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FILOSOFIA

Kant e a Ética
FICHA CATALOGRÁFICA

Carolina Cunha Seidel

Filosofia / SEIDEL, C. C. - FILADD


SUMÁRIO

KANT E A ÉTICA 6
INTRODUÇÃO 7
1. A ÉTICA EM KANT 7
PARA FIXAR 12
REFERÊNCIAS 13
KANT E A ÉTICA

PRÉ-REQUISITOS:
• Ética kantiana.

• Teoria dos juízos.

• Imperativo categórico.
KANT E A ÉTICA
INTRODUÇÃO
O estudo da ética em Kant será fundamental para compreender os princípios
da moralidade. Vamos explorar o imperativo categórico como o princípio central
de sua ética, que se baseia na razão prática e na universalidade dos princípios
morais. Compreenderemos a importância da autonomia moral e da intenção por
trás das ações. Analisaremos, também, a aplicação desses princípios em ques-
tões éticas contemporâneas.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Compreender os fundamentos da moralidade, explorando a importância da in-


tenção moral, do cumprimento de deveres e do respeito pela autonomia moral.

• Analisar a aplicação dos princípios kantianos em situações éticas complexas.

1. A ÉTICA EM KANT
A ética de Immanuel Kant, também conhecida como ética kantiana ou de-
ontológica é uma abordagem moral que se baseia nos princípios do dever e da
razão prática. Kant procurou estabelecer uma base racional e universal para a
moralidade, buscando fundamentar a moral em princípios objetivos, e não sim-
plesmente em sentimentos ou consequências.

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ÉTICA

Fonte: Plataforma Deduca (2023).


#pratodosverem: na imagem, temos uma engrenagem circular mecânica, com a palavra ethics
gravada.

ATENÇÃO
Para Kant, a moralidade não depende de desejos,
inclinações ou resultados, mas sim do cumprimento
de deveres e obrigações. Ele argumenta que a ação
moralmente correta é aquela realizada por dever, motivada
pelo respeito à lei moral.

Kant acreditava que a moralidade está fundamentada em um imperativo cate-


górico, um princípio absoluto que se aplica a todos os seres racionais, indepen-
dentemente de suas circunstâncias individuais.

Na obra Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant, os juízos desempenham um


papel crucial na estruturação do conhecimento humano e na fundamentação da
metafísica. Kant busca investigar os limites e as possibilidades do conhecimento
humano, questionando quais são as condições necessárias para que possamos
ter conhecimento válido e legítimo sobre o mundo.

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Kant distingue entre dois tipos principais de juízos na Crítica da Razão Pura:
juízos analíticos e juízos sintéticos. Essa distinção é fundamental para sua teoria
do conhecimento e tem implicações significativas na compreensão da relação
entre o sujeito cognoscente e o objeto do conhecimento.

JUÍZOS EM KANT

Fonte: elaborado pela autora (2023).


#pratodosverem: esquema que expõe os juízos de Kant, tais como analíticos, sintéticos e sintéticos
a priori.

Segundo Kant, os juízos analíticos são aqueles em que o predicado está conti-
do no conceito do sujeito. Em outras palavras, a verdade desses juízos pode ser
estabelecida apenas pela análise lógica ou conceitual, sem a necessidade de
recorrer à experiência. Esses juízos são verdadeiros por definição e não acres-
centam nenhum conhecimento substantivo sobre o mundo. Por exemplo, o juízo
“todos os solteiros são não casados” é analítico, pois a ideia de ser solteiro já
inclui a ausência de casamento. Os juízos analíticos são importantes para a com-
preensão das relações conceituais e das definições.

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Os juízos sintéticos, por outro lado, são aqueles em que o predicado acrescen-
ta algo novo ao conceito do sujeito. Esses juízos estendem nosso conhecimento
além da mera análise conceitual e envolvem a relação entre o sujeito cognoscen-
te e o objeto do conhecimento. Para determinar a verdade desses juízos, é ne-
cessário recorrer à experiência empírica ou a fontes externas de conhecimento.
Os juízos sintéticos são fundamentais para o conhecimento do mundo e para a
compreensão dos fenômenos observáveis. Por exemplo, o juízo “a grama é ver-
de” é sintético, pois não podemos deduzir a cor da grama apenas pelo conceito
de grama, mas sim por meio da observação empírica.

Kant também introduz a noção de “juízos sintéticos a priori” na Crítica da Ra-


zão Pura. Esses juízos são de extrema importância para a filosofia kantiana, pois
representam uma síntese entre a universalidade e a necessidade dos juízos ana-
líticos e a ampliação do conhecimento proporcionada pelos juízos sintéticos. Os
juízos sintéticos a priori são aqueles que estendem nosso conhecimento além da
análise conceitual, como os juízos sintéticos, mas também são conhecidos inde-
pendentemente da experiência.

Presente em campos como a matemática e a física, juízos sintéticos a priori


dizem respeito ao conhecimento válido e universalmente válido sobre o mundo,
mesmo sem depender exclusivamente da experiência empírica. Por exemplo, a
proposição “todo evento tem duração no tempo”. Neste caso, a duração é a ca-
racterística adicionada ao sujeito (o conceito de evento) que não está contida
apenas na análise do predicado (o conceito de tempo). Além disso, é a priori
porque sua validade não depende da experiência empírica, mas é conhecida in-
dependentemente da experiência.

Desta forma, temos que a duração é uma condição necessária para conce-
bermos um evento no tempo. Não podemos pensar em um evento que ocorra
instantaneamente, sem ocupar um intervalo de tempo. A ideia de um evento sem
duração é ininteligível e contraditória. Assim, “todo evento tem duração no tempo”
é um exemplo de juízo sintético a priori, pois adiciona informações novas além da
análise conceitual e é conhecido independentemente da experiência empírica.

Kant argumenta que essa possibilidade é fundamentada nas estruturas cogni-


tivas inatas da mente humana, como as formas puras da intuição e as categorias
do entendimento.

Nesta obra, Kant enfatiza a importância dos juízos na estruturação do co-


nhecimento humano. Os juízos analíticos são verdadeiros por definição e não
acrescentam conhecimento substantivo, enquanto os juízos sintéticos expan-

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dem nosso conhecimento através da experiência. Além disso, Kant introduz os
juízos sintéticos a priori, que representam uma síntese entre a universalidade e a
necessidade dos juízos analíticos e a ampliação do conhecimento proporcionada
pelos juízos sintéticos, permitindo-nos ter conhecimento objetivo e universal-
mente válido sobre o mundo.

O imperativo categórico kantiano é formulado de diferentes maneiras, mas a


formulação mais conhecida é a seguinte: “Age apenas de acordo com uma máxi-
ma tal que possas ao mesmo tempo querer que se torne lei universal”. Isso sig-
nifica que uma ação é moralmente correta se a máxima que a motiva puder ser
universalizada sem contradição. Em outras palavras, a ação deve ser realizada
com base em princípios que poderiam ser aplicados de forma consistente por
todas as pessoas em todas as situações sem gerar contradições.

Kant também enfatiza a importância da dignidade e do valor intrínseco da pes-


soa humana. Ele argumenta que os seres humanos são seres racionais e autô-
nomos, capazes de agir de acordo com a razão e de tomar decisões morais com
base em princípios universais. Kant afirma que devemos tratar todas as pessoas
como fins em si mesmas e não apenas como meios para alcançar nossos próprios
fins. Isso implica respeitar a autonomia e a dignidade de cada indivíduo e nunca os
usar apenas como objetos ou instrumentos para nossos próprios propósitos.

ATENÇÃO
A ética kantiana rejeita a ideia de que as consequências
ou resultados das ações são a base para determinar sua
moralidade. Kant argumenta que não podemos controlar
totalmente as consequências de nossas ações e que
elas podem ser influenciadas por fatores além de nossa
vontade. Portanto, ele enfatiza que o foco ético deve estar
no dever em si e não nos resultados externos.

Para Kant, a moralidade não se baseia em inclinações subjetivas ou em regras


sociais convencionais, mas sim na razão prática e na aplicação consistente de
princípios universais. A ação moralmente correta é aquela que pode ser justifica-
da racionalmente e que respeita a dignidade e a autonomia das pessoas. A ética
kantiana busca estabelecer princípios objetivos e universais para orientar nosso
comportamento moral, independentemente das circunstâncias individuais.

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PARA FIXAR
Durante nosso estudo sobre a ética em Kant, exploramos os princípios da mo-
ralidade, verificando que o imperativo categórico é o fundamento central de sua
ética. Compreendemos que a razão prática e a universalidade dos princípios mo-
rais são fundamentais para orientar nossas ações. Além disso, compreendemos
a importância da autonomia moral e da intenção por trás das ações. Ao analisar-
mos a aplicação desses princípios em questões éticas contemporâneas, com-
preendemos a relevância contínua da ética kantiana.

JÁ ESTÁ ESTUDANDO HÁ UMA HORA?


Então, chegou o momento de seguir para a resolução
de exercícios! Vamos lá! Foco na aprendizagem ativa!

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REFERÊNCIAS
DUROZOI, G.; ROUSSEL, A. Dicionário de filosofia. Campinas: Papirus, 1993.

MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgens-


tein. 13. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.

QUINTANA, F. Ética e política: da antiguidade clássica à contemporaneidade São


Paulo: Atlas, 2014.

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