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PSICOLOGIA

ASSÉDIO MORAL

1)

O que confere o caráter de trauma ao assédio moral no trabalho é,


essencialmente,
A
o sentimento de abandono pelos colegas, o que leva a uma sensação de solidão
difícil de suportar.
B
a perda de confiança no agressor.
C
a decepção com o ambiente de trabalho como um todo.
D
a frustração por ter de lidar com uma situação tão difícil no local de trabalho.
E
a negativa do agressor de que está praticando a violência, o que impede a
elaboração do ocorrido devido à ausência de sentido.

Análise: O item E sugere que a negativa do agressor de que está praticando a


violência, o que impede a elaboração do ocorrido devido à ausência de sentido, é
o que confere o caráter de trauma ao assédio moral. Isso está de acordo com o
gabarito da banca, pois a negação da violência pelo agressor pode levar a vítima
a questionar sua própria percepção da realidade, o que pode ser profundamente
traumático.
Fundamentação: A fundamentação para essa análise é baseada em estudos
de psicologia que mostram que a negação da violência pelo agressor pode levar a
vítima a questionar sua própria percepção da realidade, o que pode ser
profundamente traumático.

2) mobbing X bulling - mobbing sempre pensar em manipulação

Segundo Leyman, citado por Guimarães e Rimoli, o mobbing pode ser analisado
por três grupos de comportamentos em que há manipulação da vítima no que se
refere:
A
à autoestima, à reputação e ao desempenho.
B
à comunicação, à reputação e ao trabalho.
C
ao desempenho, à autoestima e ao trabalho.
D
à comunicação, à reputação e à autoestima.
E
ao desempenho, à reputação e ao trabalho.
Análise: O item B está de acordo com o gabarito da banca. Ele corretamente
identifica a comunicação, a reputação e o trabalho como os principais alvos de
manipulação no mobbing, de acordo com Leyman.
Fundamentação: A fundamentação para essa resposta pode ser encontrada
na obra de Leyman, que descreve o mobbing como uma forma de assédio moral
que envolve a manipulação da comunicação, da reputação e do trabalho da
vítima.

A questão tem embasamento no artigo de Márcia Kazenoh Bruginski, intitulado


“Assédio Moral no Trabalho - Conceito, Espécies e Requisitos Caracterizadores
de Assédio Moral e Assédio Sexual", no qual a autora afirma que “o empregador
é o principal agente causador de violência psicológica no local de trabalho, na
medida em que possui o poder diretivo traçado pelo art. 2º da CLT e o
empregado está a ele subordinado juridicamente (art. 3º da CLT). O que ocorre
no assédio é que as atitudes do agressor extrapolam o poder patronal e atingem
a pessoa do empregado e não a sua atividade."
A autora afirma ainda que “o empregador, ao usar de sua superioridade
hierárquica para constranger um subordinado, pratica o assédio vertical ou
descendente" e cita Sônia Mascaro do Nascimento, que ensina que “o que se
verifica no assédio vertical é a utilização do poder de chefia para fins de
verdadeiro abuso de direito do poder diretivo e disciplinar, bem como, para
esquivar-se das consequências trabalhistas".
E traz um exemplo da mesma autora no qual o empregador “tenta convencer o
empregado a pedir o seu desligamento para não ter que pagar as verbas
rescisórias inerentes a uma dispensa imotivada, e pode agir utilizando de vários
subterfúgios, como retirar sua autonomia no departamento, transferir todas
suas atividades a outras pessoas, isolá-lo do ambiente, para que o empregado
sinta-se de algum modo culpado pela situação, pedindo sua demissão."
A alternativa E encontra-se equivocada por se tratar de outro tipo de assédio: o
horizontal, que é praticado por um grupo de empregados do mesmo nível.
Segundo a autora, “o fenômeno pode, inclusive, decorrer de ato patronal,
consistente no estímulo à rivalidade entre seus empregados. Ou seja, o
empregador estimula conflitos internos com o fito de se livrar de alguém
incômodo, jogando uma pessoa contra a outra, com intuito de pressioná-la a
pedir demissão".

Autor: Raiane Ferreira, Professora de Psicologia. MBA em Gestão de Recursos


Humanos. Aprovada em diversos concursos de psicologia, dentre eles,
Residência Multiprofissional da UFJF, Exército, Aeronáutica, CBMDF,
SEDES/GDF., de Psicologia
O artigo pode ser acessado na íntegra em:
http://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/assediomaoralesuaprevenotrilho1_2.
pdf

A violência no ambiente de trabalho implica custos consideráveis para os


indivíduos em termos de saúde, em relação a seu emprego, e para a organização,
dado o impacto causado pelo absenteísmo, baixa na produtividade e
rotatividade de pessoal. O combate à violência no trabalho traz benefícios ao
indivíduo, à organização e à sociedade como um todo.

[...] há uma divergência em relação a possibilidade de o assediador praticar o


ato a um grupo de pessoas. A Cartilha do Senado Federal prevê essa
possibilidade em diversas passagens de seu texto, ao passo que autores como
Saboll et all (2017)12 preconizam que o alvo das agressões deve ser uma pessoa
específica, pois o processo de perseguição não ocorre de maneira generalizada
para todo o grupo.'" Prof. Edimar Natali Monteiro.

Sempre lembrar que o ato isolado de violência psicológica no trabalho


não se confunde com o assédio moral no trabalho, embora também
possa ensejar a responsabilização civil, administrativa, trabalhista e criminal do
agressor, a depender da gravidade. O assédio moral pressupõe, conjuntamente:
a) repetição (habitualidade);
b) intencionalidade (fim discriminatório);
c) direcionalidade (agressão dirigida a pessoa ou a grupo determinado); e
d) temporalidade

Guimarães e Rimoli, citando Zapf, Einarsen, Hoel & Vartia, apontam que
pesquisas desenvolvidas com o objetivo de investigar os efeitos do mobbing
sugerem que esta situação reduz a saúde psicológica e física de suas vítimas. O
mobbing afeta, negativamente, o bem-estar não só das vítimas, mas também a
eficiência de outros trabalhadores, ao mesmo tempo em que instala o aumento:
A
do turnover; do absenteísmo e de licenças médicas por doença.
B
da negligência do turnover e de problemas familiares.
C
da negligência, do absenteísmo e do turnover.
D
de problemas familiares, do turnover e de licenças médicas por doença.
E
da negligência, do absenteísmo e de licenças médicas por doença.

Resposta: E - "Pesquisas desenvolvidas com o objetivo de investigar os efeitos


do mobbing sugerem que esta situação reduz a saúde psicológica e física de suas
vítimas e afeta negativamente seu bem-estar e a eficiência de outros
trabalhadores, ao mesmo tempo em que instala a negligência, o absenteísmo e
um aumento expressivo do pedido de licenças médicas e afastamentos por
doença (Zapf, Einarsen, Hoel & Vartia, 2003)."

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