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ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO – AVEIRO

KANT

ANO 10º CURSO CIENTÍFICO-HUMANÍSTICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS 3º PERÍODO 2020|2021


TURMA B
1) Segundo Kant, apenas a acção realizada por dever – isto é, aquela em que o motivo da acção é o próprio
dever – se pode classificar como acção moral; 1
2) Uma acção moral é uma acção realizada por dever;
3) Segundo Kant, uma acção realizada conforme ao dever – ou seja, de acordo com o dever mas motivada por
razões pessoais ou interesses específicos – pode ser boa, mas não tem um valor moral porque não foi feita
exclusivamente por dever. As acções realizadas conforme ao dever são acções legais.
4) Kant refere que o dever se exprime sempre na forma de um imperativo (por se impor à vontade) e distingue
o IMPERATIVO CATEGÓRICO do IMPERATIVO HIPOTÉTICO; o imperativo categórico é aquele que
enuncia, impõe incondicionalmente o dever, ou seja, diz como se deve agir; a obediência da nossa vontade ao
imperativo faz com que a nossa acção seja moral (por dever); o imperativo hipotético não confere à acção um
valor moral porque impõe à vontade uma condição que é exterior ao dever: «Se queres obter isto, tens de fazer
isto …» - é um imperativo condicional que determina a conformidade ao dever mas não dá valor moral à
acção. (acção legal);
5) Para Kant, um princípio objectivo é reconhecido universalmente por ser racional
6) O dever, que se exprime no imperativo moral, é para Kant uma lei objectiva e racional (como tal, é reconhecida
por todos os seres racionais)
7) Segundo Kant, o imperativo da moralidade reconhece-se como uma obrigação necessária e incondicional –
impõe-se à vontade de forma absoluta: «deves fazer isto» ou «não deves fazer isto»;
8) A lei da moralidade exprime o dever.
9) O dever expressa-se na forma de um imperativo cuja força provém justamente da sua imposição ou obrigação
racional e universal.
10) Kant designa o imperativo da moralidade como imperativo categórico (distinguindo dos imperativos hipotéti-
cos) – é categórico porque é incondicionado, afirma sem restrições nem condições.
11) Finalmente, podemos agora, ligar os conceitos fundamentais da ética de Kant: a dignidade do agente moral
(pessoa) revela-se na autonomia da vontade, ou seja, na capacidade que tem de, livremente, submeter a sua
vontade à lei da moralidade (imperativo categórico) e isto define a acção por dever, ou seja, a acção moral;
12) Por outro lado, a desobediência ao dever e a realização da acção motivada por condições (imperativo hipoté-
tico) não faz com que o Homem se assuma verdadeiramente como um ser autónomo, moral e livre porque a sua
vontade não é livre mas sim condicionada (heterónoma) o que faz com que a sua acção seja destituída de valor
moral e se possa definir apenas por conformidade ao dever ou legal.
13) O valor da ética de Kant reside na consideração do ser humano ser capaz de se aperfeiçoar como pessoa – cada
pessoa deve conseguir, uma vez reconhecido o imperativo da acção, agir motivada exclusivamente pelo dever.
Dito de outro modo, a acção moral é aquela em que os motivos são racionais.
14) Kant estabelece a linha de demarcação entre a acção que tem valor moral e a acção que, apesar de respeitar o
dever, não possui valor moral;
15) A dignidade do ser humano como pessoa afirma-se apenas na capacidade de livremente agir por dever = é
isto que permite a Kant formular o imperativo da moralidade na razão humana;
16) Todos os sujeitos racionais podem descobrir no interior da sua própria razão ou consciência o valor moral da
acção que devem realizar – Kant define a dignidade da pessoa humana com base na sua capacidade de agir
moralmente. SER LIVRE, para Kant, não é tanto um poder de escolha mas antes ESCOLHER REALI-
ZAR O DEVER = AGIR DE ACORDO COM O IMPERATIVO CATEGÓRICO
17) A ética de Kant é racional – a acção tem de ser reconhecida universalmente como um bem – a ideia de univer-
salidade só pode ser garantida e justificada pela própria natureza da razão humana.

Isabel Tavares

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