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Conteúdos Comuns

Gestão Financeira e Governança e Gestão 2023

A escola Waldorf como um ser

Uma professora, um grupo de professores, uma ou algumas famílias se


deparam, em algum momento da vida, com crianças ao seu redor e a necessidade
de oferecer educação a elas. Às vezes, já se conhece a pedagogia Waldorf bastante
bem. Em outras ocasiões, o desejo é por algo diferente do “tradicional”, por uma
educação “alternativa”, e a pedagogia Waldorf se apresenta como uma possibilidade
interessante. Do encontro entre a percepção da necessidade e o anseio por
satisfazê-la pode surgir uma ideia, um pensamento: criar uma nova escola Waldorf.
Agora, para seguir seu caminho de realização no mundo, é preciso que a ideia
seja apresentada. É hora de saber se há outras pessoas que percebem a mesma
necessidade, que se conectam com a ideia de criar uma nova escola Waldorf e que
se dispõem, em alguma medida, a contribuir para levar adiante esse impulso, essa
chama de vida. O momento da conexão de diferentes pessoas com os primeiros
impulsos de nascimento de uma nova escola, e de organizações sociais de maneira
geral, pode ser considerado o ato/processo de concepção terrena desse ser que se
prepara para encarnar no mundo por meio da vontade humana. E, se a concepção
acontecer de maneira promissora, as pessoas envolvidas terão pela frente um
processo de gestação que exigirá dedicação e cuidados para o saudável
desenvolvimento dessa nova vida que se prepara para nascer.
Agora, alinhadas a um propósito comum, as pessoas envolvidas na gestação
de uma nova escola Waldorf passam a se relacionar mais intensamente. E, por meio
dessas relações, por meio daquilo que acontece entre as pessoas, constitui-se pouco
a pouco o astral, a alma, o corpo anímico desse ser social em fase gestacional.
Para ir adiante, é preciso também que esse grupo de pessoas passe a se
encontrar com certa frequência, que seja estabelecido um ritmo de reuniões, que
decidam sobre como divulgar a iniciativa, como criar um grupo de estudos sobre a
antroposofia, como realizar o levantamento de exigências legais para a formalização
da escola no futuro, entre tantas outras necessidades. Com maior ou menor
consciência, nesse momento começam a ser desenvolvidos processos que nada mais
são do que os fluxos de vida da organização, que se desenvolvem no tempo e espaço
proporcionando movimento, transformações e que constituem, pouco a pouco, seu
corpo etérico ou vital.
E é comum que tudo isso, até aqui, tenha acontecido ora na casa de Joana,
ora na casa de Maria e Pedro, na pracinha do bairro, no sítio de uma família
simpatizante da proposta, enfim. Acontece que, para encarnar na Terra, todo ser
precisa de um corpo físico e, quando for chegada a hora, quando ideia, alma e
vitalidade estiverem maduras o suficiente (de acordo com a percepção das pessoas
envolvidas), o grupo precisará encontrar um lugar que ofereça bom abrigo para que
o nascimento aconteça. Pode ser que seja, inicialmente, para a realização de
atividades de contraturno e recreação. Pode ser que já tenha chegado a hora de
nascer como associação e escola formalmente constituída. Tudo isso depende de
muitos fatores, alguns ponderáveis, outros imponderáveis, e do que, em certa
medida, foi preparado na vida pré-natal como destino dessa comunidade que
começou a se formar.

O ser escola Waldorf e sua constituição quadrimembrada

As imagens trazidas até aqui são apenas exemplos de possíveis caminhos de


nascimento de uma escola Waldorf e têm como principal objetivo apresentar a ideia
de uma organização social constituída de maneira quadrimembrada, semelhante à
visão antroposófica dos seres humanos:

✓ Eu / Identidade: a ideia em si; a razão da organização social existir no


mundo; seu propósito e missão;
✓ Corpo Anímico / Astral: constituído e desenvolvido pelo que nasce a partir
das relações entre as pessoas que sustentam essa organização;
✓ Corpo Etérico / Vital: constituído e desenvolvido pelos processos que
movimentam e transformam a organização no tempo e espaço;
✓ Corpo Físico / Material: constituído pelos recursos físicos (terreno,
edifícios, mobiliário...) mas também, em um nível mais sutil, por tudo o que
dá forma, contorno e que organiza, estrutura.
Naturalmente, assim como é na vida humana, os diferentes membros que
compõem a quadrimembração das organizações sociais estão conectados, se
interrelacionam e influenciam a todo momento, e precisam de cuidados constantes,
cada um deles e o todo, para o saudável desenvolvimento desse ser.

Os conteúdos aqui apresentados são de caráter introdutório, requerem


ampliação, aprofundamento e têm como objetivo servir de inspiração e referência
para que cada escola construa o seu próprio caminho de governança e gestão, com
estruturas, processos e relações que atendam da melhor maneira possível às suas
necessidades. Nada do que apresentarmos deve ser recebido como um modelo
ideal que, se replicado, garantidamente levará aos objetivos esperados.
Aprofundem-se nesses temas, consultem outras fontes, leiam livros, façam
cursos e formações.
Há muito a aprender, explorar, construir!
E contem conosco!
Equipe Gestar

Fontes e referências bibliográficas:


Moggi, Jair e Burkhard, Daniel. O Espírito transformador: a essência das mudanças
organizacionais no século XXI. São Paulo: Antroposófica, 2005.

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