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1.

Introdução
No presente trabalho da cadeira de Métodos de Estudo e Pesquisa Cientifica, abordar-se
sobre a ordem economica mundial resultante da guerra Rússia e Ucrânia. As guerras,
desde tempos antigos, têm sido uma realidade presente na história da humanidade, e seus
impactos se estendem muito além dos campos de batalha. Uma das principais
consequências de uma guerra é a transformação da ordem econômica mundial, que pode
levar a mudanças significativas na estrutura econômica global e na distribuição de poder
entre as nações.
2. Objectivos:
2.1. Objectivo geral:
 Analisar o impacto de uma guerra na criação de uma nova ordem
econômica mundial.
2.2. Objectivos específicos:
 Analisar e Entender os desafios ultrapassados com a guerra Rússia e
Ucrânia
 Analisar os impactos da guerra na economia do mundo, dos países
africanos, Moçambique em especial
 Analisar as consequências da guerra no âmbito geral
3. Resumo
O trabalho aborda sobre a nova ordem econômica mundial, este é um tema de grande
importância no cenário global, tendo em vista que as actividades econômicas e as relações
comerciais entre os países têm um impacto significativo no desenvolvimento econômico
e social dos mesmos.
A Ucrânia é um importante produtor de alimentos e matérias-primas para a indústria, e a
Rússia é um grande fornecedor de gás natural para diversos países europeus e a
instabilidade na região tem afetado a produção e o transporte do produto, causando
aumento de preços e escassez de oferta no mercado internacional. Além disso a tensão
entre os países tem gerado incertezas quanto ao futuro das relações comerciais na região,
o que tem afetado a confiança dos investidores e atraído menos investimentos para a área.
A situação afecta todo o mundo e os países da África, em especial Moçambique, um país
localizado na África Austral, onde tem gerado preocupações quanto ao impacto que a
guerra pode ter na economia do país assim como a subida de preços dos produtos de
vindos dos países em conflito.
Palavras-Chave: economia mundial, guerra, impacto, consequências.
4. Nova ordem mundial Marlon
A globalização económica é um processo em constante evolução que está a ter um
impacto cada vez mais significativo na vida das pessoas em todo o mundo. A nova ordem
económica mundial (NOEM) tem sido descrita como um sistema global de produção,
circulação, troca e consumo de bens e serviços que ultrapassa as fronteiras nacionais. Este
sistema é caracterizado por uma crescente internacionalização da economia, o surgimento
de novas formas de organização e cooperação internacionais, bem como pelo surgimento
de novos actores globais. Os principais factores que influenciam a NOEM são:
 As tecnologias da informação e da comunicação (TIC), que têm permitido uma
maior interligação entre as pessoas e as economias;
 A globalização financeira, que tem facilitado o fluxo de capitais através das
fronteiras; - A liberalização do comércio internacional, que tem incentivado o
intercâmbio de bens e serviços entre os países;
 O crescimento do sector terciário (serviços), que representa uma maior parte da
economia mundial;
Existem diversos factores que podem ser apontados como contribuintes para o surgimento
de crises na NOEM. Em primeiro lugar, as grandes desigualdades sociais e regionais
existentes no mundo constituem um factor de instabilidade importante. Os países mais
ricos continuam a aumentar a sua riqueza à medida que os países mais pobres enfrentam
crescentes dificuldades para sobreviver. Estas desigualdades são agravadas pelas políticas
neoliberais impostas pelos organismos financeiros internacionais (FMI, Banco Mundial),
que tendem a beneficiar os países ricos em detrimento dos países pobres. Outro factor
importante é o papel do sector financeiro nos processos de globalização. A liberalização
dos mercados financeiros internacionais tem permitido que grandes quantidades de
capitais sejam movimentadas rapidamente através dos chamados mercados “offshore”.
No entanto, esta liberdade tem sido abusada por especuladores que procuram obter lucros
rápidos sem se preocuparem com as consequências para as economias reais. Isto tem
conduzido à criação de bolhas especulativas em diversos sectores da economia mundial
(imobiliário, acções), as quais eventualmente se vão estourar causando graves problemas
económicos e sociais. Por último, mas não menos importante, é preciso referir o impacto
negativo das guerras nos processos de globalização. As recentes guerras no Iraque e
Afeganistão têm custado triliões de dólares às economias envolvidas, recursos que
poderiam ter sido usados para promover o desenvolvimento socioeconómico nos países
concernidos. Além disso, as guerras têm sido responsáveis por um enorme fluxo de
refugiados e migrantes economicamente desfavorecidos para os países ricos do Ocidente,
gerando assim novas formas de exclusão social e racismo.
5. A guerra e a nova ordem mundial Armando
O conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia teve início em 2014, quando a Rússia anexou
ilegalmente a Crimeia, uma península situada no Mar Negro que era parte da Ucrânia.
Após este ato de agressão, as relações diplomáticas entre esses dois países se deterioraram
drasticamente e o conflito armado se intensificou, com a Rússia apoiando militares
separatistas pró-russos na região oriental da Ucrânia, conhecida como Donbass. Em 2016,
um acordo de paz foi alcançado pelas duas partes (conhecido como Minsk II), mas ele
não foi cumprido e o conflito armado continua até hoje. Desde o início do conflito
armado, mais de 13000 pessoas foram mortas e mais de 300000 ficaram deslocadas
internamente na Ucrânia. A violência tem afetado diretamente a população civilian, com
numerosos relatos de crimes contra a humanidade sendo cometidos pelas duas partes do
conflitos. Além disso, o conflito armado está tendendo a se transformar em uma nova
Guerra Fria entre a Rússia e os Estados Unidos/OTAN, já que ambos os lados estão
fortemente envolvidos no conflito (em termos de apoio militar e diplomático). A crise na
Ucrânia demonstra claramente os riscos que existem para a estabilidade global num
mundo cada vez mais multipolar.
O fracasso do Minsk II mostra que é cada vez mais difícil para as grandes potências
chegarem a um acordo sobre questões controversas e isso pode levar à escalada dessa
crise em uma guerra total. Além disso, o envolvimento dos EUA/OTAN nesse conflito
está criando um clima de tensão entre essa aliança e a Rússia, colocando em risco a paz
mundial.
Desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, em 2014, a economia mundial tem
sido afetada de diversas maneiras. Com as sanções que foram impostas à Rússia pelos
países ocidentais, houve um grande impacto nas exportações russas, o que por sua vez
afetou negativamente a economia mundial. Além disso, a queda dos preços do petróleo
também teve um impacto significativo na economia mundial, uma vez que muitos países
dependem dessa commodity para suas exportações. Tudo isso levou à instabilidade
econômica em diversos lugares do mundo. No entanto, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia
também trouxe algumas vantagens para alguns países. Por exemplo, com as sanções
contra a Rússia, os países da União Europeia (UE) tiveram que encontrar outros parceiros
comerciais para suprir suas necessidades de exportação. Isso fez com que alguns países
da UE se tornassem mais dependentes dos Estados Unidos e da China. Além disso, com
a queda dos preços do petróleo, muitos países importadores conseguiram economizar
bastante dinheiro. Tudo isso pode levar à criação de uma nova ordem econômica mundial
nos próximos anos.
Desde o início da crise na Ucrânia, em 2014, a economia global tem sido afetada pelas
sanções econômicas impostas à Rússia. Essas sanções têm um impacto significativo nas
exportações russas de petróleo e gás, que representam a maior parte da economia russa.
A queda nos preços do petróleo também tem afetado a Rússia, que é um grande produtor
de petróleo. Como resultado dessas duas forças, a economia russa sofreu uma recessão
em 2015-2016. A recessão na Rússia tem afetado outras economias, especialmente
aquelas que dependem fortemente das exportações para a Rússia. Por exemplo, a
Bielorussia sofreu com a queda das exportações para a Rússia e teve que obter um
empréstimo do FMI para suportar sua economia. A Letônia também foi afetada pela
recessão na Rússia, pois muitos dos trabalhadores letãs são enviam seus salários para casa
através da Rússia. Como resultado, as remessas enviadas para a Letônia caíram
significativamente desde 2014. Além disso, as sanções econômicas impostas à Rússia têm
um impacto negativo nas economias dos países da União Europeia (UE). Por exemplo,
os agricultores da UE perderam um mercado importante para suas exportações devido às
sanções russas. Alguns analistas acreditam que as sanções podem ter custado à UE cerca
de US $ 100 bilhões em exportações perdidas desde 2014. Também há temores de que as
sanções possam levar à escalada militar na Ucrânia e à guerra entre a Rússia e a EU.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia teve um grande impacto na Nova Ordem Econômica
Mundial. A economia da Rússia sofreu uma grande queda, pois muitas empresas russas
tiveram que fechar as suas portas devido às sanções econômicas impostas pelos países
ocidentais. Além disso, o preço do petróleo caiu drasticamente, o que também afetou
negativamente a economia russa. Como resultado da queda da economia russa, muitos
países que dependem da Rússia para exportar seus produtos sofreram também. Por
exemplo, a Bielorússia é um dos principais parceiros comerciais da Rússia e, como
resultado da crise econômica na Rússia, a Bielorússia também enfrentou uma crise
econômica.
6. A guerra como catalisador da mudança na ordem econômica mundial Kelvin
O encarecimento do preço dos alimentos, do petróleo e da energia elétrica é uma das
consequências mais sentidas após o início da guerra na Europa. Esse fenômeno elevou a
inflação no mundo todo e tem atingido diversos países.
Isso acontece porque Ucrânia e Rússia têm atuação relevante em dois mercados
fundamentais para muitas atividades econômicas: o de alimentos e o de energia.
A Rússia, por exemplo, é a principal responsável pela exportação e o segundo maior
produtor de gás natural no mundo. Além disso, o país também tem forte presença na
produção e na exportação de petróleo.
A Ucrânia, por sua vez, é responsável por 12% das exportações mundiais de trigo e 15%
das exportações de milho. Junto com a Rússia, o país invadido detém uma fatia bastante
significativa do comércio mundial de trigo (30%), milho (17%), cevada (32%) e óleo,
sementes e farelo de girassol (50%).
7. A subida do custo de vida em África
A subida do preço dos alimentos devido à guerra na Ucrânia está a aumentar o risco de
desnutrição de milhões de crianças do Médio Oriente e do Norte da África.1
Segundo o UNICEF, as famílias estão a enfrentar muitas dificuldades para colocar comida
na mesa durante o corrente mês do Ramadão, quando os muçulmanos praticantes se
abstêm de comer e beber do nascer ao pôr-do-sol.
O UNICEF avisa que, se a situação se mantiver, vai afetar severamente as crianças no
Egipto, Líbano, Líbia, Sudão, Síria e Iémen, países que já enfrentavam conflitos e graves
crises económicas antes do início da guerra na Europa.
A guerra na Ucrânia causou a interrupção de exportações de alimentos, enquanto as
sanções dos países ocidentais contra a Rússia têm vindo a dificultar as trocas económicas
do país.
A Ucrânia e a Rússia respondem por um terço das exportações globais de trigo e cevada,
dos quais os países do Médio Oriente dependem para alimentar milhões de pessoas.

1
(UNICEF) O País, 08/04/2022, 09:10
Os dois países em guerra são também os principais exportadores de outros grãos e de óleo
de semente de girassol, que é usado para quase todos os cozinhados das regiões do Norte
de África e do Médio Oriente.
“Com conflitos em curso, instabilidade política, a pandemia da COVID-19 e a crise da
Ucrânia, a região está a enfrentar aumento sem precedentes dos preços dos alimentos”,
explicou a directora regional do UNICEF para o Médio Oriente e Norte da África, Adele
Khodr.
O número de crianças desnutridas deverá aumentar drasticamente, salientou a directora
regional.
Os países do Médio Oriente e Norte de África importam mais de 90% dos alimentos que
consomem. Segundo a agência da ONU, apenas 36% das crianças da região têm,
actualmente, acesso à alimentação de que precisam para crescer e desenvolver-se de
forma saudável.
8. Impactos da guerra para Moçambique Leonardo
Moçambique aponta que o impacto da guerra russo-ucraniana é pior nos países em vias
de desenvolvimento, particularmente os africanos, e apela para se encontrar soluções para
a crise gerada pelo conflito. As declarações foram feitas durante uma reunião do Conselho
de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, que marcou um ano da invasão russa
à Ucrânia.2
A 24 de Fevereiro, foi assinalado o primeiro ano da invasão russa à Ucrânia. Os impactos
na conjuntura económica internacional vão tão longe quanto a idade do conflito há muito
condenado pela comunidade global, pelo que o Conselho de Segurança das Nações
Unidas, reunido em Nova Iorque, replicou o apelo ao cessar-fogo. Na sua intervenção, o
representante de Moçambique nas Nações Unidas começou por apontar a necessidade de
preocupação com o sofrimento das pessoas assoladas pelo conflito e o impacto nos países
africanos.
“Com este conflito, civis, especialmente mulheres e crianças, são assolados por actos de
violência e as suas vidas mudaram para sempre. Por outro lado, o conflito tem tido um
impacto negativo no comércio interno e externo. O impacto social e económico negativo
nos países em via de desenvolvimento, especialmente em África, tem sido grande”3
Comissário manifestou a disponibilidade dos Estados [Africanos] em encontrar
alternativas para aliviar as economias da dependência. “Muitos dos nossos países estão
disponíveis a contribuir para a redução dos elevados preços de energia e alimentos e das
dificuldades em aceder aos potenciais mercados internacionais.”4
Segundo Comissário, numa perspectiva africana, as guerras são resolvidas por via de
soluções pacíficas, pelo que as partes devem ser chamadas à mesa de negociações.

2
In: O País 27/02/2023, 10:42
3
COMISSÁRIO, Pedro. O País
4
COMISSÁRIO, Pedro. In: O País 27/02/2023
“Sabemos que as guerras resultam no sofrimento das pessoas. É nossa missão colectiva,
como comunidade internacional, trabalhar para a resolução do conflito por via de
negociações e soluções pacíficas. Precisamos de apoiar as partes em guerra e engajar-nos
na negociação e soluções pacíficas.”5
A reunião do Conselho de Segurança foi convocada para assinalar a passagem do primeiro
ano do conflito russo-ucraniano.
8.1. Quadro Resumo

Consequências Descrição

A guerra pode afetar os preços do carvão e gás natural, que são importantes
commodities exportadas por Moçambique. Uma interrupção no fornecimento de
Impacto nos preços gás natural pode levar a um aumento nos preços, o que pode afetar a economia
das commodities moçambicana.

A guerra pode aumentar a instabilidade na região, o que pode ter consequências


para a segurança em Moçambique e em outros países da África. A crise pode
Impacto na gerar um aumento no fluxo de refugiados e deslocados, o que pode sobrecarregar
segurança regional as autoridades moçambicanas e gerar novas tensões sociais e políticas.

Moçambique mantém relações diplomáticas com tanto a Rússia quanto a


Impacto nas Ucrânia, e a guerra pode criar tensões entre esses países e seus aliados. Isso pode
relações levar a mudanças nas relações internacionais de Moçambique e na forma como
internacionais o país é percebido no cenário internacional.

A guerra pode ter um impacto negativo na economia global, o que pode afetar
Moçambique e outros países em desenvolvimento. Isso pode levar a uma
redução do investimento estrangeiro e do comércio internacional, o que pode
Impacto econômico afetar o crescimento econômico do país.

9. Efeitos da guerra na economia António


Aumento da inflação, abrandamento do consumo e investimento e instabilidade dos
mercados financeiros são alguns dos efeitos esperados no actual cenário de guerra, que
podem ainda ser agravados se se confirmar um cenário de sanções económicas de larga
escala6
O nervosismo a que se assiste nos mercados nas horas seguintes à entrada das forças
militares russas na Ucrânia, com quedas dos índices bolsistas e aumentos dos preços do
petróleo e dos cereais, são apenas uma primeira amostra do impacto que a economia
mundial pode sofrer num cenário de guerra e sanções económicas de larga escala.
Portugal, embora com uma exposição directa relativamente reduzida às economias russa

5
O País, 08/04/2022 09:10
6
Sérgio Aníbal, In: Publico.pt 25/02/2022, 6:46
e ucraniana, não conseguirá, ainda assim, escapar às consequências negativas do conflito,
Maria Demertzis, vice-diretora, Bruegel7

1. Economias mais afectadas com a guerra


Sem dúvida que as economias potencialmente mais afectadas serão a Ucrânia e a Rússia.
A Ucrânia porque passa a ser um cenário de guerra, com paragens drásticas na actividade
económica e uma dramática destruição de capital físico e humano. A segunda porque irá
ser alvo de sanções das principais economias do Ocidente, que têm o potencial para
limitar as suas exportações e cortar o acesso ao financiamento, criando as condições para
uma desvalorização da divisa (que já está a acontecer), subida da inflação e
provavelmente recessão.
2. Efeitos da guerra para o resto do mundo Belmiro
O resto das economias, em particular as europeias, não escapam ao choque negativo que
resulta do conflito. É verdade que Rússia e Ucrânia têm uma dimensão relativamente
reduzida à escala global. O PIB russo, em termos nominais, é cerca de 10 vezes menor do
que o chinês e fica apenas ligeiramente acima do espanhol. Mesmo em termos comerciais,
se, para a Rússia, a União Europeia é o destino de metade das suas exportações, para os
países da UE, a Rússia não representa mais do que 5% do seu comércio total.
No entanto, a economia russa tem algo que é importante para a generalidade dos países:
petróleo e gás natural. E a Ucrânia tem os cereais.
Um primeiro choque pode vir de um efectivo corte das relações comerciais entre as duas
partes. A Europa tem uma dependência significativa da Rússia como fornecedor de
petróleo e de gás natural e, se essas importações deixassem de ser realizadas (para já, tal
ainda não aconteceu), poderia haver problemas em alguns países da UE, principalmente
os da Europa de Leste e Central.
No caso da Ucrânia, o que está em causa é o fornecimento de cereais. Em 2020 e nos
primeiros 10 meses de 2021 a Ucrânia era o quarto mercado mais importante de
importações agro-alimentares para a União Europeia, especialmente milho e trigo.
Desde esta quinta-feira, depois da decisão de Kiev de encerrar a navegação comercial nos
portos do país, no Mar Negro, o fornecimento de carga por via marítima de e para a
Ucrânia está suspenso, o que pode vir a criar maior pressão fornecimento mundial de
cereais.

7
Penso que sim. Penso que certamente vamos ter mais um ano disto... em termos da inflação ser anormal.
Vimos aqui na Bélgica, onde vivo, um aumento da farinha, para o dobro do preço, o que, naturalmente, tem
implicações no preço do pão, o que é bastante importante. Vamos sentir nos nossos bolsos quando
abastecermos os nossos automóveis, quando comprarmos a nossa comida semanal. E atrevo-me a dizer que
as coisas provavelmente precisam de ficar um pouco piores antes de melhorarem. Portanto, nesse aspeto,
penso que precisamos realmente de nos preparar para um pouco mais desta situação. EuroNews,
27/02/2023 06:34
Mesmo sem que se concretize uma interrupção total das exportações da Rússia, um
cenário de subida dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares parece
inevitável, e já está aliás a verificar-se. Esta quinta-feira, nos mercados internacionais, o
cenário confirmou todos os receios: os preços do gás natural chegaram a estar a subir
45%, o barril de petróleo superou a fasquia dos 100 dólares pela primeira vez desde 2014
(quando a Crimeia foi anexada pela Rússia) e os preços da electricidade tocaram em
novos máximos históricos no mercado ibérico.
Nos cereais, a cotação do milho e do trigo registaram, esta quinta-feira, subidas da ordem
dos 10%, atingindo, no caso deste último, o valor mais elevado dos últimos dez anos.
Esta subida de custos acontece, ainda para mais, num momento em que a economia
mundial já enfrenta uma alta da inflação muito significativa, que já vinha sendo motivada
em parte pelo aumento dos custos dos bens energéticos.
3. O conflito e o Banco Central Europeu Reginaldo
O ataque russo aconteceu numa altura em que, no Banco Central Europeu, todos se
estavam a preparar para, na reunião de 10 de Março, dar um passo decisivo na retirada
das políticas de apoio à economia, confirmando o fim do programa de compras de dívida
lançado durante a pandemia, definindo uma data para o fim do programa de compra de
dívida que já existia antes da pandemia e preparando o caminho para o começo da subida
das taxas de juro, talvez já este ano.
Agora, com a incerteza criada pelo conflito militar, aumentaram as dúvidas em relação
ao que o BCE poderá vir a fazer. Por um lado, o banco central vai ter de levar em conta
que existe o risco de retoma da economia europeia abrandar ou mesmo ficar adiada. Isso
é motivo para fazer o BCE reavaliar a rapidez com que quer deixar de ajudar as economias
com as suas taxas de juro nulas e as suas compras de dívida pública.
Por outro lado, uma das consequências do conflito militar e da aplicação de sanções
pesadas à Rússia também pode ser uma subida da inflação, tendo em conta principalmente
as pressões que vão ser sentidas nos mercados energéticos e alimentares. No actual
cenário em que a inflação já se encontra ao nível mais alto desde a criação do euro, esse
é um motivo para que o BCE fique ainda mais preocupado com a possibilidade de um
descontrolo dos preços, que o obrigue mais tarde a subir as taxas de juro de forma
agressiva.
É este aumento da probabilidade de entrada em estagflação – inflação alta e estagnação
da economia em simultâneo – que vai dominar os debates dos responsáveis do BCE
durante as próximas semanas, forçando-os numa primeira fase a “esperar para ver” quais
serão as verdadeiras consequências da economia, encontrando uma solução de equilíbrio.
Como escreveu Vítor Constâncio na sua conta do Twitter, “o BCE, enfrentando uma
dinâmica de inflação mais baixa e muito menos consolidada [que a dos EUA], deverá
reavaliar a sua retórica recente mais agressiva, mas pode decidir ainda assim uma
aceleração do tapering [retirada das políticas expansionistas]”.
4. Impactos da ordem economica no ponto Mundial Belmiro
 Instabilidade geopolítica: A guerra pode levar a uma escalada das tensões entre
países e regiões, o que pode levar a um aumento da instabilidade geopolítica em
todo o mundo. Como afirmou o Secretário Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, "a
crise na Ucrânia está afetando a segurança em toda a Europa".
 Aumento dos preços do gás natural: A Rússia é um dos maiores produtores de gás
natural do mundo e a guerra pode afetar o fornecimento desse recurso, o que pode
levar a um aumento dos preços do gás natural em todo o mundo. De acordo com
o diretor-geral da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, "qualquer
interrupção no fornecimento de gás natural russo afetará os mercados europeus e,
portanto, terá um impacto global".
 Crise humanitária: A guerra pode gerar uma crise humanitária na Ucrânia e em
outras regiões afetadas pelo conflito. Milhares de pessoas já foram deslocadas e
muitas estão enfrentando escassez de alimentos, água e medicamentos. Como
afirmou o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, "o sofrimento humano é
inaceitável em qualquer conflito".
 Tensões entre grandes potências: A guerra pode gerar tensões entre grandes
potências, como os Estados Unidos, a União Europeia, a Rússia e a China. Isso
pode levar a mudanças nas relações internacionais e afetar a estabilidade global.
5. Conclusão
Depois de estudos sucintos, conclui-se que as guerras têm um impacto profundo e
duradouro na ordem econômica mundial. Seja pela destruição de infraestrutura, pela
mudança de prioridades governamentais ou pela redistribuição de poder entre as nações,
as guerras alteram significativamente o cenário econômico global. No entanto, também é
importante ressaltar que, mesmo em meio aos conflitos, surgem oportunidades para a
criação de uma nova ordem econômica internacional mais equilibrada e justa. Cabe aos
governos e à sociedade civil trabalharem juntos para minimizar os efeitos negativos da
guerra e aproveitar as oportunidades de mudança positiva. Pedir ao docente que no caso
de se deparar com um erro, o favor de identifica-lo e dizer como havia de ser, no sentido
de melhorar trabalhos futuros da mesma natureza.

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