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EQUÍVOCO – quando escrevi o livro, contei com o fato de que todo regente que iria usar, já havia afinado o
grupo, inclusive, com bom domínio da afinação e colocação vocal adequada.
Porém, assisto alguns colegas, tentando dividir coro que ainda não está preparado. E, ainda pior, começando
por cânone. Ou seja, a percepção auditiva deve ser despertada, estimulada – juntamente com conceitos
musicais básicos. Primeiro, a mente deve ser dividida em tarefas.
PAULO: O que gostaria de falar, sobre as primeiras práticas com um coral infantil iniciante?
A ideia não é essa, porque o objetivo dessa live é apresentar alguns exercícios para desenvolver a metodologia
do livro. Mas, vou citar algumas práticas pedagógicas, que aplico para lidar com coral infantil, principalmente,
iniciante, as quais aprendi, frequentando 48 cursos e com a experiência de 30 anos:
1. ACOLHA: coloque em você a responsabilidade de ensinar. Ao mesmo tempo, explique que eles precisam
confiar em você;
2. Brincar, jogar, movimentar, recordar (repetir), ouvir e criar – são os verbos pilares da pedagogia para coro
infantil – verifique se estão presentes no seu planejamento;
3. Começar com música curta, com extensão pequena (sugestão: re3 a do 4). Se a extensão for menor,
priorize a tessitura mais para o agudo;
4. Escolher duas ou três peças, adequadas para a idade – ao menos uma delas deve ser bem divertida;
5. SEMPRE iniciar o ensaio com o relaxamento, de maneira criativa e com aquecimento (técnica vocal);
6. EXPLICAR de maneira singela (todo ensaio) o porquê é preciso relaxar e ter postura;
7. Respiração: deve manter exercícios aliados à emissão vocal (partes diferentes no cérebro);
8. Colocar, antes de qualquer coisa, a diferença entre a emissão de fala e a emissão de canto (voz de
cabeça/top voice). Cantar não é falar comprido;
9. Ensine a baixar a laringe (sugar espaguete), com ‘voz de nuca’ – fala e canto;
10. Inserir práticas de coordenação motora junto com consciência corporal, já aproveitando para trabalhar
a diversidade (e está tudo bem, porque ser diferente é incrível!);
11. Nunca mantenha o coro parado por muito tempo – use movimentos corporais simples (mãos, braços,
passos etc.) e percussões corporais singelas (palma, estalo, mão na perna, pé no chão etc.) – esses
podem intercalar no repertório, técnica vocal, brincadeiras etc. (ativa concentração);
12. Use o recurso da imitação com cuidado: se ensina que imitar é excelente, a criança entende que deve
imitar a tudo e a todos e isso é extremamente ruim. Exponha que para trabalhar a plasticidade vocal, é
muito bom imitar, mas apresente os cuidados em escolher o que imitar;
13. Divida o seu roteiro de ensaio, com atividades que durem poucos minutos. Na hora de cantar, um pouco
mais de tempo;
14. OBSERVE E ANOTE incansavelmente os resultados das atividades e Escolha de repertório: coerente
com a faixa etária, cultura e habilidades vocais. Provoque-os a vivenciar o que cantam;
15. Apresentação: estude o público!
16. Nunca, jamais aceite o som medíocre. A música é soberana, contagiante e mágica. Mas, com um som
ruim, a resposta é mais perto de piedade do que admiração. Insista, grave, instigue-os a ouvir etc.;
17. Jamais acredite no primeiro acerto que está tudo bem. Repita, repita, repita e repita (é confortante para
as crianças);
18. PLANEJE!!! Nem tudo dará certo, mas, com certeza, excelentes ideias surgem no planejamento!
19. Coloque as crianças (quem quiser, um por vez) para reger, fazer aquecimento, ajudar nos movimentos
etc. Na regência, comece com PC ou monossílabas;
20. Crie regras junto ao grupo – quando eles participam, acontece mais adesão às ideias;
21. Valorize experiências: traga o lar para o ensaio e incentive-os a levarem o coral para casa;
22. Baseie suas atividades naqueles que apresentam mais dificuldades;
23. CRIE: apresente sugestões, depois que a música estiver pronta e afinada! Sugestões interessantes se
encontram no livro do RUMOaoDUO, que falam sobre sensibilização (início), introdução criativa, efeito
surpresa (meio) e terminando com criatividade (não tudo na mesma peça). Atenda separadamente, se
importe);
24. Estude, leia, pesquise, assista, invista.
25. Perguntas.
Para aplicar algumas atividades, é necessário que haja intimidade com a peça:
Venda a ideia
Tema
Origem, história
Vocabulário, linguagem
Intensão didática
Objetivos com o público
Por quê? Pra que? Como? O que podemos conseguir?
https://www.editorafontenele.com.br/loja-comprar-livro/RUMO-AO-DUO-Musica/32208384/livraria
Meus sinceros agradecimentos ao amigo Paulo Paraguassú e aos regentes que muito me ensinaram, dentre
eles: Mara Campos, Dulce Primo, Agnes Schmeling, Patrícia Costa, Cadmo etc. Com antecipado perdão
àqueles que não citei, mas colaboraram para construir minha regência e conhecimentos.