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O texto explora a ideia de que a verdade é uma construção humana condicionada por
interesses sociais e políticos, destacando a visão nietzschiana e a relação entre poder e
verdade conforme abordado por Foucault.
Este texto aborda a construção do sujeito na cultura ocidental, destacando a ideia de que
as verdades são construções simbólicas e discursivas, não sendo universais ou eternas.
O sujeito é visto como descentralizado, influenciado por formações discursivas que se
manifestam em diferentes momentos históricos e sociais.
Foucault critica o sujeito logocêntrico, afirmando que o pensamento não leva a uma
afirmação de ser, mas abre questões sobre o ser. Authier-Revuz destaca que o sujeito é
atravessado e determinado pelo inconsciente, sendo "dividido, na forma de uma não
coincidência consigo mesmo."
Lacan subverte a frase de Descartes, afirmando que o sujeito existe onde não pensa, e
sua existência é vinculada ao inconsciente que se manifesta pela linguagem. A
proximidade entre estudos discursivos e psicanalíticos permite compreender a
constituição do sujeito na relação com a linguagem e o discurso, marcado pela falta
fundante e pelo inconsciente.
O sujeito se subverte ao estar sujeito à lei dos significantes, sendo castrado e privado do
acesso ao gozo pleno. Lacan introduz o conceito do objeto a, que representa a falta
constitutiva do sujeito. O ser humano ilude-se ao pensar que certos objetos satisfarão
seu desejo, mas essa sensação de preenchimento desaparece, levando a uma busca
contínua por um objeto sempre perdido.
No contexto da pesquisa sobre representações de professores e alunos via material
didático, o texto sugere que as novas tecnologias podem ser apresentadas como uma
tentativa de apagar a falta constitutiva do sujeito. Objetos tecnológicos, constantemente
substituídos, podem intensificar o desejo e a busca por algo que está sempre faltando.
Além disso, o texto destaca a multiplicidade do sujeito, envolvendo não apenas a falta, o
desejo e o inconsciente, mas também o imaginário, a pulsão, o consumo e o gozo. O
sujeito, atravessado pelo inconsciente, está vinculado aos registros imaginário,
simbólico e real, formando um nó borromeano. O imaginário representa o ego, o
simbólico é o sistema de representações baseado na linguagem, e o real é o impossível,
o inapreensível que escapa à simbolização.
Tanto Foucault quanto Lacan abordam o discurso como prática social, instituindo
campos de saber e estabelecendo práticas. Ambos destacam a relação entre poder-saber
e controle no discurso. A visão desconstrutivista de Derrida também é relevante,
questionando hierarquias e priorizando o processo de produção de sentidos e seus
efeitos. O discurso é concebido como um lugar constante de produção e reprodução de
sentidos, evidenciando sua natureza instável e multifacetada.
O texto aborda a noção de identificação conforme formulada por Lacan (1998). Destaca
que, na constituição da identidade, o sujeito se identifica com traços do discurso do
Outro, da ordem simbólica, do inconsciente. A identificação é descrita como "parcial e
tateante", diferenciando-se da imitação, que é uma assimilação global de uma estrutura.
Foucault divide seu estudo sobre o poder em três fases, sendo a terceira dedicada à
constituição ética do sujeito, abordando como o sujeito se constrói em relação a si
mesmo. Na sociedade (pós-)moderna, o sujeito parece estabelecer relação com objetos e
bens materiais, incluindo as novas tecnologias, que podem funcionar como dispositivos
de controle.
Este trecho aborda a interpretação da imagem do robô humanoide e do cão robô Sony
Aibo, destacando que, além da interpretação do LD, a imagem ressoa efeitos de sentido
tanto do passado quanto do futuro. A representação da imagem robótica, para além do
LD, sugere uma rede emaranhada de história e ficção, realidade e subjetividade.
O texto destaca que a imagem robotizada, ao despertar fascínio pelas novas tecnologias,
pode funcionar como uma estratégia para motivar e interessar os alunos nas possíveis
carreiras na área da robótica. No entanto, a autora ressalta que, apesar da tentativa do
LD de inovar, aspectos antigos ressoam na representação do aluno e do professor,
perpetuando uma visão tradicional da relação entre ambos.
A análise aponta para uma inversão no uso do e-mail na atividade, onde o formato
digital é transposto para o papel do livro didático, em vez de permanecer
exclusivamente no ambiente digital. Isso é visto como uma estratégia de pedagogização,
levando práticas digitais para o contexto escolar. A autora também observa a tentativa
do LD de promover o letramento digital ao simular a página de e-mail, enfatizando a
transição do papel para o meio digital.
Além disso, o texto menciona outra atividade de produção escrita em um livro didático
destinado ao ensino médio, que aborda gêneros discursivos digitais e o uso de novas
tecnologias. A autora observa a recorrência desses temas nos LDs, destacando
atividades que demandam o uso das chamadas novas tecnologias, mas também
ressaltando a presença de uma linguagem mais formal nos contextos digitais simulados.
O texto também destaca a pesquisa sobre blogs jornalísticos, enfatizando o papel dos
blogs como canais alternativos à grande mídia, permitindo a expressão de opiniões dos
cidadãos comuns. Os blogs escolares são mencionados como ferramentas interativas no
ensino, embora a autora questione a ampliação da liberdade de expressão do aluno nesse
ambiente, considerando a visibilidade imediata na rede.
A atividade conclui com uma seção de produção escrita, onde os alunos são convidados
a refletir sobre um blog que trata de reciclagem e a considerar as opiniões das pessoas
que postaram no blog. O texto aborda o caráter dual dos blogs, proporcionando uma
eternização do texto na internet, mas também sendo facilmente substituído ou apagado.
A pesquisa revela que as representações sobre alunos como nativos digitais contrastam
com a imagem do professor como imigrante digital, sugerindo uma ilusão de
completude tecnológica no ensino. As novas tecnologias são apresentadas como fetiche
para o professor, que se beneficia do material didático para superar suas limitações. No
entanto, para o aluno, as tecnologias funcionam como simulacros, aproximando o
mundo digital representado no livro da sua realidade.
Por fim, o texto destaca a necessidade de uma postura crítica em relação à incorporação
acrítica das novas tecnologias na educação, enfatizando que essa movimentação
discursiva está sujeita a interesses políticos e econômicos. O autor propõe uma reflexão
sobre a escolha de materiais didáticos que abordem as novas tecnologias de maneira
mais contextualizada e questionadora.