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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CAMPUS IV – JACOBINA
COLEGIADO DE HISTÓRIA – 2023.1

Docente: Cândido Domingues


Disciplina: Brasil Colônia
nota: 2,5

Atividade avaliativa em DUPLA

Entrega dia 04/10, impressa ou manuscrita na aula.

Rebeca e Lara

I - O Antigo Sistema Colonial

Texto 1 – PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Ed.
Brasiliense, 1942, “Sentido da Colonização”, pp. 19-32.

Texto 2 – NOVAIS, Fernando. “A crise do Antigo Sistema Colonial”, in Portugal e


Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), 6ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995,
pp. 57-117.

QUESTÃO 01 – Caio Prado Jr. inicia sua análise da formação do Brasil com a sua
famosa frase: “todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo sentido”
(Caio Prado Jr. p. 19). A partir da leitura dos capítulos “O sentido da
Colonização” deste autor e “A crise do Antigo Sistema Colonial” de Fernando
Novais analise a importância da obra de Caio Prado Jr. na interpretação de Novais
sobre o Brasil Colônia. Em seguida explique o conceito de Antigo Sistema Colonial.
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Caio Prado Jr. durante a frase introdutória do capítulo “Sentido da Colonização” indica
que todo povo tem um sentido na sua “evolução”, a qual, no ponto de vista desse autor,
para o Brasil, encontra-se em sua colonização. Afirma,, ainda, afirmando que para sua
interpretação histórica deve-se procurar, usando suas palavras: “[...] uma linha mestra e
ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, e dirigida sempre
numa determinada orientação.” (PRADO JÚNIOR, Caio1942, p. 19). Por
consequência dessa fala é perceptível que não há retrocesso em seu discurso, sendo
assim, como resultado dessa observação o autor desenvolve adiante a noção de que
este ‘sentido’ é concebido no Brasil em sua colonização, e nos acontecimentos que
desencadearam este processo, mas que tendem a ser naturalizados, ignorados ou
limitados como simples ‘descobrimentos’, dificultando a compreensão histórica,
econômica e social do país o qual tem ‘gravado em suas feições’, os resultantes de
seu período colonial de caráter mercantil, escravista e voltado para produção de
matéria prima, tais como tabaco, café, açúcar, após ouro, diamantes e tudo que
pudesse ser feito e vendido no mercado externo como uma iguaria, um comercio
comércio moldado para a Europa, e é nesse contexto que se agrupara a economia e
sociedade brasileira, em torno da vasta empresa mercantil que constituía o Brasil
colônia. Novais, ciente da linha de pensamento que Caio Prado Jr. usou para
compreender o Brasil contemporâneo, desenvolvera em seu próprio livro “Portugal e
Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808)”, no capítulo II a compreensão
e justificativa da natureza e mecanismos desse declínio mediante a análise do próprio
sistema de colonização, de encontro ao método utilizado por Caio Prado, no entanto
enfatizando o seu caráter mercantil como ponto principal da estruturação desse sistema,
segundo Novais (1989, p. 57): “Do contrário, ficaríamos na constatação de
manifestações da crise em vários setores da vida política e econômica da época, sem
entretanto compreender as relações que as vinculam umas ás às outra, e lhes dão
sentido”.” Afim de esclarecer sua analiseanálise, ele pontuara que o sistema
mercantil é o que dá sentido à colonização europeia, sendo assim correlacionando
com Caio Prado Jr. que, que em sua obra citada anteriormente, já havia elaborado
o fato que todos os acontecimentos das grandes navegações que se desaguam nos
‘descobrimentos’, nada mais eram que outro capítulo da história do comércio
Europeu, ou seja o intuito inicial da colônia brasileira era puramente extrativa
(FONTE?), o povoamento seria um resultante ocasionado para suprir as demandas
de produção e abastecimento das feitorias , sendo assim Novais apresentará o

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ponto de partida dessa economia, que é a ideia metalista, a noção do nível de
riqueza de cada nação através do montante de metal existente, estando a colônia
subalterna aàs demandas da metrópole e consequentemente com uma política
econômica voltada ao mercado externo, elas serviam ao propósito de garantir a
autossuficiência metropolitana, enquanto a mesma se mantinha na competição
com outros estados modernos que assim como ela visavam o desenvolvimento
nacional a todo custo. É inevitável a percepção de que Caio Prado Jr teve de certo,
alguma importância no desenvolvimento do ponto de vista de Brasil Colônia de
Fernando Novais, já que ao comparar os textos é cabível traçar inumeráveis paralelos
entre suas formas de conceituar tanto as expansões ultramarinas, quanto o
estabelecimento dessa empresa mercantil portuguesa que povoou o país como efeito
colateral de algo que prapara Novais é (1989 p.67):” “[...] um desdobramento da
expansão puramente comercial” (1989 p.67).” No que diz respeito ao conceito de
Antigo Sistema Colonial ele é posto como a relação entre a Metrópole e sua Colônia,
tem início no processo de expansão e exploração marítima que resulta no que é tido
como ‘descobrimentos’, logo após passa pelo estabelecimento de pessoas encarregadas
para desbravamento, e reconhecimento busca de por metal , pedras preciosas e outros
recursos naturais os quaisque pudessem ser explorados, transferindo o que fosse de
valor para o país colonizador, o que Novais trata como um processo de transferência de
renda, que causa um desbalanceamento econômico na colônia, que para além da perca
material também passaria por um doutrinamento político, cultural e religioso que
desestruturaria, apagaria e mutaria tanto os povos nativos quantos os escravizados
trazidos da África, estes que agora falariam a língua do colono, serviriam ao seus
propósitos (comercias, de produção, e acumulo de capital em suas nações), rezariam
para seu Deus, e teriam o seu Rei como figura máxima de poder estatal , logo esse
processo de relação de dominador e subalterno não ocorreu de forma pacífica e apesar
de ter se mantido por muito tempo intacto na maioria das Colônias, mesmo mediante as
revoltas ocorridas , os colonos veriam o fim de sua dominância segundo Novais por
certo (1989, p. 114): Assim , pois, chegamos ao núcleo da dinâmica do sistema: ao
funcionar plenamente, vai criando ao mesmo tempo as condições de sua crise e
superação. A crise do Antigo Sistema Colonial sendo a ruptura ou o início dos
processos de emancipação e independência, em que as 13 colôniasColônias, foi foram a
primeira a conquistar está quebra de sua condição de subordinado em 1776 passando a
ser o Estados Unidos senhor soberano de si próprio, mostrando a outras colônias que o

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que era apenas uma possibilidade poderia se tornar concreto. Essa independência
marcaria o fim não só do sistema colonial, mas de todo o antigo regime, que logo
adiante passaria por sua superação na revolução industrial, que não, por pura
coincidência começaria na potência que levava a melhor durante a concorrência
colonial, e seria, e foi a que deu os primeiros passos rumo ao industrialismo moderno a
Inglaterra.
Precisa melhorar mais a leitura e a escrita. A pontuação não ajuda a entendemos o seu
texto. Vide quantas frases intermináveis. Precisamos da narrativa em História, mas
também, precisamos ser mais focados no cerne da questão. O que é ASC ainda
permanece em aberto em sua resposta.

II - O Antigo Regime nos Trópicos

Texto 1 – Texto 1 – FRAGOSO, João Luís R. “Os modelos explicativos da economia


colonial”, in Homens de grossa ventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil
do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1998, pp. 57-
116, notas.

Texto 2 – FRAGOSO, João Luís; BICALHO, Maria Fernanda & GOUVÊA, Maria de
Fátima (orgs.). O Antigo Regime nos Trópicos: a dinâmica imperial portuguesa, séculos
XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, RUSSELL-WOOD, A. J. R.,
“Prefácio” 11-19-, “Introdução” pp. 21-25.

QUESTÃO 02 - O que caracteriza o Antigo Regime nos Trópicos e quais as


principais críticas teóricas ao modelo explicativo do Antigo Sistema Colonial? 0,8

A caracterização do Antigo Regime dos Trópicos se dá pela inicial relação de


dependência colônia-metrópole como forma de aderir benesse, alianças e a acumulação
de fortuna, visto que, essa acumulação primitiva de capital é colocada pelos autores
como pré capitalismopré-capitalismo. Essa mesma relação de dava não apenas
internamente (com os colonos e os crioulos) mas, também, externamente, onde a

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metrópole age de forma parasitária com a colônia através do que Fragoso nomeou como
Pacto Colonial. Essa acumulação se dava através do sistema das grandes propriedades,
monocultivo e trabalho escravo. Como o sistema de platations se dava apenas para a
exportação externa afim de abastecer a metrópole, era necessário um certo protótipo de
economia interna o qual não água de forma independente, mas sim de acordo com as
flutuações econômicas externas. Importante ressaltar que a escravização de povos
africanos acontecia numa única via, a portuguesa, consequência da necessidade dos
colonos em potencializar o tráfico estabelecendo uma relação de tráfico-escravização,
não o contrário. Por se dar numa única via, seu lucro não provinha apenas do trabalho
manual vindo do escravo, mas sim desde anteriormente na vinda desses povos para o
Brasil colônia. A religião também teve um papel muito imponente na “conquista”
desses povos como uma ferramenta essencial de justificação da escravização e suas
consequências. As principais críticas a obra de Caio Prado Júnior e Fernando Novais se
deram através de Ciro Flamarion Cardoso, o qual coloca a política econômica colonial
como não apenas externa, mas que havia sim uma economia interna a qual se sustentava
através dos escravos, a chamada brecha camponesa. Modelo o qual não tinha ligação
com o mercado externo e para além disso, Cardoso coloca esse sistema como um
sistema comum entre pessoas escravizadas na América. Porém, esse novo olhar de
Cardoso não desqualifica ou supera as teses tanto de Caio Prado como de Novais,
podendo ser colocada como complementar apesar das suas divergências que são
necessárias para a construção do conhecimento acerca do Brasil colônia.

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