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Pedagogia do Oprimido

Justificativa da pedagogia do oprimido

Paulo Freire quer nos mostrar com essa obra que a


educação é um ato de reconhecimento político
Educar é ensinar o aluno a se posicionar
politicamente no mundo
Existem duas grandes classes opressores e
oprimidos.
O opressor é desumano, isso é fato concreto na
história, porém não é destino dado, é resultado de
uma ordem injusta que gera violência dos
opressores sobre o oprimido.
O oprimido é o que tem sua vocação negada na
injustiça, na exploração, na opressão, na violência
dos opressores.
Luta pela humanização, pelo trabalho livre,pela
desalienação, pela afirmação dos homens como
pessoa, como “seres para si”
Busca pela recuperação de sua humanidade roubada.
A contradição oprimido – opressor. Sua libertação

 A preocupação de Paulo Freire neste trabalho é


apresentar aspectos no qual o oprimido faça de
sua opressão objeto de reflexão para que se resulte
na luta pela sua libertação.

Porém o grande problema é quando o oprimido


reconhece que “hospeda” o opressor dentro de si e
passa ter uma nova visão do mundo se tornando
opressor.
 A pedagogia do oprimido, como pedagogia
humanista e libertadora, terá dois momentos
distintos.
 O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando
o mundo da opressão e vão comprometendo-se,
na práxis, com a sua transformação; o segundo,
em que, transformada a realidade opressora, esta
pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser
a pedagogia dos homens em processo de
permanente libertação.
Seria uma contradição se os opressores, não
defendessem, mas praticasse uma educação
libertadora.

O importante, por isto mesmo, é que a luta dos


oprimidos se faça para superar a contradição em
que se acham.Que esta superação seja
surgimento do homem novo _ não mais opressor,
não mais oprimido, mas homem libertando-se.
A situação concreta de opressão e os opressores

Freire vem nos alertar de que para os opressores é


mais importante o ter do que o ser, a custa,
inclusive do ter menos ou do nada ter dos
oprimidos. Nesta ânsia irrefreada de posse
desenvolve em si a convicção de que lhes é possível
transformar tudo ao seu poder de compra. Daí a
sua concepção estritamente materialista da sua
existência. O dinheiro é a medida de todas as
coisas. E o lucro, seu objetivo principal.
Situação concreta de opressão e os oprimidos

A visão do oprimido é que para ele o fato de ter


menos ou nada ter, é um fatalismo e esta referido
ao poder do destino ou da sina ou do fado.

Dentro desta visão inautêntica de si ou do mundo


os oprimidos se sentem como se fossem uma quase
“coisa” possuída pelo opressor. É depender daí que
os oprimidos sejam dependentes emocionais.
NINGUÉM LIBERTA NINGUÉM,
NINGUÉM SE LIBERTA
SOZINHO:
OS HOMENS SE LIBERTAM EM
COMUNHÃO
Na sua busca pela humanização, pela superação da
contradição opressor-oprimido, é preciso que eles
se convençam de que esta luta exige deles, a partir
do momento em que a aceita, a sua
responsabilidade total. É que esta luta não se
justifica em que passem a ter liberdade para comer,
mas “liberdade para criar e construir, para admirar
e aventurar-se”.
A concepção bancária
da educação

Ensino programático e mecanizado


 Educador é o sujeito do processo e os educandos
meros objetos.
Nessa prática não pode haver conhecimento, pois os
educandos não são chamados a conhecer, mas a
memorizar o conteúdo narrado pelo educador com a
repetição insistente, o educador vai enchendo os
educandos de falso saber.
 O educador é o que diz a palavra; os educandos os que
escutam docilmente.O educador escolhe o conteúdo
programático; os educandos, jamais olvides nesta
escolha, se acomodam a ele.
A não participação do educando na produção do
conhecimento, é um dos elementos responsáveis pela
desmotivação, pela falta de interesse em estudar o que é
"passado" em sala de aula
 Altos índices de déficit quantitativo e qualitativo na
educação e a evasão escolar é posto de uma forma a dar a
entender que
e as crianças estão fora da escola por vontade delas, mas
na verdade elas são expulsas da escola.
 O importante para os opressores é transformar a
mentalidade dos oprimidos e não a situação que os
oprime, sendo assim melhor os dominem, tornando
os homens passivos, no qual os opressores se
sentiram mais em paz sem questionamentos
“Seria uma atitude muito ingênua esperar que as
classes dominantes desenvolvessem uma forma de
educação que permitisse as classes dominadas
perceberem ás injustiças sociais de forma crítica.”
Concepção problematizadora e libertadora

Interação professor e aluno, no qual o educador interage


com os educandos valorizando seus conhecimentos, suas
críticas orientando para um pensar sobre o mundo como
todo, pois assim ele não estará a serviço da
desumanização e sim da libertação
Paulo Freire destaca que os educadores devem assumir
uma postura revolucionária passando a conscientizar as
pessoas da ideologia opressora, tendo como
compromisso a libertação desta classe. O ser opressor
precisa de uma teoria para manter a ação dominadora, os
oprimidos igualmente precisam também de uma teoria
para alcançar a liberdade.
Concepção bancaria e a problematização
educador/educando
Dicotomia inexistente homens-mundo homens
simplesmente no mundo e não como o mundo
espectadores e não recriadores.
 Dificultar o pensamento autentico
Controle de leitura entre educador e educando
Proibição do pensar verdadeiro
 Inibir o poder de criar e pensar
A educação como prática da dominação mantendo a
ingenuidade dos educandos.
Diante de tudo isso, precisamos de uma libertação
autentica, que é a humanização em processo, não é uma
coisa que se deposita nos homens e sim a ação e reflexão
sobre o mundo para transforma-los.
A educação problemetizadora coloca a exigência da
superação da contradição educador-educando, no qual o
educando interage com o educador expondo suas
experiências, indo além dos conhecimentos oferecidos
pelos educadores.
Para Paulo Freire, o educador já não é o que apenas
educa, mas sim o que enquanto educa, é educado.
O educador problematizador refaz constantemente seus
atos, induzindo seus educandos a pensarem de forma
crítica em diálogo com o educador.
Desvelamento da realidade
Compreensão do mundo, não mais como uma realidade
estática, mas como transformação em processo.
A dialogicidade- essência da educação como
prática da liberdade
A existência humana não pode ser muda, silenciosa, nem
tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas e
palavras verdadeiras, com que os homens transformam o
mundo. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é
modificá-lo
Pierre Furter, “ a meta não será mais eliminar os riscos
de temporalidade, agarrando- se ao espaço garantido,
mas temporalizar o espaço. O universo não se revela a
mim no espaço, impondo-me uma presença maciça a que
só posso me adaptar, mas com um campo,um domínio,
que vai tomando forma na medida da minha ação.
O diálogo começa na busca de conteúdo
prográmatico
Para o educador-educando, dialógico,
problematizador, o conteúdo programático da
educação não é uma doação ou uma imposição- um
conjunto de informes a ser depositado nos
educandos, mas a revolução organizada,
sistematizada e acrescentada ao povo, daqueles
elementos que este lhe entregou de forma
desestruturada.
A educação não se faz de “A” para “B” ou de “A”
sobre “B”, mas de “A” com “B”, mediatizados pelo
mundo
As elites dominadoras, na sua atuação política, são
eficientes no uso da concepção “ bancária” ( em que
a conquista é um dos instrumentos) porque na
medida em que esta desenvolve uma ação
apassivadora, coincide com o estado de “imersão” da
consciência oprimida.
 Aproveitando esta “imersão” da consciência
oprimida, estas elites vão transformando-a naquela
“vasilha” de que falamos, e pondo nela slogans que a
fazem mas temerosa ainda da liberdade.
Ação - Reflexão

É através do processo de reflexão-ação-reflexão que


surge a práxis docente, pois o professor deixa de
ser um mero objeto de investigação e se torna o
próprio sujeito da investigação, não se limitando
apenas a generalizações dos conteúdos abordados
pelos alunos, mas tornando-se o agente de
mudanças, capaz de com seu senso critico adaptar o
método conforme a situação da comunidade escolar.
Desta maneira, as dimensões significativas que, por
sua vez, estão constituídas de partes em interação, ao
serem analisadas, devem ser percebidas pelos
indivíduos como dimensões da realidade. Deste
modo, a análise crítica de uma dimensão
significativo-existencial possibilita aos indivíduos
uma nova postura, também crítica, em face das
“situações-limites”.
A superação não se faz no ato de consumir ideias,
mas no ato de produzi-las e de transforma-la na
ação e na comunicação
A teoria da ação antidialógica

“Sem teoria revolucionária não pode haver


movimento revolucionário”
Reflexão-ação simultaneamente.
Dialogicidade entre liderança revolucionária e as
massas oprimidas, num processo com a conciência
cada vez mais critica de seu papel de sujeito da
transformação.
A liderança não pode pensar sem as massas, nem
para elas, mas com elas.
É ingenuidade esperas das elites, uma educação
libertária.
Mas a revolução, com caráter pedagógico, não pode
ser esquecida, ou ela é libertadora ou não é
revolução.
O diálogo com as massas te caráter de pronúncia da
condição de humanização.
Antidialógica

Conquista
 Conquistá-lo de mil formas, das mais duras às mais sutis.
 Mitos
 A realidade opressora se empenha permanentemente na
conquista dos oprimidos
Dividir para manter a opressão
 Dividir é condição indispensável para a continuidade do poder
 Criação de sindicatos, que favorecem certos representantes,
dando-lhes um falso poder
 Os heróis são os que buscavam a união para a libertação, como
Tiradentes.
Antidialógica

Manipulação
 É um instrumento da conquista
 Buscam conformar as massas, anestesiar para que não pensem
 Líder populista
 Assistencialismo
 Contradição da manipulação assistencialista

Invasão cultural
 Imposição no contexto cultutal
 Freiam a criatividade e inibem a expansão
 Invasão camuflada
 Invasão familiar
Dialalógica

Os oprimidos só começam a desenvolver-se quando,


superando a contradição em que se acham, se fazem
“seres para si”
As massas populares precisam descobrir-se na
liderança emersa nessas massas
Teoria da ação dialógica

Co-laboração
 Os sujeitos se encontram para a transformação em co-
laboração
 A liderança comprometida com as massas tem um
compromisso com a liberdade
 Não é conquistá-las e sim conseguir a sua adesão
 Busca da libertação dos homens em co-laboração com ele.
União
 União de todos entre si
 Desmistificar, conhecer o porque e o como, à praxis verdadeira
de transformação da realidade injusta.
Teoria da ação dialógica

Organização
 O esforço da libertação é uma tarefa comum a todos
 O testemunho ousado e amoroso serve à organização
 A organização tem como objetivo a prática da liberdade
 Aprendizado de liberdade e autoridade buscando transformar
a realidade
Síntese cultural
 Investigação temática
 Ação cultural como síntese cultural
 Problematizar o significado da própria reivindicação
“ Se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos,
esperamos que permaneça: nossa confiança no povo.
Nossa fé nos homens e na criação de um mundo em
que seja menos difícil amar.
Paulo Freire

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