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As origens da WW1 – raízes políticas:

 Desagregação do Império Otomano deixou um vazio nos Balcãs que estava a ser
disputado pela Rússia e pela Áustria.
 A ascensão política e económica da Rússia na esfera da Europa Oriental não agradava à
Alemanha, resultando daqui o seu apoio à Áustria.
 A França estava preocupada com a ascensão da Alemanha, que tinha ocupado a Alsácia
e a Lorena.

As origens da WW1 – raízes económicas:

 Ameaça à hegemonia britânica em resultado do arranque para o crescimento


económico de outros países.
 Expansão económica da Rússia para os territórios eslavos.
 O Japão queria reforçar o seu poder económico na Ásia Oriental.

As altas taxas de crescimento agregado significaram que as diferenças absolutas nas taxas de
crescimento foram grandes, mesmo entre países desenvolvidos e portanto rapidamente se
traduziram em alterações marcadas no poder económico e político, relativo, entre as nações
(…) nacionalismo bem mais vigoroso como base do indispensável consenso, e pode assim ter
produzido um clima favorável ao conflito internacional.

As origens da WW1 – o acontecimento:

 Anexão por parte da Áustria da Bósnia-Herzegovina, território que pertencia ao


império turco.
 Bósnia-Herzegovina queria substituir a administração austríaca pela
 Sérvia, criando-se a Grande Sérvia, após a junção da Croácia, da Dalmácia e da
Eslovénia, criando-se um único estado.
 Em 28 de junho de 1914 foi assassinado o herdeiro do trono austríaco, Francisco
Fernando.
 Autoridades austríacas, desconfiando da Sérvia, declararam guerra à Sérvia em 28 de
julho de 1914

A Primeira Guerra Mundial:

 Envolveu todas as principais economias nacionais do mundo entre julho de 1914 e


novembro 1918.
 Mobilizou perto de 70 milhões de homens.
 Os países envolvidos foram: Os Aliados – baseados na tripla aliança da França, GB e
Rússia – a que se juntaram outros países contra a Alemanha e Áustria-Hungria.

Entente Poderes centrais


Sérvia Áustria
Montenegro Alemanha
Rússia Turquia
França Bulgária
Bélgica
Reino Unido
China
Japão
Itália
Portugal
Roménia
EUA
Grécia
Outros países do Continente americano

A Primeira Guerra Mundial colocou em causa as bases da Primeira Globalização (institucionais


e organizativas)

Guerra Económica: tentativa de perturbar a vida económica do inimigo, impedindo


abastecimentos vitais

Exemplos de guerra económica:

 Bloqueio do comércio direto (p.e. bloqueio da costa alemã pela marinha da GB e da


Fça)
 Guerra submarina (ataques de submarinos alemães aos navios mercantes)
 Controlo do comércio através dos países neutros (acordos comerciais bilaterais)

Economia de guerra: mobilização e gestão dos recursos necessários para fins bélicos feita pelo
Estado no sentido de assegurar a vitória => novo papel do Estado na economia

Características da economia de guerra:

 Requisição de pessoas e bens para serviço militar


 Controle do comércio externo (entraves à exportação de bens essenciais e controlo das
importações => protecionismo)
 Criação dos meios monetários necessários ao esforço de guerra (endividamento e
emissão monetária)
Recuo da Globalização

 Movimento de bens: guerra económica e proibição das trocas com o inimigo; guerra
económica e incerteza.
 Movimento de pessoas: proibição das emigrações para efeitos de recrutamento militar.
 Movimento de capitais com origem na Europa praticamente desapareceu.

Alterações dos padrões do comércio

 Europa beligerante: produção e exportação de bens transformados (também materiais


de guerra) ➔ agora com limites impostos pela economia de guerra.
 Estímulo à industrialização nas economias ultramarinas (e aos países neutros na
generalidade) ➔ exportação desses bens que se juntaram às tradicionais exportações
de bens agrícolas e minerais.
 Termos de troca alteram-se: menos favoráveis às economias beligerantes e mais
favorável aos países neutros ➔ receitas do comércio e necessidade de substituir
importações conduziram a um processo de industrialização com destaque para o caso
da América Latina

Suspensão do Padrão-ouro:

 Escassez de ouro (entesouramento e fuga de ativos para os países neutros).


 Emissão de moeda para financiamento do esforço de guerra.
 Os Bancos Centrais suspendem a convertibilidade dos meios de pagamento em ouro
(excepção do Japão e dos EUA) => sistema convencional e flutuação das taxas de
câmbio.
 Empréstimos bilaterais só entre aliados.

Inflação:

 Escassez de bens em resultado da economia de guerra.


 Aumento da oferta de moeda em resultado do aumento de emissão de moeda para
financiar o conflito.
 Tentativa dos Estados controlarem os preços e os mercados mas sem sucesso

Mercado de trabalho e movimento de pessoas:

 Em geral o movimento de pessoas ficou limitado pelo conflito, nomeadamente o


movimento entre continentes pois os navios transatlânticos estavam ameaçados pela
guerra no mar.
 Falta de população ativa => mercado de trabalho recrutou mulheres, adolescentes e
idosos.
 Importação de mão-de-obra em resultado da deportação de trabalhadores nas zonas
ocupadas e recrutamento de soldados nos impérios coloniais.
 Movimento de refugiados aumentou
Tentativa de retorno à normalidade e seu fracasso

Problemas de curto prazo: crise económica conjuntural

Problemas de médio prazo:

 Transformações estruturais provocadas pela guerra tornaram-se irreversíveis quanto à


intervenção do Estado
 Transformações na ordem económica internacional e recuo da globalização
 Tentativas de retorno à normalidade com sucesso parcial: apenas no sistema
monetário internacional e no pagamento das dívidas e reparações existiu algum
sucesso. No comércio externo, permaneceu o protecionismo.

Os problemas de curto prazo e de médio prazo conduziram a alterações no papel do Estado na


economia e na ordem internacional, com diferenças claras relativamente ao liberalismo
económico da Belle Époque.

Problemas de curto prazo:

 Crise de reconversão (de carácter conjuntural) na generalidade das economias em


resultado da economia de guerra => necessidade de reafectação da utilização dos
recursos para a situação de paz
 Inflação nos países vencedores
 Hiperinflação nos países vencidos
 Situação de excepção dos EUA e GB

Problemas de médio prazo – Papel do Estado:

 Dificuldade em retomar os níveis de produção anteriores à guerra e a necessidade de


apoiar as populações.
 Pagamento de pensões.
 Pagamento das dívidas e reparações de guerra feita entre Estados.

=> Maior intervenção do Estado na economia

Problemas de médio prazo - nas relações económicas internacionais:

 Aumento generalizado do protecionismo (que significa também aumento do papel do


Estado na economia).
 Grande instabilidade dos mercados cambiais.
 Incapacidade de pagar as dívidas e reparações de guerra nos prazos convencionados
(que eram relativamente curtos).

=> Diminuição da circulação de bens, pessoas e capitais = recuo da globalização

Recuo da globalização:

 A impossibilidade de normalizar a circulação de bens e fatores produtivos


 A impossibilidade de restabelecer o padrão-ouro
 Perturbações na vida financeira em resultado das Dívidas e Reparações

A impossibilidade de normalizar a circulação de bens e fatores produtivos:

 movimento de bens – política de substituição de importações e tentativa de proteger


as indústrias nascentes através de protecionismo e o exacerbar do nacionalismo
 movimento de capitais – dificuldades no sistema monetário internacional e, no caso
da Rússia, repúdio das dívidas de guerra e nacionalização dos investimentos externos
 movimento de pessoas – regiões para onde se dirigia tradicionalmente a emigração
europeia estavam a ficar mais densamente povoadas => gradualmente todas adotaram
políticas de “porta fechada”

A impossibilidade de restabelecer o padrão-ouro:

 As emissões monetárias nos países beligerantes europeus tinham sido de tal monta,
que não existia ouro suficiente para garantir convertibilidade credível com as
definições das unidades monetárias de antes da guerra
 As alterações das paridades cambiais tinham sido de tal monta, que não era possível
restabelecer as paridades anteriores à guerra sem perturbar fortemente o comércio e
as transações financeiras
 Tentativa de estabelecer um novo sistema monetário internacional na Conferência de
Génova (1922) – sucesso parcial

Novo sistema monetário internacional:

 Moedas âncora do sistema: dólar americano, libra esterlina britânica e franco francês
 Definição da unidade monetária em ouro apenas para as moedas âncora (com
desvalorização face à situação anterior à guerra para o franco)
 Convertibilidade direta dos meios de pagamento em ouro apenas para as moedas
âncora (dólar – convertibilidade plena; libra e franco – convertibilidade com restrições)
 Convertibilidade das outras moedas em pelo menos uma moeda âncora
(convertibilidade indireta em ouro) => Padrão divisas-ouro (um sucedâneo do padrão
ouro)
 Estados Unidos restabeleceram plenamente as regras do padrão ouro clássico logo em
1919. Grã-Bretanha e França assumiram as regras definidas na Conferência de Génova
em 1925 e 1928, respetivamente.
 Manutenção da convertibilidade direta em ouro para moedas âncora => maior rigidez
em termos de política económica nestas economias.
 A inserção dos restantes países nas zonas monetárias definidas pelas moedas
convertíveis em ouro deu origem à formação de blocos monetários que tenderam a
aglutinar os fluxos financeiros e comerciais.

Perturbações na vida financeira em resultado das Dívidas e Reparações:


 Problema das dívidas de guerra (entre os vencedores) e das reparações de guerra
(impostas aos vencidos)
 Para as pagar era necessário obter saldos positivos na balança de pagamentos
exportando bens, para o que convinha desvalorizar a moeda => agravamento dos
problemas monetários e financeiros
 1923 – Suspensão generalizada do pagamento das dívidas e reparações
 Plano Dawes (1924) e o reescalonamento dos pagamentos com sucesso parcial

Difusão sectorial da grande empresa moderna:

 Caminhos de Ferro – anos 50 do século XIX


 Distribuição /grandes armazéns retalhistas – década de 80 do século XIX
 Indústria (produção) – finais do século XIX

Difusão geográfica da grande empresa moderna:

 Pioneirismo dos EUA face à Europa


 Empresa moderna europeia com especificidades relativamente à empresa moderna
norte americana

Contexto do aparecimento da Grande Empresa Moderna na indústria:

 Contexto de mercado:
I. Alargamento da dimensão do mercado
II. Integração económica de novos espaços (o processo de globalização)
III. Aumento do rendimento disponível das famílias
IV. Alteração dos padrões de consumo
 Contexto tecnológico:
I. Técnicas de produção em massa
II. Setores de grande intensidade capitalística (preponderância de capital fixo)
III. Setores que exploram economias de escala e velocidade => necessidade de
assegurar fontes de matérias-primas e canais de distribuição de produtos finais
IV. Desenvolvimento dos transportes e comunicações
V. Novas fontes de energia
 Contexto institucional:
I. Desenvolvimento dos mercados de capitais internacionais
II. Políticas relativas à defesa da concorrência

Estratégias de Integração:

 Horizontal – integração de unidades operativas do mesmo setor de atividade


 Vertical – integração de unidades operativas a montante e/ou a jusante da atividade
original

Como se realizam estas integrações?

 Integração por fusão ou aquisição – internalização de unidades operativas


pertencentes a outras empresas
 Integração por crescimento interno => criação de raiz de novas unidades operativas

Coordenação administrativa por uma hierarquia de gestão trouxe vantagens – redução de


custos por via de:

 Economias de informação
 Economias de velocidade
 Economias de crédito

Estratégia de integração vertical => internalização de diferentes funções na empresa


(produção, distribuição, …) => empresa industrial integrada

 Empresas com múltiplas unidades operacionais (multiestabelecimento)


 Controle burocrático de transações (funções) anteriormente realizadas no mercado
(passamos a ter a mão visível da gestão)
 Criação de departamentos funcionais – organograma funcionalmente
departamentalizado

Estratégias de diversificação:

 Diversificação de produtos:
• eventual aproveitamento de economias de gama (redução dos custos médios
por aproveitamento de operações comuns à produção dos vários produtos)
• dá origem a Empesas Diversificadas
 Diversificação geográfica de mercados:
• eventual aproveitamento de economias de escala (redução dos custos médios
por aumento da escala de produção)
• criação de unidades operativas fora do país
• dá origem a Empresas Multinacionais

Estratégias de diversificação => criação de divisões operacionais autónomas (por produtos


e/ou regiões) que coordenavam o fluxo de produtos e supervisionavam unidades operacionais
que produziam e distribuíam uma grande linha de produto para um grande mercado =>
Organograma multidivisional.

Empresa descentralizada: Existência de um serviço central e executivos de nível superior sem


responsabilidades operacionais, apoiados por um aparelho alargado, concentravam a sua ação
na afetação de recursos às várias divisões de produto.

Nos sectores mais dinâmicos do terceiro Kondratiev ligados à indústria observava-se:

 Tecnologias da Segunda Revolução Industrial muito exigentes em capital fixo


 Grande intensidade capitalística onde predominavam os custos fixos sobre os custos
variáveis e o capital fixo sobre o capital circulante
 Adoção de estratégias de crescimento empresarial que implicavam grandes
necessidades de capital
Dimensão e natureza dos mercados – Europa vs EUA:

 Mercados europeus mais pequenos e de crescimento mais lento (em termos de


número de habitantes e de nível de vida)
 Distribuição do rendimento mais assimétrica na Europa
 Diversidade nos padrões de consumo – diferenciação de gostos e preferências em
termos regionais e sociais na Europa
 Menor desenvolvimento de mercados de grande consumo na Europa

Fatores legais, sociais e culturais – Europa vs EUA:

 A manutenção da liberdade de coordenação económica entre empresas


independentes na Europa retardou a emergência de estratégias de integração
empresarial
 Na Europa existe uma maior identificação entre as famílias e as empresas por elas
criadas, dificultando assim perda de influência familiar nos negócios
 Menor desenvolvimento das hierarquias de gestão e menor dimensão das empresas

Empresa Moderna Europeia:

 Menor dimensão e complexidade


 Concentração em sectores de bens intermédios não padronizados
 Utilização menos alargada das técnicas de produção em massa
 Menor integração entre produção industrial e distribuição/comercialização
 Aparecimento mais lento das grandes empresas de distribuição/comercialização em
massa
 Menor desenvolvimento da classe gestora
 Maior presença do Estado nos setores estratégicos

Empresa Moderna nos EUA:

 Maior dimensão e complexidade


 Concentração em setores orientados para o consumo de massas
 Utilização alargada das técnicas de produção em massas
 Integração entre produção industrial e distribuição/comercialização
 Retalhistas de massas
 Maior desenvolvimento da classe gestora

A prosperidade económica da 2º metade da década de 1920:

 A crise de curto prazo no imediato pós-guerra foi superada com a finalização da


reconversão de uma economia de guerra para uma economia de paz;
 Sucesso parcial de algumas medidas tomadas após a Primeira Guerra;
 Expansão das empresas americanas e aumento do rendimento das famílias americanas
=> a sociedade do consumo de massas e expansão da política de crédito às famílias e
empresas.
 Especulação nos mercados de capital e imobiliário suportada por empréstimos
bancários - títulos da bolsa estavam sobreavaliados.
 No outono de 1929 os EUA mergulharam numa crise que se alastrou à economia
mundial e se transformou numa Grande Depressão.

Fatores que originaram a grande depressão:

 Comportamento eufórico da bolsa de valores nos EUA sem correspondência na


economia real.
 Famílias endividadas junto dos bancos para comprar bens de consumo e investir na
bolsa.
 Quebra generalizada da procura de bens por parte das famílias e excesso de oferta por
parte das empresas => diminuição dos preços e dos lucros.
 A bolsa começa a refletir esta situação => investidores começam a vender títulos
bolsistas e agravam a quebra dos preços em bolsa => colapso das cotações da bolsa de
Nova Iorque em resultado de uma bolha especulativa.
 Erros de política económica das autoridades americanas na resposta imediata aos
primeiros sinais de crise dos finais da década de 20.

Efeitos da crise económica e financeira dos EUA:

 Perturbações no setor bancário.


 Redução do nível da atividade económica e do emprego (falência de algumas
empresas).
 Redução do rendimento e da procura das famílias.

Como a crise e a depressão se propagaram a partir dos EUA para as economias europeias:

 Mecanismos comerciais.
 Mecanismos monetários e financeiros.
 Peso e importância da economia americana a nível mundial => propagação da crise
através destes mecanismos para as outras economias.

Propagação da crise e a depressão – Mecanismos comerciais:

 Reação dos EUA perante os sinais de crise:


I. Redução das importações como consequência da redução do rendimento e da
procura => redução da procura externa por parte dos EUA;
II. Adotou uma política protecionista para evitar problemas de pagamentos
externos.
 Reação das restantes economias:
I. As outras economias reagiram do mesmo modo provocando um efeito
multiplicador => Generalização de acordos preferenciais e políticas
protecionistas.

Propagação da crise e a depressão – Mecanismos monetários e financeiros:

 Crises bancárias com corridas aos levantamentos de depósitos e falências de bancos


em quase todos os países, particularmente graves nos EUA e na Europa Central
(Alemanha e Áustria).
 Redução do movimento de capitais com origem nos EUA para a Europa e retirada dos
capitais europeus dos EUA.
 Dificuldades nos pagamentos internacionais, nomeadamente das dívidas e reparações
que agravaram a crise bancária e as dificuldades de obtenção de crédito
 Fim do sistema padrão divisas ouro e retorno ao sistema monetário internacional de
câmbios flutuantes

Consequências da grande depressão:

 Contração da atividade económica, do rendimento e do emprego;


 Consolidação dos blocos comerciais e dos blocos cambiais que tinham sido gerados
pelo padrão divisas-ouro para atenuar as consequências da volatilidade cambial.
 Cessação do pagamento das dívidas e reparações de guerra;
 Redução dos movimentos internacionais de bens, de pessoas e de capitais (Recuo da
Globalização).

Respostas á grande depressão:

 1º fase de resposta:
I. O mau resultado das políticas de contenção orçamental e restrição monetária
como remédio para a crise e a depressão
II. O liberalismo económico estava a ser posto em causa:
1) pelas doutrinas socialistas;
2) pela prática intervencionista herdada da Primeira Guerra Mundial;
3) pela experiência soviética
III. Intensificação das doutrinas e das práticas intervencionistas
 2º fase de resposta – práticas intervencionistas de dois tipos:
I. Intervencionismo simples - Política económica conjuntural anticíclica:
1) instrumentos de política económica no âmbito orçamental;
2) instrumentos de política económica no âmbito monetário.
II. Transformações dos sistemas económicos – alteração do sistema económico:

Intervencionismo simples – Política conjuntural anticíclica:

 Obras públicas para combater o desemprego, mesmo que à custa de saldos negativos
das contas públicas.
 Facilidades monetárias para estimular o investimento privado (p.e. diminuição da taxa
de juro).
 Despesa social para estimular o consumo (p.e. prestar apoio aos desempregados).

Consagração teórica por Keynes em 1936 e a nova corrente de teoria económica:

 É possível a economia estabilizar abaixo do pleno-emprego dos recursos por falta de


procura agregada.
 As obras públicas, as facilidades monetárias e a despesa social servem para estimular a
procura agregada, restabelecendo o pleno-emprego.

Transformações nos sistemas económicos:

 Desenvolvimento de esquemas de segurança social e fornecimento gratuito de bens


públicos de mérito como a educação e a saúde, dando origem ao Estado de bem-estar.
 Redistribuição do rendimento através de tributação progressiva.
 Nacionalização de grandes empresas e de setores básicos da economia.
 Planeamento imperativo do setor público e indicativo do setor privado.

Síntese sobre o desempenho da economia no período entre as duas guerras mundiais:

Fase B Kondratiev + dois choques externos (guerras mundiais) e respetivas crises de


reestruturação implicaram:

 Crescimento excecionalmente lento


 Recuo da globalização

… apesar da continuação do progresso tecnológico, em particular nos setores dos transportes e


comunicações.

Sistema económico – um balanço:

 A realização de política económica conjuntural anticíclica tornou-se normal depois da


Segunda Guerra Mundial em todas as economias.
 Europa Ocidental: O Estado do bem-estar e a redistribuição do rendimento tornaram-
se elementos típicos das chamadas economias mistas depois da Segunda Guerra
Mundial => O modelo social europeu
 Caso alemão: a planificação central da economia entrou em colapso após a Segunda
Guerra Mundial
 Caso da URSS: a Planificação central da economia manteve-se depois da Segunda
Guerra Mundial e expandiu-se para a Europa Oriental, a China, etc. embora com
algumas tentativas de reforma

Segunda guerra mundial:


 Guerra económica
I. guerra submarina
II. bloqueio do comércio
III. controlo do comércio com os países neutros
IV. bombardeamentos estratégicos sobre setores cruciais
 Economia de guerra
I. mobilização e gestão dos recursos necessários para o conflito numa escala que
=> formas de gestão mais sofisticadas
II. planificação central da economia
III. criação de um aparelho burocrático de administração pública

Alteração de fronteiras:

 Destruição de Recursos (humanos e físicos) numa escala superior à da 1GM.


 Cooperação internacional para a paz.
 Económicas (internamente e nas relações externas) e novo papel do Estado nas
economias capitalistas.
 Alastramento dos regimes comunistas.
 Afirmação do papel hegemónico dos EUA em termos financeiros, económicos e
político-militares na ordem internacional.
 Reparações não forma exigidas por nenhum dos vencedores com exceção da União
Soviética e as dívidas tinham prazos mais longos.

A Ordem Económica Internacional no após a Segunda Guerra Mundial:

 Realização de um conjunto de conferências internacionais para preparar o


enquadramento da economia internacional.
 Pretendia-se uma nova ordem económica internacional que:
I. Tivesse características semelhantes à existente antes da Primeira Guerra
Mundial e que restabelecesse a prosperidade inerente ao período da Belle
Epoque.
II. Evitasse a falta de cooperação verificada no período entre as duas guerras
mundiais.
III. Garantisse uma recuperação rápida, prosperidade económica e o pleno
emprego

Conferência de Bretton Woods (1944) – sobre questões monetárias e financeiras:

 Novo sistema monetário internacional


 Fundo Monetário Internacional (FMI)
 Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD)

Organização das nações unidas:


Para a manutenção da paz e cooperação internacional em geral, nomeadamente de
enquadramento da cooperação e paz entre economias de mercado e economias de direção
central e entre economias desenvolvidas e economias em vias de desenvolvimento.

Bretton Woods (1944) - Sistema Monetário Internacional (SMI) e o Fundo Monetário


Internacional (FMI):

 Definição da unidade monetária em relação ao ouro ou a uma moeda definida em


relação ao ouro => na realidade um padrão dólar-ouro.
 Os EUA mantiveram a convertibilidade da sua unidade monetária em ouro (apenas
para bancos centrais).
 Taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em caso de desequilíbrio estrutural da balança de
pagamentos => elementos de maior flexibilidade do sistema comparativamente ao SMI
do primeiro após-guerra.
 Convertibilidade tendencialmente plena entre unidades monetárias.
 Criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1945 para ajudar a fazer face a
desequilíbrios de curto prazo da balança de pagamentos e garantir a estabilidade
cambial.

Criação do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD) para:

 apoiar a reconstrução das economias afetadas pela guerra;


 apoiar o desenvolvimento das economias menos desenvolvidas.

Comércio internacional – carta de Havana

 Projeto de constituição de uma Organização Internacional de Comércio (OIC) com


capacidade para arbitrar conflitos comerciais.
I. Abolição dos obstáculos ao comércio internacional.
II. Princípio da não discriminação comercial e generalização do regime da nação
mais favorecida.
III. Possíveis exceções aos princípios apenas para as zonas de comércio livre e
uniões aduaneiras

Comércio internacional - Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT)

 Continha alguns dos princípios da Carta de Havana, mas sem a Organização


Internacional do Comércio => menos exigente que a Carta de Havana.
 Princípio da não discriminação comercial e da generalização do regime da nação mais
favorecida.
 Possíveis exceções a estes princípios:
I. Possibilidade de estabelecimento de zonas de comércio livre e uniões
aduaneiras;
II. Possibilidade de medidas de proteção a países em vias de desenvolvimento.
 Realização de rondas negociais para redução dos obstáculos ao comércio.
Plano Marshall:

 Oferta de uma Programa de Recuperação Europeia (conhecido por Plano Marshall)


pelos Estados Unidos da América em 1947, com vista ao financiamento da
reconstrução europeia.
 A generalidade dos países da Europa Ocidental aceitou o auxílio do Plano Marshall e
integrou a Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE), criada para
administrar a ajuda americana.
 A URSS e seus aliados da Europa Oriental não aceitaram a ajuda e criaram o Conselho
de Auxílio Económico Mútuo (Comecon).
 Consequência: Divisão da Europa entre esferas de influência em termos de sistema
económico, um dominado pelos EUA (sistema capitalista) e a outra pela URSS (sistema
socialista).

Nos finais da década de 1950 foi alcançada a convertibilidade plena entre moedas (papel do
FMI, União Europeia de Pagamentos e Acordo Monetário Europeu). Estabilidade cambial =>
aumento das trocas comerciais.

O caso da Europa: o processo de integração europeia:

 Êxito da gradual liberalização dos movimentos de bens, pessoas e capitais:


I. Entre a década de 50 e o princípio da década de 70 divisão entre:
1. Comunidades Europeias – cronologicamente temos a CECA (1951) +
EURATOM (1958) + CEE (1958), lideradas pela França e pela Alemanha
Federal;
2. AECL (Associação Europeia de Comércio Livre) ou EFTA (European Free
Trade Association) (1960) liderada pela Grã-Bretanha.
II. No princípio da década de 70, a Grã-Bretanha aderiu às Comunidades
Europeias e a AECL tornou-se um satélite das Comunidades Europeias.
III. Restantes países da OECE mantiveram-se à margem dos dois blocos.
 Criação de um espaço de trocas comerciais e cooperação.

Descolonização:

 Início na década de 1950 do processo de descolonização ➔ ao longo do terceiro


quartel do século XX, desapareceram os impérios coloniais europeus criados na época
da primeira globalização.
 Constituição de novos estados nacionais.
 Luta pelo desenvolvimento com casos de sucesso e outros de estagnação.
 Desigualdades internacionais dos níveis de rendimento

Balanço da Ordem Económica Internacional criada pelos EUA:

 A Ordem Económica Internacional idealizada pelos EUA viria a ser apenas a ordem
económica internacional dos países com economias capitalistas de mercado.
 A URSS recusou a ajuda americana e preparou a ajuda às economias libertadas pelo
exército soviético na Europa de Leste, contribuindo para a implementação de regimes
de direção central (o bloco das economias europeias de Leste).
 Alargamento da experiência soviética para a China, Coreia do Norte, Vietname do
Norte e Cuba.
 Consolidação desta divisão entre sistemas económicos em alianças militares (NATO e
Pacto de Varsóvia).
 Divisão do mundo em termos económico e político-militar.

Época de ouro do crescimento económico (terceiro quartel do século XX):

 Conjuntura de forte crescimento económico associado a taxas de crescimento


elevadas do PIB per capita durante um período relativamente longo (quase 30 anos).
 Crescimento económico regular, apenas marcado por flutuações de curto prazo
bastante atenuadas e recessões reduzidas, sem depressões profundas.
 Generalizado a quase todas as economias europeias e no Japão que onde estava a
ocorrer o catching-up dos países europeus relativamente aos EUA.
 Consolidação do CEM em algumas economias na Europa
 Arranque para o CEM de algumas economias na Ásia, e América Latina.
 Ausência de conflitos militares generalizados.

Significado da época de ouro:

 Aceleração do ritmo de crescimento


 Menor amplitude das flutuações económicas (crescimento regular) mais
 Crescimento moderado de preços
 Baixo nível de desemprego
 Retoma do processo de globalização

Divisão económica do Mundo entre:

 Países com economias capitalistas de mercado e países com economias socialistas de


direção central.
 Países que já tinham entrado para o crescimento económico moderno.
 Países a tentar iniciar os seus processos de crescimento económico sustentado.

Para o caso das economias capitalistas de mercado acresce:

 Sucesso das políticas económicas e da intervenção do Estado na economia.


 Ordem económica internacional baseada na cooperação e coordenação (Sistema
monetário internacional, integração europeia e liberalização das trocas).

A Europa Ocidental e o Japão recuperaram a distância do seu PIB per capita relativamente ao
dos EUA através da denominada Economia Mista, combinando:
 Uma economia capitalista com base no mercado
 Uma intervenção do Estado:
I. Conjuntural: política económica conjuntural anticíclica (pleno emprego e
estabilidade dos preços)
II. Mais estrutural:
1. Estado de bem-estar: em alguns países, um setor público significativo
2. Planeamento indicativo da economia em alguns países

As economias capitalistas de mercado – papel e peso do Estado na economia:

 O Crescimento do sector público => aumento do peso do Estado na economia através


de emprego em setores públicos da economia e a criação de empresas públicas (saúde,
educação, transportes, etc.).
 Garantia da estabilidade do crescimento económico.
 Estímulo da procurada agregada de bens de consumo e de bens de investimento.
 Papel do Estado no Welfare State:
I. Pensões de reforma
II. Subsídios de desemprego e de doença
III. Serviços

Crescimento das economias menos desenvolvidas – modelos de crescimento:

 Dois modelos alternativos para crescer: Fomento das exportações (com melhores
resultados) vs Substituição das importações (piores resultados).
 Em comum:
I. Investimento e stock de capital em relação ao PIB.
II. Despesas Públicas em educação, infraestruturas e incentivos às indústrias.
III. Alterações estruturais rápidas e crescimento urbano.

Crescimento das economias menos desenvolvidas, mas com grandes diferenças nacionais:

 Prosperidade dos pequenos produtores de petróleo;


 América Latina com problemas de inflação e endividamento e entrada no
 CEM do Brasil e do México;
 NIC: casos de sucesso (p.e. Singapura, Coreia do Sul);
 Estagnação da generalidade da África Subsariana.

Uma nova época de crise: a estagflação

 A prosperidade que caracterizou o segundo após-guerra e o terceiro quartel do século


XX deu lugar em meados da década de 1970 a uma situação geral de crise que se
prolongou por todo o último quartel do século XX.

Características desta crise, diferentes de crises anteriores:


 Estagflação (concomitância de níveis elevados de inflação, de desemprego e
estagnação económica).
 Regresso às flutuações cíclicas de curto prazo (1974-75; 1981-82; 1992- 93; 2002-03;
2008-9…).
 Comércio internacional manteve a sua dinâmica, não sendo muito afetado.

Principais causas do fim da época de ouro:

 Causas reais:
I. Esgotamento dos ganhos de produtividade associados ao processo de
catching-up e esgotamento da vaga de inovações do 4º ciclo Kondratiev.
 Causas internacionais:
I. Colapso do sistema monetário internacional baseado no dólar.
II. Choques petrolíferos aumento dos preços do petróleo e suas consequências.
 Causas nacionais:
I. Os limites da economia mista com mercado regulado.
II. Os limites da economia de direção central.

Causas reais:

 As crises preparam inovações - a “destruição criativa” (J. Schumpeter)


 O esgotamento da vaga de inovações do 4º Kondratieff => 4-K-B
I. tanto tecnológicas como organizativas (fordismo-taylorismo, produção em
cadeia eficiente para aproveitar economias de escala internas à empresa);
II. a consciência dos problemas ecológicos
III. as mudanças para novos métodos de produção exigem tempo e envolvem
custos.

Causas internacionais:

 Câmbios fixos.
 Convertibilidade externa plena.
 Mas com elementos de flexibilidade através:
I. controlo de capitais;
II. possibilidade de alteração das paridades e intervenção dos bancos centrais nos
mercados cambiais;
III. apoio do Fundo Monetário Internacional.
 Sistema a funcionar em pleno na década de 1950 depois de as economias europeias
terem superado a falta de dólares com o apoio da União Europeia de Pagamentos e do
Plano Marshall.

Causas internacionais:

 Rutura da ordem económica de Bretton Woods


 Choques petrolíferos
Causas nacionais – crise das economias mistas:

 Peso e papel do Estado na economia transformaram o sistema capitalista de mercado


num sistema de economia mista com mercado regulado:
I. Políticas conjunturais anticíclicas;
II. Welfare state;
III. Empresas estatais;
IV. Planeamento indicativo.
 A intervenção estrutural gerou saldos negativos nas contas públicas que => aumento
de impostos e das taxas de juro.
 Pleno emprego criou pressão sobre os salários.
 Finalmente o enviesamento das políticas conjunturais anticíclicas de resposta à crise,
que foram predominantemente expansionistas e geraram inflação => perda de eficácia
dos instrumentos de política económica.

Significado do fim da idade de ouro do crescimento:

 Desaceleração do crescimento do produto e da produtividade desde o início da década


de 1970.
 Aumento dos custos de produção em resultado do aumento dos salários e dos preços
do petróleo.
 Diminuição das taxas de investimento e aumento do desemprego.
 Estagflação na década de 1970 (concomitância de níveis elevados de inflação, de
desemprego e estagnação económica).
 As respostas à crise no quadro keynesiano foram baseadas nas políticas “stop and go”
=> ora se carregava no acelerador (mais comum), ora se carregava no travão. Ainda
agravaram mais a inflação.
 Estagflação => perda de eficácia dos instrumentos de política económica anticíclica e o
fracasso da economia mista e viragem para o Neoliberalismmo

Crise anos 30 Crise anos 70


Políticas “stop and
1º fase Políticas deflacionistas go” (ainda políticas
Keynesianas)
Políticas de
intervenção do Estado Políticas
2º fase - pela via da despesa monetaristas (RU; EUA)
pública (EUA, RU, – Neoliberalismo
França)
O último quartel do século XX e a Segunda Globalização:

 Colapso da ordem económica internacional construída no segundo após guerra


 Fim da idade de ouro do crescimento económico
 A busca de uma nova ordem económica internacional => a Segunda Globalização:
I. Um novo paradigma tecno-económico Mudança dos principais objetivos de
política económica: do desemprego à prioridade do combate à inflação.
II. O estado neoliberal.
III. O Sistema Monetário Internacional com taxas de câmbio flexíveis.
IV. Políticas comerciais.
V. As transformações de sistema: de economias de direção central a economias
de mercado.
VI. Convergência e divergência na economia mundial.

A segunda globalização e as inovações tecnológicas:

 Uma nova onda de inovações com o 5º ciclo Kondratiev (tecnológicas, organizativas,


espaciais) para relançar o crescimento, destacando-se:
I. informática;
II. biotecnologia.
 Inovações incrementais na generalidade da vida económica.
 Relevância do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação para a
globalização.

A segunda globalização e o papel do Estado na economia:

 As políticas económicas de inspiração monetarista de tendência mais liberal e pró-


mercado como repsosta à crise.
 Significaram uma reação contra a economia mista e a transição para uma política mais
liberal e orientada para o mercado livre => O estado neoliberal e a mudança dos
principais objetivos da política económica:
I. fim do planeamento indicativo da economia;
II. desnacionalizações;
III. privatização parcial da segurança social;
IV. orientação da política económica conjuntural para a estabilidade monetária e o
equilíbrio externo como prioridades em detrimento do nível da atividade
económica;
V. cortes nas despesas públicas;
VI. busca do equilíbrio das contas públicas

A segunda globalização e a ordem económica internacional: Um novo sistema monetário


internacional substitui o sistema de Bretton Woods:

 Taxas de câmbio flutuantes (formalização nos Acordos de Kingston, 1976) geralmente


com intervenção das autoridades monetárias (Bancos Centrais).
 Convertibilidade plena.
 Fim das restrições à liberdade de movimentos de capitais.
 O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve o papel de apoio aos países com
problemas de curto prazo nas balanças de pagamentos em termos de apoio técnico.

 Ronda do Uruguai (a partir de 1986) e Tratado de Marraquexe (1994):


I. Alargamento dos princípios do Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e
Comércio para os serviços e a propriedade intelectual.
II. Criação da Organização Mundial de Comércio para arbitragem dos conflitos
sobre questões comerciais.
III. Apesar do fracasso da Ronda de Doha, algum incremento da liberalização das
trocas comerciais
 Esforços da UNCTAD para pressionar os países ricos a dar concessões às economias
menos desenvolvidas — negociações Norte-Sul.

A Segunda Globalização e o processo de integração europeia:

 Aprofundamentos (Tratado de Maastricht, 1992)


I. União Económica e Monetária => Banco Central Europeu e Moeda Comum.
II. Transformação das Comunidades Europeias na União Europeia.
 Alargamentos das Comunidades Europeias e depois da União Europeia a outros países
europeus:
I. alargamento mediterrânico;
II. alargamento a norte;
III. alargamento a leste.
 Aparentes dificuldades da simultaneidade dos processos (de integração e de
alargamento)
A segunda globalização e o sistema económico:

 Colapso das economias socialistas de direção central e sua transição para economias
capitalistas de mercado (Relembrar os problemas já referidos quanto a estas
economias)
 Inflação visível na escassez de bens de consumo; desemprego; depressão da atividade
económica.
 Em 2000 o PIB pc da Rússia era apenas 2/3 do da URSS em 1990 … os indicadores de
bem-estar diminuíram muito e a distribuição de rendimento tornou-se muito desigual

A segunda globalização e o crescimento económico:

 Crescimento da economia mundial mais lento do que no terceiro quartel do século XX.
 Conjuntura económica perturbada por crises mais ou menos periódicas.
 União Europeia com dificuldades em realizar o aprofundamento e alargamento do
processo de integração.
 Emergência da China
 Difusão do CEM: permanecem desigualdades na distribuição mundial do rendimento,
embora tenham diminuído ligeiramente.

A segunda globalização – uma síntese:

 As dificuldades em retomar um crescimento forte.


 Reforço generalizado do funcionamento do mercado e da organização capitalista a
nível nacional e na organização e funcionamento da economia mundial
contemporânea => Sistema capitalista de mercado praticamente como único sistema
económico na economia mundial contemporânea
 O problema dos movimentos ilegais de pessoas.
 O desenho de novas hegemonias com a entrada no CEM da Índia e China.
 Intensificação dos movimentos de bens e de capitais e a afirmação do modelo
empresarial das multinacionais.

Difusão da Grande Empresa Moderna na Europa após a Segunda Guerra Mundial e suas
causas:

 Difusão do modelo da grande empresa dos EUA para a Europa após a 2GM.
 Resultado do investimento americano na Europa.
 Resultado da alteração dos aspetos institucionais na Europa quanto a políticas que
procuram fomentar a concorrência.
 Resultado do crescimento dos mercados europeus em termos de nível de rendimento.

Contextos que impactam as estruturas empresariais durante a Segunda Globalização:

 Mercado:
I. Mercados globais.
II. Fragmentação da procura (diferenças sociais, culturais, de nível de
rendimento).
III. Maior rapidez das mudanças.
IV. China e países do exbloco socialista.
V. Novos países a entrarem para o CEM.
 Tecnológico:
I. Uma nova onda de inovações tecnológicas do 5º ciclo Kondratiev: (informática,
biotecnologia)
II. Redução do ciclo de vida das tecnologias e aumento das inovações
incrementais
III. Aumento da eficiência nos transportes e comunicações
 Institucional:
I. Políticas anti monopólio.
II. Mercados menos regulados, com novos contextos institucionais do trabalho
mas mercados mais regulados para as questões ambientais.
III. Desregulação dos serviços financeiros.
IV. Desnacionalizações de setores estratégicos.

Definição de empresa multinacional:

 Uma empresa que opera (tem filiais) em mais do que um país.


 Uma empresa que controla operações ou ativos geradores de rendimento em mais do
que um país.
 Uma empresa sediada numa economia, mas que investe em economias estrangeiras.

Explicações para a existência de empresas multinacionais:

 Vantagens de propriedade => posse de ativos, particularmente ativos intangíveis que


permitem à empresa de uma nacionalidade ter uma vantagem competitiva sobre as
outras.
 Vantagens de localização => o grau de atração das economias estrangeiras, que
depende do seu contexto geográfico, institucional, cultural, etc.
 Vantagens de internalização => evitar custos de transação inerentes a uma estratégia
de entrada diferente da que corresponde à criação de uma multinacional

Empresas da Primeira Globalização:

 No séc. XIX, criação de Free Standing Companies (empresas sediadas num país
desenvolvido para atuação exclusivamente noutro país, geralmente periférico)
 Criação de filiais dos sectores industriais de ponta nos países desenvolvidos

Multinacionais na Segunda Globalização:

 Liberalização dos mercados financeiros e da circulação internacional de capital e


abertura da China e Rússia.
 Aumento da importância das multinacionais no setor dos serviços.
 Multinacionais com novas oportunidades de investimento nos setores que estavam a
ser privatizados.
 Importância do investimento cruzado entre países desenvolvidos no setor industrial.
 Papel das multinacionais na transferência de I&D para as economias em crescimento.

Em 2000 as multinacionais eram responsáveis por 2/3 do comércio mundial, sendo ½ desse
comércio realizado entre empresa mãe e filial.

Multinacionais tornaram-se fundamentais para a integração económica internacional.

O impacto económico das multinacionais nos países destino:

 Transferência de conhecimentos quanto a capacidades tecnológicas e organizativas.


 Transferência de capital que pode representar um suplemento de poupança interna.
 Criação de emprego que pode significar formação profissional e salários mais elevados.
 Efeitos na estrutura de mercado que podem potenciar a concorrência e estimular a
produção de empresas locais.
 Efeitos no comércio externo.

Este impacto é diferenciado em função dos setores e das diferentes capacidades de absorção
das economias destino do IDE. Impacto nos países em desenvolvimento: atraso ou
crescimento depende de um conjunto de fatores que não apenas o IDE.

Sustentabilidade do CEM:

 Continuação do fluxo de inovações? Aplicação da ciência à resolução dos problemas


económicos e sociais.
 Limites ao crescimento da população e do produto: recursos naturais.
 O alastramento do modelo de crescimento económico moderno autossustentado.
 Existência da economia mundial => condições tecnológicas e organizativas para a
intensificação dos fluxos internacionais de bens, pessoas e capitais.
 Capitalismo de mercado e seus limites em enquadrar todos os aspetos da vida
económica em que se verifiquem externalidades negativas.

Sustentabilidade:

 Sustentabilidade fraca:
I. A ausência de um limiar mínimo para cada um dos diferentes stocks de capital
significa a possibilidade de substituição ilimitada entre os diversos fatores de
produção.
II. O progresso tecnológico permite substituir stock de capital natural ao longo do
tempo.
 Sustentabilidade forte:
I. Não substituibilidade do capital natural por outras formas de capital.
II. O aumento do consumo não pode compensar a degradação ambiental a sofrer
pelas gerações futuras (justiça inter-geracional)

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