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MILAGRE

ECONÔMICO
Profª Drª Flávia Rezende Campos
MILAGRE ECONÔMICO

Governos Costa e Silva e Médici: Ministro da


Fazenda – Delfim Netto

Período 1968-73: maiores taxas de


crescimento do produto brasileiro na história
recente – taxa média acima de 10% a.a.

Queda na inflação e melhora no BP


MILAGRE ECONÔMICO

◦ Mudança de ênfase na política econômica:


dois sentidos:

1) Controle da inflação (custos)

2) Conciliar o combate à inflação com políticas


de incentivo à retomada do crescimento
econômico → legitimação do governo
militar no poder como melhor alternativa em
relação ao anterior (estagflação)
Produto: taxas de crescimento (%)

Ano PIB Indústria Agricultura Serviços


1968 9,8 14,2 1,4 9,9
1969 9,5 11,2 6,0 9,5
1970 10,4 11,9 5,6 10,5
1971 11,3 11,9 10,2 11,5
1972 12,1 14,0 4,0 12,1
1973 14,0 16,6 0,0 13,4
Fonte: IBGE
MILAGRE ECONÔMICO

◦ Esta performance foi decorrência de:

a) Reformas institucionais anteriores


b) Capacidade ociosa na indústria
c) Crescimento da economia mundial
d) Mudança do diagnóstico da inflação: inflação de
custos → afrouxam-se as políticas de contenção da
demanda (monetária, fiscal e creditícia)
Retomada do investimento
público em infraestrutura e das
empresas estatais

Demanda por bens duráveis:


expansão do crédito ao
MILAGRE consumidor
ECONÔMICO:
fontes de
crescimento Construção civil: aumento dos
investimentos públicos e pela
expansão do crédito do SFH

Crescimento das exportações:


expansão do comércio
mundial, melhora nos termos
da troca e incentivos fiscais
MILAGRE ECONÔMICO

◦ Quanto aos demais setores:


a) Bens de consumo e agricultura:
desempenhos mais modestos
b) Setor de bens de capital duas
fases:
1ª) até 1970: com menor crescimento –
ocupação da capacidade ociosa
2ª) 1971/73: a formação bruta de
capital fixo supera os 20% do PIB
MILAGRE ECONÔMICO

1968: lançamento do Plano Estratégico de


Desenvolvimento (PED)

◦ Estabilização gradual dos preços;


◦ Fortalecimento da empresa privada
(retomada dos Is);
◦ Consolidação da infraestrutura (Governo);
◦ Ampliação do mercado interno (demanda
por bens duráveis)
◦ Novo Governo : Médici
(1969/73)

◦ Mesmas orientações de
políticas econômicas
◦ Radicalização do regime MILAGRE
autoritário
ECONÔMICO
◦ Favorecimento da
política antiinflacionária:
controle de preços e
contenção dos salários
reais
MILAGRE ECONÔMICO

◦ Fatores que atuaram no combate à inflação:

1) Capacidade ociosa da economia;


2) Controle do governo sobre preços industriais e
juros;
3) Política salarial;
4) Implantação de uma política agrícola: expansão
da produção e subsídios
MILAGRE ECONÔMICO

◦ Início do endividamento externo:


1968: US$3,7 bi
1973: US$12,5 bi

◦ Justificativa oficial para o endividamento:


necessidade de recurso à poupança externa para
viabilizar as altas taxas de crescimento
MILAGRE ECONÔMICO

◦ Estímulo ao endividamento externo brasileiro:

- Elevada demanda por crédito;


- Taxas de juros internas elevadas (reforma 64/66);
- Grande liquidez no sistema financeiro
internacional: Euromercado → processo de
expansão internacional dos bancos americanos
- Ausência de mecanismos de financiamento de
longo prazo na economia brasileira (exceto as
linhas oficiais)
MILAGRE ECONÔMICO
◦ Elevada participação e intervenção do setor público
na economia:

- O Estado controlava os principais preços da


economia – câmbio, salário, juros, tarifas, política de
preços administrados via CIP (Conselho Interministerial
de Preços)
- O Estado respondia pela maior parte das decisões de
investimento: administração pública, empresas
estatais, poupança compulsória, títulos públicos,
cadernetas de poupança etc.
MILAGRE ECONÔMICO:
críticas

◦ Distribuição setorial de renda: queda da participação


da agropecuária e forte incremento da indústria
◦ Concentração de renda nas classes mais altas: 5%
mais ricos concentram 34,1% da RN; enquanto os 50%
mais pobres 17,4% da RN;
◦ Índice de Gini (1960-70): 0,497 para 0,562
◦ Por outro lado, devido ao crescimento da atividade
econômica, houve um crescimento significativo do
pessoal ocupado
MILAGRE ECONÔMICO:
críticas

Tendência de um
país que se “Teoria do
Acentuou a
desenvolvia e que Bolo”: crescer
concentração
de renda
demandava mão- para depois
de-obra qualificada
escassa distribuir

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