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Noção Central de Direito

Sistema de normas de conduta social,


assistido de proteção coativa

03/10/2020 Antónia Pereira - IDOJUE 1


Time to work
• A autoridade social direito manifesta-se desde
logo na célula mais pequena da vida em
sociedade.

– Qual é essa célula?

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• Aquela autoridade encontra-se presente
desde logo na célula mais pequena da vida em
sociedade: a família. Aí, os filhos menores (e
nalguns casos adultos) têm o dever de
obediência e de respeito dos pais e estes têm
o direito (poder-dever) de os educar e
orientar.
• Portanto, os pais constituem a autoridade na
sociedade familiar, estabelecem regras,
tomam decisões e aplicam sanções.

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Time to work
Acima da família, que comunidades/autoridade
social encontramos em que o direito se
manifesta?

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Time to work
• A um nível superior, nas comunidades locais como os
municípios, ou nas freguesias, os órgãos (Presidente,
orgãos colegiais etc) aprovam regras (ex: posturas de
transito, regulamentos de mercados), tomam decisões
(atribuem licenças de construção, de loteamento, de
demolição, etc) e aplicam sanções (multas, coimas,
encerramento de estabelecimento, demissão etc).
• Assim, o exercício do poder diretivo pela autoridade
social na comunidade humana, traduz-se em: fazer
regras, tomar decisões e aplicar sanções.

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Time to work
E a um nível superior, que autoridade social
encontramos?

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Time to work
• Acima daquelas comunidades, encontramos o
Estado, em que as 3 funções são
desempenhadas pelos 3 clássicos poderes de
que falava Montesquieu no sec XVIII: Poder
Legislativo, Poder Executivo e Poder Judicial.

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Time to work
E acima do Estado?

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Time to work
• Acima do Estado, comunidades supra-estaduais
carecem igualmente de um poder diretivo que se
traduz na elaboração de regras, na tomada de
decisões e na sua imposição, como sejam:
– Comunidade Internacional/ União Europeia/OCDE, etc
– Igreja Católica Universal, Federações Desportivas
Mundiais, Empresas Multinacionais etc

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• A existência do Direito decorre de 2 ordens de
factores:
a) O Homem é um animal social - ubi
homo, ibi societas (São Tomás de Aquino)
b) Onde há sociedade, haverá Direito - ubi
societas, ibi jus

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O Homem é um animal social
É da natureza do Homem viver não isolado mas
dentro de um grupo organizado que
designamos por sociedade

Questões que se suscitam para debate:


1. A sociabilidade do Homem é uma tendência natural e originária ou
implantada pela sua evolução?
2. Qual o primeiro tipo de sociedade historicamente aparecido? Família ou
horda (promiscuidade)?

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Sobre a questão 1, normalmente entende-se que
a sociabilidade do Homem é uma tendência
natural e originária.

Autores que não partilham desse entendimento:


Rousseau e Horbes, para quem o estado de
natureza do Homem é o de isolado e o estado
social é uma distorção da sua natureza

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Para Jean Jacques Rousseau (1712-1778), de que
se destaca a obra Contrato Social, no seu estado
de natureza o Homem é bom (teoria do bom
selvagem), a sociedade é que o corrompe.

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Para Thomas Hobbes (1588-1679), em estado de
natureza o Homem é mau e é a sociedade que
melhora/remedeia esta maldade natural
____
A ideia de estádio associal do Homem é apenas
uma premissa lógica: pretende-se dar à
sociedade uma base convencional (contrato
social) e não natural. Dessa teoria do estádio
associal não advém outra relevância atual
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Ubi societas, ibi jus
A convivência em sociedade traduz-se na
entreajuda, na solidariedade, na divisão do
trabalho
Logo
Tudo isso só é possível se existirem padrões de
conduta, regras que harmonizem as várias
atividades
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Portanto, o Direito é necessário para:
- conciliar os vários interesses e atuações dos indivíduos
e
- para resolver conflitos

Mas, não basta a existência de normas

É também necessário que se assegure a eficácia dessas normas


– que as normas sejam respeitadas independentemente da
vontade dos seus destinatários ou que, pelo menos, a
inobservância das normas seja reparada
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• Exemplos do slide 8 (norma+ eficácia)
1. Empréstimo – norma que obriga a devolver o que
se pediu emprestado.
• Não basta a norma, é necessário que o direito
assegure que quem emprestou vai receber. Isso é
garantido por outras normas que permitem pagar o
empréstimo à custa do património do devedor,
mesmo sem o seu consentimento (tribunais, forças
policiais, agentes de execução etc)

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• O Direito é a forma de realizar a Paz, o Bem
Comum e a Justiça.

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Origem e necessidade do surgimento do Direito
• O Direito surge pela imperativa necessidade de resolução de
conflitos.
• Cria-se um poder directivo destinado a:
- Estabelecer regras de conduta para todos os membros do grupo
– Poder Normativo;
- Tomar decisões concretas em relação a cada problema do dia-a-
dia – Poder Decisório ou Executivo;
- Impor, com autoridade, as regras de conduta e as decisões
concretas aos respectivos destinatários e, caso as não
cumpram, aplicar-lhes as correspondentes sanções – Poder
Sancionatório Antónia Pereira
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Actualmente, como é que o Homem se
organiza?
• Sociedade – multiplicidade de papéis,
multiplicidade de indivíduos.
• O que implica – existência de regras de forma
a que o complexo emaranhado de relações
entre os seres humanos seja imperativamente
disciplinado.
• A não existência de regras levaria ao caos, à
anarquia
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• Deste modo, compete à autoridade social conciliar,
harmonizar os interesses de cada um, fixando a
esfera das faculdades, responsabilidades, deveres e
ónus individuais, mediante a criação de regras ou
normas de conduta, isto é, mediante a criação de
uma ordem normativa.

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• Vários tipos de regras:

• Moral – distribuição de lucros;


• Cortesia – deixar passar uma senhora à frente;
• Religiosas – estado laico em oposição aos estados islâmicos-
Afeganistão;
• Jurídicas

• Teoria do mínimo ético= tudo o que é jurídico é moral, nem tudo o


que é moral é jurídico.

• Direito = é um regulador de existência humana em sociedade.

• É um sistema de normas jurídicas assistidas de coercibilidade.


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• Ordem Religiosa
• Nas civilizações mais antigas, as religiões e o direito estavam
confundidas. O exercício do poder político misturava-se com o
poder religioso.
• No nosso contexto histórico, a Igreja e o Estado passaram a
estar separados mas só depois de 1910 (Estado Laico) – Art.41
CRP
• Separação da religião do direito:
• Igreja – Dimensão Divina
• Direito – Homens, criadores da Lei.

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• Ordem Religiosa

• Nunca podemos dizer que um não influencia o outro. É


possível uma influência da Igreja no Direito.
• Ex. Alguns Institutos hoje jurídicos, nasceram através da
religião – Registo civil.
• O registo civil só passa a ser um registo do Estado com a
implantação da república.
• Casamento – o Direito reconhece os casamentos religiosos

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• Ordem Religiosa

• Por vezes também acontece uma situação contrária:


• Ex. O divórcio – Colocamos uma situação na Lei que foi e é
contrária á religião que não aceita a quebra desse
sacramento.
• Conclusão: apesar de se influenciarem, hoje estão separados.

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• Ordem de trato social

• As normas de trato social são usos ou condicionalismos


sociais destinados a tornar a convivência mais agradável.
• Ex. Regras de boa educação; de cortesia; conveniências
sociais; tradições….
• Objetivo: tornar as coisas mais agradáveis de acordo com
as regras de trato social da sociedade ou até grupo em
que estamos inseridos. Não estão escritas em lado
nenhum e são diferentes de sociedade para sociedade.

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• Ordem de trato social

• Estas regras tem a ver com aquilo em que acreditamos


e que nos pode incomodar interiormente (provocar
mágoa). Genericamente, são regras que dão segurança.
• Não põem em causa a nossa liberdade ou propriedade.
• Naturalmente, estas regras de trato social, de alguma
forma influenciam o Direito
• Art.3 Código Civil (Valor jurídico dos usos)
• Art.487 nº8 (Comportamento de um bom pai de
família = bom cidadão)
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• Ordem moral

• A moral reflecte-se no exterior das pessoas mas tem a ver com o que elas pensam
no seu interior.

• As regras do Direito atendem á exteriorização dos comportamentos.


• Aqui, os universos Direito e moral influenciam-se.

• Tanto o direito como a Moral são sistemas normativos, isto é, compostos de regras
de conduta dirigidas a seres humanos e com sanções para quem as violar, mas de
carácter diferente.

• Contudo, ambos os sistemas, sendo independentes, tocam-se – ver Art.8 do


código Civil (Obrigação de julgar e dever de obediência à Lei).

• O Direito resulta da vontade colectiva de uma certa comunidade humana, visa


regular a convivência dos homens em sociedade e utiliza sanções físicas ou
materiais aplicadas com coercibilidade.
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• Ordem jurídica = Direito

• Caracteriza-se por ordenar os aspectos fundamentais da


convivência social indispensáveis à manutenção da paz social,
tendo em vista a justiça e a segurança – ver Art.9 CRP (tarefas
fundamentais do Estado).

• Resulta numa imperatividade que justifica a existência de


sanções para os casos de não cumprimento.

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• Ordem jurídica = Direito

• O Direito surge como o sistema de regras de conduta


social, obrigatório para todos os membros de uma certa
comunidade a fim de garantir no seu seio a justiça, a
segurança e os direitos humanos, sob a ameaça das
sanções estabelecidas para quem violar tais regras.

• Vamos encontrar nesta ordem, determinados aspectos


que a caracteriza e a distingue de outras ordens, ex.
Sanções
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• Ordem jurídica

• Aristóteles teorizou a ideia de que o homem era um animal social –


pertencia a grupos.

• “Unus homo, nullos homo” – Um homem sozinho, é um Homem nulo.


• O Homem é um ser por natureza social e precisa disso!

• Torna-se assim necessário a existência de uma autoridade social que


tenha um poder diretivo, destinado a:

1) Estabelecer regras de conduta;


2) Tomar decisões concretas em relação a cada problema;
3) Impor com autoridade regras de conduta e decisões concretas aos
destinatários, e se não as cumprirem, a aplicar sanções.
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• Ordem jurídica

• A tendência para viver em sociedade resulta de:

• - Necessidade vital (física e psicológica), de constituir família e


afectos;

- Necessidade de segurança em relação a outros homens, animais,


intempéries, etc.

- Necessidade económica – divisão do trabalho;

• - Necessidade política – O Homem vive em grupos, logo tem de ter


regras e alguém que tem de geri-las (governo);
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• Ordem jurídica

• Metodologicamente:

• A) Doutrina de Hobbes – um pessimista quanto ao Estado da


natureza do Homem, onde este seria um perfeito caos;

• B) Doutrina de Rousseau – um otimista para o Estado da natureza


do Homem, considerando que todos nascem livres e iguais e
pessoas de bem;

• C) Doutrina de Locke – posição intermédia. Um realista,


considerando que o comportamento do Homem terá sempre
aspetos bons e maus, mas não será entendido como conveniente,
pois a falta de uma autoridade levaria a uma anarquia, e um
excesso de autoridade à tirania.
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• Ordem jurídica

Concluindo:

• O Homem vive na companhia de outros e estabelece várias


relações, torna-se assim absolutamente necessário que o seu
comportamento seja disciplinado por normas ou regras de
organização e de conduta.

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• Ordem jurídica

Aplicando a teoria de Aristóteles (de que o homem era um animal


social – pertencia a grupos), concluiu-se a necessidade que:

Em cada um desses grupos sociais organizados, encontramos uma


ordem, regras e consequências para a sua violação.
Sintetizando:
• → Poder normativo: Regras.
Estabelece regras de conduta (regra geral).

• → Poder decisório: Quem decide


Regra concreta; Decisão concreta;

• → Poder sancionatório: Consequências.


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Consequências para a violação das regras.
• Ordem jurídica

• Não podemos dizer que existe uma noção perfeita de


Direito, porque é impossível compreender e explicar
satisfatoriamente as diversas formas deste numa única
fórmula.

• Mesmo a Ordem Jurídica não se impõe enquanto noção.


Pode ser entendida como um conjunto de normas
imperativo-atributivas que numa certa época e num
determinado país a autoridade política considera
obrigatórias.
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• Porque é então necessário o Direito?

• - Porque um grupo social para se manter coeso necessita


de ser conduzido por uma autoridade social;

• - A Autoridade Social para ser legítima, e obedecida por


todos tem de ser escolhida e designada por regras pré-
estabelecidas, tendo de evitar excessos;

• - Os membros de determinado grupo precisam de conhecer


antecipadamente que poderes e deveres têm para com a
autoridade, bem como uns com os outros, para
conhecerem os direitos e obrigações para poderem agir
licitamente.
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• Assim:
• «Se o Homem não pode viver em estado de
natureza, precisando de organizar-se em
estado de sociedade, também não pode viver
sem regras de conduta que lhe definam
claramente o lícito e o ilícito; não pode pois o
Homem viver confiante e protegido num
estado de arbítrio, tem de poder viver num
estado de direito.»
Freitas do Amaral
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• Características do Direito na perspetiva de
ordem jurídica:
1. Necessidade
2. Alteridade
3. Imperatividade
4. Coercibilidade
5. Exterioridade
6. Estatalidade
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• Características do Direito na perspetiva de ordem jurídica:

1. Necessidade
Pela natureza social do Homem;

2. Alteridade
Não se regula o homem isolado, mas enquanto convive.

3. Imperatividade
Normas imperativas, num dever-ser, que temos de obedecer
incondicionalmente sem possibilidade de escolha pelo seu
cumprimento/inobservância.
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• Características do Direito na perspetiva de ordem jurídica:

4. Coercibilidade
Suscetibilidade de aplicação pela força das sanções prescritas pelo
direito.
5. Exterioridade
As normas jurídicas disciplinam comportamentos exteriores.

6. Estatalidade
Pretensa caraterística que opõe posições dogmáticas do direito: tendo
o direito e o Estado dois aspetos distintos, mas ao mesmo tempo
inseparáveis (monismo).
ou
Que nem todo o direito é criado e aplicado por órgãos estatais
(pluralismo jurídico).
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• Conclusão:

Caracterizaremos o Direito como uma parte nuclear da ordem jurídica,


como um conjunto de normas necessárias à convivência humana que
se inspiram e fundamentam na ideia de justiça, e têm na
coercibilidade uma importante condição de eficácia.

Se na vida do Homem em sociedade a autoridade é necessária, o


Direito não o é menos.

Assim a autoridade, o poder, o Estado devem obediência às leis, iguais


para todos, onde ninguém está isento.

Aprimoraremos a noção de Direito e de Ordem jurídica ao longo da


nossa disciplina.
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• Podemos ainda distinguir o Direito em:

- Direito Objectivo;
- Direito Subjectivo;

- Direito Positivo;
- Direito Vigente;

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• Direito objectivo:

• Conjunto de regras de conduta que se impõe aos homens,


regras que são estabelecidas objectivamente para todos os
sujeitos e a que todos devem obediência.

• Corresponde assim ao conjunto sistemático de normas


jurídicas de conduta social, com protecção coactiva.

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• Direito subjectivo:

• Pretende significar as vantagens, as


faculdades, os poderes, que por aplicação das
regras de direito objectivo, são atribuídos a
pessoas determinadas, uma vez verificados
certos eventos previstos naquelas mesmas
regras.
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Direito Objectivo Direito Subjectivo

Lei Direito

Conjunto de normas, de Situação de vantagem.


regras que acompanham e Poder de cada qual agir ou
definem o nosso quotidiano. exigir um comportamento
de outrém.

- Direito de Família - Direito à Vida


- Direito das Coisas - Direito de propriedade

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Direito positivo:
• Conjunto de normas jurídicas que estão ou
estiveram em vigor.

Direito Vigente:
• Direito que está em vigor, que se aplica nesta
ou naquela época.

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OBRIGADA PELA ATENÇÃO

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