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11 Proj Respsocial
11 Proj Respsocial
Curso: Administração
Professores Orientadores:
Me. Wilson A. Amorim
Dra. Mônica H. H. S. Goulart
Me. Marcelo Gonçalves Marcelino
PINHAIS
2011
PROJETO DE PESQUISA
O Grupo de Pesquisa terá por Tema Análise das ações de Responsabilidade Social da
Empresas no Município de Pinhais. Assim, serão abordados aspectos gerais da
responsabilidade social a partir de uma breve discussão sobre a retomada da ética na
sociedade em geral e, mais precisamente, como o setor privado está direcionando este
debate e está respondendo a esta demanda social. Dessa forma, pode-se dizer que pelas
características minimizadoras do Estado Neoliberal e pela própria crise do sistema público
(marcado efetivamente por escândalos de corrupção quase que cotidianos), as empresas
privadas assumiram um papel fundamental na promoção da cidadania uma vez que as
ações do Estado estão cada vez mais direcionadas para o gerenciamento das
necessidades e carências sociais, ao invés da função de promotor da igualdade e justiça
social. Assim, as empresas privadas passaram a assumir a criação e o desenvolvimento
de projetos sociais que estejam direcionados para o acesso da cidadania enquanto uma
nova lógica racional do próprio sistema capitalista de orientação flexível. Portanto, o
referido tema encontra-se num diálogo permanente: entre as novas formas de consumo
no contexto das democracias representativas; entre o novo papel do Estado enquanto
gerenciador das demandas sociais; e também entre a nova lógica de atuação do setor
privado, o qual passa a considerar as ações de responsabilidade social como um
elemento diferenciador no mercado, sendo capaz de garantir novas modalidades para o
consumo de suas marcas.
III – JUSTIFICATIVA
IV – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico sobre o assunto da Responsabilidade Social ainda encontra-se em
pleno desenvolvimento tendo em vista que sua prática ainda está sendo desenvolvida no
Brasil. Assim, pode-se apontar que somente a partir do final dos anos 90 é que temos um
número mais significativo de obras e textos científicos em revistas da área de
Administração que discutem a referida questão. Nesse sentido, deve-se levar em contar
que o debate sobre o assunto deve partir de uma visão polissêmica, pois apresenta
diversos significados para os principais conceitos apresentados: responsabilidade social,
ética empresarial, governança corporativa, sustentabilidade, voluntariado,
responsabilidade social ambiental, entre outros.
Entretanto, alguns pontos podem ser bem identificados. Para determinados autores, o
tema da responsabilidade social não é uma tema empresarial, pois extrapola a essência
empresarial que é a lucratividade, como é o caso de autores como Friedman e Jensen,
conforme identifica Moretti (2009).
Por outro lado, existem autores que apontam que as empresas se dispõem a desenvolver
projetos sociais porque justamente identificam novas oportunidades para a chamada ética
do negócio, colocando as empresas como atores fundamentais para retomada da
moralidade social como é o caso de Gilles Lipovetsky: “Serão necessárias políticas e
empresas inteligentes, uma maior formação, responsabilidade e qualificação profissional,
mais ciência e mais técnica. Mais importante que o imperativo dos sentimentos é o
imperativo de mobilização das inteligências humanas, o investimento redobrado no saber
e na dimensão educativa permanente.” (1994, p.25)
Por outro lado, outras reflexões são direcionadas para a visão de que a bandeira da ética
nos negócios acaba sendo tão somente mais uma nova forma de reconfiguração do
sistema capitalista, isto é, a preocupação ética das empresas em transferir “recursos
financeiros e humanos” para determinada parcela da população cria apenas outras
oportunidades lucrativas para a continuidade do próprio sistema capitalista, como é o
caso de autores como Robert Henry Srour: “Vamos mais a fundo. É difícil acreditar que a
empresa tenha assumido tal postura por mero ‘bom mocismo’. É mais crível aceitar que
ela tenha conjugado seu credo organizacional – que considera a empresa responsável
pelos clientes, empregados, comunidade e acionistas – com uma análise estratégica da
relação de forças no mercado, relação esta que a mídia tão bem ajudou a forjar, com
alertas regulares à opinião pública, e que se traduz na capacidade de os stakeholders
boicotarem qualquer entidade que não proceda de forma socialmente responsável. De
maneira que não é improvável que o próprio credo organizacional tenha sido fruto de um
contexto histórico bem preciso e de uma análise da dinâmica social.” (2003, p. 51, 52)
Enfim, pode-se afirmar que existem várias correntes teóricas e reflexões que permitem
uma busca bibliográfica capaz de tornar o acadêmico de Administração um agente
multiplicador fundamental para responder às demandas que se colocam nas empresas de
Pinhais no que diz respeito à questão da Responsabilidade Social Empresarial.
a) pesquisa bibliográfica;
b) leituras iniciais para conhecimento e familiarização dos principais conceitos, obras,
autores...;
c) apresentação de miniseminários para discussão das obras e artigos científicos
indicados;
d) produção de relatórios e/ou artigos;
ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
Seleção X
Distribuição de
X
Temas
Leitura e
discussões das X X
referências
Coleta de dados X X X X X
Apresentação de
Artigos e/ou
Projetos de X X X X X
Responsabilidade
Social
Férias X X
VIII – BIBLIOGRAFIA (incial)
ALMEIDA, Filipe Jorge Ribeiro de. Ética e desempenho social das organizações: um
modelo teórico de análises dos fatores culturais e contextuais. Revista de Administração
Contemporânea. V.11, n. 3, Curitiba, jun./set. 2007.
BARBOSA, Livia. Cultura e empresas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
BITTAR, Eduardo C. B. Curso de Ética Jurídica: ética geral e profissional. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
CARRIERI, Alexandre de Pádua; SILVA, Alfredo Rodrigues Leite da; PIMENTEL, Thiago
Duarte. O tema da proteção ambiental incorporado nos discursos da responsabilidade
social corporativa. Revista de Administração Contemporânea. v.13, n. 1, Curitiba,
jan./mar. 2009.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 5. ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 7. ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2009.
_____. A nova sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial: a gestão da reputação. 2. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2003.
VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção
Primeiros Passos, 177)
VAZQUEZ, Adolfo S. Ética. 20. ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2000.
WEBER, Max. Os três tipos puros de dominação legítima. In: COHN, Gabriel (Org.). Max
Weber: ensaios de Sociologia e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
Adriana
Sidiomar