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Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Rede LFG

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO TELEPRESENCIAL E VIRTUAL EM


DIREITO PROCESSUAL: GRANDES TRANSFORMAÇÕES

Disciplina

Teoria Geral do Processo e Recentes


Inovações Legislativas

Aula 4
Índice
Leitura Obrigatória 1 ... p.01
Leitura Obrigatória 2 ... p.06

LEITURA OBRIGATÓRIA
MARCELO ABELHA RODRIGUES
Advogado - ES, Mestre e Doutor pela PUC-SP.
Professor Adjunto da UFES.

DA PENHORA ON LINE DE DINHEIRO E INVESTIMENTOS NO ART. 655-A


DO CPC

Como citar este artigo:

RODRIGUES, Marcelo Abelha. Da penhora on line de


dinheiro e investimentos no art. 655-A do CPC. Material
da 4ª aula da Disciplina Teoria Geral do Processo e
Recentes Inovações Legislativas, ministrada no Curso de
Especialização Telepresencial e Virtual de Direito
Processual: Grandes Transformações – UNISUL - REDE
LFG.

A penhora é um dos atos executivos instrutórios essenciais da atividade


executiva. Com a realização da penhora, a responsabilidade patrimonial se concretiza e
individualiza o bem do patrimônio do executado que se submeterá a expropriação judicial.
A penhora é feita mediante “apreensão e depósito” do bem sujeito à responsabilidade
patrimonial. O bem penhorável pode ser material ou imaterial, e é claro, as
características particulares de cada bem contribuirá decisivamente para determinar se a
tarefa de apreensão ou depósito será mais simples ou complexa. Por exemplo, imagine
como deve ser difícil e complexa a apreensão e depósito de um tanque de combustível que
esteja soterrado num posto de gasolina. Por outro lado, pense como deve ser rápida e
simples a realização da penhora de ações e direitos que o devedor possui em ação
condenatória proposta contra terceiro (penhora no rosto dos autos – art.674).
Se seguirmos as regras do Código de Processo Civil logo veremos que o legislador
arrolou, propositadamente, o dinheiro como o primeiro bem a ser objeto de penhora do
patrimônio do executado (art. 655). Em seguida os veículos terrestres, os móveis em geral
e depois os imóveis. Ao colocar o dinheiro no topo preferencial da lista o legislador levou
em consideração o fato de que se houver penhora de dinheiro, há um encurtamento
natural do itinerário executivo, porque, se dinheiro é o que pretende o exeqüente, e, se é
o dinheiro que está apreendido, então bastará ao exeqüente pedir o levantamento da
quantia depositada, sendo desnecessária qualquer atividade expropriatória do art. 647 do
CPC, indo diretamente a execução para a fase do art. 708, I do CPC. Mas, há uma pergunta
que não quer calar. Por que o legislador colocou o dinheiro no topo da lista dos bens
penhoráveis se, na prática do cotidiano forense, não se penhora dinheiro do devedor, salvo
se este for instituição bancária ou empresa de grande porte? Por que a “dificuldade” de se
aceitar na prática a realização da penhora de dinheiro do executado? Seria uma
preferência utópica do legislador? Claro que não.
O problema reside no fato de que as pessoas em geral depositam o dinheiro ou
ativos financeiros em bancos públicos ou privados, e, sempre fomos acostumados a ter
como máximo de proteção o sigilo bancário, onde nenhum banco poderia informar ou
permitir vazamento de informação dos seus correntistas sobre os seus dados bancários.
Seria, pois uma forma de se proteger a intimidade e vida privada dos sujeitos, afinal de
contas se outrora o dinheiro era escondido nos colchões, então passava a ser escondido nos
bancos. Havia uma cumplicidade entre o banco e seu correntista de forma que nem mesmo
o exeqüente se atrevia a incomodar as contas bancárias do executado.
Por outro lado, o tempo foi mostrando que os devedores tornaram-se cada vez
mais especializados em burlar os seus credores. Usando carros alugados ou de terceiros,
morando em mansões em nome de laranjas, fazendo viagens para o exterior, e enfim,
ostentando uma vida incompatível com o patrimônio que formalmente ele não possui,
havia um paradoxo a ser desvendado. Como poderia o devedor, sem bens penhoráveis, ter
uma vida de regalias e recheada de bens supérfluos caros e suntuosos? Certamente que
dinheiro ele teria e estaria usando para manter a paradoxal vida de devedor “quebrado”,
mas mantendo-se uma aparência absolutamente inversa à sua condição patrimonial.
De fato, não haveria razões para não se permitir a penhora de dinheiro do
executado, quando este estivesse depositado em conta bancária, porque, afinal de contas,
ninguém guardaria dinheiro em outro lugar senão em contas bancárias, e, além disso, o
dinheiro é o bem preferencial na ordem legal prevista pelo legislador. De que adiantaria a
regra do art. 655, I? Teria o dispositivo um papel apenas decorativo? Por isso, é
absolutamente legal e legítimo a penhora de dinheiro do executado que esteja depositada
em instituições bancárias, ou seja, dinheiro depositado em conta corrente ou em
aplicações financeiras. Não faria sentido imaginar a penhora de dinheiro do executado em
outro lugar que não fosse as instituições bancárias. Claro que há que se ter cautelas, como
em qualquer tipo de penhora, e não se apreender verba correspondente a salários, soldos,

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subsídios, etc. nos termos do art. 649, IV, salvo se destinada a pagamento de prestação
alimentícia (§2º do art. 649). Também não se deve extrapolar quantia além daquela
prevista no título e, obviamente não se pode apreender dinheiro que pertença a terceiro
(por exemplo dinheiro em conta corrente do cônjuge que não está sendo executado).
Tomadas as devidas cautelas, pensamos que deve haver um esforço no sentido de se
buscar, primeiro, a penhora do dinheiro, e, apenas no caso de insucesso desta tentativa é
que se deve buscar outros bens na lista do art. 655 do CPC.
A forma como se apreende dinheiro do executado (apreendendo ativos
financeiros depositados em conta bancária ou aplicações financeiras) talvez seja o que
causa maior incômodo e dificuldades de aceitação pelo público em geral. É que
atualmente, permite o Código, que o juiz possa, virtualmente (meio eletrônico), usando da
rede mundial de computadores e com auxílio do banco central, investigar e bloquear ativos
financeiros do executado, realizando a penhora de seu dinheiro. Segundo o art. 655-A do
Código de Processo Civil “para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação
financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do
sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência
de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua
indisponibilidade, até o valor indicado na execução”.1
Ainda existe alguma reticência quanto a aceitação da internet (meio
eletrônico) como ferramenta a ser utilizada pelo judiciário para a realização da penhora de
ativos financeiros em conta do executado2, porque a experiência recentíssima do direito
processual do trabalho (execuções trabalhistas) tem mostrado que inúmeras falhas tem
ocorrido quando se utiliza a internet para tal desiderato. Falhas que só se admitem e se
sustentam – indevidamente – sob o pesado e injusto argumento de que é mais importante a
proteção do trabalhador. Na prática, o que ocorria constantemente nas execuções
trabalhistas é que bloqueavam-se, aleatoriamente, todas as contas do executado,
indistintamente, e, todos os valores ali contidos, sem qualquer limitação ao valor da
execução. Muitas vezes até contas correntes conjuntas, onde o outro correntista nada
tinha que ver com o débito trabalhista. Na prática, diante desses equívocos, e, para evitar
o prejuízo de se ter todas as contas bloqueadas, o executado acabava pagando ao invés de
discutir qualquer equívoco da medida constritiva.
Não foi por acaso, portanto, que o legislador processual, reconhecendo os
riscos de equívocos e de ferimento do devido processo legal (ninguém será privado dos seus
bens sem o devido processo legal), deixou evidente alguns aspectos que deverão ser
seguidos para que seja utilizada a penhora eletrônica de ativos financeiros do executado:
1) Deve haver requerimento expresso do exeqüente solicitando a medida 3, o que impede,
portanto, que seja tomada de ofício pelo juiz. Isso implica que o exeqüente poderá ao dar

1
Igualmente diz o art. 649, §6º que “Obedecidas as normas de segurança que forem instituídas, sob
critérios uniformes, pelos Tribunais, a penhora de numerário e as averbações de penhoras de bens
imóveis e móveis podem ser realizadas por meio eletrônicos”.
2
Com a normatização dos atos e processos eletrônicos (Lei 11.419/06) essa desconfiança deve
acabar, porque a rigor, não é mais possível fechar os olhos para a realidade das facilidades e
agilidade trazida pelo uso dos meios eletrônicos (internet). Bancos, cartórios, instituições publicas e
privadas prestam serviço de variados tipos pela internet. Mesmo as compras e vendas de todos os
tipos de produtos e serviços, a cada dia, se rendem ao uso da internet. Seria uma involução se a
justiça fechasse os olhos e não aproveitasse os benefícios que daí resulta. Por isso, merece aplausos
o art. 655-A, ora comentado, bem como o art. 685-A do Código (que permite a alienação do bem
penhorado pela via eletrônica) e ainda o art. 659, §6º que admite a penhora de dinheiro e a
averbação eletrônica da penhora de bens imóveis e móveis. A tendência é que em pouquíssimo
tempo, com o advento da lei 11.419, os próprios processos judiciais tramitem pela via eletrônica, e
especialmente os atos de postulação e respectivos prazos possam ser feitos mediante uso dos meios
eletrônicos. Igualmente, muitos atos processuais como penhora de bens móveis (carros, por
exemplo) e imóveis tendem a ser feitos (e não simplesmente a averbação) por meio eletrônico.
Repita-se, portanto, não faz o menor sentido que o Judiciário mantenha-se arcaico e enferrujado e
alheio às inovações tecnológicas.

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início a execução (petição ou requerimento inicial) postular a medida do art. 655-A,
indicando, a título subsidiário para o caso de ser infrutífera a penhora de ativos (inexistir
dinheiro depositado em banco), outros bens que possam ser objeto de penhora, afinal de
contas é prerrogativa do exeqüente a indicação de bens à penhora 4; 2) A medida eletrônica
de informação de ativos financeiros com posterior bloqueio da quantia só pode ser feita
pelo magistrado, seja pela via eletrônica (ou ofício), por intermédio da autoridade
supervisora do sistema bancário, afastando qualquer hipótese de o juiz, diretamente,
ordenar ao banco que informe sobre ativos do executado para proceder em seguida a
penhora da quantia5. Perceba-se que o controle e manuseio das informações bancárias do
executado é feita pela entidade supervisora do sistema bancário, ainda que por ordem do
juiz; 3) A eventual indisponibilização da quantia deve ser determinada expressamente pelo
juiz, ainda que seja feita no mesmo ato que requisitou informações sobre ativos
financeiros em nome do executado; 4) O limite objetivo da penhora tem como teto o valor
indicado na execução (ainda que seja aquele indicado pelo exeqüente na memória
discriminada de cálculos apresentada junto com a petição ou requerimento inicial); 5) O
limite subjetivo é, obviamente, ativos em nome do executado apenas; 6) Não é o
exeqüente e nem o juiz, neste momento, que deve se preocupar em saber se o dinheiro a
ser apreendido se refere às hipóteses do art. 649, IV ou se estão revestidas de alguma
outra forma de impenhorabilidade, cabendo ao executado comprovar tal impedimento em
relação as quantias bloqueadas em sua conta bancária 6; 7) Na penhora de percentual do
faturamento da empresa, algo que já era admitido com freqüência, mesmo na justiça
cível, “será nomeado um depositário, com atribuição de submeter à aprovação judicial a
forma de efetivação da constrição, bem como de prestar contas mensalmente, entregando
ao exeqüente as quantias recebidas, afim de serem imputadas no pagamento da dívida”.
Por fim, é de se dizer que não existe qualquer pecha de inconstitucionalidade
em se realizar a penhora de ativos financeiros do executado nos limites estabelecidos pelo
legislador e com as cautelas ali previstas. De um lado há a regra da efetividade do direito
do exeqüente, constitucionalmente assegurada pelo direito de acesso a ordem jurídica
justa (art. 5º, XXXV da CF/88) e isso não poderá ser olvidado jamais. Não se pode perder
3
Por isso, a responsabilidade processual pelos danos causados pela execução injusta, e, mormente,
pela penhora indevida (art. 574) é do exeqüente. Não se descarta, no entanto, a responsabilidade
solidária do Estado, quando o prejuízo do executado se deu por erro na realização do procedimento
de realização da penhora.
4
O legislador preocupou-se tanto com os possíveis equívocos da penhora on line de dinheiro, que
fez questão de repetir, no parágrafo primeiro do art. 655 aquilo que já havia dito no seu caput.
Segundo o art. 655, §1º: “As informações limitar-se-ão à existência ou não de depósito ou aplicação
até o valor indicado na execução”.
5
Claro que se o exeqüente indicar a conta corrente e o banco no qual se localiza a quantia a ser
penhorada, poderá o juiz proceder a sua realização diretamente, sem interferência da autoridade
supervisora do sistema bancário, porque aí não se trata de primeiro obter informações sobre ativos
financeiros e depois proceder a sua indisponibilização. O dispositivo não permite que o Judiciário
faça uma devassa desnecessária a indevida das contas bancárias e depósitos do executado, e, por
isso, vincula a informação prévia ao auxílio da entidade supervisora do sistema bancário. Mas, se o
exeqüente já indica a conta corrente e o banco no qual se situa o valor a ser bloqueado, não há
informação previa e o juiz poderá proceder diretamente a penhora da quantia depositada em conta
do executado.
6
A oportunidade do executado se manifestar e “comprovar que as quantias depositadas em sua
conta corrente referem-se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou que estão
revestidas de outra forma de impenhorabilidade” (art. 655, §2º) indicam, prima facie e regra geral,
que não pode o exeqüente levantar a quantia antes de se oportunizar ao executado o exercício
deste contraditório. A alegação de nulidade da penhora será feita por intermédio de impugnação do
executado (art. 475-L, III) ou por embargos do executado (art. 745, II), lembrando que nesta última
hipótese, se a penhora da quantia ocorrer após o prazo para o oferecimento dos embargos, poderá o
executado alegar, por petição simples, a objeção de nulidade da penhora. Por se tratar de nulidade
absoluta, poderá alegar a qualquer tempo, por petição simples a referida objeção processual,
embora recomende-se que o faça na primeira oportunidade que lhe couber falar nos autos, para
evitar que sobre ele incida as custas pelo retardamento.

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de vista que o dinheiro é o bem primeiro no rol de bens penhoráveis, e, que normalmente
o dinheiro é guardado (e não escondido) em instituições bancárias. Logo, a penhora por via
eletrônica de ativos financeiros é apenas uma forma de se permitir a concretização da
responsabilidade patrimonial, e, por isso nada há que fira a regra constitucional de que
ninguém será privado dos seus bens sem o devido processo legal. Igualmente, não fere o
juiz natural, porque a ordem de realização do bloqueio e indisponibilização do bem é do
próprio juízo da execução, e, o fato de em alguns casos as informações passarem pelo
auxílio e supervisão da autoridade bancária, em nada fere o direito constitucional do
executado, senão o contrário, porque preocupa-se em preservar ao máximo a sua
intimidade e vida privada.

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Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – REDE LFG

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO TELEPRESENCIAL E VIRTUAL


EM DIREITO PROCESSUAL: GRANDES TRANSFORMAÇÕES

Disciplina

Teoria Geral do Processo e Recentes


Inovações Legislativas

Aula 4

LEITURA OBRIGATÓRIA 2
FERNANDO DA FONSECA GAJARDONI
Juiz de Direito no Estado de São Paulo. Doutor e Mestre em Direito Processual pela Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo (USP). Professor concursado de Direito Processual Civil da
Faculdade Municipal de Direito de Franca (FDF). Professor da Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes
(IELF/LFG). Membro do Núcleo de Estudos e Debates do CEBEPEJ e do Instituto Brasileiro de Direito
Processual (IBDP).

REFLEXÕES SOBRE O NOVO REGIME DE EXPROPRIAÇÃO DE BENS


INTRODUZIDO PELA LEI Nº 11.382/2006

Como citar este artigo:

GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Reflexões sobre o


novo regime de expropriação de bens introduzido pela
lei nº 11.382/2006. Material da 4ª aula da Disciplina
Teoria Geral do Processo e Recentes Inovações
Legislativas, ministrada no Curso de Especialização
Telepresencial e Virtual em Direito Processual: Grandes
Transformações – UNISUL - REDE LFG.

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Novas modalidade e ordem de


expropriação dos bens. 3. Adjudicação. 4. Alienação por

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iniciativa particular. 5. Alienação judicial em hasta pública. 6.
Usufruto de bem móvel ou imóvel. 7. Bibliografia.
1. INTRODUÇÃO.
Em complemento à reformulação do processo de execução por quantia vinda à
luz por força da Lei n. 11.232/2005, a União Federal fez editar em 06 de dezembro de
2006 a Lei n. 11.382, com vigência 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.
O propósito da alteração legislativa implementada, tanto quanto já o era da
antecessora lei de reforma da execução (títulos judiciais), é o de tornar o procedimento de
satisfação dos créditos mais efetivo, facilitando, através da remoção de óbices formais e
da ampliação do rol das medidas executivas, a tutela do direito em favor do credor.
De fato, o art. 612 do Código de Processo Civil é bastante claro no sentido de
que a execução se faz no interesse do credor, que adquire pela penhora a preferência
sobre os bens constritos. Pese tal disposição, de convirmos que em muitas passagens do
CPC reformado tal princípio era relegado ao segundo plano, e acabava prevalecendo,
indevidamente, a disposição antítese do art. 620 do CPC, a dispor que a execução devia se
dar pelo meio menos gravoso ao devedor.
Com as alterações legislativas implementadas procurou-se efetivamente
inverter-se a equação supra, privilegiando-se, normativamente e no mais das vezes, o
credor em detrimento do devedor. Foi excluída pela nova lei boa parte das disposições do
Livro II do CPC que propiciavam ao executado oportunidade para protelar a satisfação do
crédito, bem como se ampliou a possibilidade do credor encontrar bens penhoráveis e levá-
los efetivamente à excussão.
Muitas das alterações legislativas foram hauridas da Lei n. 9.099/95, que já
tendo nascido com o ideário de efetividade, antecipou em pelo menos 10 (dez) anos as
reformas que ora se operam. Há de se mencionar, também, que a Lei n. 11.382/2006
efetuou uma revisão conceitual e terminológica em muitos dispositivos do Livro II do CPC,
adequando-os cientificamente à evolução da doutrina processual.
O presente texto objetiva analisar, ainda que em primeiras e breves impressões,
as alterações da Lei n. 11.382/2006 no tocante ao regime de expropriação de bens,
traçando um paralelo entre o sistema revogado e o novo.
Desde já se adianta que este novo regime de expropriação será aplicável,
também, para a execução dos títulos judiciais que reconheçam obrigação de pagar (art.
475-I, caput, do CPC), já que, por força do art. 475-R do CPC, aplicam-se subsidiariamente
ao regime do cumprimento de sentença as normas que regem o processo de execução dos
títulos extrajudiciais. Como não há previsão no Livro I do CPC sobre expropriação de bens
para pagamento de obrigações em quantia constantes de títulos executivos judiciais,
empregam-se à plenitude as disposições ora estudadas.
Por fim, sempre vale a nota de que as alterações legislativas só surtem efeito se
acompanhadas da indispensável mudança de mentalidade dos operadores jurídicos. De
nada adianta um regime novo, com nítida preferência pela satisfação do direito do credor,
se os atores jurídicos insistirem na leitura das novas disposições com olhos voltados para o
passado, em posição manifestamente descomprometida com a efetividade da tutela
jurisdicional.
Daí porque o que se procurará projetar abaixo é uma visão do novo
procedimento expropriatório catalisada pela efetividade que a nova sistemática da
execução procurou imprimir para o cumprimento dos títulos judiciais e execução dos
títulos extrajudiciais, ainda que para isto tenhamos que abandonar velhos dogmas ou
admitir que o nosso sistema perdeu muito em sistematização.

2. NOVAS MODALIDADES E ORDEM DE EXPROPRIAÇÃO DE BENS

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Antes da Lei n. 11.382/2006, o art. 647 do Código de Processo Civil previa
apenas 03 (três) modalidades de atos expropriatórios na execução por quantia contra
devedor solvente: a) alienação de bens do devedor; b) adjudicação em favor do credor; e
c) usufruto de imóvel ou empresa. Previa-se, ainda, que era preferível a alienação judicial
de bens em hasta pública (leilão ou praça) do que a adjudicação, tanto que só se admitia
ao credor adjudicar os bens penhorados e pelo preço da avaliação se tivesse havido hasta
negativa, isto é, sem licitantes dispostos a arrematá-los. O usufruto era providência de
cabimento bastante restrito e de pouca incidência prática, especialmente o usufruto de
empresa (mais facilmente substituído pela penhora do seu faturamento).
No novo regime, mantidas as modalidades já conhecidas do regime pretérito,
introduziu-se uma nova modalidade de expropriação: a alienação dos bens por iniciativa
particular (art. 647, II c.c. art. 685-C, ambos do CPC).
Substituiu-se o usufruto de empresa, de já mencionada difícil implementação
prática, pelo usufruto de bem móvel, mantida a possibilidade de usufruto de bem imóvel
(art. 647, IV, do CPC).
E, finalmente, alterou-se completamente a ordem de preferência na realização
dos atos expropriativos: prefere-se a adjudicação dos bens a todos os demais meios de
expropriação. Não sendo ela possível ou desejada, prefere-se a alienação por iniciativa
particular. Só em último caso será autorizada a alienação judicial do bem por hasta pública
(art. 686 do CPC). Todas estas medidas poderão, todavia, ser substituídas, em casos
bastante específicos, pelo usufruto de bem imóvel ou móvel, desde que apto a satisfazer o
crédito e for menos gravoso ao devedor (art. 716 do CPC).

3. ADJUDICAÇÃO
A adjudicação é a modalidade expropriativa consistente na transferência da
propriedade do(s) bem(ns) penhorado(s) ao próprio credor, isto a fim de que tenha seu
crédito satisfeito. É modalidade atípica e anômala de dação em pagamento (art. 356 do
CC), já que não depende de concordância do devedor. O credor, em vez de receber o
produto da alienação do bem (dinheiro), recebe o próprio bem in natura como pagamento.
Previa o revogado art. 714 do CPC que finda a praça sem lançador, era lícito ao
credor, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer a adjudicação dos bens
imóveis penhorados, direito que também poderia ser exercido pelos credores hipotecários
e pelos credores concorrentes que tivessem penhorado o mesmo bem e oferecessem maior
preço (§1º). Caso nenhum deles oferecesse maior preço, a adjudicação se resolveria em
favor do credor hipotecário (§2º).
A primeira inovação trazida pela Lei n. 11.382/2006 – se bem que não havia
mais dúvida na doutrina e jurisprudência quanto a isto – foi a admissão da adjudicação
quanto a qualquer tipo de bem (móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo). Diversamente
da antiga disposição (art. 714, caput, do CPC), o novo art. 685-A do CPC não faz referência
à possibilidade de adjudicação apenas de bens imóveis, permitindo, por conseguinte, a
adjudicação dos bens em geral.
Outra novidade já referida e incorporada ao CPC pela Lei n. 11.382/2006 foi a
preferência da adjudicação sobre todas as demais modalidades de expropriação,
providência que já vinha sendo adotada com certo êxito na Lei de Execução Fiscal (art. 24,
I, da Lei n. 6.830/80), e nos Juizados Especiais Cíveis, embora, aqui, sem obrigatoriedade
explícita (art. 53, § 2º da Lei n. 9.099/95). Com efeito, após a avaliação do bem penhorado
ou aceitação do valor indicado (art. 668, parágrafo único, V, do CPC), o juiz deverá
provocar o credor a se manifestar sobre o interesse na adjudicação dos bens penhorados
por valor não inferior ao da avaliação antes de qualquer outra providência.
A antecedência da modalidade adjudicatória face à alienação do bem vem a
resolver problema que dantes tinha incidência relevante. No regime pretérito, a

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adjudicação pressupunha a existência de hasta pública negativa, já que a alienação
judicial preferia à adjudicação dos bens penhorados. Sendo duas, entretanto, as hastas
públicas para alienação judicial dos bens penhorados (art. 686, VI, do CPC), não se sabia
ao certo se a adjudicação poderia ser deferida logo após a primeira hasta negativa, ou se
era necessário aguardar-se a 2ª hasta (onde raramente o bem era arrematado por valor
igual ou superior ao da avaliação). Com a preferência da adjudicação à arrematação,
encerra-se esta controvérsia, já que não há mais de se aguardar a alienação judicial para
só então ser deferida a adjudicação.
Outra questão controvertida e que também me parece ter sido eliminada pela
nova lei é a concernente à possibilidade do credor comparecer à hasta pública e,
verificando não haver licitantes, lançar por valor inferior ao da avaliação.
No regime pretérito, pese a falta de previsão legal, não era incomum que o
credor, ciente de que só poderia adjudicar pelo valor da avaliação (vide o revogado art.
714 do CPC), comparecesse, por si ou por terceiro, como lançador em 2ª hasta (art. 686,
VI, do CPC), e arrematasse o bem por valor menor do que o da avaliação.
Alguns intérpretes, entre eles nós, entendiam que tal expediente era
sistematicamente ilegal, já que só sendo lícito ao credor ficar com o bem pelo valor da
avaliação (adjudicação), admitir seu lanço por valor menor, e em momento anterior ao
processualmente previsto, seria indiscutível burla ao sistema. Afinal, o credor não vem ao
processo de execução para fazer bons negócios, mas sim para receber exatamente aquilo
que lhe é devido.
Tal posição, entretanto, era minoritária, já que a jurisprudência se posicionava
com mais afinco no sentido de que não havendo óbice legal específico ao lance do credor
em hasta pública (vide o revogado art. 690, §§, e o atual art. 690-A, § 2º, do CPC), era lhe
dado comparecer e arrematar por valor inferior ao da avaliação em 2ª hasta.
Com a colocação da adjudicação em posição de preferência a alienação, não me
parece agora haver dúvida de que é dado ao credor lançar em hasta pública. Afinal, não
tendo interesse na adjudicação e verificando, em primeiro leilão, que a ninguém também
interessou pagar pelo bem penhorado o preço da avaliação, parece-me mais palatável a
idéia de que pode o credor arrematar o bem por valor inferior ao estimado (já que pelo
valor da avaliação ninguém quis), caso em que concorrerá, em igualdade de condições,
com outros eventuais interessados em apresentar lances.
Outra inovação introduzida pela Lei n. 11.382/2006 se refere aos legitimados a
adjudicar. No regime pretérito (art. 714, § 1º, do CPC), além do exeqüente, também era
permitido adjudicar ao credor hipotecário (e pignoratício já que também se adjudicam
bens móveis) e aos demais credores que também houvessem penhorado o mesmo bem. O
credor hipotecário ou pignoratício que adjudicasse pelo preço da avaliação não tinha que
depositar o preço, já que tinha preferência de direito material quanto ao crédito (devendo
tão só reembolsar o exeqüente pelas custas e despesas com o processo de execução
ajuizado). Os demais credores sem preferência de direito material deveriam apresentar o
preço da avaliação para a adjudicação dos bens penhorados, já que, nos termos do art. 612
do CPC, a preferência pelo produto do ato era do credor que primeiro houvesse penhorado
o bem (ainda que não fosse o promovente da execução).
No novo regime manteve-se a possibilidade da adjudicação do bem pelos
credores hipotecários e também por aqueles que houvessem penhorado o mesmo bem (art.
685-A, § 2º, do CPC), bem como a necessidade/desnecessidade de exibição do preço nos
casos acima especificados. Mas acresceu-se aos legitimados para a adjudicação o cônjuge,
descendentes e ascendentes do executado, disciplinando, portanto, o instituto da remição
de bens juntamente à adjudicação.
Por força desta incorporação da remição de bens ao regime da adjudicação,
revogaram-se os artigos 787 a 790, que dantes cuidavam do instituto em título próprio do
CPC.

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Referida modificação é boa. Não retira da família do devedor o direito de
resgatar o bem penhorado. Mas preserva tanto o arrematante quanto o credor, já que no
regime pretérito eles eram manifestamente prejudicados pelo sistema, porquanto ao
arrematar ou adjudicar o bem, já efetuavam o pagamento das despesas processuais para a
realização do leilão (diligências, editais, etc.) e ao final, quando imaginavam receber a
coisa, eram preteridos pelos legitimados a remir.
Na esteira do que já previa o revogado art. 714, § 2º, do CPC, o novo art. 685-A,
§ 3º, assinala que havendo mais de um pretendente à adjudicação haverá uma licitação
entre eles, deferindo-se ao licitante que propor o maior valor pelo bem o seu recebimento.
É trazida, entretanto, novidade no tocante à preferência tanto por tanto, já que dantes
era ela do credor hipotecário ou pignoratício, mas agora é, nesta ordem, do cônjuge,
descendentes e ascendentes adjudicantes.
Outra inovação que vem em boa hora é a constante do art. 685-A, § 4º, do CPC.
Prevendo as dificuldades do ingresso na sociedade de pessoa estranha aos seus quadros, o
novo dispositivo assegura aos sócios, em caso de penhora das quotas da sociedade, a
preferência na adjudicação delas em concurso com terceiro, tanto por tanto. Para garantir
esta preferência, a lei assegura aos sócios o direito de serem intimados, via sociedade, da
adjudicação pretendida, de modo que ao lado dos legitimados à adjudicação (art. 685-A, §
2º, do CPC) podemos acrescer, também, os sócios neste especial caso de expropriação
forçada.
Não houve alteração no tocante à adjudicação dos bens por conta do crédito
(inclusive com possibilidade de prosseguimento da execução pela diferença), tampouco
sobre a necessidade do adjudicante-exequente depositar eventual diferença, em favor do
devedor ou de outros credores concorrentes, quando o valor do crédito for inferior ao dos
bens. Apenas se previu expressamente estas situações na subseção da adjudicação (art.
685-A, § 1º), interpretação que, todavia, já era feita no regime revogado, por força do que
constava do art. 690, § 2º, c.c. art. 711, do CPC.
A Lei n. 11.382/2006 perdeu uma ótima oportunidade para disciplinar o prazo
que os credores têm para requerer a adjudicação do bem, especialmente no tocante ao
cônjuge, descendentes e ascendentes (antigos legitimados a remição de bens) Como não o
fez, parece-me mais acertado permitir-se, desprezando o prazo de 05 (cinco) dias que
decorre do sistema (art. 185 do CPC), a proposta de adjudicação até que outro legitimado
efetue a adjudicação, ou, não havendo proposta até então, até a data da alienação do
bem (o que representa mais economia e efetividade à execução).
Assim, mesmo que os legitimados não tenham requerido a adjudicação logo no
início da fase expropriatória (após a provocação do juiz), parece-me que até a adjudicação
por outro legitimado ou até a arrematação do bem (por alienação particular ou judicial)
podem os interessados efetuar proposta de adjudicação por preço não inferior ao da
avaliação.
Mesmo raciocínio se aplica aos legitimados a remir bens. Como não há mais o
prazo de 24 horas entre o deferimento da adjudicação e o da assinatura do auto de
adjudicação para a remição dos bens (vide os revogados artigos 715, § 1º e 788, II, do CPC),
a remição pode ser realizada até a expropriação do bem por outro meio.
Daí porque parece ter havido uma facilitação intencional da pretensão daquele
que pretende remir bens (dilatação do prazo), pese o risco de não o fazê-lo pelo fato de
outro interessado adjudicar primeiramente os bens penhorados.
Outra questão interessante e digna de nota, apta a ser estudada em conjunto à
adjudicação, cuida do preço a ser apresentado para a remição de bens pelo cônjuge,
descendentes e ascendentes. No regime anterior, em que a remição era efetuada nas 24
horas seguintes ao deferimento da adjudicação, o interessado deveria depositar o preço
pelo qual os bens foram alienados ou adjudicados, no primeiro caso pouco importando se
acima ou abaixo do valor da avaliação (revogado art. 787 do CPC). No novo regime, como a

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remição é efetuada concorrentemente e concomitantemente à adjudicação, só será aceita
por valor não inferior ao da avaliação, mesmo que os pretensos arrematantes do bem
pretendessem fazê-lo por valor inferior a ela.
Havendo concurso de adjudicantes, os legitimados a remir têm preferência
legal, tanto por tanto (art. 685-A, § 3º, do CPC).
Por fim, algumas alterações foram implementadas na lavratura e subscrição do
auto e carta de adjudicação (art. 685-B do CPC): a) não há mais o prazo de 24 horas para
assinatura do auto de adjudicação (revogado art. 715, § 1º, do CPC), visto que não mais
existe este prazo para remição de bens; b) nos casos de bens imóveis, obrigatoriamente
constará da carta – em manifesta assunção de posição fiscalista pelo nosso sistema
processual – a prova de quitação do imposto de transmissão de bens inter vivos, algo que
só era exigido do interessado, no regime anterior, quando do ingresso da carta no Registro
de Imóveis. Receio que com esta última inovação muitas cartas de adjudicação deixarão de
ser expedidas até que os adjudicantes reúnam condições de suportar a obrigação tributária
decorrente do ato.
Após a assinatura do auto a adjudicação considera-se perfeita e acabada, ainda
que venha a se julgar procedentes os embargos do executado, caso em que o ato de
expropriação se resolverá em perdas e danos contra o credor. A adjudicação só será
desfeita nos casos apontados na nova redação do art. 694 § 1º, do CPC, que tratam da
anulação de arrematação e são analogicamente empregados à adjudicação.

4. ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR


A maior e, a meu ver, a melhor das novidades introduzidas pela Lei n.
11.382/2006 foi a previsão de uma nova modalidade de expropriação: a alienação do bens
penhorados por iniciativa particular. Pois se a execução se dá, preponderantemente, em
benefício do credor (art. 612 do CPC), não havia porque não se permitir, na esteira do que
já acontecia na Lei dos Juizados Especiais Cíveis (art. 53, § 2º, da Lei n. 9.099/95), que o
credor providenciasse por seus meios, certamente mais céleres e eficazes do que os
empreendidos pelo Judiciário, a alienação dos bens penhorados, convertendo-os em
dinheiro.
De acordo com o novo art. 685-C do CPC, “não realizada a adjudicação dos bens
penhorados, o exeqüente poderá requerer sejam eles alienados por sua própria iniciativa
ou por intermédio de corretor credenciado perante a autoridade judiciária”.
Desde já se advirta que não estamos diante de uma hipótese de execução
extrajudicial (como dos imóveis hipotecados e financiados pelo Sistema Financeiro da
Habitação, nos termos do Decreto-Lei n. 70/1966), tampouco de instrumento de
autotutela. Aqui a execução forçada é judicial e a alienação particular precisa ser
expressamente e previamente autorizada pelo juiz.
A Lei n. 11.382/2006 não disciplinou em minúcias esta nova modalidade de
expropriação. Fez bem, pois deixou expressamente consignado que a alienação por
iniciativa particular será adequada às realidades regionais, visto que os “Tribunais poderão
expedir provimentos detalhando o procedimento da alienação prevista neste artigo,
inclusive com o concurso de meios eletrônicos, e dispondo sobre o credenciamento dos
corretores, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos de 05 (cinco)
anos” (art. 685-C, § 3º, do CPC).
Não será, todavia, pela falta de normatização local que o credor estará
incapacitado de se valer deste poderoso instrumento de expropriação de bens. Enquanto os
Tribunais não expedem os seus regulamentos, compete aos juízes traçar as diretrizes
mínimas para que se proceda a alienação por iniciativa particular, já que a disposição é
auto-aplicável. Entre tais diretrizes, o art. 685-C, § 1º, já estabelece ser dever do julgador
fixar:

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a) O prazo em que a alienação deverá ser efetivada, que não deverá ser muito
extenso a retardar a solução do conflito executivo, nem tão curto a ponto de
praticamente inviabilizar que o credor encontre uma boa proposta pelo bem (o
que, aliás, também prejudica o devedor). O ideal, ao nosso ver, é que o prazo seja
fixado modicamente (30 a 60 dias), e a vista do preço obtido pelo credor no
mercado, seja deferida uma nova dilação de prazo, sempre oportunizada ao
devedor a manifestação adequada;
b) A forma de publicidade da oferta pública do bem, que pode ser por jornal
especializado em classificados, ou por outro meio que imprima divulgação
suficiente e adequada para obtenção do melhor preço pela coisa penhorada.
Merece aplausos a iniciativa legislativa em oportunizar aos Tribunais a criação de
sítios virtuais específicos para apresentação e arrematação de bens penhorados, ou
o encaminhamento de tais bens para venda em sites privados especializados em
leilões, providência que, além de ampliar o leque de licitantes, propicia manifesta
economia temporal e financeira (art. 689-A do CPC);
c) O preço mínimo pelo bem (art. 680 do CPC), que não sendo vil, pode ser fixado,
inclusive, em valor inferior ao da avaliação. Rememore-se que a alienação por
iniciativa particular só ocorrerá após o interesse do credor e demais legitimados
pelo recebimento do bem pelo preço da avaliação, o que representa dificuldade de
obtenção, no mercado, de proposta no valor inicialmente estimado. Assim: a) caso
o bem seja vendido pelo preço da avaliação, não precisa de prévia autorização do
juiz; b) caso se pretenda a alienação por preço não vil, mas inferior à avaliação, é
mister prévia aquiescência judicial;
d) As condições de pagamento (a vista, em parcelas, valor da entrada, em dinheiro,
cheque, etc.);
e) As garantias de pagamento (real ou fidejussória), especialmente nos casos em que
autorizada a alienação particular em prestações, caso em que se pode emprestar,
por analogia, o disposto no art. 690, § 1º, do CPC, tomando-se o bem arrematado
como garantia para o pagamento das demais prestações, inclusive com
possibilidade de nomeação do arrematante como depositário judicial do bem até o
integral cumprimento do preço;
f) A comissão de corretagem, a ser fixada em favor dos profissionais credenciados e
que desempenharão este mister.
Além destes parâmetros judiciais já identificados na norma, outras diretrizes
ainda deverão ser fixadas pela autoridade judicial a bem de garantir a efetividade da
alienação particular. Talvez a mais difícil delas seja a de determinar a inversão do
depósito do bem, que ficando como regra em poder do devedor (art. 620 do CPC) – e não
nos parece que o legislador tenha revelado propósito de inverter esta equação na
inexistência de depositário judicial (art. 666, § 1º, do CPC) – prejudica consideravelmente
a oferta pública do bem. Assim, a bem do princípio da máxima utilidade da execução (art.
612 do CPC) e da necessidade de se imprimir efetividade a esta modalidade expropriatória,
o juiz, ao perceber que a alienação particular só alcançará êxito se o credor estiver com o
bem, deve nomeá-lo depositário, ao menos pelo período fixado para a tentativa de
alienação por iniciativa do credor.
Sendo encontrado um comprador para o bem penhorado, o credor ou o corretor
deverá comunicar a proposta ao juiz, que após ouvir o devedor a respeito, apreciará o
pedido. Sendo deferida a alienação particular, será ela formalizada por termo nos autos,
assinado pelo juiz, exeqüente, adquirente, e pelo executado, apenas se for presente. Ato
contínuo expede-se carta de alienação para o registro imobiliário (observando-se os
requisitos do art. 703 do CPC, inclusive comprovação da quitação do imposto de
transmissão de bens inter vivos), ou se bem móvel, mandado de entrega do bem ao
adquirente (art. 685-C, § 2º, do CPC).

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O juiz pode autorizar que o pagamento do preço pelo adquirente seja feito
diretamente ao credor. Mas havendo credores concorrentes ou preferenciais,
necessariamente o preço deve ser depositado nos autos a fim de ser deliberado quanto ao
seu destinatário (art. 711 do CPC).

5. ALIENAÇÃO JUDICIAL EM HASTA PÚBLICA


Quando não requerida a adjudicação e não realizada a alienação particular do
bem penhorado, a expropriação, como regra, se fará judicialmente, através de hasta
pública (art. 686 do CPC).
Manifesta a intenção do legislador no novo regime em evitar a ocorrência desta
modalidade expropriatória (dantes chamada de arrematação), já que são conhecidos os
custos e as dificuldades que envolvem a alienação de bens pelo próprio Poder Judiciário.
Daí porque, conforme já mencionamos, será sempre efetuada em última hipótese.
Hasta pública é gênero do qual praça e leilão são espécies. A primeira, para
alienação de bens imóveis; a outra, para bens móveis. Ambas se realizam por meio da
expedição de edital, que deve conter os requisitos do artigo 686: descrição detalhada do
bem penhorado e o seu valor; data, horário e local (para bens móveis) de realização da
hasta; menção a existência de ônus sobre o bem; comunicação de que se o bem não
alcançar lance superior a da avaliação, que será realizado novamente em outro dia e
horário, pelo maior lance.
O edital poderá ser dispensado quando o valor dos bens não ultrapassar 60
(sessenta) salários-mínimos vigentes na data da avaliação (art. 686, § 3º, do CPC). A
redação deste dispositivo foi corrigida pela Lei n. 11.382/2006, pois que com a alteração
do valor de alçada do procedimento sumário pela Lei n. 10.444/2002 (art. 275, I, do CPC),
olvidou-se de promover, também, alteração deste dispositivo, intimamente ligado com
aquele. Agora, para as causas cujo valor dos bens penhorados não exceder o teto do
sumário, dispensam-se os editais, em contrapartida, não sendo lícito lances, em qualquer
praça, abaixo do valor da avaliação (o que compensa a aparente falta de publicidade).
No tocante à forma de publicação dos editais, dois dispositivos da nova Lei
implementam a possibilidade de alienação judicial do bem por meio da rede internacional
de computadores (art. 687, § 2º e art. 689-A, ambos do CPC). De acordo com eles,
competirá aos Tribunais, na esfera de suas competências, disciplinarem a divulgação e a
alienação judicial dos bens via Internet, que substituirá, a requerimento do exeqüente, o
procedimento previsto nos artigos 686 a 689 do CPC.
É certo que em plena era digital, medida como esta, além de desonerar e
profissionalizar a atividade judicial, amplia o acesso de particulares, muitas vezes
separados por longas distâncias, à hasta pública. Todos ganham com a medida: o
Judiciário, pela celeridade em que se desimcumbe de mais um feito; o credor, que tem na
possibilidade de maior número de lançadores, a expectativa na satisfação integral de seu
crédito; e o devedor, que também por conta do maior número de lançadores, pode, além
de obter a quitação da dívida, ainda receber diferença do preço pago pelo bem acima do
valor do crédito.
Não sendo efetuada, entretanto, a alienação judicial do bem por via digital, a
incumbência da realização do ato é do leiloeiro público indicado pelo credor (art. 706 do
CPC) ou do serventuário da justiça. Note-se que foi substituída no art. 694 do CPC a
expressão “porteiro” por “serventuário da justiça”, adequando, assim, o texto legal à
realidade judiciária, que há muito tempo não tem mais essa figura no seu quadro de
funcionários. O serventuário da justiça que normalmente realiza a alienação é o oficial de
justiça, pese não constar expressamente entre suas atribuições (art. 143 do CPC, já com a
redação dada pela Lei n. 11.382/2006).

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O art. 690 do CPC, que incorporou em sua redação boa parte do revogado art.
700 do CPC, sofreu profunda alteração. Pela atual redação, além de ter se ampliado prazo
para integralização do lance, previu-se, ainda, a aquisição de bem imóvel por prestações.
Com efeito, no regime pretérito, arrematado o bem em primeira (pelo preço da
avaliação) ou segunda (por peço que não fosse vil) hasta, competia ao arrematante efetuar
o pagamento à vista ou a prazo de 03 (três) dias, mediante caução idônea. Agora, no novo
regime, o pagamento ser fará mediante o pagamento imediato do preço – que não precisa
mais ser em dinheiro – ou no prazo de 15 (quinze) dias, mediante caução. Certamente, a
ampliação do prazo e a possibilidade de pagamento por outro meio (cheque, carta de
crédito, ouro, pedras preciosas, etc.) facilitam o êxito da hasta.
Também se incorporou ao dispositivo o que constava do art. 700 do CPC,
permitindo-se a aquisição de bens imóveis penhorados – prática que já vinha sendo
desenvolvida com êxito na Justiça Federal – mediante propostas escritas. A proposta
deverá se encaminhada ao juízo com indicação de prazo, modalidade e condições de
pagamento (art. 690, § 2º, do CPC), nunca em valor inferior ao da avaliação (pouco
importa se na 1ª ou 2ª hasta), e com oferta de pelo menos 30% à vista (antes era 40%),
sendo o restante garantido por hipoteca do próprio imóvel (art. 690, § 1º, do CPC).
O juiz, por ocasião da praça, abrirá as propostas apresentadas (eis o termo final
para a apresentação) e aferirá, face à existência de algum outro lance presencial, qual a
solução mais conveniente para satisfazer o crédito (art. 612 do CPC) e causar menor
prejuízo ao devedor (art. 620 do CPC), dando o bem por arrematado (art. 690, § 3º do
CPC).
A regra do artigo 701 não foi alterada e ainda continua vigente, de modo que
sendo o imóvel em alienação de incapaz, só serão aceitos lances mínimos de 80 % (oitenta
por cento) do valor da avaliação. Não havendo lances neste percentual, o juiz confiará o
imóvel à guarda e administração de depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não
superior a um ano, podendo o imóvel ser locado no período de suspensão do processo.
Findo o período de suspensão – quando novas propostas poderão ser apresentadas – o bem
voltará à praça, agora podendo ser arrematado por valor inferior a 80%, mas que não seja
vil.
Por falar em preço vil, cogitou-se, em certa fase de elaboração do projeto que
foi convertido na Lei n. 11.382-2006, em se fixar o que seria tal preço (50% do preço da
avaliação). Ao final, entretanto, manteve-se inalterada a redação do art. 692 do CPC, de
modo que se mantém, também, o parâmetro jurisprudencial do que se considera vil: 60%
do preço da avaliação.
No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante serão
liberados ao exequente (ou efetuados diretamente a ele), até o limite do crédito, caso não
haja credores preferenciais. Eventual valor que exceder ao crédito será entregue aos
credores concorrentes ou, na inexistência deles, ao próprio devedor (art. 690, § 4º, do
CPC).
A alteração do art. 690 do CPC tem o manifesto propósito de resgatar a
participação de terceiros arrematantes no procedimento de alienação judicial, ampliando-
lhes a possibilidade de fazer negócios bons e seguros em hasta pública. Tanto é assim que
além da ampliação do prazo para apresentar o preço e da possibilidade de lançar em
prestações, o novo art. 746, §§ 1º e 2º do CPC, permite a desistência da aquisição quando
houver oposição de embargos à arrematação ou adjudicação, liberando imediatamente o
valor depositado em favor do adquirente.
A caução oferecida em garantia do pagamento das prestações será utilizada
como ressarcimento ao exeqüente caso o arrematante ou seu fiador não paguem o preço
prometido (art. 695 do CPC). Pela redação anterior do artigo 695 e seus parágrafos, era
expedido em favor do exeqüente, a seu requerimento, e contra o arrematante e fiador
desidiosos, título executivo pelo preço ofertado, acrescido de uma multa de 20%. Pela

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regra atual, o procedimento de cobrança foi simplificado, já que o juiz irá impor ao
arrematante a perda integral da caução em favor do exeqüente (expedindo-se mandado de
imissão na posse ou busca e apreensão, se o caso), voltando os bens à praça ou leilão, dos
quais os remissos não serão admitidos a participar.
Não houve alteração quanto aos legitimados a lançar em hasta. Mas há de se
mencionar que: a) o dispositivo que cuida atualmente do tema é o art. 690-A do CPC; e b),
conforme já aduzimos em tópico acima, cremos que hoje, face à preferência da
adjudicação em relação à alienação, ao credor também é lícito lançar (inclusive, em 2ª
hasta, em valor inferior ao da avaliação), caso em que não estará obrigado a exibir o
preço, salvo se o valor dos bens exceder seu crédito ou houver outro credor com
preferência legal, caso em que depositará a diferença dentre de 03 (três) dias, sob pena
de ser tornada sem efeito a arrematação, levando-se, neste caso, os bens a nova hasta e às
custas do credor (art. 690-A, § 2º, do CPC).
Não havendo mais prazo para remição de bens – que pode ser efetuada até a
expropriação do bem – não há mais que se aguardar 24 horas para a subscrição do auto de
arrematação. O novo art. 693 do CPC deixa claro que o auto será lavrado imediatamente
após o ato, com expedição de carta (bens imóveis) ou mandado de entrega (bens móveis)
tão logo efetuado o depósito do preço ou a prestação da garantia pelo arrematante. Para
expedição da carta devem ser observar os requisitos do art. 703 do CPC, inclusive a prova
de quitação dos tributos (posição fiscalista sobre a qual já nos referimos acima).
A arrematação depois de assinado o auto, pode ser desfeita pelos motivos
declinados no § 1º do artigo 694: a) por vício de nulidade; b) se não pago o preço ou
prestada a caução; c) quando o arrematante provar a existência de ônus real ou de
gravame não mencionado no edital, no prazo de cinco dias; d) desistência do arrematante
no caso oposição de embargos à arrematação; e) quando realizada por preço vil; f) quando
não forem intimados com antecedência de dez dias da alienação: o senhorio direto, o
credor com garantia real ou com penhora averbada, que não sejam partes na execução
(art. 698 do CPC).
Tirantes estas hipóteses, não haverá como regra desfazimento da alienação
judicial (mesmo nos casos de procedência dos embargos à execução ajuizados),
resolvendo-se em perdas e danos, face ao exeqüente, eventual prejuízo sofrido pelo
executado.

6. USUFRUTO DE BEM MÓVEL OU IMÓVEL


O usufruto de bem móvel ou imóvel é a derradeira modalidade de expropriação
de bens para satisfação do crédito.
Como já apontamos anteriormente, no novo regime desenhado pela lei n.
11.382/2006 substituiu-se o usufruto de empresa – de difícil implementação prática e
plenamente substituível pela penhora de parcela do faturamento (art. 655, VII c.c. art.
655-A, § 3º, do CPC) – pelo usufruto de bem móvel (carros, obras de arte, semoventes,
etc.), que jurisprudencialmente já vinha sendo admitido.
Diversamente da adjudicação e das alienações (particular e judicial), esta
modalidade de expropriação não consiste propriamente em ato de expropriação do próprio
bem, pese constar do art. 647, IV, do CPC. No máximo, expropriam-se os frutos do bem
penhorado, já que o devedor não o perde, se não seu gozo temporário, isto é, até que o
crédito (principal, juros, custas e honorários) seja satisfeito (art. 717 do CPC). Daí porque
é certo se afirmar, também, que diferentemente dos outros meios de expropriação, no
usufruto o solvimento da dívida é gradativo e não imediato, já que se dá através dos frutos
do bem penhorado.
Não há uma ordem legal de preferência para a realização do usufruto
processual. Enquanto se prefere a adjudicação às alienações, e a alienação particular à

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judicial, o usufruto pode ser autorizado sempre que o juiz reputar a medida menos gravosa
para o executado e eficiente para satisfazer do direito do credor (art. 716 do CPC).
A compreensão exata da equação supra, todavia, nem sempre é tarefa fácil.
Entre o devedor perder definitivamente seu bem e ficar privado apenas temporariamente
de seu gozo, é óbvio que a segunda opção lhe é menos gravosa. Só que entre o credor
receber imediatamente seu crédito (através da adjudicação ou alienação) e recebê-lo em
parcelas mensais, também é natural que a primeira opção lhe seja mais benéfica.
Quero crer que no novo regime executivo, de manifesta tendência em prol do
credor, a deliberação a respeito do usufruto passa necessariamente pela sua vontade, que
sendo manifestada de forma razoável, deve sempre prevalecer (vide art. 721 do CPC). Só
em casos excepcionais me parece ser deferível ou usufruto de móvel ou imóvel contra a
vontade do credor.
A maioria das modificações implementadas pela Lei n. 11.382/2006 foram fruto
da opção em se substituir o usufruto da empresa pelo de bem móvel. Assim, além das
alterações neste sentido dos artigos 716 e 717 do CPC, logo no art. 720 do CPC se suprimiu
a menção ao usufruto do quinhão do sócio, não mais possível à luz do novo regime em que
não se defere o usufruto de empresa.
Deixou-se de promover mudança necessária no art. 721 do CPC, que noticia ser
possível ao credor, antes da realização da praça, requerer lhe seja atribuído, em
pagamento do crédito, o usufruto do imóvel penhorado. Como já anotamos, não há uma
ordem de preferência na opção pelo usufruto, que pode perfeitamente ser requerido antes
mesmo da adjudicação do bem, hoje a primeira das medidas expropriatórias.
No art. 722 do CPC foram promovidas mudanças para, além de explicitar a
necessidade de contraditório prévio à deliberação sobre esta modalidade expropriativa,
dar mais clareza ao dispositivo. Neste sentido, substituiu-se a expressão “sentença”
constante do art. 722, § 1º, do CPC, por “decisão”, dando, assim, fim às dúvidas que se
levantavam a respeito de qual era o recurso cabível da decisão que decidia sobre o
usufruto processual.
Houve, também, uma alteração simplificadora no art. 724 do CPC, a prever que
poderá o usufrutuário, ouvido o executado, locar a coisa, competindo ao juiz, na
discordância sobre a melhor forma de exercício do usufruto, deliberar a respeito.
Revogaram-se os artigos 725 a 729 do CPC.
O art. 725 tratava da possibilidade do executado alienar o bem no curso do
usufruto, ficando, porém, a salvo o direito do credor em continuar na posse do bem pelo
prazo do usufruto. Dispositivo tipicamente de direito material, não devia mesmo estar
previsto no Código de Processo Civil. É óbvio que o devedor pode transferir aquilo que tem
gozo, isto é, a nua propriedade do bem usufruído pelo credor. A posse útil, todavia, por
não lhe estar disponível, só será transferida após o pagamento do crédito (que pode ser
antecipado pelo adquirente do bem a fim de extinguir o usufruto processual).
Os demais artigos revogados (726 a 729) cuidavam do usufruto de empresa, que
não mais é previsto como modalidade de expropriação de bens.

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