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Princípio da Proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade destaca-se como essencial aos direitos fundamentais.


Impendendo sobre o Estado, em todas as suas vertentes funcionais, políticas, administrativas,
jurisdicionais, bem como sobre as remanescentes entidades públicas. Este princípio da
proporcionalidade evidencia-se apenas incidentalmente, em sede de condicionamentos dos
direitos fundamentais. (Art.º 18.º e 19.º). Mais especificamente, dos atinentes aos DLG (Art.º
18.º nº2 2ª parte, Art.º 19.º n.º4, n.º8 , Art.º 270.º e Art.º 272.º n.º2) e por extensão aos DNA.
(Art.º 17.º). Em confronto, o princípio da proporcionalidade, para Barbosa, não contempla os
direitos económicos, sociais e culturais e logo por maioria de razão, torna-se admissível a
restrição, a suspensão, ou qualquer outro condicionamento, sem intervenção, imediata, do
princípio da proporcionalidade. (Em sentido oposto, Medeiros e Alexandrino, Canotilho e
Novais, sendo que os mesmos consideram que o princípio da Proporcionalidade se estende aos
Direitos Sociais). Independentemente mesmo não aplicando o princípio da proporcionalidade,
Barbosa, aplica o princípio da Igualdade que por sua vez vão ter efeitos mais ou menos
semelhantes ao princípio da proporcionalidade.

Para observarmos o princípio da proporcionalidade, temos de verificar a existência de 3


pressupostos essenciais. A necessidade, adequabilidade e racionalidade (ou idoneidade,
indispensabilidade e justa medida – Alexandrino). A necessidade significa que o
condicionamento depende da impossibilidade de agir de forma distinta, e que, nesse quadro,
cumpre recorrer, sempre, ao instrumento menos gravoso, menos lesivo, menos invasivo,
disponível. A adequabilidade significa que as medidas devem ser apropriadas, devem ser
ajustadas, devem ser aptas, devem ser idóneas, à realização da finalidade visada. A
racionalidade significa a existência, numa perspetiva de custo – benefício, não apenas de um
equilíbrio entre o condicionamento a operar e a vantagem a obter, mas, mais do que isso, a
verificação de uma relevante vantagem. Estes três requisitos são cumulativos. Existe ainda
quem entenda que tenha de ser observada mais dois outros pressupostos, o da
determinabilidade e o da razoabilidade. O primeiro significaria que o condicionamento teria de
encontrar-se adequadamente determinado, em ordem à aferição da presença dos anteriores
pressupostos. O segundo traduzir-se-ia na necessidade de avaliar o impacto desse
condicionamento na esfera individual dos afetados. Esta doutrina é defendida por Alexandrino
e não por Barbosa, sendo que se ambos os condicionamentos assumem carácter normativo,
não se enxerga em que contexto, poderia ser levado em consideração um impacto individual e,
menos ainda, concreto.

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