Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
no ambiente de trabalho
Quais as conceituações de assédio moral?
▪ ameaças de violência;
▪ - Cultura autoritária;
▪ - Inveja.
Atenção!
O psicólogo organizacional deve atuar frente às situações de assédio moral uma vez que se entende que ele é o
profissional promotor de saúde mental e que o fenômeno do assédio provoca adoecimento biopsicossocial do
trabalhador (ROSSI et al. 2015, p. 11).
Podemos separar a presença e a ajuda do psicólogo organizacional para a solução do assédio moral em 3
níveis:
Primeiro nível (indivíduos envolvidos diretamente) a ação do psicólogo pode se voltar ao apoio à vítima como
reabilitação e acompanhamento do retorno ao trabalho, planejamento de mudanças de setor/atividade e apoio
psicológico (BARION; ROSSI, 2015; GLINA.; SOBOLL, 2012)
No segundo nível (equipes de trabalho) as ações podem se concentrar em: fortalecimento e desenvolvimento de
grupos, aumento da coesão, orientações, qualificações e treinamentos de pessoal e liderança (BARION; ROSSI,
2015; SOARES 2013).
Já no último nível (organização), o papel do psicólogo pode se direcionar ao desenvolvimento de políticas
organizacionais contra o assédio moral, criação e disseminação de um código de ética, proposição de mudanças
nos aspectos que favorecem a prática de violência na cultura organizacional, melhores condições de trabalho e
higiene, monitoramento e proposição de intervenções para melhoria do clima psicológico (GLINA; SBOLL, 2012;
BARION; ROSSI, 2015; RISSI at al. 2016).
Assédio/abuso - confundido com produtividade,
cobrança, eficiência
Você consegue diferenciar o assédio moral dos pontos acima?
‘’Ah, mas você consegue mudar sua folga de amanhã pra poder entregar esse relatório né?
(Poderia entregar, na próxima semana, pois o relatório era para o final do mês)
‘’Poxa, seu filho não vai ficar chateado se você chegar um pouco atrasado para poder participar
dessa reunião, afinal sem seu trabalho como você vai pagar a escola? (A reunião era semanal, a
apresentação do meu filho não).
‘’Relato Pessoal de uma colaboradora de multinacional’’
Distinções entre CONFLITO X ASSÉDIO:
Você consegue diferenciar o assédio moral dos pontos acima?
‘’Ah, mas você consegue mudar sua folga de amanhã pra poder entregar esse relatório né?
(Poderia entregar, na próxima semana, pois o relatório era para o final do mês)
‘’Poxa, seu filho não vai ficar chateado se você chegar um pouco atrasado para poder participar
dessa reunião, afinal sem seu trabalho como você vai pagar a escola? (A reunião era semanal, a
apresentação do meu filho não).
‘’Relato Pessoal de uma colaboradora de multinacional’’
Como prevenir? Informação!
- Incentivar a efetiva participação de todos os colaboradores na vida da empresa, com definição clara
de tarefas, funções, metas e condições de trabalho;
- Instituir e divulgar um código de ética da instituição, enfatizando que o assédio moral é incompatível
com os princípios organizacionais;
- Promover palestras, oficinas e cursos sobre o assunto; - Incentivar as boas relações no ambiente de
trabalho, com tolerância à diversidade de perfis profissionais e de ritmos de trabalho;
- Ampliar a autonomia para organização do trabalho, após fornecer informações e recursos
necessários para execução de tarefas;
- Reduzir o trabalho monótono e repetitivo;
- Observar o aumento súbito e injustificado de absenteísmo (faltas ao trabalho);
- Realizar avaliação de riscos psicossociais no ambiente de trabalho;
- Garantir que práticas administrativas e gerenciais na organização sejam aplicadas a todos os
colaboradores de forma igual, com tratamento justo e respeitoso;
- Dar exemplo de comportamento e condutas adequadas, evitando se omitir diante de situações de
assédio moral;
- Oferecer apoio psicológico e orientação aos colaboradores que se julguem vítimas de assédio moral;
- Estabelecer canais de recebimento e protocolos de encaminhamento de denúncias.
O que fazer?
A vítima:
- Reunir provas do assédio. Anotar, com detalhes, todas as situações de assédio
sofridas com data, hora e local, e listar os nomes dos que testemunharam os fatos;
- Buscar ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou
que já passaram pela mesma situação;
- Buscar orientação psicológica sobre como se comportar para enfrentar tais
situações; - Comunicar a situação ao setor responsável, ao superior hierárquico do
assediador ou à Ouvidoria;
- Caso não tenha sucesso na denúncia, procurar o sindicato profissional ou o órgão
representativo de classe ou a associação;
- Avaliar a possibilidade de ingressar com ação judicial de reparação de danos morais.
Os colegas:
- Oferecer apoio à vítima;
- Disponibilizar-se como testemunha;
- Comunicar ao setor responsável, ao superior hierárquico do assediador ou à
entidade de classe situações de assédio moral que presenciou.
O serviço público –
Qualquer agente público que se sinta vítima ou testemunhe atos que possam
configurar assédio moral no ambiente de trabalho pode fazer denúncia para o
superior hierárquico, para a Ouvidoria ou para a Comissão de Ética, conforme
a gravidade e a regulamentação de cada instituição. As denúncias
consideradas procedentes poderão ensejar a abertura de sindicância e de
processo administrativo disciplinar.
Como denunciar -
– O trabalhador que suspeitar que está sofrendo assédio moral deve procurar
a Ouvidoria do seu trabalho ou o sindicato e relatar o acontecido. A denúncia
também pode ser feita a órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT)
e as Superintendências Regionais do Trabalho.
Como provar –
é necessário a apresentação de evidências das situações, o que pode ocorrer
com a descrição dos acontecimentos, corroborados com provas testemunhais.
Além disso, também podem ser utilizados como prova os e-mails,
documentos, mensagens e gravações que demonstrem o comportamento do
assediador.
O que diz a jurisprudência:
ASSÉDIO MORAL. ÔNUS DA PROVA. RESCISÃO INDIRETA. O assédio moral
traduz-se em situações reiteradas, humilhantes e constrangedoras, às quais o
empregado é submetido, que intentem contra sua dignidade ou integridade psíquica,
objetivando desestabilizá-lo emocionalmente. Neste sentido, a acusação de assédio
moral reveste-se de gravidade suficiente a exigir prova robusta a respeito,
cabendo ao trabalhador o ônus de demonstrá-la, por se tratar de fato
constitutivo do seu direito, na forma dos artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC/15. E
de seu ônus a Autora se desincumbiu. No caso destes autos, ficou configurado ato
lesivo à moral da Reclamante, assédio moral, suficiente para resultar na rescisão
indireta postulada. ESTABILIDADE GESTANTE. RESCISÃO INDIRETA DO
CONTRATO. Não há incompatibilidade legal entre os pedidos de rescisão indireta do
contrato de trabalho e o pedido de estabilidade gestacional. Isso porque a culpa do
empregador, por cometimento de faltas graves, impossibilita a conti... (TRT-11
XXXXX20205110005, Relator: JOSE DANTAS DE GOES, 3ª Turma)
EMENTA. ASSÉDIO MORAL NÃO CONFIGURADO.
Embora não seja imprescindível o dano psíquico, é necessária a ocorrência de
situações vexatórias e constrangedoras de forma repetida, para configuração do
assédio, ou perseguição. Cobranças fortes e certa pressão sobre resultados estão
inseridas no poder potestativo do empregador na busca de resultados, desde
que realizada sem excessos. Esse é o caso dos autos. Recurso obreiro desprovido.
Vídeo – relatos de assédio
Referências
HELOANI, Roberto. Assédio moral: ultraje a rigor. Revista direitos, trabalho e política social, v.
2, n.2, p. 29-42, 2016. Disponível em:
http://revista91.hospedagemdesites.ws/index.php/rdtps/article/view/28/24. Acesso em: 06 de
out. 2023.
Assédio cai com teletrabalho, mas se “ressignifica” na pandemia. Secretaria de Políticas para
as Mulheres - Estado da Bahia, 2021. Disponível em:<
http://www.mulheres.ba.gov.br/modules/noticias/makepdf.php?storyid=3068>. Acesso em: 14
de out de 2023.
BARION, A.; ROSSI, L. A. S. A Intervenção do Psicólogo Organizacional Frente a Situações de
Assédio Moral nas Organizações. Revista de Pós-Graduação Faculdade Cidade Verde, v. 1,
n. 2, p. 1-13, 2015. Disponível em:<
https://revista.unifcv.edu.br/index.php/revistapos/article/view/9>.Acesso em:10 de out de 2023.
RISSI, V.; MONTEIRO, J. K.; CECCONELLO, W. W.; MORAES, E. G. Intervenções
Psicológicas diante do Assédio Moral no Trabalho. Temas em Psicologia. Ribeirão Preto, v.
24, n. 1, p. 339-352, 2016. Disponível em:
https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=513754276018.Acesso em: 20 de out. de 2023.