Psicologia Humanista

O humanismo surgiu nos Estados Unidos no início da década de 1960, como a

terceira grande força da psicologia. Apesar da escola humanista indicar Abraham
Maslow como fundador articulador e organizador desse movimento, ele mesmo
declarou que ela não tenha um líder isolado.
A escola não tinha como objetivo uma revisão nem adaptação a nenhuma linha de
pensamento corrente, ao invés disso os psicólogos humanistas queriam ultrapassar as
duas maiores forças da psicologia: o behaviorismo e a psicanálise.
A psicologia humanista veio para suplantar a psicanálise, que focava a força do
inconsciente e ao behaviorismo que dizia que o homem poderia ser analisado por dados
quantitativos. Os humanistas queriam de enfatizar o homem, o seu poder, suas
aspirações, as experiências conscientes além do seu livre-arbítrio. Consideravam o
homem como sendo muito mais que ratos de laboratório ou robôs; não poderiam ser
analisados de forma objetiva e quantitativa reduzindo-os assim em meras unidades de
estímulo-resposta (E-R).
A Psicologia Humanista classifica o homem como o centro do mundo
(antropocentrismo). Enxerga o processo psicoterapêutico como técnica de crescimento
pessoal ou de desenvolvimento da capacidade do ser humano, e não como técnica de
tratamento de doenças mentais. A escola humanista foi responsável pela dissolução da
psicologia como “coisa de louco”.
Os indivíduos deveriam ser compreendidos de forma completa e dentro de seu
ambiente natural, e não através de análise de partes do comportamento ou em
experiências em laboratório.

Biografia de Carl Rogers

Carl Rogers (1902-1987) nasceu em Oak Park, Illinois, nos Estado Unidos, no dia 8 de
janeiro de 1902. Filho do meio de uma família protestante e rígida, onde os valores
fundamentalistas, tradicionais e religiosos eram impostos a ele. Com doze anos, Rogers
e sua família se mudam para zona rural, onde ele passou a se interessar por agricultura e
ciências naturais.
Na universidade de Wisconsin, ele se dedicou ao aprofundamento de seus estudos em
ciências físicas e biológicas. Depois da graduação passou a frequentar o Seminário
Teológico Unido, em Nova Iorque, para satisfazer as demandas familiares, e acabou
por receber uma liberal visão filosófica da religião. Transferindo-se para o Teachers
College da Columbia University, foi introduzido a psicologia obtendo títulos de Mestre
e Doutor.

Após o recebimento do seu título de Doutor, Rogers passou a integrar a equipe do

Rochester Center, onde acabaria por ser diretor.

Em 1945 Carl Rogers entra para o quadro de professores de Psicologia na Universidade

de Chicago, e vira secretário executivo do Centro de Aconselhamento Terapêutico, onde
elaborou e definiu de forma mas abrangente seu método de terapia centrada no cliente, a
partir da leitura de outros teóricos, principalmente Kurt Goldstein, dando início a teoria
da personalidade e realizando pesquisas na área da psicoterapia. Mas foi trabalhando em
Rochester que teve uma nova percepção do tratamento psicoterapêutico, o que o
libertou do sistema acadêmica conceitual que havia no ensino e prática da psicologia.
Rogers alcançou novas formas de pensar a prática psicoterapêutica, formas muito
diferentes das abordagens acadêmicas convencionais, pois passou muito tempo
envolvido diretamente com a clínica, trabalhando ativamente com clientes. Seu trabalho
foi criticado, mas essas críticas iniciais, juntamente com o interesse que os estudantes
demonstravam em sua teoria o incentivou a disseminar seus pontos de vista, resultando
uma série de livros. Em 1949 passou a ocupar a cátedra de Psicologia da Universidade
de Ohio.

Em 1957, Rogers vai dar aulas na Universidade de Winconsin, onde fica até 1963.
Neste período ele lidera um grupo de pesquisa que realizou um estudo intensivo e
controlado, utilizando a psicoterapia centrada em pacientes esquizofrênicos,
desenvolvendo muito material sobre a relação terapêutica e outros dados de interesse
científico, em termos estatísticos. Foi então o início de uma abordagem mais humana
junto aos pacientes hospitalares. Em 1964, Rogers entra para o Centro de Estudos da
Pessoa, em La Jolla, Califórina, entrando em contato com outros teóricos humanistas,
como Abraham Maslow.
Juntamente com Maslow, fundou a Psicologia Humanista, também chamada de Terceira
Força da Psicologia. Para Maslow, Rogers foi um dos responsáveis pelo acesso e
reconhecimento dos psicólogos ao universo clínico, antes dominado pela psiquiatria
médica e pela psicanálise. Sua postura enquanto terapeuta sempre esteve apoiada em
sólidas pesquisas e observações clínicas.

Carl Rogers passou então a ser valorizado por muitos psicólogos, por conta do seu
trabalho científico, mas a ser atacado por tantos outros, que viam em sua teoria uma
abordagem tola e perigosa para o fama que obteve. Foi eleito presidente da Associação
Americana de Psicologia duas vezes, e recebeu desta mesma associação os prêmios de
Melhor Contribuição Científica e o de Melhor Profissional.

Carl Rogers faleceu em San Diego, Califórnia, Estados Unidos, no dia 4 de fevereiro de
1987.

https://www.ebiografia.com/carl_rogers/

https://www.scielo.br/pdf/estpsi/v27n4/11.pdf