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Administração Estratégica
Em Busca do Desempenho Superior
Idalberto Chiavenato
Edgard Pedreira de Cerqueira Neto
Editora Saraiva
www.saraivauni.com.br
www.chiavenato.com
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Administração Estratégica — em busca do desempenho superior — uma abordagem além do balanced scorecard
PARTE III
Empresa brasileira de sucesso, a Cetrel
Outras empresas serão estudadas nas próximas edições deste livro para manter um
exemplo completo de aplicação dos critérios de excelência no país à disposição das
empresas, dos executivos e das universidades.
Aqui e agora, entretanto, é oportuno mostrar resumidamente como o líder da
organização deve proceder para gerar um relatório de gestão para incorporar os critérios em
sua prática gerencial. Concorrer, ou não, ao prêmio da qualidade é outra conversa. Trata-se
de uma decisão a ser tomada mais tarde. Mas qualquer decisão — concorrer, ou não, ao
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prêmio — sem relatório de gestão certamente é menos provável por falta de condições de
ser tomada. Alguns lembretes são importantes para a liderança preparar e editar um
relatório de gestão:
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Cada capítulo desta Parte III foi estruturado para corresponder a uma sessão do
relatório de gestão. Está constituído de um texto transcrito do relatório e de um conjunto de
questões formuladas por nós, autores, sobre como a Cetrel atende aos critérios de
excelência do Prêmio Nacional da Qualidade. Para formular as questões, apoiamo-nos nos
critérios de 2002 — em vez dos critérios 2001 — justamente para o leitor perceber o quão
natural são as discrepâncias no relatório em função da evolução daqueles. Essas
discrepâncias são pequenas, de ano para ano, devido à constante evolução dos critérios e
das práticas gerenciais utilizadas no mundo. No Capítulo 6, estão apresentadas informações
resumidas sobre os critérios de 2002, as quais mostram como eles podem ser utilizados
como base para definição do projeto do desempenho superior pretendido. Indicam, também,
o que foi mudado de 2001 para 2002. Recomenda-se que o leitor consulte qualquer um dos
livretos que publicam os critérios de excelência do prêmio de qualquer ano, a partir de 2001,
para entender um pouco melhor o que eles são. A Fundação disponibiliza exemplares a
preços acessíveis.
A seguir, serão desenvolvidos nove capítulos de estudo e prática sobre o caso
Cetrel. Para um adequado nível de absorção dos conhecimentos apresentados nos
capítulos seguem, sugerimos que respostas às questões apresentadas sejam discutidas
pelas pessoas e equipes da organização que participam da busca do desempenho superior.
O Relatório de Gestão (RG) da Cetrel será desdobrado e estudado a seguir:
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Uma vez que o RG 2001 tenha sido estudado e as questões formuladas em cada
capítulo acima introduzido tenham sido respondidas por você e sua equipe, um capítulo
especial de lições aprendidas sobre os critérios foi preparado. Nele, reunimos possíveis
lições aprendidas sobre sua aprendizagem após ter trabalhado o relatório de gestão da
Cetrel nesta Parte III. Outras certamente existem e devem ser individualizadas por você com
sua equipe.
• Capítulo 20: Lições aprendidas. Reúne as lições aprendidas no estudo desta Parte
III, mostrando uma maneira de desenvolver a jornada pela melhoria do desempenho,
utilizando dos critérios da Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade.
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CAPÍTULO 12
O PERFIL DO NEGÓCIO DA CETREL
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• Localização
A sede da Cetrel está situada no município de Camaçari, e seus sistemas estão
distribuídos entre Camaçari e Dias D’Ávila, ocupando uma área de seiscentos hectares.
• Porte e instalações
A Cetrel é uma empresa de médio porte no tocante à sua força de trabalho e
faturamento, embora no âmbito da engenharia ambiental seja a maior do Brasil, não só no
número de sistemas que opera quanto nas capacidades instaladas desses sistemas.
• Dimensão dos sistemas
Os sistemas da Cetrel são classificados como de grande porte, em função da
dimensão do pólo de Camaçari, o maior complexo industrial integrado da América Latina.
• Receita bruta
A Cetrel obteve, em 2000, uma receita bruta de cerca de R$ 33 milhões.
• Composição acionária
A Cetrel foi privatizada em 1991 e sua atual composição acionária está demonstrada
na Figura 12.2.
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Percentual de
Acionistas
ações (% )
Iniciativa privada 66
Copene 17,05
Bacell 6,56
Antárctica 4,47
Ciquine 4,38
Trikem 3,86
Nitroclor 3,33
Nitrocarbono 3,7
Bavária 2,5
Outros 21,22
Governo do estado 34
Figura 12.2 Composição acionária da Cetrel.
• Principais mercados
O pólo de Camaçari, com suas 54 indústrias é o principal mercado da Cetrel, com
um percentual de comercialização da ordem de 85%. Em seguida, vem o mercado
constituído por empresas de outros estados, constituindo cerca de 15% do seu faturamento
total.
• Tipos de clientes
A Cetrel possui dois tipos principais de clientes:
• grupo G1 — empresas interligadas aos sistemas integrados da Cetrel, a grande
maioria sendo do pólo de Camaçari;
• grupo G2 — empresas que contratam os serviços da Cetrel por prazo
determinado, a maior parte sendo de empresas de outros estados.
• Principais tecnologias
A Cetrel utiliza tecnologia de ponta na área de proteção ambiental, conforme relação
abaixo:
− ampliação da ETE — projeto básico da DHV Consultants (Holanda) — 2001;
− aterros industriais para resíduos sólidos — tecnologia ZVSMM (Alemanha) — 2000;.
− unidade de biolavagem de resíduos — tecnologia própria da Cetrel e ainda inédita no
país — 1999;
− incineração de resíduos sólidos — tecnologia Andersen (Estados Unidos) — 1998;
− rede de monitoramento do ar — tecnologias Environnement (França) e ETG (Estados
Unidos) — 1994;
− incineração de resíduos líquidos — tecnologia Sulzer (Suíça) — 1991;
− sistema de disposição oceânica — projeto básico Engineering Science (Estados Unidos)
— 1991.
• Principais processos
A Cetrel atua em todos os campos da engenharia ambiental, cujos processos
principais são:
− tratamento de efluentes líquidos — processo biológico de lodos ativados, que permite
a eliminação da carga orgânica poluidora presente nos efluentes líquidos industriais,
gerando como subproduto os biossólidos (lodo biológico), utilizado como fertilizante e
corretor de solos;
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Necessidades G1 G2
Obediência à legislação xx xx
Garantia do tratamento xx
Atendimento aos procedimentos xx x
Cumprimento das licenças xx
Preservação dos recursos hídricos xx
Preservação do mar xx
Garantia da qualidade do ar e das
xx
águas subterrâneas no pólo
Continuidade no atendimento xx
Pontualidade xx xx
Rapidez na resposta xx xx
Garantia de preço de mercado xx
Cumprimento dos termos contratuais xx xx
Resposta às reclamações e dúvidas xx xx
Atendimento às especificações x x
Capacidade de atendimento x xx
xx muito relevante x relevante
Figura 12.3 Necessidades dos clientes por tipo de mercado.
12.2 Relacionamento com fornecedores
• Formas de relacionamento
A Cetrel mantém uma forte parceria com os seus principais fornecedores, com
destaque para:
− Coelba — única empresa fornecedora de energia elétrica para a empresa;
− Mantep — empresa especializada na área de construção civil.
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• Alianças estratégicas
Diversos convênios vêm sendo celebrados pela Cetrel com outras empresas
(nacionais e do exterior), destacando-se o acordo de cooperação técnica com a Tubos Tigre
(firmado em março de 2000), para realização de projetos conjuntos na área de saneamento
ambiental em todo o país e a parceria com a DHV Consultants, da Holanda, em abril de
2001, para realização de projetos de engenharia ambiental no Brasil.
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• Aspectos peculiares
A Cetrel é a única empresa brasileira, no seu ramo de atividades, com um sistema
que abrange todos os campos da engenharia ambiental, podendo ser comparada a poucas
organizações similares no mundo, entre as quais a BASF Aktiengesellschaft, localizada em
Ludwigshafen, Alemanha, a DSM (Dutch State Mining), com sede em Geleen, Holanda, a
GCWA (Gulf Coast Waste Disposal Authority), cujo site principal fica em Houston, Estados
Unidos, a Lambton Industrial Society, localizada em Sarnia, Canadá, a Bayer, com sede em
Leverkusen, Alemanha, a DHV Consultants, da Holanda (na área de consultoria ambiental),
a Mitsui Chemicals, em Tóquio, Japão, entre outras.
Acionistas Clientes Empregados Fornecedores Órgãos regulamentadores Comunidades
CTGA Assessorias
ARH
ASQ
Conselho de administração
Assembléia geral
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Depois de ler os itens 12.1 a 12.3, encontre neles respostas para cada uma das 12
questões apresentadas no livro para caracterizar o perfil de um negócio. Consulte o exemplo
da joalheria Downson, apresentada no Capítulo 10.
Para quais questões você não conseguiu respostas na leitura do relatório? Na sua
opinião quais razões justificam a falta detectada por você? Quais respostas você e sua
equipe dariam a essas questões que não tiveram respostas?
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