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Apostila Otorrino
Apostila Otorrino
Otorrinolaringologia
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Laura Innocenti Savaris Módulo 130 – ATM 24
Sumário
Sumário ..............................................................................................................................2
AULA 01 OUVIDO E AUDIÇÃO ..........................................................................................3
AULA 02 OTITE MÉDIA AGUDA E CRÔNICA .......................................................................5
AULA 03 OTITE EXTERNA ................................................................................................9
AULA 04 PERDA AUDITIVA ............................................................................................ 11
AULA 05 PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA ......................................................................... 19
AULA 06 LABIRINTOPATIAS PERIFÉRICAS ........................................................................ 21
AULA 07 RINITES............................................................................................................ 27
AULA 08.A ANATOMIA NASOSSINUAL ............................................................................ 29
AULA 08.B FISIOLOGIA NASOSSINUAL ............................................................................ 32
AULA 09.A EPISTAXE ...................................................................................................... 34
AULA 09.B FRATURAS NASAIS ........................................................................................ 36
AULA 10.A RINOSSINUSITE AGUDA ................................................................................ 37
AULA 10.B RINOSSINUSITE CRÔNICA .............................................................................. 41
AULA 11.A CARACTERÍSTICAS NORMAIS DA GARGANTA ................................................. 46
AULA 11.B CARACTERÍSTICAS NORMAIS DA LARINGE ..................................................... 49
AULA 12 FARINGOTONSILITES ........................................................................................ 51
AULA 13/14 DISFONIAS ................................................................................................. 55
AULA 15 NEOPLASIAS DA LARINGE ................................................................................. 61
AULA 16 ESTRIDOR CRÔNICO ......................................................................................... 63
AULA 17 SÍNDROME DO RESPIRADOR ORAL ................................................................... 69
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OUVIDO EXTERNO
Composto pelo pavilhão auricular e pelo meato acústico externo (MAE) seguido pelo conduto auditivo externo (CAE).
Pavilhão auricular: esqueleto cartilaginoso, recoberto de tecido subcutâneo e pele. Tem a função de captar e localizar o som.
CAE: tem a forma de ‘S’, com 26mm de comprimento e 7mm de diâmetro. Se relaciona anteriormente com a ATM, inferiormente com a glândula
parótida, e superiormente com a base do crânio.
Seu terço lateral é cartilaginoso, composto de pele e anexos, com glândulas ceruminosas que produzem o cerume. O cerume tem a função
de proteger o ouvido, evitando a entrada de corpos estranhos, evitando a maceração da pele pela entrada de água, além de possuir uma
propriedade antibacteriana a antifúngica.
Os 2/3 mediais são compostos por tecido ósseo, tendo uma pele sem anexo e subcutâneo aderido ao osso. Tem a função de aumentar a
pressão sonora, devido à ressonância acústica, tendo um ganho auditivo de 10dB. Tem maior sensibilidade.
Membrana timpânica/tímpano: divide o ouvido externo do médio. Apresenta 3 camadas: uma camada externa (epitélio escamoso), uma média
(tecido elástico) e uma interna (epitélio cilíndrico ciliado estratificado – respiratório). Dividida ainda em pars flácidamembrana de Shapnel e pars
tensa. A parte mais deprimida se chama umbigo do tímpano/do martelo, e corresponde a extremidade do martelo.
Tem a função de transmitir o som do ar aos ossículos da orelha média (transformando energia acústica em energia mecânica) e proteger a orelha
média contra a entrada de líquidos.
Tem cinco características básicas que devem ser avaliadas: integridade (deve ser íntegra), transparência, (é semitransparentes), coloração
(âmbar/neutra), posição (é levemente côncava), e mobilidade (deve ser normal – avaliada pela Otoscopia pneumática).
OUVIDO MÉDIO
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Ossículos da audição = bigorna, martelo e estribo. O martelo tem contato direto com a membrana timpânica e o estribo entra em contato com
a cóclea através da janela oval. São os menores ossos do corpo humano e tem a função de amplificar a energia mecânica, e para isso há um
papel fundamental da platina do estribo na janela oval da cóclea.
Sistema tímpano-ossicular: corrige a perda de transmissão sonora do ar (baixa impedância) para o meio líquido da cóclea (alta impedância).
Aumentam cerca de 22-25 vezes a pressao sonora (ganho auditivo de 30dB).
Tuba auditiva/trompa de Eustáquio: canal osteocartilaginoso revestido por epitelio cilíndrico ciliado mucossecretor (epitélio respiratório).
conecta o ouvido médio a rinofaringe. Normalmente esta fechada, exceto ao deglutir ou bocejar. Essa abertura intermitente garante o
arejamento da cavidade timpânica, e iguala as pressões da orelha média e pressão atmosférica. Apresenta 1/3 ósseo e 2/3 cartilaginoso.
A tuba auditiva do adulto é mais comprida e verticalizada que a da criança. Por conta disso, essa diferença anatômica da tuba auditiva da criança
facilita os processos nasossinusais, sendo esse o motivo das crianças apresentarem mais otites.
OUVIDO INTERNO
Tem a função de transdução da energia mecânica em energia elétrica. Contém as partes vitais dos órgãos da audição (na cóclea, a onda sonora é
transformada em estímulo sonoro para o cérebro) e do equilíbrio (o ouvido interno envia estimulo dos canais semicirculares, sáculo e utrículo para
o cérebro). Recebem as terminações dos ramos coclear e vestibular do nervo vestibulococlear (VIII NC).
O ouvido interno tem duas partes principais:
Labirinto ósseo/capsula óssea/perilinfático: envolve o labirinto membranáceo, formado por um fino periósteo e contém perilinfa (líquido riqui
em sódio). É dividido em vestíbulo, canais semicirculares e cóclea óssea.
Labirinto membranáceo/endolinfático: conjunto de vesículas e ductos, contendo endolinfa em seu interior (rica em potássio). Dividido em
utrículo, sáculo, ducto e saco endolinfático, 3 ductos semicirculares e a cóclea membranácea.
Cóclea: formada pela rampa vestibular (delimita-se com a orelha media pela janela oval), rampa média/ducto coclear (delimitada na base pela
membrana basilar, e contém o órgão de Corti) e rampa timpânica (limita-se com a orelha media pela janela redonda).
Órgão de Corti/espiral: é a estrutura transdutora de energia mecânica para energia elétrica. Formado por:
Células ciliadas internas (CCI): são as principais células receptoras auditivas e codificam a mensagem. São células sensoriais
responsáveis pela percepção do som.
Células ciliadas externas (CCE): amplificador coclear (aumenta a estimulação das CCI). Não codifica a mensagem.
Obs.: a organela mecanossensível das células ciliadas é o feixe de estereocílios.
Células de sustentação: Deiters, Hensen e Claudius.
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Nervo coclear/auditivo: sua inervação aferente é composta de neurônios tipo I (95%) que inervam as CCI, e tipo II (5%) que inervam as CCE.
REVISANDO:
Orelha externa: capta o som.
Orelha media: conduz o som (conduz a energia mecânica do meio aéreo para o meio
liquido/cóclea).
Nervo coclear (VIII): conduz os estímulos da cóclea para o córtex auditivo no SNC (lobo
temporal), onde o som é percebido e analisado).
Etiologia:
Viral: vírus sincicial respiratório (VSR), influenza A e B, adenovírus, parainfluenza e rinovírus. Os vírus vão disfuncionar a TA e levar a uma
aspiração do conteúdo da rinofaringe para a OM, onde a mucosa geralmente não é colonizada, ocorrendo a infecção.
Bacteriana: S. pneumoniae (35-40%), H. influenza não-tipável (30%), M. catarrhalis (10%) e S. pyogenes (5%).
Fatores de risco: inverno (acontecem mais infecções virais, de via aérea superior), creche (muitas pessoas na mesma sala), tabagismo passivo, uso
de bico enquanto a criança está com nariz entupido, amamentação com a criança deitada (TA fica mais horizontalizada), refluxo de alimentos,
alergias, mal formações craniofaciais, além de haver tendências genéticas.
O aleitamento materno é protetivo.
Quadro clínico: otalgia (50-70%), febre (50%), irritabilidade, inapetência, vômitos, fadiga e diarreia. É uma doença infecciosa, então a criança vai
apresentar sintomas sistêmicos também.
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Diagnóstico: é realizado a partir da Otoscopia + anamnese. O achado principal é o abaulamento da membrana timpânica (67%
de sensibilidade e 97% de especificidade). Outros achados são hiperemia, opacidade ou perda da transparência,
vascularização radiada, nível hidroaéreo e otorreia mucoide (exsudato purulento).
Tratamento: Precisamos considerar que 60% tem resolução espontânea em 24 horas e 80% após 2-3 dias.
Efusão: é uma alteração que fica na membrana pós infecção. A redução é gradual, sendo que 65% tem redução em 2 semanas,
40% em 1 mês e até 25% após 3 meses.
É necessário conhecer o perfil epidemiológico da nossa região: população diferentes, bactérias predominantes diferentes.
A resolução espontânea também acontece com bactérias: 75% para M. catarrhalis, 48% para H. influenzae e 19% para S.
pneumoniae; NNT (número necessário de tratar) com antibiótico é de 7-25 crianças para uma ter benefício com antibiótico.
Os sintomas graves seriam toxemia, otalgia persistente por mais de 48 horas e temperatura acima de 39ºC.
Observação não é sinônimo de não atendimento fornecer sintomáticos (pincipalmente no SUS porque não sabemos se a família voltará –
entregamos a receita e explicamos para uso após 48/72 horas) e suporte para a família (retorno em 48/72 horas).
Antibioticoterapia: aumento de resistência bacteriana nos últimos anos.
Antibiótico de escolha:
Amoxicilina 45-90mg/kg/dia.
Se amoxilina a < 30 dias ou conjuntivite associada = amoxilina + clavulanato.
Se alergia à penicilina: cefalosporina de 2ª ou 3ª geração (cefuroxima, Ceftriaxona – hospitalar pois é IV ou IM), claritromicina.
Evitar Azitromicina (indutora de resistência), sulfas e cefaclor.
Tempo de tratamento: é bem controverso, mas paciente < 2 anos – 10 dias; 2-5 anos – 7 dias; > 6 anos – 5-7 dias (é preciso esperar 48/72 horas
de tratamento antes de considerar falha terapêutica e trocar o medicamento).
Complicações:
Extracranianas (mais comuns): abscesso retroauricular, abscesso de Bezold (abscesso cervical profundo originado de uma mastoidite aguda),
abscesso parafaríngeo, paralisia facial periférica, petrosite, labirintite, fístula labiríntica.
Intracraniana = meningite, tromboflebite de seio sigmoide, abscesso epidural, empiema subdural, abscesso encefálico, hidrocefalia otogênica.
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Três episódios de OMA em 6 meses ou quatro em 1 ano; com intervalos separados sem sintomas no período intercrise.
É fator de risco importante é primeira OMA antes dos 6 meses.
Tratamento: afastar fatores de risco; vacinação; considerar timpanotomia para tubo de ventilação; considerar adenoidectomia
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Classificadas quanto a cronologia (maior que 3 meses), a clínica (condição inflamatória associada a perfurações amplas
e persistentes de membrana timpânica e à otorreia) e a histopatologia (processo inflamatório com alterações teciduais
irreversíveis).
Classificação de origem:
Outside in ou perfuração-retração: orelhas cronicamente mal ventiladas – retração e atrofia da MT – aderência ao promontório – ruptura.
Inside out ou explosiva: pressão de pus acaba por “explodir” a MT, aspecto riniforme.
Quadro clínico: hipoacusia de graus variados (sensação de abafamento auditivo no lado acometido; dificuldade em localização do som se unilateral);
otorreia intermitente (ouvidos ficam secos após tratamento clinico; o início pode estar associado à entrada de água os ouvidos); otalgia somente no
momento da perfuração (traumática ou por ruptura por processo agudo).
Diagnóstico: é feito por otoscopia, podemos solicitar acumetria (Rinne geralmente negativo do lado acometido; Weber lateraliza para o lado
acometido), solicitar audiometria é mandatório, a imitanciometria pode verificar patência de tuba auditiva; fazer exame de imagem somente se
possibilidade de colesteatoma ou dúvida na otoscopia.
Tratamento:
Quando quadro agudo (otorreia, sinais inflamatórios em mucosa da caixa timpânica) fazer limpeza da cavidade auditiva e tratamento com gota
otológica (antibiótico tópico).
Antibióticos tópicos de escolha com/sem corticoide: aminoglicosídeos (neomicina, gentamicina), polimixina B, quinolonas (Ciprofloxacino).
Precisa tratar os cofatores (infecção de via aérea, alergias).
O tratamento cirúrgico é através da timpanoplastia, que tem como objetivo o fechamento da porta de entrada – se ter ganho audiológico é
bom – é um ganho secundário, ou da timpanomastoidectomia, que é feito em orelhas mal ventiladas ou com supuração crônica.
Otite médica crônica não colesteatomatosa (OMCNC): retração da membrana timpânica. Classificada quando a localização:
Pars tensa: leve – apenas retração; moderada – toque da membrana timpânica na articulação incudoestapediana; severo – toque da MT no
promontório ou erosão ossicular).
Pars flácida (leve – apenas retração; moderada – toque da MT no martelo; severo – presença de erosão óssea atical).
Processo fisiopatológico contínuo:
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Tratamento: expectante; evitar entrada de água em ambas orelhas; limpeza e tratamento de quadros agudos; timpanotomia para tudo de ventilação;
timpanomastoidectomia.
Otite media crônica colesteatomatosa (OMCC): colesteatoma – é o acúmulo de queratina esfoliada na orelha média ou em outras áreas
pneumatizadas do osso temporal. Pode ser congênito ou adquirido. Espectro mais agressivo da OMC. Pode ser uni ou bilateral – geralmente a orelha
contralateral é acometida em graus variados.
A patogênese pode ser por invaginação da membrana timpânica, por migração de epitélio escamoso através de perfuração preexistente, por
metaplasia em epitélio queratinizado ou por proliferação papilar de cones epiteliais nas camadas basais da MT por infecções.
Quadro clinico: encontramos otorreia persistente mesmo com tratamento clínico adequado; otorreia fétida, sanguinolenta e/ou mucopurulenta;
perda auditiva; tonturas e zumbido; fistulas perilinfáticas; paralisia facial periférica; infecções do SNC.
O diagnóstico é clínico com otoscopia, solicitar audiometria é mandatório, solicitamos tomografia computadorizada de ouvidos e mastoide para
definição da extensão da doença e programação cirúrgica, ressonância magnética com difusão ajuda a diferenciar recidivas. O tratamento é
estritamente cirúrgico, pode ser por timpanomastoidectomia com ou sem meatoplastia
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É uma osteomielite do osso temporal e da base do crânio, potencialmente letal. É uma infecção necrosante do osso temporal e das estruturas
adjacentes, sendo geralmente uma complicação de um quadro prévio de otite externa grave.
O principal fator de risco é a idade avançada. Idosos e diabéticos constituem 80% dos casos. Imunossupressão também predispõe.
Agente etiológico mais comum: Pseudomonos aeruginosa (gram -).
Quadro clínico: otalgia, otorreia não responsiva ao tratamento convencional (por 2-3 semanas), cefaleia, toxemia, febre e
paralisia facial (20% dos casos). Na otoscopia, é possível observar uma obstrução edematosa do CAE com tecido de granulação
típico na parede do canal.
Diagnóstico: é realizado através de anamnese e exame físico, além de ser possível realizar a coleta de material para estudo
bacteriológico. Pode-se realizar uma biopsia do conduto auditivo externo, afim de descartar carcinoma de células escamosas.
Quanto a avaliação radiológica podemos pedir TC de osso temporal (vamos observar a erosão dos ossos, envolvimento de tecidos
moles e parafaríngeos e acometimento da mastoide).
Ainda é possível realizar cintilografia com tecnécio-99 (detecta fases iniciais, antes da visualização por TC), já a cintilografia com gálio-67 não é útil
para o diagnóstico, mas é o método de escolha no seguimento e na avaliação da resposta terapêutica
Tratamento: hospitalização. O esquema terapêutico mais comum é cefalosporina de 3ª geração (ceftazidima ou Ceftriaxona) EV, por 4-6 semanas
(nível hospitalar) seguido de Ciprofloxacino por VO por mais 6 semanas. Debridamento cirúrgico localizado (áreas de sequestro ósseo ou abscessos).
Por conta do alto índice de recorrência, devem ser acompanhados frequentemente no consultório
É uma pústula dolorosa, bem-circunscrita e eritematosa localizada ao redor da bainha pilosa da porção externa do CAE.
Resulta de uma obstrução da unidade pilossebácea com consequente infecção do folículo piloso.
Agente etiológico: S. aureus
Quadro clínico: dor bem localizada e intensificada a compressão dos tragos, prurido, sinais de infecção (edema, eritema).
Tratamento: limpeza da área afetada com solução fisiológica morna seguida de secagem completa do meato; compressa quente local. Em casos
leves podemos aplicar mupirocina tópica + analgésicos. Na presença de ponto de flutuação podemos fazer drenagem do conteúdo através de uma
incisão. Em casos selecionados (presença de coleção purulenta, celulite) usamos antibiótico via oral (cefalexina/amoxicilina + clavulanato).
CELULITE E ERISIPELA
Celulite: infecção da pele e do tecido subcutâneo, geralmente causada por estreptococo ou estafilococo.
Erisipela: celulite do pavilhão auricular e dos tecidos periauriculares causada por estreptococo β-hemolítico e com borda de
inflamação bem definida.
Quadro clínico: edema, dor, eritema, febre, calafrios, mal-estar.
Tratamento: amoxicilina + clavulanato.
PERICONDRITE E CONDRITE AURICULAR
Processos inflamatórios do pericôndrio e da cartilagem da orelha externa, ocasionados pela extensão de processos infecciosos ou
por traumatismos (piercing, trauma acidental ou cirúrgico).
Agente etiológico: Pseudomonas aeruginosa.
Quadro clínico: dor intensa, edema e eritema de parte ou de todo o pavilhão, com exceção do lóbulo.
Tratamento: antibiótico oral + drenagem de abscessos quando houverem.
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MIRINGITE BOLHOSA
DERMATITE DE CONTATO
É uma reação cutânea localizada que ocorre em resposta a qualquer agente com a pele; pode ser alérgica (ocorre em pacientes suscetíveis a
determinadas substâncias – sensibilização a algum alérgeno) ou irritativa (ocorre pela ação de um agente irritante na pele; ocorre em qualquer
pessoa desde que aplicada em uma concentração suficiente e por um período prolongado).
Quadro clínico: prurido, erupção eritematosa, edema.
Diagnóstico: baseados nos achados clínicos, associado a uma história de contato físico com alguma substância.
Tratamento: incialmente identificação e eliminação do agente nocivo. Podemos usar um corticoide tópico, corticoide sistêmico nos casos mais graves
e antibióticos (se infecção secundária provocada por coçadura).
DERMATITE SEBORREICA
Infecção inflamatória crônica que ocorre em áreas com maior número de glândulas sebáceas (concha, CAE e no sulco retroauricular).
Quadro clínico: pápulas descamativas, prurido bem característico.
Tratamento: corticoide tópico (hidrocortisona).
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Avaliação da perda auditiva (PA): o padrão ouro para a avaliação é a audiometria tonal, e a partir dela podemos classificar a PA quanto ao/a:
Tipo: audição normal, PA condutiva, PA neurossensorial e PA mista.
Quanto mais pra baixo mais intenso é o som; e quanto mais para a direita mais agudo é o som. A via aérea é a linha e a via óssea e o símbolo.
A perda é quando está abaixo dos 25dB.
GAP: espaço entre a via aérea e a via óssea.
Configuração: ascendente (perda em graves), horizontal/plana, descendente (perda nos agudos), em U, em U invertido ou com entralhe.
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Perda ascendente
Perda descendente
Perda horizontal/plana
Perda em U
Perda em U invertido
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PRESBIACUSIA
É a diminuição da acuidade e capacidade auditiva, ou seja, a perda, da sensibilidade para ouvir e entender os sons que se consegue ouvir, decorrente
do envelhecimento, num processo multifatorial que pode evoluir nos mais variados graus.
Epidemiologia: causa mais comum de surdez progressiva. Está entre as 3/4 doenças crônicas mais prevalentes em >64 anos. Aumenta a prevalência
com a idade, estando presente em 40-66% dos indivíduos com >75 anos, e a partir dos 75 anos a prevalência dobra a cada década de vida.
É muito subdiagnosticada, desvalorizada e negada. Piora a qualidade de vida. Causa isolamento social, transtorno cognitivo leve e demência.
Etiopatogenia: há a estrial/metabólica, sensorial, condutiva coclear/mecânica e neural. Geralmente, indicam estresse oxidativo, tendo uma liberação
excessiva pré-sináptica (glutamato, fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 - IGF-1, fator de crescimento nervoso derivado de plaquetas -
PDGF, fator de crescimento transformador-1, fator ácido de crescimento de fibroblastos e fator neurotrófico derivado do cérebro – BDNF), liberando
essas substancias na fenda sináptica, causando danos as células ciliadas internas e externas, causando PA. Pode ocorrer por disfunção mitocondrial
que leva a apoptose das células (por desequilíbrio do cálcio e radicais livres de oxigênio), tendo que desconfiar nos pacientes com presbiacusia
precoce e perda neuronal no núcleo coclear dorsal e no ventral. A doença microvascular pode ser causa subjacente para a atrofia da estria vascular.
Fatores de risco: envelhecimento coclear, causas ambientais (exposição a ruídos e a agentes químicos), drogas ototóxicas, predisposição genética,
raça (brancos são mais susceptíveis), hábitos (dieta pobre em Zn, folato e vitamina C), sedentarismo, tabagismo e alcoolismo), além de comorbidades
(DM2, dislipidemia, aterosclerose, doenças cardiovasculares, distúrbios hormonais – estrógeno é protetor, obesidade e distúrbio cognitivo).
Diagnóstico:
Anamnese: escuta ou não entende? Dificuldade em ambientes ruidosos, intolerância a sons altos e TV, zumbido, dificuldade em voz feminino e
de crianças (agudas), pedir para repetir e identificar os fatores de risco e proteção.
Exame físico: normal ou com alterações compatíveis com o envelhecimento.
Exames complementares:
Audiometria tonal: geralmente será uma perda auditiva neurossensorial e simétrica, principalmente uma perda dos sons agudos.
Audiometria vocal: LRF normal ou alterado se frequência grave afetada, IPRF (92-100% anormal, 60-88% coclear e <60% retrococlear).
Imitanciometria: curva A (é normal). Vê a complacência do tímpano.
Exame de imagem: somente se outro diagnóstico é suspeito.
Tratamento: controle dos fatores de risco. Explicar e orientar sobre a perda de audição e suas limitações impostas. Resolver estigmas. Realizar a
reabilitação auditiva (multiprofissional) com aparelhos auditivos de amplificação sonora individual (AASI), terapia fonoaudióloga, aconselhamento
ao paciente e familiares, esclarecer expectativas e acompanhamento otorrinolaringológico.
OTOSCLEROSE (OTC)
Todas as outras doenças dessa aula causam perdas neurossensoriais, a OTC causa uma perda primeiramente condutiva.
É uma doença intimamente relacionada ao osso e ao seu metabolismo, com evidentes alterações resultantes da reabsorção e remodelação óssea.
É um processo patológico primário (osteodistrofia localizada) da capsula ótica, raramente acometendo os ossículos auditivos.
Otosclerose significa “condição da orelha dura”, pois causa anquilose da platina do estribo ou da cápsula ótica.
Otoespongiose se refere a fase ativa da doença.
Epidemiologia: atinge principalmente caucasianos (10% da população) e vem aparecendo em outras raças por conta da miscigenação. Tem início
entre os 15-35 anos, com ápice na 3ª década de vida, sendo mais raro iniciar <10 anos e >50 anos ocorre mais em mulheres (2:1). É unilateral em 10-
30% dos casos. Associada com osteogenesis imperfecta (perda auditiva + fraturas ósseas espontâneas e esclera azul).
80-90% das lesões são limitadas à janela oval anterior; 8% tem acometimento da cóclea e/ou labirinto e 2% de labirinto e cadeia ossicular.
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Fisiopatologia: o osso normal sofre uma substituição desorganizada pleomórfica por osso espongiótico (estágios iniciais ou ativos) ou esclerótico
(estágio final). Estágios diferentes podem ocorrer em localizações diferentes, sendo o local mais acometido a fissura antefenestra e se expande por
canais vasculares. Pode ainda ocasionas calcificação do ligamento anular ou do estapédio e nisso causar a fixação da platina. Lesões pequenas
(<2mm) geralmente são inativas e otoscleróticas; enquanto lesões grandes (2-4 ou >4mm) são ativas e otospongióticas.
Etiogenia: é incerta. As teorias mais aceitas são:
Sarampo: partículas e antígenos virais em tecidos otoscleróticos. Alterações dos níveis séricos de Ig anti-sarampo. Expressão de proteínas virais
CD46 em platinas otoscleróticas. Houve uma diminuição da forma esporádica não familiar a partir da vacinação.
Genética: tem caráter autossômico dominantes de penetração variável (25-40%), sendo heterogêneo (7 diferentes loci já foram descritos).
Essas duas teorias, quando somados, funcionam da seguinte forma: um vírus desencadearia uma autoimunidade ao colágeno que por sua vez
ativaria genes e iniciaria a expressão clínica de OTC.
Algumas outras hipóteses são: hereditária e/ou endocrinológica, vascular, mecânica-traumática, metabólica-mineral, embriônica-
constitucional, metabólica-bioquímica, autoimune e secundaria a infecção viral.
Fases da OTC:
Histológica: foco limitado à capsula ótica, sem sintomatologia.
Clínica: quando ocorre a fixação da platina do estribo ocorre a PA condutiva, e quando tem acometimento endósteo coclear (raro) há PA mista.
Coclear: quando acomete apenas o endósteo, sem fixar o estribo, causando uma PA neurossensorial pura.
Muito avançada: nesse caso, há um envolvimento extenso da cápsula ótica, causando PANS profunda. Os limiares auditivos ficam >=85dB na
via aérea e sem resposta aos estímulos por via óssea.
Aspectos clínicos e diagnóstico: depende da extensão, localização e atividade
Anamnese: pesquisar histórico familiar, idade de início dos sintomas, perda de audição progressiva, se é uni ou bilateral (70%), se há zumbido
(75%) e sintomas vestibulares (raros), doença de Méniere associada, falam com tom de voz mais baixo (por
conta da reverberação da própria voz no crânio), se há gravidez e reposição de estrógeno.
Exame físico: na maioria das vezes a otoscopia é normal (90%), sinal de Schwartze (10%), teste do diapasão
indicando perda condutiva e Bonnier positivo.
Sinal de Schwartze: mancha avermelhada visualizada através de MT devido à anastomose entre o foco
da otosclerose e os vasos do promontório).
Imitanciometria: tipo As, com ausência de reflexos estapedianos e efeito on-off.
Audiometria vocal: discriminação vocal preservada (se sem acometimento coclear).
Audiometria tona: perda condutiva inicialmente, em baixas frequências. Se cóclea preservada a perda
máxima é de 50-65dB em todas as frequências. Pode haver perda mista ou neurossensorial. Efeito de
Carhart (elevação dos limites ósseos em 5dB em 500Hz, 10dB em 100Hz, 15dB em 2000Hz e 5dB em 4000Hz).
Exames de imagem: não são necessários no diagnóstico, mas avaliam prognostico e auxiliam o tratamento e acompanhamento da doença.
Tomografia computadorizada: 1ª escolha. Indicação: OTC com PA neurossensorial ou em pré-operatório. Indica alteração de
desmineralização e/ou volume ósseo. Capsula ótica é o osso mais denso do corpo humano e a OTC causa diminuição em sua densidade ou
espessamento dos contornos. Estadia a OTC conforme a localização anatômica ou ao sinal de duplo anel de radiolucência.
Ressonância magnética: método mais sensível para a avaliação da redução da atividade otospongióticas e sucesso da terapia
medicamentosa do que a avaliação clínica e o exame audiométrico. Se suspeita de outras malformações de orelha interna.
Tratamento: tem objetivo de melhorar ou manter os limiares auditivos e controle dos sintomas associados.
Não cirúrgico: é feita a prevenção a partir da vacinação para o sarampo. Tratamento não expectante para perdas leve ou unilaterais. E
reabilitação com AASI (aparelho sonoro auditivo individual).
Medicamentoso: no caso de pior rápida dos sintomas, no pré ou pós operatório. Não melhora a audição, mas impede a progressão da PA.
Bisfonatos (alendronato 70mg/semana por 12 semanas).
Cirúrgico: indicada em perdas condutivas e mistas com boa reserva coclear (limares ósseos até 30dB). Estapedectomia (tira a platina e substitui
por uma prótese) ou estapedotomia (retira a platina do estribo e substitui por uma prótese – não retira o estribo). Na cirurgia ‘confirmado a
fixação, realiza-se a abertura/descompressão e alargamento do espaço perilinfático, a liberação de fixações estruturais e reestabelecimento da
transmissão sonora com o uso de próteses.
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A surdez profissional se define como uma alteração coclear irreversível, consecutiva à exposição prolongada a níveis sonoros elevados, resultante
do exercício da profissão. Esta definição exclui o trauma sonoro agudo por explosão ou disbarismo que entra no quadro de acidentes de trabalho.
Características: surdez bilateral, neurossensorial e simétrica. Tem aparecimento insidioso (depende do nível sonoro – >=85dB – e tempo de
exposição). Meses ou anos de evolução (15 anos ou mais). Começa com frequências agudas (3-6kHz), alarga-se e aprofunda-se. Há zumbido (33%)
com considerável piora auditiva. É irreversível. Alterações da compreensão da fala em ambientes ruidosos, hiperacusia e diploacusia. Corresponde
a 16% das perdas auditivas em adultos, com susceptibilidade genética e é mais comum em brancos do que em negros.
Estados evolutivos:
Estado I/surdez latente: nenhum sinal funcional auditivo, com zumbido intermitente e entalhe em 4kHz de 30-40dB, e as demais funções são
preservadas.
Estado II/surdez iniciante: os sinais são intensificados, com zumbidos mais frequentes, queixa de hipoacusia e aprofunda em 4kHz e estende-se
para 2kHz (30dB).
Estado III/surdez confirmada: os zumbidos são frequentes e mascarantes, com dificuldade de inteligibilidade e isolamento social. Estende-se
para 1kHz e 8kHz, passa de 30dB.
Estado IV/surdez grave: PA em todas as frequências, com percepção de fala difícil e maior isolamento social.
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Manejo: realização de normas de medidas preventivas. As empresas são obrigadas a realizar exames audiométricos periódicos e demissionais, além
de terem que desenvolver PCA (programa de conservação auditiva). O uso de protetores auditivos modera a perda auditiva. O controle de fatores
de risco extraprofissionais, como armas de fogo, festas e consertos (2h de intensidade em 103dB, chegando a 149dB perto das caixas de som), fomes
de ouvido (no máximo 2h de 90dB) e tabagismo.
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Quadro clínico: plenitude aural, instalação da surdez súbita em algumas horas ou dias, início súbito sem fator causal ou progressivo em72h. a PA
pode ser estável, progressiva ou flutuante. Há zumbido (70-85%), sensação de distorção auditiva e sintomas vestibulares (40%). Pode ser classificada
quanto à forma da audiometria em frequências.
Bom prognóstico: jovem, sexo masculino, perda maior em graves, perda menor que 50dB, tratamento precoce, detecção da onda V no PEATE
na primeira semana de evolução e VEMP normal.
Mau prognóstico: perda descendente ou plana, má discriminação vocal, perdas severas, profundas ou anacusia, demora na recuperação dos
limiares tonais, PEA e vestibulares, extremos de idade, crise vertiginosa, zumbido intenso e distorção auditiva associados.
Outros tratamentos: corticoide intratimpânico. Antivirais (aciclovir 1-2g por dia, divididos em cinco doses; fanciclovir 3g/dia divididas em duas doses;
e valaciclovir 1,5g/dia dividida em três tomadas). Drogas hemorreológicas como pentoxifilina, o piracetam, a Ginkgo biloba (Egb 761) e o ácido
acetilsalicílico. Carbogênio (mistura de 95% de oxigênio e 5% de dióxido de carbono).
Exame físico: geralmente é normal. Rinne positivo e Weber lateraliza para o lado contrário da queixa.
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Imitanciometria
Tipo A: é considerado normal. Ao se modificar em positiva e negativa a pressão no conduto, encontramos um pico de complacência igual que se
encontra a nível de zero. A curva deve ter os pontos de complacência mínima em + e - 200 mm H2O.
Tipo As ou Ar: variante do tipo A. Apresenta complacência diminuída (abaixo de 20% de mobilidade), significando rigidez da cadeia ossicular. É
sugestiva de otosclerose.
Tipo Ad: Variante do tipo A. Não se obtém um pico de complacência apesar de haver aumento da mobilidade simétrica durante a realização do exame,
tanto com pressões positivas corno negativas. É sugestiva de desarticulação da cadeia ossicular ou presença de áreas de neotímpano mais flácidas.
Tipo B: não há ponto de máxima complacência e não há simetria ao se testar as pressões positivas e negativas. É observada em pacientes com o
sistema muito rígido, como presença de liquido ou massa na caixa.
Tipo C: O pico de complacência se dá em pressões negativas (menores que 100mm H2O), demonstrando a existência de pressões negativas na orelha
média. É sugestiva de disfunção tubária.
AVALIAÇÃO INICIAL
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Queixas auditivas: hipoacusia, zumbido e plenitude aural. Nesses casos realizamos audiometria e impedanciometria, além de pontuar o grau de
paralisia facial através da escala de House-Brackmann:
I- mobilidade normal.
II-V: paralisia incompleta, sendo:
II e III: fechamento ocular completo.
IV e V: fechamento ocular incompleto.
VI: paralisia completa.
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO
As principais causas são:
Idiopáticas (de Bell): mais comum. Metabólicas
Traumáticas: trauma cirúrgico, fraturas, acidentes, trauma intraparto. Congênitas
Infecciosas: otite média, síndrome de Ramsay Hunt. Vasculares
Tumorais: tumor de parótida, globus jugular, colesteatoma. Tóxicas
PARALISIA DE BELL
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Eletroneurografia (EnoG): exame mais preciso e objetivo. Registra o potencial muscular de resposta através de eletrodos posicionados na face.
Serve para dar um prognóstico no estágio inicial da paralisia de Bell. Realizar somente a partir do 3º dia de paralisia. A redução do potencial
muscular =>90% indica mau prognóstico, e nesse paciente indicamos descompressão cirúrgica do nervo facial.
Eletromiografia: registro de potenciais musculares em repouso e aos movimentos voluntários por eletrodos posicionados na musculatura facial.
Realizar somente após o 21º dia de paralisia facial completa. Se mostrar degeneração neural é mau prognóstico, avaliada através da captação
de potenciais de fibrilação miogênica no repouso.
Tratamento medicamentoso: usa-se corticoide oral para reduzir o processo inflamatório e, consequentemente, a compressão do nervo facial. Isso
associado a um antiviral por conta da possível etiologia, para evitar a replicação viral.
Prednisona ou predinisolona, 60mg/dia, por 5 dias, com redução gradual até o 10º dia +
Aciclovir ou valaciclovir, 400mg, 5x/dia, por 10 dias.
Cuidados oculares: proteger o olho para evitar a ceratite de exposição (inflamação da córnea) e até úlceras, ou porque o olho não fecha, ou até
mesmo pela diminuição da produção de lagrima. Usa-se durante o dia um colírio lubrificante, e a noite uma pomada oftálmica com curativo oftálmico.
Quando suspeitar de uma causa não Bell: sinais visíveis de tumor (parótida), paralisia facial bilateral simultânea, envolvimento de múltiplos pares
cranianos, história e achados de trauma, infecção na orelha, sinais de leso do SNC, paralisia notada ao nascimento e tríade da mononucleose presente
(faringite, febre e linfadenopatia).
-Vestibulopatia periférica mais comum em adultos e idosos. Causa mais comum de vertigem.
-Mais frequente entre 40-60 anos. Pode acometer qualquer idade, inclusive crianças, mas bem mais rara.
-Mais comum em mulheres, incidência aumentada em pacientes com enxaqueca e doença de Meniére.
-Vertigem com duração de segundos, desencadeadas por mudanças de posição da cabeça (principalmente, hiperextensão e lateralização cervical).
-As crises podem durar dias ou semanas, e raramente meses a anos.
-A VPPB de canal semicircular posterior é a mais comum (90%), mas pode ter de canal lateral e anterior (mais rara).
Etiopatogenia: presença anômala de partículas de otólitos da mácula utricular nos canais semicirculares (CSC).
Canalolitíase/ductolitíase: os fragmentos de otólitos desprendem-se da macula do utrículo, e flutuam dentro de um canal semicircular. A massa
de otólitos funciona como pistão e desloca a cúpula ampular, causando inibição e excitação da cúpula quando não há movimento, e essa
informação desigual que causa os sintomas.
Cupulolitíase: os fragmentos de otólitos permanecem aderidos à cúpula da ampola do CSC envolvido, as quais tornam-se mais pesadas que a
endolinfa e com isso sofrem atuação da gravidade. Isso leva a deflexão da cúpula e interpretação de rotação. Pode ser ocasionada também,
pela alteração da densidade da cúpula tornando-a mais leve.
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Canoalolitíase do CSP:
Ataques recorrentes de vertigem posicional ou tontura posicional provocada ao deitar-se ou virar-se na posição supina.
Duração dos ataques < 1min (se >1min cupulolitiase).
Nistagmo posicional com latência de poucos segundos pela manobra de DixHallpike ou manobra de deitar de lado. Há uma combinação de nistagmo
torsional com os olhos batendo em direção a orelha inferior (horizonto-torsional) (se componente vertical é VPPB CSA).
Não atribuível a outro transtorno.
Tratamento:
VPPB CSP: Manobra de Epley Iniciada com o paciente sentado. Sua cabeça fica em 45° na direção do lado acometido, com 30° de extensão
cervical para fora da maca, e permanece assim até o desaparecimento do nistagmo e da tontura. Em seguida gira-se a cabeça lentamente 90º
para o lado oposto. Rotaciona-se o corpo para a posição de decúbito lateral, seguido pela movimentação de 90° da cabeça até que o nariz
aponte para o chão em um ângulo de 45°. Essa posição é mantida de 30-60 segundos, e o paciente é orientado a encostar o queixo no peito e
sentar-se lentamente. Usa gravidade para colocar os otólitos no lugar, e o movimento devagar.
VPPB CSP: Manobra de Semont É realizada inicialmente com o paciente sentado com as pernas pendentes e deitado em decúbito lateral
sobre o lado afetado, com a cabeça formando um ângulo de 45° em relação a maca. Observa-se a ocorrência de nistagmo e/ou vertigem e a
posição é mantida de 1-3min. O examinador segura a cabeça e o pescoço o do paciente, deslocando-o rapidamente em direção ao outro lado
da maca. Usa a inércia, e movimentos rápidos.
VPPB CSL canalitíase (geotrópico): Manobra de Lempert O paciente fica em dec. Dorsal-horizontal Sua cabeça é girada lentamente em direção
contraria ao lado comprometido, até que a orelha sadia toque o colchão. A cabeça é mantida nessa posição, e gira-se o corpo para dec. Lateral,
com o ombro do lado sadio em contato com a maca. O procedimento é repetido girando a cabeça na direção do chão e coloca-se o paciente
em dec. Ventral. Novamente, vira-se a cabeça e, em seguida, o corpo é posicionado em decúbito lateral na direção da orelha afetada, que está
em contato com a maca. A cabeça e, posteriormente, o corpo voltam a posição de decúbito dorsal-horizontal do início da manobra. Em seguida,
o paciente é sentado com a cabeça inclinada 30º para baixo.
VPPB CSL cupulolitíase (apogeotrópico) ou canalitíase (geotrópico): Manobra de Gufoni É realizada com o examinador de pé na frente do
paciente sentado. Em seguida, o paciente é rapidamente deitado com a orelha para baixo, mantendo a cabeça na mesma posição. No caso de
canalitíase, a orelha sadia fica para baixo. No caso de cupulolitíase, a orelha doente fica para baixo. Em seguida, a cabeça é rapidamente inclinada
para baixo em 45º e mantida nessa posição de 2-3min. Em seguida, o paciente volta a posição original.
-Observar quadro auto limitado – 14dias.
-Reabilitação vestibular pode ajudar em pacientes com sintomas a longo prazo, porém é causador de sintomas.
-Supressão labiríntica: mascara sintomas, diminui compensação central.
-Sintomáticos, como antiemético ou antivertiginoso.
DOENÇA/SÍNDROME DE MENIÉRE
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OUTRAS VESTIBULOPATIAS
Fístula perilinfática: Síndrome da vertigem recorrente. Comunicação do espaço perilinfático com orelha média. Janela redonda, oval ou ambas.
Histórico de trauma, cirurgias.
Vertigem e oscilopsia causadas por manobra de valsalva, compressão externa de conduto auditivo (sinal de Hennebert) ou por sons altos (fenômeno
de Tulio).
Geralmente, se dá pela rotura da capsula ótica: implosiva (tuba auditiva) ou explosiva (aumento de pressão intracraniana). Em crianças há relação
com malformação de Mondini.
Tratamento: conservador. Repouso mínimo de 10 diascom cabeceira elevada e tratar causas base (HIC, tosses, espirros). Se mais de 4 semanas ou
piora auditiva, realizar timpanotomia exploradora.
Cirúrgico: Timpanotomia exploradora, identificação e correção da fistula. Melhora dos sintomas vestibulares, auditivos somente em 25-50%
dos casos. Recorrencia entre 10-47%.
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Tratamento: Sintomático ou cirúrgico (oclusão do canal superior ou reconstrução de camada sobre o canal utilizando fáscia e osso cortical).
Paroxismia vestibular: Ataques breves de vertigem com segundos a minutos de duração com ou sem sintomas auditivos.
Ocorre mais em homens.
Idades precoces (pensar em anomalias vasculares vertebrobasilares).
Pico entre 40-70 anos (Aterosclerose e HAS).
Etiopatologia: Compressão do eixo neurovascular da zona de entrada do VIII par causando desmielinização local, hiperatividade axonal pela artéria
cerebelar anterior ou posterior, ectasia venosa, dolicoectasia vertebrobasilar, malformação arteriovenosa, tumores ou estruturas ósseas. Pode haver
compressão dos quinto e sétimo pares associados.
Loop vascular da AICA ou PICA, artéria ou veia cerebral.
Quadro clinico: vertigem súbita e de curta duração (segundos a minutos). Desencadeado por posições de cabeça. Há zumbido ou hipoacusia
contínuos ou durante as crises, além de déficit auditivo e/ou vestibular permanentes, resposta positiva ao tratamento com carbamazepina. Exclusão
de outras causas centrais de vertigem.
Podem ocorrer oscilopsia, instabilidade, plenitude aural, neuralgia do trigêmeo e espasmos faciais.
Após o exame físico pode ocorrer nistagmo espontâneo, semiespontâneo ou posicional, apenas durante as crises, ou então, induzido por
hiperventilação, podendo ser do tipo horizontal, vertical ou torcional.
Diagnóstico:
A) Cinco crises de vertigem com duração de segundos a minutos;
B) Ataques relacionados a gatilhos específicos (posições de cabeça);
C) Ataques acompanhados de zumbido, hipoacusia, plenitude aural, instabilidade;
D) Pelo menos um critério objetivo: Ressonância magnética (sequência CIS) demonstrando compressão neurovascular, nistagmo induzido por
hiperventilação na eletronistagmografia, hipofunção vestibular progressiva à eletronistagmografia ou resposta ao tratamento com
anticonvulsivantes;
E) Quando são excluídas outras causas para a PV provável, consideram-se as mesmascaraterísticas da vertigem, acompanhadas de, pelo menos,
três critérios entre os itens B a E.
Os achados audiométricos são variáveis, sendo o mais comum a perda neurossenssorial unilateral em curva descendente.
Pode haver alteração da visual vertical subjetivo mesmo nos períodos entre as crises.
Aproximadamente 20%-45% dos pacientes exibem sinais de hipofunção vestibular unilateral durante os testes de impulso encefálico e irrigação
calórica.
Diagnóstico diferencial: doença de Meniére atípica, migrânia basilar, fistula perilinfática, VPPB, vertigem postural fóbica, esclerose múltiplas,
epilepsia vestibular e ataques isquêmicos no território vertebrobasilar.
Tratamento: carbamazepina (200-600mg/dia), ou oxicarbamazepina (300-900mg/dia).
Lamotrigina, baclofeno, topimato ou gabapentina.
Sem resposta a supressores labirínticos.
Descompressão microvascular se sintomas refratários.
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-Pode existir perda auditiva neurossensorial bilateral e nas frequências baixas em 80%, porém não progressiva.
-Vectonistagmofrafia 20% tem hipofunção vestibular.
-Eletrococleografia pode ajudar a diferenciar de Doença de Ménière.
-Ressonância nos casos refratários ou sintomas unilaterais.
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AULA 07 RINITES
-Doença crônica mais comum no mundo, sendo que 60% são atópicas/alérgica. Além disso, 20-30% dos brasileiros tem rinite.
-Estão relacionadas a asma, tosse, conjuntivite alérgica, e respiração bucal.
Pode ser dividida em:
Alérgica: sazonal; perene.
Não alérgica: idiopática ou vasomotora; medicamentosa; gestacional.
DEFINIÇÃO: Inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada por IgE após exposição a alérgenos específicos, caracterizada pela presença de
um ou mais seguintes sintomas; obstrução nasal, rinorreia aquosa (coriza), espirros e prurido nasal.
-Os sintomas costumam ocorrer por mais de 2 dias consecutivos e durar pelo menos 1 hora.
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto ao tempo de exposição aos alérgenos: classificação antiga.
Sazonal: sintomas em determinadas épocas do ano; antígenos sazonais (pólens: aparecem na primavera).
Perene: sintomas mais duradouros; antígenos perenes (alérgenos do ambiente domiciliar: ácaros, pelos, epitélio e saliva de animais mamíferos,
baratas e certas espécies de fungos).
Ocupacional: agentes levado pelo ar no ambiente de trabalho, como solventes, poeira de madeira, e borracha.
Duração dos sintomas: classificação mais atual.
Intermitente: <4 dias por semana ou <4 semanas por ano.
Persistente: ≥4 dias por semana ou >4 semanas por ano.
Intensidade dos sintomas:
Leve: nenhum dos seguintes itens está presente: distúrbio do sono\impacto em atividades diárias (escola, trabalho, lazer ou esporte).
Moderada\grave: um ou mais itens presentes.
CARACTERÍSTICAS: histórico familiar de alergia; surge na infância/adolescência (5-20 anos); associação com asma; prevalências iguais entre os sexos.
FISIOPATOLOGIA: reação de hipersensibilidade mediada por IgE a alérgenos específicos que ocorre em indivíduos predispostos geneticamente e que
foram previamente sensibilizados.
1- Fase de sensibilização: o antígeno é captado pela célula apresentadora de antígeno, e apresentado aos linfócitos TH0, os quais em pacientes
alérgicos se diferenciam em TH2. Os LTH2 secretam interleucinas 3 e 13, fazendo com que o LB se diferencia em plasmócitos produtores de IgE.
2- Fase imediata da reação alérgica: ocorre até 30min após a exposição ao alérgeno (90%).
A IgE se liga nas paredes dos mastócitos, ativando-os, e partir disso, quando houver uma segunda exposição teremos a crise alérgica.
Nessa fase, temos a liberação de mediadores químicos, como histamina, leucotrienos e prostaglandilas.
Histamina: espirros, prurido nasal, rinorréia e obstrução.
Leucotrienos: congestão nasal.
Prostaglandinas: prurido.
Há alteração da mucosa nasal, levando a sintomatologia.
3- Fase tardia da reação alérgica: ocorre 4-12h após a exposição ao alérgeno (ocorre em 50% dos paceintes).
Ocorre o recrutamento e a ativação de eosinófilos, com a liberação de mais mediadores químicos (inflamação + sintomas).
QUADRO CLÍNICO: sintomas nasais + extra nasais. Obstrução nasal, coriza, espirros, prurido nasal, prurido ocular, otológico e faríngeo e fadiga.
EXAME FÍSICO: é realizado exame físico completo, com oroscopia, rinoscopia, otoscopia e exame da face.
• Edema de pálpebras e cianose periorbitária (olheiras), que ocorre pela obstrução nasal crônica que causa estase venosa infraorbitária, levando
ao acúmulo de bolsas infraorbitárias.
• Prega nasal horizontal (’saudação alérgica’): acima da ponta nasal, em decorrência do ato de coçar o nariz.
• Anormalidades craniofaciais (fácies adenoideanas):a respiração oral leva ao crescimento desarmônico da face, rosto alongado, boca sem
fechamento dos lábios, lábio inferior evertido, lábio superior hipodesenvolvido, narinas estreitas, hipotonia da musculatura perioral.
• Conchas nasais hiperemiadas ou pálidas, edematosas, cobertas por secreção hialina.
DIAGNÓSTICO: é essencialmente clínico anamnese (detalhar os sintomas; ambiente domiciliar e de trabalho) + exame físico
Exames complementares específicos: confirmam a suspeita clínica, identificam o alérgeno e determinam o nível da sensibilidade.
Teste cutâneo (prick test): estimulação direta do antígeno sobre a pele do paciente. Positivo = pápula ≥3mm.
Dosagem de IgE especifica no sangue: utilizar quando não for possível realizar o teste cutâneo (dermatite grave, por exemplo); dosagem de IgE
para alérgenos específicos (poeira, mofo, pólen, pele de animal-gatos, aracnídeos-ácaros).
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Sintomas: rinorreia, coriza, obstrução nasal e prurido. Mesmos sintomas da rinite alérgica.
RINITE IDIOPÁTICA VASOMOTORA: forma mais comum de rinite não alérgica.
-Desencadeantes inespecíficos (fumaça de cigarro, cheiros fortes, mudanças de temperatura, umidade), que geram hiperreatividade na mucosa nasal
Sintomas: Coriza e congestão nasal; sem prurido.
Tratamento: evitar desencadeantes e uso de corticosteroides tópicos intranasais.
-Mais em adultos do sexo feminino, 40-60 anos.
RINITE MEDICAMENTOSA: Resultado do uso prolongado de vasoconstritores nasais tópicos.
-Medicações que causam dependência e congestão nasal tem efeito rebote/taquifilaxia, além de induzirem arritmias, aumento da PA, perfurações
do septo nasal.
Sintomas: congestão rebote, mucosa hiperemiada e friável.
Tratamento:
-Suspender o descongestionante nasal.
-Utilizar corticosteroides tópicos intranasais ou orais + descongestionantes orais.
RINITE GESTACIONAL: congestão nasal nas últimas 6 semanas ou mais de gravidez (2º\3º trimestre).
-Desaparece completamente 2 semanas após o parto.
Sintomas: conjestão nasal, sem prurido, sem espirros e sem coriza.
Tratamento: lavagem nasal com solução fisiológica isotônica + budesonida (nível B FDA), na dose mais baixa possível no menor tempo necessário.
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CAVIDADE NASAL
-Pirâmide truncada com base inferior larga (assoalho), base superior estreita (teto), parede lateral (orbitária), e parede medial (septo nasal).
Teto: formado pelos ossos nasal, frontal, etmoide, e esfenoide.
Assoalho: formado pelo processo frontal da maxila e processo horizontal do palatino.
Parede lateral: muito complexa.
Concha nasal inferior: osso individual articulado com a parede lateral.
Concha nasal média: faz parte do osso etmoide.
Válvula nasal: local de maior estreitamento e resistência à passagem de ar da via aérea (50-75% de toda resistência da via aérea).
Composta pela parede do septo nasal (medial), assoalho da cavidade nasal (inferior), borda superior da cartilagem alar menor (superior) e
cabeça da concha inferior (lateral).
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Vascularização arterial: ricamente vascularizada por ramos da artéria carótida interna e por ramos da artéria carótida externa bilateralmente.
Carótida externa artéria maxilar artéria esfenopalatina artéria nasal lateral posterior e septal posterior.
Carótida interna artéria oftálmica artéria etmoidal anterior e posterior.
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Drenagem linfática:
-Metástases cervicais podem vir de um tumor nasal.
-Geralmente as partes mais anteriores drenam para região submandibular e as partes mais posteriores para as regiões mais retrofaringeas e as
regiões que acompanham o esternocleidomastoideo.
SEIOS PARANASAIS
FUNÇÕES DO NARIZ
Respiração:
Condiciona o ar que irá para ao alvéolos.
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TRANSPORTE MUCOCILIAR
-Fluxo aéreo é laminar (2-3m/s) até área de válvula nasal (até 12-18m/s), a qual o direciona de baixo para cima e de frente para trás
-Reentrâncias e saliências da parede nasal lateral transformam o fluxo aéreo em turbulento aumenta a superfície de contato do mesmo com a
mucosa nasal.
-Nariz corresponde a 50-60% da resistência total da via aérea (20% se respiração bucal exclusiva).
-Vestíbulo colapsa na respiração forçada (>30L/min).
-Válvula septal (entre septo e corneto médio) dispersa o ar.
-Músculo dilatador do nariz pode reduzir em 30% a resistência nasal.
-Após válvula nasal, resistência principal é pelo tônus dos tecidos erétei da mucosa nasal.
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Ciclo nasal:
Congestão e descongestão alternada pela mudança no tônus simpático.
Duração de 2-7h, amplitude menor em posição ortostática.
Em >80% da população e persiste na respiração bucal, oclusão nasal e anestesia tópica.
Abolido em perfurações septais e em traqueostomizados (reversível).
Idade: Resistência diminui com a idade até chegar na média aos 16 anos.
Exercício físico: Quanto mais exercício, menor a resistência (permanece até 15-30min após cessação do estímulo.
Respiração: O aumento da PCO2 diminui resistência.
Postura: Aumenta no decúbito dorsal e lateral (alteração na pressão venosa jugular e no tônus simpático).
Temperatura do ar: Ar frio aumenta a congestão nasal e secreção glandular
Hormônios: Estrógeno e tiroxina causam vasodilatação e edema dos tecidos eréteis.
-Epitélio especializado no teto da cavidade nasal na superfície medial da concha nasal superior e na porção superior do septo.
-10-20M de neurônios olfatórios.
Células de sustentação: renovação e reparação do meio iônico, limpeza.
Células basais: renovação e reparação.
Glândulas de Bowman: produção de muco, regulação iônica.
-10000 odores?
-Mais de 1 trilhão de estímulos olfatórios diferentes.
-Neurônios atravessam 15-20 forames na placa cribiforme.
-Odorante: 10-20% atinge epitélio olfatório, estimula mais de um receptor olfativo.
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
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O sangramento ocorre pois o nariz é ricamente vascularizado, sendo suprido pela artéria carótida interna e externa, com diversas anastomoses entre
os vasos, que estão sob uma mucosa sem proteção.
Vascularização:
Artéria carótida interna artéria oftálmica artéria etmoidal anterior e posterior (região anterossuperior).
Artéria carótida externa artéria maxilar ramos artéria esfenopalatina (região posteroinferior).
Artéria carótida externa artéria facial artéria labial superior.
Plexo de Kiesselbach: localizado na região anterior do septo nasal, na chamada área de Little. Predominantemente suprido pela artéria etmoidal
anterior e pela artéria esfenopalatina. A maioria das epistaxes são provenientes desse plexo (90% delas), sendo geralmente de menor gravidade,
acometendo principalmente crianças e adultos jovens e associados a alteração da mucosa nasal.
Plexo de Woodruff: localizado na região posterior da fossa nasal, junto a coana e posterior a concha média. Predominantemente suprido pela artéria
esfenopalatina. Tem maior gravidade, gerando sangramento significativo na orofaringe, ocorre mais em idosos e está associado à causas sistêmicas.
ETIOLOGIA
Fatores locais: ligados a cavidade nasal e as estruturas circunvizinhas. Trauma (digital, fraturas), inflamação, desvio septal, corpo estranho, irritantes
químicos (cocaína, vapores de metais pesados, tinta, ácidos), e tumor intranasal (nasoangiofibroma juvenil - benigno).
Fatores sistêmicos: HAS (inclusive aumento da pressão por estresse), aterosclerose (vasos ateroscleróticos são mais suscetíveis a sangramentos
durante crises hipertensivas, por exemplo, discrasias sanguíneas (hemofilia A ou B, doença de von Willebrand) e medicamentosa (antiplaquetários
– AAS, AINE, anticoagulantes – heparina e varfarina).
Doença de Osler-Weber-Randu (telangiectasias hemorrágica hereditária): doença autossômica dominante, que causa a falta de elementos nas
paredes vasculares, levando a fistulas artério-venosas e ecstasias vasculares no colón, pulmão, pele, mucosas, e estômago. A epistaxe é o
sintoma inicial em 90% dos casos.
ABORDAGEM INICIAL
Primeiro passo: manter a via aérea pérvia e controlar o estado hemodinâmico do paciente.
Anamnese: tempo de evolução, lateralidade, frequência, volume, doenças associadas e uso de medicamentos.
Exame físico: sinais vitais (FC e PA), paciente em posição confortável com flexão da cabeça. Se sangramento ativo, deve-se fazer a compressão digital
por 3-5min.
Realizar exame da cavidade nasal: sempre com o EPI correto, com fonte de luz adequada e usar especulo nasal.
Objetivo: localizar a origem do sangramento.
Anestesia tópica + vasoconstritor local (inserir algodão com vasoconstritor na fossa nasal do paciente).
Rinoscopia anterior (buscar alteração da mucosa septal e nas áreas dos plexos) + endoscopia nasal.
Trauma nasal ou suspeita de tumor realizar TC.
Exame da orofaringe: buscar algum sangramento que sugira sangramento posterior.
Geralmente, não se realiza exames laboratoriais, mas pode pedir hemograma, coagulograma e tipagem sanguínea no caso de sangramento intenso.
TRATAMENTO
Orientações gerais: repouso, gelo e compressas frias sobre o nariz, não assoar o nariz, espirrar de boca aberta, evitar banho e alimentos quentes,
evitar medicações derivadas de AAS, evitar exposição solar e realizar umidificação nasal com soluções salinas isotônicas.
Cauterização química: pode ser realizada quando o ponto sangrante foi identificado (geralmente, está na zona de Kiesselbach), utilizando nitrato de
prata ou ácido tricloroacético (ATA).
Cauterização elétrica: quando persistir o sangramento após a cauterização química, sendo que se utiliza o eletrocautério bipolar. Não é a rotina.
Tamponamento anterior: indicado na presença de sangramento difuso, sangramento não localizado ou após falha na cauterização.
Os materiais utilizados podem ser a gaze de Ryon, dedo de luva + gaze, espuma + preservativo, merocel (esponja não absorvível), gelfoam
(esponja estéril absorvível), e rapid rhino (tampão revestido de carboximetilcelulose.
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CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
A região anterior do crânio é formada pelos ossos: frontal, nasal, zigomático, maxilar e mandibular.
Região septal: formado pela cartilagem septal/quadrangular, lâmina perpendicular do etmoide, vômer e o osso palatino.
Cartilagem septal: sustenta e da forma ao dorso nasal
-O septo é apoiado lateralmente pelas colunas mediais, superior e posteriormente pela lamina perpendicular, e inferiormente pela crista maxilar.
Esqueleto/pirâmide nasal: responsável por manter a via aérea nasal, sendo uma das características mais proeminentes da face. Não se relacionam a
permeabilidade de cada nariz.
ABORDAGEM
Anamnese: qual foi o mecanismo da lesão, quando ocorreu a lesão, a aparência do nariz mudou, há rinorréia, há obstrução nasal e se foram realizadas
cirurgias previas.
Inspeção: edema, equimoses, hematomas (nasais ou periorbitários), assimetria, presença de telecanto (aumento da distância entre os olhos), desvio
da pirâmide nasal, e se há afundamentos frontais ou maxilares.
Palpação: buscar edema, mobilidade, crepitações ósseas ou dor.
Dor na ponta do nariz hematoma septal.
Dor na espinha nasal anterior fratura septal.
Osso nasal com mobilidade e crepitação sugestivo de fratura.
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Rinoscopia anterior: buscar sangramento ativo, desvio septal, hematoma septal (assimetria do septo, ou coloração azulada ou avermelhada – drenar
imediatamente para não evoluir para um abcesso septal com absorção da cartilagem septal, causando o desabamento da pirâmide nasal), lacerações
e rinorréia líquida clara.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
Inicialmente: garantir a perviedade das vias aéreas e a hemostasia (se necessário). Utilizar gelo (reduzir edema) e elevação da cabeça.
Tratamento conservador:
Indicações de observação: fraturas sem desvio de osso nasal, septo nasal ou espinha nasal anterior, ausência de deformidades estéticas
relevantes ao exame físico, e ausência de evidencia clínica de obstrução da via aérea.
Realiza-se analgesia e compressas frias.
Indica-se o uso de AINE e analgésicos e, eventualmente, descongestionantes nasais.
Tratamento cirúrgico:
Indicação: fraturas nasais com desvio e/ou instabilidade.
Período ideal: logo após o trauma (na ausência de edema) ou entre o 3º-5º dia após o trauma. Idealmente nos primeiros 14 dias.
Redução fechada: indicada para fraturas com desvio menos que a metade da largura da ponta nasal. Utiliza-se o elevado ósseo/ de Goldman,
aplicando forca no sentido oposto ao trauma. Moldagem digital para posicionamento da pirâmide nasal pode ser necessário
Redução aberta: indicada no caso de desvio de pirâmide nasal maior que a metade da ponte nasal, deslocamento do septo caudal, fratura
aberta do septo, e persistência de deformidade após redução fechada. Necessária anestesia geral.
Manter a cabeceira elevada, não assoar o nariz (reduzir a chance de sangramento), evitar AAS por 7 dias (controverso), analgesia (conforme
necessidade), e uso de antibiótico (não existe evidencia de superioridade de nenhum ATB específico).
DEFINIÇÃO
Obs.: Não existe sinusite, pois não existe inflamação da mucosa do seio da face sem inflamação da mucosa nasal. Ao contrário, existe inflamação da
mucosa nasal sem inflamação da mucosa do seio da face.
Rinossinusite: toda inflamação sintomática da mucosa nasal e dos seios paranasais. Definida pelo tempo de duração:
> 12 semanas = crônica. Pode ter períodos de agudização.
< 12 semanas = aguda.
Resfriado comum/viral aguda: geralmente é viral, com <10 dias de sintomas.
Rinossinusite aguda pós viral: sintomas persistentes, que duram > 10 dias e < 12 semanas.
Rinossinusite recorrente: quando há mais de 4 episódios por ano, sendo que cada episódio dura < 12 semanas, e não há sintomas intercrise.
EPIDEMIOLOGIA
Incidência: difícil de ser estimada, pois muitos resfriados não procuram atendimento
médico.
Adultos: 2-5 crises por ano.
Crianças em idade escolar: 7-10 episódios por ano.
Custos: há grandes custos anuais diretos de Rinossinusite aguda recorrente.
São poucos os casos que realmente precisam de ATB 0,5-2% (adultos) e 5-13%
(crianças) de todas as infecções virais de via aérea superior
se tornarão RSAB
FISIOPATOLOGIA
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Geralmente, a inflamação da mucosa nasal é causada por uma invasão de um vírus respiratório (os mais comuns são o rinovírus e influenza), que
causa uma disfunção epitelial, com perda de função ciliar e quebra da barreira protetora. Isso tudo, junto a resposta das citocinas inflamatórias,
causa uma rinossinusite viral, que pode se resolver ou levar a um edema da mucosa com obstrução dos óstios dos seios paranasais, diminuição da
ventilação, aumento da produção de muco com estase de muco dentro dos seios da face, disfunção epitelial, e defeito na defesa. Dessa forma temos
uma rinossinusite aguda pós viral, que pode ainda ser colonizada por bactérias, levando a novos sintomas de dor e rinorréia purulenta.
DIAGNÓSTICO
-Muito difícil a distinção de casos virais e bacterianos com menos de 5 dias de evolução, pela sintomatologia ser a mesma.
-O diagnóstico é clínico e deve ser considerado quando o paciente tem 2 ou mais dos seguintes sintomas, obrigatoriamente:
Bloqueio, obstrução ou congestão nasal.
Descarga nasal (gotejamento nasal anterior ou posterior) mais fidedigno de rinossinusite aguda.
Pressão ou dor facial.
Redução ou perda do olfato (tosse nas crianças).
-Geralmente, esses sintomas em 7 dias de duração, sendo que a tosse e a rinorréia podem permanecer por mais tempo.
Endoscopia nasal: pólipos, rinorréia mucopurulenta, obstrução mucosa. Quando há dúvida diagnóstica.
Tomografia de seios da face: obstrução de complexo ostiomeatal e alteração em seios paranasais. Não é utilizada.
Quando suspeitar de doença bacteriana:
Sinais e/ou sintomas de RSA persistentes com duração de ≥ 10 dias sem qualquer evidência de melhora clínica; ou
Início com sintomas graves ou sinais de febre alta (≥ 39ºC) e secreção nasal purulenta ou dor facial com duração de pelo menos 3-4 dias
consecutivos no início da doença; ou
Recaída (dupla piora) de sinais e/ou sintomas após o 5º dia.
Dupla piora: novo aparecimento de febre, cefaleia ou aumento da secreção nasal após uma infecção viral respiratória superior típica com
duração de cerca de 5-6 dias e que já havia melhorado inicialmente.
Associados a pelo menos 3 dos critérios a seguir:
Qualquer tipo de secreção com predominância unilateral ou francamente purulenta no cavum.
Dor intensa localizada/unilateral.
Febre > 38°C.
Elevação de VHS ou PCR.
-Lembrar que é muito raro rinossinusite em bebes, pois os seios da face são muito pequenos.
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EXAME FÍSICO
DIAGNÓSTICOS DIFERENCAIS
Rinite alérgica, corpo estranho (mal cheiro, secreção mucopurulenta unilateral e história de por objetos no nariz), doença dentária ou em cavidade
oral, migrânia, cefaléias em crises, vasculites autoimunes, rinoliquorreia (secreção hialina, unilateral, continua, que aumenta com esforço físico ou
Valsalva) e rinossinusite fúngica invasiva.
TRATAMENTO
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Zinco: reduz tempo de infecção se utilizado nas primeiras 24h de sintomas. Usar > 125mg/dia nas primeiras 24h.
Sem grandes evidencias ou dúvidas: corticóide tópico, vapor ou ar aquecido, vitamina C e probioticos.
Rinossinusite aguda pós-viral: evitar progressão para rinossinusite bacteriana e alívio sintomático (evitar o uso de antibiótico).
Lavagem nasal.
Descongestionantes: utilizado nos primeiros 3-5 dias. Depois desse período pode causar rinite medicamentosa.
Anti-histamínicos.
Analgésicos e AINEs.
pelargonium sidoides: protege contra penetração viral nos tecidos.
OM-85-BV (Bronchovaxom).
Corticosteroide tópico é indicado, enquanto o corticosteroide oral: não é indicado, apenas em casos extremos.
Antibioticoterapia quando rinossinusite bacteriana: Amoxicilina, Amoxicilina + clavulanato, Axetilcefuroxima e ceftriaxona, Clindamicina,
Azitromicina/claritromicina.
COMPLICAÇÕES
Incidência: 3: 1.000.000/ano.
Orbitárias (aproximadamente 60-80%) mais comum em crianças.
Intracranianas (aproximadamente 15-20%) qualquer idade, preponderância por adultos jovens ~20 anos.
Ósseas (aproximadamente 5%).
Administração precoce de antibióticos não previne complicações.
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DEFINIÇÃO
-É uma síndrome clínica, e não uma doença especifica, caracterizada por inflamação nasossinusal sintomática persistente, por mais de 12 semanas.
-Presença de dois ou mais sintomas (≥12 semanas), um dos quais deve ser bloqueio/obstrução/congestão nasal ou secreção nasal (gotejamento
nasal anterior / posterior): ± dor / pressão facial; ± redução ou perda de olfato (adultos); e ± tosse (crianças).
-Perguntas sobre sintomas alérgicos (por exemplo, espirros, rinorreia aquosa, irritação nasal e olhos lacrimejantes) devem ser incluídas.
Classificação: A manifestação depende do endótipo do paciente (características inerentes desse paciente), o tipo de resposta inflamatória (1, 2 ou
não-tipo-2), dando diferentes fenótipos (síndrome com características bem específicas).
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DEFINIÇÃO
Incidência: varia de cada local, mas é bem frequente.
Fatores ocupacionais: aumentam os riscos de RSC sem polipose (poeira, gases tóxicos).
Fatores socioeconômicos: não influenciam.
Custos: há custos indiretos (mais importante, pois atinge a população ativa, que acabam não indo trabalhar, ou não rendendo no trabalho, por
exemplo) e diretos (hospital, medicamento, cirurgias).
Fatores de risco e fatores associados:
Tabagismo e álcool
Alergia: piora sintomas clínicos, aumenta em 6x o risco de RSCcPNS (com polipose).
Alergia alimentar correlacionada com RSC refratária, sobretudo a RSCsPNS (sem polipose) (crustáceo, cereja e clara de ovo).
Asma:
Tratamento da RSC diminui necessidade de medicamento para asma.
Mulheres em torno dos 40 anos, asma geralmente mais grave quando tem PNS.
Prevalência PNS entre asmáticos 25%, população geral 5%.
Intolerância à aspirina: Prevalência de 36 a 96% de PNS (Doença respiratória exacerbada por AINH - DREA).
RSCcPNS mais frequente em homens, idosos, IMC elevado e em asmáticos.
Mulheres tem maior gravidade dos sintomas e maior impacto na qualidade de vida.
FISIOPATOLOGIA
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Bactérias como agressores externos: psedomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus (produção de biofilme, exotoxinas) e haemophilus influenzae.
Alterações no clearence mucociliar: discinesias ciliares primárias e secundárias, doença de Kartagner, síndrome de Young e fibrose cística.
DIAGNÓSTICO
Outros exames:
Laboratoriais: Eosinofilia, testes alérgicos (RAST) e IgE.
Teste cutâneos.
Bacterioscopia e cultura de secreção nasal: no caso de refratariedade.
Citologia nasal: eosinófilos (Th2) x neutrófilos (Th1).
Biópsia de pólipos: na suspeita de malignidade ou para ver que tipo de pólipo é. Predominância de células inflamatórias.
Teste de Olfato.
Teste de sensibilidade de AAS.
Teste de função mucociliar.
Teste de cloro no suor, espermograma e radiografia de tórax, além da avaliação genética.
TRATAMENTO
Em comum: irrigação salina com soro fisiológico em alto volume (melhora dos sintomas) e corticosteroides intra-nasal (CIN).
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Tratamento cirúrgico:
Não exclui o tratamento clinico posterior, mas fornece melhora nos sintomas e na qualidade de vida.
10% necessitam de reintervenção.
Indicações: quando há falha do tratamento medicamentoso administrado por, pelo menos, três meses. Quando há efeito adverso ou baixa
adesão ao tratamento clinico. No caso de queixa primária de obstrução nasal, hipersecreção e/ou alteração do olfato sem melhora nem
tratamento clinico. Se houver sintomas persistentes em vias aéreas inferiores, sem melhora com tratamento medicamentoso. No caso de
complicações da rinossinusite.
EPIDEMIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO
-Fungos tem a capacidade de produzir reação inflamatória tanto pela invasão, assim como somente
pela colonização da mucosa afetada.
-Aspergillus é o gênero mais comum.
-5-10% de todas RSC são fúngicas (30% na Índia).
-87,25% são não invasivas.
-Formas não invasivas podem progredir para invasivas, dependendo do estado imunológico do
doente:
DIAGNÓSTICO
Laboratorial: microscopia óptica para identificação do fundo. Cultura é padrão ouro, com sensibilidade que varia amplamente (30-90%).
Radiológico:
Densidade metálica na TC SF (característica da bola fúngicas).
Sinais iniciais: inflamação na mucosa.
Sinais invasivos: destruição óssea, reação inflamatória de tecidos adjacentes.
RNM é mais sensível para doença invasiva e acometimento de estruturas adjacentes.
BOLA FÚNGICA:
Emaranhado de hifas dentro de SPN (seio paranasal). 18-86 anos (mais em idosos) e em mulheres 2:1.
Ausência de invasão tecidual. Sintomas idênticos à RSC.
Reação inflamatória mínima na mucosa. Tratamento endodôntico prévio.
Geralmente somente um SPN afetado. TC com densidade metálica.
Imunocompetentes e não atópico.
Tratamento: cirúrgico (remoção da bola fúngica).
Critérios diagnósticos:
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Fisiopatologia: hifas fúngicas entram no tecido da mucosa, e entram nos vasos também, causando um angio-invasao clássica (ou outros padrões
infiltrativos). Esse fungo dentro da parede do vaso ou do lúmen vascular, causa trombose e infarto da mucosa, e subsequente necrose tecidual.
Agentes etiológicos: zigomicetos (Rhizopus, Mucor, Rhizomucor Hifas não septadas com ramificação grande angular - 90°) e Aspergillus sp. (Hifas
septadas de ramificação aguda - dicotômica, 45° - de largura uniforme).
Diagnóstico: os dois critérios mais importantes são: rinossinusite confirmada por imagem radiológica (embora isso possa ser mínimo) ou mostra
destruição do tecido, e evidencia histopatológica de formas hifais na mucosa sinusal, submucosa, vasos sanguíneos ou osso.
Sintomas nasais e febre podem estar presentes, assim como dormência em palato/face e oftalmoplegia.
Para ajudar no diagnostico pode ser feito PCR soro/sangue para aspergillus + galactomanana serica VPN 100% (se ambos -) e VPP 88% (se ambos +).
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Alterações na TC: Espessamento unilateral importante da cavidade nasal é o achado inicial mais consistente, porém inespecífico. Predileção inicial
por envolvimento unilateral do etmoide e esfenoide. Tendência à invadir vasos, extensão além dos seios ocorrer com paredes ósseas intactas.
Inflamação e infiltração da gordura retroantral seria um achado inicial na detecção de sinusite fúngica invasiva.
Sinais mais específicos, porem tardios: destruição pontilhada das paredes ósseas/erosão óssea. Disseminação orbital através da lâmina
papirácea por extensão direta ou através dos vasos etmoidais. Invasão intracraniana.
12% tem TC normal.
Se a orbita ou o crânio estiverem acometidos, deve-se fazer ressonância magnética (pode ver infarto de mucosa).
Tratamento: tem três princípios básicos:
Correção dos distúrbios metabólicos ou imunológicos subjacentes (DM é fator protetor nesse caso, pelo fato da glicemia ser corrigida mais
rápida que um distúrbio hematológico).
Terapia antifúngica intravenosa (Anfotericina B lipossomal, voriconazol).
Desbridamento cirúrgico amplo de todos os tecidos afetados e dos tecidos sinusal, nasal, oral e orbital desvitalizados (evita progressão da
doença – não prolonga sobrevida).
Acompanhamento: endoscopia semanal até reversão da neutropenia e mensalmente até 6 meses depois.
Vestíbulo
CAVIDADE ORAL
Composição: epitélio estratificado escamoso não queratinizado. Abertura das glândulas salivares maiores. Inúmeras glândulas salivares menores.
Função: deglutição, fonação e gustação.
Vestíbulo:
Região entre os processos alveolares, dentes e lábios e bochechas.
Composta por 3 camadas: pele, muscular (músculo orbicular da boca e bucinador, com função esfincteriana) e mucosa.
Papila do ducto da parótida (circulada em amarelo na imagem acima).
Trígono retromolar: região atrás dos molares. Abertura com a cavidade oral.
Cavidade oral propriamente dita:
Limites:
Antero-laterais: arcos alveolares superior e inferior.
Assoalho: músculo milo-hioide e músculo gênio-hioideo
Superior: palato duro e mole.
Posterior: úvula e arcos palatoglossos (istmo das fauces – comunicação da cavidade oral com a orofaringe).
Assoalho da boca: examinamos o ventre da língua, a qual contém o frênulo lingual, a carúncula sublingual (abertura da glândula submandibular) e a
prega sublingual (abertura da glândula sublingual).
Palato duro: são os 2/3 anteriores, contendo o processo palatino da maxila (2/3 do palato duro), os ossos palatinos (1/3 posterior do palato duro;
processo horizontal), pregas palatinas transversais e glândulas palatinas.
Palato mole:
Epitélio: superfície oral é composta por estratificado pavimentoso, enquanto a superfície faríngea é estratificado escamoso.
Composição muscular: músculo palatoglosso, palatofaríngeo, levantador do véu palatino, tensor do véu palatino e da úvula.
Língua: ocupa quase a totalidade da cavidade oral.
É dividida em:
Ventre.
Ponta (ápice).
Margem.
Dorso: corpo e base (raiz). Analisar no dorso o sulco mediano, o sulco terminal, e forame cego. Na raiz temos a tonsila lingual.
Quanto as papilas gustativas, temos 4 tipos: as filiformes, circunvaladas, fungiformes e foliáceas.
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FARINGE
Nasofaringe:
Coana: abertura da cavidade nasal para nasofaringe. É um espaço, não uma estrutura específica.
Tórus tubário
Recessos faríngeos: fosseta de Rosenmuller.
Tonsila faríngea.
Orofaringe:
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Prega
glosoepiglótica
lateral
Valécula
Anel linfático de Waldeyer (NALT): proteção imunológica. É primeiro contato com diversos microorganismo (deglutição ou repiração). Sao grânulos
de tecido linfoide ao redor de toda a faringe.
Tonsila faríngea (adenoide): massa de tecido linfoide lobulada
Tonsilas palatinas: forma oval com cápsula, com 10-20 criptas, e com função de apresentação de antígenos e formação de imunoglobulinas
(importante função imune, principalmente em crianças).
Vascularização: artéria tonsilar, palatina, palatina descendente e ramo dorsal da artéria lingual.
Inervação: gânglio pterigopalativo, ramos do nervo glossofaríngeo (VIII) e ramos do nervo paliativo (V2).
Classificação de Brodsky:
0: dentro da fossa tonsilar.
1: <25% obstrução da VA (via aérea).
2: 25-50% obstrução da VA.
3: 50-75% obstrução da VA – se aproxima da úvula.
4: >75% obstrução da VA – atinge a úvula.
Hipofarínge: localiza-se da borda superior da epiglote, até a borda inferior da cartilagem cricoides.
Face laríngea da epiglote
Seios piriformes
Prega ariepigótica
Ádito laríngeo: é um espaço, não uma estrutura.
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Ádito laríngeo
Laringe respiratória
Terço posterior
Laringe fonatória
Terço médio
Comissura anterior
Terço anterior
CARTILAGENS
Cartilagem epiglote: elástica e única. Tem duas faces, a lingual e a laríngea. Fecha o ádito laríngeo durante a deglutição,
evitando a aspiração de alimentos.
Cartilagem tireóidea: única, em forma de livro aberto. Tem duas laminas, a direita e a esquerda. Incisura tireóidea superior
e proeminência laríngea (pomo de adão). Cornos superiores e inferiores.
Cartilagem cricoide: única. Única que é um anel completo. Se articula com as aritenoides.
Cartilagens aritenoides: par. Dividida em ápice, processo muscular e processo vocal.
Cartilagem corniculada (de Santorini): par. Superior as aritenoides.
Cartilagens cuneiformes (de Wrisberg): par. Não tem ligação com nenhuma outra cartilagem, ficando soltas dentro da membrana quadrangular.
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MUSCULATURA
Músculo tireoaritenoideo (TA): adução das pregas vocais. Forma o músculo vocal pelas fibras mediais.
Músculo aritenoideo (AA): transverso e obliquo. Liga uma ariteoide a outra. Adução das pregas vocais.
Músculo cricoaritenoideo posterior (CAP): abdução e tensão das pregas vocais.
Músculo cricoartiteoideo lateral (CAL): adução a tensão das pregas vocais.
M,úsculo cricotireoideo (CT): adução e tensão (principal) das pregas vocais.
Musculatura extrínseca:
Supra-hioideos: músculo miloioideo, genioiodeo, estiloioideo e digástricos. Eles elevam a laringe, na deglutição, fazendo com que a epiglote
feche o adito laríngeo.
Infra-hioideos: músculo esternocleidomastoides, esternoioideo, tireóideo e omoioideo.
INERVAÇÃO
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Sensitiva:
Supraglote: ramo interno do nervo laríngeo superior.
Subglote: nervo laríngeo recorrente.
VASCULARIZAÇÃO
SISTEMA LINFÁTICO
Padrão ampulheta: importante pelos tumores de laringe.
Supraglote: linfonodos cervicais profundos superiores.
Glote: escassez. Geralmente o cancer de glote tem melhor prognostico, pela menor disseminação.
Subglote: linfonodos profundos inferiores.
AULA 12 FARINGOTONSILITES
Definição angina: na medicina, de uma forma geral, é um quadro caracterizado por dor espasmódica, sufocante. Na otorrinolaringologia nos
referimos a qualquer afecção inflamatória da garganta e da faringe, caracterizada por dificuldade +-intensa de deglutir e, por vezes, de respirar.
Esta é uma aula sobre amigdalite, mas nos últimos anos foi definido que o nome mais correto é faringotonsilte porque a inflamação acomete
todo o anel linfático de Waldeyer e os outros cordões laterais de tecido linfático associado a mucosa (MALT).
Faringotonsilites: Qualquer síndrome inflamatória da faringe e tonsilas. É autolimitada.
Isolada ou parte de síndrome generalizada de via aérea superior.
-Pode acometer tonsilas, faringe superior, úvula, palato mole posterior, linfonodos que
drenam a região cervical anterior.
-50 a 75% tem etiologia viral. Nos < 3 anos são essencialmente virais (passagem
transplacentária de imunoglobulinas maternas)
-Maioria tem sintomas leves a moderados e não necessitam antibióticos.
-Quadro clínico varia conforme agente etiológico. Agentes etiológicos:
-50 a 75% de todas as faringotonsilites agudas, principalmente nos 3 primeiros anos de vida.
-Adultos tem 3-5 vezes no ano.
-Mais de 40 milhões de consultas por ano. Causas comum de falta à escola ou ao trabalho.
-Resfriado comum tem dor de garganta como principal sintoma, mas não é o primeiro a aparecer.
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Quadro clínico geral: espirros, coriza, congestão nasal, gota pós nasal (espessa ou amarelada); dor de garganta pode ser irritativa, em arranhão; febre
baixa; tosse não produtiva no primeiro momento; rouquidão; sinais e sintomas extra faríngeos; prostração, mialgia, calafrio e odinofagia severas são
comuns; edema e eritema que não correspondem a gravidade dos sintomas; exsudato pode ocorrer, mas menos efusivo que na bacteriana
Quadros específicos:
Rinovírus 20% das faringites, 30-50% resfriado comum;
Herpes simples tipo 1 e 2 gengivoestomatite ou faringite, lesões vesiculosas ou ulceradas (já estourou);
Adenovírus febre faringoconjuntival (hiperemia da conjuntiva).
MONONUCLEOSE INFECCIOSA:
Agente infeccioso: Epstein-Barr vírus (EBV).
Mono-like: citomegalovírus, toxoplasmose, adenovírus, vírus da hepatite, rubéola e HIV.
Transmissão: saliva, contato próximo “doença do beijo”.
Incubação: 2-7 semanas (longa).
População; crianças (países de baixa renda), com quadro mais brando; adulto jovem (2ª a 3ª década de vida).
Fisiopatogenia: infecção de linfócitos B, proliferação de linfócitos T citotóxicos atípicos para combar os LB infectados. Em imunossuprimidos pode
levar à hipertrofia importante de tecidos linfoides (pacientes podem até ser intubados). Infecção por EBV está associada a Linfoma de Burkitt,
Hodgkin e não Hodgkin, carcinoma nasofaríngeo e outros distúrbios linfoproliferativos.
Diagnóstico diferencial: de faringotonsilites bacterianas.
Quadro clínico: pródomos de mal-estar e fadiga; febre e dor de garganta (estendem-se por até 2 semanas); hipertrofia adenotonsilar com exsudato
branco amarelado; eritema e edema de tonsilas (“tonsilas que se beijam”), úvula e palato; adenopatia cervical posterior (até 6 semanas); entre 2-4
semanas 50% pode apresentar esplenomegalia e 30-50% hepatomegalia (até 6 semanas); rash cutâneo (exantema); dor abdominal.
Diagnóstico: clinica + exame físico; podemos pedir hemograma com pesquisa de linfócitos atípicos, pesquisa de anticorpos heterofilos (Reação de
Paul-Bunnel-Davidson ou monoteste), pesquisa de anticorpos IgM e IgG contra antígenos do capsídeo viral (Anti-VCA) – IgM positivo após 10-20 dias
tem alta sensibilidade e especificidade.
Quando suspeitar? Faringotonsilite que não melhora com tratamento com antibiótico; rash cutâneo após administração de penicilinas (alergia?).
Tratamento suporte, hidratação, sintomáticos; repouso (risco de ruptura esplênica); corticosteroides se obstrução respiratória ou faringite grave.
HERPANGINA:
Agente etiológico: Coxsackie 2,3,4,5,6,8 e 10, enterovirus.
Transmissão: fecal-oral; respiratória (gotículas).
Quadro clínico: crianças 1-7 anos; febre alta, anorexia, dor de garganta, vômitos e diarreia; 2 a 4 dias de duração; lesões hiperemiadas com vesículas
ao centro = úlceras rasas com halo eritematoso.
Tratamento: sintomáticos (hidratação e analgesia).
-São autolimitadas, porém tem complicações supurativas e não-supurativas preocupantes (adultos 3-6 dias, crianças 6-10 dias).
Principal agente infeccioso: Streptococcus pyogenes do grupo A (GAS) ou Streptococcus beta hemolítico do grupo A (GABHS) (2/3 dos casos
bacterianos). Outros importantes são S. aureus, Moraxella e Haemophillus spp = produzem beta-lactamases e podem estar presentes em infecções
recorrentes estreptocócicas.
Outros agentes causadores de angina: Neisseria gonorrheae – sintomas genitais ou exantema; Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae
– outros sinais de infecção respiratória, tosse; Streptococcus dos grupos B e G – sem as consequências do grupo A.
Porque o GAS é tão importante? Patogenicidade pela proteína M (+120 sorotipos). Produz complicações supurativas (abscesso periamigdaliano retro
ou parafaríngeo) e não supurativas (febre reumática, glomerulonefrite estreptococcica). Produz pelo menos 20 substâncias extracelulares que
afetam o tecido, principalmente Estreptolisina O e S, que lisam eritrócitos e danificam células (miocárdio inclusive); essas toxinas eritrogênicas ou
piogênicas (principal = Exotoxina A – síndrome do choque tóxico); e produz bactericinas.
Disseminação: por gotículas, principalmente em climas frios e temperados (inverno e primavera).
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Diagnóstico: anamnese + exame físico; podemos pedir hemograma (leucocitose, desvio a esquerda neutrofilia), teste rápido para antígeno
estreptocócico (95% especificidade, sensibilidade 60-90%), cultura de orofaringe (padrão-ouro) o problema é que demora, pesquisa de anti-
estreptolisina O (ASLO) indica se houve infecção estreptocócica ou não (não necessariamente pelo GAS).
Tratamento: 90% das FT, mesmo as bacterianas, têm resolução espontânea em 7 dias. O NNT (número necessário para tratar) de tratamento com
antibiótico é alto, não justifica o uso em todos casos. Para prevenção de febre reumática, antibiótico pode ser iniciado até o 9º dia (pode aguardar
cultural). Sintomáticos.
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Complicações: febre reumática (1% na população geral, inicia-se 1-4 semanas após a angina, incidência de 0,3-3%); glomerulonefrite aguda;
escarlatina; bacteremias; linfadenite cervical; endocardite; otite/mastoidite; meningite; abscesso periamigdaliano/retrofaringeo (dor intensa
unilateral, dificuldade para deglutir, voz anasalada, trismo; abaulamento unilateral, desloca a úvula; cultura polimicrobacteriana; drenagem e
antibioticoterapia; amoxi+clav, penicilina + Metronidazol, elindamicina); pneumonia; PANDAS.
ANGINA DE PLAUT-VICENT: Lesão ulcero-necrótica unilateral recoberta por exsudato pseudomembranoso, fétida, disfagia e odinofagia
Agente etiológico: Fusobacterium plautvincenti (gram-negativo, anaeróbio) e Spirochaeta dentium.
Causas: má higiene oral, desnutrição e más condições dentárias (bocas sujas – usuários de drogas, moradores de rua).
Quadro clínico: lesão ulcerada, unilateral, com exsudato, de odor fétido, e dor de garganta.
Diagnóstico: cultura.
Diagnostico diferencial: Doenças granulomatosas e tumorais.
Tratamento: penicilina ou cefalosporina associada a metronidazol + higiene da cavidade oral.
SÍFILIS: Lesão ulcerada unilateral, pouco dolorosa, aspecto tumoral e endurecido. Boca é região extra-
genital mais acometida.
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FARINGOTONSILITES DE REPETIÇÃO
TONSILITE CRÔNICA
LARINGE
Pregas vocais: são consideradas um vibrador de múltiplas camadas, sendo 3 camadas principais:
Epitélio de revestimento: pavimentoso estratificado não queratinizado.
Lamina própria:
Camada superficial – espaço de Reinke.
Camada intermediária. Ligamento vocal
Camada profunda
Músculo vocal: M. tireoaritenoideo.
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Hirano – teoria do corpo e cobertura: cobertura (epitélio, camada superficial lâmina própria), região de transição (ligamento vocal) e corpo (músculo
vocal).
DISFONIAS
-A geração do som acontece por uma transformação da energia aerodinâmica em energia acústica e isso acontece na região da glote, nas pregas
vocais chamamos isso de fenômeno vibratório das pregas vocais (descrita por uma teoria mioelástica-aerodinâmica – Van den Berg 1958).
Teoria Mioelástica-aerodinâmica (Van den Berg – 1958):
Mioelástico: atividade neuromuscular; controle de posição, massa, tensão e elasticidade PPVV (pregas vocais).
Aerodinâmico: fluxo aéreo expiratório; resistência glótica (pressão subglótica crescente – abertura PV), e forças de fechamento glótico
(elasticidade PPVV; efeito de Bernoulli – é uma lei física que determina que quando temos um fluxo de ar mais intenso, essa força vai gerar duas
outras forças perpendiculares em direção a ela). Ciclo glótico:
Avaliação percepto-auditiva da voz – escala de Rasati: Rouquidão; Aspereza; Soprosidade; Astenia; Tensão; e Instabilidade.
Classificamos cada um desses critérios em grau 1 = leve; grau 2 = moderada; e grau 3 = intensa
Assimetria laríngea: pode ser anatômica ou funcional. Paciente faz maior esforço vocal para conseguir compensar a assimetria.
Complicações: fadiga vocal, lesões secundarias ou AEM.
Variações da proporção glótica (PG): proporção glótica é a relação entre a laringe fonatória e respiratória. PG = porção fonatória/porção respiratória.
-Homem 1,3:1; mulher 1:1; crianças 0,9:1.
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Cisto epidermoide: formação nodular branco-amarelada; unilateral; o tratamento é fonoterapia ou fonocirurgia. Pode gerar uma reação
contralateral por conta do atrito.
Microdiafragma (Microweb): pequena e fina membrana na porção anterior das pregas vocais; favorece o aparecimento de nódulo vocal; o
tratamento é fonoterapia ou fonocirurgia.
Ponte mucosa: fita de mucosa paralela a borda livre; assintomática ou fadiga vocal; pode ser múltipla.
Vasculodisgenesia: vasos dilatados que não seguem o padrão normal; acompanha outras AEM; o tratamento é fonoterapia ou afastamento do
fonotrauma. No geral, não tem repercussão clínica.
LESÕES FONOTRAUMÁTICAS:
-Piora da qualidade vocal.
-Desconforto, irritação, tensão, dor ao falar.
Fatores desencadeantes:
Extrínsecos: uso incorreto ou abuso vocal; voz profissional; canto; grito; ou exposições ambientais.
Intrínsecos: gênero; idade; ou características anatômicas.
-Nódulo vocal, pólipo vocal e edema de Reinke.
Nódulo/calo vocal: espessamento epitelial bilateral na junção dos terços anterior e médio das PV.
Prevalência: nas crianças é no sexo masculino e nos adultos no sexo feminino (maior ângulo comissura anterior).
Composição da PV: aumenta fibronecina e diminui ácido hialurônico (é protetor – hidratação).
Quadro clínico: disfonia relacionada ao uso vocal, piora ao longo do dia, semanas e meses, leve melhora ao repouso e tensão cervical (por conta do
uso da musculatura extrínseca).
Tratamento: fonoterapia ou fonocirurgia em casos específicos.
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Pólipo vocal: lesão unilateral; séssil ou pediculada; trauma vocal excessivo episódico agudo (como um grito) que gera um sangramento da camada
superficial LP, levando a um processo inflamatório cicatricial.
Tipos: angiomatoso (mais vascularizado, mais inicial), fibroso, edematoso.
Quadro clínico: disfonia súbita associada ao abuso vocal, constante, pode ser progressiva.
Tratamento: cirúrgico, fonoterapia PO.
Edema de Reinke: processo inflamatório crônico difuso da camada superficial da lamina própria, que causa um edema do espaço de Reinke,
aumentando o volume da PV.
-É bilateral; assimétrico; e acomete mais mulheres. Tem-se uma diminuição da fibronectina; e aumento do colágeno tipo IV (dá estabilidade a PV).
Desencadeantes: tabagismo, refluxo gastroesofágico, abuso vocal.
Classificação: grau I (leve; contato no terço anterior), grau II (moderado; contado nos terços anterior e médio), grau III (severo/intenso; contado em
toda extensão).
Quadro clínico: disfonia lentamente progressiva, ficando cada vez mais áspera, e pode haver dispneia.
Tratamento: remoção dos desencadeantes, cirúrgico.
Seguimento: regular com videolaringoscopia – risco de alterações epiteliais.
PARALISIA DE PREGAS VOCAIS: Imobilidade das PPVV, pode ser uni ou bilateral.
Etiologia central: AVC, malformação de Arnold-Chiari, tumor, trauma, EM, ELA, ...
Etiologia periférica: lesão do nervo vago e seus ramos (iatrogênica, trauma, tumor, aneurisma de aorta, idiopática). Mais comum.
Posições: quando a PV paralisa, ela pode adotar duas posições: a posição mediana (adução) X paramediana (abdução), o que determina os sintomas.
Pesquisar o trajeto do nervo vago: TC de crânio + pescoço + tórax (determinar a causa); RM de crânio na suspeita de causa central.
Eletroneurografia: ajuda no diagóstico diferencial entre paralisia e fixação da PV. Pouco usada.
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Laringites agudas:
a) Epiglotite: Inflamação aguda da supraglote (principalmente da face lingual da epiglote, pregas ariepiglóticas).
Epidemiologia: 2 a 7 anos, sexo masculino, final do inverno/início da primavera. Aumentando incidência em adultos.
Etiologia: H. influenzae tipo B; S. pneumoniae, S. aureus, pseudomonas, N. meningitidis, K. pneumoniae, Candida albicans, ...
Quadro clínico nas crianças: irritação, picos febris e dispneia ao deitar, que evolui para odinofagia intensa e disfagia (saliva).
Paciente adota a posição de tripé – hiperextensão cervical com boca aberta e queixo elevado, corpo inclinado para frente;
respiração lenta – estridor inspiratório.
Quadro clínico nos adultos: adenopatia, febre, odinofagia e disfagia; além de dispneia e estridor em casos severos.
Diagnóstico: anamnese + exame físico + videolaringoscopia ou nasofribrolaringoscopia (hiperemia vermelho-cereja da epiglote e
supraglote).
Sinal do polegar
Laringites crônicas: processo inflamatório granulomatoso que ocorre pela infecção crônica da mucosa da laringe.
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Etiologia:
Bacteriana: tuberculose, hanseníase, sífilis, rinoscleroma, actiomicose, e outras.
Fúngica: candidíase, histoplasmose, paracoccidioidomicose, aspergilose e rinosporidiose.
Parasitária: leishmaniose e esquistossomose.
Facilitadores: síndrome da imunodeficiência e imunossupressão.
a) Tuberculose:
Agente causador: mycobacterium tuberculosis (M. bovis, M. africanum, M. avium intracellurare).
Epidemiologia: é a causa mais comum de granulomatose laríngea. Ocorre mais no sexo masculino, em idosos e imunossuprimidos.
Disseminação: contaminação direta de tuberculose pulmonar.
Quadro clinico: odinofagia, disfagia, disfonia progressiva. Estridor e dispneia mais tardiamente. Como uma laringite.
-É altamente contagiosa.
-A tuberculose laríngea é a forma grave e atípica da tuberculose, sendo raro ela acontecer sem a tuberculose pulmonar.
Laringoscopia: sempre deve ser feita, e podemos encontrar três tipos de lesão:
Infiltrante: edema difuso, aumento de volume com enantema da laringe, mas sem lesão.
Vegetante: tumoração em pregas vestibulares e comissura anterior.
Ulcerante: ulceração secundária a necrose da mucosa.
Investigação: imagem de tórax (RX incialmente, mas se for necessário pode pedir TC); PPD + pesquisa de BAAR no escarro; biopsia de lesão
suspeita; sorologia HIV; investigação de contactantes.
Tratamento: 2 RHZE + 4 RH.
-Notificação compulsória.
Infiltrante Vegetante
b) Hanseníase:
Agente causador: Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen BAAR negativo).
Epidemiologia: crianças tem maior suscetibilidade.
Incubação: de 3 à 5 anos.
Disseminação: secreção nasal, oral e lesões cutâneas.
Quadro clinico: disfonia, aspereza na voz, tosse seca, sensação de corpo estranho. No caso de diagnóstico tardio, ou de formas mais graves da
doença, podemos ter hemoptise, afonia e dispneia.
-Caráter descendente: nariz boca laringe.
Laringoscopia: as lesões podem ser nodular, granulomatosa, ulcerativa e fibrótica.
Diagnóstico: lesão de pele hipopigmentadas e com perda de sensibilidade e baciloscopia positiva (pele ou mucosa).
Tratamento: Rifampicina + dapsona + clofazimina.
c) Sífilis:
Agente causador: Treponema pallidum.
-Pode ter acometimento laríngeo tanto na sífilis congênita, quanto na secundária e terciaria (raramente pode haver cancro laríngeo).
Sífilis congênita:
Precoce (<2 anos): choro fraco ou rouco.
Tardia (>2 anos): se apresenta como a sífilis terciária do adulto. Goma laríngea. Paralisia de prega vocal.
Sífilis secundária: enantema difuso da mucosa laríngea, lesões da boca, faringe e laringe (erosões com infecção secundária), disfagia e disfonia.
Lesões ricas em treponemas.
Sífilis terciária: acometimento da epiglote e parte posterior da laringe, podendo ter infiltração, goma, goma ulcerada e hiperplasia.
Com a evolução do caso, pode surgir uma importante estenose laringotraqueal.
Diagnóstico: CDRL e FTA-Abs. Em casos de dúvida diagnóstica, pode ser realizado um anatomopatológico.
Tratamento:
Sífilis primaria, secundária e latente recente (<1 ano): penicilina G benzatina 2400000UI IM dose única.
Sífilis terciaria, latente tardia (>1 ano) ou latente de duração ignorada: penicilina G benzatina 2400000 UI IM 7/7 dias, por 3 semanas.
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e) Candidíase:
Agente causador: gênero candida.
-Constitui uma infecção oportunista: AIDS, idosos, antibioticoterapia, corticoterapia, radioterapia, imunossuprimidos, IOT prolongada, PO de
cirurgias laríngeas e doenças linfoproliferativas.
Laringoscopia: podemos ter três formas:
Enantema: forma aguda atrófica.
Placas brancas destacáveis: forma pseudomembranosa.
Lesão vegetante: forma hiperplásica.
Diagnóstico: é clinico. Pode ser realizado um micológico direto, cultura ou biópsia para ter certeza.
Tratamento:
Nistatina solução oral (gargarejo e deglutição 4x ao dia).
Agressivos: itraconazol, fluconazol ou anfotericina B.
f) Histoplasmose:
Agente causador: Histoplasma capsulatum.
Disseminação: inalação de esporos.
Epidemiologia: mais comum em regiões tropicais e temperadas, cavernas, solos contaminados com fezes de pássaros, árvores ocas e
construções antigas/sótãos. Acomete mais os imuno-competentes.
-Acomete pulmão, orofaringe e laringe.
Diagnóstico: cultura.
Tratamento: itraconazol ou anfotericina B.
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APRESENTAÇÃO CLÍNICA
-Os sintomas variam conforme a localização
Glote: é o mais comum (66%) de todas as neoplasias de laringe, apresentando sintomas precoces, e raramente leva a metástases.
Lesão na prega vocal.
Clínica: disfonia progressiva, de acordo com a evolução da lesão.
A drenagem linfática da laringe é em ampulheta, tendo uma maior drenagem linfática na supraglote e na subglótica. Na região
glótica há uma pobre drenagem linfática, por isso é mais difícil que as neoplasias nessa localização levem a metástases.
Supraglote: é o 2º mais comum das neoplasias de laringe (32%), sendo uma localização pouco sintomática.
Clínica: disfagia progressiva, odinofagia, otalgia reflexa ipsilateral (se dá pelo ramo auricular do nervo vago – o nervo de arnold) e tosse.
Subglote: é o mais raro (2%), levando a sintomas tardios (não acomete estruturas que causam sintomas, apenas quando atinge um tamanho que
obstrui a luz glótica/subglótica)
Clínica: dispneia e estridor.
Glote Glote Supraglote
AVALIAÇÃO
-Inicialmente se faz um Videolaringoscopia indireta. Podemos encontra a lesão na glote, na supraglote e na subglote, e conforme o local teremos
um grupo de sintomas diferente e um tratamento especifico.
Exame físico: inspeção a palpação do pescoço (procurar assimetrias ou linfonodomegalias). Videolaringoscopia direta.
Exame complementar: TC de pescoço e tórax com contraste (buscar infiltração regional ou local, acometimento linfonodal e metástase pulmonar).
Diagnóstico: anatomopatológico (biópsia da lesão).
Estadiamento: sistema TNM T= tumor primário; N= linfonodos regionais; M= metástases a distância.
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TRATAMENTO
-Depende do estadiamento TNM.
Supraglote: Glote:
T1: laringectomia horizontal supraglótica + esvaziamento cervical (EC). T1a: cordectomia ou radioterapia (RT).
T2: laringectomia total ou parcial + esvaziamento cervical (EC). T1b: laringectomia frontolateral ou radioterapia (RT).
T3: laringectomia total + esvaziamento cervical (EC). T2: laringectomia frontolateral ou hemilaringectomia + EC.
T4: laringectomia total + esvaziamento cervical (EC). T3: laringectomia total + EC.
Subglote: T4: RT.
T1: RT.
T2: laringectomia total + EC.
T3: laringectomia total + EC
T4: RT + quimioterapia.
Resumo
O paciente com tumor de laringe, geralmente, é um homem, >55 anos, tabagista e etilista.
O mais comum é o carcinoma espinocelular – CEC.
Em ordem descrecente, o mais comum é: glote > supraglote > subglote.
Glote: disfonia progressiva.
Supraglote: disfagia com odinofagia e otalgia unilateral.
Via aérea pediátrica: maior compressão dinâmica, calibre mais estreito, resistência aumentada ao fluxo de ar, menor capacidade retrátil do pulmão,
laringe mais alta (C3 e C4 no RN – respiração puramente nasal; atinge C6 aos 5 anos; e C7 aos 17-20 anos que é a posição final) e o tamanho da
laringe fonatória:respiratória é de 1:1 (em adultos é 3:2).
Funções laríngeas: proteção de via aérea, deglutição, fonação e respiração.
Anatomia da laringe:
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SINTOMATOLOGIA
Estridor respiratório: relação com o esforço e com o sono, faz barulho quando fica brabo e “se fina”.
Esforço respiratório: ele se cansa para mamar, respira muito forte e tem aparência de cansado,
Disfagia: tosse durante a mamada, pausa na mamada e engasgos.
Disfonia: choro fraco, e fala soprado.
LARINGOMALÁCIA
-Doença na qual há flacidez de tecidos da supraglote que colapsam em direção a glote durante a inspiração.
-Corresponde a 50-75% das malformações laringes congênitas, sendo mais comum em meninos (2:1).
Associações: com outras malformações laríngeas e com refluxo gastroesofágico (não se sabe quem vem primeiro, o refluxo ou a laringomalácea).
Etiologia: há diversas teorias, como alterações anatômicas, alterações cartilaginosas, alterações neuromusculares, e desenvolvimento neurológico.
Quadro clinico: estridor inspiratório, high-pitched, intermitente ou permanente, piora com o esforço, início nas 6 primeiras semanas de vida,
autolimitado (90% até os 2 anos) e varia de casos leves a graves.
Principais alterações na nasofibrolaringoscopia flexível: pregas ariepigloticas curtas, epiglote alongada e/ou retroposicionada, hipertrofia dos tecidos
de laringe posterior, e colabamento das estruturas da supraglote durante a inspiração SEMPRE realizar nasofibrolaringoscopia flexível.
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Tratamento:
90% dos casos necessitam apenas de observação e
orientação.
10% dos pacientes necessitam de tratamento de refluxo
faringolaríngeo: tratamento empírico com IBP por pelo
menos 3 meses.
Casos graves e persistentes: realizar supraglotoplastia.
Para essa cirurgia é necessário anestesia geral com
ventilação espontânea.
Método a frio ou a laser.
Realiza-se a secção das pregas ariepigloticas,
epiglotopexia, e diminui da redundância de tecidos
posteriores.
A recuperação é sempre em UTI (24h) por risco de
edema de via aérea.
Início da alimentação logo após a recuperação
anestésica.
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ESTENOSE SUBGLÓTICA
-10-15% das alterações congênitas da laringe.
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Tratamento:
Assintomática ou oligossintomática: manter em observação por 18-24 meses.
Sintomática: tratamento endoscópico com laringoplastia com balão de dilatação se estenose laríngea aguda. Cirurgia aberta de reconstrução
laringotraqueal ou ressecção cricotraqueal em casos já fibrosados. Traqueostomia para garantir a de via aérea.
HEMANGIOMA SUBGLÓTICO
-1,5%. VOCAL
-É um tumor vascular benigno.
-Geralmente, associado com hemangioma na pele (50%) e ocorre na área da barba (30-65%).
-Ocorre mais no sexo feminino.
Sintomas: a partir do 3º mês de vida. O estridor é bifásico.
Diagnóstico: laringoscopia direta associado à palpação da subglote. RNM pode ajudar no diagnóstico.
História natural: involução gradual após 18 meses.
Tratamento:
Antes utilizava-se corticoides sistêmicos em alta dose (2-4mg/kg/dia de prednisona), mas hoje em dia usa-se propranolol 1mg/kg/dia
inicialmente, evoluindo para 2mg/kg/dia após 3 dias, e chegando a 4mg/kg/dia. Deve ser feita a remoção gradual (primeiro do corticoide, e
após do Beta-bloqueador).
Atentar para o risco de hipoglicemia, bradicardia e hipotensão.
Pode haver necessidade de tratamento cirúrgico nos casos persistentes.
Pode ser feita traqueostomia nos casos graves.
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RESUMO:
CRESCIMENTO DENTROCRANIOFACIAL
Respiração nasal (fisiológica): alguns fatores alteram essa respiração nasal, principalmente quando crônicas. Alguns exemplos são: rinite alérgica,
rinossinusite, processos tumorais, aumento das tonsilas faríngeas, aumento das tonsilas palatinas e desvio do septo nasal obstrutivo esses fatores
levam a uma mudança do padrão respiratório (ocorre uma adaptação patológica) Respiração oral (patológica).
Sintomas da respiração oral: dormir de boca aberta (86%), ronco (79%), prurido nasal, sialorreia noturna, sono agitado, obstrução nasal, e
irritabilidade durante o dia.
Consequências da respiração oral: desvio do padrão de crescimento dentocraniofacial, IVAS de repetição, distúrbios do sono, alteração
neuromusculares, esqueléticas e dentárias, e distúrbios das funções da fala, deglutição e mastigação.
Alterações posturais ocasionadas pela respiração oral que alteram o crescimento craniofacial:
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Posição da língua e da mandíbula mais baixas: aumento da altura facial inferior, palato estreito e alto (palato ogival), mandíbula cresce com
rotação maior para baixo e para trás, relação dos arcos dentários alterada, mordida aberta esquelética, e contração do músculo supra-hioideos
e relaxamento do músculo masseter, pterigoideo interno e temporal.
Postura adaptativa que facilita a passagem de ar: anteriorização e extensão da cabeça, mudança do centro de gravidade, anteriorização dos
ombros, aumento da lordose lombar, anteversão pélvica, abdome protuso, joelho valgo e pés planos.
Elevação da posição da cabeça: alargamento da musculatura, que leva ao desbalanço de forças teciduais e consequente restrição do crescimento
maxilar (maxila hipodesenvolvida e mandíbula aberta) e sua projeção anterior e inferior.
Características faciais do respirador oral: maxila atrésica/hipoplásica, protrusão dos incisivos superiores, eversão do lábio inferior, mordida aberta e
cruzada, lábio superior hipodesenvolvido, narinas estreitas, e hipotonia da musculatura perioral.
Respiração oral e distúrbio respiratório do sono: a principal causa nas crianças é o aumento das tonsilas palatinas e nasofaríngeas, sendo que os
sintomas variam desde ronco primário até apneia obstrutiva do sono (pico dos 2 aos 6 anos).
Os principais indicativos de desconforto respiratório durante o sono são ronco primários, sonolência diurna e apneia do sono.
Apneia obstrutiva do sono tem prevalência de 1-2% em crianças.
Consequências da obstrução respiratória durante o sono:
Distúrbios do sono: o ronco habitual (>= 4x na semana) acomete 6-16% das crianças. A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)
acomete 1-2% das crianças (com pico entre 3-5 anos). Outros distúrbios são a síndrome da resistência das vias aéreas superior e
hipoventilação alveolar obstrutiva.
Déficit de crescimento: redução na proteína ligadora do fator semelhante a insulina, redução da secreção do hormônio do crescimento e
aumento na velocidade de crescimento após o tratamento.
Sintomas neurocognitivos: sonolência diurna é raro em crianças. Hiperatividade, comportamento rebelde, agressividade e isolamento
social. Distúrbio do aprendizado e atenção (morbidade difícil de ser avaliada nas com 2-5 anos).
Problemas cardiovasculares: são subclínicos, mas quando maior a gravidade da apneia, mais sintomas (como maior grau de elevação da
pressão arterial).
Se não tratada, pode levar a HAS, cor pulmonale, e hipertrofia do ventrículo direito.
Redução da fração de ejeção em <7 anos sem evidência clínica de hipertensão pulmonar.
Ativação do sistema nervoso simpático secundário a microdespertares e a hipoxemia.
Respiração oral durante o sono oscilação da pressão intrafaríngea (não consegue manter uma pressão positiva suficiente para manter
a faringe aberta) obstrução na oro e rinofaringe na posição supina hipoventilação alveolar, hipóxia e hipercarbia vasoconstrição
do leito pulmonar (pode causar uma hipertensão pulmonar) alterações irreversíveis na túnica muscular de pequenas e médias artérias,
o que não permite, mesmo com tratamento, que o paciente retorne a normalidade.
Enurese noturna: 4% em crianças normais e 8-25% nas com SAOS. Ocorre por conta da dificuldade de despertar conscientemente durante
a noite, do prejuízo da urodinâmica, produção afetada de vasopressina e o peptídeo natriurético atrial e do aumento da pressão abdominal
que é transmitida para a bexiga.
Infecção de repetição: otite secretora em 50-80% das crianças com obstrução aos 5 anos. IVAS são mais frequentes, assim como o uso de
antibiótico. Aumenta os custos diretos com medicamentos, consultas e internações.
MANEJO
HIPERTROFIA ADENOTONSILAR
Anel linfático de Waldeyer: as tonsilas palatinas (TP amígdalas) e tonsilas nasofaríngeas (TN
adenoides) fazem parte dele. Além delas, temos a salpíngea, as tonsilas linguais e
Desenvolvimento: são pequenas ao nascimento, com aumento progressivo do volume até o 4º ano
de vida.
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Tratamento:
Pode-se realizar polissonografia para verificar grau de obstrução respiratória. É realizado em pacientes de maior risco cirúrgico ou naqueles que
a mãe apresenta resistência em relação a cirurgia, pois é um exame caro e difícil de fazer.
Afastar outras causas de obstrução respiratória, como rinites e IVAS de repetição.
Tratamento cirúrgico para correção da obstrução adenotonsilectomia, ou tonsilectomia intra e extra-capsular.
Pacientes com obstrução mais grave tendem a ter complicações no pós-operatório.
Remover um tecido ativo na infância modifica a imunidade do hospedeiro, em relação a quantidade de IgA e leucócitos, mas não é clinicamente
significativa, pois é um órgão que está disfuncional e ainda está ocasionando uma disfunção respiratória.
OBSTRUÇÃO NASAL
Diagnóstico diferencial:
Rinites (infecicosa, irritativa, alérgica, vasomotora, medicamentosa (vasoconstritores, beta-bloqueadores, anti-hipertensivos e antidepressivos)
ou rinite ozenosa), rinossinusite, fibrose cística, doenças granulomatosa (tuberculose, leishmaniose, doença de Wegener, sarcoidose ou
hanseníase), sífilis, cocaína, alterações anatômicas (desvio septal, concha media bolhosa, estenose abertura piriforme, válvula nasal ou atresias
de coana), tumorações (adenoide, pólipos, mucocele ou neoplasias), ou obstrução nasal paradoxal.
Definição da agressão a mucosa (tônus parassimpático > tônus simpático).
Definir tempo de início dos sintomas, sua frequência e intensidade, se tem lado predominante, e se são contínuos ou intermitentes.
Sintomas associados.
Exame físico: procurar por assimetria facial, estigma de respirador oral, posição do globo ocular, proptose, abaulamento e pirâmides nasais e
metástases cervicais.
Otoscopia, oroscopia e rinoscopia anterior.
Videolaparoscopia nasal (padrão).
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Laura Innocenti Savaris Módulo 130 – ATM 24
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