador pessoal. Assim, é importante conhe-
cermos o nosso corpo, assegurando que o exercício não irá comprometer a
integridade física. O conhecimento de nós próprios e do nosso corpo poderá
ajudar-nos a sermos mais eficientes enquanto praticantes de exercício. Desta-
camos alguns aspetos que consideramos importantes para a prática de exer-
cício físico, como o alinhamento corporal, os níveis de força e flexibilidade,
as dores musculares e os alongamentos. A referência a estes aspetos advém
de considerarmos que, por vezes, passam despercebidos em diversos textos,
artigos ou mesmo livros que orientem para a prática de exercício físico.
A melhor postura é aquela que causa menor desgaste articular e/ou des-
gaste mecânico e a que implica um menor dispêndio energético. Assim, uma
boa postura é aquela menos stressante para os nossos músculos e ossos le-
vando a gastarmos menos energia ao longo do dia105-108.
A teoria ascendente e descendente das alterações corporais é determi-
nante na explicação da influência dos desalinhamentos corporais no nosso
corpo. A teoria ascendente pressupõe que uma assimetria na zona inferior do
nosso corpo (e.g., ter um joelho mais elevado do que o outro) irá induzir uma
alteração numa zona superior do nosso corpo (e.g., ter o ombro direito mais
elevado do que o ombro esquerdo)109.
Forte e colaboradores110 verificaram que as posições dos lóbulos das ore-
lhas estão relacionadas com a posição das espinhas ilíacas ântero-posteriores
(posição da bacia). Também verificaram que os acrómios dos ombros estão
relacionados com os maléolos mediais (o osso de dentro do nosso tornozelo)
e a linha média da perna com a linha articular do joelho. Estes resultados fo-
ram verificados num grupo de 47 crianças e jovens praticantes de futebol. No
entanto, a coluna vertebral também acabou por sofrer alterações, uma vez que
74
os autores também verificaram que a posição desalinhada dos lóbulos das ore-
lhas e da linha articular do joelho está relacionada com alterações na posição
horizontal das vértebras da coluna. Assim, a literatura sugere que a existência
de assimetrias corporais poderá provocar escoliose na coluna vertebral.
Mas a influência da postura não passa unicamente pela incidência de ca-
deias cinéticas compensatórias pelo nosso corpo (compensações derivadas
da nossa postura). É que alguns eventos de dor sentidos em desportistas são
derivados de encurtamentos musculo-tendinosos (i.e., os tendões e as fibras
musculares ficam mais contraídas). Estes encurtamentos estão relacionados
com a existência de lordose lombar, hiperextensão da coluna vertebral e um
espaçamento anormal na articulação do joelho. A ocorrência de lesões na co-
luna vertebral também tem sido associada a assimetrias dos ombros, abdução
das omoplatas, assimetrias na coluna vertebral, cifose, lordose e escoliose. A
postura corporal mostra ser um fator de risco promotor da incidência de lesões
em desportistas, nomeadamente na coluna vertebral111-113. Desalinhamentos
posturais deixam-nos mais suscetíveis a lesões e/ou eventos de dor. Um bom
conhecimento do nosso corpo leva-nos a uma maior personalização do treino.
Sabemos que o exercício tem influência na nossa postura/alinhamento
corporal. A amplitude de movimento está relacionada com a existência de as-
simetrias posturais nos membros inferiores114. Ora, os desalinhamentos pos-
turais comprometem a mobilidade das nossas articulações. No entanto, não
se verifica relação entre o alinhamento dos membros inferiores e a força dos
músculos ântero-posteriores da coxa. Considerando o joelho como exemplo,
imagine que em vez de fletir cerca de 90º, devido aos desvios posturais nos
membros inferiores apenas era possível uma amplitude de 85º.
No entanto, outros autores apontam para a existência de uma tendência
para a redução/correção das assimetrias corporais em praticantes de muscu-
lação115, contribuindo também para uma redução de dores derivadas de maus
hábitos posturais115. Ainda em desportistas, os níveis de força apresentam re-
lação com uma execução eficiente de gestos técnicos. Um remate no futebol,
realizado de forma deficiente, poderá levar a compensações mecânicas com-
prometedoras do alinhamento corporal116, 117.
Independentemente de ser desportista ou não, o trabalho de força ajuda à
execução de gestos eficientes e não comprometedores da integridade mecâ-
nica das suas articulações. Por outro lado, uma boa amplitude de movimento
irá prevenir encurtamentos musculo-tendinosos e, como referido anterior-
mente, o aparecimento de assimetrias posturais.
75
O trabalho de força ajuda à execução de gestos eficientes e não
comprometedores da integridade mecânica das suas articulações.
76
alongamentos estáticos. Estes resultados remetem para que o alongamento
estático na rotina de aquecimento parece melhor predispor o atleta para cor-
ridas de curta distância.
Se pretende realizar um sprint de curta duração, o melhor parece ser rea-
lizar alongamentos estáticos durante o seu aquecimento. Tenha em atenção
que um aquecimento incompleto irá comprometer a sua performance des-
portiva e a sua integridade física. Assim, previna o aparecimento de lesões e
aumente o cuidado na sua preparação. Para ter a certeza de que o seu aqueci-
mento é eficaz, consulte um profissional de desporto ou um preparador físico.
A avaliação e controlo do treino por um profissional ajudará a chegar mais
longe.
Aliás, alguns estudos122-123 mostram que não existe efeito dos anti-infla-
matórios na diminuição das dores musculares induzidas pelo exercício físico.
Apesar de ninguém gostar desse desconforto, temos que entender que não
devemos recorrer a fármacos para as dores musculares pós-treino. Já o exer-
77
cício físico de baixa intensidade poderá aliviar as dores, sem afetar negativa-
mente a síntese proteica e outros mecanismos responsáveis pela hipertrofia
muscular. Caso as dores sejam muito intensas e rotineiras, será pertinente
rever o plano de treino, horas de sono, alimentação, ou, em casos extremos,
consultar o seu médico. Poderá estar a sobrecarregar o seu corpo e ele não
estar a conseguir recuperar adequadamente.
78
ções recentes apontam para um aumento do risco de obesidade e diabetes
tipo II como consequência a longo prazo. Além disso, a produção da hormona
de crescimento e testosterona, fundamentais para o crescimento muscular,
fica comprometida.
A literatura é consensual em afirmar que a qualidade e quantidade do
sono têm uma relação forte com o emagrecimento e a hipertrofia muscular.
Quem faz exercício físico regularmente com intensidade elevada sabe que a
recuperação é fundamental para o treino do dia seguinte.
O motivo de abandono!
79
CAPÍTULO
IV
80
ALIMENTAÇÃO
81
manter esse deficit. A partir de um certo momento, o próprio organismo di-
minuirá o MBR para se ajustar ao novo deficit de ingestão calórica, visando a
homeostasia fisiológica. Daí, as dietas resultarem a curto-médio prazo, depois
ocorre uma estabilização do gasto calórico total, até ao ponto de os resulta-
dos ficarem insignficiantes133. Tal resulta de o corpo se habituar a usar ape-
nas a energia necessária para se manter vivo. Normalmente, é nestes pontos
que as pessoas abandonam as dietas e voltam aos seus hábitos nefastos. Este
é o momento em que atuam ou voltam a atuar os especialistas em dietética e
nutrição, com ajustes para contornar estas situações.
O exercício físico entra como um intensificador no gasto calórico, mas não
pode ser uma atividade física qualquer. Tendemos a acreditar que a atividade
física (AF) seria capaz de aumentar o dispêndio calórico diário, de forma a
equilibrar a balança do consumo e do gasto. Mas o que realmente aconte-
ce é que se praticarmos uma AF de baixa intensidade (como caminhadas ou
exercício físico de baixo impacto) este tipo de atividade irá aumentar apenas
até um certo ponto. Posteriormente, o dispêndio energético iria estabilizar,
diminuir o MB e o efeito termogénico dos alimentos134. Quando o dispêndio
energético (aquilo que gastamos) durante a vida diária é inferior ao consumo
energético (aquilo que comemos) o resultado será a acumulação de gordura
no nosso corpo (Figura 20).
io
ênd
Disp ético
rg
ene rio
diá Acumulação
o
sum de gordura
Con ético
rg
ene
82
de gordura é um processo que implica paciência e dedicação, tanto a nível ali-
mentar e físico como mental, dado que as mudanças alteram o nosso sistema
hormonal. Os estudos apontam que é possível a perda de gordura “perma-
nente” desde que as pessoas façam pequenas reduções constantes na ali-
mentação em vez de dietas altamente restritas combinadas de exercício físico
descontrolado. As pessoas que elegem esta última opção costumam voltar ao
peso inicial ou até superior133-136.
Dispêndio
energético
diário
Consumo Exercício
energético Físico
A figura 21 apresenta aquilo que deve ser considerado como uma inte-
ração eficiente entre a dieta e o exercício físico. Se o objetivo é a redução da
gordura corporal, o acompanhamento dos profissionais de exercício e nutri-
ção é imprescindível.
As mudanças necessitam de tempo. Cada pessoa é única e a melhor forma
de poder ajudar no processo de diminuição de gordura corporal é perceber os
motivos que conduziram à acumulação de gordura.
83
A verdade sobre os hidratos de carbono
84
pode ter consequências na nossa saúde. Talvez as recomendações devessem
passar por diminuir a ingestão de açúcares refinados e industrializados, para
além de aumentar a componente exercício físico que pode diminuir o risco de
doenças cardiovasculares.
85
Faço exercício físico e não emagreço
É raro não conhecermos quem afirme: “eu faço exercício físico, mas con-
tinuo a engordar”. Por outro lado, também é comum conhecermos casos de
pessoas que dizem comer muito e não engordarem.
Investigadores britânicos avaliaram o efeito do exercício aeróbio na perda
de massa corporal em pessoas obesas e descobriram que algumas tinham
obtido resultados inversos142. Ora, estas pessoas, apesar de estarem a gastar
500 calorias com o treino, estavam a sabotar a perda de gordura ao ingerirem
calorias acima das que necessitavam e deliberadamente a consumir mais ali-
mentos do que o normal. Parece que a falta de consciencialização entre a in-
trodução do exercício físico em restrições calóricas leva a que as pessoas obe-
sas ingiram mais alimentos, esquecendo-se por completo do objetivo inicial.
Noutro estudo, comprovou-se o mesmo: as pessoas obesas ingeriam mais
calorias com o exercício físico143-145 e simplesmente inibiam o efeito benéfico
do exercício físico no que diz respeito ao emagrecimento. Este efeito “com-
pensador” parece estar mais ligado a pessoas com excesso de peso ou obesas.
Isto porque, de acordo com um estudo feito em 2011, as pessoas com peso
normal, segundo a Organização Mundial de Saúde, não sentiam o efeito da
grelina depois do exercício físico. O mesmo foi verificado noutra investigação
em 2012, em que os participantes com excesso de peso sentiam fome, mas os
de peso normal tinham os níveis de grelina baixos. Aliás, as pessoas sentiam
menos fome nas horas depois de um treino de força intenso.
Ainda não se sabe ao certo quais os mecanismos inerentes ao consumo
alimentar compensador do exercício físico. No entanto, é necessário com-
preender que só porque se pratica exercício físico regularmente não significa
que se esteja isento de aumentar a massa corporal, pois poderão existir tam-
bém questões psicológicas e outros fatores associados a este fenómeno.
Atualmente, aguardam-se mais estudos que permitam encontrar ferramentas
eficientes que possam inibir a pessoa de comer mais calorias do que as neces-
sárias para as suas atividades de vida diária.
O gasto calórico durante o exercício físico nunca é igual à ingestão calórica
diária. O exercício físico representa apenas uma pequena parcela do gasto
energético total do nosso organismo. Além disso, a grelina, a chamada “hor-
mona da fome”, pode sofrer alterações depois de uma pessoa terminar o trei-
no.
86
Temos que perceber que é mais fácil comer 500kcal em meio menu de
fast food do que gastar 500kcal. Na verdade, um gasto de 500kcal necessita
de cerca de 1 hora de treino intenso. Para reduzir a massa corporal, deve-se
assumir a responsabilidade de se alimentar corretamente, com recurso a um
plano alimentar devidamente prescrito por um nutricionista.
87
No que diz respeito à alimentação, devemos saber: (i) o que comer; (ii)
quando comer e (iii) como comer. O timing da ingestão de nutrientes requer
um planeamento metodológico da ingestão de todos os alimentos, alimentos
fortificados e suplementes dietéticos. O timing adequado para a ingestão de
macronutrientes irá auxiliar a recuperação e reparação tecidual. Isto irá con-
duzir a um maior aumento da síntese proteica, melhorando o bem-estar após
exercícios de elevado volume e/ou intensidade.
Devemos saber que o acumular de glicogénio muscular é maximizado com
uma dieta rica em hidratos de carbono (8-12 gr/kg/dia). Estas concentrações
de glicogénio muscular são maioritariamente diminuídas por exercícios de
elevado volume. Na necessidade de um rápido armazenamento de glicogénio
muscular (num intervalo de tempo inferior a 4 h), deve-se considerar:
88
çado e com uma frequência a cada 3h. Ainda mais, a ingestão de aminoácidos
essenciais em separado (aproximadamente 10 gr) ou combinados com doses
de proteína de 20 a 40gr parecem maximizar o estímulo à síntese proteica.
Antes ou após o exercício, as intervenções nutricionais (hidratos de carbo-
no com proteínas ou proteínas em separado) parecem uma estratégia efetiva
para suportar melhorias na força muscular e composição corporal. Contudo,
a quantidade e o timing da refeição anterior ao exercício poderão ter impacto
no tempo necessário para a refeição pós-exercício. Quanto à ingestão após
exercício, deve ocorrer 2h após e com recurso a proteínas de alta qualidade
para estimular a síntese proteica muscular.
Quando não existe sessão de exercício físico, alterar a frequência das refei-
ções parece ter um impacto limitado na perda de massa e alteração da com-
posição corporal. Há ainda evidências de que a frequência das refeições pode
provocar uma saciação no apetite, pelo que alterar a frequência não parece
ser facilitador da alteração da composição corporal. No entanto, são necessá-
rias mais investigações que determinem a influência de combinar programas
de exercício com frequências alimentares alteradas na diminuição da massa
corporal e alteração da composição corporal. Estas investigações devem ser
baseadas numa investigação preliminar que indique um potencial benefício.
Ingerir 20 a 40gr de proteína por dose (0.25-0.40 gr/kg de massa corpo-
ral/dose) de fontes de alta qualidade a cada 3 ou 4h parece favorecer a sín-
tese proteica muscular. Quando comparada com outros padrões de dieta e
associada à melhoria da composição corporal e performance desportiva, a
ingestão das doses de proteína mostram induzir melhorias na composição
corporal. O consumo de proteína do tipo caseína (~30 a 40gr) antes de dormir
parece contribuir para um aumento da síntese proteica e metabolismo basal
durante a noite, influenciando a lipolise.
Assim, o leitor já é conhecedor das recomendações básicas para uma
boa alimentação em diferentes cenários de exercício físico. No entanto, res-
salvamos que as recomendações deverão ser sempre feitas por profissionais
qualificados, algo que temos vindo a reforçar ao longo deste livro. Devemos
considerar a dieta e o exercício como aliados e indispensáveis na busca de
resultados para a performance desportiva.
89
CONCLUSÃO
90
Ao longo deste livro, foi possível perceber os inúmeros efeitos do exer-
cício físico, tanto em pessoas saudáveis como portadoras de patologias, em
jovens como em idosos, bem como a sua função no bem-estar psicológico.
Abordámos as aplicações para a melhoria da condição física, da performance
desportiva, para a saúde ou por objetivos estéticos.
Desejamos que este livro tenha ajudado o leitor a compreender melhor
alguns dos requisitos para um programa de exercício físico bem estrutura-
do e planeado. Com este livro, pretendemos que a população praticante de
exercício físico aumente o seu conhecimento, distinguindo algumas diferen-
ças entre ser-se fisicamente ativo e ser-se atleta profissional, bem como a
importância de tornar o exercício físico como um hábito.
A massa muscular é essencial para o bom funcionamento do nosso corpo
e do nosso organismo. No entanto, devemos estar conscientes de que duas
pessoas com objetivos iguais, mas com características diferentes, devem se-
guir caminhos distintos pelas questões interindividuais inerentes. O controlo
das diversas variáveis destinadas à hipertrofia é determinante para a obten-
ção de resultados.
A gordura corporal, quando excessiva, mostra-se comprometedora da
performance dos desportivas. O mesmo ocorre quando analisamos a sua
influência na saúde e no bem-estar. Para os que procuram um corpo bem
trabalhado e se preocupam com a apresentação do corpo, a gordura acumu-
lada mostra-se também um problema. A adequação do estímulo, bem como
o ajuste nutricional e repouso regular, são peças de engrenagem relevantes
no emagrecimento.
Podemos perceber que o trabalho da força, da resistência, da agilidade e da
flexibilidade é determinante para o desempenho desportivo. Quanto melhor
fisicamente, melhor será, à partida, o desempenho na modalidade desportiva.
A preparação física é fulcral para a prevenção de lesões. No entanto, na
presença das mesmas, não tem obrigatoriamente de existir interrupção do
exercício físico. O mesmo deve continuar a ser feito devidamente acompa-
nhado por profissionais de saúde, evitando a exercitação das zonas lesadas
até indicação contrária pelos médicos envolvidos.
Quanto à recuperação e descanso, seja entre treinos ou durante a lesão,
esta representa uma parte significativa da preparação do desportista. Não
adianta unicamente treinar. Tem de existir um conjunto de cuidados e estraté-
gias para uma recuperação eficiente. Recuperar bem irá assegurar um treino
de qualidade na próxima sessão.
91
Foram apresentadas as evidências científicas relativamente à ingestão
alimentar para desportistas ou indivíduos que pretendam uma alimentação
equilibrada. Se esta, por si só, é importantíssima para a saúde das pessoas
em geral, então, em desportistas, apresenta um peso ainda maior. A alimen-
tação deve ser ajustada consoante o contexto e o momento e deve ser uma
preocupação constante de todos, de acordo com o acompanhamento de um
nutricionista certificado.
Salientamos inúmeras vezes a necessidade de acompanhamento profis-
sional. Mesmo para o leitor que seja técnico especialista de exercício físico,
o acompanhamento adequado de indivíduos em academias e ginásios é im-
prescindível. O mesmo serve para a alimentação. O leitor deve estar conscien-
te de que a leitura não faz de si técnico de exercício físico ou nutricionista/
dietista. O acompanhamento profissional é sempre determinante para atingir
os objetivos pretendidos de forma segura e eficaz.
Esperamos que com este livro tenhamos contribuído para ajudar diversas
pessoas a eliminarem dúvidas e incertezas acerca do exercício. Conscientes
de que não proporcionamos ao leitor o conhecimento absoluto sobre as ciên-
cias do desporto, esperamos ter ajudado a que perceba aquilo que pode ser
conseguido com o exercício físico.
O porquê do exercício físico vai muito além dos temas apresentados e
abordados. O exercício físico tem inúmeras aplicabilidades. Cada vez mais,
a sua prescrição e a sua prática fazem mais sentido. Esperamos que, atra-
vés desta leitura, consigamos fazer chegar as suas vantagens à população
preocupada com a sua saúde. Desta forma, esperamos, com este livro, ajudar
a diminuir os níveis de sedentarismo da população. Contando, também, com
a sua ajuda.
92
bIBLIOGRAFIA
1 - Schoenfeld, B. (2010). The mechanisms of muscle hypertrophy and their
application to resistance training. Journal of Strength and Conditioning Re-
search, 24(10), 2857-2010.
2 - Counts, B., Buckner, S., Dankel, S., Jessee, M., Mattocks, K., Mouser, J.,
Laurentino, G., & Loenneke, J., (2016). The acute and chronic effects of “NO
LOAD” resistance training. Physiology & Behavior, 164, 345-352
3 - Watanabe, Y., Madarame, H., Ogasawara, R., Nakazato, K., & Ishii, N.,
(2014). Effect of very low-intensity resistance training with slow movement
on muscle size and strength in healthy older adults. Clinical Physiology and
Functional Imaging, 34(6), 463-470
4 - Schoenfeld, B., Peterson, M., Ogborn, D., Contreras, B., & Sonmez, G.,
(2005). Effects of low vs high load resistance training on muscle strength and
hypertrophy in well-trained men. Journal of Strength and Conditioning Re-
search, 29(19), 2954-2963
5 - Giessing, J., Eichamnn, B., Steele, J., & Fisher, J., (2016). A comparison of
low volume “high-intensity-training” and high-volume traditional resistance
training methods on muscular performance, body composition, and subjec-
tive assessments of training. Biology of Sport, 33(3), 241-249
6 - Burd, N., West, D., Staples, A., Atherton, P., Baker, J., Moore, D., Holwer-
da, A., Parise, G., Rennie, M., Baker, S., & Phillips, S., (2010). Low-load high
volume resistance exercise stimulates muscle protein synthesis more than
high-load low volume resistance exercise in young men. PLoS ONE, 5(8),
e12033
7 - Burd, N., Holwerda, A., Selby, K., West, D., Staples, A., Cain, N., Cashaback,
J., Potvin, J., Baker, S., & Phillips, S., (2010), Resistance exercise volume affects
myofibrillar protein synthesis and anabolic signaling molecule phosphoryla-
tion in young men. Journal of Physiology, 15(588), 3119-3130
8 - Gentil, P., Soares, S., & Botarro, M., (2015). Single vs. Multi-joint resistance
exercises: effects on muscle strength and hypertrophy. Asian Journal of Sports
Medicine, 6(2), e24057
95
9 - Gentil, P., Soares, S., Pereira, M., da Cunha, R., Martorelli, S., & Botarro,
M., (2013). Effects of adding single-joint exercises to a multi-joint exercise re-
sistance training program on strength and hypertrophy in untrained subjects.
Applied Physiology, Nutrition & Metabolism, 38(3), 341-344.
10 - De França, H., Branco, P., Junior, D., Gentil, P., Steele, J., & Teixeira,
C., (2015). The effects of adding single-joint exercises to a multi-joint ex-
ercise resistance training program on upper body muscle strength and
size in trained men. Applied Physiology, Nutrition & Metabolism, 40(8),
822-826.
12 - Lusk, S., Hale, B., & Russell, D. (2010). Grip width and forearm orientation
effects on muscle activity during the lat pull-down. Journal of Strength & Con-
ditioning Research, 24(7), 1895–1900.
13 - Steele, J., Raubold, K., Kemmler, W., Fisher, J., Gentil, P., & Giessing, J.,
(2017). The effects of 6 months of progressive high effort resistance training
methods upon strength, body composition, function, and wellbeing of elderly
adults. BioMed Research International, 2541090.
14 - Lau, W., Blazevich, A., Newton, M., Wu, S., & Nosaka, K., (2015). Changes
in electrical pain threshold of fascia and muscle after initial and secondary
bouts of elbow flexor eccentric exercise. European Journal of Applied Physiol-
ogy, 15(5), 959-968.
15 - Lau, W., Blazevich, A., Newton, M., Wu, S., & Nosaka, K., (2015). Assess-
ment of muscle pain induced by elbow-flexor eccentric exercise. Journal of
Athletic Training, 50(11), 1140-1148.
16 - Curb, J., Abbott, R., Rodriguez, L., Masaki, K., Chen, R., Sharp, S., & Tall,
A. (2004). A prospective study of HDL-C and cholesteryl ester transfer protein
gene mutations and the risk of coronary heart disease in the elderly. Journal
of Lipid Research, 45(5), 948-953.
96
17 - Haskell, W. (1984). The influence of exercise on the concentrations of
triglyceride and cholesterol in human plasma. Exercise and Sport Sciences Re-
views, 12, 205–244.
18 - Stampfer, M., Hu, F., Manson, J., Rimm, E., & Willett, W. (2000). Primary
prevention of coronary heart disease in women through diet and lifestyle. The
New England Journal of Medicine, 343(1), 16–22.
19 - Freitas, A., Costa, A., Pereira, C., & Batalha, N. (2017). Effects of endur-
ance versus strength training programs in the lipid profile of sedentary young
adults. Motricidade, 13(1), 138.
20 - Villareal, D., Aguirre, L., Gurney, A., & Waters, D. (2017). Aerobic or Resis-
tance Exercise, or Both, in Dieting Obese Older Adults. New England Journal
of Medicine, 376(20), 1943-1955.
21 - Geliebter, A., Maher, M., Gerace, L., Gutin, B., Heymsfield, S., & Hashim,
S. (1997). Effects of strength or aerobic training on body composition, rest-
ing metabolic rate, and peak oxygen consumption in obese dieting subjects.
American Journal of Clinical Nutrition, 66(3), 557-563.
22 - Bryner, R., Ullrich, I., Sauers, J., Donley, D., Hornsby, G., & Yeater, R. (1999).
Effects of resistance vs. aerobic training combined with an 800-calorie liquid
diet on lean body mass and resting metabolic rate. Journal of American Col-
lege Nutrition, 18(2), 115-121.
23 - Serna, V., Vélez, E., Arias, R., & Feito, Y. (2016). Effects of a high-intensi-
ty interval training program versus a moderate-intensity continuous training
program on maximal oxygen uptake and blood pressure in healthy adults:
study protocol for a randomized controlled trial. Trials, 17(1), 413.
24 - Heisz, J., Tejada, M., Paolucci, E., & Muir, C. (2016). Enjoyment for high-in-
tensity interval exercise increases during the first six weeks of training: im-
plications for promoting exercise adherence in sedentary adults. PLoS ONE,
11(12), e0168534.
25 - Støren, Ø., Helgerud, J., Sæbø, M., Støa, E. M., Bratland-Sanda, S., Un-
97
hjem, R. J., ... & Wang, E. (2017). The Effect of Age on the V˙ O2max Response
to High-Intensity Interval Training. Medicine & Science in Sports & Exercise,
49(1), 78-85.
28 - Dahab, K., & McCambridge, T., (2009). Strength training in children and
adolescents. Sports Health, 1(3), 223-226.
29 - Alleyne, J., (1998). Safe exercise prescription for children and adolescents.
Pediatric & Children Health, 3(5), 337-342.
30 - Garrido, N., Marinho, D., Reis, V., van den Tillaar, R., Costa, A., Silva, A., &
Marques, M. (2010). Does combined dry land strength and aerobic training in-
hibit performance of young competitive swimmers. Journal of Sports Science
and Medicine, 9 (2), 300-310.
31 - Aspenes, S., Kjendlie, P., Hoff, J., & Helgerud, J. (2009). Combined strength
and endurance training in competitive swimmers. Journal of Sports Science
and Medicine, 8(1), 357 – 365.
32 - Sadowski, J., Mastalerz, A., Gromisz, W., & Niźnikowski, T. (2012). Effec-
tiveness of the power dry-land training programs in youth swimmers. Journal
of Human Kinetics, 32, 77-86.
35 - Paluska, S., & Schwenk, T. (2000). Physical activity and mental health.
Sports Medicine, 29(3), 167-180.
98
36 - Greco, G. (2010). Treino de força, crianças e adolescentes. Revista Digital
EF Deportes.com.
37 - Jayanthi, N., Dugas, L. (2017) The Risks of Sports Specialization in the Ado-
lescent Female Athlete. Strength & Conditioning Journal, 39.2: 20-26.
38 - Bahr, R. (2016). Why screening test to predict injury do not work – and prob-
ably never will: a critical review. British Journal of Sports & Medicine, 50, 776-780
39 - Bakken, A., Targett, S., Bere, T., Eirale, C., Farooq, A., Tol, J., Whiteley, R., Khan,
K., & Bahr, R., (2017). The functional movement test 9+ is a poor screening test for
lower extremity injuries in professional male football players: a 2-year prospective
cohort study. British Journal of Sports & Science, 52(16), 1047-1053.
40 - Dupont, G., Nédélec, M., McCall, A., Berthoin, S., & Maffiuletti, N. (2015).
Football recovery strategies. Aspetar Sports Medicine Journal, 4, 20-27.
41 - Dupont, G., Nedelec, M., McCall, A., McCormack, D., Berthoin, S., & Wis-
løff, U. (2010). Effect of 2 soccer matches in a week on physical performance
and injury rate. American Journal of Sports Medicine, 38, 1752-1758.
42 - Babault, N., Cometti, C., Maffiuletti, N., & Deley, G. (2011). Does electrical
stimulation enhance post-exercise performance recovery? European Journal
of Applied Physiology, 111, 2501-2507.
43 - Lund, H., Vestergaard-Poulsen, P., Kanstrup, I., & Sejrsen, P. (1998). The
effect of passive stretching on delayed onset muscle soreness, and other det-
rimental effects following eccentric exercise. Scandinavian Journal of Science
in Sports, 8, 216-221.
44 - Rennie, M., Edwards, R., Halliday, D., Matthews, D., Wolman, S., & Mill-
ward, D. (1982). Muscle protein synthesis measured by stable isotope tech-
niques in man: the effects of feeding and fasting. Clinical Science, 63, 519–523.
45 - Emery, C., & Tyreman, H. (2009). Sport participation, sport injury, risk
factors and sport safety practices in Calgary and area junior high schools. Pe-
diatrics & Child Health, 14, 439–444.
99
46 - Steffen, K., & Engebretsen, L. (2010). More data needed on injury risk
among young elite athletes. British Journal of Sports Medicine, 44, 485–489.
47 - Wall, B., Morton, J., & van Loon, L. (2015). Strategies to maintain skeletal
muscle mass in the injured athlete: nutritional considerations and exercise
mimetics. European Journal of Sport Science, 15(1), 53-62.
48 - Behm, D., Drinkwater, E., Willardson, J., Cowley, P., (2010). The use of
instability to train core musculature. Applied Physiology, Nutrition & Metab-
olism, 35(1), 91-108
49 - Wahl, M., Behm, D., (2008). Not all instabilty training devices enhance
muscle ativation in highly resistance-trained individuals. Journal of Strength
and Conditioning Research, 22(4), 1360-1370
54 - Cid, L., Silva, C., & Alves, J. (2007). Actividade física e bem-estar psicológico-
perfil dos participantes no programa de exercício e saúde de rio maior. Mo-
tricidade, 3(2), 15-22.
55 - Steptoe, A., Wardle, J., Cui, W., Bellisle, F., Zotti, A. M., Baranyai, R., & San-
derman, R. (2002). Trends in smoking, diet, physical exercise, and attitudes
toward health in European university students from 13 countries, 1990–2000.
Preventive medicine, 35(2), 97-104.
100
56 - Paluska, S., & Schwenk, T. (2000). Physical activity and mental health.
Sports Medicine, 29(3), 167-180.
57 - Grundy, S., Brewer, H., Cleeman, J., Smith, S., & Lenfant, D. (2004). Defi-
nition of metabolic syndrome: report of the National, Heart, Lung, and Blood
Institute/American Heart Association conference on scientific issues related
to definition. Circulation, 109, 433-438.
58 - Silva, C., & Lima, W. (2002). Efeito benéfico do exercício físico no controle
metabólico do diabetes mellitus tipo 2 a curto prazo. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia & Metabologia, 46(5), 550-556
59 - Leong, K., & Wilding, J. (1999). Obesity and diabetes. Bailliére’s Clinical
and Endocrinology Metabolsim, 13(2):221-37.
60 - Cavacante, P., Rica, R., Evangelista, A., Serra, A., Figueira, A., Pontes, F.,
Kilgore, L., Baker, J., & Bocalini, D., (2015). Effects of exercise intensity on post
exercise hypotension after resistance training session in overweight hyperten-
sive patients. Clinical Intervention and Aging, 10, 1487-1495.
61 - Mota, M., Oliveira, R., Dutra, M., Pardono, E., Terra, D., Lima, R., Simões,
H., & Silva, F., (2013). Acute and chronic effects of resistance exercise on blood
pressure in hypertensive elderly women. Journal of Strength and Conditioning
Research, 27(12), 3475-3480.
62 - Moraes, M., Bacurau, R., Simões, H., Campbell, C., Pudo, M., Wasinski, F.,
Pesquero, J., Wurtele, M., & Araújo, R., (2012). Effect of 12 week of resistance
exercise on post-exercise hypotension in stage 1 hypertensive individuals.
Journal of Human Hypertension, 26(9), 533-539.
64 - Ferreira, K., Melo, A., Sobral, Filho, D., Arruda, I., Diniz, A., & Toscano, C.
(1999). Arquivo Brasileiro de Cardiologia, 73(5), 110.
65 - Rondon, M., & Brum, P. (2003). Exercício físico como tratamento não far-
101
macológico da hipertensão arterial. Revista Brasileira Hipertensão, 10, 134-
137.
68 - Kao. A., Van Trigt. P., & Shaeffer-McCall, G. (1994). Central and peripheral
limitations to upright exercise in untrained cardiac transplant recipients. Cir-
culation, 89: 2605–2615.
70 - Kao, A., Van Trigt, P., & Shaeffer-McCall, G. (1995). Allograft diastolic dys-
function and chronotropic incompetence limit cardiac output response to ex-
ercise two to six years after heart transplantation. Journal of Heart & Lung
Transplant, 14(1): 11–22.
71 - Braith, R., Welsch, M., Mills, R., Keller, J., & Pollock, M. (1998). Resistance
exercise prevents glucocorticoid-induced myopathy in heart transplant recipi-
ents. Medicine and Science in Sports and Exercise, 30, 483–489.
72 - Haykowsky, M., Taylor, D., Kim, D., &Tymchak, W. (2009). Exercise Training
Improves Aerobic Capacity and Skeletal Muscle Function in Heart Transplant
Recipients. American Journal of Transplantation, 9, 734–739.
73 - Kavanagh, T., Yacoub, M., Mertens, D., Kennedy, J, Campbell, R., & Sawyer,
P. (1988). Cardiorespiratory responses to exercise training after orthotopic
cardiac transplantation. Circulation, 77, 162–171.
74 - Geny, B., Saini, J., & Mettauer, B. (1996). Effect of short-term endurance
102
training on exercise capacity, haemodynamics and atrial natriuretic peptide
secretion in heart transplant recipients. European Journal of Applied Physiol-
ogy, 73, 259–266.
75 - Zoll, J., N’Guessan, B., & Ribera, F. (2003). Preserved response of mito-
chondrial function to short-term endurance training in skeletal muscle of
heart transplant recipients. Journal of the American College of Cardiology, 42,
126–132.
76 - Lampert, E., Mettauer, B., Hoppeler, H., Charloux, A., Charpentier, A., &
Lonsdorfer, J. (1998). Skeletal muscle response to short endurance training in
heart transplant recipients. Journal of the American College of Cardiology, 32,
420–426.
77 - Basso, R., Jamami, M., Pessoa, B., Labadessa, I., Regueiro, E., & Di Loren-
zo, V. (2010) Avaliação da capacidade de exercício em adolescentes asmáticos
e saudáveis. Revista Brasileira de Fisioterapia, 14(3), 252-258.
79 - Gonçalves, R., Nunes, M., Cukier, A., Stelmach, R., Martins M., & Carva-
lho, C. (2008). Effects of an aerobic physical training program on psychosocial
characteristics, quality-of-life, symptoms and exhaled nitric oxide in individu-
als with moderate or severe persistent asthma. São Carlos. Revista Brasileira
de Fisioterapia, 12(2), 127-35.
80 - Meyer, A., Günther, S., Volmer, T., Baumann, H. (2015). A 12-month, mod-
erate-intensity exercise training program improves fitness and quality of life
in adults with asthma: a controlled trial. Pulmonar Medicine. BMC, 15, 56.
81 - Martins, I., & Gonçalves, A. (2017). Asma e exercício: ambiente seco ver-
sus aquático–uma breve revisão. Revista Brasileira de Pesquisa em Ciências
da Saúde, 3(2), 10-14.
82 - Xu, J., Lombardi, G., Jiao, W., & Banfi, G. (2016). Effects of Exercise on
103
Bone Status in Female Subjects, from Young Girls to Postmenopausal Wom-
en: An Overview of Systematic Reviews and Meta-Analyses. Sports Medicine,
46(8), 1165–1182.
83 - Paillard, T. (2014). Exercise and bone mineral density in old subjects: the-
orical and practical implications. Geriatrie et Psychologie Neuropsychiatrie du
Vieillissement, 12(3), 267–73.
84 - Kim, J., Moon, H., & Jin, H. (2016). The effects of exercise training and
type of exercise training on changes in bone mineral density in Korean post-
menopausal women: a systematic review. Journal of Exercise Nutrition and
Biochemical, 20(3), 7–15.
85 - Hunter, G., Plaisance, E., & Fisher G. (2014). Weight loss and bone mineral
density. Current Opinion in Endocrinology, Diabetes & Obesity, 21(5):358–62.
86 - Battaglini, C., Bottaro, M., Dennehy, C., Barfoot, D., Shields, E., Kirk, D.,
& Hackney, A. (2006). The effects of resistance training on muscular strength
and fatigue levels in breast cancer patients. Revista Brasileira de Medicina do
Esporte, 12(3), 153-158.
87 - Inumaru, L., da Silveira, É., & Naves, M. (2011). Risk and protective fac-
tors for breast cancer: a systematic review. Caderneta de Saúde Pública, 27(7),
1259-1270.
88 - Bartolomeu, R., Barros, V., Peixoto, C., & Monteiro, A. (2017). The effects
of a multicomponent training on body composition and functional fitness in
breast cancer women patients. Motricidade, 13(1), 168.
104
92 - Ribeiro, S. (1998). Atividade física junto a depressão. Revista Brasileira de
Atividade Física e Saúde, 3(2), 72-79.
93 - Sainio, E., Rantanen, T., & Kanavera, L., (2000). Ingredients and safety of
cellulite creams. European Journal of Dermatology, 10(8) 596 – 603.
94 - Legaz, A., González-Badillo, I., & Serrano, E., (2005). Differences in skinfold
thicknesses and fat distribution among top-class runners. Journal of Sports
Medicine and Phyisical Fitness, 45(4), 512-517.
97 - Trapp, E., Chisholm, D., Freund, J., Boutcher, S., (2008). The effects of
high-intensity intermittent exercise training on fat loss and fasting insulin lev-
els of young women. International Journal of Obesity, 32(4), 684-691.
98 - Petersen, A., Magkos, F., Atherton, P., Selby, A., Smith, K., Rennie, M. J.,
... & Mittendorfer, B. (2007). Smoking impairs muscle protein synthesis and
increases the expression of myostatin and MAFbx in muscle. American Journal
of Physiology-Endocrinology and Metabolism, 293(3), 843-848.
99 - Rom, O., Kaisari, S., Aizenbud, D., & Reznick, A. (2013). Cigarette smoke
and muscle catabolism in C2 myotubes. Mechanisms of Ageing and Develop-
ment, 134(1-2), 24-34.
100 - Haskell, W., Lee, I., Pate, R., Powell, K., Blair, S., Franklin, B., … & Bauman,
A. (2007). Physical activity and public health. Updated recommendation for
adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart
Association. Circulation, 39(8), 1423-1434.
101 - Kesaniemi, Y., Danforth, E., Jensen, M., Kopelman, P., Lefèbvre, P., &
Reeder, B. (2001). Dose-response issues concerning physical activity and
105
health: an evidence-based symposium. Medicine & Science in Sports & Exer-
cise, 33(6), 351-358.
102 - Vries, N., Ravensberg, C., Hobbelen, J., Olde, M., Staal., J., & Sanden,
M. (2012). Effects of physical functioning, physical activity and quality of life
in community dwelling older adults with impaired mobility. Ageing Research
Reviews, 11(1), 136-149.
103 - Spirduso, W., Francis, K., & MacRae, P. (2005). Physical Dimensions of
Aging (2nd ed). Champaign IL: Human Kinetics.
105 - Magee, D. (2002). Disfunção Músculo esquelética (3º ed). São Paulo:
Manoele.
108 - Gomes. J., Palma, M., Sampaio, O., Vasconcelos, N., Barbosa, T. (2011).
Análise comparativa da postura ortostática entre mulheres fisicamente activas
e sedentárias. 4º Congresso Nacional de Biomecânica. Coimbra, Portugal.
109 - Hollman, J., Kolbeck, K., Hitchcock, J., Koverman, J., Krause, D. (2006).
Correlations between hip strength and static foot and knee posture. Journal
of Sport Rehabilitation. 15 (1), 12-23.
110 - Forte, P., Barbosa, T., Morais, J., & Reis, A. (2015). Predição de desvios
posturais a partir do grau de associação entre assimetrias em crianças e jovens
futebolistas. Egitania Sciencia, 17.
106
posture and body mechanics. The Journal of Sports Medicine and Physical
Fitness, 35(4), 289-294.
113 - Bertolla, F., Baroni, B. M., Junior, L., Pinto, E. C., & Oltramari, J. D. (2007).
Effects of a training program using the Pilates method in flexibility of sub-20
indoor soccer athletes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 13(4), 222-226.
114 - Forte, P., Barbosa, T., Morais, J., & Reis, A. (2016). Segmental asymmetry
and its relationship with lower limb strength and range of motion in young
soccer players. ISBS-Conference Proceedings Archive, 33(1), 892-895.
118 - McGowan, C., Pyne, D., Thompson, K., & Rattray, B. (2015). Warm-
up strategies for sport and exercise: Mechanisms and applications. Sports
Medicine, 45(11), 1523-1546.
119 - Kay, A., & Blazevich, A. (2012). Effect of acute static stretch on maximal
muscle performance: a systematic review. Medicine and Science in Sport and
Exercise, 44(1), 154-164.
120 - Neiva, H., Gil, M., Marques, M., Barbosa, T., & Sousa, A. (2017). Motrici-
dade, 13, 109-110.
107
122 - Trappe, T., White, F., Lambert, C., Cesar, D., Hellerstein, M., & Evans,
W. (2002). Effect of ibuprofen and acetaminophen on post exercise muscle
protein synthesis. American Journal of Physiology, Endocrinology and Metab-
olism, 282(3), 551-556.
123 - Stone, M., Merrick, M., Ingersoll, C., & Edwards, J. (2002). Preliminary
comparison of bromelian and ibuprofen for delayed onset muscle soreness.
Clinical Journal of Sports Medicine, 12(6), 373-378
124 - Bosy-Westphal, A., Hinrichs, S., jauch-Chara, K., Hitze, B., Later, W.,
Wilms, B., Settler, U., Peters, A., Kiosz, D., & Muller, M. (2008). Influence of
partial sleep deprivation on energy balance and insulin sensitivity in healthy
women. The European Journal of Obesity, 1, 266-273.
125 - Knutson, K., Speigel, K., Penev, P., Cauter, E. (2008). The metabolic conse-
quences of sleep deprivation. Sleep Medicine Reviews, 34, 59-69.
126 - Nedeltcheva, A., Kilkus, J., Imperial, J., Kasza, K., Schoeller, D., & Penev, P.
(2009). Sleep curtailment is accompanied by increased intake of calories from
snacks. American Journal of Clinical Nutrition, 89(1), 126-133.
127 - Knutson, K., & Cauter, E. (2015). Associations between sleep loss and
increased risk of obesity and diabetes. Annals of the New York Academy of
Science, 1129, 287-304.
128 - Tanaka, A., Schwartz, G., & Silva, K. (2003). Aderência e manutenção de
prática de exercício em academias. Revista Brasileira da Ciência, 11(4), 7-12.
129 - Luiz, C., & Andrade, A. (2016). Análise qualitativa dos motivos e adesão
e desistência da musculação em academias. Revista Brasileira de Ciências do
Esporte, 38(3),267-274.
130 - Kim, S., & Cho, B. (2013). The effects of empowered motivation on ex-
ercise adherence and physical fitness in college women. Journal of Exercise
Rehabilitation, 9(2), 278-285.
131 - Peterson, M., Rhea, M., & Alvar, B., (2005). Applications of the dose-re-
108
sponse for muscular strength development: a review of meta-analytic efficacy
and reliability for designing training prescription. Journal of Strength and Con-
ditioning Research, 19(4), 950-958.
132 - Giessing. J., Eichmann, B., Steele, J., & Fisher. J., (2016). A comparison
of low volume ‘high-intensity-training’ and high-volume traditional resistance
training methods on muscular performance, body composition, and subjec-
tive assessments of training. Biology in Sport, 33(3), 241–249.
133 - Soeliman, F., & Azdbakht, L., (2014). Weight loss maintenance: a review
on dietary related strategies. Journal in Medicine Research, 19(3), 268-275.
134 - Pontzer, H., Arvizu, R., Dugas, L., Bovet, P., Forrester, T., Lambert, E.,
Cooper, R., Schoeller, D., & Luke, A., (2016). Constrained total energy expen-
diture and metabolic adaptations to physical activity in adult humans. Current
Biology, 26(3), 410-417.
135 - Finkler, E., Heymsfield, S., & St-Onge, M., (2012). Rate of weight loss can
be predicted by patient characteristics and intervention strategies. Journal of
Academy of Nutrition and Dietetics, 112(1), 75-80.
136 - Hall, K., (2007). What is the required energy deficit per unit weight loss?
International Journal of Obesity, 32(3), 573-576.
137 - Dehgan, M., et al. (2017). Associations of fats and carbohydrate intake
with cardiovascular disease and mortality in 18 countries from five continents
(PURE): a prospective cohort study. The Lancet.
138 - Witard, O., Jackman, S., Breen, L., Smith, K., Selby, A., & Tipton, K.,
(2014). Myofibrillar muscle protein synthesis rates subsequent to a meal in
response to increasing doses of whey protein at rest and after resistance ex-
ercise. American Journal of Clinical Nutrition, 99(1), 86-95.
139 - Moore, D., Robinson, M., Fry, J., Tang, J., Glover, E., Wilkinson, S., Prior,
T., Tarnopolsky, M., & Phillips, S., (2009). Ingested protein dose response of
muscle and albumin protein synthesis after resistance exercise in young men.
American Journal of Clinical Nutrition, 89(1), 161-168.
109
140 - Tipton, K., (2008). Protein for adaptations to exercise training. European
Journal of Sport Science, 8(2), 107-118.
142 - King, N., Caudwell, P., Hopkins, M., Byrne, N., Colley, R., Hills, A., Stubbs,
J., & Blundell, J., (2007). Metabolic and behavioral compensatory responses
to exercise interventions: barriers to weight loss. Obesity, 15(6), 1373-1383.
143 - King, N., Horner, K., Hills, A., Byrne, N., Wood, R., Bryant, E., Caudwell,
P., Finlayson, G., Gibbons, C., Hopkins, M., Martins, C., & Blundell, J., (2012).
Exercise, appetite and weight management: understanding the compensatory
responses in eating behavior and how they contribute to variability in exer-
cise-induced weight loss. British Journal of Sports Medicine, 46(5), 315-322.
144 - Melanson, E., Keadle, S., Donnelly, J., Braun, B., & King, N., (2014). Resis-
tance to exercise-induced weight loss: compensatory behavioral adaptations.
Medicine & Science in Sports & Exercise, 45(8), 1600-1609.
145 - Vatansever-Ozen, S., Tiryaki-Sonmez, G., Bugdayci, G., & Ozen, G., (2011).
The effects of exercise on food intake and hunger: relationship with acylated
ghrelin and leptin. Journal of Sports and Science in Medicine, 19(2), 283-291.
146 - Ha, S., (2014). Dietary salt intake and hypertension. Electrolyte & Blood
Pressure, 12(1), 7-18.
147 - Cook, N., (2008). Salt intake, blood pressure and clinical outcomes. Cur-
rent Opinion in Nephrology and Hypertension, 17(3), 310-314
148 - O’Neil, A., Quirk, S., Housden, S., Brennan, S., Williams, L., Pasco, J.,
Berk, M., & Jacka, F., (2014). Relationship between diet and mental health
in children and adolescents: a systematic review. American Journal of Public
Health, 104(10), 31-42
149 - Lien, L., Lien, N., Heyerdahl, S., Thoresen, M., & Bjertness, E., (2006).
110
Consumption of soft drinks and hyperactivity, mental distress, and conduct
problems. American Journal of Public Health, 96(10), 1815-1820.
150 - Nseir, W., Nassar F., & Assy, N., (2010). Soft drinks consumption and
nonalcoholic fatty liver disease. World Journal of Gastroenterology, 16(21),
2579-2588.
151 - Gonçalves, D., Lima, C., Ferreira, P., Costa, P., Costa, A., Figueiredo, W.,
& Cesar, T., (2017). Orange juice as dietary source of antioxidants for patients
with hepatitis C under antiviral therapy. Food & Nutrition Research, 61(1),
1296675.
152 - Franke, A., Cooney, R., Henning S., & Custer, L., (2005). Bioavailability
and antioxidant effects of orange juice components in humans. Journal of Ag-
ricultural and Food Chemistry, 53(1), 5170-5178.
153 - Erkhlasi, G., Shidfar, F., Agah, S., Merat, S., & Hosseini, A., (2016). Effects
of pomegranate and Orange juice on antioxidant status in non-alcoholic liver
disease patients: a randomized clinical trial. International Journal of Vitamin
and Nutrition Research, 14, 1-7.
154 - Kerksick, C., Harvey, T., Stout, J., Campbell, B., Wilborn, C., Kreider, R., …
& Ivy, J. L. (2008). International Society of Sports Nutrition position stand: nu-
trient timing. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 5(1), 17.
111