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Caderno de Jurisprudência: Ciclo I - Semana 01
Caderno de Jurisprudência: Ciclo I - Semana 01
CICLO I - SEMANA 01
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
DELEGADO FEDERAL
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
CICLO I – SEMANA 01/42
COMO UTILIZAR O MATERIAL
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da leitura
recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida sobre o teor do
julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o informativo na íntegra, já
que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma a facilitar os estudos e revisão.
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data anterior ao
ano de 2018.
Sumário
Sumário...............................................................................................................................................................2
SEMANA 01 .........................................................................................................................................................4
DIREITO PENAL ...................................................................................................................................................4
1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .....................................................................................................................4
4. INDULTO .......................................................................................................................................................21
5. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL ..................................................................................................................23
6. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS .................................................................................................................23
7. PRESCRIÇÃO ..................................................................................................................................................25
8. OUTROS TEMAS DA PARTE GERAL ...............................................................................................................26
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8.8 Causa de aumento de pena .......................................................................................................................................... 28
8.9 Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica................................................................................................................. 28
8.10 Nexo de causalidade ................................................................................................................................................... 29
8.11 Extinção da punibilidade............................................................................................................................................. 29
8.12 Anistia .......................................................................................................................................................................... 30
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SEMANA 01
DIREITO PENAL
1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
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SIM. É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários e de descaminho quando
o débito tributário verificado NÃO ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto
no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do
Ministério da Fazenda.
STF. 2ª Turma. HC-AgR 160.239-SP, Rel. Min. Gilmar Mendes; Julg. 22/05/2020. STF. 2ª Turma. HC-AgR 174.329-SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski;
Julg. 05/11/2019; DJE 18/11/2019. STJ. 3ª Seção. HC 535.063-SP. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; Julg. 10/06/2020; DJE 25/08/2020.
STF. 1ª Turma. HC-AgR 144.193-SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020.
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STF. 2ª Turma. HC 138134/BA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 7/2/2017 (Info 853). STF. 2ª Turma. HC 142738 AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 04/04/2018.
STF. 2ª Turma. HC 157014 AgR/SE, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min Ricardo Lewandowski, julgado em 17/9/2019. (Info 952)
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
Em regra, a habitualidade delitiva específica (ou seja, o fato de o réu já responder a outra ação penal pelo
mesmo delito) é um parâmetro (critério) que afasta o princípio da insignificância mesmo em se tratando
de bem de reduzido valor.
EXCEPCIONALMENTE, no entanto, as peculiaridades do caso concreto podem justificar o afastamento
dessa regra e a aplicação do princípio, com base na ideia da PROPORCIONALIDADE.
É o caso, por exemplo, do furto de um galo, quatro galinhas caipiras, uma galinha garnizé e três quilos de
feijão, bens avaliados em pouco mais de cem reais. O valor dos bens é inexpressivo e não houve emprego de
violência. Enfim, é caso de mínima ofensividade, ausência de periculosidade social, reduzido grau de
reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica. Mesmo que conste em desfavor do réu outra ação penal
instaurada por igual conduta, ainda em trâmite, a hipótese é de típico crime famélico.
A excepcionalidade também se justifica por se tratar de hipossuficiente. Não é razoável que o Direito Penal
e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz movimente-se no sentido de atribuir relevância a estas
situações.
STF. 2ª Turma. HC 141440 AgR/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/08/2018. (Info 911)
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• mínima ofensividade da conduta do agente;
• nenhuma periculosidade social da ação;
• reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e
• inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Nota: Na hipótese dos autos, embora com o embargado tenha sido apreendida apenas uma munição de
uso restrito, desacompanhada de arma de fogo, ele foi também condenado pela prática dos crimes
descritos nos arts. 33, caput, e 35, da Lei nº 11.343/06 (tráfico de drogas e associação para o tráfico), o que
afasta o reconhecimento da atipicidade da conduta, por não estarem demonstradas a mínima ofensividade
da ação e a ausência de periculosidade social exigidas para tal finalidade.
No mesmo sentido: Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao crime de
posse ou porte ilegal de munição, quando acompanhado de outros delitos, tais como o tráfico de drogas.
STF. 1ª Turma. HC 206977 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2021.
2. DOSIMETRIA DA PENA
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
A reincidência específica como único fundamento só justifica o agravamento da pena em fração mais
gravosa que 1/6 em casos excepcionais e mediante detalhada fundamentação baseada em dados
concretos do caso.
STJ. REsp 2.003.716-RS, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 25.10.23. (Info 793)
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confissão espontânea, em estrito atendimento aos princípios da individualização da pena e da
proporcionalidade.
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência;
Nota:
⚠ CUIDADO! Há DIVERGÊNCIA: A posição do STF é a de que a agravante da REINCIDÊNCIA prevalece.
A teor do disposto no art. 67 do Código Penal, a circunstância agravante da reincidência, como
preponderante, prevalece sobre a confissão. STF. 2ª Turma. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
18/03/2014.
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes
Art. 67, CP. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do
agente e da reincidência.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.972.098-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 20/06/2022. (Info 742)
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. HC 620640, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/02/2021.
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↳ Circunstâncias atenuantes
Art. 65, CP. São circunstâncias que sempre ATENUAM a pena:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
Nota: o direito subjetivo à atenuação da pena surge quando o réu CONFESSA (momento constitutivo), e não
quando o juiz cita sua confissão na fundamentação da sentença condenatória (momento meramente
declaratório). Ademais, viola o princípio da legalidade condicionar a atenuação da pena à citação expressa
da confissão na sentença como razão decisória, mormente porque o direito subjetivo e preexistente do réu
não pode ficar disponível ao arbítrio do julgador.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.972.098-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 20/06/2022. (Info 740)
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É manifestamente ILEGAL a negativação dos antecedentes e a aplicação da agravante da reincidência,
quando fundamentadas em condenações, ainda que transitadas em julgado, por fatos posteriores àquele
sob julgamento.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1903802/ES, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/09/2021.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
É possível o aumento de pena-base fundado nos abalos psicológicos causados à vítima sobrevivente.
Nota: no caso concreto, a pena-base foi exasperada em razão do abalo psicológico causado à ofendida que
precisou vender sua residência por valor muito inferior ao de mercado, pois não conseguia conviver com as
lembranças que o local lhe trazia e precisou adquirir com urgência outro imóvel para morar. A presença de
sequelas psicológicas decorrentes do crime tem sido considerado fundamento idôneo para justificar o
afastamento da pena-base do piso legal, pois demonstra que a conduta do agente extrapolou os limites
ordinários do tipo penal violado, merecendo, portanto, maior repreensão. Para tanto, a exasperação da
pena-base deve estar fundamentada em dados concretos extraídos da conduta imputada ao acusado, os
quais devem desbordar dos elementos próprios do tipo penal.
STJ. 5ª Turma. HC 624.350/SC, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/12/2020.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
Não se aplica a agravante prevista no art. 61, II, “h”, do Código Penal na hipótese em que o crime de furto
qualificado pelo arrombamento à residência ocorreu quando os proprietários não se encontravam no
imóvel, não havendo que se falar, portanto, em ameaça à vítima ou em benefício do agente para a prática
delitiva em razão de sua condição de fragilidade.
Nota:
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: [...]
II - ter o agente cometido o crime: [...]
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida.”
Por se tratar de agravante de natureza objetiva, a incidência do art. 61, II, “h”, do CP não depende da prévia
ciência pelo réu da idade da vítima, sendo, de igual modo, desnecessário perquirir se tal circunstância, de
fato, facilitou ou concorreu para a prática delitiva, pois a maior vulnerabilidade do idoso é presumida.
STJ. 5ª Turma. HC 593.219-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2020. (Info 679)
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incremento da reprimenda na terceira fase do cálculo dosimétrico, sendo, porém, plenamente possível a sua
valoração como circunstância judicial desabonadora, nos moldes do reconhecido pelas instâncias
ordinárias.
STJ. HC 556.629-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 03/03/2020, DJe 23/03/2020. (Info 668)
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Condenações anteriores transitadas em julgado NÃO podem ser utilizadas como personalidade ou conduta
social desfavorável.
Nota: não se admite a utilização de condenações criminais para desvalorar a personalidade ou a conduta
social do agente. A conduta e personalidade do agente não se confundem com antecedentes criminais. A
atuação do réu no contexto familiar, na comunidade, no trabalho etc. é conduta social; o seu temperamento
e características do seu caráter é sua personalidade social.
STJ. 3ª Seção. EAREsp 1.311.636-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/04/2019. (Info 947)
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1.760.972-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018 (Info 639) / STJ, 5ª Turma. HC
475.436/PE, julgado em 13.12.2018; STF, 2ª Turma, RHC 130132, julgado em 10/05/2016. (Info 825)
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O MINISTÉRIO PÚBLICO possui legitimidade para propor a cobrança de multa decorrente de sentença penal
condenatória transitada em julgado, com a possibilidade subsidiária de cobrança pela Fazenda Pública.
Nota: a Súmula 521-STF fica superada e deverá ser cancelada.
Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em
sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
Nota: O presente caderno é de jurisprudência e o julgado postado é do Plenário do STF na ADI 3.150 -DF
que, apesar de ser de 2018, foi publicado somente em junho de 2020 no sentido de legitimação prioritária
do MP, podendo a multa ser cobrada pela Fazenda se o MP não houver atuado em prazo razoável (90
dias).
Tal posição foi REAFIRMADA pelo STF em decisão publicada em outubro de 2020: […]
1. Execução penal em que foi extinta a pena privativa de liberdade pelo indulto. Não obstante, subsistente o
dever jurídico de pagamento da pena de multa.
2. O juízo da execução penal é competente para a execução da multa se houver atuação do Ministério
Público, que é o legitimado prioritário (12ª QO na AP nº 470, de minha relatoria; ADI nº 3150, em que fui
designado redator para o acórdão).
3. Por outro lado, havendo atuação da Fazenda Pública, legitimado subsidiário, a execução da multa deve
ocorrer perante o juízo da execução fiscal.
4. Na hipótese, a PGFN noticia que a multa criminal é objeto de execução fiscal. Assim, não há motivo para o
prosseguimento desta execução penal porque já ajuizada a respectiva execução fiscal no juízo cível.
5. Arquivamento da execução penal. […] (Execução Penal nº 12/DF, STF, Rel. Min. Roberto Barroso, decisão
de 16.10.2020, publicado no DJ em 19.10.2020).
Obs. há um julgado da 5ª Turma do STJ publicado em novembro no sentido que cabe ao juízo das execuções
penais, sem ressalvas, a competência da execução da pena de multa.
Assentou o STJ:
[…] II - O Plenário do Excelso Pretório, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, via dotada
de eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos demais órgão do Poder Judiciário
nacional, reconheceu ser atribuição prioritária do Ministério Público, Federal ou Estadual, promover a
execução da pena de multa, o que fará conforme o procedimento descrito nos artigos 164 e seguintes da Lei
n. 7.210/1984, perante o Juízo das Execuções Penais.
III - No caso vertente, colhe-se da decisão de primeiro grau, transcrita no acórdão guerreado (fls. 51-57), que
à época em que requerida a declaração do indulto da sanção pecuniária perante o juízo das execuções penais,
ainda não havia sido encaminhada informações quanto ao débito à Procuradoria da Fazenda Nacional para
inscrição em dívida ativa.
IV - Ainda que assim não fosse, proveito algum decorreria da declaração de incompetência do juízo das
execuções penais, eis que, conforme a atual redação do artigo 51 do Código Penal, recentemente alterada
pela Lei n. 13.964/2019, cabe ao juízo das execuções penais, SEM RESSALVAS, a competência para
execução da pena de multa. É de conhecimento geral que as alterações nas regras processuais relativas à
competência material têm aplicação imediata, independentemente das que vigiam à época do cometimento
do crime. […] (Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.869.371-PR, STJ, 5ª Turma, julgado em
17.11.2020, publicado no DJ em 24.11.2020)
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Em conclusão, depois da entrada em vigor da Lei nº 13.964/2019, a execução da pena de multa deverá ser,
necessariamente, perante o Juízo da Execução Penal, com atribuição exclusiva do Ministério Público, sendo
descabido falar, desde então, em atribuição subsidiária da Fazenda Pública perante a Vara de Execuções
Fiscais, nos termos em que decidido pelo STF (segundo a redação da disposição anterior) na ADI nº 3.150-
DF.
⚠ ATENÇÃO TAMBÉM! Não cabe a determinação do pagamento da pena de multa, de ofício, ao juízo da
execução (STJ. AgRg no AREsp 2.222.146-GO, Rel. Ministro Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 9/5/2023,
DJe 15/5/2023 - Info 779).
STF. Plenário. ADI 3150/DF, Min. Roberto Barroso, julgado em 12 e 13/12/2018. (Info 927)
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Nota: A jurisprudência do STJ entende que "a fração a ser aplicada a título de continuidade delitiva deve ser
proporcional ao número de infrações cometidas, sendo aplicada a fração máxima de 2/3 no caso de 7 ou
mais infrações." (AgRg no AREsp n. 2.067.269/SP, Ministro Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, DJe
de 5/8/2022).
2 crimes aumenta 1/6
4. INDULTO
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Para fins de alcançar o requisito objetivo tutelado pelo Decreto Presidencial n. 11.302/2022 (pena máxima
em abstrato não superior a 5 anos), deve-se considerar a pena do delito que se pleiteia o indulto e não o
somatório das penas da execução.
STJ. HC 853.365-SP, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 3/10/2023. (Info 789)
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5. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL
7. PRESCRIÇÃO
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Na aplicação do art. 97 do CP não deve ser considerada a natureza da pena privativa de liberdade aplicável,
mas sim a periculosidade do agente, cabendo ao julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor
se adapte ao inimputável.
Nota: mesmo que o inimputável tenha praticado um fato previsto como crime punível com reclusão, ainda
assim será possível submetê-lo a tratamento ambulatorial, desde que fique demonstrado que essa é a
medida de segurança que melhor se ajusta ao caso concreto (princípio da individualização da pena). Desta
forma, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao magistrado a escolha do
tratamento mais adequado ao inimputável (adequação, proporcionalidade e razoabilidade).
STJ. 3ª Seção. EREsp 998.128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/11/2019. (Info 662)
8.3 Imputabilidade
8.5 Reincidência
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Para fins de comprovação da reincidência, é necessária documentação hábil que traduza o cometimento
de novo crime depois de transitar em julgado a sentença condenatória por crime anterior, mas não se
exige, contudo, forma específica para a comprovação.
STF. 1ª Turma. HC 162548 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 16/6/2020. (Info 982)
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 448.972/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 16/08/2018.
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O princípio da intranscendência da pena, previsto no art. 5º, XLV da Constituição Federal, tem aplicação às
pessoas jurídicas, de modo que, extinta legalmente a pessoa jurídica - sem nenhum indício de fraude -,
aplica-se analogicamente o art. 107, I, do Código Penal, com a consequente extinção de sua punibilidade.
Nota: a pena é disciplinada por um plexo normativo próprio, com matizes garantistas que delimitam sua
extensão e também não têm correspondência no campo das obrigações. Para os fins deste voto, o mais
relevante deles é o princípio da pessoalidade ou intranscendência, insculpido no art. 5º, XLV, da CR/1988.
STJ. REsp 1.977.172-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por maioria, julgado em 24/08/2022. (Info 746)
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8.12 Anistia
9.1 Homicídio
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool,
além de fazê-lo na contramão.
Nota: Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente e o dolo
eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco de, eventualmente,
causar lesões ou mesmo a morte de outrem.
Veja AINDA:
• A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode servir de premissa bastante para a
afirmação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado morte. A embriaguez do agente condutor
do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades, não pode servir como presunção de que houve
dolo eventual. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).
• Na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência de dolo eventual ou culpa
consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, ocasiona acidente de trânsito
com resultado morte. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).
STF. 1ª Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2018. (Info 904)
9.2 Outros
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Veja AINDA: A deformidade permanente apta a caracterizar a qualificadora no inciso IV do § 2º do art. 129
do Código Penal, segundo parte da doutrina, precisa representar lesão estética de certa monta, capaz de
produzir desgosto, desconforto a quem vê ou humilhação ao portador, não sendo qualquer dano estético ou
físico. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1895015/TO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
17/08/2021.
STJ. 6ª Turma. HC 689.921-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 08/03/2022 (Info 728).
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STF. 1ª Turma. AP 1021/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/8/2020 (Info 987).
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⚠ DIVERGÊNCIA:
A causa de aumento do repouso noturno se coaduna com o furto qualificado quando compatível com a
situação fática.
STF. 1ª Turma. HC 180966 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 04/05/2020.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
Em regra, é necessária perícia para comprovar a escalada no caso de furto qualificado (art. 155, § 4º, II, do
CP). Excepcionalmente, a prova pericial será prescindível (dispensável) se houver nos autos elementos
aptos a comprovar a escalada de forma inconteste.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1895487-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 26/04/2022 (Info 735).
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c) Teoria objetivo-formal ou lógico-formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo
do tipo penal (denomina-se “formal” porque parâmetro é a lei, ou seja, a prática do verbo nuclear descrito
no tipo). Era defendida por Frederico Marques.
d) Teoria objetivo-material: Atos executórias são aqueles que iniciam a realização do núcleo do tipo penal e
também os imediatamente anteriores, de acordo com a visão de um terceiro observador.
e) Teoria objetivo-individual: A tentativa começa com a atividade do autor que, segundo o seu plano
concretamente delitivo, se aproxima da realização. A origem dessa teoria remonta a Hans Welzel.
⇾ Em que momento se consuma o crime de roubo?
Existem quatro teorias sobre o tema:
1ª) Contrectacio: segundo esta teoria, a consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa
alheia. Se tocou, já consumou.
2ª) Apprehensio (amotio): a consumação ocorre no momento em que a coisa subtraída passa para o poder
do agente, ainda que por breve espaço de tempo, mesmo que o sujeito seja logo perseguido pela polícia ou
pela vítima. Quando se diz que a coisa passou para o poder do agente, isso significa que houve a inversão da
posse. Por isso, ela é também conhecida como teoria da inversão da posse. Vale ressaltar que, para esta
corrente, o crime se consuma mesmo que o agente não fique com a posse mansa e pacífica. A coisa é retirada
da esfera de disponibilidade da vítima (inversão da posse), mas não é necessário que saia da esfera de
vigilância da vítima (não se exige que o agente tenha posse desvigiada do bem).
3ª) Ablatio: a consumação ocorre quando a coisa, além de apreendida, é transportada de um lugar para
outro.
4ª) Ilatio: a consumação só ocorre quando a coisa é levada ao local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo.
• Súmula nº 582, STJ. Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente
e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
STJ. 5ª Turma. AREsp 974.254-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 21/09/2021. (Info 711)
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O que se entende por reincidente específico para os fins do § 3º do art. 44? É o indivíduo que cometeu um
novo crime doloso idêntico.
• se o condenado tiver praticado um novo crime doloso idêntico: não terá direito à substituição.
Ex: João foi condenado por furto simples. Depois, foi novamente condenado por furto simples. Não terá
direito à substituição porque a reincidência se operou em virtude da prática do mesmo crime.
• se o condenado tiver praticado um novo crime doloso da mesma espécie (mas que não seja idêntico): pode
ter direito à substituição.
Ex: Pedro foi condenado por furto simples (art. 155, caput). Depois, foi novamente condenado, mas agora
por furto qualificado (art. 155, § 4º).
Em tese, o juiz poderia conceder a substituição porque o furto simples e o furto qualificado são crimes da
“mesma espécie”, mas não são o “mesmo crime”.
STJ. 3ª Seção. AREsp 1.716.664-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2021. (Info 706)
Vamos desenhar uma linha do tempo acerca dessas decisões dos tribunais superiores sobre o
tema:
A discussão teve início no STJ (HC 573.093), em 2020 e, desde então tem sido objeto de uma série de
divergências. Veja a evolução jurisprudencial:
(1) Em 14/04/2020, a 5ª Turma do STJ decidiu que a retroatividade da representação deve se restringir
à fase policial, pois do contrário estar-se-ia transformando uma condição de procedibilidade em
prosseguibilidade (HC 573.093).
(2) Em 04/08/2020, a decisão da 6ª Turma do STJ foi no sentido de que, por ser lei mais benéfica, deve
retroagir (HC 583.837).
(3) Em 21/09/2020, a 5ª Turma do STJ reiterou o entendimento de que a retroatividade da
representação no crime de estelionato deve se restringir à fase policial (ato jurídico perfeito).
(4) Em 14/10/2020, a 1ª Turma do STF reconheceu não ser cabível a aplicação retroativa do parágrafo
5º do artigo 171 do CP, uma vez que no momento do oferecimento da denúncia a ação era
incondicionada e não se exigia representação (HC 187.341/SP).
(5) Em 13/04/2021, a 3ª Seção consolidou o entendimento das turmas criminais do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) ao definir que a exigência de representação da vítima como pré-requisito para a ação
penal por estelionato – introduzida pelo Pacote Anticrime– não pode ser aplicada retroativamente para
beneficiar o réu nos processos que já estavam em curso (Info 691).
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(6) Em 22/06/2021, a 2ª Turma do STF decidiu que a alteração promovida pela Lei nº 13.964/2019, que
introduziu o § 5º ao art. 171 do Código Penal, ao condicionar o exercício da pretensão punitiva do Estado
à representação da pessoa ofendida, deve ser aplicada de forma retroativa a abranger tanto as ações
penais não iniciadas quanto as ações penais em curso até o trânsito em julgado (Info 1023). Esse
entendimento foi reiterado pela 2ª Turma em 02/09/2022 (HC-AgR 207.835/SP).
(7) Em 13/04/2023, o debate foi levado ao Plenário do STF que decidiu a interpretação de normas
constitucionais não podem limitar o alcance da retroatividade em benefício do réu e, sendo a exigência
de representação para o crime de estelionato norma processual de caráter híbrido favorável ao acusado,
há de ser aplicada retroativamente aos processos em curso, sendo conferido a vítima o prazo de 30
dias para oferecer a representação, sob pena de decadência do direito (HC-AgR 208.817/RJ)
Logo, no cenário atual acerca da matéria, o tema está pacificado em cada Tribunal Superior, mas
permanece a divergência entre eles. Temos o entendimento pacificado do STJ no sentido de que deve ser
observada a retroatividade, respeitando-se a limitação do ato jurídico perfeito e acabado materializado com
o oferecimento da denúncia. Já no STF, em decisão do Plenário, deve ser observada a extensão da
retroatividade para todas as ações penais em curso que ainda não tenham transitado em julgado.
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Por se tratar de agravante de natureza objetiva, a incidência do art. 61, II, “h”, do CP não depende da prévia
ciência pelo réu da idade da vítima, sendo, de igual modo, desnecessário perquirir se tal circunstância, de
fato, facilitou ou concorreu para a prática delitiva, pois a maior vulnerabilidade do idoso é presumida.
STJ. 5ª Turma. HC 593.219-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2020. (Info 679)
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NOTA: o furto de energia elétrica não pode receber o mesmo tratamento dado ao inadimplemento tributário.
O pagamento do débito antes do recebimento da denúncia não configura causa extintiva de punibilidade,
mas causa de redução de pena relativa ao arrependimento posterior (art. 16, CP).
RHC 101.299-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. Acd. Min. Joel Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 13/03/2019, Dje 04/04/2019. (Info 645)
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Nota: inexistindo menção expressa (seja no capítulo I-A, seja no art. 216-B) de que se trata de ação privada
ou pública condicionada, aplica-se a regra geral do Código Penal: no silêncio da lei, deve-se considerar a ação
penal como pública incondicionada. No mesmo sentido, referencia-se o entendimento do Tribunal de origem
no sentido de que "A interpretação deve ser, em tais hipóteses, necessariamente restritiva, pelo que é
forçoso reconhecer não estar referido "Capítulo I-A" abrangido na previsão expressa de mencionado art. 225
do CP. Não se pode, contudo, perder de vista que a regra geral da legislação criminal é a ação penal pública
ser incondicionada, sendo pública condicionada, ou privada, apenas se houver previsão expressa nesse
sentido pelo legislador”.
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 25/4/2023. (Info 772)
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Nota: Isso porque a “grave ameaça” deve ser analisada com base no sentimento unilateral que é provocado
no espírito da vítima subjugada. A existência de grave ameaça não depende do risco objetivo e concreto a
que a vítima foi efetivamente submetida.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.916.611-RJ, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), julgado em 21/09/2021. (Info 711)
⚠ ATENÇÃO: A discussão acima exposta existia antes da Lei nº 13.718/2018, sendo certo que atualmente
não importa diante da atual redação do art. 225 do CP que passou a prever que TODOS os crimes contra a
dignidade sexual são de ação pública INCONDICIONADA.
REsp 1.814.770-SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe 01/07/2020. (Info 675 STJ)
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 148.695/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonsenca, julgado em 17/08/2021.
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A pena prevista pelo legislador para o § 1º-B foi de 10 a 15 anos de reclusão. Ocorre que essa pena é muito
alta e, por conta disso, começou a surgir entre os advogados que militam na área a constante alegação de
que essa reprimenda seria inconstitucional por violar o princípio da proporcionalidade.
⇾ A tese foi acolhida pelo STJ? SIM.
O STJ decidiu que o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, inciso V, do CP é inconstitucional por ofensa aos
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1740663/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 11/06/2019.
⇾ O que o STF entende a respeito? O Plenário do STF decidiu que “É inconstitucional a aplicação do preceito
secundário do art. 273 do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos,
e multa), à hipótese prevista no seu § 1ºB, I, que versa sobre a importação de medicamento sem registro
no órgão de vigilância sanitária.” STF. Plenário. RE 979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 (Repercussão Geral
– Tema 1003). (Info 1011)
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STJ. 3ª Seção. RvCr 5233-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/05/2020. (Info 672)
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⇾ No entanto, o Superior Tribunal de Justiça possui julgados sobre situação semelhante envolvendo
abordagem por agentes de trânsito ou policiais militares no exercício de atividade fiscalizatória das normas
de trânsito. Para esses casos, o STJ tem o posicionamento de que a negativa à ordem de parada configura,
exclusivamente, infração administrativa prevista no art. 195 do CTB.
EM ATIVIDADE DE FISCALIZAÇÃO DE EM ATIVIDADE OSTENSIVA, DE PREVENÇÃO
TRÂNSITO, SE FOR AGENTE DE TRÂNSITO OU OU REPRESSÃO A CRIMES E BUSCA POR
POLICIAL MILITAR CRIMINOSOS
⚠ o descumprimento da ordem de parada é um ⚠ a negativa à ordem de parada emitida por
atípico penal, configurando, exclusivamente, policiais constitui crime de desobediência do art.
infração administrativa prevista no art. 195 do 330 do CP, não havendo que se falar em
CTB. Fundamentos: na previsão de sanção incidência da regra do art. 195 do CTB, que se
administrativa do art. 195, CTB não há ressalva aplica para situação fática diversa, qual seja,
que possibilite a cominação concomitante com fiscalização de trânsito.
sanção de natureza penal. Além disso, o Direito
Penal segue o princípio da subsidiariedade.
STJ HC 369.082/SC, 5ª Turma. STJ HC 369.082/SC, 5ª Turma.
Compete à JUSTIÇA FEDERAL o julgamento dos crimes de CONTRABANDO e de DESCAMINHO, ainda que
inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta.
STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018. (Info 635)
17.3 Contrabando
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necessidade de se dar efetividade à repressão a o contrabando de vulto, excetuada a hipótese de
reiteração da conduta, circunstância apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da ação.
STJ. REsp 1.977.652-SP, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Rel. para acórdão Ministro Sebastião Reis Junior, Terceira Seção, por maioria, julgado em
13/9/2023, DJe 19/9/2023 Tema 1143. (Info 787)
17.5 Corrupção
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Cumpre ressaltar, ainda, que para a configuração do delito de corrupção ativa, a norma penal sequer exige
que o ato de ofício tenha sido efetivamente praticado, até porque, em se constatando que o funcionário
retardou ou omitiu ato de ofício, ou o praticou infringindo dever funcional, incidirá a causa de aumento de
pena prevista no parágrafo único do artigo 333 do Código Penal.
STJ. 5ª Turma. AREsp 2.007.599-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
03/05/2022. (Info 735).
17.6 Peculato
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
Configura o crime de PECULATO-DESVIO o fomento econômico de candidatura à reeleição por Governador
de Estado com o patrimônio de empresas estatais.
STJ. REsp 1.776.680-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/02/2020, DJe 21/02/2020. (Info 666)
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• Médico de hospital particular credenciado/conveniado ao SUS (após a Lei 9.983/2000) STJ. 5ª Turma. AgRg no
REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.
• Estagiário de órgão ou entidade públicos STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
25/06/2012.
STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/09/2018. (Info 915)
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