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Ao primeiro brilho da alvorada chegou do horizonte uma nuvem negra, que era conduzida
[pelo] senhor da tempestade (...). Surgiram então os deuses do abismo; Nergal destruiu as
barragens que represavam as águas do inferno; Ninurta, o deus da guerra, pôs abaixo os
diques (...). Por seis dias e seis noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e
torrentes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio explodiam em fúria como dois
exércitos em guerra. Na alvorada do sétimo dia o temporal (...) amainou (...) o dilúvio
serenou (...) toda a humanidade havia virado argila (...). Na montanha de Nisir o barco
ficou preso (...). Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei que se fosse. Ela
voou para longe, mas, não encontrando um lugar para pousar, retornou. Então soltei um
corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela comeu, (...) grasnou e não mais voltou
para o barco. Eu então abri todas as portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos.
Preparei um sacrifício e derramei vinho sobre o topo da montanha em oferenda aos
deuses (...).
Com base no texto, registrado aproximadamente no século VII a.C. e que se refere a um
antigo mito da Mesopotâmia, bem como em seus conhecimentos, é possível dizer que a
sociedade descrita era
Depois que Roma expulsou os reis, ficou ao abrigo dos perigos que germinavam em seu
seio, e que a ameaçariam se um príncipe fraco ou viciado subisse ao trono. A autoridade
suprema passou, de fato, para as mãos dos cônsules, que não a recebiam por herança,
pela intriga ou pela violência, mas pelo livre sufrágio dos cidadãos. Eram os homens de
maior virtude: sua virtude – e algumas vezes também sua boa sorte – esteve sempre a
serviço de Roma. Para chegar aos limites extremos da glória, a cidade não precisou de
mais tempo do que aquele em que viveu sob a monarquia.
(Machiavelli, Niccolò – Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio/ Tradução de
Sérgio Bath – Brasília : Editora Universidade de Brasília, 2000, 4ª ed. - p.81)
a) Maquiavel, por se tratar de um dos defensores do poder absolutista, faz, neste texto,
veemente crítica ao golpe republicano que derrubou a Monarquia Romana.
b) Nicolau Maquiavel sempre foi adepto da Monarquia como forma mais bem-sucedida
de governo.
c) Maquiavel expressa, neste texto, um apreço pelo sistema republicano, tendo Roma
como seu grande exemplo.
d) Maquiavel deixa claro nesta, como em outras de suas obras, seu desprezo pela
participação popular nas decisões políticas.
b) estratégica, uma vez que sua construção em lugares altos, também encontrada em
outras cidades, como Esparta, facilitava a defesa dos edifícios de grande importância
política, simbólica e religiosa, ali construídos.
e) monumental, uma vez que abrigava o centro político, cultural e religioso de Atenas, a
maior cidade da Grécia antiga, e que recebia peregrinações, festividades como as
Olimpíadas e concorridos espetáculos dramatúrgicos em seus grandes teatros de
arena.
e) às vitórias advindas após as Guerras Púnicas, que foram responsáveis pelo início de
um período de prosperidade econômica e, consequentemente, paz social e
estabilidade política.
A imagem acima da escultura de Doríforo de Policleto é uma das mais conhecidas obras
da Antiguidade Clássica, por traduzir o equilíbrio exato da proporção harmônica nas
medidas do corpo humano. A arte grega livre de imposições ou normas estilísticas,
valorizava o homem, devido
a) à cultura de Atenas, responsável pela produção artística grega, que considerava o
homem a medida comum de todas as coisas, apesar desse princípio não ser adotado
por todas as cidades-estados, como por exemplo, Esparta que valorizava as
atividades militares.
Leia o excerto sobre a preparação dos rapazes na Grécia Antiga para exercer seu papel de
cidadão e pai de família.
Dois tipos de iniciação persistiam nas épocas clássica e helenística em Atenas. A primeira,
de origem mais arcaica, era a apresentação do adolescente à fratria1 paterna, inicialmente
em um sacrifício oferecido pelo pai aos deuses Zeus e Atena. A segunda, provavelmente
estabelecida na época clássica, era o serviço militar, chamado efebia. Ambas tinham igual
importância para os gregos do período, e era indispensável que o jovem passasse pelas
duas.
1
fratria: grupo de pessoas que acreditavam ter o mesmo ancestral.
Questão-10 - (FGV/2020)
Aqueles que compõem a cidade, tão diferentes entre si por suas origens, condições e
funções, de certa forma parecem “semelhantes” uns aos outros. Essa similitude funda a
unidade da pólis, porque para os gregos somente os semelhantes podem permanecer
mutuamente unidos pela Philia, associados a uma mesma comunidade. Todos aqueles
que participam do Estado definem-se como Homoioi, semelhantes, depois de maneira
mais abstrata, como Isoi, iguais. Essa imagem das relações humanas encontrará no século
VI a.C. a sua expressão rigorosa no conceito de isonomia: igual participação de todos os
cidadãos no exercício do poder.
c) abria-se à participação nas decisões públicas dos aliados incondicionais da cidade nos
períodos de guerra.
e) distribuía o conjunto das tarefas públicas de acordo com as aptidões políticas de cada
um dos cidadãos.
Coluna I
1. Sumérios
2. Babilônios
3. Assírios
4. Caldeus
Coluna II
a) 2, 3, 4, 1.
b) 1, 2, 3, 4.
c) 3, 4, 1, 2.
d) 4, 1, 2, 3.
Questão-13 - (UECE/2020)
“No mundo grego do século V a.C. ao século IV a.C., as cidades Atenas e Esparta
exerceram poder e liderança sobre as demais cidades-Estados. Uniram-se para vencer os
_________1, porém, uma vez vitoriosas, tornaram-se forças rivais. Esparta formou aliança
com várias cidades: essa aliança levou o nome de _________2; e Atenas impôs seu
domínio liderando a união da _________3, através da qual se fortaleceu militar e
culturalmente, atraindo muitos pensadores e artistas de vários pontos da Grécia. As duas
enfrentaram-se mutuamente, enfraqueceram-se e permitiram o surgimento de outras
lideranças, como a da cidade de _________4, por um curto período”.
a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na
concepção filosófica de physis.
A figura mostra uma tapeçaria funerária produzida no Egito, durante o chamado Período
Helenístico, retratando um homem vestido como grego, posicionado entre dois deuses
egípcios, Osíris e Anúbis.
Museum, Berlim.
Assinale a alternativa que explica, corretamente, a fusão das culturas grega e egípcia
representada na tapeçaria.
b) Educado por Aristóteles, o faraó Menés, responsável pela unificação dos reinos do
Baixo e do Alto Egito, tornou-se grande admirador da arte e da filosofia gregas, e foi o
responsável pela difusão da cultura helenística em seu império.
d) Os egípcios tomaram contato com a cultura helenística por meio do comércio com os
povos visigodo, ostrogodo, viking e alano que, partindo do norte da Europa,
navegavam até o Nilo levando produtos de diferentes procedências.
Que, por isso, não sendo proporcional o número dos que davam ao número dos que
recebiam, os encargos se tornaram tão grandes que os agricultores abandonaram as
terras e elas viraram florestas”
d) Das trocas culturais com outros povos, o que levou a críticas internas ao poder
central, já que permitiu a penetração de ideais republicanos trazidos pelos “povos
bárbaros”.
b) A luta entre as divindades Osiris e Set é uma forma poética de narrar o conflito entre
os faraós Tutankamon e Akhaenaton, que empreenderam uma guerra que deixou o
Egito arrasado e permitiu a dominação dos hebreus.
(…) o “arco do triunfo” é um fragmento de muro que, embora isolado da muralha, tem a
forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exemplos documentados são estruturas
do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Império, como os arcos de
Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza
pela elegância de suas proporções.
b) nas celebrações religiosas das divindades romanas vinculadas aos ritos de fertilidade
e aos seus ancestrais etruscos.
c) nas celebrações das vitórias militares romanas que permitiram a expansão territorial,
a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema escravista.
d) na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos plebeus e
do alargamento da cidadania romana.
No processo histórico da Roma Antiga, a República, como regime político foi substituída
pelo Império. Sobre a ordem imperial, é correto afirmar que a
c) base do império foi sustentada pelo poder dos camponeses romanos, nos campos, e
pela plebe nos centros urbanos, principais interessados na existência de uma ordem
que lhes assegurasse o domínio da terra e a permanência da prática do pão e circo.
e) crise econômica pelo qual Roma passava nos últimos anos da República, decorrente
das inúmeras derrotas militares enfrentadas pelos romanos e os gastos despendidos
para consolidar a conquista do Mediterrâneo, levaram o povo a apoiar o novo
regime.
A noção corrente ainda em França por volta de 1300 era a de que o rei devia viver “do
seu”, quer dizer, como todo o senhor, dos rendimentos normais do seu domínio. Este
sistema revelava-se cada vez menos apto para cobrir as despesas crescentes da Coroa. Era
preciso conduzir uma diplomacia cara, mas necessária. Havia acima de tudo a guerra.
Assim se adquiriu o hábito do imposto. Em meados do século XV, o imposto tornara-se
praticamente permanente: era o rei que fixava o seu montante.
(Philippe Wolff. Outono da Idade Média ou primavera dos novos tempos?, 1988.
Adaptado.)
Giacomo Borlone de Buschis, O triunfo da morte a reunião dos três vivos e dos três mortos. Parte superior de
afresco na cidade de Clusone (Itália), século XV.
Na Europa medieval cristã, prevalecia a ideia de que a morte era a transição para uma vida espiritual plena.
Os ritos fúnebres buscavam assegurar uma passagem organizada para esse outro plano e evita-se mostrar o
processo de decomposição dos corpos. A chegada da peste negra rompeu com essa concepção. De acordo com a
historiadora Juliana Schmitt, a doença deixava marcas no corpo, as pessoas morriam de repente, algumas em
locais públicos. A ideia apaziguadora da morte, na concepção cristã, foi substituída pela ideia de morte caótica,
causada pela peste. As imagens cotidianas relacionadas ao surto da doença passaram a ser reapresentadas no
campo das imagens e na literatura, no que hoje se conhece como “estética macabra”. O que caracteriza as obras
macabras é a ênfase dada aos processos de decomposição do corpo. A estética é anterior ao período medieval,
mas foi impulsionada pela peste negra.
(Adaptado de Christina Queiroz, Pandemia como alegoria. Revista
Pesquisa Fapesp. Edição 294. ago. 2020.)
a) A peste negra, enfrentada pela Europa do século XIV, afetou as representações da morte nas artes visuais,
propondo reflexões sobre o potencial das ciências modernas para a resolução da peste à época.
b) A estética do macabro, criada na Idade Média, é acionada pelas artes visuais como elemento valorizador
da vida, gerando a negação dos contextos sanitários marcados pela peste e pela morte.
c) A estética do macabro declinou no período medieval, ficando restrita a um ambiente religioso, católico e
temente ao juízo final, como apresenta a obra através das figuras dos reis e das autoridades religiosas.
d) A peste negra tornou-se uma referência presente na estética do macabro, que faz alusão a caveiras e
cadáveres entre os vivos, compondo um ambiente festivo e aterrador.
[...] a Europa começa a se constituir com a Idade Média. A civilização da Antiguidade romana só
compreendia uma parte da Europa: os territórios do sul, situados na sua maioria em torno do Mediterrâneo.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
Surpreende que os ritos vassálicos ponham em jogo três categorias de elementos: a palavra, os gestos, os
objetos.
O senhor e o vassalo pronunciam palavras, fazem gestos, dão ou recebem objetos que, além da impressão
que comunicam aos sentidos, fazem-nos conhecer algo mais.
(Jacques Le Goff. Para um novo conceito de Idade Média, 1980. Adaptado.)
A mesma preocupação de imitar os primeiros Pais da Igreja, de vencer o orgulho, de se libertar das
vaidades, a vontade de se desviar das ilusões da aparência a fim de melhor ouvir a palavra de Deus, impunha o
banimento das imagens dos mosteiros. Os Cistercienses as julgavam úteis para o ensinamento dos pobres.
Quanto aos Cistercienses, ao procurar uma fusão total com o Espírito, eles as recusavam, retomando a
condenação de toda figuração pela Igreja primitiva.
(Georges Duby. Art et société au Moyen Age, 1997. Adaptado.)
A ordem beneditina dos Cistercienses, fundada no final século XI, renovou profundamente o monasticismo,
a) pregando o amor universal pela humanidade e aproximando-se das outras religiões monoteístas.
b) restaurando a igreja das comunidades de penitentes e opondo-se ao poder temporal do papado.
c) traduzindo a bíblia para as línguas nacionais e insistindo no princípio da salvação pela fé em Cristo.
d) criticando a ordem social do feudalismo e pregando o princípio da paz cristã na relação entre povos.
e) condenando a idolatria e, ao mesmo tempo, reconhecendo a sua função para a instrução cristã dos
iletrados.
a) pela mobilidade social apesar dos estamentos, visto que conquistas militares e atuação nas Cruzadas
conferiam, frequentemente, título de nobreza a plebeus.
b) pela forte presença da religiosidade e dos contratos de obediência e fidelidade nas relações de poder,
como se verifica na cerimônia de vassalagem.
c) pelo trabalho servil dos camponeses, que substituíra a mão de obra escrava quando a escravidão foi
erradicada após o declínio do Império Romano.
d) pelo controle do ensino e da produção de conhecimento pela Igreja Católica, responsável pela expansão e
universalização da alfabetização em latim e pela administração das universidades.
e) pela descentralização do poder, uma vez que figuras como o papa e os monarcas passaram a ter cargos
puramente simbólicos, diante do poder local exercido pelos senhores feudais.
b) o poder do Papa, restrito aos assuntos religiosos, foi universalmente aceito pelas
autoridades religiosas.
Na cristandade medieval, era fácil apelar para a crença no além, Deus e os personagens sobrenaturais
estavam muito presentes na vida cotidiana. A religião cristã estimulava a imaginação dos homens e das
mulheres, e criou um “imaginário” próprio do cristianismo.
a) Indique uma motivação que levou o Império Romano a adotar o cristianismo como
religião oficial em seus domínios.
O Império Romano, após a profunda crise do século III, tentou a sobrevivência através
do estabelecimento de novas estruturas, que não impediram (e algumas até mesmo
aceleraram) sua decadência, mas que permaneceriam vigentes por séculos. Foi o caso,
por exemplo, do caráter sagrado da monarquia, da aceitação de germanos no exército
imperial, da petrificação da hierarquia social, do crescente fiscalismo sobre o campo, do
desenvolvimento de uma nova espiritualidade.
O texto apresenta alguns elementos que se aprofundaram nos dois séculos seguintes e
caracterizaram a transição entre
a) a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, marcada, entre outros elementos, pela
penetração de povos estrangeiros nos domínios do Império Romano e pela
militarização do cotidiano.
Observe o gráfico.
d) na primeira metade do século XIV, quando o número de infectados pela peste negra
atingiu seu ápice, provocando a morte de pouco menos de um terço da população
europeia.
Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de
Deus, de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, (...) sobreveio a mortífera
pestilência. (...) apareciam no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha
ou na axila, algumas inchações (...) chamava‐as o populacho de bubões (...).
c) Foi provocada pela fome e pela desnutrição dos camponeses e favoreceu o processo
de centralização política.
b) aponta a Idade Média como uma época exclusivamente nobiliárquica, sem outros
componentes culturais relevantes.
d) Mostra como a visão romântica foi sendo substituída por uma percepção mais
abrangente da sociedade medieval.
II. A força de trabalho era exercida pelos servos da gleba, camponeses que tinham
condição de semi-escravidão e eram propriedades do senhor feudal, sem direito a
terra para plantar e sem os deveres dos cidadãos livres, como o pagamento de
tributos e a posse de cavalo, armadura e espada.
III. Os camponeses dos feudos e os artesãos que habitavam as vilas, estes também
chamados de vilões, viviam em condições miseráveis e submetidos a seus senhores,
que eram encarregados de lhes assegurar proteção, alimentação, vestimenta e
moradia.
IV. A formação letrada era privilégio dos nobres e bastante influenciada pela Igreja, uma
vez que boa parte da disponibilização e circulação de livros, quase sempre em latim,
se dava a partir do trabalho de tutores oriundos do clero e monges copistas.
a) I, II e III.
b) II e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.
“Na Antiguidade e na Idade Média, apesar do nível técnico inferior, o tempo de produção
diária, semanal ou anual era bem menor que no capitalismo. Como a religião tinha
primazia sobre a economia, o tempo das festas e dos rituais religiosos era mais importante
do que o tempo da produção, que foram em boa parte abolidos na esteira da
modernização.”
II. As sociedades existentes antes da Revolução Industrial eram quase todas de caráter
aristocrático e hierarquizadas. A economia era primordialmente agrícola, em que o
comércio ocupava um papel complementar. O objetivo máximo era suprir as
necessidades da sociedade como um todo. Com o advento da economia de mercado
capitalista, o objetivo era a obtenção do lucro, mesmo que fosse necessário
transformar a força de trabalho em mercadoria.
III. A sociedade capitalista é uma organização social regida pelas necessidades das leis de
mercado, não apenas para satisfazer às necessidades humanas. Nelas os
trabalhadores modernos são livres, pois não estão sujeitos à autoridade de um
senhor, como antigamente, porém, na economia de mercado atual, os empregados
só têm participação como vendedores de sua força de trabalho.
Assinale
O surgimento das primeiras universidades, nos séculos XII e XIII, marca um momento
capital da história do Ocidente medieval. Em relação à época anterior, esse momento
comportou elementos de continuidade e de ruptura. Os primeiros devem ser buscados na
localização urbana das universidades, no conteúdo dos ensinamentos, no papel social dos
homens de saber. Já os elementos de ruptura foram inicialmente de ordem institucional.
No âmbito das instituições educativas, este sistema era novo e original. As comunidades
autônomas dos mestres e dos estudantes eram protegidas pelas mais altas autoridades
leigas e religiosas daquele tempo, permitindo tanto progressos no domínio dos métodos
intelectuais e em sua difusão como uma inserção mais eficiente das pessoas de saber na
sociedade da época.
(Adaptado de J. Verger, Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII.
Bauru: EDUSC, 2001, p.189-190.)
c) Uma ruptura trazida pelas universidades medievais foi o início da atuação dos
copistas nas bibliotecas, que copiavam sistematicamente a produção de autores
latinos críticos aos dogmas religiosos.
[...] o senhor faz-se homem de um senhor mais poderoso cuja força, neste caso, já não
reside nos vestígios de uma função pública, mas tão só na extensão das terras e no
número de vassalos que o reconhecem como suserano.
Questão-42 - (FGV/2020)
Podem-se apanhar muitos fatos da vida daqueles sertanejos dizendo que atravessaram
a época do couro. De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, e
mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas, a borracha para carregar
água, o mocó ou alforge para levar comida, a maca para guardar roupa, a mochila para
milhar cavalo, a peia para prendê-lo em viagem, as bainhas de faca, as broacas e surrões,
a roupa de entrar no mato, os banguês para curtume ou para apurar sal.
O texto descreve a cultura material da pecuária, que a partir do século XVI estendeu-se ao
interior nordestino da colônia do Brasil. A criação de gado
Observe a imagem.
(www.culturagenial.com)
Uma zona fortificada constituía o burgo (castelo fortificado) para assegurar a defesa do
lugar. Em breve, porém, o casario ultrapassava os limites da fortaleza; e quando tinha sido
construído perto do castelo do senhor feudal, acabava por cercá-lo completamente.
Assim, o castelo ou palácio episcopal, símbolos da sociedade feudal, começavam a
estagnar, enquanto as povoações cresciam, cheias de vida. Elas já estavam integradas
numa nova ordem econômica. (José Jobson de A. Arruda, História Antiga e Medieval,
editora Ática, São Paulo, 1977, p. 393)
A Baixa Idade Média (séc. XII – séc. XV) foi marcada pela crise do sistema feudal. Com
base na leitura do texto, é possível identificar
Dentre os fatores que explicam a inversão acima assinalada, é correto destacar, EXCETO,
que
Observe as imagens.
Fonte: https://www.osmcs-international.com/index_commerce.html. Acesso em out.
2019.
a) As rotas comerciais que passaram a unir as cidades da Rota da Seda, na Ásia, aos
diferentes entrepostos comerciais e a cidades portuárias na Europa Oriental.
Podemos inferir, com base nas afirmações acima, que as cidades medievais:
a) Surgiram ou se multiplicaram durante o período tradicionalmente conhecido como
“Baixa Idade Média”, resultando da crise do Sistema Feudal europeu e despontando
como áreas comerciais e aristocráticas que traduziam um mundo em transição.
b) Evidenciaram uma mudança radical do modo de vida feudal, haja vista que se
tornaram centros comerciais por excelência, reduzindo a presença aristocrática num
cenário preponderantemente urbano.
c) Eram áreas caracterizadas pela defesa, como percebemos na imagem, o que explica a
exclusividade do comércio, indústria e produção agrícola intramuros.
d) Eram áreas de extensão do poder feudal, com total poder aristocrático sobre a
ascendente burguesia, que naturalmente se submetia aos seus senhores, mantendo
a política de obrigações ou impostos que vinha sendo praticada desde o início da
“Idade Média”.
No século XIII surgiu a Escolástica, corrente filosófica que, a partir de então, dominou o
pensamento medieval.
A Escolástica:
c) teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma tentativa de harmonizar a
razão com a fé;
e) pregava o recurso racional da força, sendo este mais importante do que o exercício
da virtude ou da fé.
(Pedrero-Sanchez, M. Guadalupe.
História da Idade Média: textos e
testemunhos. São Paulo: Unesp,
1999, p. 95)
O trecho acima foi extraído de um documento inglês do século XI e diz respeito a uma
típica relação feudal. A relação em evidência é a
a) Vassalagem: relação recíproca entre senhores em que fica acordado a proteção por
parte do Suserano e o trabalho nos campos por parte do Vassalo.
b) Servidão: relação vertical entre senhores e camponeses que, uma vez presos à terra,
não podem abandonar suas obrigações nos feudos.
c) Vassalagem: relação horizontal entre senhores a qual cria uma teia de alianças
políticas e uma maior descentralização do poder.
“Nem todas as cidades medievais foram cercadas por muralhas; muitas só o foram
inteiramente após 1340, sob o efeito da Guerra dos Cem Anos. Ao contrário, numerosas
aldeias foram fortificadas. E, não obstante, a muralha foi o elemento mais importante da
realidade física e simbólica das cidades medievais”.
b) Nos séculos XIII e XIV, as muralhas tinham finalidades muito distintas no campo e na
cidade, servindo, na primeira realidade, para a proteção, e, na segunda, para a
demarcação do espaço e da propriedade burguesa.
c) A importância das muralhas para a história medieval é simbólica, posto que elas
foram elementos presentes nas estruturas mentais e no imaginário das pessoas que
viveram nesse período.
e) A existência de muralhas não era suficiente para distinguir cidades de aldeias, pois
havia aldeias e vilas fortificadas, bem como cidades sem muralhas.
Leia o trecho do texto Annales Herbipolensis, de autor anônimo, do início do século XII:
“E não [foram às cruzadas] apenas homens da plebe, mas também reis, duques,
marqueses e outros poderosos deste mundo, acreditando assim que prestavam serviço a
Deus. [...] Porém, as intenções destas várias pessoas eram diferentes. Algumas, na
realidade, ávidas de novidades, iam para saber coisas novas sobre as terras. Outras eram
levadas pela pobreza, por estarem em situação difícil em sua casa; estes homens foram
combater não apenas os inimigos da Cruz de Cristo, mas mesmo os amigos do nome
cristão, onde quer que vissem a oportunidade de aliviar a sua pobreza”.
PEDRERO-SANCHEZ, M. G.
Histórias da Idade Média:
textos e testemunhas. São
Paulo: Ed. da Unesp, p. 86.
d) As intenções das várias pessoas que iam às cruzadas eram diversas, mas a principal
era conhecer coisas novas, para fugir da estagnação científica imposta pela Igreja.
No período medieval europeu, a relação entre Igreja Católica e Estado foi estabelecida a
partir de um conjunto de doutrinas políticas que tratavam da associação entre Poder
Temporal e Poder Espiritual, cujos limites nem sempre estavam claros. Um dos principais
eventos naquele contexto foi a chamada “Concordata de Worms” entre o Imperador do
Sacro-Império e o Papa, por meio da qual ficou decidido que
d) o Papa não poderia interferir em questões religiosas locais, ou nomear padres, sem a
aprovação do Imperador.
Banalidades é uma entre as obrigações servis que poderia ser definida como:
d) taxas pagas pelo camponês pelo uso do forno, do moinho, do lagar do senhor.
Os Estados Unidos levaram o homem à Lua há quase 50 anos, mas estadunidenses ainda
morrem de uma doença que arrasou a Europa na Idade Média, a chamada peste negra.
No final da Idade Média, a doença causou cerca de 50 milhões de mortes na África, Ásia e
Europa. A epidemia dizimou metade da população europeia.
A bactéria responsável pela doença – Yersinia pestis – chegou aos EUA em 1900, por meio
de barcos a vapor infestados de ratos, um dos tipos de roedores responsáveis pela
transmissão da doença, de acordo com Daniel Epstein, da Organização Mundial da Saúde
(OMS).
c) pela rota do Mar do Norte, onde os navios pesqueiros portugueses realizavam a caça
comercial de baleias infectadas desde o século VII.
‘“O que se deve chamar de feudalismo ou termo correlato (modo de produção feudal,
sociedade feudal, sistema feudal etc.) é o conjunto da formação social dominante no
Ocidente da Idade Média Central, com suas facetas política, econômica, ideológica,
institucional, social, cultural, religiosa. Em suma, uma totalidade histórica, da qual o feudo
foi apenas um elemento.”
a) foi resultado de uma lenta transformação, que teve início no final do Império
Romano, passou pelas invasões germânicas e começou a estruturar-se após o
período carolíngio.
b) em sua formação, apresenta tanto raízes romanas (Vilas e Colonato) como raízes
germânicas (Comitatus e Beneficium).
c) sua sociedade era composta por três camadas fixas, ou seja, de difícil mobilidade: os
sacerdotes, os guerreiros e os trabalhadores.
(Georges Duby. Damas do século XII: a lembrança das ancestrais, 1997. Adaptado.)
O texto trata de relações desenvolvidas num meio social específico, durante a Idade
Média ocidental. Nele,
a) as mulheres passavam a maior parte de seu tempo nas igrejas, o que incluía o
trabalho de orientação religiosa, e os homens atravessavam as noites em tabernas e
restaurantes.
Enquanto nas cidades o poder ficou nas mãos dos bispos, nos campos, concentrou-se
na dos grandes proprietários. O governo romano perdeu força: já não era capaz de cobrar
os impostos de maneira eficiente, nem mesmo de pagar os exércitos. Em 476, o último
imperador romano foi deposto. Era o fim do Império Romano e do mundo antigo e o
início de uma nova era, a Idade Média.
GABARITO:
1) Gab: E
2) Gab: C
3) Gab: B
4) Gab: B
5) Gab: D
6) Gab: B
7) Gab:
A primeira questão da prova explorou habilidades de leitura e interpretação de texto a
partir de conteúdos clássicos de História e de Filosofia: cidadania, Atenas, Aristóteles e
Platão.
a) O animal político é aquele que participa das decisões sobre a vida comum da polis.
Como a alternativa dava destaque ao contexto da cidadania ateniense, esperava-se
que o candidato explorasse o fato de que a participação na vida política era exclusiva
dos homens, adultos, filhos de pai e mãe atenienses.
b) Para os filósofos, a participação na vida política da cidade deveria ser ainda mais
reduzida, já que da forma como era implementada não restringia as decisões àqueles
que teriam tempo para se dedicar a ela. Caberia destacar que Aristóteles e Platão
não eram defensores de uma cidadania ampla e irrestrita, ou de um regime
democrático que se assemelha ao que vivemos em nossa época.
8) Gab: B
9) Gab: A
De acordo com sua denominação, os estilos de colunas gregas, com seus respectivos
capitéis, receberam o nome de dórico (dominante em Esparta, cujas manifestações
artísticas se caracterizavam pela simplicidade), jônico (surgido em Atenas e caracterizado
pelos capitéis ornamentados com volutas, típicos da época Clássica) e coríntio (capitel
surgido na cidade de Corinto e cuja complexidade ornamental já denotava uma cronologia
pós-clássica). Poder-se-ia acrescentar o formato das próprias colunas, que no estilo dórico
se caracteriza por seu aspecto maciço e despojado, no jônico já possui linhas salientes que
lhe conferem maior elegância e no coríntio é mais rebuscado e trabalhado em caneluras.
10) Gab: A
11) Gab: C
12) Gab: D
13) Gab: C
14) Gab: B
c) Incorreta. A escravidão não havia sido abolida pela República. As revoltas entre
escravos, inclusive aquela liderada por Espártaco, desempenharam papel importante
no enfraquecimento das instituições republicanas.
15) Gab: D
16) Gab: C
17) Gab: B
18) Gab: A
19) Gab: C
20) Gab: B
21) Gab: B
22) Gab: D
23) Gab: B
24) Gab: D
25) Gab: C
26) Gab: B
27) Gab: E
28) Gab: B
29) Gab: A
30) Gab: A
31) Gab:
a) Uma das razões que impulsionou a oficialização do cristianismo pelo Estado Romano
foi a busca dos imperadores por apoio político dos cristãos, grupo social que crescia
vertiginosamente.
32) Gab: C
33) Gab: B
34) Gab: C
35) Gab: D
36) Gab: A
37) Gab: D
38) Gab: C
39) Gab: E
40) Gab: D
41) Gab: E
O texto trata das relações de suserania e vassalagem, nas quais um nobre se subordinava
a outro hierarquicamente superior, ou ao próprio rei. Eventualmente poderia ocorrer a
subenfeudação, isto é, a relação de apoio recíproco entre um senhor e outro que lhe fosse
inferior. Os critérios para o estabelecimento da relação feudo-vassálica baseavam-se não
só na hierarquia dos títulos de nobreza, mas também no poder representado pela posse
de terras e pelo número de vassalos que prestassem homenagem ao titular do feudo.
42) Gab: B
43) Gab: A
44) Gab: C
45) Gab: B
46) Gab: D
47) Gab: A
48) Gab: B
49) Gab: C
50) Gab: C
51) Gab: E
52) Gab: E
53) Gab: D
54) Gab: A
55) Gab: D
56) Gab: D
57) Gab: D
58) Gab: D
59) Gab: B
60) Gab: B
Questão-01 - (Famerp SP/2020)
[...] o senhor faz-se homem de um senhor mais poderoso cuja força, neste caso, já não reside nos
vestígios de uma função pública, mas tão só na extensão das terras e no número de vassalos que o
reconhecem como suserano.
Questão-02 - (FGV/2020)
Podem-se apanhar muitos fatos da vida daqueles sertanejos dizendo que atravessaram a época do couro.
De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de
couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o mocó ou alforge para levar comida, a maca para
guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em viagem, as bainhas de faca, as broacas
e surrões, a roupa de entrar no mato, os banguês para curtume ou para apurar sal.
O texto descreve a cultura material da pecuária, que a partir do século XVI estendeu-se ao interior
nordestino da colônia do Brasil. A criação de gado
Observe a imagem.
(www.culturagenial.com)
Uma zona fortificada constituía o burgo (castelo fortificado) para assegurar a defesa do lugar. Em breve,
porém, o casario ultrapassava os limites da fortaleza; e quando tinha sido construído perto do castelo do
senhor feudal, acabava por cercá-lo completamente. Assim, o castelo ou palácio episcopal, símbolos da
sociedade feudal, começavam a estagnar, enquanto as povoações cresciam, cheias de vida. Elas já estavam
integradas numa nova ordem econômica. (José Jobson de A. Arruda, História Antiga e Medieval, editora
Ática, São Paulo, 1977, p. 393)
A Baixa Idade Média (séc. XII – séc. XV) foi marcada pela crise do sistema feudal. Com base na leitura do
texto, é possível identificar
a) a preocupação da nobreza feudal em fortificar seus castelos.
Entre os séculos XI e XIII, a sociedade feudal passou por acentuadas transformações tais como:
crescimento urbano, desenvolvimento das feiras, significativo aumento do uso da moeda etc. Todavia, em
fins do século XIII, houve uma inversão da tendência desse crescimento socioeconômico e demográfico.
Dentre os fatores que explicam a inversão acima assinalada, é correto destacar, EXCETO, que
b) o conflito entre a Igreja e os poderes temporais, sobretudo a chamada “querela das investiduras”, levou
ao início de longas guerras que dizimaram campos e pessoas, gerando uma grande crise no sistema
feudal.
c) a peste bubônica que, ao encontrar uma população debilitada, eliminou um número elevado de
pessoas. Alguns historiadores calculam que cerca de 1/3 da população europeia pereceu.
d) o aumento do cenário de morte e de miséria produziu um quadro de instabilidade social, gerando várias
revoltas camponesas, destacando-se entre elas as jacqueries, ocorridas na França no século XIV.
Observe as imagens.
Fonte: https://www.osmcs-international.com/index_commerce.html. Acesso em out. 2019.
De meados do século XII até cerca de 1340, o desenvolvimento da cristandade latina atinge o seu apogeu.
Nesse apogeu, a França ocupa o primeiro lugar, e o grande movimento de urbanização está no auge. As
cidades são uma das principais manifestações e um dos motores essenciais dessa culminação medieval. A
emigração do campo para as cidades, ocorrida entre os séculos X e XIV, foi um dos fenômenos maiores da
cristandade. Dos diversos elementos humanos por ela recebidos, a cidade criou uma sociedade nova. Sem
dúvida, essa sociedade pertence também ao mundo feudal, que se costuma imaginar como um ambiente
quase exclusivamente rural.
Segundo o historiador francês Jacques Le Goff, o desenvolvimento das cidades medievais deve-se a um
conjunto complexo de estímulos. A partir do texto e das imagens acima, identifique os fatores que levaram
ao movimento indicativo de um renascimento urbano medieval e assinale a alternativa CORRETA.
a) As rotas comerciais que passaram a unir as cidades da Rota da Seda, na Ásia, aos diferentes entrepostos
comerciais e a cidades portuárias na Europa Oriental.
b) A especialização do trabalho, que resultou na transição das antigas corporações de ofício para as
manufaturas, que, por sua vez, transformou os artesãos em trabalhadores assalariados e possibilitou a
acumulação de capital pelos burgueses.
c) A presença de novos grupos sociais fortemente estratificados em uma sociedade agrária, fragmentada
politicamente e culturalmente dominada pela Igreja, que negava aspectos importantes da antiga
civilização romana, como a hierarquia social.
d) A presença de novos grupos sociais, como alguns camponeses, que conseguiram romper os laços servis
e adquirir uma nova condição econômica, resultando no aparecimento de um segmento burguês.
e) As migrações habituais, como os deslocamentos de população para arrotear novas áreas, as migrações
sazonais, como no inverno, que levavam à busca de pastos ainda verdes, e as migrações temporárias,
quando vassalos se dirigiam à corte do seu senhor feudal.
Iluminura extraída de La vie de Monseigneur Saint Denis, glorieux apôtre de France, compilada segundo
Hilduin pelo abade Gilles, século XIV (manuscrito 2092, f.1). Paris, Biblioteca Nacional da França.
Em 1300, menos de 20% da população do Ocidente reside em cidades e a maior aglomeração é, de longe,
Paris, com... 200 mil habitantes, não mais.
Podemos inferir, com base nas afirmações acima, que as cidades medievais:
a) Surgiram ou se multiplicaram durante o período tradicionalmente conhecido como “Baixa Idade Média”,
resultando da crise do Sistema Feudal europeu e despontando como áreas comerciais e aristocráticas
que traduziam um mundo em transição.
b) Evidenciaram uma mudança radical do modo de vida feudal, haja vista que se tornaram centros
comerciais por excelência, reduzindo a presença aristocrática num cenário preponderantemente
urbano.
c) Eram áreas caracterizadas pela defesa, como percebemos na imagem, o que explica a exclusividade do
comércio, indústria e produção agrícola intramuros.
d) Eram áreas de extensão do poder feudal, com total poder aristocrático sobre a ascendente burguesia,
que naturalmente se submetia aos seus senhores, mantendo a política de obrigações ou impostos que
vinha sendo praticada desde o início da “Idade Média”.
a) As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos conventos e ministrar os sacramentos como os
homens de mesma condição social.
b) A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso Terrestre servia de justificativa para sua
subordinação social aos homens.
c) As mulheres medievais eram impedidas do exercício das atividades políticas, ao contrário do que
acontecera no mundo greco-romano.
d) As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso à cultura e às artes proibido, devido à sua
condição social e natural.
e) A submissão das mulheres medievais aos homens esteve desvinculada de normatizações acerca da
sexualidade.
No século XIII surgiu a Escolástica, corrente filosófica que, a partir de então, dominou o pensamento
medieval.
A Escolástica:
b) teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava o teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
c) teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé;
d) considerava que a razão podia proporcionar uma visão completa e unificada da natureza ou da
sociedade;
e) pregava o recurso racional da força, sendo este mais importante do que o exercício da virtude ou da fé.
“É permitido a qualquer, sem punição, auxiliar o seu senhor, se alguém o ataca, e obedecer-lhe em todos os
casos legítimos, exceto no roubo, no assassinato e naquelas coisas que não são consentidas a ninguém, sendo
reconhecidas como infames pelas leis. O senhor deve proceder da mesma maneira com o conselho e a ajuda;
e deve ir em auxilio do seu homem em todas as vicissitudes, sem malícia. É permitido a todo o senhor
convocar o seu homem que deve estar à sua direita no tribunal; e mesmo que seja residente no mais distante
mansus de quem o protege, deverá ir ao pleito se o seu senhor o convocar”
(Pedrero-Sanchez, M. Guadalupe.
História da Idade Média: textos e
testemunhos. São Paulo: Unesp,
1999, p. 95)
O trecho acima foi extraído de um documento inglês do século XI e diz respeito a uma típica relação feudal. A
relação em evidência é a
a) Vassalagem: relação recíproca entre senhores em que fica acordado a proteção por parte do Suserano e
o trabalho nos campos por parte do Vassalo.
b) Servidão: relação vertical entre senhores e camponeses que, uma vez presos à terra, não podem
abandonar suas obrigações nos feudos.
c) Vassalagem: relação horizontal entre senhores a qual cria uma teia de alianças políticas e uma maior
descentralização do poder.
d) Servidão: relação entre senhores e servos a qual estabelece um acordo de proteção e ajuda econômica
em troca de terras para o plantio.
e) Vassalagem e Servidão: relações equivalentes entre nobres e servos em que os vassalos asseguram o
trabalho nas terras senhoriais.
“Nem todas as cidades medievais foram cercadas por muralhas; muitas só o foram inteiramente após 1340,
sob o efeito da Guerra dos Cem Anos. Ao contrário, numerosas aldeias foram fortificadas. E, não obstante, a
muralha foi o elemento mais importante da realidade física e simbólica das cidades medievais”.
a) As muralhas foram instrumentos para a defesa das cidades em meio a um contexto de grandes fluxos
populacionais e das migrações germânicas, causadas pela descentralização do poder imperial.
b) Nos séculos XIII e XIV, as muralhas tinham finalidades muito distintas no campo e na cidade, servindo, na
primeira realidade, para a proteção, e, na segunda, para a demarcação do espaço e da propriedade
burguesa.
c) A importância das muralhas para a história medieval é simbólica, posto que elas foram elementos
presentes nas estruturas mentais e no imaginário das pessoas que viveram nesse período.
d) O período da Idade Média se estende por cerca de mil anos, marcados, principalmente, por
inseguranças, instabilidades e medos que faziam com que as muralhas fossem um refúgio na Idade das
Trevas.
e) A existência de muralhas não era suficiente para distinguir cidades de aldeias, pois havia aldeias e vilas
fortificadas, bem como cidades sem muralhas.
Leia o trecho do texto Annales Herbipolensis, de autor anônimo, do início do século XII:
“E não [foram às cruzadas] apenas homens da plebe, mas também reis, duques, marqueses e outros
poderosos deste mundo, acreditando assim que prestavam serviço a Deus. [...] Porém, as intenções destas
várias pessoas eram diferentes. Algumas, na realidade, ávidas de novidades, iam para saber coisas novas
sobre as terras. Outras eram levadas pela pobreza, por estarem em situação difícil em sua casa; estes
homens foram combater não apenas os inimigos da Cruz de Cristo, mas mesmo os amigos do nome cristão,
onde quer que vissem a oportunidade de aliviar a sua pobreza”.
PEDRERO-SANCHEZ, M. G.
Histórias da Idade Média:
textos e testemunhas. São
Paulo: Ed. da Unesp, p. 86.
a) Diferentes personagens participaram do movimento das cruzadas, mas pode-se afirmar que os nobres
iam para as batalhas em busca de riqueza e de terras no Oriente Médio.
b) O movimento cruzadista é um exemplo das relações entre nobreza e Igreja, segundo as quais a primeira
controlava o destino da segunda.
c) A miséria levou diversas pessoas às cruzadas, pois o voto de pobreza e o combate ao inimigo de Cristo
eram atos de fé.
d) As intenções das várias pessoas que iam às cruzadas eram diversas, mas a principal era conhecer coisas
novas, para fugir da estagnação científica imposta pela Igreja.
e) As cruzadas compõem um movimento complexo, que articulou estruturas políticas, religiosas, sociais,
culturais e mentais.
Os estudiosos muçulmanos adaptaram a herança recebida dos povos arabizados. Entre os domínios
conquistados pelos muçulmanos estavam a Mesopotâmia e o antigo Egito, civilizações que desde cedo
observaram os fenômenos astronômicos. O estudo dos fenômenos naturais no Crescente Fértil possibilitou a
agricultura e perdurou por milênios. Nas costas do Mar Egeu, na região da Jônia, surgiram no século VI a.C. as
primeiras explicações dos fenômenos naturais desvinculadas dos desígnios divinos. E as conquistas de
Alexandre permitiram o início do intercâmbio entre o conhecimento grego, de um lado, e o dos antigos
impérios egípcio, babilônico e persa, de outro. Além disso, houve trocas científicas e culturais com os
indianos. O império árabe-islâmico foi, a partir do século VII, o herdeiro desse legado científico multicultural,
ao qual os estudiosos muçulmanos deram seus aportes ao longo da Idade Média.
Considerando o texto acima sobre o Islã Medieval e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.
a) A extensão do território sob domínio islâmico e a liberdade religiosa e cultural implementada nessas
áreas aceleraram a construção de novos conhecimentos pautados na cosmologia ocidental.
b) A partir do século VII, o avanço dos exércitos islâmicos garantiu a expansão do império de forma
ditatorial sobre antigos núcleos culturais da Índia até as terras gregas do Império Bizantino, chegando à
Espanha.
d) A difusão de saberes multiculturais foi uma das marcas do Império árabe-islâmico, sendo ele a via de
transmissão do sistema numérico indiano para o Ocidente e de obras da filosofia greco-romana para o
Oriente.
Do catolicismo vinha a representação da monarquia como uma comunidade irmanada (...). Por esta via, a
sociedade imperial encontrava um lugar para os homens livres pobres e os escravos: sua incorporação era
simbólica (...) O catolicismo era também religião de Estado. A separação entre as esferas política e religiosa
não se fizera, de modo que as instituições políticas não eram laicas. A Igreja dava auxílio vital ao Estado no
controle social, especialmente onde os braços estatais eram mais curtos: no meio rural.
(ALONSO, Angela. Ideias em movi-
mento. A geração 1870 na crise do
Brasil Império. São Paulo, Paz
e Terra 2002, p. 64)
No período medieval europeu, a relação entre Igreja Católica e Estado foi estabelecida a partir de um
conjunto de doutrinas políticas que tratavam da associação entre Poder Temporal e Poder Espiritual, cujos
limites nem sempre estavam claros. Um dos principais eventos naquele contexto foi a chamada “Concordata
de Worms” entre o Imperador do Sacro-Império e o Papa, por meio da qual ficou decidido que
a) o Papa não poderia interferir em questões políticas temporais e o Imperador não poderia nomear cargos
eclesiásticos.
c) os súditos de cada principado do Império deveriam obedecer a religião da nobreza governante local.
d) o Papa não poderia interferir em questões religiosas locais, ou nomear padres, sem a aprovação do
Imperador.
e) todas as terras do Sacro-Império pertenciam à Igreja, mas a nobreza poderia usufruir dos ganhos com as
atividades agrícolas e explorar o trabalho dos servos de gleba.
Além de criar o produto necessário à própria subsistência e à suas famílias, os camponeses eram
obrigados a tarefas suplementares para o Senhor. Eram as obrigações servis.
(Rubim Santos Leão de Aquino.
História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais)
Banalidades é uma entre as obrigações servis que poderia ser definida como:
d) taxas pagas pelo camponês pelo uso do forno, do moinho, do lagar do senhor.
e) imposto pago à Igreja utilizado para a manutenção da capela local.
Os Estados Unidos levaram o homem à Lua há quase 50 anos, mas estadunidenses ainda morrem de uma
doença que arrasou a Europa na Idade Média, a chamada peste negra.
No final da Idade Média, a doença causou cerca de 50 milhões de mortes na África, Ásia e Europa. A
epidemia dizimou metade da população europeia.
A bactéria responsável pela doença – Yersinia pestis – chegou aos EUA em 1900, por meio de barcos a vapor
infestados de ratos, um dos tipos de roedores responsáveis pela transmissão da doença, de acordo com
Daniel Epstein, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
a) alojada no sangue de cachorros de caça importados pela casa real britânica, interessada em fomentar
novos hábitos culturais no nascente Estado-nação.
b) devido aos fenômenos climáticos que, no século XVI, provocaram o brusco aquecimento do continente e
diversas alterações no regime de chuvas.
c) pela rota do Mar do Norte, onde os navios pesqueiros portugueses realizavam a caça comercial de
baleias infectadas desde o século VII.
d) alojada em ratos, instalados nos navios que realizavam as viagens de intercâmbio comercial entre o
Ocidente e o Oriente a partir do século XII.
e) por meio de peregrinos que, da Terra Santa, caminhavam a Santiago de Compostela, na atual Espanha,
fugindo da perseguição do Império Romano.
Para o homem europeu medieval, o referencial de todas as coisas era o sagrado, fenômeno comum de
sociedades muito dependentes da natureza e, portanto, à mercê de forças desconhecidas e não controláveis.
Isso gerava, compreensivelmente, um sentimento generalizado de insegurança. Temia-se pelo resultado,
quase sempre pobre, das colheitas. Temia-se a presença frequente das epidemias, que não se sabia
combater. Desamparado diante de uma natureza frequentemente hostil, o indivíduo procurava as origens
disso, e as possíveis escapatórias, num mundo do Além.
b) a sacralização foi substituída pelos investimentos no desenvolvimento da ciência, vista como meio de
solucionar os problemas que afligiam o europeu medieval.
c) a relação da sociedade medieval com a natureza era pacífica, porque o racionalismo indicava soluções
práticas para os problemas cotidianos.
d) a sensação de insegurança diante do inesperado fez com que essas sociedades medievais buscassem a
solução no sobrenatural.
e) a sociedade medieval, de valores antropocêntricos, viu na domesticação da natureza a solução para
problemas sanitários.
‘“O que se deve chamar de feudalismo ou termo correlato (modo de produção feudal, sociedade feudal,
sistema feudal etc.) é o conjunto da formação social dominante no Ocidente da Idade Média Central, com
suas facetas política, econômica, ideológica, institucional, social, cultural, religiosa. Em suma, uma totalidade
histórica, da qual o feudo foi apenas um elemento.”
(Franco Júnior, Hilário. A Idade Média: Nascimento do Ocidente.
São Paulo, Brasiliense, 2010, p.88)
Entre os séculos IX e XIII, a Europa ocidental conheceu o auge do modo de produção feudal. Sobre o
feudalismo, é INCORRETO afirmar que
a) foi resultado de uma lenta transformação, que teve início no final do Império Romano, passou pelas
invasões germânicas e começou a estruturar-se após o período carolíngio.
b) em sua formação, apresenta tanto raízes romanas (Vilas e Colonato) como raízes germânicas (Comitatus
e Beneficium).
c) sua sociedade era composta por três camadas fixas, ou seja, de difícil mobilidade: os sacerdotes, os
guerreiros e os trabalhadores.
d) a Vassalagem, representada pela relação entre senhores feudais e seus servos, apresenta como principal
característica a fidelidade do vassalo a seu suserano.
e) os servos não eram trabalhadores livres, mas também não eram escravos. Estavam ligados à terra, não
podendo ser retirados dela para serem vendidos.
(Georges Duby. Damas do século XII: a lembrança das ancestrais, 1997. Adaptado.)
O texto trata de relações desenvolvidas num meio social específico, durante a Idade Média ocidental. Nele,
a) as mulheres passavam a maior parte de seu tempo nas igrejas, o que incluía o trabalho de orientação
religiosa, e os homens atravessavam as noites em tabernas e restaurantes.
b) os homens controlavam os espaços públicos, o que incluía as ações militares, e as mulheres, confinadas
ao espaço doméstico, eram associadas à maternidade e, ocasionalmente, à santidade.
c) os homens responsabilizavam-se pelos assuntos culturais, o que incluía a instrução dos filhos, e as
mulheres dedicavam-se ao preparo das refeições cotidianas e, ocasionalmente, de banquetes.
d) as mulheres eram obrigadas a pagar impostos, o que incluía o dízimo, e os homens, livres de qualquer
tributo, conseguiam acumular mais bens e, ocasionalmente, enriquecer.
e) os homens dedicavam-se ao comércio, o que incluía deslocamentos para regiões afastadas de casa, e as
mulheres incumbiam-se do trabalho nas lavouras e, ocasionalmente, na forja de metais.
Enquanto nas cidades o poder ficou nas mãos dos bispos, nos campos, concentrou-se na dos grandes
proprietários. O governo romano perdeu força: já não era capaz de cobrar os impostos de maneira eficiente,
nem mesmo de pagar os exércitos. Em 476, o último imperador romano foi deposto. Era o fim do Império
Romano e do mundo antigo e o início de uma nova era, a Idade Média.
O idioma árabe exerceu forte influência na língua portuguesa que, desse idioma, incorporou palavras como
alambique, álcool, alface, açúcar, arroz, álgebra e azeitona, entre outras.
Assinale a alternativa correta sobre os contatos entre árabes e portugueses que possibilitaram essa
influência.
a) No início do século XXI, a eclosão da Primavera Árabe possibilitou o estreitamento dos laços entre os
países muçulmanos e Portugal que, ao receber refugiados desses países, sofreu forte influência em seu
idioma e hábitos alimentares.
b) A partir do século XX, o advento das Grandes Navegações possibilitou o contato da Europa com regiões
até então desconhecidas, como o Oriente Médio, cuja sofisticação cultural influenciou os hábitos e
costumes da elite letrada de Portugal.
e) A partir do século VIII, populações de língua árabe se estabeleceram na Península Ibérica como
resultado da expansão e conquista islâmicas, e sua influência se tornou visível na arquitetura, na arte, na
medicina e na ciência ibéricas, marcando, também, a formação da língua portuguesa.
Questão-22 - (FGV/2018)
O cristianismo foi difundido nos territórios da Núbia, a partir do século IV, por meio da língua copta, que
passou a ser língua- -matriz religiosa de um cristianismo africano, que diferia da versão oficial romana, e
depois da versão bizantina. Essa versão do cristianismo que se afirmou ao longo dos séculos num processo
intricado de amálgamas entre a doutrina monofisita e os costumes das religiões tradicionais da África negra.
A igreja axumita (e, depois, a igreja etíope) adotou para si o calendário e o rito litúrgico copta, retirado do
modelo praticado pelo clero de Alexandria. Havia costumes, como as danças e os tambores, os sacrifícios de
cabras e, nos primeiros tempos, a admissão da poligamia. Além disso, havia a distinção entre o consumo de
carne pura e impura, a proibição das mulheres de entrarem nos templos no dia seguinte ao que tiveram
relações sexuais e a observação do sábado e não do domingo como dia consagrado.
e) um complexo processo de mistura e ressignificação de uma série de tradições religiosas, caso das
africanas e do judaísmo.
Questão-23 - (FGV/2018)
Este documento, do século XIV, encontra-se nos arquivos de Assize, na ilha de Ely, na Inglaterra:
Adam Clymne foi preso como insurgente e traidor de seu juramento e porque traiçoeiramente com
outros celebrou uma insurreição em Ely. Penetrando na casa de Thomas Somenour onde se apossou de
diversos documentos e papéis selados. E ainda, que o mesmo Adam no momento da insurreição, estava
andando armado e oferecendo armas, levando um estandarte, para reunir insurgentes, ordenando que
nenhum homem de qualquer condição, livre ou não, deveria obedecer ao senhor e prestar os serviços
habituais, sob pena de degola.
O acima mencionado Adam é culpado de todas as acusações. Pela ordem da justiça, o mesmo Adam foi
levado e enforcado.
a) as violentas revoltas e mortes de camponeses foram provocadas pelo desespero em não conseguir
pagar, em dinheiro, aos senhores feudais, as novas taxas e o aumento das já existentes, além da
exigência de mais tempo de trabalho nas reservas senhoriais.
b) as revoltas camponesas aconteceram, tanto na Inglaterra como na França, contra os cercamentos, que
empobreceram os trabalhadores e os obrigaram a deixar a terra pelo não pagamento do aumento dos
aluguéis, o que enriqueceu ainda mais os senhores da terra.
c) a impossibilidade de juntar dinheiro para a compra da terra onde trabalhavam fez com que muitos
camponeses se revoltassem, porque se colocaram contra os senhores que aumentaram os impostos e
exigiram o pagamento de novos; algo considerado ilegal.
d) o recrudescimento da servidão decorria de uma nova estrutura econômica presente na Inglaterra, onde
as pequenas propriedades rurais e os campos comunais perdiam espaço para os latifúndios produtores
de matéria-prima para a nascente indústria.
e) as insurreições camponesas ocorridas na Inglaterra e parte do Norte da Europa decorreram do rápido
processo de dissolução dos laços servis de produção, dirigido por uma nova elite de proprietários rurais,
que detinha forte representação no Parlamento inglês.
Questão-24 - (FGV/2018)
Aproveitando-se do reforço populacional e espiritual, os reinos cristãos acentuaram sua ofensiva contra os
domínios muçulmanos. Em 1492, concluía-se a conquista da península, com a incorporação de Granada.
A reconquista representou, para os ibéricos, uma primeira expansão feudal. Caracterizou-se pela
incorporação de novas terras, pelo crescimento demográfico, pelo desenvolvimento das cidades, das
atividades mercantis e pela expansão cristã. No entanto, 1492 não se encerra em Granada. Meses depois, em
outubro, Colombo daria continuidade à conquista material e espiritual. Do outro lado do Atlântico.
A Reconquista Ibérica
a) remonta aos meados do século IX, momento no qual os cristãos ibéricos, refugiados no norte da
península, constituíram-se em pequenos reinos independentes e, a despeito das suas diferenças étnicas
e das rivalidades, edificaram uma identidade cultural e política, porque objetivavam vencer militarmente
os muçulmanos.
b) contrapõe-se ao movimento das Cruzadas porque a luta e as ofensivas contra o poder mulçumano não
foram realizadas como uma conquista militar, mas por meio de lenta e progressiva incorporação de
novas terras, obtidas com as relações de vassalagem, em especial a partir do século XII.
c) significou uma recomposição das forças cristãs ocidentais e parte das orientais, a partir do início do
século XIV, unificadas pelo Concílio de Trento, que estabeleceu uma nova mística em torno da figura de
Jesus Cristo, que passou a ser tratado como tendo essência divina e não humana.
d) constitui-se em um processo que tem as suas origens localizadas após a formação das nações ibéricas,
Portugal e Espanha, em fins do século XIV, porque a expulsão dos invasores mouros dependia de uma
enorme ação militar que apenas Estados unificados podiam organizar e arcar com os custos.
e) dependeu menos da ação das forças cristãs ibéricas e muito mais da progressiva fragilização dos
domínios mouros nessa região, condição do califado de Granada, no século XIII, que foi obrigado a
mandar forças militares para conter uma série de invasões aos seus domínios no Norte da África.
“Em terras alemãs em lugares afastados, onde a vida permanecia rude e isolada, os monges não só
pregavam o cristianismo, mas também foram importantes para levar os avanços agrícolas para a região das
florestas. Nas matas fechadas, abriam clareiras, drenavam pântanos e introduziram novas lavouras. As
poucas escolas que existiram na Idade Média eram dirigidas e mantidas pelos monges. Alguns monastérios
serviam também de hospitais e hospedarias”.
Adaptado de: Wallbank, T. W. e outros. History and Life. 4ªed. Illinois: Scott Foresman, 1993.
De acordo com o texto, é correto afirmar que, durante a alta Idade Média europeia, a atividade dos
monastérios
a) redimensionava o princípio de “ora et labora” (reza e trabalha), já que os monges se dedicavam apenas
aos trabalhos braçais.
b) seguia o princípio de “ora et labora” (reza e trabalha), pois os monges dedicavam-se a uma vida reclusa
e trabalhos exclusivamente intelectuais.
c) redimensionava o princípio tradicional de “ora et labora” (reza e trabalha), pois exercia importante
ligação com o cotidiano de comunidades próximas.
d) conflitava com o princípio papal de “ora et labora” (reza e trabalha), ao valorizar a prática do trabalho,
em detrimento das orações diárias.
e) contribuiu para o surgimento de uma mentalidade que, ligada às atividades comerciais urbanas,
promoveu contestações ao poder papal sobre os europeus.
No feudalismo, o servo da gleba, além de estar vinculado à terra, possuía uma série de obrigações a cumprir,
como:
a) a troca de parte da colheita pelas chamadas banalidades, pequenos artigos de primeira necessidade,
como sal e couro, vendidos pelo senhor feudal.
b) o acerto mensal do dízimo, uma vez que o senhor feudal acumulava, também, cargo e funções
religiosas.
c) o pagamento da corveia sob a forma de trabalho executado nas terras do senhor feudal em alguns dias
da semana.
d) o trabalho compulsório denominado talha, equivalente a serviços realizados, em certo período do dia,
no lote de terra pertencente ao manso senhorial.
e) o aluguel de instalações pertencentes ao feudo − como celeiro, rodas d’água, currais −, cujo pagamento
se dava por meio das investiduras, tarefas específicas encomendadas pelos senhores.
Essa pintura retrata um dos fatores que contribuíram para a derrocada do sistema feudal na Europa
Medieval.
Sobre o contexto abordado, é correto afirmar que a rápida disseminação da peste negra decorreu em
grande parte em função
a) A peste atingiu, principalmente, a população pobre das cidades medievais, devido à desnutrição desse
grupo social.
b) Na forma bubônica, o vetor da peste é o rato, que vive sob uma temperatura de 25 a 35 graus e sob uma
umidade relativa do ar de 90% a 95%.
c) As zonas rurais, de população mais esparsa, foram mais poupadas do que as cidades, cujo
desenvolvimento populacional foi marcante nos séculos anteriores.
d) O enterro dos mortos, mesmo com a peste ainda se caracterizava por um ritual de suma importância,
que era individualizado, de modo a valorizar cada alma.
e) O número de mortos dentre a população masculina era superior ao número de mulheres, devido ao
excesso de trabalho dos homens nos campos.
“A chamada Guerra dos Cem Anos opõe, a partir de 1328, os dois reinos mais poderosos do Ocidente [...].
Durante mais de um século, os soberanos ingleses reivindicam a Coroa da França, lançam a partir de suas
possessões continentais sérias ofensivas, ganhando importantes batalhas”.
a) Foi um dos maiores conflitos da Idade Média, envolvendo a França e a Inglaterra; está relacionada às
questões da sucessão do trono inglês e ocorreu durante os séculos XIII e XIV.
b) A Guerra dos Cem Anos testemunha o fato de que os conflitos armados, com inovações militares,
tornavam-se mais devastadores, afetando populações rurais e urbanas.
c) O início da Guerra dos Cem Anos aconteceu devido à morte do rei francês Carlos IV, que não deixou
herdeiros. Essa lacuna fez com que o rei Eduardo III, da Inglaterra, assumisse o reino francês.
d) A Guerra dos Cem Anos foi a última guerra feudal e, desde o seu início, França e Inglaterra contavam
com exércitos nacionais para servir aos seus reinos, não dependendo exclusivamente da aristocracia
feudal.
“[...] foram de novo prestadas homenagens ao conde, as quais eram feitas por esta ordem, em expressão de
fidelidade e garantia. Primeiro prestaram homenagem desta maneira: o conde perguntou [ao vassalo] se ele
desejava tornar-se seu homem, sem reservas, e ele respondeu: ‘Quero’. Então, tendo junto as mãos,
colocou-as entre as mãos do conde e aliaram-se por um beijo. Em segundo lugar, aquele que havia prestado
homenagem jurou fidelidade ao porta-voz do conde, com estas palavras: ‘Comprometo-me por minha fé a
ser fiel daqui por diante ao conde Guilherme e a cumprir integralmente a minha homenagem, de boa fé e
sem dolo, contra todos’, e em terceiro lugar jurou o mesmo sobre as relíquias dos santos. Finalmente, com
uma varinha que segurava na mão, o conde deu a investidura a todos aqueles que por este fato tinham
prestado lealdade, homenagem e juramento”.
A partir de seus conhecimentos sobre a Idade Média, e considerando a leitura do texto, é CORRETO afirmar
que esse texto trata
a) da renovação de um contrato de vassalagem, que, em três etapas, estabelece relações entre nobres.
b) da relação de escravidão que marca a sociedade da Idade Média, pois era preciso obter mão de obra
para a agricultura.
c) da relação entre os servos (que ofereciam lealdade e proteção) e os suseranos (donos de terras e
detentores de títulos).
d) da relação de vassalagem que marca a compra da liberdade, por meio da qual o cidadão se torna livre
para exercer a atividade que deseja dentro do condado.
e) da doação de terras por parte do vassalo para seu suserano, como agradecimento pela concessão do
título de duque.
Portugal foi um dos primeiros países europeus a pôr em prática uma eficiente centralização político-
administrativa. Em 1383, para solucionar problemas relacionados a sua sucessão dinástica e, também, para
evitar a sua anexação pelo reino de Castela, deflagrou-se um movimento que ficou conhecido como
Revolução de Avis. Esta levou ao poder Dom
a) Manuel.
b) João.
c) Afonso Henriques.
d) Dinis.
e) Fernando.
A carreira do profeta Maomé – o modelo que todo bom muçulmano busca imitar – divide-se em duas
partes. Na primeira, durante os anos em sua cidade natal, Meca (570-622), era um oponente da oligarquia
pagã que então reinava. Na segunda, após sua mudança de Meca para Medina (622- 632), era o chefe de um
Estado.
(Bernard Lewis.
A Crise do Islã: Guerra Santa e Terror Profano)
a) os sunitas;
b) os xiitas;
c) os haxemitas;
d) os coraixitas;
e) os califas.
A era feudal tinha legado às sociedades que a seguiram a cavalaria, cristalizada em nobreza. [...] Até nas
nossas sociedades, em que morrer pela sua terra deixou de ser monopólio de uma classe ou profissão, o
sentimento persistente de uma espécie de supremacia moral ligada à função do guerreiro profissional —
atitude tão estranha a outras civilizações, tal como a chinesa — permanece uma lembrança da divisão
operada, no começo dos tempos feudais, entre o camponês e o cavaleiro.
Observe as imagens.
As imagens mostram a mesma cena: a Anunciação. Entre as diferenças das duas representações, é correto
citar
a) a imitação das formas naturais na iluminura e o intenso movimento das personagens no afresco.
“Em 632, a grande discussão provocada pela morte de Maomé era quem deveria sucedê-lo como principal
líder político da comunidade islâmica. Embora Abu Bakr (sogro de Maomé) tenha sido escolhido como
primeiro califa, muitos defendiam que a liderança deveria ser exercida por Ali, genro do profeta, casado com
sua única filha viva na época. Do casamento nasceram dois filhos, herdeiros diretos de Maomé. Para os
seguidores de Ali, apenas os descendentes em linhagem direta com o profeta (portanto, as gerações nascidas
de seus dois netos) deveriam assumir o controle, uma vez que teriam sido escolhidos por Alá”.
a) início de um conflito civil no Império Islâmico, contribuindo para a perda de unidade política e religiosa
entre os seguidores do profeta Maomé.
b) divisão do mundo islâmico após a morte do profeta Maomé, contribuindo para o surgimento de duas
importantes divisões do Islã: os xiitas e os sunitas.
c) formação do califado, com a dinastia Omíada, governado pelos descendentes diretos do profeta
Maomé, o que, por sua vez, deu início à expansão islâmica.
d) perda da unidade política, em virtude do início da guerra civil entre as comunidades islâmicas, mas com
a manutenção da crença no Corão e na Suna.
e) imposição do poder centralizado em torno dos descendentes diretos do profeta Maomé, com a
perseguição e eliminação de todos os grupos opositores.
“De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido. No país de Gana, o ouro
nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É colhido ao nascer do sol”.
Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino de Gana, na África,
durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é correto afirmar que tal Reino
a) causava espanto e admiração, tanto pelo desenvolvimento econômico como pelo poder teocrático
politeísta de governante.
b) causava estranhamento em seus visitantes, tanto pela quantidade exagerada de metais preciosos
disponíveis como pelo poder autoritário do governante.
c) provocava perplexidade nos viajantes, pois não compreendiam seu desenvolvimento em meio a um
continente marcado pela inexistência de civilizações.
d) desenvolveu-se sustentado pela riqueza do ouro e pela crença monoteísta, fator que o desqualificava
perante os viajantes que ali passavam.
e) impressionava seus visitantes, tanto pela opulência trazida pelo ouro como pela sua complexa
organização política e social.
Um ano depois de terem saído das fronteiras da Arábia, em 633, os árabes já tinham atravessado o
deserto e derrotado o imperador bizantino Heráclio, nas margens do rio Yarmuk; em três anos tinham
tomado Damasco; cinco anos mais, Jerusalém; passados oito anos controlavam totalmente a Síria, a
Palestina e o Egito. Em 20 anos, todo o Império Persa, até ao Oxus, tinha caído sob a espada árabe; em 30
era o Afeganistão e a maior parte do Punjab.
A impressionante velocidade da expansão islâmica, tratada no texto, deve ser relacionada com:
b) jejum do Ramadã;
c) Jihad e Guerra Santa;
d) rituais da Ashura;
e) peregrinação a Meca.
A Igreja foi responsável direta por mais uma transformação, formidável e silenciosa, nos últimos séculos
do Império: a vulgarização da cultura clássica. Essa façanha fundamental da Igreja nascente indica seu
verdadeiro lugar e função na passagem para o Feudalismo. A condição de existência da civilização da
Antiguidade em meio aos séculos caóticos da Idade Média foi o caráter de resistência da Igreja. Ela foi a
ponte entre duas épocas.
a) tornou-se uma instituição do Império Romano e sobreviveu à sua derrocada quando da invasão dos
bárbaros germânicos.
b) limitou suas atividades à esfera cultural e evitou participar das lutas políticas durante o Feudalismo.
c) manteve-se fiel aos ensinamentos bíblicos e proibiu representações de imagens religiosas na Idade
Média.
e) combateu o universo religioso do Feudalismo e propagou, em meio aos povos sem escrita, o paganismo
greco-romano.
Leia o trecho de A divina comédia, escrita pelo poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321), no início do século
XIV.
1
arsenal: lugar de conserto de navios.
2
pez: piche.
3
lenho: barco.
4
calafetar: vedar, fechar.
5
traquete: mastro.
Nos versos, o poeta refere-se ao trabalho de reparação dos navios venezianos. Descreva a natureza do
trabalho desenvolvido no arsenal e explique o motivo da crise econômica das cidades italianas a partir do
final do século XV.
Esta imagem integra o manuscrito de uma das mais notáveis obras da cultura medieval. A alternativa que
melhor caracteriza o documento é:
a) Fábula que enuncia o ideal eclesiástico, mescla a aventura cavalheiresca, o amor romântico e as
aspirações religiosas que simbolizaram o espírito das cruzadas.
b) Poema inacabado que narra a viagem de formação de um cavaleiro e a busca do cálice sagrado; sua
composição mistura elementos pagãos e cristãos.
c) Cordel muito popular, elaborado com base nos épicos celtas e lendas bretãs, divulgado para a conversão
de fiéis durante a expansão do Cristianismo pelo Oriente.
d) Peça teatral que serviu para fortalecer o espírito nacionalista da Inglaterra, unindo a figura de um
governante invencível a um símbolo cristão.
e) Romance que condensa vários textos, empregado pela Igreja para encorajar a aristocracia a assumir
uma função idealizada na luta contra os inimigos de Deus.
GABARITO:
1) Gab: E
O texto trata das relações de suserania e vassalagem, nas quais um nobre se subordinava a outro
hierarquicamente superior, ou ao próprio rei. Eventualmente poderia ocorrer a subenfeudação, isto é, a
relação de apoio recíproco entre um senhor e outro que lhe fosse inferior. Os critérios para o
estabelecimento da relação feudo-vassálica baseavam-se não só na hierarquia dos títulos de nobreza, mas
também no poder representado pela posse de terras e pelo número de vassalos que prestassem
homenagem ao titular do feudo.
2) Gab: B
3) Gab: A
4) Gab: C
5) Gab: B
6) Gab: D
7) Gab: A
8) Gab: B
9) Gab: C
10) Gab: C
11) Gab: E
12) Gab: E
13) Gab: D
14) Gab: A
15) Gab: D
16) Gab: D
17) Gab: D
18) Gab: D
19) Gab: B
20) Gab: B
21) Gab: E
22) Gab: E
23) Gab: A
24) Gab: A
25) Gab: C
26) Gab: C
27) Gab: D
28) Gab: C
29) Gab: B
30) Gab: A
31) Gab: B
32) Gab: D
33) Gab: C
34) Gab: C
35) Gab: B
36) Gab: E
37) Gab: C
38) Gab: A
39) Gab:
Trabalho livre e especializado, realizado por operários ligados à construção naval – atividade relacionada com
o papel de Veneza, na condição de cidade mercantil do Mediterrâneo, no contexto do Renascimento
Comercial e Urbano da Baixa Idade Média.
A partir do final do século XV (tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, e chegada de Vasco da
Gama às Índias, em 1498), começou a crise econômica das cidades italianas: primeiro, devido à interrupção
do comércio com a Ásia realizado por Constantinopla; segundo, pelo descobrimento português de um
caminho marítimo para as Índias, que quebrou o monopólio italiano sobre o comércio de produtos orientais,
o qual ainda era realizado através de Alexandria.
40) Gab: B
Adicione aqui seu nome.
Adicione aqui suas questões.