Você está na página 1de 12

1

Campus Realengo

Terapia Ocupacional

Melanny Cristiny Paixão dos Santos

Otimização da eficiência operacional e da saúde dos paraquedistas


militares: estratégias para prevenção de lesões radiais no menisco.

Rio de Janeiro
2023
1

MELANNY CRISTINY PAIXÃO DOS SANTOS

OTIMIZAÇÃO DA EFICIÊNCIA E DA SAÚDE DOS PARAQUEDISTAS MILITARES:


ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE LESÕES RADIAIS NO MENISCO.

Projeto de pesquisa apresentado a Jorge


Oliveira como requisito para avaliação
parcial da disciplina Metodologia
Científica.
2

Rio de janeiro 2023

Tema: Otimização da eficiência operacional e da saúde dos paraquedistas militares:


estratégias para prevenção de lesões radiais no menisco.

Melanny Cristiny Paixão dos Santos

Anteprojeto de Metodologia Científica.

Anteprojeto de Metodologia Científica


para a obtenção de aprovação na
Disciplina, apresentado a Jorge
Oliveira.

Aprovado em:

___________________________________________________ ____________
(Título e nome de elemento que compõe a banca examinadora) (data)
3

SUMÁRIO

RESUMO____________________________________________4
INTRODUÇÃO________________________________________6
1. LESÕES RADIAIS NO MENISCO_______________________8
2. A TERAPIA OCUPACIONAL PREVENTIVA COMO
INTERVENÇÃO_______________________________________9
REFERÊNCIAS_______________________________________11
4

RESUMO

Esta pesquisa se refere e tem sua atenção voltada lesões radiais no menisco, a qual
a maioria dos paraquedistas militares sofrem a cada dia mais. A apresentação da
Terapia Ocupacional preventiva também é um ponto abortado como protagonista já
que apresenta diversos fatores positivos e beneficiários a essas lesões, assim
fazendo com que os paraquedistas militares consigam se recuperar e voltar as
atividades futuras normalmente.
5

ABSTRACT

This research refers to and has its attention focused on radial injuries in the meniscus,
which most military paratroopers suffer more and more every day. The presentation of
Preventive Occupational Therapy is also an aborted point as a protagonist, as it
presents several positive and beneficial factors for these injuries, making military
paratroopers able to recover and return to future activities normally.
6

INTRODUÇÃO

Os meniscos são estruturas encontradas nos joelhos e desempenham um papel vital


na estabilidade, absorção de impacto e movimentação adequada das articulações.
Entre as lesões do paraquedista militar uma das mais frequentes é a do menisco. Os
meniscos articulares, disco de fibrocartilagem entre os côndilos tibiais e femorais,
ajudam a compensar as formas irregulares dos ossos articulares e circular a sinovial.
Funcionam como amortecedor entre esses ossos suportando todo o peso do corpo e
ainda ajuda a manter a estabilidade do joelho.

Neves (2010) e Baptista (2007) sublinham a marcante influência exercida pelo


período de formação de militares paraquedistas na ocorrência de Lesões
Musculoesqueléticas (LME), tanto agudas quanto crônicas. Essas lesões,
predominantemente traumáticas, têm uma alta incidência bilateral, afetando
principalmente os membros inferiores, com uma prevalência significativamente maior
nos pés, tornozelos e joelhos. Um aspecto relevante a ser destacado é o papel crucial
das fraturas por estresse, especialmente na fíbula, as quais desempenham um papel
significativo nos desligamentos dos cursos devido a condições de saúde (NEVES,
2010).
Conforme observado por Neves (2018), as atividades vinculadas ao treinamento
físico e simulação militar de combate emergem como as principais contribuintes para
as LME sendo a corrida a prática mais implicada. Adicionalmente, de acordo com
esse mesmo autor, o teste de corrida, uma componente integral do Teste de Aptidão
Física (TAF) ao longo da formação e carreira militar, exerce influência significativa no
futuro do militar. Isso resulta em um desequilíbrio na tríade composta por volume,
intensidade e repouso, na busca por melhores desempenhos, o que pode resultar em
lesões (NEVES, 2018)

A terapia ocupacional desempenha um papel fundamental na prevenção de lesões no


menisco, focando na promoção de práticas saudáveis, correção de padrões de
movimento inadequados e fortalecimento muscular. Ao abordar aspectos
ergonômicos, exercícios preventivos e educação sobre saúde, os terapeutas
ocupacionais contribuem significativamente para a preservação da saúde
musculoesquelética, especialmente em contextos onde as atividades diárias e
profissionais podem aumentar o risco de lesões no menisco. A avaliação de riscos
ocupacionais é um ponto crucial, permitindo que terapeutas identifiquem fatores
ambientais e comportamentais que possam contribuir para o desgaste do joelho.
Essa análise abrange desde a ergonomia do ambiente de trabalho até os padrões de
movimento adotados em atividades diárias. A educação em ergonomia é outra faceta
importante da abordagem preventiva. Terapeutas ocupacionais capacitam indivíduos
a adotar posturas corretas e movimentos biomecanicamente seguros durante suas
tarefas diárias, minimizando assim o estresse sobre as articulações, incluindo o
joelho. Programas de exercícios preventivos são desenvolvidos para fortalecer os
músculos que suportam o joelho, aumentando a estabilidade articular e reduzindo o
risco de lesões. A inclusão de exercícios de flexibilidade também é essencial para
7

manter uma amplitude de movimento adequada e prevenir a rigidez muscular. A


avaliação e intervenção na postura desempenham um papel crucial na prevenção de
desalinhamentos que podem sobrecarregar o menisco. Corrigir problemas posturais
contribui para uma distribuição adequada da carga nas articulações. A terapia
ocupacional também oferece treinamento em técnicas de movimento seguro,
especialmente importante em atividades que apresentam risco de lesões no joelho,
como levantamento de peso ou práticas esportivas. Além disso, aconselhamento
sobre saúde e estilo de vida é fornecido para promover hábitos que contribuem para
a saúde musculoesquelética, incluindo nutrição adequada, sono suficiente e gestão
do estresse. Ao identificar fatores de risco individuais, como fraquezas musculares
específicas ou histórico de lesões, os terapeutas ocupacionais desenvolvem
estratégias personalizadas de prevenção, adaptando sua abordagem às
necessidades únicas de cada pessoa.

Em resumo, a terapia ocupacional desempenha um papel integral na prevenção de


lesões no menisco, adotando uma abordagem holística que engloba aspectos
ergonômicos, exercícios específicos, educação em saúde e intervenções
personalizadas. Essa abordagem proativa visa não apenas tratar, mas principalmente
prevenir, contribuindo para a manutenção da saúde e bem-estar musculoesquelético
a longo prazo.
8

1. LESÕES RADIAIS NO MENISCO

Os meniscos são duas estruturas fibrocartilaginosas que ajudam a aumentar o


alinhamento entre a placa tibial e o côndilo femoral. Os componentes mais comuns
do menisco são o colágeno (75%) e as proteínas não colágenas (8-13%). Outros
componentes importantes são glicosaminoglicanos e glicoproteínas. Existem quatro
tipos de colágeno, dos quais o tipo I (representando 90% de todo o colágeno) é
dominante. As ligações de colágeno são dispostas em um padrão helicoidal,
tornando-as ideais para absorver cargas compressivas. Essas vigas proporcionam
rigidez estrutural e atuam como suportes para evitar rupturas longitudinais do
menisco devido à compressão excessiva. À medida que o menisco degenera, a
população celular sofre metaplasia e assume a aparência de condrócitos.

Lesões meniscais radiais são mais comumente observadas na junção do corpo e no


corno anterior do menisco lateral. Eles começam na borda livre (zona branca) e se
estendem perpendicularmente ao longo eixo do menisco até sua periferia. O trauma
radial danifica as fibras circunferenciais da cartilagem articular, afetando assim a
capacidade do joelho de resistir à compressão ao suportar peso. O menisco tende a
ser “expulso” do joelho, causando o que chamamos de extrusão do menisco. Em
pacientes mais jovens, uma ruptura radial pode ser desastrosa porque o joelho
começa a funcionar como se não tivesse mais menisco, predispondo ao
desenvolvimento precoce de osteoartrite do joelho.
Lesões pequenas e assintomáticas que não causam menisco podem ser tratadas
sem cirurgia. Nos casos em que a ferida é maior, causa mais dor e resulta em
descolamento do menisco, o tratamento tradicional indicado é a discectomia,
procedimento em que as bordas da ferida são cortadas e retiradas. Embora este
procedimento seja eficaz na melhoria da dor a curto prazo, é pouco provável que
restaure a função meniscal e o seu prognóstico a longo prazo é ruim.

Paraquedistas militares, devido à natureza das suas atividades, podem estar mais
suscetíveis a lesões no menisco, especialmente devido ao impacto e estresse
repetitivo nas articulações durante saltos de paraquedas e treinamentos físicos
intensos. As lesões no menisco nesse contexto podem ser causadas por diversos
fatores, incluindo aterrissagens abruptas, mudanças bruscas de direção durante a
queda livre, ou mesmo impactos durante as atividades de treinamento. As lesões no
menisco em paraquedistas militares podem variar em gravidade e tipo. Alguns
exemplos incluem:
Rasgos Meniscais - Durante aterrissagens ou impactos fortes, os paraquedistas
podem sofrer rasgos no menisco. Esses rasgos podem ser longitudinais, radiais ou
horizontais, dependendo da natureza do trauma.
Lesões Complexas - Em alguns casos, as lesões podem envolver não apenas o
menisco, mas também outras estruturas articulares, como ligamentos ou cartilagem
articular.
9

Desgaste Crônico - A repetição de saltos de paraquedas e atividades físicas intensas


pode levar ao desgaste crônico do menisco, aumentando o risco de lesões ao longo
do tempo.

2. A TERAPIA OCUPACIONAL PREVENTIVA COMO INTERVENÇÃO

Pode-se inferir que a aterragem é um momento de risco para a ocorrência de lesões


muscoesqueléticas em paraquedistas. É nesse momento que o paraquedista chega
ao solo e, devido ao impacto sofrido pelo corpo, podem ocorrer lesões radiais no
menisco. Dentre os fatores de risco analisados, apenas o tempo de paraquedismo
teve significância para a ocorrência de lesão muscoesquelética, sendo que a razão
de risco mostrou que quanto maior o tempo de paraquedismo, maior o risco de
ocorrer lesão. Os demais fatores como idade, peso, altura e quantidade de saltos não
apresentaram significância estatística. Alguns estudos apontam o peso corporal,
idade e gênero do paraquedista como fatores de risco para ocorrência de lesões.
Outros fatores são o peso do equipamento, não utilização de protetores de tornozelos
pelos paraquedistas, alta velocidade do vento, saltos noturnos e saltos de
aeroplanos.

A atuação da Terapia Ocupacional na prevenção de lesões meniscais é centrada em


estratégias que visam promover a saúde e prevenir ocorrências que possam levar a
danos nos meniscos do joelho. Ela desempenha um papel crucial na promoção de
hábitos de vida saudáveis e na orientação de atividades que minimizem o risco de
lesões. Acredita-se que exercícios de alongamento e de fortalecimento muscular,
ambos para membros inferiores, constituem-se no melhor método de prevenção para
lesões do menisco. Determinar quais exercícios para membros inferiores constituem-
se no melhor métodos de prevenção para lesões de menisco no joelho.
Realizar avaliações ergonômicas específicas para atividades paraquedistas,
identificando possíveis fatores de risco que possam contribuir para lesões meniscais.
Desenvolver programas de treinamento que incluam técnicas aprimoradas de
aterragem para reduzir a carga sobre os joelhos durante o pouso de paraquedas.
Prescrever programas de exercícios que se concentrem no fortalecimento dos
músculos ao redor do joelho, visando estabilização e redução do risco de lesões
meniscais. Incluir rotinas de alongamento e flexibilidade para melhorar a amplitude
de movimento e reduzir a tensão nos músculos e articulações. Fornecer orientações
sobre o uso adequado de equipamentos de proteção, incluindo calçados e
dispositivos de absorção de impacto, para minimizar o estresse nas articulações.
Desenvolver estratégias para otimizar o descanso e a recuperação, reconhecendo a
importância do equilíbrio entre atividade física intensa e períodos de repouso.
Oferecer aconselhamento sobre técnicas de treinamento adequadas para evitar
excesso de treinamento e minimizar o risco de lesões por sobrecarga.
- Caso ocorra uma lesão meniscal, a Terapia Ocupacional pode desempenhar um
papel fundamental na reabilitação e na reintegração do paraquedista às atividades
ocupacionais.

Ao longo de todo processo da Terapia Ocupacional Preventiva o cuidado com o PQD


militar é uma certeza visto os fatores físicos e terapêuticos que essa especialidade
10

traz, dando a porcentagem de 90% a 95% de contribuição, fazendo com que assim o
militar consiga prevenir lesões muscoesqueléticas. Cerca de 75% negligenciam o
tratamento de suas lesões. Isso possivelmente se deve pelo fator maior número de
lesões serem distensões musculares e entorses, lesões estas geralmente
consideradas pela população geral como não grave e, portanto, sem necessidade de
assistência médica. É válido lembrar que a terapia ocupacional preventiva age
nesses tipos de lesões reduzindo consideravelmente o tempo de recuperação e
evitando possíveis complicações secundárias e/ou recidivas. A baixa adesão ao
tratamento terapêutico pode ser explicada pelo pouco conhecimento da população
em relação às suas áreas de atuação e à resistência de alguns médicos em
encaminhar seus pacientes para esse tipo de tratamento. Com os resultados deste
estudo, demonstrando uma alta prevalência de lesões muscoesqueléticas entre
militares paraquedistas, faz-se urgentemente necessário que se amplie os objetivos
da terapia ocupacional existentes nas guarnições, oferecendo além do tratamento
curativo, também um programa preventivo, voltado, principalmente, para tais
profissionais.

Deste modo, a implantação da terapia ocupacional preventiva poderia reduzir


potencialmente a prevalência de lesões muscoesqueléticas sofridas pelos militares
paraquedistas. Esta prevenção mantém a integridade do sistema osteomioarticular,
evitando novas lesões, proporciona menor tempo de tratamento e,
consequentemente, menor período de afastamento dos serviços militares, além de
proporcionar uma melhor qualidade de vida e maior tempo de atividade paraquedista
para tais profissionais.
11

REFERÊNCIAS

HOLLANDA, J. Lesões radiais dos meniscos. Disponível em:


https://ortopedistadojoelho.com.br/lesoes-radiais-dos-meniscos/. Acesso em:
06/12/2023

NEVES, E. B. et al. A incidência de lesões no curso de formação de pára-quedistas


militares
brasileiros. Revista UNIANDRADE, v. 11, n. 1, p. 53-64, 2010. Disponível em:
https://www.uniandrade.br/revistauniandrade/index.php/revistauniandrade/article/
view/5. Acesso em: 04/12/2023

NEVES, E. B. et al. Incidence rate of musculoskeletal injuries in brazilian army.


Bioscience
Journal, v. 34, n. 6, p. 1744-1750, 2018.

NEVES, E. B. et al. Military parachuting injuries in Brazil. Injury, v. 40, n. 8, p. 897-


900,
2009.

Você também pode gostar