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Disciplina: QAS Prof.

: ALEXANDRA FONSECA

QUÍMICA APLICADA À SAÚDE

Conceito de doença: é uma condição particular anormal (desequilíbrio das funções biológicas) que afeta
negativamente o organismo, em nível de estrutura ou função (em parte ou de um todo), e que não é causada por um
trauma físico externo.
Em resumo, as doenças são manifestações patogênicas que influenciam na nossa qualidade de vida. Dependendo de
sua gravidade, podem levar à morte.
A palavra doença vem do termo em Latim dolentia que significa “sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se”.
Várias são as definições para esse termo, mas especialistas consideram as doenças como manifestações patológicas
que se apresentam em nosso organismo. Elas estão sempre associadas a sintomas específicos, levando o indivíduo que
as apresenta a se privar de prazeres físicos, emocionais e mentais.
Conceito de saúde: o termo vem do Latim salus, "bom estado físico, saudação", relacionado a salvus, "salvo".
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e
não, simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades.
Conceito de homeostase:
O nosso organismo é uma máquina perfeita que necessita que cada variável esteja completamente ajustada para que o
seu funcionamento ocorra de maneira correta. Se a temperatura está muito elevada, por exemplo, podem ocorrer
alterações no estado mental, o comprometimento de órgãos e, até mesmo, a morte do indivíduo.
A homeostase (homeos = similar ou igual), termo criado por Walter Cannon, pode ser definida como a habilidade de
manter o meio interno em um equilíbrio quase constante, independentemente das alterações que ocorram no
ambiente externo. O meio interno, por sua vez, é definido como os fluidos que circulam pelas nossas células, o
chamado líquido intersticial.
Para manter a homeostasia, nosso meio interno deve manter certos valores sem alterações. Isso é conseguido graças a
diversos processos fisiológicos que ocorrem de maneira coordenada e que garantem o equilíbrio. Os processos de
respiração, digestão e excreção garantem, por exemplo, que o meio interno tenha oxigênio e nutrientes necessários
à célula e que substâncias tóxicas que possam causar danos ao corpo sejam retiradas do organismo.
Quando o meio interno não está em equilíbrio, seja por mudanças externas, seja por disfunções internas, ocorre uma
perturbação da homeostase, o que pode resultar em doença.
Para garantir a homeostase, o nosso organismo conta com alguns mecanismos próprios ou pode ser auxiliado por meio
de substâncias químicas. (Ex.: medicamentos).

NOÇÕES DE FARMACOLOGIA APLICADAS À QUÍMICA

A Farmacologia (do Grego, pharmakos, droga, e logos, estudo) pode ser definida como a ciência que estuda os
efeitos das substâncias químicas sobre a função dos sistemas biológicos.
O estudo das interações entre as drogas e o organismo é feito através de duas vertentes da Farmacologia:
Farmacocinética e Farmacodinâmica.
1. A FARMACOCINÉTICA: estuda as ações do organismo sobre as drogas. Absorção (vias de administração),
distribuição, metabolização, excreção.
2. A FARMACODINÂMICA estuda as ações das drogas sobre o organismo. Estuda os efeitos fisiológicos,
bioquímicos e o mecanismo de ação dos fármacos.

A Farmacologia é utilizada com os objetivos:


Profilática: O medicamento tem ação preventiva contra doenças. Exemplo: As vacinas podem atuar na prevenção de
doenças.
Terapêutica: O medicamento tem ação curativa, pode curar a patologia. Exemplo: Os antibióticos têm ação
terapêutica, curando as doenças.
Paliativo: O medicamento tem capacidade de diminuir os sinais e sintomas da doença, mas não promove a cura.
Exemplo: Os anti-hipertensivos diminuem a pressão arterial, mas não curam a hipertensão arterial; os antitérmicos e
analgésicos diminuem a febre e a dor, porém não curam a patologia causadora dos sinais e sintomas.
Diagnóstica: O medicamento auxilia no diagnóstico, elucidando exames radiográficos. Exemplo: Os contrastes são
medicamentos que, associado aos exames radiográficos, auxiliam em diagnósticos de patologias.

Conceitos básicos

Droga: É uma substância química capaz de produzir alterações fisiológicas ou patológicas no organismo vivo,
resultando em efeito benéfico ou maléfico. Quando os efeitos forem benéficos, denominaremos de medicamento e por
outro lado, quando os efeitos forem maléficos, denominaremos de tóxico.
Os efeitos benéficos causados pelas drogas são estudados pela farmacologia, enquanto os efeitos maléficos são objetos
de estudo da toxicologia. De uma forma resumida, podemos dizer que uma droga pode ser ou um fármaco ou um
agente tóxico.
As drogas podem ser empregadas como ingredientes em variadas indústrias, como nas químicas, farmacêuticas e de
tinturaria. Têm origem diversificada, podendo ter origem animal, vegetal e mineral.
Fármaco: Uma substância química de estrutura conhecida, que não seja um nutriente ou um ingrediente essencial da
dieta, que, quando administrado a um organismo vivo, produz um efeito biológico benéfico (ação terapêutica).
A substância só é considerada fármaco quando administrada como tal. Ou seja, não ser liberada (produzida) por
mecanismos fisiológicos. Ex.: a insulina é produzida pelo pâncreas (próprio organismo), por isso não é considerada
um fármaco.
• Um fármaco não cria funções fisiológicas, apenas as modifica.
Um anti-inflamatório como o diclofenaco é um fármaco, porque ocasiona efeitos benéficos no nosso corpo,
diminuindo a inflamação existente. Dependendo da quantidade e da duração do tratamento, pode causar efeitos
maléficos sobre o nosso sistema renal. Mas, observando o conceito de droga, esse fármaco causa alterações no nosso
organismo quando em contato com ele, ou seja, também é uma droga.
O exctasy, por exemplo, causa alterações no nosso corpo, mas nenhum dos efeitos observados pode ser considerado
benéfico e usado para fins terapêuticos, ou seja, essa substância é uma droga, mas não um fármaco.
Pensando assim, podemos chegar à conclusão de que todo fármaco é
uma droga, mas nem toda droga é um fármaco.

Tóxico: é qualquer droga que atua no organismo produzindo efeitos


maléficos e que podem levar à dependência, sequelas persistentes ou
morte (efeito nocivo). Ex.: cianeto, organofosforados, venenos, etc.

Princípio Ativo: É a substância que existe na composição do


medicamento, responsável por seu efeito terapêutico. Também pode ser
chamado fármaco. Ex.: Na casca do salgueiro, a aspirina é a substância que atua no alívio das dores e febres causadas
por gripes e resfriados.
Medicamentos: são produtos feitos a partir de fármacos (tecnicamente elaborados) que têm como objetivo um efeito
benéfico. São produzidos para fins comerciais com finalidade terapêutica. Para tanto, essa produção não é de forma
desordenada; existem normas e controle da fabricação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e
supervisão dos processos de produção por um farmacêutico.
A base da produção de um medicamento é o fármaco ou uma associação de fármacos e a partir deles são adicionadas
substâncias que conferem a eles tamanho, estabilidade e forma. Eles passam então por um processo de industrialização
para atingir o estado que encontramos nas prateleiras de drogarias e farmácias.
Remédio: O conceito de remédio é bem amplo. Pode ser considerado como todo e qualquer tipo de cuidado,
substância ou terapia utilizada para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconfortos e mal-estar. Ex.: massagens, chás,
banhos, suplementos alimentares, acupuntura, etc.
Com isso, podemos concluir que: “Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento”.

Placebos: São substâncias ou preparações inativas, administradas para


satisfazer a necessidade psicológica do paciente de tomar drogas.
Veículo ou Excipiente: Substância farmacologicamente inativa que
são misturadas aos fármacos para obter-se a forma farmacêutica. Ex.:
propilenoglicol, Silicato de magnésio hidratado, sorbitol, vaselina, etc.
Coadjuvante: substância que permite a absorção mais fácil ou facilita
ação do fármaco.
Dose: É a quantidade de medicamento administrado; pode ser única ou em intervalos regulares estabelecidos por
horários. Classifica-se em:
- dose mínima: é a menor quantidade de um medicamento administrado capaz de produzir algum efeito.
- dose máxima: é a maior quantidade de um medicamento que pode ser administrada no organismo, produzindo efeito
terapêutico, sem ultrapassar a margem de segurança.
- dose terapêutica ou de manutenção: é a dose capaz de produzir efeito esperado, atingindo um nível sanguíneo
desejável, sem causar toxicidade.
- dose letal: é uma dose administrada capaz de causar óbito.
- dose de ataque: é uma dose administrada para surtir efeito imediato, geralmente em quantidade maior do que se
administraria diariamente.
- margem de segurança: as drogas podem agir como medicamento ou como tóxico, dependendo de fatores como a
quantidade (dose) administrada, as vias de administração, as condições do paciente, etc. A margem de segurança é o
limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga. Por exemplo, os digitálicos possuem uma estreita
margem de segurança porque o paciente mesmo fazendo uso de dose terapêutica pode, com relativa facilidade,
apresentar sinais de intoxicação digitálica, isto é, sinais de toxicidade da droga.
Reação adversa: é uma resposta previsível ou não do organismo frente a droga que pode ser uma reação branda ou
grave.
Posologia: estudo da quantidade de medicamento (dosagem) que o paciente deve tomar de cada vez e o intervalo entre
uma e outra dose;
Forma farmacêutica: a forma de apresentação do medicamento, que pode ser em comprimidos, cápsulas, xaropes,
etc.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS:


Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados: sólido, líquido e gasoso.
Sólido:
a) Comprimidos: possuem consistência sólida e formato variável. São obtidos pela compreensão em moldes da
substância medicamentosa. Geralmente discoide.
b) Pó: medicamento apresenta-se na forma de partículas conhecidas como cristais e pode ser acondicionado em
envelopes (acondicionado em saches) necessitando de diluente para sua administração, frasco-ampolas, frasco. Ou
deve ser tomado em colheradas. Ex.: bicarbonato de sódio e Fluimucil.
c) Drágeas: O princípio ativo está no núcleo da drágea, contendo revestimento com goma-laca, açúcar e corante. São
fabricados em drágeas os medicamentos que não devem ser administrados em forma de comprimidos, por
apresentarem: sabor desagradável e exigem absorção no intestino, medicamentos que atacam a mucosa e/ou que
devem ser deglutidos com facilidade. Quando as drágeas são pequeninas denominamos de pílulas.
d) Cápsulas: O medicamento está revestido por um invólucro de gelatina para eliminar sabor desagradável, facilitar a
deglutição e/ou facilitar a liberação do medicamento na cavidade gástrica.
e) Pastilhas: É um preparado sólido, de forma circular com o princípio ativo unido com açúcar e uma mucilagem para
que a dissolução seja lenta na cavidade oral.
f) Enema, clister, enteroclisma, lavagem ou irrigação: Sua composição varia de acordo com a indicação.
g) Supositórios: óvulos ou lápis - tem formato cônico ou oval, destina-se à aplicação retal, pode ter ação local ou
sistêmica.

Semissólidos:
a) Pomadas: Formas pastosas ou semissólidas constituídas de veículos oleosos, o princípio ativo é o pó.
b) Cremes: São exclusivamente para uso tópicos, na epiderme (com ação epidérmica, endodérmica), vaginais e retais.
c) Pasta: é um medicamento de consistência macia, aquoso, que contém 20% de pó. Exemplo: óxido de zinco pasta
(Pasta d'água).

Líquidos:
a) Soluções: mistura homogênea de líquidos ou de um líquido e um sólido (uniforme).
b) Xarope: Solução que contém dois terço de açúcar e os medicamentos.
c) Elixir: São preparações líquidas, hidroalcóolicas; açucaradas ou glicerinadas, destinadas ao uso oral, contendo
substâncias aromáticas e medicamentosas.
d) Emulsão: Preparação feita de dois líquidos, óleo e água.
e) Colírios: Soluções aquosas para uso na mucosa ocular.
f) Suspensão: são partículas de medicamentos dispersos em meio líquido, porém, não são dissolvidas, mesmo após
homogenização; em repouso, as partículas se depositam no fundo do frasco.
g) Tintura: é um preparado de álcool que contém o princípio ativo extraído de vegetal ou mineral.

Gasosos: São medicamentos utilizados quando se deseja a absorção pelo trato respiratório como a inalação de
substâncias voláteis.
a) Gás: Oxigênio.
b) Aerossol: partículas de medicamentos sólidos ou líquidos distribuídos em névoa ou ar acondicionados em
recipiente pressurizado. Exemplo: Aerolin spray.

ORIGEM DOS MEDICAMENTOS:


Segundo a sua origem os medicamentos podem ser:
* Naturais: extraídos de órgãos, glândulas, plantas ou peçonhas de animais. Ex.: Insulinas
* Sintéticos: preparados com o auxílio de matéria-prima natural; são resultados exclusivamente do trabalho de
laboratórios. Ex.: alguns antibióticos.
* Semissintéticos: resultam de alterações produzidas em substâncias naturais, com a finalidade de modificarem as
características das ações por elas exercidas.

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