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RESUMO
1
Graduado em história pela UGB, Pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Profissional e Graduando
em Teologia pelo FAECAD.
2
ABSTRACT
This work, facing the reality of the current century, shows the concept of the term
DIAKONIA as well as your application in a given social context and features some
challenges that are part of the reality. From that point, discusses some current
challenges and compares them with other historically found at some point, at some
time and place. The way were overcome or not, its challenges. Also clarifies that the
Christian need to face any challenge and make him understand that he works as a
"moderator" in the exercise of Diakonia, as well as finding ways to ensure that the
result is as close as possible to the ideal waited for the ecclesial community (Church)
that it represents.
3
POSCÊNIOS DA REFORMA PROTESTANTE NO SÉCULO XVI.
INTRODUÇÃO
2
Soares, Padre Matos. Bíblia Sagrada Traduzida da Vulgata e Anotada: São Paulo: 9ªEd, Edições Paulinas,
1955, p. 1355.
4
1. SOBRE A ECLESIOLOGIA.
13
Nichols, 2004, p 83.
7
onde se ofuscou o brilho de Cristo pela prática do pecado antes condenado pela
Escritura Sagrada, nasceu uma instituição religiosa desviada dos preceitos bíblicos e
preocupada com seus interesses políticos e econômicos e a vontade de se
estabelecer como fonte de poder em todos os sentidos para o mundo de então. A
igreja altamente influenciada pela cultura pagã.
Ainda pode-se observar, segundo Nichols14 que “Outro motivo de aviltamento
da igreja papal foi o ensino de uma forma adulterada de Cristianismo. Essa igreja
permitiu que o Evangelho fosse substituído por uma religião de ritos sacramentais
que outorgavam uma salvação mágica; eram feitas orações ao espírito bondoso da
Virgem e dos santos; fora infundido um medo injustificado dos maus espíritos; havia
relíquias milagrosas; vestimentas aparatosas; maldições e absolvições eram
proferidas pelos sacerdotes”.
Nota-se assim que “Com objetivo de apresentar a comunidade messiânica a
si mesmo como noiva da qual se orgulha, sem mancha, ruga ou qualquer coisa
semelhante, mas santa e sem defeito... Há uma verdade profunda oculta aqui; o que
15
digo concerne ao Messias e a comunidade messiânica... (Efésios 5.27 e 32)” os
preceitos da Escritura Sagrada revelam que Messias devota pela sua Igreja grande
amor e por ela trabalha a fim de que não se contamine e perca a sua posição de
eleição dada por Deus.
Dessa forma, ao analisar tal situação percebe-se a degradação da religião
concernente a igreja papal e o total abandono do povo por seus líderes que
raramente se recordavam de suas responsabilidades, pouquíssimas vezes
inspecionavam suas paróquias e os bispos que se davam por satisfeitos com o ritual
em latim, uma língua já não dominada pelo povo e muito escassamente se pregava.
A crença do povo era de medo, pensavam que o mundo era cheio de demônios que
queriam destruir as almas, para se livrarem apelavam à intercessão dos santos, tais
práticas sufocavam a vida da Igreja de Cristo, como disse Roberto Hastings
Nichols16:
14
Nichols, 2004, p 141.
15
Stern, David H. Bíblia Judaica Completa. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 2011, p 1449.
16
Nichols, 2004, p 141.
8
Teodósio, como processo de cristianização do império, que acabou por
encher a igreja de pagãos”17
17
Croce, José Elias. 500 anos da Reforma Protestante, Rio de Janeiro: Betel, 2017, p. 17.
18
Nichols, 2004, p 142.
19
Soares, 1955, p.1408.
20
Nichols, 2004, p 142.
21
Nichols, 2004, p. 142.
9
abandono ao ensino das Sagradas Escrituras e a origem de muitas heresias na
igreja papal.
Dessa forma, se espalharam pela Itália, França, Espanha, Países Baixos e
Alemanha em todas estas partes foram perseguidos e exterminados por Inocêncio
III. Citados por Robert Nichols “perseguidos pela Inquisição, que fora organizada
principalmente por causa deles” 22, uma terrível guerra de extermínio que durou vinte
anos... ”. As ordens dos Franciscanos e Dominicanos se formaram depois dos
Catarista dando prova que dentro da igreja papal era negligenciado pela liderança a
pregação e o ensino segundo verbera o texto sagrado “Meu povo é destruído por
falta de conhecimento Oseas 4.6” 23.
1.2.3 OS VALDENSES.
Não se pode negar a importância deste movimento liderado por Pedro Valdo,
um negociante de Lião, que foi movido pelo ensino do capítulo dez do Evangelho de
Mateus, distribuindo dinheiro aos pobres desse modo juntou um grande número de
seguidores, tão logo a igreja papal tomou ciência, trataram de excomunga-lo.
Espalharam por toda Europa Ocidental se organizaram como igreja à parte, embora
perseguidos pela Inquisição eram ativos no ensino e na distribuição de manuscritos
da Escritura Sagrada em língua popular segundo Robert Nichols24 e que:
Ainda de acordo com Robert Nichols26 estes dois movimentos nada tinham
em comum com a igreja papal ou seu clero, realizavam seus cultos na língua comum
22
Nichols, 2004, p. 142/143.
23
Stern, 2011, p. 746.
24
Nichols, 2004, p. 143.
25
Nichols, 2004, p. 143.
26
Nichols, 2004, p. 143.
10
do povo, desprezavam as pomposas missas, prezavam pelo ensino e apreciavam a
leitura da Bíblia, possuíam muitas cópias de manuscritos de traduções da Bíblia ou
parte dela. Os valdenses e os irmãos correspondiam-se um com outro, e alguns
trabalho era realizados em conjunto, mantinha o trabalho missionário ativo, porém
em segredo por motivo de perseguições. Eram numerosos entre os camponeses e
também entre operários urbanos principalmente na Alemanha.
3. PRINCIPIA-SE A REFORMA.
Deus sempre tem suas estratégias, enquanto o contexto histórico fervilha sob
os protestos contra os abusos da igreja percebe-se o agir de Deus através de
exponenciais como João Wycliff que Segundo Nichols27 entre séculos XIV e XV
surgiram revoltas que a igreja papal não pode reprimir. Wycliff nascido entre os anos
de 1320 a 1330, era famoso e estava entre os mais cultos da universidade Oxford,
também era padre em Lutterworth caiu nas graças das classes pobres da Inglaterra.
Sua primeira investida contra o papado foi sobre o direito de cobrar impostos da
Inglaterra.
A ruptura entre o Estado Inglês e o papado muito contribuiu para difusão das
ideias de Wycliff, ele apelou ao povo inglês por meio de muitos escritos em
linguagem popular, atacou a igreja papal e declarou a Bíblia ser a única e verdadeira
regra de fé e prática. Criou a Ordem dos sacerdotes pobres “os irmãos Lollardos”
que foram uma força considerável na propagação da religião evangélica embora
muito perseguidos. Sendo um homem consideravelmente de posição importante, as
autoridades eclesiásticas nada fizeram contra ele além de classificá-lo com herege.
Sobre isso, diz Croce:
27
Nichols, 2004, p. 146.
11
por obedecermos ao que está contido neste livro, possamos provar a vida
eterna”28.
32
Boyer, Orlando. Heróis da fé: vinte homens extraordinários que incendiaram o Mundo. Rio de Janeiro:
CPAD, 1985, p. 21.
33
Boyer, Orlando. Heróis da fé: vinte homens extraordinários que incendiaram o Mundo. Rio de Janeiro:
CPAD, 1985, p. 15.
34
Boyer, Orlando. Heróis da fé: vinte homens extraordinários que incendiaram o Mundo. Rio de Janeiro:
CPAD, 1985, p. 15.
35
Boyer, 1985, p. 15.
36
Boyer, 1985, p. 15.
13
planos e nada se faz fora de sua vontade. “O coração do homem dispõe o seu
caminho; mas ao Senhor pertence dirigir seus passos (Provérbios 16.9)” 37. Havia um
momento escolhido por Deus para trazer a tona todos os seus desígnios, assim
como havia vaticinado João Huss em seu martírio sobre uma voz que seria
impossível calar.
A. Knight afirma que Huss ficou preso em Constância, acusado de heresia,
levado a uma masmorra úmida e suja, com pouca comida sob a intenção de minar
as forças e assim atentarem contra a sua vida, a tal intenção deu certo e reformador
ficou doente. Em julho de 1415 ficou fraco e muito doente, foi lhe negado o direito a
um advogado, creditava-se a ele duas acusações: “... crer nas doutrinas de Wycliff, e
a segunda de estar infectado com a lepra dos valdenses” 38. Condenado a morte na
fogueira proferiu as seguintes palavras; “Senhor Jesus, eu sofro humildemente esta
morte cruel por amor de ti, e rogo-te que perdoes aos meus inimigos” 39.
37
Soares, 1955, p. 705.
38
Knight, A.E. História do cristianismo. 2ª ed. – Rio de Janeiro: CPAD, 1983, p. 193.
39
Knight, 1983, p. 196.
40
Knight, 1983, p. 186.
41
Knight, 1983, p. 186.
14
forma foi popularizada e o conhecimento produziria a libertação como disse Jesus:
42
“Vocês conhecerão a verdade e a verdade os libertará. (São João 8.32) ”. Embora
não se pode negar a relação entre Renascença e Reforma o que é comum a elas é
o individualismo, mas cada uma segue sua direção própria e oposta.
Definindo assim, segundo Burns, sobre a Renascença e a Reforma:
Nichols44 relata sobre este movimento como o “propulsor das mudanças que
se instalou entre os séculos XIV a XVI trouxe transformações profundas e muito
significativas em todas as áreas, um despertar da natureza humana muito intensa ao
qual somente um termo pode descrevê-lo: Renascimento”. Não se nega que os
fatos históricos provocaram mudanças geográficas, sociais e econômicas a exemplo
de Colombo e Cabral entre 1492 e 1500 fez o mundo ganhar novas medidas e seu
tamanho e formato ficou mais exato.
Copérnico desvendou um mistério de como Sistema Solar que abriu portas a
novas ideias a respeito do universo, mas algo acelera a difusão de tantas novidades:
o mecanismo gravador gráfico de Johannes Gutenberg que deu início a revolução
da impressa em 1450, sendo potencializadora da propagação de ideias. Nichols
Robert diz que “A mente humana foi assim mais despertada e fortalecida para
futuros empreendimentos, o maior dois quais veio a ser a reforma protestante. A
45
Reforma não ocorreria enquanto os livros tivessem que ser escritos à mão” . O
Autor ainda ressalta quando afirma que “Assim, todo o maravilhoso pensamento
42
Stern, 2011, p. 1332.
43
Burns, 1997, p. 376.
44
Nichols, 2004, p 149.
45
Nichols, 2004, p. 149.
15
clássico, da literatura e da arte, foi repentinamente descoberto. Diante dele, os
homens se deslumbraram e foram despertados para outros empreendimentos” 46.
Outras situações que muito contribuíram para concretização da Reforma
Protestante foram as inquietações sociais se aguçaram ainda mais no final do século
XV, podemos destacar conforme Robert Nichols47 os enumera como “opressão dos
senhores sobre os camponeses” que cultivavam suas terras, de onde se ocasionava
muitas revoltas e choques armados. Estes camponeses recebiam ajuda dos
operários pobres das cidades e de todos explorados e espoliados de seus direitos
pelo sistema entre as insatisfações o ódio feroz contra sacerdotes exploradores e a
indiferença dos mesmos em libertar as classes oprimidas.
Diante destes e muitos outros descontentamentos sociais havia o desejo de
uma nova ordem dentro da religião que atendesse os apelos cristãos o de justiça
social. Tais situações cada vez mais constantes desdobravam em rebeliões cada
vez mais desesperadas e preparavam de certa forma o “espírito” para uma
revolução religiosa assim como foi a Reforma Protestante. A Alemanha reunia
condições para ser o estopim da reforma, não possuía um governo forte que os
liderassem contra os interesses do papado, e por este motivo foi escolhida por Leão
X como campo mais promissor para a venda das indulgências, conforme declara
Burns48: “Ao raiar o séc. XVI, a Alemanha estava madura para a revolução religiosa”.
Segundo Croce49 “todos estes acontecimentos se fortaleceram através do
estudo do Novo Testamento e a expansão do pensamento Libertador” conforme
citado no Evangelho Segundo escreveu João (capítulo 8.32) “Vocês conhecerão a
50
Verdade e Verdade os libertará” . O povo vivia oprimido tanto pela religião quanto
pelos abastados. Ainda hoje, muitos países estas questões são percebidas e o
cerceamento a liberdade espiritual e intelectual é evidente, mas os direitos são
defendidos nos evangelhos (Colossenses 2.8): “Cuidem para que ninguém os cative
por meio de filosofias e enganos vãos, seguindo as tradições humanas...”.
46
Nichols, 2004, p. 150.
47
Nichols, 2004, p. 151.
48
Burns, 1997, p. 383.
49
Croce, 2017, p. 32.
50
Stern, 2011, p. 1332.
16
“Ao raiar o séc. XVI, a Alemanha estava madura para revolução religiosa.
51
Faltava apenas aparecer um líder... Não tardou a surgir esse homem” . Lutero
nascido em Eisleben, em 1483. De uma família de camponeses, seu pai logo após
se casar abandonou os campos para trabalhar nas minas de ferro de Mansfeld onde
alcançou uma relativa prosperidade e se tornou importante naquela vila integrando o
conselho do lugar. Martinho Lutero em sua infância viveu em um ambiente familiar
de piedade simples medieval, mesclada de superstições características da Idade
Média, recebeu uma educação primorosa sendo profundamente religioso, porém
sem exageros.
Aos 18 anos entrou na universidade uma das mais famosas da Alemanha a
de Erfurt para cumprir o desejo do pai e vê-lo formado em direito, cursou quatro
anos iniciais a carreira profissional, aprimorou-se em filosofia medieval, era muito
aplicado nos estudos, fluente orador e polemista, gostava de música e era muito
sociável. “Já estava para iniciar a sua vida profissional, quando, repentinamente,
para desapontamento do pai e dos amigos, tornou-se monge, entrando para o
Convento dos Agostinhos em Erfurt” 52.
No mosteiro, iniciou uma de suas grandes batalhas espirituais, a busca por
salvação que o havia feito entrar para vida monástica e agora não encontrara a
salvação, a paz e segurança de quem trilha o caminho de Deus. Dedicava-se em
extremo a vida de penitência como jejuns, vigílias, flagelações e constantemente
confessava-se para os mais leves delitos, até que o aconselharam a controlar sua
rigidez e confessa-se menos. Sua vida no mosteiro foi exemplo e sua piedade o fez
famoso.
De acordo com Croce53 , “além das obras importantes na formação de Lutero
como a de Bernardo de Claraval, ele era ardente leitor da Bíblia e em especial dos
assuntos relacionados ao seu ensino de teologia”. A leitura da Bíblia foi condição
sine qua non na vida de Lutero conforme: (Hebreus 4.12) “Porque a palavra de Deus
54
é viva e eficaz...” ao se expor às Sagradas Escrituras torna se apto a realização
da vontade de Deus. “Pois sei quais planos tenho em minha mente para vocês, diz
51
Burns, 1997, p. 383.
52
Nichols, 2004, p 156.
53
Croce, 2017, p. 38.
54
Soares, 1955, p. 1444.
17
Adonai, planos de bem-estar e não de coisas ruins; de modo que possam ter
55
esperança e futuro” .
56
Segundo Nichols antes de se tornar o conhecido como reformador, Lutero
teve uma vida muito dinâmica a partir de sua entrada na vida monástica em 1505;
1507 foi ordenado; 1508 foi para Wittenberg e 1509 para Erfurt; em 1511 viajou a
Roma a negócios de sua Ordem onde rezou em muitas igrejas, viu muitas relíquias
de santos e ouviu muitas histórias sobre seus poderes milagrosos. Empenhou-se
para livrar seu pai do purgatório, subiu de joelhos a Scala Sancta, escada que
diziam ter trazida da casa de Pilatos e ao subi-la rezavam em cada degrau o Pai
Nosso.
Nichols ainda diz sobre Lutero que ele “Ao Chegar ao topo, surgiu a
pergunta: Quem sabe se tudo isto é verdade? ”57. Se escandalizou com muitas coisa
que viu em Roma, mas manteve sua fé fervorosa na igreja, voltou a mosteiro em
1512 tornou-se doutor em teologia em Wittenberg, sobre este episódio confessou
mais tarde que naquele momento era ignorante a respeito do Evangelho. Afirma
Nichols58 no final de 1512 e 1513 enquanto lia a Epistola aos Romanos encontrou
estas palavras “O justo viverá por fé” e isto incendiou lhe a mente.
Havia chegado ao fim uma busca incessante pela verdade que: “a salvação
lhe pertencia simplesmente pela confiança, pela fé em Deus por meio de Jesus
Cristo, e não por qualquer obra que ele próprio realizasse” 59. Debruçou sobre outras
obras como de Agostinho, Anselmo, e especialmente nos Salmos e as epístolas de
Paulo, a partir daí passou afirmar cada vez mais fortemente e com mais clareza que:
60
“Deus salva os pecadores mediante a fé no seu amor revelado em Cristo” . Não
podemos fazer nada para nossa salvação, somente podemos agir a partir dela.
Esta grande verdade inspirou Lutero, segundo Nichols essa é a verdade se
resume em: “A confiança em Deus todo misericordioso, que se revelou em Jesus
Cristo, outorga aquela comunhão com Deus, aquele companheirismo, comparado
com o qual, tudo o mais significa” 61. Esta experiência trouxe paz interior, e o cabedal
adquirido lhe impulsionou para reformar a igreja cristã que estava romanizada e
55
Stern, 2011, p 639.
56
Nichols, 2004, p 157.
57
Nichols, 2004, p 157.
58
Nichols, 2004, p 157.
59
Nichols, 2004, p 157.
60
Nichols, 2004, p 157.
61
Nichols, 2004, p 157.
18
paganizada. Embora seguisse por mais alguns anos trabalhando em Wittenberg sem
romper com igreja papal.
Passou a pregar explicando e aplicando as verdades bíblicas à vida de seu
tempo, esse tipo de preleção atraiu muitos estudantes e outras pessoas, pregava
muito e com notável fervor e simplicidade sempre alertando que não era uma nova
verdade. Sua compreensão a respeito desta verdade o obriga posicionar em relação
a autoridade da igreja papal. “Poderia um homem carregar fogo dentro de sua veste
62
sem queimar suas roupas (Provérbios 6.27)” , sua pregação baseada nesta
verdade o coloca na contra mão da instituição papal.
Nas proximidades de Wittenberg apareceu um enviado do Arcebispo da
Mogúncia seu nome Tetzel, vendia as indulgências emitidas pelo papa e estas
ofereciam diminuição das penas no purgatório e o perdão dos pecados, muitas
pessoas eram atraídas pela oferta e forte propaganda de Tetzel sobre a utilidade
das mesmas. Lutero teve conhecimento da venda de indulgências nas proximidades
e se convenceu que estas estavam desviando o povo do verdadeiro ensino a
respeito de Deus e do pecado e enfraquecendo a vida moral do povo.
Lutero não queria afrontar a igreja papal em sua decisão de fixar 95 teses
na porta da Igreja de Wittenberg, pois este era o costume das universidades
medievais, com tal atitude convidavam-se os interessados a debaterem sobre o
assunto em pauta. “Em 31 de outubro de 1517, véspera do dia de todos os santos,
quando enorme multidão comparecia à igreja do Castelo, na cidade Wittenberg,
Lutero colocou às portas dessa igreja 95 teses que tratavam do caso das
63
indulgências” . Embora Lutero no momento não percebesse mais esta atitude foi
um golpe no coração da igreja papal.
Deus estava forjado um homem na fornalha da perseguição e de ameaças de
morte, um homem forte para realização de seu intento trazer a forma à sua Igreja
afirma Nichols: “Um pobre monge, sustentado unicamente por sua fé em Deus,
enfrentou sorridente o tremendo poder que era julgado pelos homens como sendo
autorizado e amparado por Deus, para abrir as portas eternas. Iniciou naquele dia
uma nova era na história humana” 64.
62
Stern, 2011, p. 964.
63
Nichols, 2004, p. 159.
64
Nichols, 2004, p. 160.
19
6. DEUS ATRAVÉS DO TEMPO.
“Deus controla o tempo, Deus está fora do tempo, Deus vê todo o tempo, o
tempo todo” 65.
“As intervenções diretas de Deus na História não são a mesma coisa que
em teologia Sistemática se conhece como vontade expressa. Ora, a
vontade expressa de Deus é aquela que é por Ele manifestada com clareza
de intenções, mas que ainda assim pode não se concretizar, em razão do
direito que Ele próprio outorga aos homens de arbitrarem sobre seu futuro:
A ideia de intervenção de Deus na História parte do princípio que a vontade
do Senhor não é somente manifestada, mas plenamente feita real por Ele,
não importa o que aconteça. São intervenções diretas de Deus na História
os eventos que, pelo curso previsível das relações humanas ou de
condições naturais, jamais alcançariam o desfecho obtido” 66.
65
Andrade, Gunar Berg. Teologia da História. 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 53.
66
Andrade, 2011, p. 55.
67
Soares, 1955, p. 1368.
68
Andrade, 2011, p. 53.
20
5.1 A HISTÓRIA.SOB O PRISMA TEOLÓGICO
“Para que seja um sinal entre vós; e quando no futuro vossos filhos vos
interrogarem dizendo: Que significam estas pedras? Vós lhes respondereis:
As águas do Jordão desapareceram diante da arca da aliança do Senhor,
enquanto ela atravessava; por isso puseram estas pedras como monumento
eterno dos filhos de Israel” 72.
E também esclarecida por Valdeci Santos: “... apenas teocêntrica, mas teo-
referente. Isto não significa que o fator humano seja “ignorado em algum sentido,
mas ele não é o ponto de partida” 73.
69
Andrade, Gunar Berg. Teologia da História. 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p 54.
70
Andrade, 2011, p. 12.
71
Andrade, 2011, p. 12 e 13.
72
Soares, Padre Matos. Bíblia Sagrada Traduzida da Vulgata e Anotada: São Paulo: 9ªEd, Edições Paulinas,
1955 p. 242.
73
Santos, Valdeci da Silva. Fides Reformata volume I, n I: São Paulo: Edições Mackenzie, 1996, p. 164.
21
5.2 O PROPÓSITO DE DEUS É O CERNE DA REFORMA PROTESTANTE.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
74
Croce, José Elias. 500 anos da Reforma Protestante, Rio de Janeiro: Betel, 2017, p. 49.
75
Croce, José Elias. 500 anos da Reforma Protestante, Rio de Janeiro: Betel, 2017, p. 50.
76
Nichols, Robert Hastings. História da Igreja. 12ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p 183.
77
Nichols, Robert Hastings. História da Igreja. 12ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p 184.
22
seu tempo!” 78
. Embora sejam eles (os homens) que a escrevam, pesquisem,
formulem as hipóteses, delimitam seus objetos de pesquisa sabendo serem os
elementos mais importantes para História o tempo e os homens a serem estudados
revelam a dependência dos homens de Deus.
Por motivos divinos onde não é possível entender como se processa na
História o livre arbítrio do homem e vontade soberana de Deus, simplesmente
sabemos que Deus domina a História, pois é Senhor do tempo, dos homens e nada
lhe foge do controle. Os acontecimentos escatológicos tem uma razão de existir,
determinam um tempo quando tudo finda. A desconstrução da História é um recurso
útil na tentativa produzir novas interpretações, mas partindo dos relatos bíblicos que
não se baseiam em mitos, mas em verdade e as narrativas bíblicas que não se
incluem entre os contos épicos de um povo.
Dessa forma, vê-se um relacionamento entre Deus e o Homem, este foi
abortado pelo pecado, contudo, restaurado por Jesus Cristo e permanece através de
sua Igreja. Deus restaurou a liberdade para que sua Igreja que é etnicamente
neutra, regenerada, universal, espiritualmente e igual, este corpo, foi eleito por Deus
desde a eternidade; seu ministério distinto, a Reforma Protestante baseou-se em
princípios fundamentais: Sola Scriptura, Sola Gratia; Sola Fide, Solus Christus e Soli
Deo Gloria. O que chamamos de Reforma, na realidade foi um reavivamento
espiritual na história da Igreja, como um todo.
REFERÊNCIAS:
78
Bloch, Marc Léopold Benjamim. Apologia da História ou Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
editor, 2001, p 55.
23
BURNS, Edward McNall, LERNER, Robert E. e MEACHAM, Standish. HISTÓRIA
DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL DO HOMEM DAS CAVERNAS ÀS NAVES
ESPACIAIS. - 38 ed., São Paulo: Editora Globo, 1980.
DAVIS, John D. Traduzido J.R. Carvalho Braga. DICIONÁRIO DA BÍBLIA, – 22ª ed.,
São Paulo: Hagnos, 2002.
24